9cm x 24cm
17cm x 24cm
A temática da família sempre interessou os cientistas sociais. Contudo, a Sociologia da Família foi inicialmente um ramo do saber sociológico relativamente pouco desenvolvido. Atualmente, representa uma área que tem tido um grande crescimento e sido tema de numerosas pesquisas, já que a família, para além de continuar a ser considerada uma instituição social básica, passou também a ser vista como uma instituição onde se cruzam outras especialidades da Sociologia, como o Trabalho, o Lazer, a Educação, a Religião, entre outras.
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Trata-se de uma obra que procura servir de guia de estudo aos estudantes desta área do saber, sendo igualmente útil aos profissionais (sociólogos, assistentes sociais, antropólogos, psicólogos, mediadores, profissionais de saúde, entre outros) que lidam com as questões da família nos mais diversos contextos. Para além da sua utilização académica e profissional, o livro destina-se igualmente ao público em geral interessado nesta matéria.
.. .. .. .. .
Os principais temas da Sociologia da Família destacados neste livro são:
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Dados estatísticos atualizados periodicamente no site da editora até à primeira das seguintes datas: data da publicação de nova edição ou 31 de dezembro de 2015.
ISBN 978-989-693-031-8
Mais informações em www.pactor.pt
9 789896 930318
Fausto Amaro
Com temas atuais e diversos – cidadania, empowerment, teleassistência, snoezelen, deficiência, urbanização –, esta obra oferece uma visão inovadora e apresenta estratégias de intervenção com idosos.
Casamento e vida íntima Desenvolvimento da família no ocidente Estrutura da família em Portugal Pais e filhos Papéis familiares Violência doméstica Divórcio e recasamento Envelhecimento Família e religião
www.pactor.pt
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Da autoria de especialistas de Portugal e do Brasil, este livro oferece uma visão global, diversificada e atualizada sobre o complexo e interessante campo da saúde e da doença em ambos os países.
Este livro surge assim com o principal objetivo de abordar as questões da Sociologia da Família de uma forma simples e ao mesmo tempo rigorosa. Cada capítulo apresenta os principais conceitos e teorias sobre a família, fundamentados pelos dados estatísticos mais recentes, e terminando sempre com um conjunto de atividades e sugestões bibliográficas para aprofundamento da matéria.
Sociologia da família
Sociologia da família
14, 5
17cm x 24cm
Fausto Amaro
Sociologia da família
Fausto Amaro É Professor Catedrático, Doutorado e Agregado em Sociologia no Instituto de Ciências Sociais e Políticas (ISCSP), Universidade de Lisboa, onde foi Professor de Sociologia da Família e coordenador da licenciatura em Serviço Social, mestrado e doutoramento em Política Social. Em 2005, fundou e dirigiu o Centro de Estudos da Família no ISCSP, mais tarde integrado no Centro de Administração e Políticas Públicas (CAPP), de que é o atual Presidente, na mesma instituição. É membro do Comité de Pesquisa sobre a Família, na Associação Internacional de Sociologia (AIS). Tem investigado sobre diversos temas relacionados com a família, como crianças em risco, sexualidade e envelhecimento, sendo que alguns dos resultados das suas pesquisas são publicados nesta obra, fornecendo exemplos que contribuem para aumentar a clareza e o interesse deste livro.
ÍNDICE
Índice de tabelas e quadros XI
Índice de figuras XIII
Introdução XV
CAPÍTULO 1
O QUE É A FAMÍLIA 1 Objetivos de aprendizagem
1
Conceito de família
1
Família e local de residência
3
Dimensões da família
4
Parentesco 5 Família e casamento
6
Características da família contemporânea
8
Família e globalização 10 Olhar sociológico 11
Atividades 12 Principais conceitos do capítulo 12 Sugestões bibliográficas 12
CAPÍTULO 2
MÉTODOS E TÉCNICAS DE PESQUISA 13
Objetivos de aprendizagem 13 A pesquisa em Sociologia da Família 13 O método científico 13 Planeamento da pesquisa 14 O problema 14 População objeto de estudo 15 As técnicas de recolha de dados 15 Estudo de casos 15 Inquéritos e sondagens 16
S O C I O LO G I A DA FA M Í L I A
III
Amostras 17
Amostras aleatórias 17
Amostra estratificada 17
Amostra de múltiplo estágio 18
18
Amostras não aleatórias ou de conveniência
Amostra por quotas 18
Amostra em bola de neve 19 Teoria de Base Empírica (Grounded Theory) 20 A técnica do genograma 21 Aspetos éticos na pesquisa em Sociologia da Família 23 Aspetos gerais 23 Situações de ordem ética mais frequentes 23 Olhar sociológico 24
Atividades 25 Principais conceitos do capítulo 25 Sugestões bibliográficas 26
CAPÍTULO 3 PRINCIPAIS ABORDAGENS TEÓRICAS 27
Objetivos de aprendizagem 27 Importância das teorias da família 27 Perspetiva positivista 28 Perspetiva interpretativa 29 Perspetiva crítica 29 Teoria funcionalista 29 Teoria das trocas sociais 31 Principais conceitos 31 Áreas de aplicação 33
Críticas 33 Teorias psicanalíticas 34 As relações objetais 35 Teoria sistémica 36 Teoria ecológica 38 Conceito de ecossistema 38 Microssistemas e mesossistemas 38
IV
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Teorias feministas 39 Novas abordagens 42 Olhar sociológico 43
Atividades 44 Principais conceitos do capítulo 45 Sugestões bibliográficas 45
CAPÍTULO 4 O DESENVOLVIMENTO DA FAMÍLIA NO OCIDENTE 47
Objetivos de aprendizagem 47 Industrialização e família 47 Capitalismo e família 49 Patriarcado e família 50 Ciclo e curso de vida da família 51 O conceito de geração 53 Olhar sociológico 54
Atividades 55 Principais conceitos do capítulo 55 Sugestões bibliográficas 55
CAPÍTULO 5 FORMAÇÃO DA FAMÍLIA, CASAMENTO E VIDA ÍNTIMA 57
Objetivos de aprendizagem 57 Relacionamento amoroso e formação da família 57 Porque casam as pessoas 61 A revolução sexual 63 Casamento e coabitação 66 O casamento em Portugal 68 Casamento de pessoas do mesmo sexo 71 Olhar sociológico 72
Atividades 73 Principais conceitos do capítulo 73 Sugestões bibliográficas 73
S O C I O LO G I A DA FA M Í L I A
V
CAPÍTULO 6 ESTRUTURA DA FAMÍLIA 75
Objetivos de aprendizagem 75 Família nuclear e família extensa 75 Novas formas de família 76 Estrutura da família em Portugal 77 Olhar sociológico 79
Atividades 80 Principais conceitos do capítulo 81 Sugestões bibliográficas 81
CAPÍTULO 7 PAIS E FILHOS 83
Objetivos de aprendizagem 83
Fecundidade 83 Fecundidade e planeamento familiar 85 Os métodos contracetivos 86 Contraceção hormonal oral (pílula) 86 Contraceção hormonal injetável 87 Dispositivo intrauterino (DIU) 87
Diafragma 87 Preservativo masculino 87 Preservativo feminino 88
Espermicidas 88 Pílula do dia seguinte 88 Métodos naturais 88 Esterilização voluntária 89 Principais métodos anticoncecionais utilizados em Portugal 90 A interrupção voluntária da gravidez 90 Socialização das crianças 91 O processo de socialização 91 Os agentes de socialização 94 A formação da identidade individual 95 A socialização das crianças em Portugal 96 Expectativas dos pais 97
VI
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Olhar sociológico 97
Atividades 98 Principais conceitos do capítulo 98 Sugestões bibliográficas 99 CAPÍTULO 8 GÉNERO E PAPÉIS FAMILIARES 101
Objetivos de aprendizagem 101 Situação tradicional da mulher 101
Papel e status 104 Mudança nos papéis de género 105 A atividade profissional 105 A divisão das tarefas domésticas 107 Papéis sexuais 108 A comunicação entre os membros do casal 109 Olhar sociológico 111
Atividades 112 Principais conceitos do capítulo 112 Sugestões bibliográficas 112 CAPÍTULO 9 VIOLÊNCIA DOMÉSTICA 115
Objetivos de aprendizagem 115 A violência doméstica 115 Tipos de violência doméstica 117 Violência contra a mulher 119 Violência sobre crianças 119
Principais tipos de violência contra crianças em contexto familiar 123 Maus-tratos físicos 124 Maus-tratos psicológicos 125
Negligência 125 Abuso sexual 126 Maus-tratos, negligência e abuso sexual de crianças como problema social em Portugal 127 Modelos explicativos da violência contra as crianças 129
S O C I O LO G I A DA FA M Í L I A
VII
Características das crianças 130 Características dos agressores 131 Características da família 132 Fatores sociais e culturais 134 Violência contra pessoas idosas 136 Conceito de maus-tratos a pessoas idosas 136 Dimensão do fenómeno de maus-tratos a pessoas idosas 137 Olhar sociológico 138
Atividades 139 Principais conceitos do capítulo 139 Sugestões bibliográficas 139 CAPÍTULO 10
DIVÓRCIO 141
Objetivos de aprendizagem 141 O divórcio nas sociedades contemporâneas 141 Causas do divórcio 142 Insatisfação conjugal 143 Insatisfação sexual 144 Crises e conflitos do casal 144 O processo de divórcio 145 Taxas de divórcio 146 Fatores sociais e culturais do divórcio 148 Consequências familiares e sociais do divórcio 152 Divórcio e mediação familiar 153 Olhar sociológico 156
Atividades 157 Principais conceitos do capítulo 157 Sugestões bibliográficas 157
CAPÍTULO 11 FAMÍLIA E PARENTESCO 159
Objetivos de aprendizagem 159 Conceito de parentesco 159
Filiação 160
VIII
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Filiação unilinear, bilinear e cognática 161 Graus de parentesco 162 O parentesco social 163 Olhar sociológico 164
Atividades 164 Principais conceitos do capítulo 165 Sugestões bibliográficas 165
CAPÍTULO 12 FAMÍLIA E ENVELHECIMENTO 167
Objetivos de aprendizagem 167 A tendência para o envelhecimento demográfico 167 Envelhecimento e qualidade de vida 169 Adaptação social e vida familiar nas idades avançadas 170 A sexualidade nas idades avançadas 171
Viuvez 175 Olhar sociológico 177
Atividades 177 Principais conceitos do capítulo 178 Sugestões bibliográficas 178
CAPÍTULO 13 FAMÍLIA E RELIGIÃO 179
Objetivos de aprendizagem 179 O impacto da religião na família 179 A doutrina social da Igreja sobre a família 180 Matrimónio e casamento 181 Divórcio, união de facto e casais do mesmo sexo 181 Família e Procriação 182 Socialização das crianças 184 A perspetiva islâmica sobre a família 185 Olhar sociológico 188
Atividades 188 Principais conceitos do capítulo 189 Sugestões bibliográficas 189
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IX
Bibliografia geral 191
Glossário 207 Índice Remissivo 217
X
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INTRODUÇÃO
A temática da família sempre interessou os cientistas sociais. Contudo, a Sociologia da Família foi inicialmente um ramo relativamente pouco desenvolvido apesar de contributos importantes, desde o século XIX. O mesmo não acontece atualmente, sendo considerada “uma das áreas-chave para a compreensão das transformações estruturais e do curso de vida que estão a ter lugar em todo o mundo” (Scott et al., 2007: XVI). Para além do contributo da Sociologia da Família para a teoria sociológica atual, este ramo da Sociologia ganhou importância também devido à crescente atenção que os governos deram às políticas de família, bem como à necessidade de compreender e fazer face às consequências que têm, para o próprio Estado, as transformações que atravessam a família e em que sobressaem a redução da natalidade e o aumento da esperança média de vida, com enormes implicações nas receitas e despesas do Estado e nos regimes de Segurança Social. Sobretudo a partir dos anos 60 do século XX, o número de trabalhos publicados teve um aumento bastante considerável, refletindo o número crescente de sociólogos especializados nesta área e a importância que foi sendo reconhecida a este ramo da Sociologia. Um indicador do interesse por esta área pode ser dado pelo número de livros em venda online e pelo número de artigos científicos existentes nas principais bases de dados. A título de exemplo, pode citar-se o caso da livraria Amazon, que no final de junho de 2013 anunciava 26.333 livros disponíveis sobre Sociologia da Família e a base de dados de ciências sociais Proquest referenciava no mesmo dia 224.651 artigos sobre o mesmo tema, publicados em revistas científicas. A família passou a ser vista não só como uma instituição social básica, mas também como a instituição onde se cruzam outras especialidades da Sociologia, como é o caso da Sociologia do Trabalho devido às relações entre trabalho e família; da Sociologia da Educação que, hoje em dia, não prescinde do estudo do binómio escola-família; da Sociologia do Lazer dada a relação íntima do lazer e da família; da Sociologia da Religião, cuja relação com a Sociologia da Família se veio a acentuar com o fenómeno da globalização, ao confrontar diferentes valores religiosos sobre a família, e outros casos poderiam igualmente ser citados. A Sociologia da Família é também o ramo da Sociologia onde se cruzam mais facilmente outras disciplinas, tais como: a Psicologia com grande número das suas
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XV
especializações relacionadas com as terapias familiares, a resolução de conflitos familiares, o desenvolvimento das crianças, ou a comunicação entre os membros da família; o Direito que desenvolveu um ramo autónomo ligado à família; a Antropologia pela tradição nos estudos da família em outras culturas, incluindo os estudos do parentesco, da socialização e da identidade, entre outros; a Psicologia Social que tem, também, uma forte tradição nos estudos da formação das atitudes, da comunicação e da atração interpessoal; as Ciências da Saúde que, mesmo quando estudam o indivíduo, não se podem abstrair que ele pertence a uma família; a Economia pela importância que dá à distribuição e ao consumo das famílias, para além de outros aspetos; e até disciplinas como a Arquitetura e o Urbanismo podem ser citadas pela influência que têm nos modos de vida das famílias. Do ponto de vista da ligação da Sociologia da Família à estrutura social, o seu papel também cresceu enormemente devido, por um lado, à importância que ganharam os estudos de género e, por outro, o estudo das causas e consequências do envelhecimento humano. A questão do género está hoje intimamente ligada às questões da família, apesar da autonomia que adquiriram os estudos daquela área, dentro da Sociologia. Em suma, a Sociologia da Família é hoje confrontada com maiores desafios teóricos do que no passado, ao mesmo tempo que é chamada a desempenhar um papel cada vez maior na definição de políticas públicas. Este livro tem como principal objetivo abordar as principais questões da Sociologia da Família, de uma forma simples e ao mesmo tempo rigorosa, de modo a poder servir de guia de estudo aos estudantes desta área do saber. Este pode igualmente ser útil aos especialistas e aos profissionais que lidam com as questões da família nos mais diversos contextos. Para além da sua utilização profissional, o livro destina-se igualmente ao público em geral, interessado nesta temática. Para facilitar o estudo, cada capítulo termina com uma lista dos conceitos-chave, um conjunto de exercícios ou questões a resolver, denominados “Atividades” e uma lista selecionada de bibliografia relacionada com a matéria, destinada a orientar o estudo e aprofundar os conhecimentos adquiridos, sem prejuízo de no final da obra ser apresentada a bibliografia geral. O livro inclui ainda caixas de pequenos textos ilustrativos da maneira de ver sociológica e que foram designadas por “Olhar Sociológico”. Incluímos também, no final do livro, um glossário dos principais termos relacionados com a Sociologia da Família.
XVI
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O QUE É A FAMÍLIA
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Este primeiro capítulo tem como objetivo discutir o conceito de família e relacioná-lo com outros conceitos situados na mesma área semântica, tais como casamento, núcleo familiar e parentesco. Assim, os principais objetivos de aprendizagem são os seguintes: 1. Compreender as dificuldades apresentadas por algumas definições de família. 2. Compreender os principais conceitos da área semântica da família. 3. Compreender o impacto da globalização sobre a família e a importância das famílias na sociedade atual. 4. Identificar as novas formas de família nas sociedades ocidentais contemporâneas.
Conceito de família A maior parte das pessoas tem uma ideia intuitiva do que é a família devido à sua própria experiência. Porém, encontrar uma definição universal de família não se tem revelado tarefa fácil. O interesse na definição de família não está só na perspetiva académica, procurando delimitar ou interpretar um campo de estudos. A definição de família tem um enorme interesse prático devido à sua utilização pelos governos ou instituições da sociedade civil na determinação das políticas de família. A definição de família pode condicionar, assim, os direitos das pessoas e criar até situações de discriminação e exclusão social. O problema da definição não é novo. Na obra clássica de Peter Murdock, Social Structure, publicada em 1949, o autor examinou 250 sociedades diferentes e muito
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O QUE É A FAMÍLIA
CAPÍTULO 1
CAPÍTULO 1
variadas, desde sociedades de caçadores recoletores de estrutura bastante simples até às complexas sociedades industriais, com o objetivo de encontrar uma definição de família que pudesse aplicar-se de forma universal. Chegou assim ao conceito de família definido como “o grupo social caracterizado por residência em comum, cooperação económica e reprodução. Inclui adultos de ambos os sexos, dois dos quais, pelo menos, mantêm uma relação sexual socialmente aprovada, e uma ou mais crianças dos adultos que coabitam com relacionamento sexual, sejam dos próprios ou adoptadas” (Murdock, 1949: 1). Apesar da preocupação do autor em chegar a um conceito universal de família, a sua definição foi alvo de críticas que mostraram que o uso desta definição, apesar de baseada no estudo de 250 sociedades diferentes, não permitiria identificar todas as formas de família e que não seria de utilidade quando aplicada às famílias tal como estavam a ser vistas e analisadas pelos sociólogos da segunda metade do século XX. A definição de Murdock é baseada em três conceitos-chave: residência em comum, cooperação económica, reprodução e relacionamento sexual entre adultos de sexo diferente. São várias as críticas que têm sido feitas a esta definição. Vejamos quais. Em primeiro lugar, a coabitação pode não existir em todas as formas de família. Nas sociedades contemporâneas, por exemplo, atividades como preparar ou tomar refeições, dormir, ter relações sexuais ou gerir a educação das crianças não são sempre realizadas num alojamento. O mesmo se passa com a cooperação económica, que pode existir ou não em todos os grupos designados por famílias. No que respeita à sexualidade, a definição de Murdock restringe as relações sexuais às relações heterossexuais, ligando-as à reprodução e excluindo as novas formas de família baseadas em casais do mesmo sexo. Por outro lado, a família não é o único contexto onde podem ocorrer relações sexuais. A reprodução também não é a única forma de constituição de laços de parentalidade, podendo haver famílias onde a parentalidade biológica foi substituída pela parentalidade social. O sociólogo contemporâneo Anthony Giddens criou uma definição mais curta e, por isso, mais abrangente. Para Giddens, a família “é um grupo de pessoas unidas directamente pelo parentesco, no qual os adultos assumem a responsabilidade de cuidar das crianças” (Giddens, 2004: 175). Esta definição tem como conceito-chave o parentesco, elemento que será explicado mais adiante, mas também não tem aplicação universal, pois existem grupos
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A definição do INE introduz um outro elemento no conceito de família, o alojamento. Neste sentido a família é um “grupo doméstico”, expressão que corresponde à palavra inglesa household e que poderia igualmente ser designada por “convivência familiar” (Saraceno, 1988). Para além do conceito de alojamento, a definição do INE baseia-se também no conceito de parentesco e, por outro lado, considera também como família uma pessoa que viva só num alojamento ou parte de alojamento. Finalmente, há a realçar na definição do INE o facto de empregados domésticos internos serem considerados membros da família onde prestam serviço.
Família e local de residência Em algumas culturas havia regras bastante estritas no que respeita ao local para onde iria viver o novo casal. Este poderia ir viver para junto dos pais da mulher, tipo de residência designado matrilocal, ou para junto dos pais do homem, residência patrilocal. A nova residência poderia ser ainda junto do tio materno, designando-se, neste caso, por residência avunculocal, ou o casal ia viver para localidade diferente da dos pais e dos tios. Neste caso estávamos em presença de um tipo de residência designado por neolocal. Nas sociedades urbanas estes padrões não se encontram rigorosamente estabelecidos até porque não seriam fáceis de cumprir devido a outras variáveis como a disponibilidade e custo da habitação e local de trabalho dos membros da famí-
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O QUE É A FAMÍLIA
Mas, do ponto de vista estatístico e legal, é necessário adotar uma definição operacional que tenha aplicação exaustiva num dado país ou conjunto de países. Assim, o Instituto Nacional de Estatística (INE), em Portugal, define família clássica como sendo o “conjunto de pessoas que residem no mesmo alojamento e que têm relações de parentesco (de direito ou de facto) entre si, podendo ocupar a totalidade ou parte do alojamento. Considera-se também como família clássica qualquer pessoa independente que ocupa uma parte ou a totalidade de uma unidade de alojamento. São incluídos na família clássica os(as) empregados(as) domésticos(as) internos(as), desde que não se desloquem todas ou quase todas as semanas à residência da respetiva família” (INE, 2014).
CAPÍTULO 1
de pessoas ligadas por laços de parentesco e que não podem ter crianças, como é o caso das conjugalidades de pessoas do mesmo sexo a quem é vedada a possibilidade de adotar crianças.
lia, questão que não se colocava nas sociedades tradicionais onde havia espaço para a construção da nova habitação e onde as atividades produtivas da família eram mais integradas e menos diversificadas. Contudo, nas sociedades urbanas tem-se observado a preferência, pelo menos na classe operária, por um padrão de residência do tipo matrilocal, o que se pode explicar pelo facto de as relações entre mãe e filha serem, geralmente, mais intensas e representarem uma vantagem para a jovem esposa no que respeita à adaptação à nova vida de casada.
LOCAL DE RESIDÊNCIA DA NOVA FAMÍLIA ■■
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Matrilocal – Junto da família da mulher Patrilocal – Junto da família do homem Avunculocal – Junto da família do tio materno Neolocal – Localidade diferente da dos pais e dos tios
Dimensões da família A família pode ser analisada em várias dimensões: ■■
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Dimensão estrutural – Os aspetos estruturais dizem respeito à forma como se adquire a qualidade de membro de uma família e às relações que se estabelecem entre os vários elementos devido à sua posição no conjunto. Por exemplo, os filhos de um ou dos dois cônjuges são considerados membros da família, sejam filhos biológicos ou adotados. As famílias constituem grupos sociais cujas principais características são as seguintes: –– Permanecem por períodos alargados de tempo. –– Cada um dos elementos da família pode pertencer a duas famílias: a família de orientação, que é a família em que se nasceu e a família de procriação, que é a família iniciada pelo próprio através do casamento ou da vida em comum com outra pessoa. –– Os grupos familiares são intergeracionais na medida em que podem ser constituídos por pessoas de duas ou mais gerações. –– Os grupos familiares podem estar inseridos em redes alargadas de parentesco das quais fazem parte várias famílias.
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O estudo das várias dimensões da família deve ser feito numa perspetiva dinâmica, mostrando que a família é uma instituição em permanente evolução e que a sua estrutura, as suas funções e as relações que se estabelecem entre os seus membros sofrem modificações ao longo do tempo.
Parentesco Como se viu nas secções anteriores, a noção de parentesco é essencial ao conceito de família. Parentesco designa o conjunto das relações que se estabelecem entre dois ou mais indivíduos pelo facto de terem uma ascendência comum ou por motivo de aliança com origem no casamento. No primeiro caso, o parentesco designa-se consanguíneo e, no segundo, por afinidade. A relação entre os pais e os filhos biológicos é um exemplo de parentesco consanguíneo; a relação entre os cônjuges ou entre um dos cônjuges e os parentes consanguíneos do outro cônjuge é um exemplo de parentesco por afinidade. Assim, as palavras “cunhado” ou “cunhada”, “sogro” ou “sogra” designam relações de parentesco por afinidade, enquanto “pai”, “mãe”, “filho”, “filha”, “irmão” ou “irmã” designam relações de parentesco consanguíneo. Para além do parentesco consanguíneo e por afinidade, os sociólogos identificam ainda o parentesco social, que corresponde a um conjunto de laços que exprimem formas de aliança ou de apoio social. O melhor exemplo de parentesco social é o das relações entre padrinho/madrinha e afilhado(a) e das relações do padrinho/madrinha com os pais do(a) afilhado(a) que se designam por relações de compadrio, sendo os padrinhos compadre e comadre do pai e da mãe do(a) afilhado(a).
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O QUE É A FAMÍLIA
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Dimensão funcional – Esta dimensão relaciona-se com a satisfação das necessidades dos membros da família, tais como apoio financeiro, alimentação e vestuário, proteção e socialização das crianças ou apoio emocional entre os cônjuges. Dimensão relacional – A dimensão relacional caracteriza as relações afetivas entre os membros da família. Dimensão simbólica – A dimensão simbólica compreende os valores e atitudes dos membros da família, como as relações de poder ou a afirmação de um ideal de vida dos seus membros.
CAPÍTULO 1
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Família e casamento O casamento é uma instituição social que regula a relação entre dois ou mais indivíduos que iniciam uma vida em comum e entre estes e a sua descendência, seja de natureza biológica ou adotiva. Nos países ocidentais as famílias são baseadas no casamento monogâmico, o qual pode ser definido como a união exclusiva de duas pessoas, entre as quais existe uma relação sexual socialmente aprovada e um conjunto de direitos e deveres relativos aos filhos gerados ou adotados pelo casal. Dado que muitos indivíduos que adotam o casamento monogâmico acabam por se divorciar do cônjuge, unindo-se de novo a outra pessoa, fala-se nesses casos de monogamia em série. Mas esta situação traduz apenas o recasamento de pessoas que já anteriormente viveram casadas e não constitui uma situação de poligamia, a qual não é permitida pelas leis portuguesas. Porém, nem todas as culturas adotaram o casamento monogâmico. Entre as famílias tradicionais da África e da Ásia e nas sociedades islâmicas o casamento pode ser realizado entre um homem e várias mulheres, dando origem a famílias poligâmicas. O termo aplica-se igualmente à união de uma mulher com vários homens, designando-se especificamente por poliandria, enquanto a união de um homem com várias mulheres se designa por poliginia. Se o casamento se realizar entre vários homens e várias mulheres, estamos em presença de um casamento de grupo. Quer a poliandria quer o casamento de grupo são situações raras, conhecendo-se apenas algumas referências na literatura antropológica. No caso da poliandria, esta existia no arquipélago dos Bijagós (Guiné-Bissau) e parece ainda existir no norte da Índia em aldeias dos Himalaias, de acordo com uma reportagem da jornalista Ana Paula Padrão para o “Jornal da Globo” (Padrão, 2004). Segundo esta jornalista, a forma mais comum de constituir família consiste em uma mulher viver com um conjunto de irmãos, embora possa ter o seu preferido. Se a mulher tiver irmãs, elas podem juntar-se também, fazendo uma espécie de casamento de grupo. No que respeita aos casamentos de grupo, há a referir a existência, no Ocidente, de algumas experiências que deram origem a famílias designadas por comunas, onde um grupo de homens e um grupo de mulheres, sem exclusividade sexual, educam em conjunto os filhos de todos. Estas experiências ocorreram no seio do movimento hippie nos anos 60 do século XX, mas não tiveram grande desenvolvimento.
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O casamento pode ser de jure ou de facto. O casamento é chamado de direito (de jure) se for realizado de maneira formal e ficar registado de acordo com as leis em vigor. O casamento é regulado em Portugal pelo Código Civil e é registado na Conservatória do Registo Civil. O casamento de facto, também chamado união de facto, não obedece a qualquer registo e tem origem apenas na vontade dos cônjuges em constituir uma vida em comum. Em Portugal, o casamento e a união de facto são equiparados para efeitos de direitos e deveres dos cônjuges. O casamento e a união de facto entre pessoas do mesmo sexo são também reconhecidos legalmente em Portugal. Porém, ao casal do mesmo sexo não é permitida a adoção de crianças. Na União Europeia o casamento entre pessoas do mesmo sexo é também legal na Bélgica, Dinamarca, Espanha, França, Holanda, Reino Unido e Suécia. O facto de em Portugal ter sido legalizado o casamento entre pessoas do mesmo sexo não quer dizer que exista uma atitude favorável à homossexualidade pela maioria da população portuguesa, conforme se pode ver na Tabela 1.1, onde são sintetizados os resultados de dois estudos. As percentagens de pessoas que se identificam como tendo uma orientação homossexual são ainda mais reduzidas, situando-se conforme os estudos em vários países entre 1% e 4% (Janus e Janus, 1993; Amaro et al., 2004). Em Portugal, a percentagem de pessoas que tiveram relações sexuais com um parceiro do mesmo sexo tem variado também de acordo com os estudos. Na
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O QUE É A FAMÍLIA
Nos países de religião islâmica, as famílias poligâmicas constituem atualmente um grupo minoritário, o que não corresponde à ideia que se tem no Ocidente da família islâmica, pensando-se, geralmente, que a norma é um homem casar com várias mulheres. Não só isso não é a norma, como a tendência é para a condenação da poligamia ou a sua proibição, como já acontece no código civil tunisino desde 1964 e na lei de família de Marrocos desde 2004, países em que a maioria da população é de religião islâmica.
CAPÍTULO 1
Embora a cultura tradicional africana e o Islamismo aceitem a família de tipo poligâmico, tem-se assistido a uma diminuição deste tipo de família quer na África não muçulmana, quer nos países onde predomina a religião islâmica.
pesquisa conduzida pelo Autor em 1999, com base numa amostra representativa da população portuguesa, a percentagem de homens e mulheres que tiveram relacionamento sexual com uma pessoa do mesmo sexo foi de 0,9% e 0,6%, respetivamente (Amaro et al., 2004). No estudo realizado em 2007, pelo Instituto de Ciências Sociais (ICS), igualmente com base numa amostra representativa da população portuguesa, a percentagem foi de 3,2% relativamente às pessoas sexualmente ativas (Ferreira e Cabral, 2010: 160). Em França, no estudo publicado por Spira et al. em 1993 são referidas 4,1% e 2,6%, respetivamente, para homens e mulheres, no que respeita a pelo menos uma experiência homossexual ao longo da vida, e as percentagens de 1,1% e 0,3%, respetivamente, referentes ao último ano (Spira et al., 1993: 138).
TABELA 1.1 – PERCENTAGEM DE HOMENS E MULHERES QUE TINHAM ATITUDES TOLERANTES A RESPEITO DAS RELAÇÕES HOMOSSEXUAIS NA POPULAÇÃO PORTUGUESA (EM %) ANO
HOMENS
MULHERES
1990
9,6
12,3
Relações homossexuais entre homens: 20,2
Relações homossexuais entre homens: 37,7
Relações homossexuais entre mulheres: 23,3
Relações homossexuais entre mulheres: 36,0
1999
Fonte: Amaro, Fausto et al. (2004).
Características da família contemporânea Uma das características da sociedade contemporânea é a da pluralidade das formas de família, o que torna difícil isolar as características comuns aos vários tipos. Para o sociólogo François de Singly (1993) a família contemporânea mantém as tendências já enunciadas no final do século XIX por Durkheim, sendo caracterizada principalmente pelos seguintes aspetos: ■■
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Maior dependência da família face ao Estado. Maior independência face à rede de parentes. Maior importância do indivíduo nas relações familiares.
A estas três características poderia acrescentar-se a tendência para uma maior igualdade de género. A crescente dependência face ao Estado coexiste com o conceito de família como espaço privado, onde as relações entre os seus membros se baseiam cada vez
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Do ponto de vista jurídico, o Estado regula, entre outros, o casamento, o divórcio, a interrupção voluntária da gravidez ou as responsabilidades parentais; do ponto de vista económico, regula o trabalho, as reformas, as prestações da Segurança Social, a poupança, o acesso à habitação, etc.; finalmente, do ponto de vista institucional, o Estado organiza o sistema escolar, a guarda de crianças, favorece a emancipação da mulher ou procura prevenir a violência na família. Ao mesmo tempo que a família se torna mais dependente do Estado, torna-se menos dependente da rede de parentes, sobretudo no que respeita ao suporte social e apoio na velhice. Os parentes também têm na família contemporânea menor interferência no que respeita à regulação dos padrões de comportamento, nomeadamente no que respeita à escolha do cônjuge e ao estilo de vida adotado pelos filhos. Mas esta tendência não eliminou na família contemporânea a importância das redes de parentesco, estruturando-se as relações entre parentes de nova forma. Vários estudos têm mostrado que os parentes fora da família conjugal continuam a desempenhar um papel importante na prestação de serviços, como a guarda de crianças, ou através de ajuda na aquisição de habitação ou na obtenção de um emprego. Estas mudanças nas relações com a parentela estruturaram também os tempos de convívio, transferindo para os períodos de lazer a interação familiar mais intensa. Nos restantes períodos de tempo, a família conjugal vive circunscrita a si própria ou a um grupo de amigos, geralmente colegas de trabalho de um ou de ambos os cônjuges. Finalmente, a família contemporânea é caracterizada por uma maior importância atribuída ao indivíduo e, em consequência, uma diminuição da importância dos aspetos comuns ao grupo familiar. Daqui resulta a valorização das decisões individuais e da independência no que respeita à escolha da profissão, das relações amorosas ou do local de residência. Esta última tendência verifica-se no aumento das pessoas solteiras, homens e mulheres, a viverem sozinhas, no aumento do fenómeno da coabitação e do número de divórcios, três tendências identificadas nas sociedades contemporâneas ocidentais.
S O C I O LO G I A DA FA M Í L I A
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O QUE É A FAMÍLIA
A crescente interferência por parte do Estado tem-se verificado em todas as áreas da família, com intervenções de caráter jurídico, económico ou institucional.
CAPÍTULO 1
mais no interesse em estar juntos, em partilhar a intimidade e onde a qualidade das relações é cada vez mais valorizada (Singly, 1993: 7).
A família não pode ser estudada isolada das restantes estruturas sociais. Por isso, os sociólogos da família têm dado atenção às relações da família com outras áreas sociais, principalmente às relações entre a família e o trabalho, entre a família e o Estado, a família e o género e em algumas sociedades a família e a religião. Esta última questão tem sido especialmente valorizada nas sociedades de influência islâmica.
QUATRO TENDÊNCIAS DA FAMÍLIA NA SOCIEDADE ATUAL ■■
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aior dependência face ao Estado M Maior independência face à rede de parentes Maior importância do indivíduo nas relações familiares Maior igualdade de género
Família e globalização A família não deve ser analisada apenas do ponto de vista ocidental. Várias obras clássicas mostraram já essa orientação, sendo fundamental a referência à obra de William Goode, Revolução Mundial e Padrões de Família, editada em 1963. Por outro lado, as migrações internacionais proporcionam contactos com diferentes visões do mundo e diferentes conceções de família, alterando a estrutura e a dinâmica das famílias nos países de destino. Portugal, tradicionalmente um país de emigração, é atualmente um país recetor de imigrantes, cuja presença pode levantar novas questões no âmbito da Sociologia da Família. Entre as questões suscitadas pelas migrações podem indicar-se as seguintes: ■■
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■■
Os casamentos inter-raciais. A integração social de famílias oriundas de meios culturais diferentes. A questão do reagrupamento familiar relativa aos imigrantes que têm no país de origem famílias poligâmicas.
Relativamente aos casamentos de nacionais com pessoas oriundas de outros países, a principal questão a estudar está relacionada com a possibilidade de a parentalidade assentar em padrões culturais diferentes. Este facto poderá ter influência nas formas de adaptação do casal e igualmente no processo de socialização das crianças.
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OLHAR SOCIOLÓGICO
Família e casamento na sociedade tradicional dos Nayar Os Nayar ou Nair eram uma casta do estado de Kerala, no extremo sudoeste da Índia. É neste estado que se situa a cidade de Calecute, à qual Vasco da Gama aportou em 1498. A sociedade tradicional dos Nayar, antes do período de domínio britânico em 1792, foi estudada pela antropóloga inglesa Kathleen Gough (1925-1990). Segundo Kathleen Gough, o casamento entre os Nayar realizava-se através de um ritual próprio entre um homem adulto e uma mulher, antes de esta atingir a puberdade, mas este casamento não criava nenhuma obrigação nem para o homem nem para a sua jovem esposa. A única obrigação da mulher era estar presente no funeral do marido. A partir da puberdade, a mulher assim casada iniciava o relacionamento sexual com os homens da aldeia, os quais se podiam relacionar com um número ilimitado de mulheres casadas segundo o ritual, desde que fossem da mesma casta ou de casta inferior. Às mulheres era também permitido o relacionamento com vários homens, havendo algumas que chegavam a ter 12 parceiros sexuais diferentes. O homem chegava ao princípio da noite e saía antes do pequeno-almoço na manhã seguinte. Destes relacionamentos não resultavam quaisquer obrigações para os homens ou para as mulheres e as crianças eram criadas pelo grupo de parentes, onde a liderança era exercida pelo homem mais velho do grupo. O comportamento dos Nayar foi desaparecendo durante o século XIX e nos anos 30 do século XX a monogamia tornou-se a única forma legal de casamento, mas o exemplo dos Nayar é por vezes dado para demonstrar que a família não é uma instituição universal e que o casamento numa sociedade matrilinear como a dos Nayar não tem nenhuma função a desempenhar. Assim, a única relação universal seria aquela que se estabelece entre a mãe e o filho.
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O QUE É A FAMÍLIA
No que respeita à questão do reagrupamento familiar previsto na Lei n.º 23/2007, de 4 de Julho, reformulada depois pela Lei n.º 29/2012 de 9 de Agosto, a principal questão que interessa à Sociologia da Família é a que se relaciona com a possibilidade de imigrantes com famílias de tipo poligâmico no país de origem quererem trazer para Portugal as várias esposas, o que não é permitido pelas leis portuguesas.
CAPÍTULO 1
A segunda questão remete para políticas de integração das famílias de imigrantes. Estas podem seguir quer modelos de assimilação, quer o da integração multicultural ou qualquer combinação dos dois.
Atividades 1. Escreva um pequeno texto desenvolvendo o seu ponto de vista sobre a adoção de crianças por casais do mesmo sexo, explicitando os argumentos a favor da sua posição. 2. Com base no conhecimento que tem da sua família e das famílias dos seus amigos, que tendência encontra relativamente ao local de residência dos novos casais? Qual das seguintes situações é mais frequente? a. Os novos casais vão residir para próximo dos pais dela. b. Os novos casais vão residir para próximo dos pais dele. c. Os novos casais não têm em consideração a residência dos pais para escolher o local de residência. 3. Tendo em conta a resposta à questão anterior, quais são, na sua opinião, as razões que levam os novos casais a tomar a atitude referida?
PRINCIPAIS CONCEITOS DO CAPÍTULO
Adoção Casamento Família Globalização Grupo doméstico Monogamia Orientação sexual Parentesco Poliandria Poligamia Poliginia Reagrupamento familiar Residência avunculocal Residência matrilocal Residência patrilocal União de facto
SUGESTÕES BIBLIOGRÁFICAS
Barata, Óscar Soares (1976). Introdução às Ciências Sociais. II. Lisboa: Bertrand Editora. Batalha, Luís (2005). Antropologia: Uma Perspectiva Holística. Lisboa: ISCSP. Leandro, Maria Engrácia (2004). Sociologia da Família nas Sociedades Contemporâneas. Lisboa: Universidade Aberta. Singly, François de (1993). Sociologie de la Famille Contemporaine. Paris: Nathan.
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CAPÍTULO 7
PAIS E FILHOS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
O nascimento das crianças ocorre no seio das famílias e, por isso, o tema “Pais e Filhos” é uma questão importante a abordar, depois de terem sido estudados os vários tipos de família. O objetivo deste capítulo é analisar as variáveis condicionantes da dimensão das famílias, bem como a socialização das crianças e os problemas que se relacionam com as necessidades das famílias nesta matéria.
2. Analisar a socialização das crianças e os seus problemas. 3. Atentar às expectativas dos pais relativamente ao futuro dos seus filhos, com base nos resultados dos inquéritos publicados sobre esta matéria. 4. Avaliar a questão da guarda das crianças em famílias em que ambos os cônjuges exercem uma profissão fora do lar.
Fecundidade O termo “fecundidade” designa a possibilidade de a mulher ter filhos. O termo “fertilidade” refere-se, também, à possibilidade de a mulher ter filhos, mas é usado em sentido fisiológico, usando-se o primeiro termo relativamente aos nascimentos efetivos. Em inglês também existem estes dois termos, mas é a palavra fertility que corresponde ao conceito de fecundidade.
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PAIS E FILHOS
1. Compreender a evolução da natalidade em Portugal e as principais variáveis associadas.
CAPÍTULO 7
Assim, os objetivos de aprendizagem são os seguintes:
Em termos demográficos, a fecundidade é geralmente referida a 1 ano e mede-se pela taxa de fecundidade geral, que representa o número de nados-vivos durante o ano, por cada 1.000 mulheres em idade fértil, dos 15 aos 49 anos. A fecundidade pode ainda ser referida a uma geração, a uma coorte de mulheres, ou, ainda, a um determinado grupo de mulheres com determinada característica (idade, profissão, habilitações literárias, etc.), designando-se, neste caso, por fecundidade específica. Normalmente, usa-se o índice sintético de fecundidade, que traduz o número médio de filhos por mulher. Na realidade, tem-se registado uma redução gradual deste número em todos os países desenvolvidos. Em Portugal, no período de 1930-34 era de 3,75; baixou para 3,16 no período de 1958-62 e para 2,21 em 1982 (Barata, 1985). O índice continuou a baixar, tendo atingido 1,45 em 1994 e 1996. Nos anos seguintes, registou-se um ligeiro aumento; contudo, em 2002 era de 1,47, em 2011 de 1,35 e em 2012 de 1,28. O decréscimo das taxas de fecundidade verifica-se em todos os países desenvolvidos, embora em Portugal, à semelhança de outros países do sul da Europa, se tenha verificado um pouco mais tarde que nos restantes países da União Europeia. A baixa do número médio de crianças por mulher, em idade fértil, verifica-se em todos os grupos etários, sendo o grupo dos 25 aos 29 anos aquele em que o índice de fecundidade é mais elevado, pois é neste grupo de idades que se realizam mais casamentos. A indicação da taxa de fecundidade não nos elucida sobre as relações entre o casamento e o nascimento dos filhos, pois as mulheres podem ter filhos dentro ou fora do casamento, sendo aconselhável o cálculo das duas taxas. A taxa de fecundidade fora do casamento tem variado ao longo dos anos. Assim, em 1900 foi de 11,6%; em 1950, de 11,8%; e em 1975, de 7,2%. Desde então aumentou para 9,2% em 1980; para 14,7% em 1990; e para 22,2% no ano 2000. Em 2001, voltou a descer para 12,3%. A percentagem de nascimentos fora do casamento está relacionada com o número de pessoas a viver em coabitação e com o número de mulheres solteiras a viver sozinhas em determinado ano.
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Fecundidade e planeamento familiar O fenómeno da queda da taxa de fecundidade (Quadro 7.1) tem sido explicado pelo desenvolvimento económico, pela baixa da mortalidade infantil, pela melhoria dos serviços de Segurança Social e pelo novo status da mulher. O desenvolvimento económico terá levado os casais a investir mais nas suas condições de vida em detrimento de ter mais filhos. Por outro lado, a consciência da possibilidade de ter um melhor nível de vida leva também a ambicionar essa vida para os filhos, a qual só será viável se a família não for muito numerosa. Esta atitude é facilitada pela baixa na mortalidade infantil, não existindo já a necessidade de ter muitos filhos na esperança que sobrevivam alguns, como acontecia no passado. A melhoria do sistema de Segurança Social veio, por seu lado, diminuir a importância dos filhos como uma forma de segurança na velhice.
QUADRO 7.1 – ÍNDICE SINTÉTICO DE FECUNDIDADE EM PORTUGAL (1971-2012) ANO
ÍNDICE
ANO
ÍNDICE
1971 1972 1973 1974 1975 1976 1977 1978 1979 1980 1981 1982 1983 1984 1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991
2,99 2,85 2,76 2,69 2,75 2,81 2,68 2,45 2,31 2,25 2,13 2,08 1,96 1,91 1,73 1,67 1,63 1,62 1,58 1,57 1,56
1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012
1,54 1,52 1,45 1,41 1,45 1,47 1,48 1,51 1,55 1,45 1,47 1,44 1,41 1,42 1,38 1,35 1,40 1,35 1,39 1,35 1,28
Fonte: Portal do INE.
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PAIS E FILHOS
CAPÍTULO 7
Finalmente, o novo status da mulher leva-a a valorizar outros aspetos da vida para além dos filhos, como atingir níveis mais elevados de instrução, ter uma carreira ou simplesmente não ter ou ter poucos filhos. Em consequência, a idade do casamento é adiada e o número de filhos, bem como a altura em que devem nascer, são mais programados do que no passado. Tudo isso veio a ser facilitado pela maior acessibilidade aos métodos anticoncecionais (Tabela 7.1).
TABELA 7.1 – TAXA DE FECUNDIDADE GERAL POR GRUPOS DE IDADE EM PERMILAGEM EM PORTUGAL (1991-2012) ANO
GRUPOS ETÁRIOS 15-19
20-24
25-29
30-34
35-39
40-44
45-49
1991
23,5
85,2
110,0
65,1
24,3
5,7
0,5
1992
22,6
79,6
109,7
67,2
24,0
5,6
-
1993
22,5
75,3
106,2
69,2
24,4
5,4
-
1994
21,2
68,4
101,1
67,8
24,4
5,3
-
1995
20,5
62,9
97,2
69,8
25,1
5,3
-
1996
20,9
61,9
97,7
74,3
27,1
5,3
-
1997
21,3
61,7
97,7
77,1
29,1
5,6
-
1998
20,6
59,3
97,0
81,1
30,2
5,4
-
1999
21,0
59,7
98,3
82,3
33,1
6,0
-
2000
22,0
61,4
99,7
86,9
34,8
6,5
0,5
2001
20,9
56,7
92,7
80,9
33,8
6,6
-
2002
21,3
54,6
93,1
83,4
35,1
6,8
-
2003
20,1
51,2
89,7
84,6
35,7
7,1
-
2004
19,8
48,2
85,3
83,6
36,1
7,3
-
2005
19,0
47,6
84,3
85,3
37,6
7,4
-
2006
16,98
45,49
79,63
83,77
38,37
7,65
0,42 0,32
2007
16,93
44,09
76,12
82,75
39,37
7,41
2008
16,18
45,90
76,74
85,76
42,03
7,84
0,43
2009
15,53
43,78
72,73
82,48
41,59
8,03
0,46
2010
14,71
44,36
74,70
85,58
44,21
9,10
0,47
2011
13,29
40,51
75,08
86,30
45,33
9,30
0,42
2012
12,15
37,51
71,44
82,84
43,39
8,99
0,52
Fonte: Portal do INE.
Os métodos contracetivos Os casais têm hoje ao seu dispor não só informação científica sobre os vários métodos de contraceção, mas igualmente apoio nos serviços de saúde para poderem planear o nascimento dos filhos. Entre os vários métodos podem referir-se os seguintes:
Contraceção hormonal oral (pílula) A pílula anticoncecional é considerada um dos métodos mais eficazes. É composta por hormonas sintéticas semelhantes às produzidas no ovário da mulher, que têm como efeito impedir a ovulação.
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A pílula foi introduzida no final dos anos 60 do século XX e teve um enorme impacto no planeamento familiar, bem como na evolução da sexualidade feminina, uma vez que a mulher controlava ela própria a gravidez, o que lhe permitia usufruir mais livremente da sua sexualidade.
Contraceção hormonal injetável Este método contracetivo é também considerado de grande eficácia, sendo aplicado sob a forma de uma injeção intramuscular de 12 em 12 semanas.
Dispositivo Intrauterino (DIU) Trata-se de um dispositivo, geralmente fabricado em plástico e metal, medindo entre 2,5 cm e 3,5 cm, e que é colocado no interior do útero com o objetivo de impedir a nidificação do óvulo e a passagem dos espermatozoides.
O diafragma é uma rodela de material macio que se coloca à entrada do útero para impedir a passagem dos espermatozoides.
Preservativo masculino O preservativo masculino é um dos mais antigos métodos contracetivos. Embora o preservativo não tenha contraindicações, sempre houve uma certa resistência ao seu uso, por duas razões. A primeira está relacionada com o tipo de sexualidade masculina de caráter dominador e, portanto, pouco preocupada com a prevenção da gravidez. A segunda relaciona-se com os mitos associados ao preservativo, de que diminui o prazer e interfere na comunicação amorosa. Atualmente, a necessidade de proteção face à infeção pelo vírus da SIDA e outras Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST) levou ao aumento do seu uso e ao desenvolvimento da tecnologia do seu fabrico, de tal forma que o preservativo de hoje tem pouca comparação com o preservativo do passado, sendo quase como uma segunda pele.
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PAIS E FILHOS
Diafragma
CAPÍTULO 7
O uso do DIU foi desde o início criticado por setores católicos, que o consideram um método abortivo e, portanto, condenável pela Igreja Católica.
9cm x 24cm
17cm x 24cm
A temática da família sempre interessou os cientistas sociais. Contudo, a Sociologia da Família foi inicialmente um ramo do saber sociológico relativamente pouco desenvolvido. Atualmente, representa uma área que tem tido um grande crescimento e sido tema de numerosas pesquisas, já que a família, para além de continuar a ser considerada uma instituição social básica, passou também a ser vista como uma instituição onde se cruzam outras especialidades da Sociologia, como o Trabalho, o Lazer, a Educação, a Religião, entre outras.
M
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CM
MY
CY
CMY
Trata-se de uma obra que procura servir de guia de estudo aos estudantes desta área do saber, sendo igualmente útil aos profissionais (sociólogos, assistentes sociais, antropólogos, psicólogos, mediadores, profissionais de saúde, entre outros) que lidam com as questões da família nos mais diversos contextos. Para além da sua utilização académica e profissional, o livro destina-se igualmente ao público em geral interessado nesta matéria.
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Os principais temas da Sociologia da Família destacados neste livro são:
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Dados estatísticos atualizados periodicamente no site da editora até à primeira das seguintes datas: data da publicação de nova edição ou 31 de dezembro de 2015.
ISBN 978-989-693-031-8
Mais informações em www.pactor.pt
9 789896 930318
Fausto Amaro
Com temas atuais e diversos – cidadania, empowerment, teleassistência, snoezelen, deficiência, urbanização –, esta obra oferece uma visão inovadora e apresenta estratégias de intervenção com idosos.
Casamento e vida íntima Desenvolvimento da família no ocidente Estrutura da família em Portugal Pais e filhos Papéis familiares Violência doméstica Divórcio e recasamento Envelhecimento Família e religião
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Da autoria de especialistas de Portugal e do Brasil, este livro oferece uma visão global, diversificada e atualizada sobre o complexo e interessante campo da saúde e da doença em ambos os países.
Este livro surge assim com o principal objetivo de abordar as questões da Sociologia da Família de uma forma simples e ao mesmo tempo rigorosa. Cada capítulo apresenta os principais conceitos e teorias sobre a família, fundamentados pelos dados estatísticos mais recentes, e terminando sempre com um conjunto de atividades e sugestões bibliográficas para aprofundamento da matéria.
Sociologia da família
Sociologia da família
14, 5
17cm x 24cm
Fausto Amaro
Sociologia da família
Fausto Amaro É Professor Catedrático, Doutorado e Agregado em Sociologia no Instituto de Ciências Sociais e Políticas (ISCSP), Universidade de Lisboa, onde foi Professor de Sociologia da Família e coordenador da licenciatura em Serviço Social, mestrado e doutoramento em Política Social. Em 2005, fundou e dirigiu o Centro de Estudos da Família no ISCSP, mais tarde integrado no Centro de Administração e Políticas Públicas (CAPP), de que é o atual Presidente, na mesma instituição. É membro do Comité de Pesquisa sobre a Família, na Associação Internacional de Sociologia (AIS). Tem investigado sobre diversos temas relacionados com a família, como crianças em risco, sexualidade e envelhecimento, sendo que alguns dos resultados das suas pesquisas são publicados nesta obra, fornecendo exemplos que contribuem para aumentar a clareza e o interesse deste livro.