Sérgio Madeira / J. João Sousa / José Alberto Gonçalves
TOPOGRAFIA Exercícios e Tratamento de Erros
GEOMÁTICA
Índice Sobre o Livro ............................................................................................................................................................................... VII Lista de Siglas .............................................................................................................................................................................. IX 1. Nivelamento ............................................................................................................................................................................
1
1.1 Introdução............................................................................................................................................. 1.2 Nivelamento Geométrico ..................................................................................................................... 1.2.1 Desenvolvimento do trabalho de campo ................................................................................... 9HUL¿FDomR H FRUUHomR GR HUUR GH LQFOLQDomR ............................................................................. 1.3 Nivelamento Trigonométrico ............................................................................................................... 1.3.1 Desenvolvimento do trabalho de campo ................................................................................... 1.4 Exercícios Resolvidos sobre Nivelamento Geométrico ....................................................................... 1.4.1 Implantação de estufa .................................................................................................................. 1.4.2 Poligonal simples ....................................................................................................................... 1.4.3 Poligonal para implantação de canal de rega............................................................................. 1.4.4 Poligonal para implantação de estrutura .................................................................................... 1.4.5 Poligonal com contranivelamento ............................................................................................. 1.5 Exercícios Resolvidos sobre Nivelamento Trigonométrico ................................................................. 1.5.1 Poligonal planimétrica e altimétrica .......................................................................................... 1.5.2 Poligonal altimétrica ..................................................................................................................
1 1 1 2 3 3 4 4 10 13 17 21 25 25 28
2. Apoio Topográfico ................................................................................................................................................................... 31 2.1 Introdução............................................................................................................................................. 2.2 Calibração do Equipamento (Antes das Medidas) ............................................................................... 2.2.1 Medição de ângulos ................................................................................................................... 2.2.1.1 Observações ou leituras conjugadas ............................................................................. 2.2.1.2 Erro de colimação ......................................................................................................... 2.2.1.3 Erro de inclinação ......................................................................................................... 2.2.1.4 Erro de índice ............................................................................................................... 2.2.2 Medição de distâncias ................................................................................................................ 2.2.2.1 Precisão de um EDM .................................................................................................... 2.2.2.2 Constante do prisma e sua determinação ..................................................................... 2.3 Exercícios Resolvidos .......................................................................................................................... 2.3.1 Cálculo e compensação de poligonal......................................................................................... 2.3.2 Cálculo e compensação de poligonal sem referências prévias .................................................. 2.3.3 Ligação à rede com interseção direta ........................................................................................ 2.3.4 Ligação à rede com interseção inversa ...................................................................................... 2.3.5 Ligação à rede com uma distância e um ângulo ........................................................................ 2.3.6 Ligação à rede com duas distâncias e um ângulo ......................................................................
31 31 31 32 32 33 33 34 34 35 36 36 42 51 56 64 68
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3. Levantamento Topográfico ..................................................................................................................................................... 75 3.1 Introdução............................................................................................................................................. (UURV (QYROYLGRV QRV 7UDEDOKRV GH /HYDQWDPHQWR 7RSRJUi¿FR .......................................................... $ HOLSVH GH WROHUkQFLD DSOLFDGD DR PpWRGR GD LUUDGLDomR OHYDQWDPHQWR WRSRJUi¿FR .............. 3.2.1.1 Determinação do erro transversal ................................................................................. 3.2.1.2 Determinação do erro longitudinal ............................................................................... 3.2.1.3 Distância máxima a usar na irradiação ......................................................................... 3.3 Exercícios Resolvidos .......................................................................................................................... 3.3.1 Levantamento por irradiação .....................................................................................................
75 75 75 77 79 79 80 80
VI
Topografia – Exercícios e Tratamento de Erros 3.3.2 Coordenação de pontos .............................................................................................................. 86 3.3.3 Observação e cálculo de poligonal aberta ................................................................................. 90 3.3.4 Levantamento por irradiação ..................................................................................................... 93
4. Trabalho sobre Plantas e Cartas Topográficas...................................................................................................................... 99 4.1 4.2 4.4
Introdução............................................................................................................................................. Conversão entre Unidades de Área ...................................................................................................... 'LVWkQFLDV QR 3ODQR &DUWRJUi¿FR H 0HGLomR GH ÈUHDV ........................................................................ Exercícios Resolvidos .......................................................................................................................... 4.4.1 Área por ângulos e distâncias horizontais ................................................................................. 4.4.2 Volume de terras a movimentar num lote .................................................................................. 4.4.3 Volume de terras a movimentar em aterro e escavação ............................................................. 4.4.4 Volume de terras a remover ....................................................................................................... 4.4.5 Cálculo de volume de terras por divisão em prismas verticais..................................................
99 99 100 103 103 106 110 114 117
5. GNSS e Transformações de Coordenadas .............................................................................................................................. 123 5.1 Introdução............................................................................................................................................. 5.2 Redes de Estações Permanentes em Portugal....................................................................................... 5.2.1 A rede RENEP ........................................................................................................................... 5.2.2 A rede SERVIR .......................................................................................................................... 5.3 Obtenção de Coordenadas WGS84 ...................................................................................................... 5.3.1 Obtenção de coordenadas aproximadas por pseudodistâncias .................................................. 5.3.2 Obtenção de coordenadas WGS84 por PPP .............................................................................. 5.4 GNSS e Altitudes Ortométricas............................................................................................................ 5.4.1 Modelo nacional de ondulações do geoide ................................................................................ 5.4.2 Modelos de geoide globais ........................................................................................................ 5.5 Exercícios Resolvidos ............................................................................................................................ 5.5.1 Transformação entre os data ITRF2005 e ETRS89 no âmbito da operação com as redes RENEP e SERVIR ..................................................................................................................... 5.5.2 Ajuste a um datum local com uma transformação a sete parâmetros ........................................ 5.5.3 Determinação de uma altitude ortométrica usando o GeodPT08 e um modelo global do geoide......................................................................................................................................... 5.5.4 Posicionamento por pseudodistâncias ....................................................................................... 5.5.5 PPP (Precise Point Positioning) ................................................................................................
123 123 124 124 124 124 125 126 127 128 129 129 136 143 146 149
Referências Bibliográficas ............................................................................................................................................................. 151 Índice Remissivo ........................................................................................................................................................................... 153 Glossário de Termos – Português Europeu e Português do Brasil ......................................................................................... 157
Sobre o Livro Na sequĂŞncia do lançamento do livro 7RSRJUDÂżD Âą &RQFHLWRV H $SOLFDo}HV (Gonçalves, Madeira e Sousa, 2012), que vai jĂĄ na sua 3.ÂŞ edição, os Autores decidiram complementĂĄ-lo FRP R SUHVHQWH OLYUR GH H[HUFtFLRV GH 7RSRJUDÂżD 3HUFRUUHQGR RV FRQWH~GRV DSUHVHQWDGRV nesse livro, sĂŁo aqui propostos problemas-tipo e, para cada um, ĂŠ apresentada uma resolução detalhada. Cada capĂtulo inicia com o enquadramento do tema e desenvolve, sempre TXH SRVVtYHO D SDUWH UHODFLRQDGD FRP D YHULÂżFDomR GRV HTXLSDPHQWRV XVDGRV 2V YiULRV exercĂcios resolvidos que fazem parte do livro sĂŁo sempre tratados e analisados atendendo aos erros que lhes poderĂŁo estar associados. Desta forma, o leitor poderĂĄ habituar-se Ă s boas prĂĄticas, adquirindo, ao mesmo tempo, um sentido crĂtico no tratamento de observaçþes de campo, tendo sempre em conta os erros (diretos, indiretos, sistemĂĄticos, instrumentais, etc.) associados a cada tipo de problema. Para alĂŠm da resolução de cada exercĂcio em papel e/ou em formato digital, quando o exercĂcio a isso se presta, o leitor poderĂĄ, tambĂŠm, aceder a sugestĂľes prĂĄticas que lhe poderĂŁo ser de grande utilidade no desempenho das suas atividades SURÂżVVLRQDLV H RX DFDGpPLFDV
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1R &DStWXOR p DERUGDGR R WHPD GR QLYHODPHQWR WRSRJUiÂżFR GLYLGLGR QDV VXDV YHUWHQWHV principais: o nivelamento geomĂŠtrico e o nivelamento trigonomĂŠtrico. Para cada tipo de nivelamento, ĂŠ dada uma explicação prĂŠvia sobre os processos de observação e cĂĄlculo de GHVQtYHLV EHP FRPR DOJXPDV LQGLFDo}HV UHODWLYDPHQWH j YHULÂżFDomR GRV LQVWUXPHQWRV GH medida. Os exercĂcios abrangem a determinação de altitudes ou de cotas de pontos atravĂŠs da observação de poligonais de nivelamento e outros temas relacionados, como sejam o cĂĄlFXOR GH GHFOLYHV H LQFOLQDo}HV DV PRGLÂżFDo}HV GH FRWD RX D HODERUDomR GH SHUÂżV GH WHUUHQR 1R &DStWXOR SRU VXD YH] RV $XWRUHV GHEUXoDP VH VREUH R DSRLR WRSRJUiÂżFR $ERUGD VH VREUHWXGR D TXHVWmR GD OLJDomR j UHGH WRSRJUiÂżFD LVWR p D SRVVLELOLGDGH GH DV FRRUGHQDGDV GRV SRQWRV REVHUYDGRV QR kPELWR GH XP OHYDQWDPHQWR WRSRJUiÂżFR HVWDUHP QXP UHIHUHQFLDO QDFLRQDO PXLWDV YH]HV PDWHULDOL]DGR HP UHGHV WRSRJUiÂżFDV PXQLFLSDLV DSUHVHQWDQGR VH para isso, vĂĄrias metodologias em diferentes exercĂcios. DĂĄ-se ainda bastante destaque Ă resolução em ambiente CAD (Desenho Assistido por Computador), visto que algumas das metodologias, como a interseção direta e a interseção inversa, sĂŁo facilmente implementĂĄveis dessa forma, e, ainda, Ă obtenção de coordenadas recorrendo Ă tecnologia GNSS (*OREDO 1DYLJDWLRQ 6DWHOOLWH 6\VWHPV, em portuguĂŞs, Sistemas Globais de Navegação por SatĂŠlite), pois, hoje em dia, essa ĂŠ uma tecnologia indispensĂĄvel neste tipo de trabalho. A questĂŁo dos erros instrumentais que afetam as medidas de uma estação total e as formas de os eliminar ou reduzir ĂŠ tambĂŠm tratada, uma vez que a observação de ângulos e de distâncias se deve efetuar com o maior rigor possĂvel. Ainda neste capĂtulo, apresentam-se formas de estimar a precisĂŁo das coordenadas obtidas pelos mĂŠtodos utilizados. 1R &DStWXOR Gi VH D FRQKHFHU VLWXDo}HV FRPXQV DR QtYHO GRV OHYDQWDPHQWRV WRSRJUiÂżFRV VREUHWXGR R OHYDQWDPHQWR WRSRJUiÂżFR SRU LUUDGLDomR FRPSOHPHQWDGR FRP DOJXQV H[HUFtcios-tipo que envolvem rumos, distâncias e coordenadas. Num dos exercĂcios, ĂŠ mostrado, inclusivamente, como se deve calcular a altura de um edifĂcio sem ter de visitar o seu topo,
VIII
Topografia – ExercĂcios e Tratamento de Erros
o que ĂŠ aplicĂĄvel a qualquer outro tipo de objeto do qual se pretenda saber a altura, a partir das observaçþes de uma estação total. Trata-se, ainda, a questĂŁo da representação em planta, dando particular ĂŞnfase Ă determinação da escala a usar. Na parte inicial do capĂtulo, a tĂłnica ĂŠ colocada nos erros de observação nas medidas e na forma como estes afetam a precisĂŁo GDV FRRUGHQDGDV REWLGDV PRVWUDQGR DVVLP FRPR p SRVVtYHO HVWLPDU D SUHFLVmR ÂżQDO GH XP levantamento. No CapĂtulo 4, ilustram-se mĂŠtodos para obter informação geomĂŠtrica a partir de cartas RX SODQWDV WRSRJUiÂżFDV Mi H[LVWHQWHV 2V H[HUFtFLRV HVFROKLGRV YHUVDP SDUWLFXODUPHQWH D medição de ĂĄreas e volumes sobre as cartas, embora um dos mĂŠtodos de medição de ĂĄreas apresentado num dos exercĂcios seja mais adequado Ă utilização de medidas obtidas diretamente no terreno, nomeadamente, ângulos e distâncias. Atendendo a que, em muitos dos exercĂcios, se aborda a questĂŁo do volume de terras a movimentar em função de novos projetos a implantar no terreno, os Autores consideraram pertinente fazer acompanhar alguns exercĂcios do assunto da piquetagem de projetos. SĂŁo, ainda, mostradas formas para estimar a precisĂŁo ou o erro mĂĄximo nos volumes calculados atravĂŠs das respetivas fĂłrmulas de propagação de erros. Hoje em dia, a utilização da tecnologia de posicionamento por satĂŠlite para obtenção de informação georreferenciada ĂŠ bastante comum, havendo evidentes e vantajosas aplicaçþes j 7RSRJUDÂżD 1R &DStWXOR IRFDP VH DV SULQFLSDLV WpFQLFDV GH REVHUYDomR FRP UHFHWRUHV GNSS, particularizando para o caso portuguĂŞs. Neste âmbito, sĂŁo discutidos os sistemas de FRRUGHQDGDV XVDGRV DV HVWUDWpJLDV D DGRWDU QD FRQYHUVmR PDLV HÂżFLHQWH HQWUH RV GLIHUHQWHV VLVWHPDV GH FRRUGHQDGDV HP MRJR DVVLP FRPR IRUPDV HÂżFLHQWHV GH HIHWXDU DMXVWHV ORFDLV TambĂŠm a problemĂĄtica da conversĂŁo entre altitudes elipsoidais (as obtidas primariamente com esta tecnologia) e altitudes ortomĂŠtricas ĂŠ retratada. SĂŁo propostos diferentes exercĂcios TXH WUDWDP HVWHV FRQWH~GRV DWUDYpV GH H[HPSORV FRQFUHWRV H GHVFUHYHQGR GHWDOKDGDPHQWH os passos envolvidos na sua resolução. Em suma, complementando esta obra o livro 7RSRJUDÂżD Âą &RQFHLWRV H $SOLFDo}HV, dos mesmos Autores (Gonçalves, Madeira e Sousa, 2012), o leitor deverĂĄ aprofundar aĂ os conceitos abordados ao longo dos exercĂcios resolvidos. De um modo geral, percorrem-se neste livro, 7RSRJUDÂżD Âą ([HUFtFLRV H 7UDWDPHQWR GH (UURV RV FRQWH~GRV IXQGDPHQWDLV GD 7RSRJUDÂżD GH XP SRQWR GH YLVWD VREUHWXGR SUiWLFR GRWDQGR RV SURÂżVVLRQDLV GD iUHD GH XP DX[LOLDU YDOLRVR na prossecução dos seus trabalhos de campo e de gabinete e facultando, ainda, aos estudanWHV GH 7RSRJUDÂżD RX GH iUHDV TXH QHFHVVLWHP GHVWHV FRQFHLWRV XPD IHUUDPHQWD GH HVWXGR que decerto serĂĄ de grande utilidade.
Nivelamento
/$
/Âś% /%
/% /$
' ' ' P D P
3
' Âą P
§ P
' P D P
E
D Figura 1.1
Verificação do estado do nĂvel: (a) observação a distâncias iguais para obtenção do desnĂvel verdadeiro; e (b) observação prĂłxima de uma mira para fazer “aparecerâ€? o erro de inclinação do nĂvel.
1.3 NIVELAMENTO TRIGONOMÉTRICO Com os exercĂcios sobre nivelamento trigonomĂŠtrico aqui apresentados, pretendemos demonsWUDU D DSOLFDomR GHVWH PpWRGR XVDQGR QmR Vy XPD ~QLFD HVWDomR PDV WDPEpP YiULDV HVWDo}HV
1.3.1 Desenvolvimento do trabalho de campo Para transportar altitudes, desde uma marca de altitude conhecida, serĂĄ, muitas vezes, necessĂĄrio dividir o percurso total numa sĂŠrie de troços mais pequenos. Neste caso, a metodologia aplicada, em termos de operaçþes de campo, ĂŠ semelhante ao nivelamento geomĂŠtrico composto, com a ressalva de que, no nivelamento trigonomĂŠtrico, uma das extremidades do desnĂvel a medir ĂŠ ocupada por uma estação total ou por um taqueĂłmetro. O esquema teĂłrico do nivelamento trigonomĂŠtrico apresenta-se, de seguida, na Figura 1.2.
d incl
h
Z
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a
P
E
dhoriz Figura 1.2
Representação esquemåtica do nivelamento trigonomÊtrico.
a.v.
6H
Nivelamento
19
$QWHV GH DYDQoDU GHYH YHUL¿FDU VH VH HVWH HUUR VH HQTXDGUD QD WROHUkQFLD SUHWHQGLGD (excluiu-se o troço $%) YHUL¿FD SHOR TXH
7HPRV GH YHUL¿FDU VH podemos proceder à compensação. 2. Cålculo das compensaçþes
Neste caso, teremos de compensar 1 mm em cada estação. 3. Preenchimento da caderneta de nivelamento Apresenta-se, na Tabela 1.8, a caderneta de nivelamento para este exercĂcio. As cĂŠlulas preenchidas a cinzento nĂŁo serĂŁo consideradas na determinação do valor do erro de fecho pelo exposto anteriormente, note-se. TABELA 1.8
Caderneta de nivelamento
Ponto visado
Leitura atrĂĄs
A
1,966
Leitura adiante
2,601
1,452
C
2,233
1,766
D
1,420
1,945
E
2,736
3,147
Somas
1,136 7,990
DesnĂveis
Compensaçþes
Cotas 205,000
B
B Š LIDEL | EDIÇÕES TÉCNICAS
Leitura intermĂŠdia
7,994
0,514 0,835
0,001
-0,712
0,001
-1,727
0,001
1,600
0,001
205,514 206,350 205,639 203,913 205,514
-0,004
b) Elaboração do perfil Consideremos, novamente, que a quadrĂcula apresentada ĂŠ centimĂŠtrica (17 Ă— 7 cm2). 1. Determinação da escala horizontal a usar
36
Topografia – ExercĂcios e Tratamento de Erros
na estabilidade do bastão do prisma, na perpendicularidade do prisma relativamente à visada H QD SRQWDULD R PDLV SUy[LPD SRVVtYHO GR FHQWUR GR SULVPD UHÀHWRU Considerando a redução à horizontal das medidas efetuadas como Dh’, Dh1’ e Dh2’ e designando a constante do prisma por constP, obtemos: (2.9)
ou seja: (2.10)
2.3 EXERC�CIOS RESOLVIDOS 2.3.1 Cålculo e compensação de poligonal Fizeram-se medidas, apenas em planimetria, relativas a uma poligonal apoiada nos vÊrtices $ e (, de coordenadas conhecidas, com orientação por P e Q, de acordo com a Figura 2.3.
Figura 2.3
Esquema de observação da poligonal.
A precisão apresentada pelo aparelho de medição angular Ê de três casas decimais, o que, SDUD D SROLJRQDO REVHUYDGD FRP VHJPHQWRV GH XPD RX GXDV FHQWHQDV GH PHWURV p VX¿FLHQWH $V FRRUGHQDGDV GRV SRQWRV LQLFLDO H ¿QDO $ e () e dos pontos de orientação (P e Q) e as medidas efetuadas são dadas na Tabela 2.1, sendo que o sistema de coordenadas em uso Ê o PT-TM06.
Apoio TopogrĂĄfico
47
pela constante 0,9996, de forma a homogeneizar o módulo de deformação linear ao ORQJR GD ]RQD UHSUHVHQWDGD 6HQGR DVVLP D UHGXomR DR SODQR FDUWRJUi¿FR QR FDVR GD projeção UTM, Ê: (2.14) Na Tabela 2.5, apresenta-se o resultado destas reduçþes. TABELA 2.5
Distâncias observadas sucessivamente reduzidas ao elipsoide e ao plano cartogråfico
Segmento
Distâncias mÊdias (D1)
Redução ao elipsoide (D2)
Redução ao plano cartogråfico (D3)
Ap1Ap2
270,984 m
270,941 m
270,833 m
Ap2Ap3
253,356 m
253,316 m
253,215 m
Ap3Ap4
234,013 m
233,976 m
233,882 m
Ap4Ap1
278,497 m
278,453 m
278,342 m
Considerou-se:
2. CĂĄlculo dos Çť; e Çť<
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e QHFHVViULR FDOFXODU RV SDUkPHWURV TXH GH¿QHP D YDULDomR GH FRRUGHQDGDV HQWUH RV sucessivos pontos da poligonal. Usam-se os rumos compensados e as distâncias reGX]LGDV DR SODQR FDUWRJUi¿FR D SDUWLU GHVWH PRPHQWR p FRQYHQLHQWH XVDU D SUHFLVmR de duas casas decimais, dado que essa Ê a precisão dos dados iniciais do problema):
76
Figura 3.1
Topografia â&#x20AC;&#x201C; ExercĂcios e Tratamento de Erros
Decomposição dos erros-padrão.
1R FDVR GR OHYDQWDPHQWR WRSRJUi¿FR DR LUUDGLDUPRV XP SRQWR RV GRLV IRFRV GH HUUR VXUJHP na determinação do ângulo e na determinação da distância, devido às incertezas instrumental e de posicionamento. Designaremos por erro transversal ((T) o erro linear produzido pelo erro angular azimutal do aparelho (ea) a uma distância horizontal dh, cujo valor pode ser obtido por: (3.1) em que representa o erro angular azimutal do instrumento em radianos. Este erro tem vårias causas (componentes), que analisaremos de seguida. Designaremos por erro longitudinal ((L) o erro linear na medição da distância horizontal (dh). A Figura 3.2 mostra a elipse de erro obtida na observação da posição horizontal de um ponto por ângulo e distância.
Figura 3.2
Elipse de erro.
90
Topografia â&#x20AC;&#x201C; ExercĂcios e Tratamento de Erros 7
DOWHGI % DY 7 K7 K %
/97 /9%
% DY
Figura 3.9
Esquema de observação com estação total para obter a altura de um edifĂcio.
5HODWLYDPHQWH j ~OWLPD IyUPXOD DSUHVHQWDGD QD )LJXUD GHYH WHU VH HP DWHQomR TXH se deve respeitar o sinal de K%. No esquema aà apresentado, o seu valor Ê evidentemente QHJDWLYR UHVXOWDQGR QD ~OWLPD SDUFHOD GD IyUPXOD XPD VRPD 1. Determinação de alturas trigonomÊtricas
2. Determinação da altura do edifĂcio
3.3.3 Observação e cålculo de poligonal aberta Numa dada região foi estabelecida uma poligonal, tendo-se feito observaçþes com estação total a partir de dois dos seus pontos. As observaçþes e o esboço encontram-se na Tabela 3.4 e na Figura 3.10, respetivamente.
102 Topografia â&#x20AC;&#x201C; ExercĂcios e Tratamento de Erros
Cota (m)
UHGXomR DR SODQR FDUWRJUi¿FR QmR GHSHQGH GD VXD IRUPD PDV DSHQDV GD VXD GLPHQVmR H GR ORFDO RQGH D iUHD p PHGLGD &RQVLGHUDQGR HVWD WHPiWLFD DSUHVHQWD VH QD )LJXUD XP JUi¿co que representa a variabilidade do erro na medida de åreas para um espectro de altitudes e de distâncias à meridiana que contenham todo o território de Portugal Continental.
Distância à meridiana (m)
Figura 4.2
Gråfico que mostra a alteração das åreas, em m2 por ha, após redução ao plano cartogråfico, em função da altitude e da distância à meridiana.
3RU REVHUYDomR GR JUiÂżFR DSUHVHQWDGR QD )LJXUD YHULÂżFD VH TXH RV HUURV UHODWLYRV QD medição de ĂĄreas estĂŁo na sua grande maioria contidos no intervalo [-0,05%, 0,05%], sigQLÂżFDQGR HVWH YDORU Pi[LPR PRGLÂżFDo}HV GH P2 por ha e de 500 m2 por km2. Estas quantidades nĂŁo sĂŁo desprezĂĄveis em determinadas operaçþes, como, por exemplo, o cĂĄlculo de volumes, sendo, por isso, importante ter em conta esta redução sempre que necessĂĄrio. Por H[HPSOR VH XPD iUHD IRL FDOFXODGD VREUH D FDUWRJUDÂżD H VH SUHWHQGHPRV FRP HOD FDOFXODU XP YROXPH GH WHUUDV D PRYLPHQWDU VHUi QHFHVViULR ID]HU D UHGXomR LQYHUVD GR SODQR FDUWRJUiÂżFR para a superfĂcie terrestre. $ UHGXomR GH XPD iUHD PHGLGD VREUH D VXSHUItFLH WHUUHVWUH DR SODQR FDUWRJUiÂżFD p GDGD SRU (4.4) Com: Ĺś
$ : a ĂĄrea medida sobre a superfĂcie terrestre;
Ĺś
$ D iUHD UHGX]LGD DR SODQR FDUWRJUiÂżFR
Ĺś
Fact: a quantidade apresentada na equação (4.2).
$ UHGXomR LQYHUVD LVWR p GR SODQR FDUWRJUiÂżFR SDUD D VXSHUItFLH WHUUHVWUH IDU VH i FRPR (4.5)
Trabalho sobre Plantas e Cartas Topográficas 115
Figura 4.9
Planta.
a) Percorreu-se as curvas de nível e três vezes com um planímetro digital, obtendo-se as leituras , 3347 e para a curva e as leituras , , para a curva . Sabendo que o planímetro está calibrado para obter áreas na planta em mm2, determine as áreas reais mais prováveis interiores às curvas de nível. Apresente-as em m2. b) Apresente estimativas para o erro cometido nessas medições através do desvio-padrão. c) Calcule o volume aproximado de terras a remover, sabendo que se pretende fazê-lo a partir da cota 420 m. Considere um índice de descompactação do material de 5%. d) Apresente uma estimativa de erro para o volume calculado através da fórmula da propagação do desvio-padrão. Introduz-se neste exercício o cálculo de volumes pela fórmula do prismoide, a qual se aplica aos tipos de volume que se assemelham à forma de uma secção cónica. Também se introduz um método de medição de áreas sobre plantas comum, que é o uso do planímetro. As leituras com planímetro, por norma três para cada área, permitem encontrar estimativas de precisão quer para as áreas medidas quer para os volumes que se calculam com aquelas. Passemos às resoluções.
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a) Medição de áreas com planímetro Um planímetro é um equipamento que permite a um utilizador medir áreas na planta, percorrendo a sua linha limítrofe. Teoricamente, o planímetro obtém a área exata correspondente à linha percorrida, no entanto, o nível de aproximação desta ao perímetro verdadeiro determina um erro de medição. Por esse facto, fazem-se usualmente três medidas (leituras), sendo a área medida obtida através da leitura média (LM) e sendo, ainda, possível encontrar uma estimativa de erro para a medição através do desvio-padrão. Teremos,
124 Topografia â&#x20AC;&#x201C; ExercĂcios e Tratamento de Erros A operação destas redes ĂŠ, de uma forma geral, muito simples, permitindo uma precisĂŁo elevada em tempo real. Os equipamentos possibilitam, tambĂŠm, o armazenamento de medidas para pĂłs-processamento. Os principais cuidados que os utilizadores deverĂŁo ter no uso GHVWDV UHGHV SDUD DOpP GD YHULÂżFDomR GD TXDOLGDGH GDV REVHUYDo}HV SUHQGHP VH FRP RV sistemas de referĂŞncia utilizados. SĂŁo as seguintes as redes existentes: a rede RENEP e a rede SERVIR. Vejamos.
5.2.1 A rede RENEP A RENEP (Rede Nacional de Estaçþes Permanentes) Ê mantida pela DGT (Direção-Geral do 7HUULWyULR DQWLJR ,*3 ¹ ,QVWLWXWR *HRJUi¿FR 3RUWXJXrV H FRQWD FRP HVWDo}HV $ 5(1(3 opera no datum ETRS89 ((XURSHDQ 7HUUHVWULDO 5HIHUHQFH 6\VWHP RI ), pelo que a simSOHV DSOLFDomR GD SURMHomR FDUWRJUi¿FD SHUPLWH REWHU FRRUGHQDGDV FDUWRJUi¿FDV PT-TM06.
5.2.2 A rede SERVIR 2 ,*HR( ,QVWLWXWR *HRJUiÂżFR GR ([pUFLWR RSHUD D UHGH SERVIR (Sistema de Estaçþes de 5HIHUrQFLD 9LUWXDLV TXH FRQWD FRP HVWDo}HV (VWD ~OWLPD RSHUD HVVHQFLDOPHQWH QR PRGR de estaçþes virtuais, em que o sistema de gestĂŁo da rede gera, por cĂĄlculo, as medidas de uma estação virtual, simulada num local de interesse para o utilizador. Quanto Ă rede SERVIR, dado que se destina, em primeiro lugar, ao uso militar, utiliza um sistema de referĂŞncia mais prĂłximo do WGS84, concretamente o ITRF2005 (InternatioQDO 7HUUHVWULDO 5HIHUHQFH )UDPH RI ). Esta diferença de sistema de referĂŞncia traduz-se numa diferença posicional planimĂŠtrica de cerca de 0,5 m relativamente Ă s coordenadas REWLGDV FRP D 5(1(3 TXH HP SULQFtSLR VHUi PXLWR VLJQLÂżFDWLYD SDUD R ULJRU SRVLFLRQDO QRUPDOPHQWH H[LJLGR QDV DSOLFDo}HV WRSRJUiÂżFDV $VVLP p LPSRUWDQWH FRQWURODU D WUDQVIRUmação entre os dois sistemas. SerĂĄ apresentado o ExercĂcio 5.5.1 acerca deste assunto.
5.3 OBTENĂ&#x2021;Ă&#x192;O DE COORDENADAS WGS84 Descrevem-se, a seguir, dois mĂŠtodos que permitem obter diretamente coordenadas no datum WGS84, um com posicionamento apenas por pseudodistâncias e outro atravĂŠs de um processamento do tipo PPP (Precise Point Positioning). Este segundo mĂŠtodo permite, atualmente, uma precisĂŁo muito elevada, sendo o primeiro mais limitado. Em qualquer um dos casos, ĂŠ importante fazer uma anĂĄlise de precisĂŁo dos resultados. Mais Ă frente, sĂŁo apresentados exercĂcios correspondentes a cada uma destas formas de observação.
5.3.1 Obtenção de coordenadas aproximadas por pseudodistâncias A utilização de sistemas *166 HP 7RSRJUD¿D p QRUPDOPHQWH IHLWD HP SRVLFLRQDPHQWR relativo, partindo de redes de apoio previamente existentes. Os tipos de apoio a considerar são: redes de estaçþes permanentes, transmitindo em tempo real; estaçþes permanentes, das
132 Topografia â&#x20AC;&#x201C; ExercĂcios e Tratamento de Erros
Ă&#x2030; de notar que: Ĺś
As coordenadas ITRF2005 do vĂŠrtice $OFRFKHWH se encontram na Tabela 5.1;
Ĺś
Os parâmetros do elipsoide WGS84 (a usar nesta transformação) são praticamente os mesmos que os do GRS80, jå apresentados.
Teremos, entĂŁo, para este ponto, as seguintes diferenças de coordenadas cartesianas geocĂŞntricas: Çť; = +0,186 m Çť< = Â&#x2013;0,327 m ÇťZ = Â&#x2013;0,331 m 5. Diferenças entre coordenadas cartesianas geocĂŞntricas sobre os data ETRS89 e ITRF2005 para todos os pontos em estudo Este cĂĄlculo pode ser facilmente efetuado numa folha de cĂĄlculo, bastando a inserção GDV IyUPXODV XPD ~QLFD YH] DR ORQJR GH XPD OLQKD $ FySLD GD IyUPXOD SDUD RXWUDV linhas permite repetir o cĂĄlculo para as restantes estaçþes. Encontraram-se, entĂŁo, os valores para as diferenças de coordenadas cartesianas geocĂŞntricas nos 20 pontos considerados apresentados na Tabela 5.2. TABELA 5.2 Estação
Diferenças (m)
â&#x2C6;&#x2020;X
â&#x2C6;&#x2020;Y
â&#x2C6;&#x2020;Z
Alcochete
0,186
-0,327
-0,331
Chaves
0,253
-0,335
Coimbra
0,225
CovilhĂŁ
Estação
Diferenças (m)
â&#x2C6;&#x2020;X
â&#x2C6;&#x2020;Y
â&#x2C6;&#x2020;Z
Mafra
0,234
-0,339
-0,298
-0,248
Paço D'Arcos
0,212
-0,358
-0,313
-0,341
-0,291
PĂłvoa de Varzim
0,206
-0,329
-0,315
0,227
-0,347
-0,297
Sagres
0,200
-0,350
-0,314
Caldas da Rainha
0,220
-0,344
-0,308
SĂŁo Jacinto
0,216
-0,338
-0,296
Elvas
0,213
-0,351
-0,300
Santa Margarida
0,220
-0,342
-0,300
Estremoz
0,218
-0,349
-0,298
Tavira
0,239
-0,321
-0,282
Ă&#x2030;vora
0,192
-0,339
-0,321
Vendas Novas
0,216
-0,330
-0,303
Faro
0,208
-0,328
-0,311
Vila Real
0,213
-0,329
-0,310
Leiria
0,212
0,340
-0,311
Viseu
0,202
-0,348
-0,294
GEOMÁTICA, SIG E ARQUITETURA
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