Nova Pauta

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POLÍTICA Mulheres representam maioria do eleitorado ponta-grossense

Ponta Grossa, 2022-1

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Voto feminino tem poder decisivo nas eleições do municipio.

Mayara de Pontes A conquista do direito ao voto do gênero feminino não é tão antiga do ponto de vista histórico como muitos acreditam, no Brasil há menos de um século as mulheres não participavam das escolhas políticas do país, foi somente em 1932 que o Código Eleitoral Brasileiro passou a assegurar o voto feminino e em 1934 foi incorporado na Constituição Federal, porém nem todas as mulheres podiam votar, apenas as casadas, com autorização dos maridos, solteiras e viúvas com renda própria. A primeira mulher brasileira a votar foi a professora Celina Guimarães Viana, que foi às urnas em cinco de abril de 1928 na cidade de Mossoró, no interior do Rio Grande do Norte, Celina solicitou seu registro para participar da eleição municipal em um cartório de Mossoró, antes do decreto do pre-

Foto reprodução

Celina Guimarães Viana, primeira mulher brasileira a votar

sidente Gettttúlio Vargas (que só assumiria o poder em 1930 e autorizaria o voto feminino em 1932). Celina ingressou na lista de eleitores baseando-se na constituição estadual do Rio Grande do Norte, a iniciativa dela incentivou outras mulheres a fazerem o mesmo. Em Ponta Grossa, o número de eleitores aptos a votar chega a quase 240 mil, segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), desse total, as mulheres representam 53% da população votante.

Victória Cabrini Ribas tem 90 anos e faz questão de votar em todas as eleições. A primeira vez que votou foi aos 20 anos de idade. Além de ressaltar a importância do voto feminino, Victória diz que se fosse mais jovem queria participar ativamente da política se candidatando a algum cargo político. “Nunca deixei de votar, sempre fiz questão, pois sempre gostei muito de política e acho muito bom e importante que as mulheres participem das eleições, se eu fosse mais nova, gostaria de me candidatar”, conta. Enquanto Victória tem uma longa experiência exercendo sua cidadania através do voto, a estudante Sthefany Freitas está começando a trilhar esse caminho. A jovem tem 15 anos e confessa que não se interessa muito por política ainda, mas que tem uma boa expectativa para seu primeiro voto.

“Não me interesso muito por política mesmo sendo um assunto muito importante, não consigo ter uma opinião formada, mas acho interessante escutar e me informar. Mesmo não me interessando muito, estou animada, como é meu primeiro voto desejo ser certeira e firme nele, quero que minha ideia e percepção estejam corretas”, relata. Apesar de política não ser um assunto de grande interesse para a estudante, Sthefany conta que em sala de aula observa que a maioria dos adolescentes gostam de debater o assunto. “Principalmente nas aulas de filosofia e sociologia, vejo que a maior parte da sala de aula em que estou, se interessa pelo assunto e discute sobre ele. A maioria já tem opinião formada e assim o debate dura a aula inteira”, diz.

Marketing Político: como um candidato pode ser transformado em mito Jeniffer Case Marketing Político é uma forma de divulgar ideias e ações de um político, com um conjunto de técnicas e estratégias da comunicação. Muitos políticos usam para divulgar suas ideias e ações, fortalecendo sua imagem na mídia para atrair a confiança das pessoas. Marcus Delcolli, que é consultor político e gestor em marketing, ele explica sobre a diferença entre marketing político e marketing eleitoral. “O marketing eleitoral é reservado ao período da disputa pelo cargo público eletivo, e tem um objetivo claro: fazer com que o político vença as eleições. Já o marketing político acontece depois que o candidato conquistou uma cadeira e começa

a exercer o seu mandato. Nesse caso, temos estratégias de comunicação que podem visar a diferentes objetivos, como preparar o parlamentar para uma próxima eleição, ou fortalecer sua imagem junto à população para ter seu apoio em momentos cruciais. Assim, trata-se de um conjunto de ações a longo prazo”, comenta. Ele também falou da importância do planejamento e marketing político, afirmando que não adianta querer se candidatar a vereador, deputado ou prefeito nas eleições e não ter um planejamento de comunicação e marketing político definido. “Basta pensar que, mesmo políticos que estão no páreo pela reeleição e são nomes muito conhecidos,

possuem uma forte equipe de comunicação com profissionais experientes e capacitados. “Para o eleitorado isso também é muito importante, para ficar a par de tudo que o seu candidato tem feito”, argumenta. A jornalista Adriane Silva, atuante na área de marketing digital, conta que com o advento da internet, o marketing político ganhou novas abordagens, mas na essência do trabalho segue métodos antigos. “Não precisamos ir tão longe para se deparar com dois exemplos bem-sucedidos no Brasil. Um mais antigo e outro mais atual. De um lado o presidente pobre que se repaginou rico, do outro o que já era rico e vestiu o personagem de pobre humilde. Estamos falando

de Lula e Bolsonaro. Apenas a figura carismática do Lula não era capaz de elegê-lo. A repaginada na imagem do ex-presidente do Brasil Luiz Inácio Lula da Silva, por branding feito em cima do petista, ex-metalúrgico e trabalhador de classe baixa foi a ponta do iceberg da estratégia executada na campanha de 2002. De lá para cá a imagem mudou, mas a essência permaneceu a mesma, uma figura pública diplomática, capaz de dialogar com todas as classes sociais, mesmo tendo como bandeira os mais pobres. Jair Messias Bolsonaro não fugiu às regras do marketing político, apenas foi ajustada a estratégia conforme o perfil.”


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