Revista trabalho acadêmico Type Design

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OUT/NOV/DEZ/2012

R$15,00

Entrevista: Entre o claro e o escuro, Evgen Bavcar

Com os traços a girar, Anna A carreira, os livros, as pinturas e as ilustrações de Anna Gobel

Quando o papel contem uma semente Após utilização este papel pode ser molhado e plantado em terra firme.

ISBN 000.001

O patinho feio que deu certo. A logomarca das Olimpiadas de Londres 2012.


M oMA

Tue May 10

Party in the Garden

2 Revista Type Design

Sumário Tipografia 4 Família Futura

Ilustração 6 Com os traços a girar, Anna

Eco design 8 Quando o papel contem uma semente

Design 10

Expediente

Generously Sponsored by

Cartier

COVER Image Lila Vasconcelos, 2011. (4 X 2 m) The Museu Art Moderna. New York. ©2011.

Editor Ericson Frason Conselho Editorial Marcello Castilho, Poliana Vasconcelos Diretor Executivo Giovanna Diiorio Projeto gráfico e coordenação gráfica Lila Vasconcelos Diagramação Lila Vasconcelos Designer Lila Vasconcelos Pesquisa, redação e edição dos textos Sophie Diiorio Colaboradores Geraldo Xavier Colunistas Juán Contendrás, Clara Maria, Jussara Rojo, Daniel Campos, Lila Vasconcelos Capa Ilustração Maxakali Produção gráfica Geraldo Xavier

O patinho feio que deu certo

Tecnologia 12 Inovação nos produtos promovem acesso

Fotografia 14 Entre o claro e o escuro Evgen Bavcar

Portfólio 16 Pé na estrada, Lila Vasconcelos

Processos 20 Xilogravura: madeira matriz


Tipografia

A

Família: Juan Contrerás

Futura Lt BT Light

Futura Md BT Bold Futura Md BT Bold Italic

TU R

Futura Lt BT Light Italic

Futura XBlk BT Extra Black FuturaBlack BT Regular O Futura é baseado no círculo, triângulo e formas quadradas.

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FU

Renner procurou especialmente legibilidade. Seus golpes são quase tão larga, característica de baixo contraste, que pode ser visto especialmente na linha quase perfeitamente circular ou ovóide minimamente cuja forma interna seja totalmente proporcional à forma externa. Na concepção deste tipo, Renner evitado os elementos decorativos e não essenciais. A letra minúscula tem ascendentes altos que ultrapassam a altura da capital e isso é precisamente o que dá elegância a esta carta e um langor forte. Muitas empresas têm

utilizado este tipo de letra em seu projeto empresarial. Empresas como a Volkswagen, Swissair, Union Pacific, a Boeing, a RAI, Hewlett Packard, Home Depot, CNN International, entre outros. Várias universidades e partidos políticos de todo o mundo têm usado em seus logos. De nota é o skid IKEA para removê-lo do seu catálogo e substituir o verdana estúpido, não se será por isso, mas cerca de uma vez que não substituíram-lo ir pela IKEA e que há quase um ano. Além disso, o diretor Stanley Kubrick era um fã deste tipo de letra e é usado na maioria dos seus filmes nos créditos de abertura, bem como cartazes promocionais. Além disso, a placa que Armstrong e Aldrin deixaram na Lua foi escrito com Futura. Inicialmente, a fundição Bauer Futura emitido com seis diferentes pesos. A fundição Deberny & Peignot lançado na França sob o nome de Europa. Mergenthaler Linotype Typefoun americanos e também têm uma imitação Futura espartano chamado. Hoje, a família passou a incluir um tipo de condensado. Renner não só criou o Futura tipo, feito de outras fontes como o “Tepic” e “Futuro Steile”. Atualmente os desenhos, catálogos e Futura tipo chumbo original na posse da Faculdade de Belas Artes da Universidade de Barcelona (Departamento de Imagem e Comunicação), que foram atribuídos pelo Neufville Fundidora cidade de Barcelona

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Foto: Marina Lopes

Ilustração: Anna Gobel

Ilustração

Com os traços a girar, Anna Clara Maria

Artista plástica, ilustradora, autora de livros infantis, professora. Anna Gobel ilustra com o traço de quem já rodou o mundo. Anna Göbel gosta de mover-se em âmbitos culturais diversos. Nascida na Espanha, criou entre Alemanha e Argentina, viajando desde criança por muitos paises do mundo. Desde 1995 mora no Brasil, num sitio nas verdes montanhas de Minas Gerais, com seu marido e seus dois filhos, onde mantem seu atelier. Formou-se na Universidade de Belas Artes em Buenos Aires com especialidade em gravura e desenho. Com suas obras participou de mais de cinqüenta exposições

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individuais e coletivas em vários países, como a Alemanha, Argentina, Chile, Uruguai, Finlândia e aqui no Brasil (xilogravura, pinturas, instalações, murais e livros de artista). Com o desejo de tornar o seu trabalho mais acessível ao maior número possível de pessoas, promove a interação das diferentes formas e possibilidades da arte. Desde 1991 trabalha no âmbito editoral, ilustrando livros de importantes autores brasileiros. Publicou sete livros autorais, todos infantis. Além de ganhar prêmios obteve uma bolsa de estudos na Alemanha, na Biblioteca Internacional “Schloß Blutenburg”. A partir de 1995, inicia um trabalho de pesquisa com o uso artístico do retroprojetor contando histórias e interagindo com a dança, poesia, música, teatro, fotografia e vídeo. Com ilustrações feitas por meio de um retroprojetor, Anna conta a história de um rochedo do fundo do mar, muito curioso, que queria ver o céu para descobrir por que a água mudava tanto. Projeto que conta com participação do músico Makely K. •

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Eco design fotográfica e silk screen. O número de dias para inicio da germinação pode variar em função das condições climáticas e do tipo de solo do local de plantio. Prazo médio para germinação: 30 dias. Cor disponível do Papel Semente: Natural (Reciclato), Branco COMERCIALIZAÇÃO O papel semente é comercializado em vários tamanhos, sendo os mais comuns o A4 e 66cm x 96cm No tamanho A4, ele é refilado para impressão No tamanho 66x96 ele é entregue sem refilo e sua área útil após refilo é de 60x90cm

Quando o papel contém uma semente

Impressão Aceita 4x4, silkscreen ou jato de tinta, com tinta à base de água para não contaminar as sementes Orçado de acordo com a necessidade do cliente

RESPONSABILIADE SÓCIO-AMBIENTAL Ao adquirir esse papel, ou produtos fabricados com sua utilização, você contribui para a redução do carbono na atmosfera, participando ativamente do movimento de responsabilidade sócio-ambiental e desenvolvimento sustentável, cada vez mais acentuado em nosso país. Além disto, está também garantindo a geração de renda às pessoas das comunidades. Estas questões estão cada vez mais presentes no cotidiano das empresas e das pessoas que o produzem. O Papel Semente, ou “papel que vira planta”, traz uma solução para o pós-consumo, reduzindo a agressão do homem ao meio ambiente, e é uma prova viva de que as pessoas precisam aprender a reciclar os materiais. Seguindo as tendências sócioambientais mundiais, buscamos despertar a consciência das pessoas em seus lugares de trabalho.

Mas que nos momentos de lazer a discussão presente também atinga o nível de para a responsabilidade de cada um para com o meio em que vive fazendo, desta, uma ação social que reduz a agressão do homem ao meio ambiente. Pensar em reciclar, reaproveitar os materiais é pensar num planeta com menos lixo, mas principalmente em seres humanos consciente do consumo, da natureza que nos cerca e da importância em preserva-la.

Jussara Rojo

O papel semente tem as mesmas características de um papel reciclado artesanal, mas com um diferencial: possui vida! O Papel Semente foi elaborado e desenvolvido artesanalmente no início de 2008 pela SEED PAPER e, desde então, passou por diversos testes de qualidade antes de ser aprovado para a comercialização no Brasil. Durante seu processo de fabricação o Papel Semente recebe sementes diversas, permitindo que dele brote e germinem plantas e flores.

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Este papel especial pode ser utilizado na confecção de brindes e produtos ecológicos, tais como: envelopes, caixas, embalagens, cartões, crachás, convites, tags para confecções de roupas, brindes ecológicos etc. Traz, em si próprio, uma solução pós-consumo, reduzindo a agressão do homem ao meio ambiente. Ao invés de jogá-lo no lixo após sua utilização, ele deve ser molhado e plantado em terra fértil. Além disso, essa ação possibilita a geração de renda para diversas comunidades em situação crítica de pobreza.

O Papel Semente é um produto 100% ecológico. A sua elaboração não passa por nenhum processo químico e as sementes contidas nele permanecem vivas durante a fabricação e o uso do material.

Como plantar o papel semente:

MOLHE CARACTERÍSTICAS O Papel Semente tem vida e características próprias: Menor área útil do papel para germinar é de 45 cm². Sementes certificadas pelo importador, testadas e aprovadas: cravo túnico sortido (ou cravo francês), boca de leão,camomila, manjericão, pimenta, rúcula Impressão testada e aprovada: jato de tinta qualidade

COMO TRANSFORMAR O PAPEL SEMENTE EM LINDAS FLORES

Molhe o papel

PLANTE Plante-o em terra fértil

HIDRATE Regue todos os dias e, após 20 dias, eles germinará.

PRESERVE Continue cuidando com muito carinho, água e uma boa exposição ao sol.

WWW.SEEDPAPER.COM.BR

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Design

O patinho feio que deu certo Daniel Campos

O logo foi criação da super agência Wollf Olins e custou 600 mil euros. Lançado no dia 04 de junho de 2008, causou extremo furor nos britânicos e pouco tempo depois, a internet recebia uma enxurrada de críticas a respeito do logotipo. O logotipo, criado pela Wolff Olins, substitui a imagem inicial apresentada em 2003 e está disponível nas quatro cores, rosa,

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azul, verde e laranja, tendo sido definido como ‘moderno e dinâmico’, onde se representa os quatro pilares da candidatura britânica: acesso, participação, estímulo nspiração, vivacidade e tecnologia. Os britânicos classificam o trabalho como “logo ridículo que envergonha e descreve o país da pior forma possível”. Alguns criticam até o nome da cidade estar escrito com letras minúsculas. O negócio está tão sério, que no site da BBC Sports já foram postadas mais de 3800 mensagens de repúdio e no site GoPetition.com já foram colhidas quase 50mil assinaturas exigindo que o logo seja refeito. E isso não cria apenas um problema de falta de aceitação, mas também um problema financeiro. Eu nunca tive acesso a números ($$$) de uma olimpíada, mas tenho plena certeza que parte considerável do faturamento de um evento desse porte vem da venda de

produtos licenciados e/ou empresas querendo atrelar sua marca aos jogos, e é que entra o problema: quem vai querer usar uma jaqueta com esse símbolo sendo que (até agora, set/2008) não vi um dizer que gostou? Como li no Zarp, o símbolo deve ser algo que as pessoas tem orgulho de mostrar, como o simbolo da Nike. Se isso, que leva o nome do evento, causa efeito negativo na opinião pública, com certeza isso resultará em baixas vendas. Será que ninguém lembrou do que se fala na faculdade e em palestras: “as pessoas tem que desejar consumir teu produto, mesmo que não precisem dele, e não gostam dele.” Sinceramente, meu primeiro pensamento ao vislumbrar o logo foi Jesus-Maria-José, qual bêbado fez isso?. Mas após o inconformismo inicial, pude parar e pensar um pouco. E refleti na argumentação da equipe. Lembro-me de uma aula na faculdade onde o professor disse “vocês tem que inovar, mudar as regras”. Parece que inovar é a palavra de ordem na Europa Os caras estão fugindo de todos os padrões mesmo, e é ai que me pergunto: não estariam sendo eles visionários? “Que isso Daniel, eu jamais usaria ou faria qualquer coisa parecida!”. Quando alguns franceses resolveram colocar curvas e temas florais em algumas peças foram tachados de loucos pelos tradicionais; os expressionistas brasileiros também foram rotulados de anarquistas pelos parnasianos. A lista é interminável daqueles que inovaram, criaram, fugiram do padrão, mesmo sendo chamados de loucos, ridículos, idiotas, mas hoje suas “revoluções” nos influenciam, sem contar que os consideramos gênios e por vezes, nos referenciamos nesses caras. Não estou defendendo o design em si, mas sim a ousadia, a quebra de paradigmas, a (sem querer usar do clichê) inovação. O que estou tentando fazer é analisar de maneira macro o que se tenta passar, o conceito por trás do próprio conceito do logo. “O logo se trata de algo extremamente novo e diferente do convencional(…).” Se de fato o comitê organizador queria causar buzz, chamar a atenção, viralizar, se essas foram as intenções, conseguiram! Tenho plena certeza que se esse logo for mostrado para qualquer britânico, na mesma hora ele saberá identificar do que se trata. É um logo com certeza atemporal, inesperado.

O logo trata de algo novo e diferente do convencional.

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Tecnologia Inovação nos produtos promovem acessopais agora podem passear tranquilamente com suas crianças. Quem desenvolveu o projeto foi a sueca Cindy Sjöblom, após entrar em contato com vários cadeirantes e definir com eles que tipo de solução estava faltando no mercado. A decisão foi unânime: um carrinho de bebê. O que parecia uma coisa tão simples de se ter para tantas outras pessoas, para os cadeirantes era uma grande falta. O conceito ainda está sendo desenvolvido. A decisão de comercializar cabem em encontrarmos parceiros para o projeto.

Inovação nos produtos promovem acesso Equipe Portobello

Designers trabalham para tornar a vida das pessoas mais confortável. Com três níveis configuráveis na orelha da caneca, deficientes visuais e cegos podem despejar líquidos dentro da caneca até escutarem o alerta sonoro. Assim, fica fácil saber quando a caneca está cheia, sem correr o perigo de que o líquido transborde ou acabe até mesmo queimando as mãos. Acima de tudo, a Bell Mug é prerrogativa de um bom dia, com café quentinho na caneca. Primeiro carro nacional, desenvolvido por um brasileiro, cadeirante, a partir de sua própria necessidade.

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Ele é técnico em informática e se chama Márcio David. Juntamente com outros três amigos, desenhou, pensou e conseguiu colocar o antigo desejo em prática. A sua maior dificuldade era sempre depender de outra pessoa para entrar no carro e sair, visto que a transferência do cadeirante para um carro comum nunca pode ser feita sem ajuda. Agora, ele faz tudo sozinho, abre a porta traseira, que contém um elevador, se posiciona na direção e sai, sem transtornos, para as tarefas diárias. O que Márcio não sabia era que o seu desejo também facilitaria a vida de tantas outras pessoas, portanto, agora, ele já pensa, inclusive, em lançar um novo modelo, com mais potência e inovação!Além disso, algumas soluções para cadeirantes, como o Cursum Stroller, estão facilitando a vida dos papais e mamães.

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Fotografia

Entre o claro e o escuro: Evgen Bavcar Claúdia Avelar

“Para mim, os cegos representam o único grupo que ousa olhar o sol diretamente nos olhos.” Esta afirmação ajuda a entender a personalidade e o existencial de Evgen Bavcar TD – Desde quando o senhor fotografa? Bavcar – Comecei bem jovem, tinha uns 16, 17 anos. Minha irmã, Maria, comprou uma Zorki 6, câmera russa muito popular, que era uma imitação da alemã Leica. E eu quis fotografar uma garota de quem gostava muito, na escola. Levei o filme para um fotógrafo e quando ele revelou disse que as imagens eram um milagre. Lembro que marquei o diafragma 8, a velocidade talvez 60. TD – Como decidiu se tornar fotógrafo? Bavcar – Gosto de coisas proibidas. Um dia, por exemplo, já cego, eu quis dirigir uma moto. Meu tio

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tinha uma scooter italiana, e como eu sabia conduzir muito bem bicicleta, pensei que poderia conduzir também a moto. Naquele dia meu tio ficou um pouquinho embriagado e pedi que me emprestasse a moto para dar uma volta num gramado grande que havia – não poderia andar numa rua, claro, pois seria muito perigoso. Naquele gramado eu poderia conduzir a moto em primeira velocidade, sem problema, andando em círculo. Continuo gostando de motos, muitas vezes dirijo uma Honda 250 na Alemanha e uma Yamaha 500 em Paris, sempre na primeira marcha. Gosto disso como uma coisa proibida, mas que as pessoas querem.

TD – Isso de dirigir motos, fotografar, fazer coisas específicas de pessoas que enxergam, não seria uma inconformidade, contra a cegueira? Uma rebeldia? Bavcar – Sim, mas também uma compreensão da cegueira. Todos os fotógrafos precisam de um quarto escuro, devem revelar seus filmes em uma sala escura. E toda a minha vida é uma sala escura, eu sou uma sala escura, usando uma máquina por onde entra a luz. Por que não poderia fazer fotos? Isso não é uma provocação e sim um desejo interior de fazer imagens. TD – O senhor se considerada mais um fotógrafo ou um filósofo? Bavcar – As duas coisas juntas. Preciso da filosofia para defender meu trabalho, a filosofia me ajudou

muito a conhecer as pessoas e poder fazer a universidade. Em Lubliana, os filósofos sempre foram mais tolerantes com os cegos do que os historiadores. Fiz licenciatura em História e fui o primeiro professor cego em uma escola para pessoas normais, a mesma escola onde fiz o curso primário. Mas a filosofia sempre me interessou imensamente.

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Portfólio

Pé na estrada, Lila Vasconcelos Durante o curso de graduação em Ciências Sociais pela UFMG, a então aluna Lila Vasconcelos teve a oportunidade de participar do núcleo de pesquisa Literaterras, sob coordenação da professora Maria Inês de Almeida. Tal núcleo é responsável pelo desenvolvimento de pesquisas literarias junta a comunidades indígenas e afro brasileiras. O núcleo já tem mais de 30 publicações indígenas, e é também responsável pela viabilização de publicações indígenas de diversas regiões do Brasil. Contabilizando participação em mais de 100 publicações indígenas. Enquanto finalizava a graduação, Lila Vasconcelos foi

Antropologa de formação encontrou na paixão pelos livros uma nova profissão. Apaixonada por viagens, livros, músicas, outras culturas, novos caminhos, novos encontros.

monitora do curso de Formação Intercultural para Educadores Indígenas, na FAE/UFMG. Este projeto permitiu que a jovem viajasse para diversas aldeias de Minas e do Brasil e que participasse do desenvolvimento do projeto editorial de dois livros indígenas; Ãgohó, Lua Pataxó, de autoria de Lucidalva Pataxó; e O povo kaxixó compreendendo a sua vida no seu jeito de comunicar, de autoria de Glayson Kaxixó. Nestes dois projetos, além do desenvolvimento do projeto gráfico, Lila Vasconcelos também participa como organizadora dos livros. Além das disciplinas extra curriculares na faculdade de Letras a paixão pelos livros fez com que ela procurasse se aperfoiçoar na técnica de gravuras cursadas em disciplinas da faculdade de Artes Visuais da UFMG. Segundo Lila “(...) é a busca pela aproximação do livro, no seu universo, nos elementos que o compõe; a letra, a palavra, as imagens (...)”.

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Na página anterior, topo: padronagem de pregadores; abaixo direita: tratamento de imagem livro Mogmoka, autoria Tugny, R. 3.Capa e contra capa CD Àguas Claras. 4. Bolacha CD Suniatá cantos pataxó. 5.Bolacha CD Águas Claras. 6. Capa livro Ãgohó Lua Pataxó.

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Portfólio

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Do contato com a área de edição da Faculdade de Letras e com as disciplinas do curso de Artes Visuais foi um “pulo” como brinca Lila para o “entrar de cabeça” no designer gráfico. Já realizou trabalhos com artistas como Anna Gobel, Rosangela Tugny, Titane e Serginho Beagá. A primeira foi a parceria na organização e desenvolvimento do projeto gráfico do livro Ãgohó, Lua Pataxó, autoria de Lucidalva Pataxó, lançado em 2011. Para Rosangela Tugny realizou o tratamento de imagens de três livros: Mogmoka, Xunim e Bestiário, todos lançados em 2012. E com a Titane trabalhou no projeto gráfico do CD Águas Claras, do Kanatyo Pataxó, no qual a Titane atuou como Diretora Musical, CD lançado em 2012. Por fim, com Serginho Beagá, Lila também realizou o tratamento de imagens dos croquis que o artista desenvolveu para o desfile de carnaval da escola de samba Cidade Jardim, 2012. Apenas comentamos brevemente alguns trabalhos da jovem designer que está no começo de uma estrada que desejamos que seja longa e frutífera.

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7.Miolo do CD Águas Claras. 8.Tratamento de imagens figurino de carnaval.9.Marca pessoal. Na página a direita imagem maxakali, tratamento de imagem livro Xunim. 9

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Processos

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Xilogravura: madeira matriz Andréia Soares

Gravar na madeira é usar as fibras da mesma como possibilidade de tecer gravuras que encantam e mofidificam o imaginário. Madeira de lei, madeira de vez, madeira de agora. Desde aquele tempo até hoje, nos preocupamos em tornar registrar os acontecimentos. Estudando a evolução desses desenhos até os processos de impressão mais sofisticados, entendemos como a criatividade dos homens os fez

descobrir esses processos para tornar o conhecimento acessível para o maior número de pessoas. A princípio, para reproduzir um pequeno texto, era necessário copiá-lo de forma manual, aonde cada cópia era na verdade uma original. Para tornar esse processo mais rápido, começou-se a buscar formas melhores para esse processo de reprodução.

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Processos

A PANTONE TEM AS CORES DA SUA FANTASIA. E TODAS AS OUTRAS QUE VOCÊ IMAGINAR.

Antes disso, irei explicar o Processo de Impressão de Acordo com a sua matriz. A Xilografia, Tipografia e Flexografia são feitos através de Relevografia. Relovografia A Impressão é feita com a matriz em alto relevo. Os elementos que serão impressos ficam em relevo na matriz e é passado a tinta sobre eles, sendo impressos mediante pressão sobre o suporte. É o mesmo princípio dos carimbos, da passagem de um material para outro, através do contato do papel com a superfície. Xilografia/Xilogravura Foi um dos primeiros métodos de impressão. De origem chinesa, chegou à Europa no século 14, sendo utilizada naquele século e no seguinte inclusive para a impressão de livro: os anapistográficos. O nome vem de xilo = madeira + glifo (marcar) ou ia (ação). Consiste em fazer a imagem desejada invertida sobre uma prancha lisa, de madeira, e depois é “escavada” a madeira, com goivas, retirando toda a madeira que não faz parte da área desenhada, deixando em relevo a imagem para ser reproduzida. Após isso, é colocada a tinta sobre ela, sendo que a tinta ficaria somente encima do desenho em relevo, e após colocado o suporte encima da prancha de madeira, pressionado-a, fazendo com que o desenho fosse reproduzido no suporte. Essa impressão pode ser produzida sob pressão da prensa de rosca, prensa de cilindros, ou até, colher de pau. Sendo um processo Artesanal, é utilizado hoje com finalidades artísticas . Esse sistema foi muito usado durante o domínio da Igreja Católica no mundo. Por causa do analfabetismo da população em geral da época, a Igreja usava imagens para difundir seus pensamentos. Veio daí a enorme produção, na época, da xilogravuras com enorme qualidade e profusão de detalhes.

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Pantone 181EC

Pantone C184E

Pantone 194C

Pantone 194 EC

PANTONE

UNIVERS



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