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Linha Direta INOVAÇÃO . EDUCAÇÃO . GESTÃO

Parceria educacional

Linha Direta e Conexa Eventos iniciam em maio o ciclo de eventos do Conexão Linha Direta 2013 MODELO Educação integral // Educación integral

EDIÇÃO 180 ANO 16 - MARÇO 2013

METODOLOGIA Antigas questões e novas demandas

TRÂNSITO Sinep/MG e BHTrans se unem em campanha

AQUISIÇÃO A utilização das tecnologias no ambiente escolar

LEITURA Amizade, busca de identidade, medos e solidariedade

Lisalba Camargo

Diocsianne Moura


editorial

Foi dada a largada

Fue dada la largada

O início de um novo tempo é sempre promissor, e assim deve ser. Devemos acreditar em nossos planos e projetos e caminhar ao encontro das nossas realizações. É por isso que, depois de mais de 16 anos nos dedicando a identificar as demandas do mercado educacional e a trabalhar em benefício dele, é hora de alçar voos mais altos. Em outubro de 2012 promovemos, com louvor, em parceria com a Conexa Eventos, o primeiro de uma série de eventos que integram o Conexão Linha Direta. Em 2013 realizaremos mais quatro: no Rio de Janeiro/RJ, nos dias 8 e 9 de maio; em Campo Grande/MS, nos dias 17 e 18 de junho (evento ainda sem confirmação oficial); na Costa do Sauipe/BA, nos dias 12 e 13 de setembro; e em Belo Horizonte/MG, nos dias 19 e 20 de setembro. Confira, na matéria de capa desta edição, tudo sobre o Conexão e a programação oficial do Fórum do Rio de Janeiro. Nas próximas edições, falaremos mais sobre os outros. Boa Leitura!

El inicio de un nuevo tiempo es siempre promisorio, y así debe ser. Debemos creer en nuestros planes y proyectos y caminar al encuentro de nuestras realizaciones. Es por esto que, después de más de 16 años dedicándonos a identificar las demandas del mercado educacional y a trabajar en beneficio de él, ha llegado la hora de levantar vuelos más altos. En octubre de 2012 promovimos, con éxito, en conjunto con Conexa Eventos, el primero de una serie de eventos que integran el Conexão Linha Direta. En 2013 realizaremos cuatro más: en Río de Janeiro/RJ, en los días 8 y 9 de mayo; en Campo Grande/MS, en los días 17 e 18 de junio (evento aún no confirmado oficialmente); en Costa do Sauipe/BA, en los días 12 y 13 de septiembre; y en Belo Horizonte/MG, en los días 19 y 20 de septiembre. Vea, en la materia de tapa de esta edición, todo sobre el Conexão y la programación oficial del Foro de Río de Janeiro. En las próximas ediciones, hablaremos más sobre los otros. ¡Buena Lectura!

Marcelo Chucre da Costa Presidente da Linha Direta

Marcelo Chucre da Costa Presidente de Linha Direta

Publicação mensal dos Sinepes, Anaceu, Consed, ABMES, Abrafi, ABM, Fundação L’Hermitage e Sieeesp

Presidente Marcelo Chucre da Costa Diretora Executiva Laila Aninger Editora Valéria Araújo – MG 16.143 JP Designer Gráfico Rafael Rosa Atendimento Flávia Alves Passos Estagiário de Jornalismo Renan Costa Coelho Preparadora de Texto/Revisora Cibele Silva Tradutor/Revisor de Espanhol Gustavo Costa Fuentes - RFT1410 Consultor Editorial Ryon Braga Consultor em Gestão Estratégica e Responsabilidade Social Marcelo Freitas Consultora para o Ensino Superior Maria Carmem T. Christóvam

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Revista Revista Linha Linha Direta Direta

Conselho Consultivo Airton de Almeida Oliveira Presidente do Sinepe/CE Amábile Pacios Presidente da Fenep Antônio Lúcio dos Santos Presidente do Sinepe/RO Átila Rodrigues Presidente do Sinepe/Triângulo Mineiro Benjamin Ribeiro da Silva Presidente do Sieeesp Cláudia Regina de Souza Costa Presidente do Sinepe/RJ Dalton Luís de Moraes Leal Presidente do Sinepe/PI Emiro Barbini Presidente do Sinep/MG Fátima de Mello Franco Presidente do Sinepe/DF Fátima Turano Presidente do Sinepe/NMG Gabriel Mario Rodrigues Presidente da ABMES Gelson Menegatti Filho Presidente do Sinepe/MT Hermes Ferreira Figueiredo Presidente do Semesp

Ivana de Siqueira Diretora da OEI em Brasília Ivo Calado Asepepe Jacir J. Venturi Presidente do Sinepe/PR – Curitiba Jorge de Jesus Bernardo Presidente da Abrafi e do Semesg José Carlos Barbieri Presidente do Sinepe/NOPR José Carlos Rassier Secretário Nacional da ABM Krishnaaor Ávila Stréglio Presidente do Sinepe/GO Manoel Alves Presidente da Fundação Universa Marco Antônio de Souza Presidente do Sinepe/NPR Marcos Antônio Simi Presidente do Sinepe/Sul de Minas Maria da Gloria Paim Barcellos Presidente do Sinepe/MS Maria Nilene Badeca da Costa Presidente do Consed Miguel Luiz Detsi Neto Presidente do Sinepe/Sudeste/MG

Natálio Dantas Presidente do Sinepe/BA Odésio de Souza Medeiros Presidente do Sinepe/PB Osvino Toillier Presidente do Sinepe/RS Paulo Antonio Gomes Cardim Presidente da Anaceu Paulo Sérgio Machado Ribeiro Presidente do Sinepe/AM Pe. João Batista Lima Presidente do Sinepe/ES Suely Melo de Castro Menezes Vice-presidente do Sinepe/PA Thiers Theófilo do Bom Conselho Neto Presidente da Fenen Victor Maurício Nótrica Presidente do Sinepe/Rio Pré-Impressão e Impressão Rona Editora – 31 3303-9999 Tiragem: 20.000 exemplares As ideias expressas nos artigos assinados são de responsabilidade dos autores e não representam, necessariamente, a opinião da Revista. Os artigos são colaborativos e podem ser reproduzidos, desde que a fonte seja citada.

Rua Felipe dos Santos, 825 - Conj. 305/306 - Lourdes - Belo Horizonte - MG - CEP: 30.180-160 - Tel.: (31) 3281-1537 - www.linhadireta.com.br


capa

Parceria

Linha Direta e Conexa Eventos iniciam em maio o ciclo de eventos do Conexão Linha Direta 2013

T

rabalhar em benefício da educação não é tarefa fácil, mas, em contrapartida, é bastante prazeroso ver os resultados positivos dessa empreitada. Assim, com mais de 16 anos de atuação nesse segmento, a Linha Direta se encontra diante de um novo e promissor desafio: promover o ciclo de eventos 2013 do Conexão Linha Direta, em parceria com a Conexa Eventos, empresa especializada em eventos educacionais. O Conexão Linha Direta está estruturado em um Fórum Internacional de Lideranças Educacionais cuja primeira edição aconteceu em outubro de 2012, em Belo Horizonte/MG. Diante do sucesso da iniciativa, a organização decidiu dar continuidade ao ciclo e está programando, para o ano de 2013, quatro fóruns em diferentes regiões­­do Brasil: • o II Fórum Internacional de Lideranças Educacionais, já confirmado, nos dias 8 e 9 de maio de 2013, no Centro de Convenções da Bolsa de Valores, no Rio de Janeiro/RJ; Revista Linha Direta

• o III Fórum Internacional de Lideranças Educacionais, que está sendo negociado para acontecer em Campo Grande/MS, nos dias 17 e 18 de junho de 2013; • o IV Fórum Internacional de Lideranças Educacionais, que será na Costa do Sauipe/BA, nos dias 12 e 13 de setembro de 2013; • e o V Fórum Internacional de Lideranças Educacionais, a se realizar em Belo Horizonte/MG, nos dias 19 e 20 de setembro de 2013.

Segundo a diretora executiva da Linha Direta, Laila Aninger, a empresa realiza o levantamento das necessidades das instituições particulares de ensino e das secretarias de educação e mapeia as oportunidades para a criação de projetos e eventos que fortaleçam a educação no Brasil. “Promover ou participar de um evento significa obter benefícios integrados, que potencializam a imagem corporativa da empresa, através da divulgação da marca e do marketing de relacionamento”, afirma Laila.

Ao longo das próximas edições da Revista Linha Direta, as informações sobre os eventos serão atualizadas.

Com atuação em todo o território nacional, a Linha Direta conta com o apoio dos principais sindicatos de escolas particulares e entidades representativas da educação brasileira, o que viabiliza o desenvolvimento de ações e estratégias diferenciadas e segmentadas, de acordo com as especificidades de cada Estado ou região.

Eventos educacionais A Linha Direta tem como missão criar e desenvolver produtos, serviços e projetos educacionais para empresas e entidades representativas dos ensinos público e privado, os quais contribuam para o fortalecimento da educação no País. Nessa direção, a empresa vem gerando informação de qualidade e fomentando a interlocução e a troca de experiências entre os gestores educacionais através de seus diversos meios de comunicação e da participação nos mais importantes eventos da área educacional.

Laila conta que a Linha Direta assessora seus parceiros na organização de eventos, a fim de potencializar os resultados. “Nossa expertise, aliada à percepção da sua necessidade, e em sintonia com os principais sindicatos e entidades representativas da educação, permite-nos apoiá-los, visando a desenvolver um trabalho de planejamento das atividades referen-


Educacional tes aos eventos (melhores datas, locais, palestrantes etc.)”, explica a diretora, lembrando que, para os eventos de mercado (congressos, feiras, seminários etc.), a Linha Direta negocia para as empresas parceiras a possibilidade de participação com condições especiais de custo, espaço e visibilidade. O Conexão Linha Direta A partir de toda essa experiência adquirida ao longo dos mais de 16 anos de atuação no mercado educacional, a Linha Direta percebeu a necessidade da realização de um evento totalmente voltado para as lideranças educacionais, em que se podem discutir assuntos relevantes para as instituições de ensino e, consequentemente, para a educação nacional. Para a realização desse congresso, a Linha Direta tem como parceira a Conexa Eventos, empresa especializada em eventos educacionais presente em vários Estados brasileiros. Fernando Kutova, presidente da Conexa, explica a característica de ineditismo do Conexão Linha Direta. “Pela primeira vez está sendo realizado um congresso educacional direcionado exclusivamente a diretores de instituições de ensino e dirigentes educacionais”, diz Fer-

nando, ressaltando a importância de se reunirem interesses convergentes para suprir as necessidades educacionais do País. Os fóruns do Conexão Linha Direta que serão realizados no ano de 2013 foram cuidadosamente planejados para atender às demandas dos líderes educacionais. Serão discutidos temas relacionados à gestão de um modo geral, além da apresentação de experiências fomentadoras de melhores práticas. II Fórum Nos dias 8 e 9 de maio de 2013, no Centro de Convenções da Bolsa de Valores, no Rio de Janeiro/RJ, será realizado o Conexão Linha Direta – II Fórum Internacional de Lideranças Educacionais. Para a realização desse evento, a Linha Direta e a Conexa Eventos contam com a parceria do Sindicato dos Estabelecimentos de Educação Básica do Município do Rio de Janeiro (Sinepe/Rio). São esperados aproximadamente 300 líderes educacionais, entre os mais significativos decisores da educação particular e pública do País. Para o presidente do Sinepe/Rio, professor Victor Maurício Nótrica, o evento é uma ótima oportunidade para que os diretores de escolas e os colaboradores da alta gerência possam trocar expe-

riências com os renomados palestrantes que participarão. Para ele, o momento é imprescindível para todos os profissionais que atuam nas instituições de ensino. “A área da educação foi um dos setores que mais sofreu com o impacto das novas tecnologias e com o novo cenário econômico no qual o Brasil está inserido. As instituições de ensino de qualquer nível são compreendidas como um negócio e, como tal, devem ser geridas, valendo-se das mais modernas práticas de gestão empresarial”, avalia Nótrica. Segundo Fernando Kutova, o objetivo do congresso é proporcionar aos participantes o contato com nomes destacados no cenário nacional e internacional, que discutirão temas fundamentais para o franco desenvolvimento da educação de nosso País. “Pela relevância do evento, perfil exclusivo dos participantes, presença das principais empresas do setor e de palestrantes consagrados no cenário brasileiro é que convidamos todos a participar de nossa iniciativa”, finaliza.  Revista Linha Direta


PROGRAMAÇÃO QUARTA 8 DE MAIO

9h30 – Credenciamento e abertura da Feira 10h – Solenidade de abertura do Fórum Das 10h30 às 12h30 – Conferência de abertura – C1 Fernando Dolabela (MG) Educação empreendedora: um conteúdo fundamental para a escola contemporânea Das 12h30 às 14h – Intervalo para almoço Das 14h às 15h30 – Palestras simultâneas Opção – P2

Opção – P3

Christian Rocha Coelho (SP) Como fazer sua escola crescer

Milton dos Santos (SP) Rentabilidade e liquidez nas instituições de ensino

Das 15h30 às 16h – Visita à Feira e coffee break Das 16h às 17h30 – Palestras simultâneas Opção – P4

Opção – P5

José Augusto de Rezende Jr. (SP) Como lidar com a inadimplência em instituições de educação básica

Hamilton Werneck (RJ) Como encantar aluno e família da matrícula ao diploma através da valorização do pedagógico

Das 17h30 às 18h – Visita à Feira e coffee break Das 18h às 19h30 – Palestras simultâneas

Revista Linha Direta

Opção – P6

Opção – P7

Dirceu Moreira (SP) Os desafios e as competências na gestão educacional

Ana Cristina Santos Sousa (RJ) Educação financeira nas escolas: como fazer sua escola participar dessa tendência mundial


QUINTA 9 DE MAIO

Das 8h30 às 10h – Palestra – P8 Alexandre Ventura (Portugal) Avaliação da gestão escolar: sua escola está oferecendo uma educação qualificada? Das 10h às 10h30 – Visita à Feira e coffee break Das 10h30 às 12h – Palestra – P9 Alexandre Gobbo (MG) Mudança: ameaça ou oportunidade? Preparando gestores educacionais para as mudanças de cenário Das 12h às 13h30 – Intervalo para almoço Das 13h30 às 15h – Conferência de encerramento – C10 Gilberto Wiesel (PR) Os desafios para trabalhar com as novas gerações: você está preparado?

II FÓRUM INTERNACIONAL

DE LIDERANÇAS EDUCACIONAIS

8 e 9 de maio || Centro de Convenções da Bolsa de Valores do Rio de Janeiro || Rio de Janeiro/RJ

Revista Linha Direta


CONFERENCISTAS E PALESTRANTES Alexandre Gobbo (MG) Graduado em Ciências Biológicas, pós-graduado em Gestão Estratégica de Marketing, possui ampla experiência na gestão de marketing e de pessoas em ambientes escolares. Ministra cursos para equipes escolares, avaliando sua performance e realizando treinamentos motivacionais e de capacitação. Alexandre Ventura (Portugal) Ex-vice-ministro de Educação de Portugal, professor e investigador no Departamento de Educação da Universidade de Aveiro, em Portugal. Doutor em Ciências da Educação, consultor internacional sobre educação e autor de vários livros. Ana Cristina Santos Sousa (RJ) Graduada em Administração de Empresas, dedica-se ao estudo e à pesquisa sobre finanças pessoais. Pós-graduanda em Coaching Financeiro. Ministra cursos e palestras sobre finanças pessoais em instituições de ensino e em eventos congressuais. Christian Rocha Coelho (SP) Graduado em Comunicação e pós-graduado em Propaganda e ­M arketing. Atuou durante 15 anos nas principais agências de propaganda do Brasil e, há 15 anos, é diretor de Planejamento da Rabbit Partnership, a maior empresa de comunicação, pesquisa e marketing especializada em instituições de ensino no Brasil. Escritor, autor do livro Como fazer sua escola crescer. Dirceu Moreira (SP) Professor, consultor e conferencista. Colunista e escritor. É autor do Método de Autossuperação e Performance (Masp), do método Transformação da Passividade Mental (TPM) e dos projetos Academia de Letras, Filosofia, Artes e Ciências Escolares e/ou Empresariais (Alface) e A Inclusão ao Conhecimento é um Direito de Todos. Fernando Dolabela (MG) Consultor e professor da Fundação Dom Cabral, consultor da ­CNI-IEL Nacional, do CNPq e da Agência de Educação para o Desenvolvimento (AED). Criador dos programas de ensino de empreendedorismo na educação básica e universitária – as metodologias Oficina do Empreendedor e Pedagogia Empreendedora.

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Gilberto Wiesel (PR) Conferencista, escritor, empresário. Graduado em Administração de Empresas com especialização em Vendas. Coach com certificação internacional em Professional e Self Coaching. Master Practioner­ em Programação Neurolinguística. Diretor do Grupo Wiesel, que possui investimentos nos segmentos de saúde, clínica de autogestão, educação corporativa e agronegócio. Hamilton Werneck (RJ) Foi secretário de Educação do município de Nova Friburgo/RJ. Pertenceu, como conselheiro, a Conselhos Municipais e ao Conselho Estadual de Educação do Estado do Rio de Janeiro. Pedagogo, pós-graduado em Educação e professor para o ensino superior. Escritor e conferencista. José Augusto de Rezende Jr. (SP) Graduado em Direito, com especialização em Direito Empresarial e pós-graduação em Direito Processual Civil. Advogado e sócio da J.A. Rezende Advogados Associados, escritório com atuação nacional e especializado no segmento educacional. Experiência e especialização em recuperação de créditos educacionais, assessorando instituições de ensino em todo o Brasil. Milton dos Santos (SP) Economista, mestre em Administração, pós-graduado em Finanças, Master in Business Management e Master in Business Leadership­ pelo WCOB, EUA. É professor de graduação e pós-graduação. Foi articulista e colaborador da revista e do programa Pequenas empresas, grandes negócios, da TV Globo.

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II FÓRUM INTERNACIONAL

DE LIDERANÇAS EDUCACIONAIS

www.conexaold.com.br

Revista Linha Direta


espaço ibero-americano

espacio iberoamericano

Educação integral Coordenador do MEC fala sobre os benefícios desse modelo educacional

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ai longe o tempo em que o espaço destinado à realização das práticas educacionais se limitava à sala de aula, com seu tradicional quadro-negro, e os arcaicos mimeógrafos. Novas formas de ensinar entraram em cena, ancoradas na revolução informacional que principalmente a internet trouxe para o mundo contemporâneo. Com isso, mais do que garantir que o aluno assimile o conteúdo dado em sala, ficou evidente a necessidade de fomentar estratégias que agregassem algum valor à formação desses alunos como cidadãos, trabalhando através de atividades complementares ao que é dado em sala de aula e, mais do que isso, trabalhando habilidades fundamentais para o pleno desenvolvimento intelectual dos estudantes. Dessa forma, a questão da educação integral no Brasil ganha destaque, ancorada nos bons resultados obtidos nas escolas brasileiras que aderiram ao método. Em entrevista exclusiva à Linha Direta, Leandro Fialho, coordenador-geral da Educação Integral do Ministério da Educação do Brasil, analisa os benefícios que o modelo educacional pode trazer para os alunos, além de falar sobre o incentivo do Ministério da Educação na busca pela implantação da educação integral em todas as escolas públicas do País. A entrevista foi realizada durante a V Reunião Interministerial do Programa Arte-Educação, Cultura e Cidadania, realizada no Rio de Janeiro, em outubro de 2012. Confira! Como o MEC está trabalhando a questão da educação em tempo integral? O Ministério da Educação vem incentivando a educação integral no Brasil por meio do Programa Mais Educação. Estamos com um número grande de escolas participantes, já que, com o apoio do Ministério, implantamos a educação integral em Revista Linha Direta

32 mil das 160 mil escolas públicas do Brasil. Isso sem contar as escolas que também adotaram o método através de iniciativas dos governos municipais e estaduais. Até o final de 2014, chegaremos a 60 mil escolas. Então essa política pública está com uma grande escala de ações para, dessa vez, implantar de fato a educação integral no País. Como se deu o início das ações realizadas pelo Ministério nessa área? Nosso projeto piloto aconteceu em 2008, com 1.380 escolas, ou seja, nossa ação inicial em si já foi bastante ousada. Agora, estamos realizando as ações em 32 mil escolas, e em breve chegaremos a 60 mil. A ideia que nos move é a de fazer com que o Brasil transforme sua escola pública, deixando no passado a escola de turno, e adote a educação integral, em que os alunos possam ter acesso a cultura, arte, esporte, enfim, a tudo aquilo a que a classe média tem acesso no País. As escolas que participaram do projeto piloto foram escolhidas a partir de que critérios? O critério para a escolha das escolas onde implantaríamos o projeto piloto da educação integral se deu a partir dos índices dessas escolas no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). Essas escolas foram aquelas que tiveram o menor Ideb, e cujos alunos, em sua maioria, recebiam o benefício do Bolsa Família. São escolas que há muitos anos foram excluídas das políticas públicas na área da educação, e que talvez tenham maus resultados não por alguma deficiência da escola, mas devido a alguma deficiência dessas políticas públicas. Então o nosso objetivo é resgatar essas instituições, para que elas possam ser capazes de oferecer a seus alunos uma educação de qualidade.


Educación integral Coordinador del MEC habla sobre los beneficios de este modelo educacional

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stá lejano el tiempo en que el espacio destinado a la realización de las prácticas educacionales se limitaba a la sala de clase, con su tradicional pizarra, y los arcaicos mimeógrafos. Nuevas formas de enseñar entraron en escena, ancladas en la revolución informacional que principalmente el internet trajo para el mundo contemporáneo. Con esto, más que garantizar que el alumno asimile el contenido dado en el aula, dejó evidente la necesidad de fomentar estrategias que agregasen algún valor a la formación de estos alumnos como ciudadanos, trabajando a través de actividades complementarias a lo que es dado en clase y, más que esto, trabajando habilidades fundamentales para el pleno desarrollo intelectual de los estudiantes. De esta forma, la cuestión de la educación integral en Brasil aparece en destacada, entrelazada en los buenos resultados obtenidos en las escuelas brasileñas que adhirieron al método. En reportaje exclusiva para Linha Direta, Leandro Fialho, coordinador general de la Educación Integral del Ministerio de Educación de Brasil, analiza los beneficios que el modelo educacional puede traer para los alumnos, además de hablar sobre el incentivo del Ministerio de Educación en la búsqueda por la implementación de la educación integral en todas las escuelas públicas del País. La entrevista fue realizada durante la V Reunión Interministerial del Programa ArteEducación, Cultura y Ciudadanía, realizada en Río de Janeiro, en octubre de 2012. ¡Vea! ¿Cómo el MEC está trabajando la cuestión de la educación en tiempo integral? El Ministerio de Educación viene incentivando la educación integral en Brasil por medio del Programa Mais Educação. Estamos con un número grande de escuelas participantes, ya que, con el Revista Linha Direta


Qual o tempo previsto para que essas ações sejam implantadas em todo o País? Nossa meta é chegar a 50% das escolas e a 25% dos alunos brasileiros até 2020. Contudo, nossas ações estão caminhando em um ritmo mais acelerado do que imaginávamos. Acredito que, até 2020, poderemos ter em torno de 80% a 90% das escolas públicas dentro do programa; assim, atingiremos essa meta muito antes do esperado, caso continuemos tendo o apoio de nossos governantes. Como a educação em tempo integral funciona na prática? Temos feito discussões, inclusive trouxemos universidades para o debate acerca desse assunto, até porque construímos um modelo que não foi copiado de nenhum outro país. O Chile possui uma forma de aplicar essas atividades, os EUA possuem o pós-escola, mas o modelo que realizamos é exclusivamente brasileiro. Ele potencializa as atividades locais e integra esses saberes comunitários com o saber produzido pela humanidade. É possível integrar aquilo que faz sentido para a vida desses alunos com o conhecimento produzido pela humanidade, como física, matemática ou português. Por que um aluno não pode aprender português através do hip hop, que é algo presente em sua realidade? Precisamos entender que essa escola de cópia do quadro não funciona mais, ela já está falida há tempos. Estamos buscando quebrar esses paradigmas da escola tradicional para trazer aos alunos uma instituição mais moderna. É importante dizer que essas atividades precisam acrescentar algum resultado para o currículo desses alunos, não podem ser apenas atividades recreativas para eles. As escolas pioneiras na adoção do método já apresentam algum resultado? Já temos resultados em algumas das escolas onde implantamos a educação integral. Apresentamos dados que mostram impactos na aprendizagem, comprovando a melhora dos alunos. Além disso, verificamos resultados empíricos relacionados à satisfação dos estudantes com a mudança no espaço escolar, o que cria um fenômeno conhecido como ambiência. Assim, a evasão da escola se reduz, porque ela se torna um lugar muito mais agradável para os alunos. Revista Linha Direta

Qual a importância de um evento como este para discutir maneiras de se aprimorarem os métodos educacionais? O encontro é importante porque os países da América Latina possuem realidades muito próximas da nossa, então isso funciona como troca de experiências. Muito do que estamos fazendo pode ser replicado nesses países, e o que eles fazem de interessante pode ser usado por nós. Podemos auxiliar difundindo os aspectos em que avançamos, como também trazendo os modelos do que vêm dando certo em outros países, o que pode fazer com que o Brasil avance na questão educacional, que é o nosso desafio. 


apoyo del Ministerio, implantamos la educación integral en 32 mil de las 160 mil escuelas públicas de Brasil. Esto sin contar las escuelas que también adoptarán el método a través de iniciativas de los gobiernos municipales y estaduales. Hasta el final de 2014, llegaremos a 60 mil escuelas. Entonces esta política pública está con un gran nivel de acciones para, de esta vez, implantar de hecho la educación integral en el País. ¿Cómo se dio el inicio de las acciones realizadas por el Ministerio en esta área? Nuestro proyecto piloto aconteció en 2008, con 1.380 escuelas, o sea, nuestra acción inicial en sí ya fue bastante osada. Ahora, estamos realizando las acciones en 32 mil escuelas, y en breve llegaremos a 60 mil. La idea que nos mueve es la de hacer con que Brasil transforme su escuela pública, dejando en el pasado la escuela de turno, y adopte la educación integral, en que los alumnos puedan tener acceso a cultura, arte, deporte, en fin, a todo aquello a lo que la clase media tiene acceso en el País. ¿Las escuelas que participaron del proyecto piloto fueron escogidas a partir de cuáles criterios? El criterio para escoger las escenas donde implantaríamos el proyecto piloto de la educación integral se dio a partir de los índices de estas escuelas en el Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). Estas escuelas fueron aquellas que tuvieron el menor Ideb, y cuyos alumnos, en su mayoría, recibían el beneficio del Bolsa Família. Son escuelas que hace muchos años fueron excluidas de las políticas públicas en el área de la educación, y que tal vez tengan malos resultados no por alguna deficiencia de la escuela, pero debido a alguna deficiencia de estas políticas públicas. Entonces nuestro objetivo es rescatar estas instituciones, para que ellas puedan ser capaces de ofrecer a sus alumnos una educación de calidad. ¿Cuál es el tiempo previsto para que estas acciones sean implantadas en todo el País? Nuestra meta es llegar a 50% de las escuelas y a 25% de los alumnos brasileños hasta 2020. Asimismo, nuestras acciones están caminando en un ritmo más acelerado del que imaginábamos. Creo que, hasta 2020, podremos tener en torno de 80% a 90% de las escuelas públicas dentro del programa; de esta manera, alcanzaremos esta meta mucho antes de lo esperado, en el caso de que continuemos teniendo el apoyo de nuestros gobernantes.

¿Cómo la educación en tiempo integral funciona en la práctica? Hemos realizado discusiones, además trajimos universidades para el debate acerca de este asunto, incluso porque construimos un modelo que no fue copiado de ningún otro país. Chile posee una forma de aplicar estas actividades, los EUA poseen el post-escuela, pero el modelo que realizamos es exclusivamente brasileño. Él potencializa las actividades locales e integra estos saberes comunitarios con el saber producido por la humanidad. Es posible integrar aquello que hace sentido para la vida de estos alumnos con el conocimiento producido por la humanidad, como física, matemática o portugués. ¿Por qué un alumno no puede aprender portugués a través do hip hop, que es algo presente en su realidad? Precisamos hacer entender que esta escuela de copiar de la pizarra no funciona más, ella ya está quebrada hace tiempo. Estamos buscando romper estos paradigmas de la escuela tradicional para traer a los alumnos una institución más moderna. Es importante decir que estas actividades precisan añadir algún resultado para el currículo de estos alumnos, no pueden ser apenas actividades recreativas para ellos. ¿Las escuelas pioneras en la adopción del método ya presentan algún resultado? Ya tenemos resultados en algunas de las escuelas donde implantamos la educación integral. Presentamos datos que muestran impactos en el aprendizaje, comprobando la mejoría de los alumnos. Además de esto, verificamos resultados empíricos relacionados a la satisfacción de los estudiantes con el cambio en el espacio escolar, lo que crea un fenómeno conocido como ambiencia. Así, la evasión de la escuela se reduce, porque ella se torna un lugar mucho más agradable para los alumnos. ¿Cuál es la importancia de un evento como este para discutir maneras de mejorar métodos educacionales? El encuentro es importante porque los países de América Latina poseen realidades muy próximas a la nuestra, entonces esto funciona como intercambio de experiencias. Mucho de lo que estamos haciendo puede ser replicado en estos países, y lo que ellos hacen de interesante puede ser usado por nosotros. Podemos auxiliar difundiendo los aspectos en que avanzamos, como también trayendo los modelos que dieron resultados positivos en otros países, lo que puede hacer con que Brasil avance en la cuestión educacional, que es nuestro desafío.  Revista Linha Direta


inovação

Metodologia(s): antigas questões, novas demandas e cenários

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©erikdegraaf/PhotoXpress

iferentes temas atravessam esta conversa: material didático, abordagem e organização de conteúdos, espaço para o ensino, situações de aprendizagem, concepções de avaliação, aluno, professor... esses e tantos outros dão o tom ao que chamamos metodologia. Embora esses temas não nos pareçam novos, revisitá-los sob outras lentes pode oferecer oportunidades importantes de ações pedagógicas. Fazer essa reflexão implica pensar nos limites, nas necessidades e na emergência de uma escola que merece ser reinventada, mas que não precisa, com isso, abrir mão de ser um espaço de circulação e produção de saberes.

Ana Paula Batalha* Revista Linha Direta

Entender os contornos do que nomeamos metodologia (ou, se preferirmos no plural, metodologias) exige o reconhecimento de um novo cenário educacional, onde o objeto conhecimento ganha nuances de pesquisa, de tec-

nologia, de situações complexas, que demandam dinamicidade no processo, flexibilidade, diversificação, diferentes leituras de um mesmo fenômeno e diversas formas de expressão, ainda que a cultura escolar seja fortemente marcada pela perspectiva da padronização. Desse modo, há que se cuidar do que Chevallard chama de processo de transposição didática: segundo o autor, o conhecimento científico e as práticas sociais são transformados, no espaço escolar, em objetos de ensino. Essa transposição não ocorre apenas na sala de aula, no momento em que fica caracterizada a ação explicativa do professor. A transposição didática acontece já no processo de seleção e organização do conteúdo, na escolha do material didático (na medida em que as formas de abordagem do conhecimento são definidas) e na elaboração de avaliações.


Nessa direção, podemos pensar a(s) metodologia(s) como uma tomada de posição diante das relações didáticas, a fim de preservarmos a circulação e produção de conhecimento escolar. Considerar essa proposição requer reassumir nosso lugar de professor, ou seja, resgatar a condição de ser aquele que dinamiza o processo de aprendizagem e favorece a autonomia intelectual de seus alunos. Além disso, ser professor é manter uma constante inquietude pedagógica, comprometida em pensar o conhecimento como objeto de ensino. Ao tomar essa posição, a sala de aula passa a ser um espaço onde situações-problema são disparadoras de pesquisas e questionamentos.

(...) ser professor é manter uma constante inquietude pedagógica, comprometida em pensar o conhecimento como objeto de ensino. Cabe aqui uma reflexão: ofereceremos aos alunos, em sala de aula, exercícios ou problemas? Os exercícios podem assumir a condição de prática com o fim de desenvolver ou de aprimorar habilidades específicas. Já os problemas tendem a nos colocar diante de uma questão levantada e, portanto, requerem consideração, discussão e escolhas para a tomada de decisões que levem a possíveis soluções. Ao oferecer-lhes apenas um ou outro, só exercício ou só problema, corremos o risco da padronização e, por isso mesmo, de não atender às necessidades de uma sala de aula dinâmica. Retomar os objetivos da aula pode ser um caminho interessante para eleger quando oferecer exerRevista Linha Direta

cícios e/ou problemas aos alunos. A chance de investigação e a diversificação reinventam a relação, com a aprendizagem ampliando possibilidades de entendimento, bem como a internalização de conhecimentos, na medida em que abre espaço para diferentes observações acerca de um mesmo objeto. Nesse novo cenário, há lugar para os conteúdos, em sua dimensão de instigar o aluno a pensar a respeito e provocar o contato com novos conhecimentos. Assim, o levantamento de hipóteses, a análise de variáveis, a articulação de ideias e a construção de argumentos passam a ocupar lugar de destaque nas relações didáticas. Nunca é demais lembrar que cada atividade pedagógica tem um potencial diferente e limitações específicas. Dessa maneira, as atividades expressam, de modo privilegiado, nossas concepções de educação. Sobre elas recaem muitos questionamentos, mas pouca ousadia para realizá-las de formas diferentes. Estamos diante de um cenário educacional em que, conforme Moreira e Candau, 2003, p. 166, “não basta acrescentar temas, autores, celebrações etc. É necessária uma releitura da própria visão de educação. É indispensável desenvolver um novo olhar, uma nova ótica, uma sensibilidade diferente” e, assim, pensar metodologias que priorizem outras relações com o saber.  *Orientadora pedagógica e educacional. Consultora da Rede RCE www.rceonline.com.br


tecnologia

Tecnologia ou metodologia? A

pergunta contida no título deste artigo me faz refletir sobre a utilização das tecnologias no ambiente escolar. Temos escolas que se preocupam em adquirir equipamentos tecnológicos (computadores equipados, conexão banda larga, lousas digitais, entre outros) para que os professores os utilizem em suas aulas e as transformem em aulas dinâmicas, lúdicas, atrativas e interdisciplinares. Seria um sonho se somente essa aquisição fosse o suficiente para alcançarmos a excelência na educação. Apesar do custo desses equipamentos, esse não seria um fator que impediria a escola de adquiri-los, se eles garantissem os resultados esperados. Os equipamentos tecnológicos de nada servirão se os educadores não aprenderem a utilizá-los. É necessário refletir, questionar e entender o que fazer com eles. Qual é a proposta do uso da tecnologia na educação? Uma resposta muito conhecida para essa pergunta é: utilizar os recursos tecnológicos como uma ferramenta de apoio. Uma ideia, muitas vezes, não entendida em

Revista Linha Direta

sua essência. A explicação para essa resposta é que o aluno utiliza os recursos tecnológicos para construir atividades e projetos sobre o seu conhecimento, que está sendo adquirido na sala de aula através dos conteúdos trabalhados pelos educadores, na sua vivência e pesquisa. Dessa forma, o aluno reforça os temas abordados e, consequentemente, aprende as ferramentas tecnológicas. Notem que nessa explicação suben­ tende-se palavras-chave, como ­interdisciplinaridade, construção, pesquisa e prática investigativa, as quais permeiam a proposta da tecnologia educacional. Portanto, podemos dizer que as tecnologias devem viabilizar a integração curricular, habilitar o aluno para o exercício da autonomia, estimulá-lo na pesquisa e na prática investigativa, compartilhar o saber entre alunos e educadores, dentre outros. Se entendermos essa proposta, saberemos utilizar a tecnologia com metodologia e contribuiremos com a formação de cidadãos críticos, criativos e construtores do seu conhecimento.


©Iryna Shpulak/PhotoXpress

Lisalba Camargo*

Qualquer instrumento de ensino só é válido quando há aproveitamento metodológico, ou seja, quando o educador compreende a linguagem e a utilização desses novos recursos. Na realidade, a proposta da tecnologia educacional vem ao encontro do trabalho que o professor já faz na sala de aula; porém, com o uso da tecnologia, fica mais fácil alcançar os objetivos pedagógicos e tecnológicos. A tecnologia na educação deve compor o currículo de forma multidisciplinar, originando possibilidades, permitindo que o educador desenvolva um trabalho ainda mais dinâmico e atrativo, promovendo uma maior integração entre as áreas de conhecimento. A renovação do modo de trabalhar os conteúdos programáticos das disciplinas deve ser urgente, visto que o educador só consegue superar os entraves da educação tradicional assumindo de vez o papel de orientador e mediador da aprendizagem. Portanto, o educador, para se beneficiar dessas ferramentas tecnológicas, precisa redimensionar as práticas educativas, transfor-

mando as novas tecnologias em potencial pedagógico, e assumir competências de cooperação, colaboração, mediação e interação, ou seja, um novo modo de ensinar e aprender. Como diz Moran, “precisamos repensar todo o processo e reaprender a ensinar”; afinal de contas, essa nova dimensão demanda uma educação que forme indivíduos criativos, capazes de entender e relacionar conhecimentos tecnológicos. Rubem Alves diz que “é preciso criar pessoas que se atrevem a sair das trilhas aprendidas, com coragem de explorar novos caminhos. Pois a ciência construiu-se pela ousadia dos que sonham, e o conhecimento é a aventura pelo desconhecimento em busca da terra sonhada.” Que possamos nos aventurar a cada dia rumo a um mundo melhor através da educação. Com certeza, dessa forma, faremos a diferença no uso da tecnologia com metodologia.  *Autora da Coleção Microkids Tecnologia Educacional e diretora de Desenvolvimento da Microkids www.microkids.com.br Revista Linha Direta


pró-texto

Coleção de livros infantis Parceria entre Editora Positivo e a espanhola OQO lança, no Brasil, títulos que retratam amizade, busca de identidade, medos e solidariedade

O

bras que estimulam a imaginação, o humor, a reflexão e a criatividade nas crianças. Ilustrações de ampla riqueza plástica. Assim são os cinco livros lançados ao longo de 2012 pela Editora Positivo em parceria com a espanhola OQO, reconhecida internacionalmente por sua excelência em livros para crianças. As novidades apresentam contos incríveis e histórias envolventes de maneira sensível e poética. Conheça a seguir um pouco mais de cada obra já disponível nas livrarias de todo o Brasil. A princesa Maribel

melhores obras infantis de 2012, convida os leitores à interação, incentivando-os, por meio de perguntas, a explorar as imagens e a adivinhar o que vem a seguir, proporcionando uma rica e envolvente leitura. Os versos curtos e ritmados, aliados à repetição, facilitam a compreensão e a memorização dos leitores iniciantes. Criadas a partir de material reciclado (garrafas, madeira, pedra, arame etc.), as belas ilustrações que complementam o texto mostram pontos de vista inusitados e contribuem para aguçar a curiosidade das crianças. Ficha técnica – texto: Patacrúa; ilustrador: Javier Solchaga; tradutor: Leo Cunha; formato: 25 x 23cm; número de páginas: 36; preço sugerido: R$ 41,90. Cocorico

De página em página, novas perguntas vão surgindo e moldando o enredo, basta adivinhar. É assim que Patacrúa, autora de A princesa Maribel, envolve seus pequenos leitores, proporcionando uma experiência rica, desafiadora e mais divertida a cada página. A princesa Maribel, considerada pelo Estadinho, suplemento infantil do jornal O Estado de S. Paulo, uma das Revista Linha Direta

A mamãe Galinha decide fazer um biscoito. O Cocorico sai em busca de lenha para acender o forno e, no caminho, encontra o Gato Pelado, que quer devorá-lo.


Diocsianne Moura*

Para se salvar, o pintinho promete lhe dar metade do biscoito. Mas, assim que passa o perigo, esquece o trato e come tudo sozinho, provocando a ira do Gato Pelado. Considerada pelo Estadinho como uma das melhores obras infantis de 2012, Cocorico baseia-se num conto tradicional birmanês e apresenta graciosas e coloridas ilustrações de Helga Bansch.

guarda suas relíquias numa caixa de lembranças. Ficha técnica – texto: Anna Cas­­ ta­gnoli; ilustradora: Isabelle Arse­ nault; tradutor: Marcos Bagno; formato: 25 x 23cm; número de páginas: 40; preço sugerido: R$ 41,90. A grande viagem

Ficha técnica – texto: Marisa Núñez; ilustradora: Helga ­Bansch; tradutor: Leo Cunha; formato: 25 x 23cm; número de páginas: 36; preço sugerido: R$ 41,90. A caixa de lembranças

Com muita poesia e sensibilidade, a obra leva o leitor a participar de um pequeno, mas importante aprendizado: o valor dos objetos depende do afeto que depositamos neles e da forma como os vemos ao longo do tempo. O que antes não tinha muito valor acaba se convertendo em algo muito precioso, tal como acontece com a protagonista dessa história, que

A máscara do leão

Um menino planeja construir uma nave mágica para que possa conhecer pessoas e lugares diferentes e viver grandes aventuras: voar feito os aviões, cruzar os mares, atravessar países em guerra, resgatar animais em situação de perigo... Com belas ilustrações de Gabriel Pacheco, o livro, que trata do poder da imaginação da criança, conduz o leitor a uma viagem de descobertas, do mundo e também de si mesmo. Ficha técnica – texto: Anna Castagnoli; ilustrador: Gabriel Pacheco; tradutor: Maurício Santana Dias; formato: 25 x 23cm; número de páginas: 40; preço sugerido: R$ 41,90.

Com ilustrações coloridas e alegres de Paloma Valdivia, o rico texto da autora Margarita del Mazo levanta a reflexão sobre questões como a imposição de normas, as diferenças, o valor da amizade e as “máscaras” que usamos no dia a dia, colocando em debate nossa própria identidade. Papai Leão desejava que seu filho crescesse e se tornasse o rei da Savana. Para isso, Leãozinho deveria ser grande, forte e assustador como ele. O pequeno leão, porém, nada tinha de amedrontador. Pelo contrário, possuía um largo sorriso, um rugido manso e muitos amigos. Ficha técnica – texto: Margarita del Mazo; ilustradora: Paloma Valdivia; tradutor: Adriano Messias; formato: 25 x 23cm; número de páginas: 48; preço sugerido: R$ 41,90.  *Analista de comunicação ­marketing da Editora Positivo

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www.editorapositivo.com.br Revista Linha Direta


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Educação no trânsito

Lideranças assinaram o termo de parceria que visa a garantir um trânsito mais seguro nas portas das escolas de Belo Horizonte e região

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Sinep/MG e BHTrans se unem em campanha de conscientização

Fotos: Speziali Photo Design

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ma escola comprometida com a formação cidadã de seus alunos não deve limitar suas ações educativas ao ambiente da sala de aula. É dever das instituições de ensino, juntamente com os órgãos que as representam, realizar estratégias que visem a garantir não só o amadurecimento educacional e cultural, como também a qualidade de vida dos estudantes. É importante também que essas ações ultrapassem os portões da escola, trabalhando, assim, a vivência desses alunos em sociedade.

A parceria promete proporcionar um trabalho conjunto entre a empresa de trânsito e a entidade representativa, com o objetivo de desenvolver projetos de educação no trânsito que contribuam não só para um comportamento mais prudente dos motoristas, mas também para criar uma consciência mais cidadã nos estudantes. Além disso, a ação tem como meta chamar a atenção da comunidade escolar – professores, alunos, pais e transportadores escolares – para a questão da segurança no trânsito.

Pensando nisso, o Sindicato das Escolas Particulares de Minas Gerais (Sinep/MG) assinou um termo de parceria com a Empresa de Transportes e Trânsito de Belo Horizonte (BHTrans) para viabilizar a realização de uma campanha de conscientização dos motoristas que levam as crianças e os adolescentes da capital mineira para a escola. A iniciativa possui enorme importância no período de volta às aulas, devido ao aumento do fluxo de veículos nas ruas após as férias, mas não se limita ao início do período letivo, pois haverá ações durante todo o ano.

A ação O termo de parceria assinado entre o Sinep/MG e a BHTrans inicia uma campanha inédita, que prevê um trabalho permanente de conscientização da comunidade escolar em prol da mobilidade urbana. A campanha se divide em dois momentos: o primeiro é relativo ao período de volta às aulas, em que houve maior fiscalização, e também uma ação contundente de educação no trânsito. Ao longo do ano, serão realizadas também ações que visem a conscientizar e a formar os atuais e futuros motoristas. Revista Linha Direta


Célio Freitas, diretor de planejamento da BHTrans, diz que um trabalho em conjunto é a melhor maneira de se obter maior alcance em campanhas do tipo. “Pretendemos, através dessa parceria, trabalhar o dia a dia na porta das escolas”, explica. Para ele, apesar de a BHTrans realizar muitas ações de conscientização no trânsito, o Sinep/MG tem condições de intensificar as atividades, porque ele vive e conhece o ambiente escolar. “Precisamos tirar proveito dessa sinergia e dessa oportunidade para agir na educação no trânsito.” A campanha, que começou no dia 4 de fevereiro, data que marcou o início do ano letivo, teve como ação inaugural a visita de agentes da BHTrans a 50 grandes escolas de Belo Horizonte. Foram distribuídos 187 mil fôlderes e cartilhas para alunos de diferentes faixas etárias. O material trabalhava exatamente a importância que cada um dos atores, para os quais a campanha se direcionava, possuía na busca por um trânsito mais seguro. Segundo Célio Freitas, as ações realizadas visaram a conscientizar e a orientar aqueles que podem, de alguma forma, fazer algo para mudar a realidade atual do trânsito da cidade. “A intenção das ações é acessar os pais através dos alunos, para que haja uma mudança de cultura, não só em relação ao trânsito na porta das escolas, mas também ao trânsito de forma geral”, afirma o diretor da BHTrans, ressaltando que é desejo da empresa que o transportador escolar também tenha um papel importante nessas ações, já que, a partir do momento em que mais pessoas optam por esse tipo de locomoção, menor será o número de veículos nas ruas. Revista Linha Direta

A campanha contou com a distribuição de cartilhas educativas para os alunos e professores

Já o presidente do Sinep/MG, Emiro­ Barbini, reafirma a importância de as escolas e as entidades que as representam participarem de ações do tipo. “Um sindicato moderno, seja ele de que área for, não pode ficar deslocado da comunidade em que está inserido”, diz, destacando que é preciso que ele busque formas de resolver os problemas da sociedade que estão ao seu alcance. “E nós, como educadores, nos questionamos sobre o que fazer não só em relação ao trânsito na porta das escolas, mas também na questão da segurança dos pedestres, que é o caso de muitos dos nossos alunos.” Ainda segundo Barbini, a participação do Sinep/MG em uma ação como essa tem grande valor, ao se levar em conta o alcance que o sindicato possui. Educação no trânsito Apesar de inédita, a campanha nasce chancelada por uma série de outras ações de educação no trânsito realizadas pela BHTrans – é o que garante Jussara Bellavinha, diretora de Atendimento e Informação da empresa de transportes. Segundo ela, a BHTrans possui um trabalho na área de educação no trânsito que é pouco conhecido na

cidade. Bellavinha diz ainda que, só no último ano, foram oferecidas palestras e aulas para mais de 65 mil pessoas. Além disso, existe um programa, voltado para alunos do ensino fundamental, por meio do qual a empresa leva esses estudantes a um espaço onde eles realizam atividades pedagógicas de educação em relação ao tráfego de veículos e pedestres. A campanha pretende propor uma mudança de hábito na questão do trânsito na cidade. A diretora da BHTrans avalia que a sociedade já passou por mudanças assim em relação a outros tópicos de interesse público, e que agora é a vez de a questão do trânsito ser discutida. “Costumo relacionar esse tema ao cigarro. Quando eu era criança, se estivéssemos em um auditório como este, provavelmente haveria muita gente fumando aqui. Hoje em dia não acontece mais. A ONU criou um programa de conscientização no trânsito em dez países com os maiores índices de acidentes e, em cada um desses países, foram selecionadas algumas cidades para participar. Belo Horizonte é uma delas. Assim como aconteceu com o cigarro, queremos propor o debate acerca da situação do trânsito para tentar torná-lo mais seguro”, conclui. 


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