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Linha Direta INOVAÇÃO . EDUCAÇÃO . GESTÃO

CONSTRUINDO CAMINHOS PARA O AMANHÃ VI Congresso Brasileiro da Educação Superior Particular

será realizado em Foz do Iguaçu/PR, de 6 a 8 de junho de 2013 MEC Que tesouros se escondem no Ministério?

EDIÇÃO 181 ANO 16 - ABRIL 2013

TECNOLOGIA A gestão automatizada da escola

CUIDAR E EDUCAR Uma reflexão sobre valores

FIDELIZAÇÃO Atendendo às expectativas das famílias

FORMAÇÃO Preparando novas lideranças

Paulo Rogedo

Marlon Dionison


editorial

VI Congresso

VI Congreso

Pelo sexto ano consecutivo, a Linha Direta e o Fórum das Entidades Representativas do Ensino Superior Particular promovem o Congresso Brasileiro da Educação Superior Particular. Como é um evento itinerante, desta vez ele será realizado no Mabu Thermas & Resort, localizado na bela cidade de Foz do Iguaçu/PR, de 6 a 8 de junho, sob a coordenação da Hoper Educação. São aguardadas as presenças do ministro da Educação, Aloizio Mercadante, e das principais lideranças educacionais, autoridades governamentais e políticas com responsabilidades na área, além de renomados educadores e formuladores de políticas públicas para a educação no Brasil. Na ocasião, será discutido o tema Construindo caminhos para o amanhã, em cima do duplo desafio que o País tem de enfrentar: a expansão do ensino superior e o resgate da dívida social existente. Participe você também desse importante momento da nossa história. Até lá!

Por el sexto año consecutivo, Linha Direta y el Fórum das Entidades Representativas do Ensino Superior Particular promueven el Congreso Brasileño de Educación Superior Particular. Como es un evento itinerante, de esta vez éste será realizado en el Mabu Thermas & Resort, localizado en la hermosa ciudad de Foz do Iguaçu/PR, del 6 al 8 de junio, bajo la coordinación de la Hoper Educação. Serán aguardadas las presencias del ministro de Educación, Aloizio Mercadante, y de los principales liderazgos educacionales, autoridades gubernamentales y políticas con responsabilidades en el área, además de renombrados educadores y formuladores de políticas públicas para la educación en Brasil. En esta ocasión, será discutido el tema Construyendo caminos para el mañana, encima del doble desafío que el País tiene de enfrentar: la expansión de la enseñanza superior y el rescate de la deuda social existente. Participe usted también de este importante momento de nuestra historia. ¡Nos vemos!

Marcelo Chucre da Costa Presidente da Linha Direta

Marcelo Chucre da Costa Presidente de Linha Direta

Publicação mensal dos Sinepes, Anaceu, Consed, ABMES, Abrafi, ABM, Fundação L’Hermitage e Sieeesp

Presidente Marcelo Chucre da Costa Diretora Executiva Laila Aninger Editora Valéria Araújo – MG 16.143 JP Designer Gráfico Rafael Rosa Atendimento Flávia Alves Passos Estagiário de Jornalismo Renan Costa Coelho Preparadora de Texto/Revisora Cibele Silva Tradutor/Revisor de Espanhol Gustavo Costa Fuentes - RFT1410 Consultor Editorial Ryon Braga Consultor em Gestão Estratégica e Responsabilidade Social Marcelo Freitas Consultora para o Ensino Superior Maria Carmem T. Christóvam

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Revista Revista Linha Linha Direta Direta

Conselho Consultivo Airton de Almeida Oliveira Presidente do Sinepe/CE Amábile Pacios Presidente da Fenep Antônio Lúcio dos Santos Presidente do Sinepe/RO Átila Rodrigues Presidente do Sinepe/Triângulo Mineiro Benjamin Ribeiro da Silva Presidente do Sieeesp Cláudia Regina de Souza Costa Presidente do Sinepe/RJ Dalton Luís de Moraes Leal Presidente do Sinepe/PI Emiro Barbini Presidente do Sinep/MG Fátima de Mello Franco Presidente do Sinepe/DF Fátima Turano Presidente do Sinepe/NMG Gabriel Mario Rodrigues Presidente da ABMES Gelson Menegatti Filho Presidente do Sinepe/MT Hermes Ferreira Figueiredo Presidente do Semesp

Ignez Vieira Cabral Presidente da Fenen Ivana de Siqueira Diretora da OEI em Brasília Ivo Calado Asepepe Jacir J. Venturi Presidente do Sinepe/PR – Curitiba Jorge de Jesus Bernardo Presidente da Abrafi e do Semesg José Carlos Barbieri Presidente do Sinepe/NOPR José Carlos Rassier Secretário Nacional da ABM Krishnaaor Ávila Stréglio Presidente do Sinepe/GO Manoel Alves Presidente da Fundação Universa Marco Antônio de Souza Presidente do Sinepe/NPR Marcos Antônio Simi Presidente do Sinepe/Sul de Minas Maria da Gloria Paim Barcellos Presidente do Sinepe/MS Maria Nilene Badeca da Costa Presidente do Consed

Miguel Luiz Detsi Neto Presidente do Sinepe/Sudeste/MG Natálio Dantas Presidente do Sinepe/BA Odésio de Souza Medeiros Presidente do Sinepe/PB Osvino Toillier Presidente do Sinepe/RS Paulo Antonio Gomes Cardim Presidente da Anaceu Paulo Sérgio Machado Ribeiro Presidente do Sinepe/AM Pe. João Batista Lima Presidente do Sinepe/ES Suely Melo de Castro Menezes Vice-presidente do Sinepe/PA Victor Maurício Nótrica Presidente do Sinepe/Rio Pré-Impressão e Impressão Rona Editora – 31 3303-9999 Tiragem: 20.000 exemplares As ideias expressas nos artigos assinados são de responsabilidade dos autores e não representam, necessariamente, a opinião da Revista. Os artigos são colaborativos e podem ser reproduzidos, desde que a fonte seja citada.

Rua Felipe dos Santos, 825 - Conj. 305/306 - Lourdes - Belo Horizonte - MG - CEP: 30.180-160 - Tel.: (31) 3281-1537 - www.linhadireta.com.br


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II FÓRUM INTERNACIONAL

DE LIDERANÇAS EDUCACIONAIS

8 e 9 de maio || Centro de Convenções da Bolsa de Valores do Rio de Janeiro || Rio de Janeiro/RJ

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CONFERENCISTAS E PALESTRAS QUARTA 8 DE MAIO

Fernando Dolabela (MG) Educação empreendedora: um conteúdo fundamental para a escola contemporânea Christian Rocha Coelho (SP) Como fazer sua escola crescer Milton dos Santos (SP) Rentabilidade e liquidez nas instituições de ensino José Augusto de Rezende Jr. (SP) Como lidar com a inadimplência em instituições de educação básica Hamilton Werneck (RJ) Como encantar aluno e família da matrícula ao diploma através da valorização do pedagógico Dirceu Moreira (SP) Os desafios e as competências na gestão educacional Ana Cristina Santos Sousa (RJ) Educação financeira nas escolas: como fazer sua escola participar dessa tendência mundial

QUINTA 9 DE MAIO

Alexandre Ventura (Portugal) Avaliação da gestão escolar: sua escola está oferecendo uma educação qualificada? Alexandre Gobbo (MG) Mudança: ameaça ou oportunidade? Preparando gestores educacionais para as mudanças de cenário Gilberto Wiesel (PR) Os desafios para trabalhar com as novas gerações: você está preparado?

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capa

CONSTRUINDO CAMINHOS PARA O AMANHÃ VI Congresso Brasileiro da Educação Superior Particular será realizado em Foz do Iguaçu/PR, de 6 a 8 de junho de 2013

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ntre os requisitos estratégicos requeridos para apoiar e acelerar o desenvolvimento econômico e social sustentável brasileiro, destaca-se como fundamental a expansão da educação superior com inclusão social. Para a atual década, o novo Plano Nacional de Educação (PNE) prevê a inclusão, até 2020, de 33% da população com idade entre 18 e 24 anos no ensino superior. Informações disponíveis indicam, no entanto, que no início desta década (2011) esse indicador era da ordem de 14,8%, o que revela o enorme esforço que o País deve realizar para alcançar a meta preconizada para 2020. Ainda assim, se o Brasil conseguisse alcançar os 33% recomendados, o que se avizinha muito difícil, pois implica mais que duplicar em 9 anos o indicador atual (alcançado ao longo da história de nosso País), estaria distante de países sul-americanos, como Chile e Argentina, que já ultrapassaram os 33% nessa área. Nesse contexto, o ensino superior particular tem um papel extremamente relevante, pois, do total de matrículas de graduação alcançadas em 2011 – da ordem de 6.739.689 –, aproximadamente 73,7%, ou seja, 4.966.374 alunos, estudam em Instituições de Ensino Superior (IES) particulares. É importante ressaltar que, nas circunstâncias atuais, a inclusão maciça da população oriunda da classe C no ensino superior se apre-

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senta como um desafio formidável que o País precisa enfrentar, uma vez que as classes A e B já estão contempladas. Assim, a realização do VI Congresso Brasileiro da Educação Superior Particular, entre os dias 6 e 8 de junho, em Foz do Iguaçu/PR, passa a ser uma oportunidade ímpar para uma profunda reflexão sobre o duplo desafio que o País tem de enfrentar nesse momento: de um lado, o da expansão do ensino superior em números compatíveis com o que se espera, segundo as metas do PNE; e, de outro, o de resgatar na máxima extensão possível a dívida social existente, com a inclusão dos mais carentes no contexto da educação superior. O ensino superior particular, para bem cumprir o papel que dele se espera, tem de estar preparado para vencer obstáculos de diferentes nuances e de variadas naturezas que se manifestam no cotidiano do trabalho desenvolvido pelas IES. É esse fato que motiva e dá retaguarda para a temática que o Congresso propõe discutir e apreender com a reflexão a ser realizada e, em seguida, praticada. Essa temática se consolida em uma tomada de posição do conhecimento, no momento atual, sobre como agem as diferentes variá­ veis que impactam a educação superior e sobre a perspectiva de como elas se comportarão ao longo dos próximos anos. Ela está, assim, assentada em uma reflexão sobre o momento que vive este nível de ensino no Brasil e sobre a busca pela compreensão de suas alternativas de encaminhamento futuro. Daí a decisão de se ter como guia maior para esse VI Congresso a centralidade da reflexão em torno da temática geral – Ensino superior no Brasil: construindo caminhos para o amanhã.

O Congresso Referência para o ensino superior, o Congresso Brasileiro da Educação Superior Particular é um evento itinerante que já foi realizado em Natal/RN, em 2012; Salvador/BA, em 2011; Costão do Santinho, Florianópolis/SC, em 2010; Araxá/MG, em 2009; e Porto de Galinhas/PE, em 2008. Este ano, o local escolhido foi Foz do Iguaçu, no Paraná. O VI Congresso Brasileiro da Educação Superior Particular é realizado pela Linha Direta e promovido pelo Fórum das Entidades Representativas do Ensino Superior Particular, constituído pela Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (ABMES), Associação Brasileira das Mantenedoras das Faculdades Isoladas e Integradas (Abrafi)­, Associação Nacional dos Centros Universitários (Anaceu), Associação Nacional das Universidades Particulares (Anup), Sindicato das Entidades Mantenedoras de Estabelecimentos de Ensino Superior no Estado de São Paulo (Semesp) e Federação Nacional das Escolas Particulares (Fenep). A coordenação fica a cargo da Hoper Educação. Revista Linha Direta


PROGRAMAÇÃO

CONSTRUINDO CAMINHOS PARA O AMANHÃ 6, 7 e 8 DE JUNHO DE 2013 MABU THERMAS & RESORT

FOZ DO IGUAÇU/PR

Dia 6/6/2013 (Quinta-feira) 17h | CREDENCIAMENTO 17h30 | APRESENTAÇÃO CULTURAL TÍPICA DA REGIÃO 18h | SESSÃO SOLENE DE ABERTURA (DIRIGENTES DO FÓRUM) 19h | PALESTRA DE ABERTURA: Ensino superior. O futuro agora: estamos preparados? Palestrante: Marco Vianna 20h | CONFERÊNCIA MAGNA: Os desafios da educação no Brasil Conferencista convidado: Aloizio Mercadante – Ministro da Educação (a confirmar) 21h | COQUETEL DE ABERTURA Dia 7/6/2013 (Sexta-feira) PERÍODO DA MANHÃ PAINEL - Regulação, avaliação e supervisão do ensino superior no Brasil: onde estamos, para onde vamos Coordenador do painel: José Janguiê Bezerra Diniz Palestrante: Jorge Rodrigo Araújo Messias Participantes: Equipe técnica da Secretaria de Regulação e Supervisão da Educação Superior (Seres) Adalberto do Rêgo Maciel Neto Marta Wendel Abramo Andréa de Faria Barros Andrade Debatedores: José Roberto Covac Iara de Xavier Maurício Garcia Revista Linha Direta


PAINEL – Panorama da situação da oferta e demanda de cursos superiores: o papel das diferentes categorias de IES na expansão da educação superior no Brasil Palestra: Reflexões sobre o papel das Pequenas e Médias Instituições de Ensino Superior (PMIES) na expansão da educação superior no Brasil Palestrante: Rodrigo Capelato Debatedor: Célia Christina Silva Carvalho Palestra: Reflexões sobre o papel das Grandes Instituições de Ensino Superior (GIES) nacionais e internacionais na expansão da educação superior no Brasil Palestrante: Rogério Frota Melzi Debatedor: Édson Raymundo Pinheiro de Souza Franco PERÍODO DA TARDE Palestra: Os desafios do binômio ensino-aprendizagem sob o impacto da utilização de novas tecnologias na educação superior Palestrante: Andreia Inamorato Debatedor: Raulino Tramontin Palestra: Os desafios de sustentabilidade enfrentados pelas instituições de ensino superior particulares no Brasil Palestrante: Cláudio de Moura Castro Debatedor: Antônio Carbonari Netto Palestra: Projeto Tutor Universitário: estudo de caso de uma experiência­ bem-sucedida. Apresentação do projeto implantado pela Anhanguera Educacional Coordenador da mesa: Gabriel Mario Rodrigues Palestrante: Ana Maria Costa de Sousa Dia 8/6/2013 (Sábado) 9h | PALESTRA: As 10 maiores inovações que irão impactar a educação superior em nível mundial na próxima década Palestrante: Ryon Braga 10h | MESA-REDONDA: Ensino superior no Brasil: onde estamos e para onde queremos ir Participantes: Dirigentes do Fórum Amábile Pacios - Fenep Gabriel Mario Rodrigues - Abmes Hermes Ferreira Figueiredo - Semesp José Janguiê Bezerra Diniz - Abrafi Paulo A. Gomes Cardim - Anaceu Presidente da Anup 11h10 | APRESENTAÇÃO DA CARTA DE FOZ DO IGUAÇU Debates e aprovação 12h | ENCERRAMENTO Revista Linha Direta


2008 I Congresso Brasileiro da Educação Superior Particular

CONSTRUINDO CAMINHOS PARA O AMANHÃ 6, 7 e 8 DE JUNHO DE 2013 MABU THERMAS & RESORT

FOZ DO IGUAÇU/PR

2009 II Congresso Brasileiro da Educação Superior Particular

O CONGRESSO O Congresso Brasileiro da Educação Superior Particular é um evento itinerante que já foi realizado em Natal/RN, em 2012; Salvador/BA, em 2011; Costão do Santinho, Florianópolis/SC, em 2010; Araxá/MG, em 2009; e Porto de Galinhas/PE, em 2008. O VI Congresso, em Foz do Iguaçu/PR, será um encontro único que, assim como seus antecessores, proporcionará debates importantes para o futuro da educação superior no Brasil. Participe!

2010 III Congresso Brasileiro da Educação Superior Particular

TRANSPORTE AÉREO Consulte-nos para emissão de passagens aéreas com descontos para congressistas e confirmação do transfer.

HOSPEDAGEM Tarifas especiais, negociadas com o Mabu Thermas & Resort, exclusivas para o evento. 2011 IV Congresso Brasileiro da Educação Superior Particular

FAÇA JÁ SUA INSCRIÇÃO. VAGAS LIMITADAS! INSCRIÇÕES

www.cbesp.com.br (Congresso Brasileiro da Educação Superior Particular - CBESP)

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2012 V Congresso Brasileiro da Educação Superior Particular

INFORMAÇÕES Inscrição: cursos@hoper.com.br / (45) 3029.1333 Passagens aéreas: eventos@dfeventos.tur.br / (61) 3321.0943 Hospedagem: emissao@dfeventos.tur.br / (61) 3321.0943 


©Olivier Le Moal/PhotoXpress

gestão

Sucesso da fidelização H

á muito se fala de marketing­ de relacionamento, mas o que é isso exatamente? Quem deve desenvolver ações relacionais para fidelizar clientes em um mundo onde as opções são diversas? Philip Kotler já trabalhava com a ideia de marketing de serviços como toda atividade ou benefício, essencialmente intangível, que uma parte pode oferecer a outra e que não resulte na posse

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de um bem. Diante desse conceito, logo apareceram outros autores que iniciaram um pensamento mais específico para a área relacional, como McKenna, para quem o marketing de relacionamento, ou pós-marketing, surgiu com a intenção de sustentar a infraestrutura dos relacionamentos com clientes, com toda a sua integração possível, e Vavra, que o definiu como um processo de satisfação contínua dos clientes atuais. A partir daí,


Paulo Rogedo*

inúmeras vertentes e publicações foram inseridas no meio acadêmico tratando do assunto, trazendo diversas opções de ferramentas que podem auxiliar as empresas na tomada de decisões mais assertivas, objetivando a manutenção da base de clientes, ou seja, sua fidelização. Em nossa sociedade atual, temos inúmeras opções de escolas de educação básica. Quando as famílias escolhem uma instituição para matricular seus filhos, elas já devem ter como premissas situações/informações obtidas por pesquisas no mercado e visitas a instituições, além das que são vendidas por meio dos diversos instrumentos de comunicação, bem como indicações de familiares e amigos que já passaram ou passam por alguma experiência. Uma vez escolhida a instituição, as famílias precisam ter uma série de expectativas atendidas, e é por aí que iniciamos um ciclo bom ou ruim no processo de fidelização, pois nem sempre as expectativas das partes se mostram de maneira explícita. É nesse contexto que o marketing de relacionamento pode ser um grande diferencial para o negócio da instituição particular de ensino, porque já sabemos que, se as expectativas das famílias

não forem atendidas, elas tenderão à insatisfação e, consequentemente, vão procurar outra instituição que possa suprir seu desejo. A proposta do marketing de relacionamento é justamente alinhar as expectativas do cliente com as entregas da escola, ou com o que ela se propõe a entregar, dirimindo ao máximo qualquer ruído na comunicação e gerando uma relação forte de confiança que dificilmente será interrompida pela concorrência­. A escola tentará seduzir seu cliente de todas as formas e maneiras possíveis e imagináveis. Independente de ações concretas que podem ser desenvolvidas, o que está por trás de um bom trabalho de relacionamento são os profissionais que conduzem esse processo. É necessário contar com o profissional certo, com as competências e habilidades necessárias para trazer um resultado eficaz. Certa vez vi no Facebook um gráfico que retrata exatamente o que esperamos de projetos quando os contratamos, e é muito comum algumas escolas aproveitarem determinados profissionais, professores, coordenadores ou mesmo o diretor para também fazer a atividade desse especialista. Nesses ca-

sos, normalmente não se têm resultados satisfatórios, às vezes nem mesmo é planejado o resultado que se espera. Se sua escola ainda não tem esse profissional, fique atento a essa possibilidade e pense nas pesquisas, nos eventos do seu calendário escolar, no seu posicionamento, ou seja, defina como sua instituição quer ser percebida por seus clientes e crie muita sinergia, para que a propaganda boca a boca seja a alma do seu negócio, mensure os resultados de suas ações para avaliar a sua qualidade, aja de maneira estratégica e compreenda sempre o que o seu cliente espera de sua escola, deixando claro o que sua escola espera do seu cliente. Dessa forma, criaremos um clima em que sua instituição será sempre a melhor opção de seu cliente.  *Consultor de Relacionamento da Rede Pitágoras. Graduado em Relações Públicas e especialista em Planejamento Estratégico e Gestão Educacional e Eventos. Possui MBA em Gestão Estratégica de Projetos e Gestão de Instituições Educacionais e é diretor executivo do Conselho Regional de Profissionais de Relações Públicas – 3ª Região (MG e ES) www.redepitagoras.com.br Revista Linha Direta


gestão

A formação de novos gestores

Marlon Dionison*

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lice era uma excelente e experiente professora. Os alunos a admiravam, os pais confiavam no seu trabalho, os colegas de profissão viam nela um exemplo a ser seguido. O coordenador pedagógico, que dentro de um mês assumiria o cargo de diretor da escola, considerava que Alice seria a opção certa para substituí-lo. Contudo, a aposta de tê-la como gestora, que aparentemente traria um resultado notável, malogrou. A escola perdera uma mestra brilhante e ganhara uma gestora mediana.

©Olivier Le Moal/PhotoXpress

Casos como esse são comuns em diversas áreas de atuação. Sabemos de habilidosos jogadores de futebol que empreendem uma carreira de técnico, mas não deslancham, e de médicos notáveis que, quando assumem a gestão de um hospital, não obtêm o êxito esperado. Se voltarmos ao campo da educação, também podemos observar coordenadores de áreas específicas que assumem a direção-geral, mas cujo desempenho fica aquém do esperado, e auxiliares de sala de aula que se tornam supervisores dos auxiliares devido à sua dedicação, mas que se perdem na nova missão. Revista Linha Direta


Jim Collins, autor de títulos renomados, como Empresas feitas para vencer e Vencedoras por opção, comentou que a habilidade de liderança mais importante é escolher as pessoas certas e colocá-las nas posições corretas. Delegar novas responsabilidades a um profissional, tornando-o um gestor, é uma decisão que não se sabe ao certo em que resultará. Entretanto, é possível neutralizar alguns riscos e, consequentemente, diminuir a possibilidade do insucesso. Três dicas poderão facilitar essa transição.

... a habilidade de liderança mais importante é escolher as pessoas certas e colocá-las nas posições corretas. O primeiro conceito que devemos fixar é que o gestor tem a responsabilidade global pela área ou pelo negócio que gerencia. Portanto, ao pensar em alguém para assumir um cargo de gestão, é imprescindível certificar-se de que o profissional tem interesse em desvincular-se das atividades essencialmente técnicas e atuar com processos administrativos e gerenciais. Deve-se questionar, por exemplo, se um coordenador pedagógico que ama discutir metodologias de ensino com seus professores, caso venha a assumir a direção-geral, terá a mesma empatia pelas questões relacionadas à redução da inadimplência das mensalidades. Nesse caso, o líder deve ter um diálogo franco com o liderado, alertando-o soRevista Linha Direta

bre as especificidades da nova função. Conhecer a sua equipe é a segunda dica. Estabelecer um relacionamento próximo com os liderados é crucial para que se possa identificar se as novas atribuições que serão delegadas para o futuro líder serão um desafio estimulante ou uma tarefa enfadonha. Por fim, uma estratégia utilizada por diversas organizações é o treinamento interno dos futuros gestores. Essa é a terceira dica, pois tem sido notoriamente uma prática bem-sucedida. Isso não significa apenas oferecer palestras, seminários e workshops para aqueles que possivelmente venham a assumir cargos de gestão. Na realidade, vai muito além. Deve ser um esforço cotidiano de ampliação das habilidades dos liderados, por meio da orientação do líder atual, levando em consideração quais são as características comportamentais e os conhecimentos técnicos necessários para desempenhar a função de gestor que está por vir. Caso tornar sua instituição cada vez mais sólida e duradoura seja uma de suas intenções, sugerimos refletir diligentemente sobre as questões relacionadas às pessoas que a compõem. Lembre-se: para ter grandes gestores amanhã, sua organização deve manter um esforço consciente de formação de novas lideranças desde ontem.  *Analista de Recursos Humanos do Sistema Ari de Sá www.portalsas.com.br


textura jurídica

©3d world/PhotoXpress

Que tesouros se escondem no Ministério da Educação?

Anna Gilda Dianin*

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om a reforma administrativa implantada na década de 1990, extinguiram-se, dentre outros órgãos públicos, as Delegacias Regionais do Ministério da Educação (Demecs). Concentrou-se em Brasília tudo o que diz respeito ao sistema federal de ensino. Em outras palavras: Brasília tornou-se a Meca da educação, principalmente no que diz respeito ao ensino superior. O modelo que se implantou a seguir tinha como proposta a simplificação. Contudo, como a

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maioria das reformas entre nós implantadas, a burocracia estatal consegue, como que por milagre, inverter o postulado de que a distância mais curta entre dois pontos é uma linha reta. No MEC e em sua estrutura, tal distância é sempre um novelo, que, às vezes, se converte em novela, à moda de dramalhão mexicano. Que me socorram em bom testemunho os dirigentes e/ou assessores que tentam acessar o órgão pela via eletrônica ou presencial.

Ao acessar o portal do MEC, logo já se percebe que há certo gosto por siglas: Enade, Enem, Prouni, Fies, Enceja, Reuni, Sisu, IGC, Marca, Piet, Pnaes, Pibid e por aí afora. Recentemente, fomos brindados com mais uma: o Insaes. Para desvendar os mistérios contidos nessas siglas, mais que ser versado em educação, o dirigente necessita ser expert em alquimia, pois cada uma delas gera inigualável número de atos normativos, que se desdobram em outras siglas, com outros significados e outras portarias.


Porém, as barreiras interpostas para acessar fisicamente os incontáveis setores do MEC causam mais espanto. Sem exagero, o deslocamento ao órgão máximo da educação ganha ares de uma viagem à Antártica: exótica, custosa e misteriosa. Também não é segredo que a cada dia se aprimora mais a burocracia. Pouco adiantou o excêntrico Ministério da Desburocratização implantado no Regime Militar. Suspeita-se que tal Ministério tenha falecido da própria doença que tentou extirpar.

registrar o equipamento, para o qual é emitida uma etiqueta. Por fim, quando se consegue chegar ao andar desejado, depara-se com uma recepcionista, que repete todo o processo de identificação. Pode-se afinal ingressar no setor desejado? Claro que não! É necessário aguardar até que o servidor com o qual se irá finalmente falar lhe venha buscar no corredor. Nova identificação, exame de procuração, apresentação de documento e outros refinamentos próprios da burocracia levada ao extremo.

... o deslocamento ao órgão máximo da educação ganha ares de uma viagem à Antártica: exótica, custosa e misteriosa. O fato, porém, é que, nesse quesito, o MEC pode ser considerado o campeão. Já na portaria, há um formigueiro de gente para controlar o ingresso. Ali, o cidadão é obrigado a “confessar” o que pretende, aonde quer ir, o número de eventual processo que pretende ver e outros tantos absurdos inenarráveis. Tudo isso se faz através de exames de credenciais, consultas aos setores, e, às vezes ocorre de se dizer que o interessado não pode adentrar a Casa da Educação. Depois de muitos argumentos e muita irritação, consegue-se vencer tal barreira. Acabou? Claro que não! Há um detector de metais, onde se esbarra com no mínimo quatro seguranças, um deles armado. Se o cidadão porta um notebook ou um tablet (pouco mais que telefone celular), é obrigado a retornar ao balcão e Revista Linha Direta

The end? Não! Deseja-se cópia de algum processo administrativo? É necessário requerer, pagar a guia, remeter ao MEC, e somente então o processo será encaminhado para cópias, cuja extração demorará de 48 a 72 horas, dependendo da disponibilidade do setor. O cidadão – que não pode ficar em Brasília pagando absurdas diárias de hotéis – pergunta se as cópias podem ser enviadas para sua humilde morada. Não, não podem. Devem ser retiradas pessoalmente. Pode-se então autorizar alguém a retirar? Pode, mas é necessário outorgar uma procuração, com firma reconhecida! E para sair desse planeta ­kafkiano? Atravessa-se a portaria e ganha-se a claridade da rua? Também não! É necessário passar novamente pelo detector de me-

tais e dar baixa no equipamento eletrônico, mesmo que seja um simples tablet. Toda essa aventura enfrentada por quem não pode escapar de ir ao MEC oportuniza a interrogação: que tesouros ali se escondem? Seria a educação? No imaginário dos tecnocratas que ali dão plantão, seria a educação um bem tão valioso a ser guardado a sete chaves pelo órgão público que lhe define as políticas? Deve o funcionalismo ser resguardado de um eventual unabomber? Por que no MEC, já que não há aparato de segurança similar em outros Ministérios? Que bem patrimonial poderia um cidadão surrupiar do MEC ao ponto de ter de passar por um detector de metais na saída da repartição? É certo que os desvios aqui apontados antecedem ao atual ministro. O MEC já mal funcionava assim quando ele lá chegou. Todavia, à mesma autoridade que não se pode responsabilizar pela implantação de tão perverso sistema atribui-se o dever de mudar a lógica que teima em ali sobreviver. Já tarda a hora de se conferir ao MEC maior dinamismo, menos burocracia e mais espaço à cidadania. Tal conduta, além de contribuir para o aperfeiçoamento da democracia, ajuda a conquistar e a manter a desejada qualidade perseguida por todos.  *Advogada especialista em Direito Educacional e Direito Sindical. Diretora de Planejamento, Administração e Finanças do Sinepe/Sudeste annadianin@uol.com.br


tecido

A gestão automatizada da escola

©Imagery Majestic/PhotoXpress

Tecnologia envolve módulos e funcionalidades essenciais para que as pequenas instituições de ensino possam gerir todos os processos escolares e financeiros em um único software

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TOTVS, líder em desenvolvimento e comercialização de softwares de gestão empresarial, serviços e tecnologia, traz ao mercado o TOTVS Educacional Essencial. O software é composto pelos módulos Gestão Educacional, Gestão Financeira e Portais, e seu grande diferencial é permitir uma implementação rápida e assertiva, focada nas operações essenciais de uma instituição de ensino de pequeno porte, com até mil alunos. A solução é direcionada às instituições de ensino básico (infantil, fundamental e médio) e atende ao regulamento da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN, 1996), que estabelece padrões como carga horária mínima de 800 horas distribuídas em 200 dias e núcleo comum para os currículos dos ensinos fundamental e médio. Com o módulo Gestão Educacional, a escola pode gerir, de forma automatizada e integrada, os processos de matrícula e rematrícula, registro acadêmico de alunos, controle de turmas e horários, movimentação acadêmica, avaliações e fechamento de períodos, controle de ocorrências, relatórios, censo escolar e aproveitamento de estudos e transferências. Na funcionalidade Gestão Financeira, é possível executar planos de pagamentos, bolsas, controle responsável financeiro, acordo e negociações, emissão de boletos, integração bancária e controle de inadimplência.

Um grande diferencial desse software é o módulo Portal, que pode ser direcionado aos professores e aos alunos. Por meio dele, os professores podem acessar quadros de horários, digitar notas e faltas, lançar ocorrências e frequência diária, elaborar plano de aula e disponibilizar materiais. Gilsinei Hansen, vice-presidente de Segmentos da TOTVS, afirma que “o pacote TOTVS Educacional Essencial para educação básica permite uma implementação rápida, assertiva e focada nas operações essenciais da instituição de ensino, utilizando metodologias ágeis e aceleradores de implementação para que a instituição alcance os benefícios rapidamente.” Os alunos também se beneficiam com a tecnologia e a facilidade do Portal. Por meio dele, é possível verificar horários de aulas e quadros de avisos, conferir notas e faltas, emitir segunda via de boletos, fazer download de materiais, acessar históricos e ter o acompanhamento dos pais e responsáveis online e com fácil acesso. A TOTVS está presente em mais de 700 instituições de ensino, atendendo a mais de 1,5 milhão de alunos. Além das ofertas para o ensino básico, a TOTVS tem, ainda, soluções para o ensino superior (tecnólogos, graduação, pós-graduação, mestrado e doutorado) e para a educação continuada (cursos livres e de idiomas).

Sobre a TOTVS Líder absoluta no Brasil, com 53,1% de market share, e também na América Latina, com 35,6%, a TOTVS é uma empresa de softwares, serviços e tecnologia. É a sexta maior desenvolvedora de sistemas de gestão integrada, ou Enterprise­ Resource­ Planning (ERP), do mundo e a primeira em países emergentes, sendo líder também no segmento de pequenas e médias empresas (PME) na América Latina. A TOTVS foi a primeira empresa do setor de TI da América Latina a abrir capital e está listada no novo mercado da Bovespa. Suas operações em ERP são complementadas por um amplo portfólio de soluções verticais e por serviços como Consultoria, BPO e Cloud Computing.  www.totvs.com Revista Linha Direta


reflexão

Cuidar e educar: uma reflexão sobre valores

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ocê já parou para refletir sobre os valores que te orientam? Francamente, quase não dispomos mais de tempo, rea­lizamos nossas atividades cotidianas em ritmos cada vez mais acelerados. É importante pensar por alguns momentos sobre nossa vida, nossa jornada no mundo, sobre nossos verdadeiros anseios. É o primeiro passo de nossa tomada de consciência: refletir sobre quem somos, para exercer nossa autonomia. Caso contrário, participamos do mundo como seres programados, desconhecendo nossa origem e nossa real condição de liberdade. A educação em valores transcende a ideia de uma “proposta pedagógica”. Constitui-se como urgência social, dadas as demandas por um mundo organizado segundo os critérios da justiça e da cooperação mútua. Ansiamos por transpor o paradigma da competição, visível na economia globalizada, na subversão do conceito de valor, para o paradigma da cooperação.

Revista Linha Direta

A educação voltada para os valores procura enxergar e ouvir melhor o ser humano em sua inteireza, em sua potencialidade e afetividade, antes de todos os artefatos externos e socioculturais. Sabendo-se plenos, ouvidos, compreendidos e amados, a criança, o jovem e o adulto tornam-se capazes de protagonizar sua própria história, desenvolvendo autonomia e pensamento crítico, como se lê no art. 35 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN). Valor é tudo aquilo que nos orienta, seja em nossa singularidade ou em nossa comunidade. Se agimos e trabalhamos sem muita reflexão, então seguimos os valores impostos pela cultura dominante, atualmente a cultura de consumo. No entanto, se buscamos amar e ser amados, valor irredutível ao consumo, pois é gratuito e dadivoso, começamos a caminhar no sentido da liberdade, da consciência crítica, da responsabilidade e do cuidado por nós mesmos, pelo outro e pelo mundo. São valores universais, aos quais relacionamos a ética.

Mais do que efetivar a gestão do conhecimento, é preciso avançar para a tarefa seguinte, que chamo de diviplicação do conhecimento, ou seja, compartilhar ativamente, fazer fluir o saber em todos os ambientes, não reter. Em síntese: dividir para multiplicar, algo que não é possível fora da esfera do amor. Nossa atitude pessoal influi na qualidade de vida. Por isso a pergunta: você já parou para refletir sobre os valores que te orientam?  *Filósofo e psicanalista. Consultor da coleção A Vida é Mais www.avidaemais.com.br

©Andres Rodriguez/PhotoXpress

Nesse sentido, a contribuição do educador torna-se, ela mesma, um valor. Educar é uma maneira de cuidar. Cuidar, em latim, é dito cogitare, isto é, cogitar, pensar, imaginar. Significa que a atividade de todo cuidador, quando imbuída de valores, implica diretamente o campo cognitivo. A atividade própria de educar condiz muito especialmente no cuidado do outro, abrange responsabilidade e um constante

exercício de criatividade. O outro é aquele que nos interpela com sua fala tanto quanto com seu silêncio e, dessa maneira, põe em jogo toda uma dinâmica pedagógica não verbal. As crescentes necessidades clínicas de crianças e jovens (fonoaudiologia, psicologia) atestam a realidade do drama humano de não ser ouvido, de não ser visto.

Angelo Pereira*


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