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Publicação mensal dos Sinepes, Anaceu, Consed, ABMES, Abrafi, ABM, IMDC e Fundação Universa

FÓRUM

III Congresso Brasileiro da Educação Superior Particular Evento acontece no Costão do Santinho, Florianópolis/SC, nos dias 15, 16 e 17 de abril

Gestão Pública

Gestão, financiamento e educação

Assessoria

Empresa auxilia no controle e redução da inadimplência e na recuperação de créditos

ANO 13 - Março 2010

9 772176 441000

EDIÇÃO 144

ISSN 2176- 4417

00 1 4 4

R$10,00


capa

III Congresso Brasileiro da Educação Superior Particular Evento acontece entre os dias 15 e 17 de abril, no Costão do Santinho, Florianópolis/SC, e reúne as principais lideranças educacionais do setor privado do país

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ortalecer o espaço de discussão do Ensino Superior particular e oferecer subsídios ao Plano Nacional de Educação 2011/2020. São essas as propostas do III Congresso Brasileiro da Educação Superior Particular, que será realizado entre os dias 15 e 17 de abril, no Costão do Santinho, Florianópolis/SC. O evento, que tem como tema O setor privado como ator e parceiro na construção do Plano Nacional de Educação – PNE 2011/2020, vai reunir as principais lideranças do setor educacional do país e formuladores de políticas públicas para pensar a educação brasileira para os próximos dez anos. Mas, como lembra o secretário nacional de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação do Ministério da Ciência e Tecnologia, Ronaldo Mota, “estudar tendências não é o mesmo que prever futuros, mas sim tratar analiticamente as possibilidades múltiplas do futuro”. Para isso, é preciso avaliar o que já foi feito e aprender com os erros e acertos do passado, o

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que é essencial para se definirem políticas públicas de educação. Esse é o tema da Palestra Magna que marcará a abertura do Congresso. Ela será proferida pelo sociólogo e cientista político Simon Schwartzman. No segundo dia do encontro, serão realizados três painéis, a partir dos quais serão discutidas, em conjunto com a comunidade acadêmica presente, propostas para o PNE, no que diz respeito à expansão do acesso à educação superior, à regulação e avaliação, à preservação da diversidade e ao financiamento. O painel Olhando para o futuro: visões da educação brasileira para os próximos dez anos vai contar com exposições do conferencista Laércio Cosentino, presidente da TOTVS, maior empresa de softwares aplicativos sediada em países emergentes, juntamente com o secretário Ronaldo Mota e com o empresário e ex-ministro-chefe da Secretaria de Relações Institucionais, Walfrido dos Mares Guia. “Em todas as áreas é possível e, em algumas, absolutamente

necessário, enfrentar os desafios de apontar cenários, a partir das leituras que temos do presente e das análises que desenvolvemos sobre o passado. Educação é uma dessas áreas”, explica Mota. Em sua palestra, o secretário irá apontar tendências para o setor educacional. Ele ressalta que é preciso ter uma educação flexível, em oposição às modalidades tradicionais, presencial e a distância, e que seja compatível com o mundo contemporâneo. O secretário adianta que não só os grandes grupos sobreviverão. As pequenas instituições também terão chances, “desde que consigam explorar suas especificidades e peculiaridades e apresentem agilidade e ousadia de incorporar novos modelos acadêmicos”. Sobre A construção coletiva do Plano Nacional de Educação 2011/2020: propostas para expansão, regulação e avaliação, preservação da diversidade e financiamento da educação superior, quem fala é o professor da Universidade Federal da Bahia e


membro da Comissão Nacional para a Avaliação da Educação Superior (CONAES), Robert Evan Verhine, e a doutora em Ciência Política e mestre em Antropologia, Helena Sampaio. Avaliação Outro tema que também será abordado é a avaliação, uma questão central nas discussões do setor da educação superior particular. A luta é para que os processos avaliativos se atentem às especificidades de cada instituição e não sejam aplicados como se todas tivessem a mesma estrutura. “Encerramos, recentemente, o primeiro ciclo do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior/Sinaes (2007-2009). Portanto, considero uma grande oportunidade discutir, neste fórum, o modelo de avaliação da educação superior, com base na sua evolução e já contando com resultados”, diz a doutora em Educação e especialista em Avaliação, Ana Maria Costa de Sousa. Ela, que também é diretora acadêmica de Graduação da Anhanguera Educacional, afirma que a participação, nesse painel, dos professores Maurício Garcia, doutor em Patologia Experimental e vice-presidente de Planejamento e Ensino da Devry Brasil, e Sérgio Fiúza de Mello Mendes, mestre em Educação Ensino Superior e Gestão Universitária, possibilitará analisar o atual modelo de avaliação sob diferentes ângulos. Para Garcia, é preciso deixar claro que avaliação e regulação não são a mesma coisa. “A avaliação mede o valor e permite

fazer comparações. A regulação, entretanto, mede a conformidade a um padrão mínimo. Produz um resultado do tipo ‘sim’ ou ‘não’. As instituições atendem ou não a determinado requisito”, explica. Ele enfatiza que esses conceitos têm objetivos distintos. Segundo ele, a regulação é para permitir (ou não) que uma instituição possa oferecer seus serviços educacionais, ou seja, os atos regulatórios são para autorização, reconhecimento e renovação do reconhecimento. “O instrumento para fins regulatórios deveria ser um check list simples, de fácil verificação, e focado nas condições

Presidenciáveis Por último, será realizado o painel Políticas públicas para a educação superior: propostas dos presidenciáveis, no qual coordenadores da área de educação superior dos candidatos à presidência da República apresentarão suas propostas para a área educacional. O mediador deste debate será o jornalista-âncora do Jornal da Band e BandNews FM, Ricardo Boechat. Também participarão das discussões congressistas e membros da Frente Parlamentar em Defesa do Ensino Superior Brasileiro. Ao final do encontro, as principais proposições serão reunidas

...“estudar tendências não é o mesmo que prever futuros, mas sim tratar analiticamente as possibilidades múltiplas do futuro”. de oferta (projeto pedagógico, corpo docente e infraestrutura)”, acrescenta. A avaliação, por sua vez, permite, segundo Garcia, traçar um panorama qualitativo da situação da educação do país. “Serve para identificar forças e fraquezas do sistema e, com isso, orientar as políticas públicas”, destaca. Ele acredita que o instrumento para fins avaliativos deve ter foco no resultado final do processo de aprendizagem, incluindo testes realizados pelos alunos e taxas de empregabilidade dos egressos. “Hoje, está tudo misturado, e isso tem sido a causa de várias distorções no processo”, ressalta.

na Carta de Florianópolis, documento que será encaminhado ao Congresso Nacional a fim de oferecer subsídios ao PNE 2011/2020. O Congresso, uma realização da Linha Direta e da TOTVS, está em sua terceira edição e já se tornou referência no país. O primeiro aconteceu em 2008, em Porto de Galinhas/PE, e o segundo, em 2009, em Araxá/ MG. A promoção do evento é do Fórum das Entidades Representativas do Ensino Superior Particular, formado pela Associação Brasileira de Mantenedoras do Ensino Superior (ABMES), pela Associação Brasileira das Mantenedoras das Faculdades Isoladas Revista Linha Direta

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e Integradas (Abrafi), pela Associação Nacional dos Centros Universitários (Anaceu), pela Associação Nacional das Universidades Particulares (Anup) e pelo Sindicato das Entidades Mantenedoras de Estabelecimentos de Ensino Superior no Estado de São Paulo (Semesp). O patrocínio é do Itaú-Unibanco e da Âncora Seguros.

“Para a Linha Direta, é uma satisfação participar da realização deste encontro, que poderá contribuir para definir os rumos da educação brasileira para os próximos dez anos”, afirma o presidente da Linha Direta, Marcelo Chucre da Costa. “Todos juntos pensando na melhoria do ensino. É o momento de o setor privado

se pronunciar”, afirma Cecília Eugenia Rocha Horta, assessora acadêmica da ABMES. Para o também mediador dos debates, o jornalista e colunista de Sustentabilidade da Folha de S.Paulo, André Palhano, é interessante notar que eventos como esse se tornaram balizadores das discussões que nor-

2º Dia - Sexta-feira -16/04/2010 8h30 Abertura

Programação 1º Dia - Quinta-feira - 15/04/2010 18h30 Credenciamento 19h Abertura oficial 19h10 Pronunciamento dos presidentes fundadores do Fórum das Entidades Representativas do Ensino Superior Particular 19h30 Palestra Magna Aprendendo com os erros e acertos do passado: pontos essenciais para a definição de políticas públicas de educação Conferencista Simon Schwartzman Coordenador da mesa Gabriel Mario Rodrigues 21h Coquetel

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9h Painel Olhando para o futuro: visões da educação brasileira para os próximos dez anos Conferencistas Laércio Cosentino Ronaldo Mota Walfrido dos Mares Guia Coordenador da mesa Abib Salim Cury 10h10 Debate 10h40 Espaço para apresentação institucional 11h Coffee Break 11h30 Painel A construção coletiva do Plano Nacional de Educação 2011/2020: propostas para expansão, regulação e avaliação, preservação da diversidade e financiamento da educação superior


teiam os rumos da educação no Brasil. “Além disso, é uma oportunidade única para a troca de experiências entre os profissionais que ‘respiram’ educação no país”, diz. Palhano acredita que o setor educacional privado tem participação fundamental na ampliação do acesso e na melhoria da qualidade do ensino. “Afinal, vivemos uma re-

alidade na qual nenhuma das esferas da sociedade – setor público, privado e organizações – dará conta desse enorme desafio atuando isoladamente”, diz. Confira, abaixo, programação completa do evento. As inscrições podem ser feitas pelo www.congresso-educacao.com.br. Para mais informações, ligue

Conferencistas Robert Evan Verhine Helena Sampaio Coordenador da mesa Paulo Antonio Gomes Cardim 12h40 Debate 13h10 Almoço 15h Espaço para apresentação institucional 15h20 Painel A hora e a vez dos olhares críticos sobre o modelo de avaliação brasileiro Conferencistas Ana Maria Costa de Sousa Maurício Garcia Sérgio Fiúza de Mello Mendes Coordenador da mesa José Janguiê Bezerra Diniz 16h50 Debate

(11) 4153-1802. Para reservas e passagens aéreas, os interessados devem consultar a Tour House: • Isis Almeida: (11) 3156-7753 / isis.almeida@tourhouse.com.br; • Vanessa Madureira: (11) 31567803 / vanessa.madureira@ tourhouse.com.br . Contamos com sua presença! ¢

3º Dia - Sábado - 17/04/2010 8h30 Abertura 9h Painel Políticas públicas para a educação superior: propostas dos presidenciáveis Expositores Coordenadores da área de educação superior dos candidatos à presidência da República Mediador Ricardo Boechat Coordenador da mesa Hermes Ferreira Figueiredo 11h Espaço para apresentação institucional 11h20 Coffee Break 11h50 Apresentação, discussão e aprovação da “Carta de Florianópolis” 12h50 Encerramento

17h20 Encerramento das atividades do dia Revista Linha Direta

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Conferencistas, Coordenadores e Mediadores

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Simon Schwartzman Sociólogo e cientista político, presidente do Instituto de Estudos do Trabalho e Sociedade no Rio de Janeiro, membro da Academia Brasileira de Ciências e presidente do IBGE na década de 90.

Sérgio Fiúza de Mello Mendes Mestre em Educação - Ensino Superior e Gestão Universitária; vice-reitor do Centro Universitário do Estado do Pará (Cesupa) e membro do Conselho Curador da Funadesp.

Laércio Cosentino Presidente da TOTVS, a maior empresa de softwares aplicativos sediada em países emergentes. Autor de vários livros, entre eles Brasil não é risco é oportunidade e Genoma Empresarial.

Gabriel Mario Rodrigues Presidente da Associação Brasileira de Mantenedoras do Ensino Superior (ABMES) e reitor da Universidade Anhembi Morumbi.

Ronaldo Mota Secretário Nacional de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação do Ministério da Ciência e Tecnologia e professor titular de Física da Universidade Federal de Santa Maria.

José Janguiê Bezerra Diniz Presidente da Associação Brasileira das Mantenedoras das Faculdades Isoladas e Integradas (Abrafi) e do Grupo Universitário Maurício de Nassau.

Walfrido dos Mares Guia Empresário, formado em Engenharia Química pela UFMG e Administração de Empresas pela FUMEC. Ex-ministro-chefe da Secretaria de Relações Institucionais 2007, ex-ministro do turismo 2003-2007.

Paulo Antonio Gomes Cardim Presidente da Associação Nacional dos Centros Universitários (Anaceu) e vice-presidente da Confederação Nacional dos Estabelecimentos de Ensino (Confenen).

Robert Evan Verhine Professor da Universidade Federal da Bahia, membro da Comissão Nacional para a Avaliação da Educação Superior (CONAES) e membro da Comissão Técnica de Acompanhamento da Avaliação (CTAA).

Abib Salim Cury Presidente da Associação Nacional das Universidades Particulares (Anup) e reitor da Universidade de Franca.

Helena Sampaio Doutora em Ciência Política, mestre em Antropologia pela USP e autora de vários estudos sobre Ensino Superior, entre os quais o livro O Ensino Superior no Brasil - o setor privado.

Hermes Ferreira Figueiredo Presidente do Sindicato das Entidades Mantenedoras de Estabelecimentos de Ensino Superior no Estado de São Paulo (Semesp) e do Grupo Cruzeiro do Sul Educacional.

Ana Maria Costa de Sousa Doutora em Educação pela USP, especialista em Avaliação e diretora acadêmica de Graduação da Anhanguera Educacional.

André Palhano Jornalista, colunista de Sustentabilidade da Folha de S. Paulo e diretor de Conteúdo da BeniTV.

Maurício Garcia Prof. Doutor em Patologia Experimental e vice-presidente de Planejamento e Ensino da Devry Brasil.

Ricardo Boechat Jornalista-âncora do Jornal da Band e BandNews FM e colunista da revista IstoÉ.

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gestão pública

José Carlos Rassier*

Gestão, financiamento e educação Q

ual a relação existente entre gestão pública, financiamento e educação de qualidade? A pergunta também pode ecoar da seguinte forma: existe a possibilidade de assegurar um sistema de qualidade da educação sem uma gestão competente no nível público? Parece óbvio que um sistema público de gestão – considerando a educação como insumo básico para estimular o desenvolvimento e como formadora de pessoas que aprimoram habilidades e fortalecem aptidões, ambas indispensáveis para influenciar a dinâmica do progresso social e econômico –, deveria previamente nutrir-se e manter-se com base no emprego do ciclo virtuoso da eficiência, da eficácia, da efetividade e da excelência. Obviedades à parte, o sonho das nações que aspiram à sustentabilidade nos seus processos de crescimento socioeconômico com desenvolvimento humano é exatamente encontrar, de forma sincrônica, os fluxos que alocam recursos, infraestrutura, instituições e sociedade em prol de objetivos claros e fixados em metas. Tudo isso serve para medir os resultados internos e,

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no ranking internacional, dimensionar a posição alcançada pelos países no esforço de superar suas deficiências históricas. É exemplar o avanço que alguns países obtiveram nos últimos anos para integrarem-se à economia do conhecimento, disseminando escolas técnicas, aprimorando a educação básica e gratuita, estabelecendo critérios mais rígidos para os cursos de graduação, bem como ampliando a oferta de pós-graduação. Entre as enormes deficiências e a escassez dos recursos, essas nações optaram por concentrarem suas energias, em primeiro lugar, em garantir educação fundamental de qualidade, ou seja, deslocaram parte substancial de seus orçamentos para financiar a universalização do acesso e a melhoria integrada de seus sistemas educacionais, envolvendo todos os níveis de governo e o setor privado. Para chegar-se ao patamar almejado, além de disposição política, faz-se necessário alocar inicialmente recursos. Estudos divulgados pelo Banco Mundial demonstram que, no mínimo, os países deveriam aplicar cerca de 7% do PIB em educação. Recente relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), relativo ao período de 2006 e 2007, demonstrou que, em média, os países-membros aplicaram U$ 6,4 mil por aluno/ ano na educação básica, enquanto, no Brasil, esse gasto não ultrapassou U$ 1,5 mil. Na educação de nível médio, os países da OCDE aplicaram em torno de U$ 8 mil por aluno, cerca de cinco vezes mais que a média atual do Brasil.

Evidente que os orçamentos nominais e reais em termos de valores devem ser também comparados, mas é certo que uma boa gestão deverá garantir o uso racional das verbas, incluindo-se, para tanto, sistemas de controle que permitam aferir a qualidade dos gastos. Quando se tem poucos recursos, os erros cometidos na aplicação dos mesmos não ficam impunes, onerando a sociedade em todos os sentidos. Certamente, estão ocorrendo avanços, contudo não são com a velocidade esperada por muitos. Podem-se destacar duas situações promissoras: o país aplicou, em 2006, 4,4% do PIB em educação, ultrapassando a média dos 3,5% que se mantinha ao longo de décadas, e foi fixado um piso nacional para o magistério. Nenhum país avançou em educação mantendo salários aviltados para os professores, da mesma forma

dignidade profissional provavelmente não será um bom instrutor para os seus alunos. A segunda é que este país continuará a pertencer às comunidades atrasadas. O desafio é compreender o significado do que seja qualidade da educação num mundo em constante transformação. O primeiro e indispensável passo é, de fato, termos escolas que ensinam a aprender e aprendem a ensinar. O antropólogo Darcy Ribeiro, ao rememorar suas lutas em prol da educação pública, certa feita afirmou: Fracassei em tudo o que tentei na vida. Tentei alfabetizar as crianças brasileiras, não consegui. Tentei salvar os índios, não consegui. Tentei fazer uma universidade séria e fracassei. Tentei fazer o Brasil desenvolver-se

O desafio é compreender o significado do que seja qualidade da educação num mundo em constante transformação. que não asseguraram qualidade com professores mal formados e desatualizados. Lembro-me, a propósito, de uma afirmação contundente proferida por um pedagogo nos anos 80, ao avaliar sistemas de ensino. Disse ele: Em qualquer país, quando um professor necessita vender pastéis para sobreviver, duas coisas ficam evidentes: a primeira delas é que um educador que perde a

autonomamente e fracassei. Mas os fracassos são minhas vitórias. Eu detestaria estar no lugar de quem me venceu. Que seu espírito inquieto e transformador sirva para inspirar as mudanças necessárias. ¢ *Coordenador nacional da Escola de Gestão Pública (EGP) e secretário-geral da Associação Brasileira de Municípios (ABM) www.portalegp.com.br Revista Linha Direta

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contexto

A inadimplência na mira das escolas Empresa auxilia instituições de ensino a atuarem de forma preventiva no controle e redução da inadimplência e na recuperação de créditos

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inadimplência nas instituições de ensino é uma das grandes preocupações dos gestores educacionais. Muitas vezes, chega a afetar o valor das mensalidades, que são reajustadas em função do comprometimento da estrutura financeira da empresa. No setor educacional, a prevenção pode reduzir a inadimplência para mais da metade. Quem fala sobre o assunto é o advogado José Augusto de Rezende Júnior, diretor operacional da J.A. Rezende Assessoria. A empresa atua em todo o Brasil, oferecendo soluções para o controle e a

redução da inadimplência e para a recuperação de créditos nas instituições de ensino. Confira! Como o senhor avalia o problema da inadimplência nas instituições de ensino? A inadimplência aumentou em todos os setores da economia e não foi diferente no setor educacional. Nossas análises mostram que a maioria dos alunos está endividada, devendo não apenas à instituição de ensino, mas a financeiras, bancos e lojas. Cada vez mais, esses alunos deixam de priorizar o pagamen-

to da mensalidade escolar para pagar o cartão de crédito, a parcela do carro, a conta do celular. Mas o que observamos é uma inércia com relação à tomada de medidas para o controle dessa situação. Existem instituições que ainda resistem à ideia da cobrança aos inadimplentes, comprometendo seu fluxo de caixa, gerando sérios problemas financeiros e, por fim, perdendo alunos. Em que momento a escola deve procurar o auxílio de uma empresa especializada? O empresário, seja do setor bancário, industrial ou educacional, não gosta de conviver com a inadimplência, sendo ela grande ou pequena. Assim, a terceirização dos serviços de cobrança a um escritório especializado deve ser feita antes que a inadimplência comprometa a estrutura financeira. Como esse trabalho pode contribuir com a gestão dos negócios da instituição?

José Augusto de Rezende Júnior, diretor operacional da J.A. Rezende Assessoria

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O setor educacional é regido por leis específicas, que delimitam a


atuação da instituição junto aos alunos inadimplentes. O que oferecemos aos clientes não se limita à cobrança, mas envolve toda a gestão da inadimplência educacional, pois o aluno é um cliente diferenciado e necessita de tratamento e estratégias específicas. A cobrança em fase administrativa constitui-se em importante instrumento de “prevenção”, podendo ser utilizada desde os primeiros dias de atraso. No caso da J.A.Rezende, temos clientes que começaram o trabalho de cobrança “preventiva” dos alunos ativos há alguns anos e hoje reduziram para menos da metade sua inadimplência, conseguindo captar mais alunos, mesmo durante a crise. Já se preparam até para receber investimentos externos. Essa prestação de serviços é mais procurada em momentos de crise ou essa visão está mudando nas empresas, passando a ser demandada de forma preventiva? Temos visto, ao longo dos anos, e ainda hoje, gestores resistentes à ideia de cobrar o estudante. A gestão acadêmica sempre se sobrepôs à financeira, resistindo a recuperar os créditos inadimplentes, mesmo dos ex-alunos. Mas, hoje, muitas instituições familiares ou com gestão profissional já enxergam nitidamente a necessidade de controlar a inadimplência como fator primordial para a boa saúde financeira da organização. Esse processo foi muito demorado, pois envolvia desvincular a gestão financeira da acadêmica. Com a crise internacional e a consequente restrição ao crédito, muitas instituições que estudavam a implantação desse

controle aceleraram suas decisões e já iniciaram a cobrança preventiva dos alunos ativos e a recuperação dos créditos dos exalunos. Como é realizado esse serviço? Frente às limitações impostas pela legislação educacional, a cobrança preventiva das mensalidades é o mais importante instrumento que pode ser utilizado desde os primeiros dias de atraso. Com isso, evita-se o acúmulo das parcelas em aberto e o aumento da dívida, que pode se tornar impagável, havendo evasão do aluno. Do contrário, a instituição terá que conceder um parcelamento na hora da matrícula, ou seja, financiar o aluno inadimplente. A cobrança e a negociação são realizadas por negociadores treinados de forma ativa, por meio de nosso call center, e receptiva, no atendimento pessoal no campus da instituição, unificando as condições de negociação. Assim, semestre a semestre, os alunos passam a se habituar a priorizar o pagamento das mensalidades da mesma forma que priorizam outras dívidas. Por outro lado, os ex-alunos, evadidos ou formados com dívida, devem ter outro tratamento. Como o cadastro de estudantes nas instituições normalmente tem problemas de atualização, o trabalho é utilizar ferramentas que permitam o contato com eles. O objetivo é a negociação da dívida e, possivelmente, seu retorno à instituição, voltando a ser um “cliente ativo”. Nossas estatísticas mostram recuperação entre 30% e 50% do montante acumulado, além de propiciar o retorno desses alunos.

Quais recursos são utilizados para preservar a imagem da instituição? A qualificação e o treinamento dos profissionais que tratam diretamente com os alunos é o ponto principal para preservar a imagem da instituição e garantir a fidelização. A qualidade do contato mantido é monitorada on-line, e as ligações gravadas ficam à disposição do cliente. O trabalho da cobrança é estabelecer um diálogo firme e saudável com os alunos para recuperar o crédito sem desgastar a relação com a instituição. O processo visa regularizar a situação deles para que permaneçam na escola. Quanto aos ex-alunos, o objetivo é localizá-los, negociar o débito e possibilitar seu retorno à instituição. A realidade mostra que a evasão ocorre não pela cobrança, mas pela falta de recursos para investimentos. Quais os segmentos de atuação da J.A. Rezende? Nossa empresa desenvolveu soluções para controle e redução da inadimplência através de instrumentos como a cobrança preventiva dos alunos ativos, cobrança e recuperação dos créditos dos ex-alunos e a cobrança judicial. Inclusive, mantemos funcionários dentro dos campi das instituições para atendimento aos estudantes. Temos como clientes instituições de ensino em todo o Brasil, através de nossos escritórios próprios em São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Brasília, Recife, Manaus, Curitiba e Porto Alegre. ¢ www.jarezende.com.br Revista Linha Direta

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