Linha Direta INOVAÇÃO . EDUCAÇÃO . GESTÃO
Benefícios e desafios do Enem
Um processo de avaliação que promete democratizar o ensino no País O poder do esporte Atletas do ECE-BH se apresentam na Suíça Conferência // Conferencia Ministros em Assunção // Ministros en Asunción Ensino História da África
EDIÇÃO 164
ANO 15 - NOVEMBRO 2011
Desafio Formação de lideranças na educação
Fórum Gestão pública da educação
Antônio Carlos Musa
Aleksandro Mroczek Revista Linha Direta
editorial
O Enem
El Enem
Em setembro, foram divulgados os resultados das escolas no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), edição de 2010. Essa lista desperta a atenção de educadores, professores e autoridades, e também de estudantes e suas famílias, principalmente porque diz respeito a um Exame que, desde 2009, classifica alunos para vagas no Ensino Superior. Mas se o Enem traz benefícios para a educação, também vem apresentando uma série de problemas operacionais, principalmente por seus números gigantescos: em 2011, foram mais de 5 milhões de inscritos. E isso porque a participação é voluntária. Para uma análise mais profunda do que acontece, a Linha Direta ouviu educadores e especialistas no assunto e apresenta, na reportagem de capa, uma reflexão sobre o Exame que promete democratizar e elevar a qualidade do ensino no Brasil, permitindonos entender melhor seu funcionamento e ter acesso a informações consistentes. Esta edição traz também um balanço da XXI Conferência Ibero-americana de Ministros de Educação, realizada pela OEI no final de setembro, em Assunção, no Paraguai. A Linha Direta esteve presente, representada por nossa jornalista Valéria Araújo. Boa leitura!
En septiembre, fueron divulgados los resultados de las escuelas en el Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), edición de 2010. Esta lista despierta la atención de educadores, profesores y autoridades, y también de estudiantes y sus familias, principalmente porque habla al respecto de un Examen que, desde 2009, clasifica alumnos para lugares en la Enseñanza Superior. Pero si el Enem trae beneficios para la educación, también viene presentando una serie de problemas operacionales, principalmente por sus números gigantescos: en 2011, fueron más de 5 millones de inscriptos. Y esto porque la participación es voluntaria. Para un análisis más profundo de lo que acontece, Linha Direta escuchó educadores y especialistas en el asunto y presenta, en el reportaje de tapa, una reflexión sobre el Examen que promete democratizar y elevar la calidad de la enseñanza en Brasil, permitiéndonos entender mejor su funcionamiento y tener acceso a informaciones consistentes. Esta edición trae un balance de la XXI Conferencia Iberoamericana de Ministros de educación, realizada por la OEI en el final de septiembre, en Asunción, en Paraguay. Linha Direta estuvo presente, representada por nuestra periodista Valéria Araújo. ¡Buena lectura!
Marcelo Chucre da Costa Presidente da Linha Direta
Marcelo Chucre da Costa Presidente de Linha Direta
Publicação mensal dos Sinepes, Anaceu, Consed, ABMES, Abrafi, ABM, Fundação Universa e Sieeesp
Presidente Marcelo Chucre da Costa Diretora Executiva Laila Aninger Jornalista Valéria Araújo – MG 16.143 JP Designer Gráfico Rafael Rosa Gerente Administrativo-financeiro Sandra Ferreira Atendimento Flávia Alves Passos Preparadora de Texto/Revisora Cibele Silva Tradutor/Revisor de Espanhol Gustavo Costa Fuentes - RFT1410 Consultor Editorial Ryon Braga Consultor de Responsabilidade Socioambiental Marcus Ferreira Consultor em Gestão Estratégica e Responsabilidade Social Marcelo Freitas Consultora para o Ensino Superior Maria Carmem T. Christóvam
Revista Linha Direta
Conselho Consultivo Ademar B. Pereira Presidente do Sinepe/PR – Curitiba Airton de Almeida Oliveira Presidente do Sinepe/CE Amábile Pacios Presidente do Sinepe/DF Antônio Eugênio Cunha Presidente do Sinepe/ES Antônio Lúcio dos Santos Presidente do Sinepe/RO Átila Rodrigues Presidente do Sinepe/Triângulo Mineiro Benjamin Ribeiro da Silva Presidente do Sieeesp Cláudia Regina de Souza Costa Presidente do Sinepe/RJ Dalton Luís de Moraes Leal Presidente do Sinepe/PI Emiro Barbini Presidente do Sinep/MG Fátima Turano Presidente do Sinepe/NMG Gabriel Mario Rodrigues Presidente da ABMES Gelson Menegatti Filho Presidente do Sinepe/MT Hermes Ferreira Figueiredo Presidente do Semesp Ivana de Siqueira Diretora da OEI em Brasília
Ivo Calado Asepepe Jorge de Jesus Bernardo Presidente da Abrafi e do Semesg José Augusto de Mattos Lourenço Presidente da Fenep José Carlos Barbieri Presidente do Sinepe/NOPR José Carlos Rassier Secretário Nacional da ABM Krishnaaor Ávila Stréglio Presidente do Sinepe/GO Manoel Alves Presidente da Fundação Universa Marco Antônio de Souza Presidente do Sinepe/NPR Marcos Antônio Simi Presidente do Sinepe/Sul de Minas Maria da Gloria Paim Barcellos Presidente do Sinepe/MS Maria Nilene Badeca da Costa Presidente do Consed Miguel Luiz Detsi Neto Presidente do Sinepe/Sudeste/MG Natálio Dantas Presidente do Sinepe/BA Nelly Falcão de Souza Presidente do Sinepe/AM Odésio de Souza Medeiros Presidente do Sinepe/PB
Osvino Toillier Presidente do Sinepe/RS Paulo Antonio Gomes Cardim Presidente da Anaceu Suely Melo de Castro Menezes Vice-presidente do Sinepe/PA Thiers Theófilo do Bom Conselho Neto Presidente da Fenen Victor Maurício Nótrica Presidente do Sinepe/Rio Pré-Impressão e Impressão Rona Editora – 31 3303-9999 Tiragem: 20.000 exemplares
A Linha Direta, consciente das questões sociais e ambientais, utiliza, na impressão desse material, papéis certificados FSC (Forest Stewardship Council). A certificação FSC é uma garantia de que a matéria-prima advém de uma floresta manejada de forma ecologicamente correta, socialmente adequada e economicamente viável. Impresso na RONA EDITORA Ltda – Certificada na Cadeia de Custódia – FSC. As ideias expressas nos artigos assinados são de responsabilidade dos autores e não representam, necessariamente, a opinião da Revista. Os artigos são colaborativos e podem ser reproduzidos, desde que a fonte seja citada.
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capa
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Benefíciosdesafios e do Enem MM
uitos dos estudantes que irão prestar vestibular puderam testar seus conhecimentos e aprimorar sua preparação através do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), ocorrido no último mês de outubro em todo o Brasil. As provas, cuja realização é de responsabilidade do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), do Ministério da Educação, são de adesão voluntária e tiveram mais de 5 milhões de inscrições, em 2011. Com o resultado do Exame, os alunos inscritos no Sistema de Seleção Unificada (Sisu) podem concorrer a vagas em instituições públicas de todo o País. As notas também valem como referência para ingressar em diversas instituições privadas. A participação no Enem também é pré-requisito para os estudantes interessados em uma bolsa do Programa Universidade para Todos (ProUni). Para o primeiro semestre de 2012, estão sendo oferecidas pelo menos 80 mil vagas em universidades federais que adotaram o Sisu. O número de vagas, comparado ao primeiro semestre deste ano, se levarmos em consideração as mesmas instituições, teve um crescimento de 37%. Em 2011, foram ofertadas mais de 58 mil vagas. Das 57 universidades federais e dois Centros Federais de Tecnologia do País, 43 confirmaram a adesão.
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Avaliação do Ensino Médio O Enem foi criado em 1998, com o objetivo de avaliar o desempenho dos estudantes ao final do Ensino Médio. Segundo Cristina Ruas, assessora de imprensa do Inep, a participação dos alunos nas provas representa mais oportunidades de melhoria nas condições de aprendizagem, além de mais qualidade de vida, a partir da chance de certificação no Ensino Médio e de ingresso em universidades e cursos tecnológicos de nível superior. “É um passo firme para a melhoria da qualidade e da democratização do Revista Linha Direta
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Um processo de avaliação com numeros astronômicos, virtudes e deficiências, e que promete melhoria da qualidade e democratização do ensino no País ensino no País”, afirma a assessora, que considera o Exame como uma forma de autoavaliação, tanto para os estudantes quanto para as instituições de ensino. “Desde a criação do Enem, houve melhorias na Educação Básica, e as instituições de ensino de todo o País, independente da região, puderam aprimorar o ensino e oferecer mais oportunidades para a formação do cidadão brasileiro”, ressalta Cristina Ruas. Para Paulo Nathanael, doutor em Educação e autor do livro Caminhos e descaminhos da educação brasileira, o Exame cumpriu seu objetivo inicial até 2009, quando passou a ser utilizado também como forma de acesso a muitas instituições de ensino superior. “Antes de produzir seus objetivos, o Enem sofreu alterações de estrutura e de fins”, afirma. Segundo o educador, sua maior contribuição até o momento foi conseguir diagnosticar o sofrível aproveitamento dos alunos do Ensino Médio brasileiro. Sobre as competências exigidas pelas provas, o que se avalia, na
opinião de Cristina Ruas, é o que o cidadão assimilou ao longo de sua vida, seja nas instituições onde estudou, seja por experiência de vida, por meio de leitura ou de autoaprendizado. “As competências representam uma avaliação ampla e completa, totalmente afinada com o Ensino Médio e, portanto, eficazes para que as escolas inclusive possam melhorar a qualidade do ensino e do conteúdo aplicado ao longo de toda a Educação Básica”, garante a assessora. Transformar a estrutura cognitiva do Exame Nacional do Ensino Médio numa matriz curricular é uma operação muito complexa quando se olha o conjunto do Ensino Médio, com seus 8 milhões de alunos. “Uma coisa é poucas escolas se moldarem ao Enem; outra é o conjunto da Educação Básica brasileira”, explica Ocimar Munhoz Alavarse, professor de Avaliação e Política Educacional da Universidade de São Paulo (USP) e doutor em Educação. Para ele, o importante é mudar a realidade do ensino nacional, que tem carências primárias, como de
salas de aula, de laboratórios e uma série de outros elementos do processo educativo. “As provas, em si, até poderiam ser uma forma de mensurar a qualidade do ensino do Brasil, mas o fato de elas serem de adesão voluntária faz com que deixem de ser um bom instrumento”, afirma Alavarse, para quem o Enem teria de passar por diversos ajustes para poder analisar a educação brasileira. Em pronunciamento recente, o ministro Fernando Haddad avaliou que o Exame pode induzir a mudanças curriculares do Ensino Médio. “Mas isso é uma proposta, não existe ainda um quadro que apresente alterações no currículo do Ensino Médio com base nos resultados do Enem”, afirma Ocimar Munhoz Alavarse. Algumas escolas, especialmente as particulares, que têm como tarefa a preparação de alunos para exames seletivos, vão se moldando mais ao tipo de prova, ao tipo de pergunta. “Mas isso não pode ser chamado de mudança na educação como um todo, senão em algumas escolas”, enfatiza AlaRevista Linha Direta
varse, lembrando que, no Brasil, as escolas privadas representam apenas 10% das matrículas.
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Os números do Enem 2011 As provas, agendadas para os dias 22 e 23 de outubro, foram realizadas em 12 mil locais, 140 mil salas de aula, ocorrendo em 1.599 municípios. Mais de 6 mil escolas estão no processo. Cerca de 350 mil pessoas estiveram envolvidas na aplicação da prova, incluindo fiscais de sala e outros profissionais de apoio, além dos mais de 5 milhões de alunos inscritos. A partir de 2012, o Exame terá duas edições ao ano, uma no primeiro semestre e outra no segundo. A primeira edição do ano que vem já está confirmada para os dias 28 e 29 de abril. A data da segunda edição ainda não foi definida em função das eleições municipais, que ocorrerão em outubro, mês de aplicação do Enem.
Falhas Poucos dias após a realização das provas em 2011, foi noticiado que
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novamente houve irregularidades com o Exame, como aconteceu nos dois últimos anos. Em 2009, o Enem foi totalmente refeito e remarcado, depois de ter sido furtado de uma gráfica. No ano passado, houve erros na impressão, perguntas repetidas e sequências erradas, além de problemas nas folhas de respostas. Ainda em 2010, uma professora teve acesso ao tema da redação e avisou o marido, que, depois de uma pesquisa na internet, teria orientado o filho que iria fazer a prova. Este ano, há uma pendência na Justiça Federal acerca da anulação de 14 questões do Exame que teriam vazado.
Ranking das escolas A publicação das médias do Exame Nacional do Ensino Médio por escola tem se mostrado como importante forma de mobilização em benefício da melhoria da qualidade do ensino, auxiliando diretores e demais dirigentes a refletir sobre o processo educacional desenvolvido em suas instituições de ensino, bem como impulsionando políticas públicas educacionais. No entanto, a utilização dos resultados do Enem
deve ser considerada com prudência, diante de seu caráter voluntário. Isso porque, em algumas escolas, o número de alunos que participam do processo é pequeno, o que torna a nota média pouco representativa e, mesmo para as instituições de ensino com alta taxa de adesão, o resultado pode não representar o desempenho médio que a escola teria caso conseguisse 100% de participação. Pertencente a um dos grupos educacionais de maior destaque no cenário brasileiro, o Colégio Bernoulli, situado em Belo Horizonte/ MG, figura constantemente entre as primeiras posições do ranking nacional do Enem. Em listagem divulgada recentemente com o resultado do Exame de 2010, o Bernoulli está na quinta posição geral, que considera todas as escolas do País, sendo a primeira entre as instituições mineiras, posição que ocupa desde 2006. Os resultados obtidos pelo Colégio ao longo dos últimos anos e, principalmente, o resultado de 2010, faz com que os alunos reconheçam que estão recebendo uma prepa-
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Túlio Rodrigues – Marketing&Eventos Grupo Bernoulli
ração adequada e se sintam mais estimulados a estudar, segundo o diretor de Ensino do Grupo Bernoulli, Rommel Fernandes Domingos. “É o que chamamos de ciclo virtuoso. Esse resultado positivo ajuda a convencer o aluno a aceitar o desafio que essa fase estudantil impõe”, afirma o diretor, ressaltando que, com isso, a escola se torna o instrumento de apoio, e o aluno, o agente principal do processo de aprendizagem.
“O Enem cobra habilidades e conhecimentos básicos. Entretanto, é importante que os alunos façam (...) simulados bem-elaborados, para que eles conheçam esse modelo de processo avaliativo...” Rommel Fernandes Domingos, diretor de Ensino do Grupo Bernoulli
Ter sucesso nas provas é conse quência natural para o aluno que se preparou bem durante o Ensino Médio. “O Enem cobra habilidades e conhecimentos básicos. Entretanto, é importante que os alunos façam, durante o último ano de preparação, simulados bem-elaborados, para que eles conheçam esse modelo de processo avaliativo e se sintam seguros para responder a ele”, explica Rommel. Para o diretor, as habilidades exigidas pelo Exame representam o que se espera de um Ensino Médio de qualidade. “Mas o conteúdo ainda é exigido de forma muito superficial”, analisa Rommel, apesar de entender que
não é uma tarefa simples medir as competências de aproximadamente 5 milhões de estudantes.
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Entretanto, considerando as dez horas de avaliação, distribuídas em dois dias, com 180 questões e uma redação, um Exame dessa envergadura teria condições de discriminar melhor os candidatos. “Como a prova é composta de várias questões, poderia trazer exercícios fáceis e também outros que demandam mais conhecimento”, analisa Rommel, mostrando preocupação com o que poderia acontecer se essas provas se tornassem a única porta de entrada nas universidades. “Por mais que os professores tentem uma abordagem mais ampla, os estudantes se preocupariam com o que poderia ser cobrado pelo Exame, uma vez que é característica do aluno pensar em resultados práticos, de curto prazo”, afirma. Embora deva ser aprimorado, o Enem é o caminho mais certo para se avaliar o ensino neste País, tão
grande e com características tão diversas. “No formato atual, as provas são muito cansativas, cobrando do aluno, repetidas vezes, as mesmas habilidades, e deixam de requerer conteúdos importantes do Ensino Médio”, avalia o diretor do Colégio Bernoulli, para quem o Exame deveria valer como vestibular apenas para cursos menos concorridos, visto que ele é pouco eficaz para os demais. Pelo fato de haver uma prova que se propõe a medir resultados, as escolas estão se movimentando, e logo os impactos positivos aparecerão. “Por enquanto, a mudança foi pequena, pois o Enem adquiriu essa grandeza há pouco tempo”, diz Rommel, acreditando existir uma consequência muito positiva devido ao fato de o Exame ser uma prova básica, em que os alunos de todo o País entendem ser uma obrigação se sair bem, o que gera maior comprometimento por parte deles. “Esse é o primeiro passo da mudança”, conclui o diretor do Bernoulli. Revista Linha Direta
O poder do esporte
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ações de cidadania
Atletas formados pelo Espaço Criança Esperança de Belo Horizonte se apresentam na Suíça
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ocalizado no Aglomerado da Serra, maior favela de Belo Horizonte, o Espaço Criança Esperança de Belo Horizonte (ECE-BH), projeto desenvolvido em parceria pela UNESCO, Rede Globo, PUC Minas e Prefeitura de Belo Horizonte, possui forte vocação para o Esporte de Rendimento, conforme apresentado na edição de outubro da Linha Direta. Em um centro de treinamentos específico, um grupo de meninos e meninas treina pelo menos nove horas por semana, com o objetivo de se tornarem atletas e, até mesmo, estudar Educação Física para dar aulas.
“Todos os jovens que chegam ao Criança Esperança em busca de atividades esportivas são encaminhados para as oficinas de Esporte Educacional. Os que se destacam em alguma modalidade são direcionados para as equipes”, diz o professor André Neto, supervisor de EsRevista Linha Direta
portes do ECE-BH. Um diferencial das equipes do Espaço é a qualidade dos treinadores, que foram atletas e possuem experiência, internacional inclusive, em suas modalidades. “Toda a comunidade começa a reconhecer o Criança Esperança como um local de formação de atletas, e o ECE-BH está virando uma referência para eles”, avalia o professor. As oficinas esportivas do Espaço são destaque não apenas no Aglomerado da Serra. O Criança Esperança já recebeu a visita de um dos times de basquete mais famosos do mundo, o Harlem Globetrotters. Já os que gostam de judô tiveram a oportunidade de prestigiar uma das etapas
Atletas de BH que integraram a comitiva da Seleção Brasileira de Ginástica Para Todos
da Copa do Mundo de Judô, que aconteceu na capital mineira, com a presença de judocas de diversas partes do mundo e a participação de mais de 100 educandos do ECE-BH. Em uma das edições da Copa Mercantil de Futsal, o time feminino e o time masculino disputaram os jogos finais. As meninas ficaram em segundo lugar, e os garotos, em terceiro – além de um dos atletas do Espaço ter sido escolhido como o melhor do campeonato. O maior destaque atualmente no Esporte de Rendimento do Espaço Criança Esperança de Belo Horizonte é para a equipe da oficina de ginástica. A turma foi classificada para compor
a comitiva da Seleção Brasileira de Ginástica Para Todos, que representou o Brasil no XIV World Gymnaestrada, realizado em julho deste ano, na Suíça. Este é o maior evento de Ginástica Para Todos do mundo.
ginastas de 55 países, que passaram por seletivas e treinaram por anos, estiveram em Lausanne, entre os Alpes franceses e os suí ços, para receber como recompensa o tão esperado reconhecimento do público.
Gymnaestrada
Para se ter uma ideia da grandeza desse evento, Lausanne recebeu bem mais que o dobro de atletas dos Jogos Olímpicos de Pequim, em 2008, que contou com a participação de 11 mil atletas. Mas não é qualquer ginasta que pode participar do Gymnaestrada. Antes, os atletas têm de passar por eliminatórias. No Brasil, as seletivas aconteceram em três cidades e, dos 1.200 ginastas participantes, 700 foram classificados. Essa
Tem abertura, encerramento e muitos atletas, mas não tem competição. No Gymnaestrada, maior evento de ginástica do mundo, realizado há quase 60 anos, de quatro em quatro anos, como as Olimpíadas e a Copa do Mundo de Futebol, nenhuma acrobacia rende medalha, troféu ou ponto. O público é o juiz, e os aplausos são a pontuação. Em 2011, 25 mil
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foi a maior delegação até hoje na história da Confederação Brasileira de Ginástica. E o Brasil foi bastante prestigiado, já que 10 entre os 55 países tiveram direito a fazer apresentações de gala nas noites do evento. O Brasil foi um dos 10, com os 23 grupos da comitiva brasileira se apresentando. Equipe de Ginástica do ECE-BH Vinte e um atletas da oficina de ginástica do Espaço Criança Esperança de Belo Horizonte se classificaram na segunda seletiva do Gymnaestrada, realizada em dezembro de 2009, praticamente um ano e meio antes do evento. Desde então, a equipe do ECE-BH começou a se preparar para a competição. Eles cuidaram da organização dos documentos, como passaportes e vistos, do diálogo constante com as famílias dos jovens, fecharam parcerias para o ensino da língua inglesa e, principalmente, intensificaram o treino dos atletas. Desde 2003 a ginástica é uma das modalidades esportivas de rendimento desenvolvidas no ECE-BH. “Quando começou, tínhamos dois
colchõezinhos velhos e um professor bem intencionado”, conta Leonardo Coelho, coordenador do Espaço. Mas o esporte se desenvolveu e a equipe evoluiu. “O crescimento foi acontecendo, apesar de todas as dificuldades enfrentadas por projetos sociais: pouco dinheiro para comprar uniforme, material, lugar apropriado para treinamento...”, explica. Quando a equipe de ginástica do ECE-BH começou a se destacar, surgiu a ideia de participar das seletivas classificatórias para o Gymnaestrada. Só que classificar é uma coisa, ter dinheiro para participar é outra. “Tivemos muito apoio, os professores conseguiram uma verba da secretaria de esportes, doações anônimas de empresários, ‘vaquinha’, contribuições do próprio Criança Esperança... rolou de tudo para a viagem acontecer e conseguimos!”, diz Leonardo, lembrando ter sido necessário um investimento alto, em torno de 230 mil reais. Os professores organizaram várias atividades com as famílias, as crianças e as pessoas envolvi-
Os ginastas fizeram um diário de bordo com relatos da viagem. “Estamos querendo publicar um livro contando a experiência e registrando a influência que a viagem teve na vida dessas crianças”, comenta o professor André Neto, supervisor de Esportes do ECE-BH. “Essa equipe de ginástica do ECE-BH nos enche de orgulho”, enfatiza o professor, que sempre procura parabenizar as crianças e a professora Margareth, técnica da equipe de ginástica, pelo excelente trabalho desenvolvido. Lausanne, Suíça, durante o XIV World Gymnaestrada
Atletas preparados para uma das apresentações
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das, antes da viagem. “O processo de preparação foi fantástico, e tudo foi feito com muita luta”, afirma o coordenador do Espaço, dizendo não ser possível dimensionar o quão importante foi a repercussão dessa experiência na comunidade, mas sabe que foi bem positivo, principalmente pela coreografia apresentada. Os atletas representaram a cultura e o modo de brincar das crianças do morro, misturando elementos como capoeira, forró e hip-hop em uma apresentação parecida com uma dança, com parte solo e parte coletiva.
Núcleo de Comunicação e Cultura do ECE-BH
Trechos dos diários de bordo Mariana Martins de Medeiros 14 anos - ginasta É tudo muito lindo! Todos são muito educados e a escola onde ficamos também é muito linda. Ela tem 102 anos e parece um castelo. A nossa primeira participação foi no desfile do Brasil. Fomos muito bem recepcionados. Todos têm muito carinho pelo nosso País. Quando entramos no campo de futebol para desfilar, todos começaram a gritar. Levantaram-se e começaram a nos aplaudir. Não dá para explicar a sensação que tive. As apresentações, então, não tem nem o que dizer, de tão legal que foi, mas o que mais me chamou a atenção foi quando entraram os aviões fazendo uma apresentação de pura sincronia, formando várias coisas. Chegou o dia da nossa primeira apresentação. Eu errei na hora de colocar a touca e subir nas costas do Victor, mas foi tudo bem. Na coreografia do Sol, achei que ia ficar desorganizado, mas com a roupa e a peruca ficou muito bacana. Foi perfeita a plateia aplaudindo, e quando entramos para o samba foi muito legal. Todos estavam dançando ao mesmo tempo e chamamos pessoas da plateia para sambar com a gente. Na hora das
Victor Guilherme 12 anos - ginasta Tudo começou no Espaço Criança Esperança. Todos ansiosos para andar de avião e também para chegar à Suíça, mas eu não conseguia esquecer a minha mãe. Em Vevey, a Margô liberou para nadar na piscina. O Gustavo teve a ideia de brincar de pega-pega. O pega era o Arthur, e quando ele veio me pegar eu mergulhei e acabei batendo a boca no chão da piscina. Minha boca começou a sangrar muito, mas a minha sorte foi que a Fernandinha viu e já veio correndo ver o que tinha acontecido. Graças a ela o machucado não piorou. Ah, lembrei! Lá tem uma lagoa de frente para a França e de frente para os Alpes, aquelas montanhas de gelo. Fomos também ao Museu da Nestlé e tiramos fotos dentro de uma Fer-
Tatiane Caroline de Jesus Silva 17 anos - ginasta Eu não estava acreditando que estava indo para a Suíça, a viagem que muito sonhei! Alguns pais foram para o aeroporto esperar o nosso voo partir. Quando tínhamos de entrar para a sala de embarque, os meus pais ainda não tinham chegado e fiquei desesperada, pois não tinha me despedido deles. Mas faltando alguns segundos eles chegaram e fiquei muito feliz e tranquila para seguir o meu destino. Na Suíça, não estávamos conseguindo acostumar com o horário, pois eram 10h da noite e ainda estava de manhã. No dia do desfile de abertura foi tanta emoção, tanta alegria que eu não sabia onde colocar. Nem sei descrever essa emoção que irei guardar para o resto da vida. Vivi e assisti coisas que nem sei se um dia sonhei em ver. Um país todo em festa, todo colorido, com todos os tipos de culturas, cores, raças, línguas diferentes. Mesmo não sabendo falar a língua do outro, conseguimos nos comunicar, tiramos fotos juntos, brincamos, cantamos e trocamos lembrancinhas. Teve um dia que foi muito especial, o dia da noite Brasil, do qual todos os brasileiros participaram. Revista Linha Direta
rari que estava estacionada ao lado da escola. Depois fomos ao Montreux Jazz ver o show de talentos.
trocas, eu troquei minha pulseira do Brasil por um broche do Canadá muito lindo. Foi muito bom interagir com eles e gastar um pouco do inglês que aprendi. É difícil se comunicar, mas, por incrível que pareça, todos entenderam o que eles falavam por gestos também. Acho que isso, sim, ficará marcado para sempre na minha vida, pois, como dizem, não adianta fazer propaganda: você tem de estar lá para ver realmente como é lindo. Teve um dia que fomos para Lausanne, um dia livre para compras. Comprar eu não comprei, mas troquei pins e andei um pouco por lá, olhando os estandes dos países. Fomos a uma festa onde comi batata cozida com casca e queijo suíço derretido por cima. No outro dia, tínhamos apresentações. Na primeira, não tivemos uma postura correta enquanto grupo e a apresentação foi um horror. O Andrezinho teve uma conversa com a gente sobre oportunidade. Contou um pouco sobre a vida dele. Fomos ao shopping comprar chocolate. Comprei um kit de maquiagem e mais lembrancinhas. De lá fomos para o Castelo de Chateau de Chilon. Não conseguimos entrar, pois era muito caro. Então ficamos do lado de fora, mas tiramos muitas fotos. Amei quando fui tomar sorvete e vários passarinhos voaram para perto de mim. Comecei dar a casca de sorvete para eles. Coloquei na minha perna e eles começaram a voar ao meu redor e a comer na minha perna. Um japonês começou a tirar fotos e mais fotos. Foi muito legal e bonito! Revista Linha Direta
Dia da abertura. Tivemos de andar até o estádio de Lausanne. Chegando lá, o coração de cada um acelerou quando viu aquele tanto de gente. Quando começamos a fazer a abertura, milhares de pessoas começaram a gritar Brasil... Foi muito legal! Chegou a hora de apresentar. Fomos muito aplaudidos quando fizemos a pirâmide de bicicleta, porque aqui na Suíça todos andam de bicicleta. Era dia da noite Brasil. Mandei um recado para o meu pai contando que eu estava muito feliz. Apresentamos muito bem, mas não foi só a nossa. Todas as outras coreografias estavam muito bem feitas. Depois arrebentamos no samba, até fomos chamados dos reis do samba. Fomos para uma festa. Chegando lá, tinha uma fila enorme para pegar um pedaço de queijo. Depois de almoçar, conhecemos o espaço que a gente ia se apresentar. A Margô pediu para ficarmos no jardim próximo do local e brincamos de inventar pirâmides. As meninas passaram a maquiagem e arrumaram o cabelo. Chegou a hora. Todos se apresentaram certinhos. Foi muito legal. Acordamos cedo porque tínhamos duas apresentações e eram as últimas. No ensaio, todos fizeram de mau jeito. Chegou a hora de apresentarmos. Tivemos de encarar a plateia, mas quem você acha que ganhou? Perdemos de 10 a zero para a plateia. Todos fizeram de qualquer jeito. Antes do almoço o Andrezinho contou um pouco sobre sua vida. Fomos apresentar numa praça. Conversamos entre nós e decidimos que aquela apresentação seria a melhor de todas e dessa vez íamos ganhar da plateia. E foi o que aconteceu. Todos com postura, sorrindo etc. Subimos naquele palco e mostramos que não somos fracassados, e sim vencedores. Dessa vez a plateia perdeu para a gente.
Eu participei das coreografias do Mar e do Sol. Quando estávamos nos preparando para entrar e apresentar a coreografia do Mar, eu ainda não estava acreditando que estava ali junto com muitos outros ginastas. Meu coração foi a mil! Quando abriu a cortina, me senti muito importante! Eu nem consigo explicar o quanto estava alegre e emocionada comigo mesma. Na nossa primeira coreografia do último dia de apresentações, estávamos desanimados, parecia que nem queríamos estar ali. Fomos para a praça apresentar a nossa última coreografia do evento. Não tínhamos escolha, tínhamos de dar o melhor da gente, como se fosse a última coreografia de todas as nossas vidas. E demos o melhor! Que pena que a gente não acordou para a vida mais cedo e apresentou todas as nossas coreografias como a última, ou até melhor que ela...
Hoje é o último dia do evento. Estamos muito felizes por ter participado do maior evento de ginástica do mundo. A despedida foi muito legal, me deu até vontade de chorar, pois eu não queria que esse dia chegasse. Toda despedida dói muito. É com muita saudade que escrevo o fim desta viagem. Toda a equipe sonhou para que tudo fosse verdade e estamos juntos para finalizarmos mais uma das nossas conquistas. Sabemos que é a primeira, mas não é a última. Esta viagem com certeza ficará em nossos corações e na nossa mente, com as imagens e as sensações que o homem e o tempo não podem apagar.
espaço ibero-americano
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A educação na Ibero-América Encontro de ministros no Paraguai marca a história das Conferências Ibero-americanas
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s avanços e os desafios propostos pelas Metas Educativas 2021 foram analisados durante a XXI Conferência Ibero-americana de Ministros de Educação, evento realizado pela Organização dos Estados Ibero-americanos para a Educação, a Ciência e a Cultura (OEI), que reúne anualmente ministros e outras autoridades dos países que compõem a Ibero-América. Este ano, a Conferência foi realizada em Assunção, no Paraguai, no final do mês de setembro, e a Linha Direta esteve presente, acompanhando a discussão para a melhoria integral da educação na região.
especial foi da presidente do Instituto Coreano para a Aprendizagem ao Longo da Vida, Choi Un Shil, o que representa uma abertura a novos países, com o objetivo de construir projetos amplos para a Ibero-América, através do aprendizado de outras experiências. Ainda na ocasião da XXI Conferência Ibero-americana de Ministros de Educação, foi firmado um convênio
A abertura do evento foi conduzida pelo secretário-geral da OEI, Álvaro Marchesi, que falou da importância de se colocar o Projeto das Metas Educativas 2021 no centro da educação ibero-americana. Como reflexo desse esforço, pela primeira vez na história das conferências de ministros, representantes da sociedade civil que formam o Conselho Assessor das Metas 2021 participaram como observadores. “O Projeto foi avaliado pelo Conselho, que preparou um relatório em que puderam manifestar suas opiniões, com voz crítica e exigente, mas de forma colaborativa”, disse Marchesi, ressaltando que, ao se abrir para a observação e a exigência da sociedade civil, a XXI Conferência passa a ser um momento significativo, novo e distinto, que rompe as dinâmicas governamentais e das próprias conferências. A presença do Conselho Assessor não foi a única novidade no evento em Assunção, que contou também com a participação de outras personalidades internacionais, como, por exemplo, o secretário executivo da Associação para o Desenvolvimento da Educação da África, Ahlin Byll-Cataria, com quem a OEI está desenvolvendo parcerias, especialmente este ano, que é o Ano dos Afrodescendentes. Outra presença Revista Linha Direta
Foto oficial da Conferência // Foto oficial de la Conferencia
com Arne Carlsen, diretor do Instituto da UNESCO para a Aprendizagem ao Longo da Vida de Hamburgo, Alemanha, com o objetivo de unir forças para a construção conjunta de um projeto compartilhado.
La educación en Iberoamérica Encuentro de ministros en Paraguay marca la historia de las Conferencias Iberoamericanas
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os avances y los desafíos propuestos por las Metas Educativas 2021 fueron analizados durante la XXI Conferencia Iberoamericana de Ministros de Educación, evento realizado por la Organización de los Estados Iberoamericanos para la Educación, la Ciencia y la Cultura (OEI), que reúne anualmente ministros y otras autori-
discusión para la mejoría integral de la educación en la región.
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dades de los países que componen Iberoamérica. Este año, la Conferencia fue realizada en Asunción, Paraguay, al final del mes de septiembre, y Linha Direta estuvo presente, acompañando la
La apertura del evento fue conducida por el secretario general de la OEI, Álvaro Marchesi, que habló de la importancia de colocar el Proyecto de las Metas Educativas 2021 en el centro de la educación iberoamericana. Como reflejo de ese esfuerzo, por la primera vez en la historia de las conferencias de ministros, representantes de la sociedad civil que forman el Consejo Asesor de las Metas 2021 participaron como observadores. “El Proyecto fue evaluado por el Consejo, que preparó un informe en que pudieran manifestar sus opiniones, con voz crítica y exigente, pero de forma colaborativa”, dijo Marchesi, resaltando que, al abrirse para la observación y la exigencia de la sociedad civil, la XXI Conferencia pasa a ser un momento significativo, nuevo y distinto, que rompe las dinámicas gubernamentales y de las propias conferencias. La presencia del Consejo Asesor no fue la única novedad en el evento en Asunción, que contó también con la participación de otras personalidades internacionales, como, por ejemplo, el secretario ejecutivo de la Asociación para el Desarrollo de la Educación de África, Ahlin Byll-Cataria, con quien la OEI está desarrollando trabajos en conjunto, especialmente este año, que es el Año de los Afrodescendientes. Otra presencia especial fue de la presidente del Instituto Coreano para el Aprendizaje a lo Largo de la Vida, Choi Un Shil, lo que representa una apertura para nuevos países, con el objetivo de construir proyectos amplios para Iberoamérica, a través del aprendizaje de otras experiencias. Inclusive en la ocasión de la XXI Conferencia Iberoamericana de Ministros de Educación, fue firmado un convenio con Arne Carlsen, director del Instituto de la UNESCO para el AprendiRevista Linha Direta
Valéria Araújo
Segundo o secretário-geral da OEI, todas essas pessoas e suas instituições estão demonstrando apoio ao Projeto das Metas Educativas 2021. “Esse encontro de ministros de educação ficará marcado por ser o que mais contou com instituições e representantes dos países, ao longo da história das Conferências Ibero-americanas”, afirmou Álvaro Marchesi, completando que essa oportunidade também servirá para fazer do Paraguai uma referência em educação. Confira, a seguir, alguns pontos do Relatório de Avaliação apresentado pelo Conselho Assessor, durante a XXI Conferência, com as conclusões em torno do Projeto das Metas Educativas. Pontos do Relatório do Conselho Assessor Como estratégias para levar adiante o Projeto Metas Educativas 2021, o Conselho Assessor propõe: Em relação à desagregação de dados • Aperfeiçoamento da coleta de dados para contar com informações estatísticas fidedignas, que permitam a desagregação por ingresso, gênero, povos indígenas, afrodescendentes, deficientes, da cidade e do campo. Para eliminar toda forma de racismo e discriminação, é fundamental manter um olhar particular para cada um dos grupos vulneráveis. • Fortalecimento dos trabalhos de cooperação técnica entre as instituições encarregadas da produção de dados educacionais e seu seguimento. Em relação ao financiamento • Por causa das assimetrias que existem na inversão educativa ibero-americana, os governos devem garantir a realização do direito à educação com recursos próprios e suficientes. Entre os mecanismos possíveis estão as reformas tributárias e fiscais e a taxação aos grandes capitais e às transações econômicas e financeiras. • Implementação de mecanismos de transparência e controle, por parte do cidadão, do uso dos recursos destinados à educação. • Garantia da gratuidade da educação pública, inclusive combatendo, em todos os níveis, as formas de mercantilização da educação. Em relação à participação da sociedade • Consideração das dimensões da participação Revista Linha Direta
Álvaro Marchesi, secretário-geral da OEI // Álvaro Marchesi, secretario general de la OEI
da sociedade, assim como seu papel no debate e no monitoramento das políticas educacionais, incluindo desde sua presença em conselhos educacionais até a gestão democrática das escolas. • Reflexões e debate público nos países, com a participação do governo, de instâncias legislativas, de entidades que produzem informação, da OEI, dos grêmios de educadores, dos representantes dos estudantes e seus familiares, de universidades, organizações e movimentos sociais, do mundo empresarial, entre outros, de modo que as metas alcancem amplo apoio e se transformem de fato em objetivos dos Estados nacionais. Em relação à diversidade e à cultura da paz • Integração ao currículo escolar de estudos sobre as culturas indígenas e afrodescendentes. • Fortalecimento do reconhecimento do valor da diversidade e do diálogo intercultural como elementos do fazer educativo das nações, o que inclui o reconhecimento das culturas juvenis e dos jovens como sujeitos ativos do diálogo educativo e a implementação de atividades educacionais. • Reconhecimento, em atenção à legislação internacional assinada pelos países, do direito
zaje a lo Largo de la Vida de Hamburgo, Alemania, con el objetivo de unir fuerzas para la construcción conjunta de un proyecto compartido. Según el secretario general de la OEI, todas estas personas y sus instituciones están demostrando apoyo al Proyecto de las Metas Educativas 2021. “Este encuentro de ministros de educación quedará marcado por ser el que más contó con instituciones y representantes de los países, a lo largo de la historia de las Conferencias Iberoamericanas”, afirmó Álvaro Marchesi, añadiendo que esta oportunidad también servirá para hacer de Paraguay una referencia en educación. Vea, a continuación, algunos puntos del Informe de Evaluación presentado por el Consejo Asesor, durante la XXI Conferencia, con las conclusiones en torno al Proyecto de las Metas Educativas. Puntos de Informe del Consejo Asesor Como estrategias para llevar adelante el Proyecto Metas Educativas 2021, el Consejo Asesor propone que: Con relación a la desagregación de datos • Sea perfeccionada la recolección de los datos para contar con informaciones estadísticas fiaValéria Araújo
Secretário executivo da Associação para o Desenvolvimento da Educação da África, Ahlin Byll-Cataria, e Álvaro Marchesi, secretário-geral da OEI // Secretario ejecutivo de la Asociación para el Desarrollo de la Educación de África, Ahlin Byll-Cataria, y Álvaro Marchesi, secretario general de la OEI
bles, que permitam la desagregación por ingreso, género, pueblos indígenas, afrodescendientes, discapacitados, urbano y rural. Para eliminar toda forma de racismo y discriminación, es fundamental mantener una mirada particular hacia cada uno de los grupos vulnerables. • Se fortalezcan los trabajos de cooperación técnica entre las instituciones encargadas de producción de datos educativos y su seguimiento. Con relación a la financiación • Ante las asimetrías que existen en la inversión educativa en Iberoamérica, es necesario que los gobiernos garanticen la realización del derecho a la educación con recursos propios y suficientes. Entre los mecanismos posibles están las reformas tributarias y fiscales y la tasación a los grandes capitales y a las transacciones económicas y financieras. • Se implementen mecanismos de transparencia y control ciudadano del uso de los recursos destinados a la educación. • Se garantice la gratuidad de la educación pública, inclusive combatiendo las formas de mercantilización de la educación en todos los niveles. Con relación a la participación de la sociedad • Considerese las dimensiones de la participación de la sociedad en tanto a su rol en el debate y en el monitoreo de las políticas educativas, incluyendo desde su presencia en consejos educativos hasta la gestión democrática de las escuelas. • Reflexiones y debate público en los países, con la participación del gobierno, de instancias legislativas, de las entidades que producen información, la OEI, los gremios de educadores, los representantes de los estudiantes y sus familias, de universidades, organizaciones y movimientos sociales, del mundo empresarial, entre otros, de modo a que las metas recauden amplio apoyo y transfórmense de hecho en objetivos de los Estados nacionales. Con relación a la diversidad y a la cultura de la paz • Se integre al currículo escolar estudios sobre las culturas indígenas y afrodescendientes. • Se fortalezca el reconocimiento del valor de la diversidad y de el dialogo intercultural como elementos del quehacer educativo de las naciones, lo que incluye el reconocimiento de las culturas juveniles y de los jóvenes como sujetos activos del dialogo educativo y la puesta en marcha de acciones educativas. Revista Linha Direta
dos povos indígenas à autonomia na gestão de seus sistemas educacionais, utilizando a educação intercultural bilíngue como ferramenta para a promoção da diversidade e fortalecimento das identidades. • Reconhecimento de que a violência na sociedade se expressa na família, na rua e também nas escolas, as quais devem ser promotoras de uma cultura de paz e de resolução não violenta de conflitos, além de reconhecidas como territórios de paz. Em relação à cooperação e articulação • Fortalecimento das políticas públicas integradas – saúde, cultura, educação, segurança etc., criando uma rede de proteção de direitos. • Busca, por parte dos governos, da promoção de uma maior articulação de cooperação técnica dos organismos internacionais, de modo que os esforços possam convergir em favor de uma educação de qualidade, equidade e confiabilidade, tal como proposto nas Metas 2021. • Fortalecimento da investigação sobre educação, promovendo maior aproximação entre a Educação Superior e a Básica. Recomendações específicas do Conselho Assessor: • Forte apoio à educação pública e gratuita, de qualidade, garantida pelo Estado, como espinha dorsal da sociedade, uma vez que ela está presente em todos os povos e cidades da região ibero-americana e que acolhe a todos e todas. • Atenção necessária às condições de trabalho, carreira docente e sua formação inicial e continuada, visto que esses atores têm papel central no processo educacional. • Contemplação de todo o ciclo de vida pelas políticas educativas, evitando que a priorização de um nível educativo signifique o abandono dos demais. Um exemplo dessa vinculação dos processos educacionais é a relação entre a escolaridade de pais e mães e o êxito educacional de seus filhos e filhas. • O Conselho Assessor reafirma o conceito fundamental de autonomia dos Estados na definição de suas políticas educacionais. Na próxima edição, falaremos sobre o que os ministros de educação presentes na Conferência disseram sobre o Relatório do Conselho Assessor. Revista Linha Direta
• Se reconozca, en atención a la legislación internacional suscripta por los países, el derecho a la autonomía de los pueblos indígenas en la gestión de sus sistemas educativos, utilizando la educación intercultural bilingüe como herramienta para la promoción de la diversidad y fortalecimiento de las identidades. • Se reconoce de que las violencias en la sociedad se expresan en la familia, en la calle y también en las escuelas, las cuales deben ser promotoras de una cultura de paz y de resolución no violenta de conflictos, además de reconocidas como territorios de paz. Con relación a la cooperación y articulación • Se fortalezcan las políticas públicas integradas – salud, cultura, educación, protección etc., creando una red de protección de derechos. • Los gobiernos busquen promover mayor articulación de la cooperación técnica de los organismos internacionales, de modo a converger los esfuerzos en favor de una educación de calidad, equidad y confiabilidad, tal como se ha propuesto en las Metas 2021. • Se fortalezca la investigación sobre educación, promoviendo mayor aproximación entre la Educación Superior y la Básica. Recomendaciones específicas del Consejo Asesor: • Que haya apoyo decidido a una educación pública y gratuita de calidad, garantizada por el Estado, como eje vertebrador de la sociedad, ya que está presente en todos los pueblos y ciudades de la región iberoamericana y que acoge a todos y todas. • Que se dé la necesaria atención a las condiciones de trabajo, carrera docente y su formación inicial y continua toda vez que esos actores tienen papel central en el proceso educativo. • Que las políticas educativas sean capaces de mirar a todo el ciclo de la vida, evitando que la priorización de un nivel educativo signifique el abandono de los demás. Un ejemplo de esa vinculación de los procesos educativos es la relación entre la escolaridad de los padres y madres y el éxito educativo de sus hijos y hijas. • El Consejo Asesor reafirma el concepto fundamental de autonomía de los Estados en la definición de sus políticas educativas. En la próxima edición, hablaremos sobre lo que los ministros de educación presentes en la Conferencia dijeron sobre el Informe del Consejo Asesor.
inovação
O desafio da formação de lideranças na Educação
P
or todo o mundo, em todos os ambientes corporativos, existe uma convicção: há uma escassez de boas lideranças. Não é força de expressão. Ocorre que liderar hoje não é o mesmo que há alguns anos. Num contexto de mudanças imprevisíveis e extremamente velozes, os atributos dos líderes também se transformam. Se há 20 anos bons líderes eram aqueles profissionais dotados de forte senso de hierarquia, capazes de manter um empreendimento funcionando com regularidade e de forma estável, hoje as empresas procuram gestores com outras qualidades – por exemplo, a competência de enfrentar com agilidade situações novas, com alto poder de comunicação e mobilização, além de capacidade de montar equipes muito motivadas, articulando um repertório diverso de competências. Isso vale tanto para as empresas de ponta na área de tecnologia como para as instituições educacionais – e é delas que estamos falando. O tempo de esperar pacientemente lideranças naturais surgirem passou. Hoje, todos os empreendimentos exigem uma busca contínua e consciente por boas lideranças. É preciso que as escolas também passem proativamente a buscar e a formar pessoas capazes, com as características do líder contemporâneo. Não há fórmula para isso. Existe, sim, uma atitude de estar aberto a essa demanda. É preciso que os diretores, coordenadores e outros gestores vejam com muito senso de urgência esse desafio. Em primeiro lugar, é preciso que invistam em si mesmos como gestores, buscando novas informações, requalificando-se, aprimorando-se. Isso significa que aqueles que ocupam hoje cargos de gestão precisam ver a si mesmos como profissionais em desenvolvimento – e não como antigos líderes prontos e acabados. Apenas isso não basta. Liderança é uma cultura empresarial, e não um dom de poucos. Por isso, tornou-se saudável, no ambiente escolar, criar um contexto de valorização de lideranças positivas. Um bom gestor deve abrir espaço para que surjam novos líderes e, quando for o caso, precisa procurar identificá-los fora da escola. Num contexto de extrema competição do mundo contemporâneo, em que o sistema educacional ainda não sabe produzir bons líderes e gestores, as escolas que ignorarem essa tendência correm o risco de se tornarem instituições pesadas, lentas demais para acompanhar, no mesmo passo, as transformações econômicas, políticas e culturais que envolvem a todos.
Revista Linha Direta
Antônio Carlos Musa Junior Diretor comercial do Ético Sistema de Ensino www.sejaetico.com.br
tecido
A evolução do ensino da história da África A
té há bem pouco tempo, o que os alunos de Ensino Fundamental e Médio no Brasil estudavam sobre a África era exíguo. Em um País como o Brasil, construído em três séculos de escravismo negro, não sabíamos quase nada sobre o que havia na África. Era como se os africanos não tivessem passado e fossem meros coadjuvantes numa história cujos atores principais eram os brancos europeus.
Airton de Farias*
Os alunos aprendiam que o homem surgira naquele continente há milhões de anos e que, de lá, passou a povoar o planeta. Apareceram, depois, várias civilizações, dentre as quais a egípcia, de que todo mundo se lembra por causa do Rio Nilo, das pirâmides, das múmias... Mencionávamos a África de novo, indiretamente, quando falávamos do Império Romano, dos Árabes, da Expansão Marítima Europeia e da escravidão dos negros, trazidos aos milhões para a América. Pronto. Era praticamente isso. Recentemente, com a força dos movimentos negros no Brasil, surgiu toda uma preocupação em falar dos africanos não apenas como escravos, mas quanto a sua história, cultura, religião, cotidiano, costumes, enfim, como agentes históricos. Essa mobilização levou, em 2003, à aprovação da Lei n. 10.639, que tornou obrigatório o ensino de História e Cultura Afro-brasileiras nos níveis Fundamental e Médio. Apesar disso, há dificuldades para incrementar ainda mais o estudo da história da África. Muitos professores, os mais antigos, não estudaram esse assunto na graduação e tentam remediar a situação com cursos de extensão. Outro fator é a carência de livros didáticos e outras fontes, mesmo após o Ministério da Educação (MEC), com o apoio da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), em 2010, organizar um vasto material sobre a história da África, disponível no site da Organização.
© Dana Britton / Photoexpress
Acredito que esses problemas serão contornados num futuro breve. Os novos livros didáticos, por exemplo, já trazem capítulos específicos sobre a história africana e, além disso, há uma crescente produção de paradidáticos sobre o tema, como o produzido pelo Sistema Ari de Sá, de Fortaleza, intitulado Uma breve história da África. A abordagem do professor em sala também requer atenção. Ainda vemos traços racistas em certa parcela de nossa sociedade, que vê com preconRevistaRevista 68 Linha Direta Linha Direta
ceito temas como a religiosidade africana ou afro-brasileira. O professor, logicamente, não deve fazer apologia de qualquer crença, mas ajudar a despertar nos alunos o respeito aos diferentes credos. Pode-se não concordar com o outro, mas é preciso entendê-lo e respeitá-lo. Essa é uma premissa fundamental para uma sociedade democrática e plural, como todos nós imaginamos e desejamos. Também devemos evitar o perigo de cair no exótico ou na idealização da África. No primeiro caso, muito tentador em sala de aula, pela atração natural que o diferente provoca, há o risco de apenas reproduzir estereótipos e preconceitos, sem compreender as diversidades culturais dos vários povos africanos dentro da dinâmica histórica; no segundo, é preciso evitar ver a África como uma terra “perfeita, onde tudo era harmônico e bom” até a chegada dos europeus. Obviamente, não quero diminuir ou negar a responsabilidade das potências ocidentais sobre a hecatombe social, econômica e política que o continente africano viveu nos últimos séculos. Longe disso. A história da África faz parte da história da humanidade, com grandes feitos, é verdade, mas com contradições, igualmente. Seu povo foi também sujeito ativo de seu processo histórico. Assim, por exemplo, sabemos que lá já havia escravidão desde a Antiguidade, e que o fornecimento de cativos à América era feito num lucrativo negócio que envolvia europeus e reis, mercadores e chefes locais africanos. É fundamental para o professor ressaltar a diversidade que marca a história. Existiam e existem muitas Áfricas. É um continente com 30 milhões de quilômetros quadrados de superfície, que abrigou diversas civilizações, milhares de etnias, com origens, trajetórias e culturas distintas – embora existam elementos comuns também. Da mesma forma, não podemos cair na vitimização excessiva dos africanos, vendo-os apenas como “humildes povos” – isso apenas ratifica as visões eurocêntricas acerca da inferioridade daqueles povos. Na África, vamos encontrar grandes civilizações, tais como Kush, Gana, Mali e Songai; também há ali a produção de notórios saberes, a exemplo do domínio da metalurgia e de construções magníficas, como o Grande Zimbábue, monumental edificação onde as pedras foram colocadas uma em cima da outra, sem cimento, de forma semelhante às construções dos incas, no Peru.
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O professor, assim, deve estar atento às especificidades da história africana e suas contradições. As sociedades da África apresentavam aspectos diversos e viveram processos históricos ecléticos. Não eram sociedades perfeitas, e muito menos se constituíam de povos inferiores, selvagens ou exóticos. A África tem uma história rica, muito mais ligada ao Brasil do que o senso comum indica. Nesse novo olhar de redescoberta da África, a escola e o professor detêm papéis importantes. O combate ao racismo e o respeito à diversidade histórica e cultural têm neles um grande aliado. Mãos à obra, mestres. *Professor do Colégio Ari de Sá e de faculdades no Ceará. Bacharel em Direito e em História e mestre em História. Autor de vários livros didáticos, entre eles Uma breve história da África RevistaRevista 70 Linha Direta Linha Direta
pró-texto
Gestão pública da educação E
m outubro deste ano, a Editora Opet realizou em Curitiba um dos maiores eventos nacionais relacionados à gestão pública da educação, o VI Fórum Nacional de Gestão Pública Educacional. O encontro, que reuniu educadores, prefeitos, secretários e diretores de educação de vários Estados, debateu temas estratégicos, como a implantação do ensino integral e a municipalização. Um dos participantes foi o diretor executivo do Grupo Educacional Opet, Aleksandro Mroczek, que acompanhou de perto as discussões e o desempenho de sua equipe de colaboradores. Nesta entrevista, realizada ao final do evento, ele falou sobre o trabalho desenvolvido pela Editora Opet e sobre as perspectivas para o futuro da empresa.
Revista Linha Direta
Qual a sua avaliação do VI Fórum Nacional de Gestão Pública Educacional? O evento foi um sucesso. Praticamente todos os nossos clientes, e até futuros clientes, que haviam sido convidados, estiveram presentes. Ao final, conversando com os participantes, tive como retorno que o encontro superou suas expectativas em relação aos conteú dos que foram discutidos, ao local e ao relacionamento com nossa equipe – que, aliás, está de parabéns por sua dedicação. Ano a ano, o Fórum se consolida como um dos grandes eventos nacionais no segmento de sistemas de ensino. As pessoas manifestam o desejo de participar, o que nos deixa muito satisfeitos.
Aposta na governança e na cidadania
Como você avalia o impacto das informações passadas pelos usuários do Sistema de Ensino Opet e o feedback de professores e gestores sobre a qualidade dos produtos desenvolvidos pela Editora? A educação é um processo muito complexo, em especial nos dias de hoje, em função do perfil dos nossos alunos – a forma como eles se portam e o que gostariam de aprender. Diante disso, professores, equipes pedagógicas, secretários de educação e prefeitos nos trazem ideias novas, que podem ser incorporadas ao nosso método educacional. Essa incorporação, por sua vez, nos auxilia a aprimorar o Sistema de Ensino Opet e a replicar soluções pedagógicas de qualidade em todo o País.
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Aleksandro Mroczek, diretor executivo do Grupo Educacional Opet
O que os clientes e os futuros clientes podem esperar dos materiais didáticos oferecidos pela Editora Opet no futuro próximo? O Grupo Opet sempre teve a cidadania e os valores como pilares de seu paradigma educacional; a escola possui importância singular na formação dos alunos. Essa constatação nos leva a reforçar, a investir ainda mais em nosso paradigma e, com isso, a participar, por meio da educação e do nosso sistema de ensino, da formação de cidadãos plenos para a sociedade. O Sistema de Ensino Opet é composto por várias ferramentas, como material didático, capacitações de professores, presenciais e a distância, portal eletrônico e eventos como este que realizamos em Curitiba e em outras cidades. Essas ferramentas devem ser constantemen-
te aprimoradas, para que os alunos sejam de fato formados em relação às questões éticas, de valores e de cidadania. Para formá-los, enfim, segundo os princípios que devem nortear uma sociedade pautada nos valores e na alteridade. É isso que nossos clientes e futuros clientes podem esperar: um sistema de ensino cada vez melhor, com maior qualidade pedagógica e um firme compromisso com a cidadania. Diante desse cenário, quais são as propostas do Grupo Opet para o próximo ano? O Grupo Opet está passando por grandes transformações neste ano. Não apenas na Editora, mas nas Faculdades, em nosso sistema de Educação a Distância, nos Colégios próprios, nos Cursos Técnicos e Livres, e também nas áre-
as de serviços compartilhados. O trabalho diz respeito às questões de governança e está relacionado ao crescimento acelerado do Grupo, de todos os seus negócios. O que nós vamos trazer para o mercado são situações e questões para que a Opet busque maior participação de mercado, entre as maiores empresas de educação do País, para que possamos firmar posição e, sem dúvida, avançar. Hoje, grandes empresas, inclusive multinacionais, participam do mercado nacional de educação, e nós também estamos nesse ambiente de muita competitividade. Para seguir nele, temos de crescer. Um dos grandes objetivos da organização, portanto, é crescer. Com sustentabilidade, para que possamos figurar entre os principais players do mercado educacional brasileiro. Revista Linha Direta