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Linha Direta INOVAÇÃO . EDUCAÇÃO . GESTÃO

DESAFIOS DO ENSINO SUPERIOR NO BRASIL 14, 15 e 16 DE JUNHO DE 2012 – SERHS NATAL GRAND HOTEL – NATAL/RN OSASCO Educação e cidadania

EDIÇÃO 170 ANO 15 - MAIO 2012

AMÉRICA LATINA Educación de adultos // Educação de adultos

PROJETO Documentação digital

JOVENS Coautores de ações sociais

ENSINO Articulação entre Básico e Profissional

Maurício Medeiros

Eduardo Chaves Revista Linha Direta


editorial

V Congresso

V Congreso

Desafios do Ensino Superior no Brasil. Esse é o tema central do V Congresso Brasileiro da Educação Superior Particular, que acontecerá nos dias 14, 15 e 16 de junho, nas dependências do Serhs Natal Grand Hotel, em Natal/RN. Essa será uma valiosa oportunidade para debates em torno dos desafios vivenciados pelo Ensino Superior em nosso País. O evento, que já se tornou uma referência para o segmento, terá como convidado especial o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, e reunirá as principais lideranças do setor, autoridades governamentais e políticas com responsabilidades na área, renomados educadores e formuladores de políticas públicas para a educação no Brasil. O Congresso é realizado pela Linha Direta e promovido pelo Fórum das Entidades Representativas do Ensino Superior Particular. A coordenação fica a cargo da Humus Consultoria. Participe desse importante momento do Ensino Superior brasileiro. Juntos, venceremos os desafios. Até lá!

Desafíos de la Enseñanza Superior en Brasil. Este es el tema central del V Congreso Brasileño de la Educación Superior Particular, que acontecerá entre los días 14, 15 y 16 de junio, en las dependencias del Serhs Natal Grand Hotel, en Natal/RN. Esta será una valiosa oportunidad para debates en torno a los desafíos vividos por la Enseñanza Superior en nuestro País. El evento, que ya se tornó una referencia para el segmento, tendrá como invitado especial al ministro de Educación, Aloizio Mercadante, y reunirá a los principales liderazgos del sector, autoridades gubernamentales y políticas con responsabilidades en el área, renombrados educadores y formuladores de políticas públicas para la educación en Brasil. El Congreso es realizado por Linha Direta y promovido por el Fórum das Entidades Representativas do Ensino Superior Particular. La coordinación queda a cargo de Humus Consultoria. Participe de este importante momento de la Enseñanza Superior brasileña. Juntos, venceremos los desafíos. ¡Hasta luego!

Marcelo Chucre da Costa Presidente da Linha Direta

Marcelo Chucre da Costa Presidente de Linha Direta

Publicação mensal dos Sinepes, Anaceu, Consed, ABMES, Abrafi, ABM, Fundação Universa e Sieeesp

Presidente Marcelo Chucre da Costa Diretora Executiva Laila Aninger Editora Valéria Araújo – MG 16.143 JP Designer Gráfico Rafael Rosa Gerente Administrativo-financeiro Sandra Ferreira Atendimento Flávia Alves Passos Estagiária de Jornalismo Débora Ferreira Preparadora de Texto/Revisora Cibele Silva Tradutor/Revisor de Espanhol Gustavo Costa Fuentes - RFT1410 Consultor Editorial Ryon Braga Consultor em Gestão Estratégica e Responsabilidade Social Marcelo Freitas Consultora para o Ensino Superior Maria Carmem T. Christóvam

Revista Linha Direta

Conselho Consultivo Ademar B. Pereira Presidente do Sinepe/PR – Curitiba Airton de Almeida Oliveira Presidente do Sinepe/CE Amábile Pacios Presidente da Fenep Antônio Eugênio Cunha Presidente do Sinepe/ES Antônio Lúcio dos Santos Presidente do Sinepe/RO Átila Rodrigues Presidente do Sinepe/Triângulo Mineiro Benjamin Ribeiro da Silva Presidente do Sieeesp Cláudia Regina de Souza Costa Presidente do Sinepe/RJ Dalton Luís de Moraes Leal Presidente do Sinepe/PI Emiro Barbini Presidente do Sinep/MG Fátima de Mello Franco Presidente do Sinepe/DF Fátima Turano Presidente do Sinepe/NMG Gabriel Mario Rodrigues Presidente da ABMES Gelson Menegatti Filho Presidente do Sinepe/MT Hermes Ferreira Figueiredo Presidente do Semesp

Ivana de Siqueira Diretora da OEI em Brasília Ivo Calado Asepepe Jorge de Jesus Bernardo Presidente da Abrafi e do Semesg José Carlos Barbieri Presidente do Sinepe/NOPR José Carlos Rassier Secretário Nacional da ABM Krishnaaor Ávila Stréglio Presidente do Sinepe/GO Manoel Alves Presidente da Fundação Universa Marco Antônio de Souza Presidente do Sinepe/NPR Marcos Antônio Simi Presidente do Sinepe/Sul de Minas Maria da Gloria Paim Barcellos Presidente do Sinepe/MS Maria Nilene Badeca da Costa Presidente do Consed Miguel Luiz Detsi Neto Presidente do Sinepe/Sudeste/MG Natálio Dantas Presidente do Sinepe/BA Odésio de Souza Medeiros Presidente do Sinepe/PB Osvino Toillier Presidente do Sinepe/RS

Paulo Antonio Gomes Cardim Presidente da Anaceu Paulo Sérgio Machado Ribeiro Presidente do Sinepe/AM Suely Melo de Castro Menezes Vice-presidente do Sinepe/PA Thiers Theófilo do Bom Conselho Neto Presidente da Fenen Victor Maurício Nótrica Presidente do Sinepe/Rio Pré-Impressão e Impressão Rona Editora – 31 3303-9999 Tiragem: 20.000 exemplares

A Linha Direta, consciente das questões sociais e ambientais, utiliza, na impressão desse material, papéis certificados FSC (Forest Stewardship Council). A certificação FSC é uma garantia de que a matéria-prima advém de uma floresta manejada de forma ecologicamente correta, socialmente adequada e economicamente viável. Impresso na RONA EDITORA Ltda. – Certificada na Cadeia de Custódia – FSC. As ideias expressas nos artigos assinados são de responsabilidade dos autores e não representam, necessariamente, a opinião da Revista. Os artigos são colaborativos e podem ser reproduzidos, desde que a fonte seja citada.

(31) 3281-1537 www.linhadireta.com.br


contexto

Educação para E

Roberto Rosa

Maurício Medeiros, presidente da Fundação Odebrecht

ducar jovens para a vida, pelo trabalho, para valores e limites. Essa é a missão da Fundação Odebrecht, que busca formar comunidades responsáveis pelo próprio desenvolvimento, estimulando a participação do jovem como coautor de ações sociais. Uma das principais iniciativas da instituição é o Programa de Desenvolvimento Integrado e Sustentável do Mosaico de Áreas de Proteção Ambiental do Baixo Sul da Bahia (PDIS), cujo desafio é tornar próspera uma área rural com grande patrimônio ambiental, fixando os jovens talentos no campo. No Baixo Sul da Bahia, as riquezas naturais e o potencial agrícola convivem com a pobreza e o analfabetismo que limitam o desenvolvimento, e, para reverter esse quadro, a Fundação Odebrecht apostou em um sistema inovador de governança. Em entrevista exclusiva à Linha Direta, o presidente da Fundação, Maurício Medeiros, diz que o PDIS está caminhando para a sustentabilidade através da governança participativa. “Garantir as necessidades do presente sem afetar a habilidade das gerações futuras de suprirem as próprias necessidades” – eis o pensamento do executivo,

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a vida que acredita ser esse o papel do homem em prol do desenvolvimento. Confira a entrevista, a seguir. O senhor acredita que o PDIS está na direção do desenvolvimento sustentável? Para chegar até aqui, foi necessário absorver erros, conviver com poucos resultados imediatos e fortalecer a certeza de que problemas podem ser transformados em oportunidades, desde que enfrentados em suas causas. A abrangência do PDIS e seus avanços levam à demanda de novas, múltiplas e complexas ações. Estas ultrapassam o domínio e a capacidade da Fundação Odebrecht, evidenciando-se a necessidade da busca de parcerias, envolvendo habilidades e responsabilidades dos setores privado e público, com competências próprias e exclusivas. Tudo justificado pela oportunidade de se consolidar um modelo inédito e promissor, consubstanciado em experiências, conhecimentos, conclusões e proposições que completam um “álbum enciclopédico” em todas as dimensões e exigências para fazer acontecer a sustentabilidade. O PDIS tem se mostrado no caminho da sustentabilidade, pois está pautado na mais salutar visão construtiva,

Fundação Odebrecht promove ações que visam à garantia das necessidades do presente sem comprometer as gerações futuras

futura, perene, coerente com o exercício da governança participativa, fundamental ao entendimento dos seres humanos e à harmonia com o meio ambiente. Acreditamos que esta é a maneira mais real de fazer acontecer o papel nobre e indispensável do homem: garantir as necessidades do presente sem afetar a habilidade das gerações futuras de suprirem as próprias necessidades. Como os Oito Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODMs) podem contribuir? Os Oito ODMs propostos pela ONU possuem marcos de inovação, sustentabilidade e governança participativa. Este último está representado no oitavo objetivo: Todo mundo trabalhando pelo desenvolvimento. Desde 2003, pautado no alcance dos ODMs, o PDIS tem contribuído para transformar a realidade de centenas de famílias do Baixo Sul da Bahia. O sonho é constituir um modelo replicável de produção integrada para pequenos produtores rurais, localizados em áreas de proteção ambiental, com base no uso sustentável dos recursos naturais. Essa história está sendo escrita por pessoas simples, cujo conhecimento tradicional vem sendo

valorizado, na medida em que o conhecimento tecnológico é colocado a serviço das famílias e do trabalho que desenvolvem. Quais os desafios do PDIS? O PDIS se concentra na criação de uma tecnologia social capaz de tornar próspera e dinâmica uma área rural, com grande patrimônio ambiental, fixando os jovens talentos no campo. A educação para o jovem e sua interação com a família é foco do Programa, que visa a transformar a realidade de comunidades rurais. Por isso, as instituições ligadas ao PDIS promovem o desenvolvimento de quatro capitais: o produtivo, que consiste na implantação de alianças cooperativas estratégicas para geração de trabalho e renda; o humano, representado pelos centros educacionais que contribuem para a formação de jovens lideranças; o social, cujas iniciativas fomentam o respeito à cultura local e permitem a construção de uma sociedade mais justa e solidária; e o ambiental, que desenvolve atividades que priorizam a recuperação e conservação dos recursos naturais. O resultado levará, certamente, a um modelo de desenvolvimento com crescimento sustentável passível de reaplicação em outras regiões. Revista Linha Direta


Que ações o PDIS desenvolve para fomentar a educação pelo trabalho? O nosso compromisso é com a construção do futuro, identificando novas tendências e traçando novos rumos. Nossa missão é educar o jovem para a vida, pelo trabalho, para valores e limites. É promover sua inserção nos mundos da cidadania e do trabalho e na formação de uma família produtiva. Entendemos que o jovem é um agente de desenvolvimento e protagonista da própria transformação, capaz de repassar conhecimentos adquiridos para a família e a comunidade, melhorando as condições de vida de todos. No processo de educação pelo trabalho, é fundamental a participação de líderes educadores, que dediquem tempo, presença, experiência e exemplo. A referência da Tecnologia Empresarial Odebrecht (TEO) também favoreceu a escolha pelo campo da educação pelo trabalho, entendida na Organização Odebrecht como a base para o desenvolvimento profissional, pessoal e social dos indivíduos. Inserida no PDIS, as casas familiares rurais, por exemplo, aplicam a pedagogia da alternância, em que os educandos passam uma semana em regime de internato, com aulas na sala e no campo, e duas semanas em suas propriedades, aplicando os novos conhecimentos, sob o acompanhamento e a orientação de monitores especializados. Já a Casa Jovem provê educação escolar formal, vocacionada para a zona rural. Essas iniciativas oferecem uma educação voltada para a realidade em que os jovens vivem, possibilitando o desenvolvimento de suas potencialidades. Em que consiste o sistema de governança implantado para o desenvolvimento do Baixo Sul da Bahia e quais os seus objetivos? Revista Linha Direta

O grande diferencial do PDIS é esse sistema inovador de governança participativa, onde o primeiro, o segundo e o terceiro setores atuam­ de forma integrada e sinérgica para promover a inclusão social. A interação entre os governos federal, estadual e municipais, iniciativa privada e sociedade civil é motivada por um objetivo comum, superior e nobre: a estruturação da classe média rural, protagonista do próprio destino. Dessa forma, cria-se um espaço sinérgico e colaborativo para a construção de iniciativas sociais, trazendo benefícios para todas as partes. Em conjunto, é possível contribuir para a promoção do desenvolvimento integrado e sustentável, com foco na unidade-família, objetivando a inclusão social produtiva. Sozinhos, não chegamos a lugar algum. Com nossas parcerias, encontramos a sinergia que demonstra ser possível fazer do Brasil um lugar mais justo.

mentos técnicos sobre agricultura. Nesses 10 anos, muita coisa já se desenvolveu. Uma parceria firmada com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária ­(Embrapa), por exemplo, possibilitou a implantação, na Fazenda Novo Horizonte, sede da CFR-PTN e da Coopatan, de um Campo de Experimentação de Mandioca. Com isso, a produtividade média na região passou de 9t/ha para 21t/ha de mandioca, com picos de 68t/ha em algumas propriedades. Desde o início da primeira turma, em 2003, 116 jovens concluíram o curso e, atualmente, outros 136 estão em formação. Outro marco na história da Casa foi a autorização, concedida pelo Conselho Estadual de Educação da Bahia, para ministrar o curso de Habilitação Técnica em Agropecuária integrado ao Ensino Médio, o que contribuiu para ampliar a formação dos educandos. A CFR-PTN foi a primeira insti-

No processo de educação pelo trabalho, é fundamental a participação de líderes educadores, que dediquem tempo, presença, experiência e exemplo. Um dos projetos do PDIS, a Casa Familiar Rural, está completando 10 anos. Qual o balanço que o senhor faz das ações desse projeto nesse período? A Casa Familiar Rural de Presidente Tancredo Neves (CFR-PTN) foi concebida como uma oportunidade de acesso à educação para jovens que vivem na zona rural. Em sinergia permanente com a Cooperativa dos Produtores Rurais de Presidente Tancredo Neves ­(Coopatan), a Casa tem o desafio de formar os cooperados do futuro, oferecendo conheci-

tuição no Brasil com esse tipo de aprovação. Ela vem desenvolvendo jovens empresários rurais e fortalecendo a agricultura familiar, ao mesmo tempo em que promove o agronegócio em bases sustentáveis. Temos atualmente 56 unidades-famílias integradas, que contam com pais associados da Coopatan e filhos educandos da Casa. Essa aliança entre as duas instituições possibilita o desenvolvimento de toda a família, pois promove o acesso a uma educação voltada para a realidade em que vivem, além de oportunidades de trabalho e renda. 


capa

Desafios do Ensino O

acelerado processo de aperfeiçoamento científico está trazendo uma revolução sem precedentes ao desenvolvimento da humanidade. As mudanças nos padrões de trabalho, comportamento, relacionamento e na área técnica e tecnológica, que antes levavam dezenas de anos para serem modificadas, alteram-se com uma rapidez extraordinária. E tudo isso traz reflexos profundos na área do conhecimento, do ensino e do aprendizado. O segmento particular de Ensino Superior no Brasil não pode ficar alheio às contundentes implicações dessa avalanche de mudanças que nos impactam cotidianamente. Nesse contexto, é preciso, a todo momento, estar preparado para enfrentar os desafios que se apresentam para o desenvolvimento do Ensino Superior em nosso País. É sob esse mantra que se compõe a temática que guiará o conteúdo e a reflexão crítica norteadores das palestras e debates no âmbito do V Congresso Brasileiro da Educação Superior Particular, a ser realizado na cidade de Natal/RN, no período de 14 a 16 de junho, nas dependências do Serhs Natal Grand Hotel. Assim, considera-se relevante que o V Congresso se debruce sobre essas questões com um olhar atual e prospectivo, de maneira a possibilitar que mantenedores, educadores, professores, cientistas e outros interessados aprofundem conhecimentos, debatam novas ideias e tragam contribuições para o aperfeiçoamento e modernização do ensino e do aprendizado e da expansão e desenvolvimento de nosso País. Revista Linha Direta


V Congresso Brasileiro da Educação Superior Particular acontece entre os dias 14 e 16 de junho em Natal/RN e reúne as principais lideranças do setor

Superior no Brasil Nessa direção, acredita-se que cinco questões centrais, que permeiam os desafios do Ensino Superior no curto e médio prazos, possam ser motivo de interesse dos debates: • A percepção do contexto do futuro e suas implicações para o desenvolvimento do Ensino Superior; • Inovações na transmissão do conhecimento e seus reflexos no ensino-aprendizado; • A política de supervisão governamental com suas nuances de regulação e avaliação; • O desenvolvimento científico e tecnológico em nível nacional e internacional; • O desenvolvimento de nosso País e seus reflexos na formação para o mercado de trabalho. Os dados do último Censo do Ensino Superior, realizado em 2010, mostram que o Brasil tinha 6,37 milhões de alunos no Ensino Superior, dos quais 4,73 milhões, 74,2% do total, matriculados em instituições particulares de ensino, o que revela a pujança e o importante papel do segmento do Ensino Superior particular no desenvolvimento de nosso País. Entretanto, verifica-se que há Instituições de Ensino Superior que ainda não estão preparadas para enfrentar o desafio dos impactos que o vertiginoso processo de mudanças tecnológicas está Revista Linha Direta


trazendo ao cotidiano da humanidade. Como elas devem se preparar para responder a tantas e tão rápidas mudanças nesse contexto? Aqui, cabe também uma reflexão sobre como todo esse processo de mudanças está impactando a necessidade de recursos humanos de nosso País para fazer frente aos desafios impostos pelo desenvolvimento econômico e social e suas repercussões na estrutura de ensino, em especial ao seu impacto na elaboração de estruturas curriculares compatíveis com o avanço e a dinâmica da sociedade humana. Como se sabe, o Brasil tem em torno de 16% dos jovens com idade entre 18 e 24 anos frequentando unidades de Ensino Superior, enquanto Chile e Argentina (para citar apenas dois vizinhos sul-americanos) têm bem mais de 32%. O novo Plano Nacional de Educação prevê a inclusão, até 2020, de 33% da população com idade entre 18 e 24 anos no Ensino Superior. É um grande desafio, pois sabemos que o maior potencial de jovens a ingressar no Ensino Superior está localizado nas classes C, D e E, e que essas classes têm acesso limitado às universidades públicas, enfrentando muitas dificuldades para pagar uma faculdade. Nessas circunstâncias, o financiamento das mensalidades é um aspecto central, e a expansão do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), fundamental para a solução desse problema. Complementarmente ao desafio do ingresso das classes economicamente menos favorecidas, emerge a questão: Como vencer o desafio de alcançar o máximo de inclusão social? Revista Linha Direta


Outro ponto importante nesse contexto de modernidade diz respeito à qualidade do ensino. Os resultados do sistema de avaliação do Ensino Superior indicam que há Instituições de Ensino Superior que ainda não apresentam o nível de qualidade no ensino que o bom-senso considera adequado. Como encontrar solução para tal dificuldade? Com tantas questões a serem discutidas, o evento, além de contar com as principais lideranças do setor, autoridades governamentais e políticas com responsabilidades na área, renomados educadores e formuladores de políticas públicas para a educação, terá como convidado especial o ministro da Educação, Aloizio Mercadante. O Congresso, que hoje é uma referência para o setor, é um evento itinerante e já foi realizado em Salvador/BA, em 2011; Costão do Santinho, Florianópolis/SC, em 2010; Araxá/MG, em 2009; e Porto de Galinhas/PE, em 2008. Este ano, o local escolhido foi a cidade de Natal, a bela capital do Rio Grande do Norte. O V Congresso Brasileiro da Educação Superior Particular é realizado pela Linha Direta e promovido pelo Fórum das Entidades Representativas do Ensino Superior Particular, constituído pela Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (ABMES), Associação Brasileira das Mantenedoras das Faculdades Isoladas e Integradas (Abrafi), Associação Nacional dos Centros Universitários (Anaceu), Associação Nacional das Universidades Particulares (Anup), Sindicato das Entidades Mantenedoras de Estabelecimentos de Ensino Superior no Estado de São Paulo (Semesp) e Federação Nacional das Escolas Particulares (Fenep). A coordenação fica a cargo da Humus Consultoria e os patrocínios são da Ellucian, Itautec e TOTVS.  Revista Linha Direta


Dia 14/6/2012 (Quinta-feira)

17h | CREDENCIAMENTO

Dia 15/6/2012 (Sexta-feira)

PROGRAMAÇÃO

8h30 | ABERTURA

18h | SESSÃO SOLENE DE ABERTURA 19h | CONFERÊNCIA MAGNA: Os desafios da educação no Brasil CONFERENCISTA CONVIDADO: Aloizio Mercadante – Ministro de Estado da Educação 21h | COQUETEL

9h | SESSÃO 1 – O que nos reserva o futuro? Os grandes desafios do Ensino Superior no futuro próximo: como se preparar para superá-los? CONFERENCISTA: José Cordeiro PALESTRA:

9h50 | DEBATE

DEBATEDOR: Marcos Formiga COORD. DOS TRABALHOS: Abib Salim

Cury

10h20 | COFFEE BREAK E NETWORKING 10h50 | APRESENTAÇÃO INSTITUCIONAL 11h10 | SESSÃO 2 – Mesa-redonda O desafio da formação de recursos humanos para a realidade do desenvolvimento brasileiro CONFERENCISTAS:

Humberto Luiz Ribeiro Amaro Henrique Pessoa Lins 12h30 | DEBATE DEBATEDOR: Divonzir Arthur Gusso COORD. DOS TRABALHOS: Amábile Pacios 13h | INTERVALO PARA ALMOÇO 14h | SESSÃO 3 – Como fortalecer o Ensino Médio PALESTRA: O desafio de alavancar a formação no Ensino Médio e suas repercussões no Ensino Superior: alternativas e soluções CONFERENCISTA: Guiomar Namo de Mello COORD. DOS TRABALHOS: Hermes Figueiredo 14h50 | SESSÃO 4 – Mesa-redonda Os desafios do aperfeiçoamento do atual modelo de avaliação do Ensino Superior CONFERENCISTAS:

Renato Hyuda de Luna Pedrosa Luiz Cláudio Costa Maurício Garcia Revista Linha Direta


16h20 | DEBATE DEBATEDOR: Marcia Regina Brito COORD. DOS TRABALHOS: Gabriel Mario Rodrigues 16h40 | COFFEE BREAK E NETWORKING 17h10 | APRESENTAÇÃO INSTITUCIONAL 17h30 | SESSÃO 5 – Sobre os desafios da matemática e as parcerias para aperfeiçoamento do Ensino Superior PALESTRA 1: Um desafio a ser vencido: o aprendizado da matemática no Ensino Superior como fator fundamental para abrir caminhos para as áreas estratégicas que o desenvolvimento do Brasil requer CONFERENCISTA: João Luiz Martins O desafio das IES particulares em estabelecer parcerias para o seu aperfeiçoamento – a proposta do Brazil-US: Partnership for the 21st Century CONFERENCISTA: Geraldo Nunes Sobrinho COORD. DOS TRABALHOS: José Janguiê Bezerra Diniz PALESTRA 2:

Dia 16/6/2012 (Sábado)

19h | ENCERRAMENTO DAS ATIVIDADES DO DIA

8h30 | ABERTURA 9h | APRESENTAÇÃO INSTITUCIONAL 9h20 | SESSÃO 6 – O desafio de alcançar 10 milhões de alunos no Ensino Superior ao final de 2014 PALESTRA: A utilização do Fies e de outros instrumentos para sustentar a expansão do Ensino Superior aos menos favorecidos CONFERENCISTA: José Henrique Paim DEBATEDOR: Carlos Monteiro 10h30 | SESSÃO 7 – Não está na hora de reformular o Ensino Superior Particular? PALESTRA: A crise mundial e a expansão da Educação Superior no Brasil: desafios e perspectivas para uma Universidade pós-Bolonha CONFERENCISTA: Naomar de Almeida Filho COORD. DOS TRABALHOS: Paulo A. Gomes Cardim 11h20 | COFFEE BREAK E NETWORKING 11h50 | SESSÃO 8 – Resumo das principais conclusões do V Congresso. Apresentação, discussão e aprovação da “Carta de Natal” 13h | ENCERRAMENTO Revista Linha Direta


CONFERENCISTAS, DEBATEDORES E COORDENADORES Aloizio Mercadante Professor licenciado, economista, mestre em Ciência Econômica e doutor em Teoria Econômica. Foi deputado federal e senador da República. Ocupou o cargo de ministro da Ciência e Tecnologia antes de ser nomeado ministro da Educação, em janeiro de 2012

Abib Salim Cury Presidente da Associação Nacional das Universidades Particulares (Anup) e reitor da Universidade de Franca

José Janguiê Bezerra Diniz Presidente da Associação Brasileira das Mantenedoras das Faculdades Isoladas e Integradas (Abrafi). Vice-presidente da Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (ABMES) e controlador do Grupo Ser Educacional

Amábile Pacios Presidente da Federação Nacional das Escolas Particulares (Fenep). Vicepresidente nacional da Central Brasileira Empresarial do Setor de Serviços (Cebrasse) e Presidente do Grupo Dromos Educacional

Paulo A. Gomes Cardim Presidente da Associação Nacional dos Centros Universitários (Anaceu) e vice-presidente da Confederação Nacional dos Estabelecimentos de Ensino (Confenen). Reitor do Centro Universitário Belas Artes de São Paulo

Gabriel Mario Rodrigues Presidente da Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (ABMES) e reitor da Universidade Anhembi Morumbi

Amaro Henrique Pessoa Lins Secretário da Educação Superior do Ministério da Educação (MEC). Doutor em Engenharia Civil pela Universidade Federal do Rio de Janeiro / Universidade de Oxford, Inglaterra, e pós-doutor na Universidade do Colorado, EUA

Hermes Figueiredo Presidente do Sindicato das Entidades Mantenedoras de Estabelecimentos de Ensino Superior no Estado de São Paulo (Semesp) e do Grupo Cruzeiro do Sul Educacional

Carlos Monteiro Fundador e diretor-presidente da CM Consultoria, advogado, administrador e sociólogo

Divonzir Arthur Gusso Técnico em Planejamento e Pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e pesquisador da Diretoria de Estudos Setoriais (Diset)

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Geraldo Nunes Sobrinho Coordenador-geral de Bolsas e Projetos e diretor de Relações Internacionais substituto da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes)

Luiz Cláudio Costa Presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep/MEC). Doutor em Agrometeorologia pela University of Reading, Inglaterra

Guiomar Namo de Mello Pós-doutora em Educação Comparada pelo Instituto de Educação da Universidade de Londres. Membro do Conselho Estadual de Educação do Estado de São Paulo. Ex-conselheira do Conselho Nacional de Educação (CNE)

Marcia Regina Brito Doutora em Educação. Professora titular colaboradora na Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas (FE/Unicamp)

Humberto Luiz Ribeiro Engenheiro civil e ambiental, com pós-graduações em Administração no INSEAD (França e Cingapura) e no MIT, na Georgetown University e na University of Pennsylvania – The Wharton School, EUA. Secretário de Comércio e Serviços do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC)

Marcos Formiga Graduado e pós-graduado em Economia (UFPE) e Política de Ciência e Tecnologia (Universidade de Londres). Atua há três décadas em áreas de Economia Regional e Educação Internacional, C&T e Educação Aberta e a Distância

João Luiz Martins Doutor em Matemática Aplicada pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Presidente da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) e reitor da Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop)

Maurício Garcia Coordenador do Comitê TécnicoAcadêmico do Fórum e vice-presidente acadêmico da DeVry Brasil

José Cordeiro PhD, Director, Venezuela Node, The Millennium Project, Energy Advisor/ Faculty, Singularity University, NASA Ames, California, – World Future Society – USA

Naomar de Almeida Filho Conselheiro do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES) da Presidência da República. Exreitor da Universidade Federal da Bahia. Médico, mestre em Saúde Comunitária, PhD em Epidemiologia. Autor de estudos sobre a universidade e sua relação com a sociedade

José Henrique Paim Economista, pós-graduado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Secretário executivo do Ministério da Educação (MEC)

Renato Hyuda de Luna Pedrosa Engenheiro eletrônico pelo Instituto Tecnológico de Aeronáutica, mestre em Matemática pela Universidade Estadual de Campinas e doutor em Matemática pela Universidade da Califórnia – Berkeley. Professor associado e coordenador adjunto da Comissão de Vestibulares da Unicamp Revista Linha Direta


O CONGRESSO O Congresso Brasileiro da Educação Superior Particular é um evento itinerante que já foi realizado em: Salvador/BA, em 2011; Costão do Santinho, Florianópolis/SC, em 2010; Araxá/ MG, em 2009; e Porto de Galinhas/PE, em 2008. O V Congresso, em Natal/RN, será um encontro único que, assim como seus antecessores, proporcionará debates importantes para o futuro da Educação Superior no Brasil. Participe! 2008 I Congresso Brasileiro da Educação Superior Particular

DESAFIOS DO ENSINO SUPERIOR NO BRASIL 14, 15 e 16 DE JUNHO DE 2012 SERHS NATAL GRAND HOTEL – NATAL/RN

2009 II Congresso Brasileiro da Educação Superior Particular

TRANSPORTE AÉREO Condições especiais negociadas com as companhias aéreas para reservas realizadas, exclusivamente, através da DF ­Turismo. HOSPEDAGEM Tarifas especiais, negociadas com o Serhs Natal Grand Hotel, exclusivas para o evento.

2010 III Congresso Brasileiro da Educação Superior Particular

FAÇA JÁ SUA INSCRIÇÃO. VAGAS LIMITADAS INSCRIÇÕES

www.cbesp.com.br (Congresso Brasileiro da Educação Superior Particular - CBESP)

2011 IV Congresso Brasileiro da Educação Superior Particular Revista Linha Direta

INFORMAÇÕES Inscrição: (11) 5535.1397 / atendimento@humus.com.br Passagem aérea: (61) 3037-3435/emissaodf@dfturismo.tur.br Hospedagem: (61) 3225-0307/eventos@dfeventos.tur.br


ações de cidadania

Educação e cidadania

Associação de Osasco busca melhorias na qualidade de vida da população

A

preocupação com a educação de crianças e adolescentes carentes é o principal foco do Centro Social Carisma, associação com sede em Osasco/SP, apresentada na edição de abril da Linha Direta. No entanto, devido às condições desumanas em que vivem os atendidos, o Centro Social tomou a iniciativa de construir casas para alguns educandos, estendendo os benefícios para as famílias e a comunidade em que estão inseridos. O projeto de construir novas casas para os atendidos em piores condições começou em 2011. A gestora do Carisma, Celina Mendes do Prado, afirma que, apesar de não ser o foco da instituição, a iniciativa tornou-se necessária. “Não conseguimos ver uma situação dessa e não fazer nada”, diz. Até o momento, duas casas estão

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sendo construídas, no valor de R$ 60 mil cada. Os parceiros estão ajudando com a mão de obra, e amigos estão contribuindo com materiais e apoio financeiro. Três comunidades são atendidas diretamente pela associação: Quitaúna, Jardim São Pedro e Padroeira II. As crianças e adolescentes participam de oficinas de esportes, percussão, brinquedoteca, informática e inglês, sempre no contraturno escolar. Desde o ano passado, o Centro firmou uma parceria para levar os alunos do curso de inglês, ministrado por um voluntário nativo da língua inglesa, para estudarem com bolsa em uma escola de Londres, e já conseguiu 14 inscrições. Segundo Celina, a instituição atinge hoje 180 crianças e adolescentes, e ainda tem uma lista de espera com mais de 250 nomes.


Fotos: Valéria Araújo

Oficina de música e percussão

“Os critérios são a necessidade e a condição socioeconômica. Damos preferência às mães que trabalham fora e às crianças que correm mais risco por ficarem sozinhas, em casa ou na rua”, explica a psicopedagoga Elisângela Nunes. No ano de 2011, o Carisma recebeu apoio do programa Criança Esperança, um projeto da Rede Globo em parceria com a UNESCO­, e pôde estender as oficinas e até ampliar a infraestrutura. A cozinha ganhou uma nova geladeira, um freezer, um fogão e uma refresqueira de sucos. A sala de informática recebeu computadores; o teatro, microfones; e a oficina de esportes, uniformes e materiais esportivos. Celina conta que o projeto se sustenta hoje com a ajuda de parceiros jurídicos, cerca de 50 pessoas físicas, além do governo estadual.

História O Centro Social Carisma funciona desde 2003, mas a Comunidade Carisma já existe desde 1994. Nos primeiros nove anos, eram realizadas ações pontuais, como palestras e entrega de cestas básicas. “Mas aí percebemos que só isso não muda a vida das pessoas”, explica a gestora do projeto. Foi criado então um espaço físico de cunho social, cultural e educacional para atender às crianças. A ideia era oferecer um local seguro e limpo para que elas pudessem se desenvolver, brincar e aprender. Voluntários se encarregavam das oficinas, pois a instituição não tinha condições de remunerar os funcionários. Com o passar do tempo, a ONG foi se estendendo. O número de crianças e adolescentes atendi-

Eu comecei a frequentar por causa do balé. A gente assiste a filmes, brinca de várias coisas. A oficina de leitura também é muito legal. A professora conta historinhas, ensina, a gente desenha e escreve bastante! Marcelly Reis Naves, 9 anos. Revista Linha Direta


No Carisma eu acho que aprendo até mais do que ensino. Estou muito feliz mesmo, quero permanecer por longos anos, para ver os filhos dos meus alunos. Andrea Campos, 33 anos, professora da oficina de esportes.

dos se multiplicou, novas oficinas foram criadas, e o Carisma passou a receber ajuda de mais parceiros. Atualmente, os educadores são remunerados, além de toda a equipe técnica. As parcerias em educação também aumentaram. O Centro criou a Semana da Higiene, auxiliado pelos estudantes de Odontologia da Universidade de São Paulo (USP), para ensinar às crianças como cuidar da saúde da boca. Também participam do evento outros profissionais, como cabeleireiros que cortam os cabelos, além de fazer a limpeza capilar das crianças e cuidar de suas unhas.

Quando eu cheguei, senti que ninguém sabia o que era maracatu, por exemplo. Hoje eles sabem. Pedem pra gente tocar maracatu, Olodum. Antes era mais cultura de rua. Marcelo Casagrande, 50 anos, professor da oficina de música e percussão.

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Já a Fundação Casa de Osasco, que trabalha com presidiários, seleciona os que têm melhor comportamento para contar sua história de vida e explicar que o crime, tão presente na vida das crianças beneficiadas pelo Carisma, não compensa. Embora a instituição tenha crescido bastante, os critérios para inscrição permaneceram os mesmos. Os coordenadores das escolas enviam, bimestralmente, o boletim dos atendidos para avaliação.

“Fazemos um acompanhamento das faltas, e não das notas das crianças. Desde 2007, não temos nenhum caso de evasão escolar”, conta Celina. A visita aos domicílios também é obrigatória durante o processo. O objetivo é conhecer a realidade de cada uma das famílias, a fim de envolvê-las. As mães ainda precisam se comprometer, junto com seus filhos, a participar das reuniões mensais do Carisma. Neste ano de 2012, os adolescentes terão, além das oficinas de inglês e informática, o Projeto Jovem Aprendiz, que os capacita para o mercado de trabalho por meio do primeiro emprego. E, para os organizadores, os resultados dos investimentos já estão aparecendo. “Os adolescentes que estão conosco há uns sete anos continuam na escola, e isso para nós é uma vitória”, comemora Celina. Esportes A professora Andrea Campos, da oficina de esportes, está no Carisma há um ano e não pensa em sair. “Aprendo com as crianças todos os dias. É uma atmosfera de amor, de compreensão, de amizade. Não vejo isso em outro lugar senão


Crianças e adolescentes atendidos pelo Carisma

aqui”, explica. Em suas aulas, ela procura fazer o planejamento com os alunos dentro da sala de aula. As regras são construídas ali, e só depois eles vão para a quadra. Formada em Educação Física, Andrea resgata em suas aulas as brincadeiras de rua. Segundo ela, com a televisão, o videogame e o computador, muitas crianças não sabem mais brincar em espaços abertos e têm dificuldade de correr, brincar com bola e subir em árvores. Cabe à escola trazer isso de volta à realidade delas. Outra preocupação da professora é a integração de alunos de idades diferentes. Em um campeonato de futebol interno, promovido pelo próprio Centro, crianças pequenas e adolescentes ficam misturados no mesmo time. O objetivo é fazer com que eles convivam com as próprias diferenças de força, habilidade e tamanho dentro do time, sem brigas. “É uma experiência muito bacana”, explica Andrea. Música Na oficina de música e percussão, o clima é bem parecido. “Nossa preocupação não é formar ninguém

O Carisma dá oportunidade de aprender várias coisas. Abre nossos olhos para o que está por vir, mostrando a realidade e nos ajudando em muitas coisas que nós precisamos. Se eu tiver condições, quero retribuir tudo que eles fizeram por mim. Alexandra Pereira, 16 anos.

em música, mas, por meio dela, trabalhar valores”, revela o professor Marcelo Casagrande, estudante de licenciatura em Música. Os pilares de ensino são organização, determinação, disciplina e hierarquia, que para ele são essenciais em vários aspectos da vida. A maioria dos adolescentes tem o primeiro contato com a cultura erudita nessa oficina. Marcelo quer ensinar a eles não só a música em si, mas as origens e os instrumentos, e resgatar um pouco da história da música brasileira. Os educandos também aprendem a tocar instrumentos e até a compor. “É muito bom eles interagirem, ajudarem a fazer as batidas. Eu sou muito aberto [às ideias]”, diz Marcelo Casagrande. Músicas que fazem parte da realidade dos atendidos também têm espaço nas aulas. As oficinas de dança e música se uniram na Festa de Encerramento e fizeram uma performance com batidas de hip-hop e funk. Marcelo conta que, quando começou a oficina, os alunos só queriam tocar esses dois ritmos, mas que, com o passar do tempo, aprenderam outros, e hoje já tocam de tudo. 

Todas essas coisas que eu aprendo no Carisma estão incrementando minha vida. Eles me deram uma oportunidade de crescer. Eu não sabia nada de inglês nem de computador. Hoje eu pretendo terminar meus estudos, arrumar um emprego, ajudar minha família e quem mais eu puder. Edvaldo Moreira, 15 anos. Revista Linha Direta


espaço ibero-americano

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Valéria Araújo*

EDUCACIÓN DE ADULTOS Experto mexicano explica los desafíos de elevar el nivel educativo

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incular las necesidades reales de las comunidades con la formación recibida por los jóvenes y adultos. Éste es uno de los principales desafíos de la educación de adultos, según el mexicano Emilio Coral, director de Cooperación y Relaciones Interinstitucionales del Centro de Cooperación Regional para la Educación de Adultos en América Latina y el Caribe (Crefal). La institución, que tiene como lema Educación para un mundo más humano, desarrolla proyectos de referencia para programas educativos, con el objetivo de elevar la calidad de la educación, apoyando tanto a los jóvenes y adultos como a los niños de la Educación Básica. Lea la entrevista concedida por Emilio Coral a Linha Direta, durante el Congreso Iberoamericano de Educación Permanente y Técnico Profesional, celebrado en Asunción, Paraguay. ¿Cuáles son los principales retos de la educación de adultos? Es necesario que haya mayor vinculación entre la formación ofrecida a los jóvenes y adultos y las reales necesidades sociales en las comunidades y localidades. Es importante, también, simbolizando la mayor participación social en la educación, que las autoridades locales, maestros, integrantes de las organizaciones de la sociedad civil y los empresarios participen y se involucren más en la formación de jóvenes y adultos. Otro reto prinRevista Linha Direta

cipal es el financiamiento. Desafortunadamente, ante la crisis financiera actual, de nivel mundial, la educación de jóvenes y adultos ha sido muchas veces excluida por los gobiernos que proporcionan financiamientos muy pequeños. Una de las soluciones a este problema sería la valoración, por los gobiernos, de la educación para jóvenes y adultos como una forma muy importante para generar una sociedad más fuerte en sus países. Otra solución sería hacer que la educación de jóvenes y adultos deje de ser algo separado, sino que concedido como parte integral del sistema educativo, de modo tal que los financiamientos sean para todo el sistema y que una buena parte llegue a la educación de jóvenes y adultos. ¿Cómo hacer esto? En Crefal, estamos promoviendo el proyecto Aprendizaje en Familia, que es un programa que trabaja con diferentes dependencias de gobierno


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EDUCAÇÃO DE ADULTOS

incular as necessidades reais das comunidades com a formação recebida pelos jovens e adultos. Este é um dos principais desafios da educação de adultos, segundo o mexicano Emilio Coral, diretor de Cooperação e Relações Interinstitucionais do Centro de Cooperação Regional para a Educação de Adultos na América Latina e Caribe (Crefal). A instituição, que tem como lema Educação para um mundo mais humano, desenvolve projetos de referência para programas educacionais, com o objetivo de elevar a qualidade da educação, apoiando tanto os jovens e adultos como as crianças da Educação Básica.

Especialista mexicano explica os desafios de elevar o nível educacional

Leia a entrevista concedida por Emilio Coral à Linha Direta, durante o Congresso Ibero-americano de Educação Permanente e Técnico Profissional, realizado em Assunção, Paraguai. Quais são os principais desafios da educação de adultos? Valéria Araújo

É necessário que haja maior vinculação entre a formação oferecida aos jovens e adultos e as reais necessidades sociais nas comunidades e localidades. É importante, também, simbolizando uma maior participação social na educação, que autoridades locais, professores, integrantes das organizações da sociedade civil e empresários participem e se envolvam mais na formação de jovens e adultos. Outro desafio principal é o financiamento. Infelizmente, frente à crise financeira atual, de nível mundial, a educação de jovens e adultos tem sido muitas vezes excluída pelos governos que proporcionam financiamentos muito pequenos. Uma das soluções para esse problema seria a valorização, por parte dos governos, da educação para jovens e adultos como uma forma muito importante de gerar uma sociedade mais forte em seus países. Outra solução seria fazer com que a educação de jovens e adultos deixe de ser algo separado, mas sim concedido como parte integral do sistema educacional, de modo que os financiamentos atinjam todo o sistema e que uma boa parte chegue à educação de jovens e adultos. Como fazer isso? No Crefal, estamos promovendo o projeto Aprendizagem em Família, que é um programa que trabalha com diferentes órgãos de governo de maneira multidisciplinar. Esse projeto implica Revista Linha Direta


de manera multidisciplinaria. Este proyecto implica involucrar a los padres de familia de las comunidades en la educación de niños y jóvenes que están haciendo la Educación Básica. Con un programa de este tipo, que es de cooperación intersectorial, estamos dando la referencia a los programas educativos, para elevar la calidad de la educación de forma integral, apoyando tanto a los jóvenes y adultos como a los niños de la Educación Básica. ¿Cuál es la importancia de la formación de profesores para la educación de jóvenes y adultos? Los profesores requieren una formación especializada, una formación que les permita aportar con sus experiencias, ya que la riqueza es su conocimiento, y ellos conocen mejor que nadie las comunidades, lo que se necesita en cada escuela. Entonces la formación docente debe ser muy participativa, horizontal, a la manera de tutorías, asesorías, en que los docentes contribuyen con sus conocimientos y experiencias. Es importante también formarlos a las Tecnologías de la Información y la Comunicación, porque ellas están revolucionando todo el mundo. ¿Cuáles son los puntos fuertes de la formación del profesorado? En la región latinoamericana, hemos estimulado la recuperación del papel de los docentes, no solo como líderes educativos en las comunidades, sino que para diferentes acciones de desarrollo comunitario. Más allá de la escuela, la formación de los docentes hacia los niños, jóvenes y adultos tiene que tener un impacto que se sienta de verdad en lo referente a las necesidades sociales y los diferentes aspectos de la vida en las comunidades. Se debe, también, revalorar la vocación y la capacidad de los docentes de hacer diagnósticos a partir de la experiencia que tienen. Eso es lo que necesita realmente cada localidad. ¿Cómo es el escenario en Iberoamérica? Es un escenario que desafía, que requiere mucho compromiso por parte de los gobiernos de la región, sobretodo porque, cuando se trata de toda la región latinoamericana, hay un rezago educativo de aproximadamente 30%. Eso quiere decir que los docentes, sobretodo los profesionales de la educación de jóvenes y adultos, requieren ser fortalecidos en su formación y su vocación, para Revista Linha Direta

trabajar con aquellas comunidades que tienen más problemas con el desarrollo educativo y social. Es un panorama retador, pero también es alentador, porque hay experiencias como la brasileña, por ejemplo, donde se trabaja fuertemente con las comunidades los temas de la educación para el trabajo, la educación incluyente y asuntos diversos, como derechos humanos y políticas públicas. En Brasil, se han manejado de manera muy acertada, diversificando la formación de los docentes y haciéndola más completa. En el caso de México, también hay proyectos muy interesantes. Estamos trabajando la manera cómo se ve el aprendizaje, involucrando más a la familia, la sociedad, los docentes como líderes en cada comunidad. Hay un fuerte potencial para contribuir a que los problemas educativos se vayan gradualmente resolviendo.

... que la educación de jóvenes y adultos deje de ser algo separado, sino que concedido como parte integral del sistema... // ... que a educação de jovens e adultos deixe de ser algo separado, mas sim concedido como parte integral do sistema... ¿Qué crees que sea necesario para un aprendizaje más significativo? Primero que nada, aprender a escuchar más a la gente de las comunidades y entender que los programas sociales y educativos van orientados a la gente. Es preciso conocer la voz de la comunidad, de los padres de familia, de los trabajadores, de los maestros, de las autoridades locales, y creo que eso es muy importante para crear programas más flexibles. La llamada educación “formal” – digo formal entre comillas, porque ese es un término que hoy en día es desfasado, innecesario – debe aprender con la educación popular y con la educación llamada “no formal”, porque muchas veces esta educación es mucho más flexible, toma más en cuenta lo que ocurre en las comunidades y es más horizontal. Entonces, creo que, en este sentido, los sistemas educativos institucionales o formales tienen mucho que aprender.  *Periodista, estudiante de postgrado MBA en Gestión de Proyectos, editora de la Linha Direta valeria@linhadireta.com.br


envolver os pais de família das comunidades na educação de crianças e jovens que estão cursando a Educação Básica. Com um programa desse tipo, que é de cooperação intersetorial, estamos dando referência aos programas educativos, para elevar a qualidade da educação de forma integral, apoiando tanto os jovens e adultos quanto as crianças da Educação Básica. Qual a importância da formação de professores para a educação de jovens e adultos? Os professores requerem uma formação especializada, uma formação que lhes permita contribuir com suas experiências, já que a riqueza é seu conhecimento, e eles conhecem melhor que ninguém as comunidades, do que se necessita em cada escola. Então a formação docente deve ser muito participativa, horizontal, em forma de tutorias, assessorias, em que os docentes contribuem com seus conhecimentos e experiências. É importante também formá-los para as Tecnologias da Informação e da Comunicação, porque elas estão revolucionando todo o mundo. Quais são os pontos fortes da formação do professorado? Na região latino-americana, temos incentivado a recuperação do papel dos docentes, não apenas como líderes educativos nas comunidades, mas também para diferentes ações de desenvolvimento comunitário. Para além da escola, a formação dos docentes para crianças, jovens e adultos deve ter um impacto real em relação às necessidades sociais e os diferentes aspectos da vida nas comunidades. Deve-se, também, reavaliar a vocação e a capacidade dos docentes em fazer diagnósticos a partir da experiência que têm. É disso que necessita realmente cada localidade. Como é o cenário na Ibero-América? É um cenário desafiador, que exige muito empenho por parte dos governos da região, especialmente porque, quando se trata de toda a região latino-americana, há um atraso na educação de aproximadamente 30%. Isso significa que os professores, especialmente os profissionais da educação de jovens e adultos, precisam ser encorajados na sua formação e vocação, para trabalhar com essas comunidades que têm mais problemas

com o desenvolvimento educacional e social. É um panorama desafiador, mas também encorajador, porque há experiências como a brasileira, por exemplo, em que se trabalha fortemente com as comunidades os assuntos da educação para o trabalho, a educação inclusiva e temas diversos, como direitos humanos e políticas públicas. No Brasil, isso foi tratado com sucesso, diversificando a formação dos docentes e tornando-a mais completa. No caso do México, também há projetos muito interessantes. Estamos trabalhando a maneira como enxergamos a aprendizagem, envolvendo mais a família, a sociedade, os professores como líderes em cada comunidade. Há um forte potencial para contribuir para que os problemas educacionais sejam gradualmente resolvidos.

... ellos conocen mejor que nadie las comunidades, lo que se necesita en cada escuela. // ... eles conhecem melhor que ninguém as comunidades, do que se necessita em cada escola.

O que você acredita ser necessário para uma aprendizagem mais significativa? Antes de tudo, aprender a escutar mais as pessoas das comunidades e entender que os programas sociais e educacionais são orientados para pessoas. É preciso conhecer a voz da comunidade, dos pais de família, dos trabalhadores, dos professores, das autoridades locais, e creio que isso é muito importante para criar programas mais flexíveis. A chamada educação “formal” – digo formal entre aspas, porque esse é um termo que hoje em dia está desatualizado, desnecessário – deve aprender com a educação popular e com a educação chamada “não formal”, porque muitas vezes esta educação é muito mais flexível, leva mais em consideração o que ocorre nas comunidades e é mais horizontal. Então, creio que, neste sentido, os sistemas educacionais institucionais ou formais têm muito que aprender.  *Jornalista, pós-graduanda MBA em Gestão de Projetos, editora da Linha Direta valeria@linhadireta.com.br Revista Linha Direta


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Documentação digital Universidade Caxias do Sul investe em projeto de digitalização de documentos com certificação digital

O

jornal O Estado de São Paulo publicou, no final de março, que a USP assinará os diplomas com o certificado digital ICP-Brasil — Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira — e os disponibilizará no site da instituição para consulta e validação. A prática adotada visa também a consolidar a segurança contra fraudes. O diploma virtual da USP foi aprovado pelo Conselho Estadual de Educação (CEE), o que permite que outras instituições também adotem esse tipo de tecnologia. A iniciativa aponta para a moderna gestão documental acadêmica, mas outros exemplos também são destaque e estão gerando muitos comentários em redes sociais, como o Mebox. É o caso da Universidade Caxias do Sul (UCS), que implantou, há um ano, o projeto de digitalização de docu-

Revista Linha Direta

mentos integrados com a certificação digital, desenvolvido pela Stoque Soluções Tecnológicas. A universidade A UCS, que tem 45 anos de atuação, está presente, com campi e núcleos, em nove municípios. A sede está localizada em Caxias do Sul/RS, e as demais unidades universitárias estão instaladas nas cidades gaúchas de Bento Gonçalves, Vacaria, Canela, Farroupilha, Guaporé, Nova Prata, Veranópolis e São Sebastião do Caí. Além disso, a UCS mantém polos de Educação a Distância em diferentes cidades do Rio Grande do Sul e uma Escola de Gastronomia em Flores da Cunha/RS, em parceria com o Italian Culinary Institute for Foreigners (ICIF). A UCS abrange 69 municípios, com uma população estimada em um milhão de habitantes.

Atualmente, a UCS mantém 78 cursos de graduação (bacharelados, licenciaturas e tecnologias), com aproximadamente 33 mil alunos matriculados. Por meio de programas de pós-graduação stricto sensu, a UCS reafirma o compromisso e consolida a missão permanente com a formação avançada de recursos humanos, contando com 12 cursos de mestrado e quatro de doutorado. Pesquisa, inovação e desenvolvimento tecnológico estão interligados à rotina acadêmica e fundamentam os programas de ensino e extensão da UCS, que mantém 18 Núcleos de Pesquisa e 18 Núcleos de Inovação e Desenvolvimento. Entre patentes de invenção e de modelos de utilidade e desenhos industriais, a Fundação Universidade de Caxias do Sul é titular de 50.


© rudybaby/PhotoXpress

O projeto Segundo o professor Leonardo Roth, supervisor da Divisão de Registro Acadêmico da UCS, o projeto de digitalização consiste em uma das estratégias da instituição para a gestão dos documentos. “Inicialmente, os arquivos acadêmicos estão sendo digitalizados, assinados digitalmente e eliminados”, explica. Antes da implantação do projeto, as pastas dos alunos eram microfilmadas, e a tecnologia limitava-se apenas ao Registro Acadêmico. “A digitalização atenderá à instituição em sua totalidade, considerando sempre as particularidades da legislação vigente sobre a gestão e guarda dos documentos”, afirma Roth. Após um ano de funcionamento do projeto, a UCS já digitalizou e assinou digitalmente mais de 2,5 milhões de documentos, corres-

pondendo a mais de 200 mil processos. Estão sendo digitalizados documentos acadêmicos de graduação e pós-graduação ativos e passivos, como pastas de alunos, certificados de cursos de extensão, diários de classe, atas de conclusão de curso e documentos de alunos de intercâmbio interinstitucional. “Estamos iniciando a migração dos processos da Gerência de Compras, além de estudos para a digitalização de documentos do Arquivo Central e do Centro de Documentação da instituição, de obras raras do Sistema de Bibliotecas, de projetos de extensão, da Procuradoria Jurídica e do Recursos Humanos”, informa o professor. O principal objetivo do projeto é agilizar o trânsito e a guarda dos documentos, tornando-os disponíveis, de acordo com as restrições de acesso pré-estabelecidas na

sede e nas demais oito unidades universitárias. “O espaço físico da instituição fica valorizado com a dispensa do uso de grandes arquivos”, ressalta Roth. O principal ganho da instituição com a implantação do projeto de digitalização, segundo o supervisor da Divisão de Registro Acadêmico da UCS, foi a confiabilidade do processo. Além disso, elimina-se a perda de tempo com a procura de documentos ou a necessidade de um funcionário específico para a gestão do trânsito de documentos, no caso dos materiais acadêmicos. Já os coordenadores de cursos podem qualificar o atendimento aos estudantes, acessando, de qualquer computador da instituição, os documentos dos alunos, sem a necessidade da pasta física. Com a emissão de documentos assinados eletronicamente, será Revista Linha Direta


Edson Luiz Correa

Equipamentos de microfilmagem e de digitalização de documentos

possível qualificar o trânsito de documentos entre universidades e faculdades, evitando possíveis adulterações do documento físico. A tecnologia O processo de digitalização de documentos desenvolvido pela Stoque é uma solução institucional que faz a captura, o tratamento, a indexação e a gestão de documentos, além de facilitar sua localização, com total autonomia para a discussão e criação dos índices de pesquisa. Há oito anos atuando com assinatura eletrônica e com certificados digitais em documentos, a empresa está avançando, cada vez mais, nas aplicações de tecnologias para o desenvolvimento e a melhoria do sistema de controle de documentos, gestão administrativa e redução de custo. Em parceria com o Grupo Consae — Consultoria em Assuntos Educacionais —, ambos de Belo HoriRevista Linha Direta

zonte/MG, a Stoque desenvolveu a Secretaria Acadêmica Digital (Sead), que atende a diversas Instituições de Ensino Superior no Brasil com a tecnologia adequada para a gestão documental eletrônica com validade jurídica, eliminando, assim, pilhas de papel nas secretarias. Segundo o gestor de negócios da Stoque, André Lemos, através da Sead é possível fazer a matrícula dos alunos utilizando a digitalização dos documentos sem a retenção dos documentos físicos, evitando assim o crescimento do arquivo. “É possível, também, emitir documentos como atestados, históricos e declarações utilizando certificados digitais; assinar contratos com alunos, atas e documentos relativos a reuniões acadêmicas, com arquivamento obrigatório pelo MEC; criptografar arquivos confidenciais ou com controle de acesso por certificado digital; emitir certificados digitais para professores e alunos, com certificadora própria,

a custo muito reduzido; receber documentos de coordenadores e professores; efetuar a correção de provas de gabarito a partir das imagens geradas pelo processo de digitalização; e assinar eletronicamente os diários de classe. Tudo isso sem a necessidade de impressão, usando somente o formato eletrônico agregado ao certificado digital”, explica. Além disso, André Lemos enfatiza que o processo agrega valor à instituição, uma vez que as imagens digitalizadas podem ser disponibilizadas eletronicamente para consulta; a segurança estará garantida pela tecnologia da certificação digital e respaldada legalmente pela ICP-Brasil, que atribui garantia de integridade do documento eletrônico e de não repúdio. “Os documentos podem ser arquivados apenas no meio eletrônico, podendo haver, com os devidos critérios, o descarte dos papéis”, afirma.  www.stoque.com.br


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© Franz Pfluegl/PhotoXpress

Educação tecnológica no Ensino Médio Revista Linha Direta


Eduardo Chaves*

O

s últimos 65 anos testemunharam, na política educacional brasileira para o Ensino Médio, significativas oscilações entre o que pode ser chamado de Ensino Básico e o Ensino Profissional. Logo depois do final da Segunda Guerra Mundial, o Ensino Básico de Nível Médio (então chamado de Colegial) consolidou uma vocação propedêutica: preparar os alunos para o ingresso na universidade. Tratava-se de um nível de ensino elitizado: poucos chegavam até ele. Para a maioria da população, acreditava-se, bastava o Ensino Primário, se tanto. Havia cursos profissionais (chamados Técnicos) paralelos ao Colegial, em áreas como indústria, comércio e agricultura, mas não havia nenhuma articulação, muito menos integração, entre o Básico e o Técnico: eram duas coisas que corriam em paralelo, não sendo aceito o livre trânsito de um curso para o outro. Durante a Ditadura Militar, o antigo Colegial foi rebatizado

de Ensino de Segundo Grau e ganhou uma vocação eminentemente profissionalizante. Todos os cursos de Nível Médio foram obrigados a exigir dos alunos que escolhessem pelo menos uma habilitação profissional. Com isso, a distinção entre Ensino Básico e Ensino Profissional virtualmente deixou de existir no Nível Médio. Com a Nova Constituição de 1988 e a nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN) de 1996, aconteceu uma mudança significativa. Agora, denominado de Ensino Médio, o Ensino de Segundo Grau perdeu o caráter profissionalizante e voltou a se dedicar à chamada formação geral, de natureza claramente preparatória para o ingresso no Ensino Superior, tornando-se, assim, mais uma vez, Ensino Básico, e deixando de ser Ensino Profissional. O Ensino Profissional, na verdade, ficou fora do escopo da educação dita regular. Embora o aluno pudesse até cursar o Ensino Médio e o Ensino Profissional de Nível Médio concomi-

tantemente, não havia articulação, muito menos integração entre os dois cursos. Ainda que o aluno fizesse os dois cursos numa mesma instituição, precisava, em regra, ter dois números de matrícula, e recebia dois certificados de conclusão. Já neste século, a nova legislação tornou possível não só a concomitância, mas também a articulação e até mesmo a integração do Ensino Médio e do Ensino Profissional no Nível Médio. Embora, no entender de alguns, a real integração esteja a exigir, para se formalizar, uma mudança na LDBEN, ela já vem sendo praticada em vários sistemas de ensino. Essas iniciativas inovadoras avançam em relação ao que a LDBEN prevê, consolidando, no nível do Ensino Médio – inicialmente pela via da articulação – o Básico e o Profissional. Esses programas articulados visam a preparar jovens com boa formação geral – portanto, em condições de competir por vagas em universidades de boa qualidade – e, ao mesmo tempo, já prontos para atuar no mercado de Revista Linha Direta


trabalho, caso desejem postergar o ingresso no Ensino Superior. Tão importante quanto as duas certificações que os alunos recebem (resquício da fase anterior) é o aprendizado integrado, que permite articular, em situações concretas, a teoria e a prática, o saber e o saber-fazer, produzindo, assim, uma sinergia que não existiria, caso os alunos estivessem cursando, no nível do Ensino Médio, apenas o Ensino Básico ou apenas o Ensino Profissional, ou que estivessem cursando os dois, concomitantemente, mas não de forma articulada. Quem ganha com isso é, em primeiro lugar, o aluno, que aprende mais e melhor, e, em segundo lugar, o mercado de trabalho, que passa a contar com profissionais com perfil diferenciado, fato que se torna especialmente vantajoso em momentos de crise econômica, como o atual. Com isso, também se contemplam as demandas da economia digital do século XXI, oferecendo-se ao mercado profissionais com sólida formação básica e níveis cada vez mais elevados de qualificação profissional. Esses cursos articulados dão um passo decisivo na direção daquilo que vem sendo chamado de educação tecnológica, cujo foco está em ajudar o aluno a integrar saberes e saber-fazeres, de modo a aprender a usar a tecnologia para resolver problemas do dia a dia. Nesse enfoque, a aprendizagem, mais do que assimilação de informações, é vista Revista Linha Direta

como construção de habilidades: aprende aquele que se torna capaz de fazer aquilo que antes não conseguia fazer. Essa aprendizagem contempla o desenvolvimento de competências, habilidades, valores e atitudes voltados mais para saber-fazeres relevantes para a realidade deste século do que para saberes disciplinares tradicionais.

contextos em que se vive (dimensão vital). Alguns setores do mercado educacional já despertaram para esse novo momento, como é o caso da ZOOM, representante exclusiva da LEGO® Education no Brasil. A empresa tem, entre suas inovadoras soluções de aprendizagem, um programa de Educação Tecnológica dedicado ao Ensino

... a aprendizagem, mais do que assimilação de informações, é vista como construção de habilidades: aprende aquele que se torna capaz de fazer aquilo que antes não conseguia fazer. Se a tecnologia não abrange apenas os computadores, a internet e outras coisas digitais, mas tudo aquilo que inventamos para tornar nossa vida mais fácil e mais agradável, a educação tecnológica é, em decorrência, aquela educação focada em ajudar as pessoas a descobrirem como elas podem tornar nossa vida mais fácil e agradável. Começamos a aprender isso ao lidar com pequenos problemas práticos que estão ao nosso alcance, procurando resolvê-los em ambientes de colaboração, em que se aprende fazendo. Com o tempo, atacam-se problemas mais complexos, com elevado componente teórico. Como se pode facilmente constatar, este é um trabalho pedagógico eminentemente nobre e engajante, pois nele a aprendizagem (dimensão cognitiva) está diretamente inserida nos

Médio e que visa a preparar os alunos não apenas para serem usuários de ferramentas tecnológicas em seu processo de aprendizagem, mas, também, para serem capazes de criar soluções viáveis para problemas reais e de usar os vários tipos de tecnologia disponíveis para implementar essas soluções, de maneira efetiva e significativa, em contextos concretos. Assim, esse programa, entre outras coisas, contribui, de forma decisiva, para facilitar e aumentar a articulação entre o Ensino Básico e o Ensino Profissional, em nível do Ensino Médio.  *PhD em Filosofia pela University of Pittsburgh (EUA), professor aposentado da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), onde lecionou por mais de 30 anos. Consultor da ZOOM | LEGO Education www.LEGOZOOM.com


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