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Chuva
Chuva Jurema Rangel
De repente, o tempo muda.
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O vento forte afasta o sol quente, atípico nessa época do ano, encrespa as ondas do mar, balança o galho das árvores, empurra as pessoas para casa.
O Cristo Redentor, que avisto da minha janela, desaparece encoberto por uma névoa fina.
Aos poucos, nuvens negras se formam e pingos de chuva começam a cair. Pingos de prata na réstia da luz da tarde.
Dentro de mim, os pensamentos acompanham o ritmo preguiçoso das nuvens cinzentas que tomam conta do céu e anunciam que a chuva vem para ficar.
Mas, ao contrário desse recado tão claro, meu coração está calmo. Não se agita ao prenúncio de tempo turbulento. Meu coração está feliz. Tenho a impressão que a chuva traz a bem aventurança coroada por bênçãos recebidas. Acredito na transformação das pessoas, na essência do ser humano, no potencial fraterno que mora em cada um.
Que boas notícias a chuva traz! Parece que a chuva vem para limpar o que de ruim existe, para levar o que não serve. Renovar.
Chove lá fora.
Fina cortina de chuva que desvenda o arco-íris no meu coração!