TRABALHOS DE CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO PUC-RIO 2011

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CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO PUC-RIO

TRABALHOS DE CONCLUSテグ DE CURSO DO CURSO DE ARQUITETURA & URBANISMO

RIO DE JANEIRO CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO PUC-RIO

2013



ORGANIZADORES Cláudia Miranda | Professora CAU/PUC-Rio Nathália Mussi | Professora CAU/PUC-Rio Silvio Dias | Professor CAU/PUC-Rio Fernando Betim Paes Leme | Coordenador do Curso Design Gráfico: Isabel Thees Impressão: Grafitto Tiragem: 1000 exemplares

CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO PUC-RIO Rua Marquês de São Vicente, 255 - Gávea, Rio de Janeiro, RJ Secretaria: Edifício Cardeal Leme, sala 327 Tel.: (21) 3527-1828 | Fax: (21) 3527-1195 e-mail: gradarq@puc-rio.br

TCAU 2011: Trabalhos de Conclusão de Curso: Curso de Arquitetura e Urbanismo / Organizadores: Cláudia Miranda, Fernando Betim Paes Leme, Nathalia Mussi – Rio de Janeiro: PUC, Dep. de Arquitetura e Urbanismo, 2012. 76 p. : il. (color.) ; 21 cm (Trabalhos de curso de arquitetura e urbanismo/PUC-Rio ; v.5) 1. Arquitetura. 2. Urbanismo. 3. Escritos de estudantes universitários brasileiros. I. Miranda, Cláudia. II. Leme, Fernando Betim Paes. III. Mussi, Nathalia. IV. Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Departamento de Arquitetura e Urbanismo. V. Título: Curso de Arquitetura e Urbanismo. VI. Série. CDD: 720


Quem é o profissional Nas grandes cidades, a demanda por profissionais capazes de melhorar o espaço urbano é nítida: gente demais, moradia de menos, transporte caótico, poucas áreas verdes, baixa qualidade de vida. Nesse cenário, o papel do arquiteto é cada vez mais importante. Mais do que qualquer outro profissional, é ele o principal responsável pelo bem-estar de todos que moram na cidade. Compreender e traduzir as necessidades de indivíduos e de comunidades, criando soluções viáveis e criativas para os problemas apresentados, é a função do arquiteto e urbanista, cujo campo de trabalho está em qualquer lugar ocupado pelo homem. No Brasil, o exercício profissional do arquiteto e urbanista é regulamentado desde 1933. A habilitação é única e a lei que rege a profissão atribui a ela o exercício de atividades referentes a edificações, conjuntos arquitetônicos, monumentos, arquitetura paisagística e de interiores, urbanismo, planejamento físico, urbano e regional. Nessas áreas, o arquiteto e urbanista pode exercer as atividades de elaboração, coordenação, supervisão, orientação técnica e especificação de projetos, planejamento e acompanhamento de obras, assessoria, consultoria, execução de perícias e de avaliações. Iluminação, comunicação visual e design também são campos de atuação do arquiteto. Não são raros, além disso, os arquitetos que atuam nas áreas de história e crítica da arquitetura e das artes plásticas.

O que é o curso O curso de Arquitetura e Urbanismo da PUC-Rio está diretamente ligado aos departamentos de Engenharia Civil, Artes & Design e História. Tem como objetivo formar o aluno para trabalhar como profissional de projeto em arquitetura e urbanismo, em construção civil e em paisagismo. Também prepara o estudante para atuar na área da preservação do patrimônio artístico e cultural. Concebido de maneira a fornecer instrumentos projetuais e técnicos, assim como desenvolver o pensamento crítico necessário para a inserção do novo profissional no mercado de trabalho, o curso fundamenta-se numa proposta de ensino integrado. Essa concepção se reflete na estrutura curricular, com grande destaque para as disciplinas de projeto de arquitetura. A participação de professores de diversas áreas, compartilhando conteúdos e desenvolvendo novas competências, busca a integração efetiva entre a teoria e a prática, a criatividade e o pensamento crítico. Por sua vez, o programa de estágio possibilita ao aluno exercitar o dia a dia da profissão no Escritório Modelo, participando de projetos de cunho social, ou trabalhando em escritórios de arquitetura e urbanismo. O currículo inclui, ainda, disciplinas eletivas livres, oferecidas no âmbito do curso ou por outros departamentos da PUC-Rio. Outra marca da graduação em Arquitetura e Urbanismo são as chamadas atividades extracurriculares, com destaque para viagens nacionais e internacionais, organizadas por professores e alunos. Os convênios com universidades estrangeiras também oferecem aos estudantes a possibilidade de realizar viagens de intercâmbio internacional.

Autores dos Trabalhos de Conclusão de Curso - 2011 Alessandra Wilcox Alexia Bergallo Aline Azevedo Yamaki Ana Cecília Ferracciú Millen Coutinho Ana Cecilia Lage Tourinho Ana Luiza Gnattali Levy Beni Goltsman Barzellai Bianca Marinho Quintella Bianca Leal Camilo Folly Moreira Catarina Schlee Flaksman Cristiane dos Santos Pereira Daniel Milagres Nascimento Felipe da Silva Caetano Gabriel Kozlowski Gabriela Bonifacio dos Santos Gabriela Moreira Ilana Lustman Juliana Sicuro Correa Karina Eustachio Leticia Burkardt Liana Dias Iannibelli* Leticia Leal Costa Pinto Luana Ferreira Lima Luisa Gouvea Faver Luiza Oliveira Matarazzo Dale Marcelo de Souza Moura Maria de Fátima I. O. Bragança Maria Paula Scholte de S Vianna Maria Pia Lourenco Jorge Mariana de Souza Lavinas Marina Peregrino Piquet Gonçalves Mayumi Yamagata Miguel Del Castillo Natália Schmidt Pedro Bonelli Zarur Pedro Chianelli Salgado Dieguez Rafael Carvalho Pieri Rafael Chaves Rafaela Viana Flaherty Russeana Marreiros Barbosa Sabrina Beitler Stephan Candiago Cerávolo Thais Peva Costa *conclusão de curso em 2009


FORMAÇÃO E VIVÊNCIA


Tem me chamado a atenção em cada seleção destas de trabalhos finais de curso, e mesmo ao longo das atividades cotidianas, o peso e relevância que as linguagens digitais vêm ocupando nas definições de projeto dos alunos. Naturalmente, isso é um reflexo global de como já nos acostumamos a ver e compartilhar mediante tantas experiências internacionais que povoam nosso universo acadêmico. Fato é que muito do que se faz hoje na arquitetura se apoia fortemente em imagens construídas e elaboradas segundo ideias e referências imagéticas. Muito do que percebemos como resposta de projeto vem do entendimento de uma perspectiva de espaço habilmente produzido e com riquezas de detalhes tais que sugerem um lugar de sonhos a serem conquistados. E com tantos recursos digitais disponíveis, faz-se isso muito bem. Minha atenção, no entanto, fica presa a outro universo que, entendo, ainda carece de ser mais bem entendido e explorado: a vivência do espaço que nos cerca, uma vivência segundo experiências sensoriais mais amplas, que envolva não só as compreensões dimensionais, a materialidade, a forma, a graça, mas uma vivência que se desloque desta relação individualizada com as novas ferramentas e se aproxime das pessoas que, inevitavelmente, nos rodeiam, e da qual compartilhamos estes mesmos espaços. Uma experiência que deva resgatar o aroma que exala das coisas ao redor, o paladar percebido na brisa, e que também nos toca a pele, e as ressonâncias reveladas e acompanhadas deste objeto do qual falamos, o ambiente arquitetônico. Entendo que as novas ferramentas, quando se tornam reflexo representativo destas vivências, colocam nossos olhares muito além dos belos desenhos e imagens em movimento, e forçam os arquitetos que pretendemos preparar a atuarem com posição crítica e sem omissão de sua condição transformadora deste mesmo espaço que habitamos. Acho, portanto, que a escola que queremos deve cuidar muito bem para que tal experiência de vida esteja sempre em pauta ao longo desta formação: arquitetos que pisam o chão que caminhamos. Professor Fernando Betim Paes Leme Coordenador a partir de 2008


TCC - TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO UMA ETAPA AO FINAL DA FACULDADE E NO INÍCIO DA VIDA PROFISSIONAL

ALDER CATUNDA | Supervisão ALFREDO BRITTO, CADU SPENCER, CELSO RAYOL, FLAVIANA RAYNAUD, JOÃO MASAO, LÍGIA SARAMAGO, MARIANA VIEIRA, RODRIGO RINALDI | Proposta de Projeto Final VERA HAZAN | Coordenação dos Seminários de Projeto Final


O chamado Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) é, no âmbito do Curso de Arquitetura e Urbanismo da PUC-Rio, uma tarefa a ser realizada individualmente pelos alunos ao longo do último ano do curso, englobando as disciplinas Proposta de Projeto Final e Projeto Final, nos termos do que estabelece nosso Projeto Pedagógico. É entendido como componente curricular indispensável e atividade conclusiva da formação acadêmica do aluno, podendo assumir caráter projetual ou teórico. Pretende demonstrar capacidade do formando em articular conhecimentos diversos, gerando um produto coerente e relevante para o exercício da profissão, sendo importante que explicite, claramente, a capacidade tanto operativa quanto crítica deste futuro profissional arquiteto e urbanista frente à sociedade contemporânea. As disciplinas que envolvem o TCC buscam desenvolver a capacidade do aluno de processar informações e situações relevantes, materializando-as num produto que deverá revelar a conceituação do tema e objeto da Proposta, sua justificativa e relevância, embasamento teórico e resultante projetual que permita identificar, claramente, o partido adotado em estudos preliminares que apontam para o desenvolvimento do Projeto Final. Neste sentido, a Proposta de Projeto Final norteará todo o desenvolvimento posterior, cujo resultado comprovará a capacidade do aluno em desempenhar, com responsabilidade, as atribuições do arquiteto urbanista, através de um trabalho de livre escolha do aluno, auxiliado por um professor orientador. Esta disciplina conta com a participação de professores da área de Projeto de Arquitetura, Teoria e História, Urbanismo e Representação Gráfica, com entradas em diferentes momentos, desenvolvendo junto com o aluno, através de dinâmicas e exercícios comentados, apoio e subsídios necessários à construção de uma proposta projetual que levará à execução do Projeto Final, auxiliando no desenvolvimento conceitual e metodológico das questões a serem enfrentadas, análises gráficas de referências projetuais e do contexto de intervenção, embasando estudos preliminares de ocupação e relação com o território, articulação espacial dos elementos funcionais e seus fluxos, volumetria e materialidade. Uma vez na disciplina de Projeto Final, o aluno – ainda pautado por seu professor orientador – conduz seu Trabalho de Conclusão de Curso a duas Bancas de Avaliação durante o período letivo, momento em que, oportunamente, são realizados os Seminários de Projeto Final, nos quais os alunos apresentam seus trabalhos no estado da arte e participam de discussões junto aos professores e demais alunos. Essa iniciativa foi criada para dar maior suporte aos formandos e exigir um nível cada vez mais alto dos trabalhos. São encontros semanais que têm sido importantes, sobretudo para que os formandos tenham a possibilidade de conhecer os trabalhos dos colegas, trocar informações e ouvir novos pontos de vista dos professores presentes. As discussões servem para fortalecer as defesas, como também de ensaio das apresentações finais. Cada apresentação

resulta em um breve relatório enviado para os orientadores, com questionamentos, incentivos e sugestões de ajustes no trabalho, visando sempre um resultado cada vez mais consistente. Desde que iniciamos a realização dos Seminários de Projeto Final, temos observado a presença de algumas tendências. Por um lado, o desejo de fazer projetos de maior escala, de natureza cultural, com impacto na paisagem da cidade, como os trabalhos realizados pelos grandes escritórios europeus. Por outro, a oportunidade de escolher um tema especial, muitas vezes fruto de motivações pessoais, observações do cotidiano da cidade, sinalizações do mercado, etc. Os principais temas têm sido as edificações dos mais diversos portes e programas, revitalização e reconversão de construções tombadas ou preservadas, projetos urbanos e paisagísticos, e desenvolvimento de tecnologias e sistemas construtivos. Há, ainda, alguns trabalhos teóricos, de cunho crítico, histórico, prospectivo. Alguns aproveitam, ainda, a oportunidade do último trabalho acadêmico para propor projetos utópicos ou mais arrojados, usufruindo de maior liberdade em suas proposições. Em função dos futuros eventos internacionais na cidade do Rio de Janeiro, muitos alunos têm se dedicado a projetar equipamentos como hotéis, espaços esportivos, edifícios multifuncionais e habitações multifamiliares. Há, também, o crescimento do interesse em projetos urbanos e paisagísticos, principalmente em torno da requalificação de áreas de lazer e criação de parques. Apesar da escala, alguns destes projetos têm tido excelentes resultados, em especial aqueles em que os alunos aprofundam suas pesquisas e dedicam boa parte de seu tempo para finalizar seu último período na faculdade. Há, também, um crescente interesse por projetos de natureza social, sejam das áreas da habitação, educação ou saúde. Outra questão relevante é a busca por intervenções fora da Zona Sul e do Centro do Rio de Janeiro, partindo para a escolha de áreas de estudo na periferia e no subúrbio, algumas vezes por indicação dos orientadores, outras por escolha própria. A possibilidade de ampliar o raio de atuação e conhecer espacialidades carentes de soluções abre perspectivas profissionais para os novos arquitetos, que buscam alternativas no mercado. Cremos que o desafio do TCC, seja ele de pequena, média ou grande escala, projetual ou teórico, deve refletir o aprendizado do graduando durante os cinco anos do curso, no qual as principais áreas – projeto, urbanismo, teoria, tectônica e representação – se fizeram presentes, de forma a dar base aos futuros profissionais. Trabalhos que marquem de forma positiva a vida destes novos arquitetos, seja como parte de seu portifólio, como introdução ao mundo profissional, descoberta de novos caminhos e pesquisas, ou como lembrança do último trabalho acadêmico, servindo também de referência e estímulo às próximas turmas, através de sua divulgação em concursos ou em sua publicação nos cadernos de trabalhos de conclusão de curso.


SUMÁRIO

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Parque das Águas | Orientadora Cláudia Miranda

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ALEXIA DALCANALE BERGALLO

14

ALINE AZEVEDO YAMAKI

16 17 18 19

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8

ALESSANDRA WILCOX

Tapetes Urbanos | Orientador Otávio Leonídio

Conexão | Campus Integração e Reestruturação do Campus Universitário Praia Vermelha - UFF Orientadora Cláudia Escarlate Coorientador Pierre-André Martin

ANA CECÍLIA FERRACCIÚ M. COUTINHO Revitalização: Habitação de Interesse Social Orientador Marcelo Bezerra

ANA CECILIA LAGE TOURINHO

Fissura Urbana Infra Estrutura + Arquitetura + Paisagem Orientador Pierre-André Martin Coorientador João Masao Kamita

ANA LUIZA GNATTALI

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CRISTIANE DOS SANTOS PEREIRA

28

DANIEL MILAGRES NASCIMENTO

Reserva Ecológica de Guapiaçu | Orientador Diego Portas

Ativação de Margens da Ferrovia - Engenho de Dentro Orientadora Flaviana Raynaud

29

FELIPE DA SILVA CAETANO

30 32 33 34

GABRIEL KOZLOWSKI

35

KARINA EUSTACHIO

Centro para a Terceira Idade | Orientador Pedro Rivera

CAMILO FOLLY MOREIRA

Mercado Orgânico na Barra da Tijuca: uma Ligação entre o Mar e a Lagoa Orientadora Vera Hazan Coorientadora Claudia Escarlate

[Transposições] Estação Leopoldina como Dispositivo de Transferência Multiescalar | Orientador Gabriel Duarte

Geografia dos Clusters Econômicos Orientador Gabriel Duarte

GABRIELA BONIFACIO DOS SANTOS

Reestruturação Urbana da Frente Marítima do Centro de Niterói | Orientadora Adriana Sansão

GABRIELA MOREIRA

Requalificação de um Vazio Urbano Orientador Manuel Fiaschi

ILANA LUSTMAN

Edifício de Uso Misto no Porto do Rio de Janeiro Orientadora Leila Beatriz Silveira Coorientador Luciano Alvares Albergue do Imigrante | Orientador Diego Portas

BENI GOLTSMAN BARZELLAI

Vida e Morte de um Edifício: uma Quadra no Centro Orientador Otávio Leonídio

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BIANCA LEAL

24 26

BIANCA MARINHO QUINTELLA

Hotel em Santa Teresa, Estúdios de Santa Orientador João Calafate | Coorientadora Vera Hazan

36

JULIANA SICURO

38

LETICIA LEAL COSTA PINTO

39

Entre o Aterro e a Glória: uma Proposta para a Ativação dos Vazios ao Redor da Praça Paris Orientador Gabriel Duarte Centro Comunitário Pendotiba Orientadora Claudia Escarlate Coorientadora Vera Hazan

LUANA FERREIRA LIMA

Revitalização do Parque Dois Irmãos Orientadora Carla Juaçaba

Habitação Popular | Orientadora Leila Beatriz Silveira

CATARINA SCHLEE FLAKSMAN Percursos Urbanos em Botafogo Orientador Otávio Leonídio

40

LETÍCIA BURKARDT

Complexo Residencial | Orientador Marcos Favero


58

NATÁLIA VAZ DE MELLO SCHMIDT

PEDRO CHIANELLI SALGADO DIEGUEZ

46

MARIA PAULA SCHOLTE

60 62 63

48

MARIA PIA LOURENÇO JORGE

64

RAFAEL CHAVES

50 51

MARIA DE FÁTIMA I. DE O. E BRAGANÇA

RAFAELA VIANA FLAHERTY

Centro Hoteleiro e Comercial em Três Rios Orientadora Leila Beatriz Silveira

66 67

52

SABRINA BEITLER

MARINA PEREGRINO PIQUET GONÇALVES

68

54 55

LIANA DIAS IANNIBELLI

70

STEPHAN CANDIAGO CERÁVOLO

72

THAIS PEVA COSTA

42 44 45

56

LUIZA OLIVEIRA MATARAZZO DALE

Sistema de Puxado | Orientador Diego Portas

LUIZA GOUVEIA FAVER

Revitalização de um Vazio Edificado para Uso Misto Orientador João Calafate

Complexo Educacional e Cultural em Miracema Orientadores João Calafate e João Masao Kamita

MARCELO DE SOUZA MOURA Requalificação do Jardim de Alah Orientador Diego Portas

Hotel Design Retrofit do Debret Orientador Marcelo Bezerra

Albergue do Barão | Orientadora Adriana Sansão Participação no Arquiteto do Amanhã, concurso do IAB de 2011. Prêmio na Categoria Patrimônio Cultural Centro de Reabilitação Infantil | Orientadora Vera Hazan

MARIANA DE SOUZA LAVINAS

Novo Cinema Icaraí | Orientador João Calafate

PEDRO ZARUR

Intervenção na Favela Chico Mendes - RJ Orientador Manuel Fiaschi

RAFAEL CARVALHO PIERI

Casa de Cultura e Ateliers-Residência na Rocinha Orientadora Claudia Escarlate

Complexo Judiciário Feminino | Orientadores Vera Hazan e Pedro Lobão | Participação no Arquiteto do Amanhã, concurso do IAB de 2011 Reutilização de Galpão para Fins Hoteleiros Orientador Silvio Dias

RUSSEANA MARREIROS BARBOSA Planos para a Esplanada do Castelo Orientador João Masao Kamita

Centro de Artes Corporais | Orientador Hermano Freitas

Cultural (Shopping) Center Orientador Otávio Leonídio Coorientadora Maria Cristina Cabral

Creche Terapêutica | Orientadora Leila Beatriz Silveira

MAYUMI YAMAGATA

Pousada do Parque | Orientador Fernando Betim

Transborda - Revitalização da Lagoa de Geribá Orientador Pierre-André Martin Coorientadora Claudia Escarlate

MIGUEL DEL CASTILLO

Atmosferas: uma Tensão Envolvente Entre Literatura e Arquitetura Orientadora Ana Luiza Nobre Coorientador Karl Erik Schøllhammer

Revitalização da Escola de Música da UFRJ Orientador Luciano Alvares 9


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ORIENTADORA CLÁUDIA MIRANDA Este projeto visa à criação de um parque público no que hoje é conhecido como Mirante do Leblon e seu entorno. Atualmente, os usos existentes na área são isolados e sequer facilitam ou estimulam a locomoção do pedestre de um local para o outro. Essa segregação é intensificada ainda mais pelo desnível do terreno. Os usos propostos no projeto, ao contrário, são interligados e estimulam a locomoção do pedestre pelo parque, tirando proveito do desnível existente.

Perspectiva enseada

ALESSANDRA WILCOX

PARQUE DAS ÁGUAS

Perspectiva praça

Leblon, Rio de Janeiro

2011.2

Os usos propostos no projeto são interligados. Eles estimulam a locomoção do pedestre pelo parque tirando proveito do desnível existente. Planta Baixa Geral

Lazer

Estar

Alimentação

Esportes

Corte H

Corte B

Corte C

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ALEXIA BERGALLO 2011.2

TAPETES URBANOS ORIENTADOR OTÁVIO LEONÍDIO Tendo como princípio operar sobre o vazio público e não sobre o edificado, buscou-se um espaço que fizesse contato direto com a orla da praia, entendendo-o como eixo de permeação, para que os diversos programas que acontecem nela possam avançar para dentro da cidade. Optou-se pelo Jardim de Alah, oportunidade-chave para a ação pretendida. Esse grande espaço de ruptura do tecido urbano da cidade conecta dois principais espaços públicos: a praia e a Lagoa Rodrigo de Freitas, que atuarão, em conjunto, como dois ímãs, transformando o canal num grande campo de lazer e cultura. Do partido adotado e das estratégias projetuais materializamse os tapetes urbanos – a construção de um vazio, ou um vazio construído. O canal é entendido com um eixo conector; não trata de uma relação lúdica do usuário com a água, mas de um eixo de circulação e de disposição dos diferentes níveis que serão gerados abaixo da cota da rua e na cota da rua em si. Eles são, por essência, uma extensão de dois espaços públicos da cidade (Lagoa-praia), assim como o encontro de um tecido urbano continuamente rompido (Leblon-Ipanema). Esses tapetes – novos retalhos de cidade – são a dilatação da rua, e nesse processo são varridos ou incorporados o que eram, antes, elementos distintos: calçadas, vagas para automóveis, árvores, canteiros. Esses níveis plurais são conexões diversificadas e fluidas; desdobramentos do piso; conexões de cotas; espaços que se transformam conforme a sua ocupação, sujeitos a variação do nível d’água. Ora são pontes, ora rampas; escalonamentos; lajes; coberturas; paredes; espelhos d’água, ou categorias novas entre uma e outra.

Planta de camadas - vista aérea

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Linhas de força - o canal

Entendido como eixo estruturador, de circulação e de disposição espacial. É a linha de conexão direta entre a praia e a Lagoa Rodrigo de Freitas

Linhas de força - transversais

O piso urbano é desdobrado, estendido, prolongado, impulsionado pelas linhas de força, gerando tapetes que ora são pontes, ora são rampas, escalonamentos, lajes, coberturas, paredes, ou categorias novas entre uma e outra.

Mapa de texturas - cota rua

Áreas alagáveis - cota rua

A interferência das transversais é incorporada para intensificar as conexões físicas e visuais, promovendo ligações no sentido leste-oeste


Corte AA

Corte DD

Corte BB

Corte CC

Corte EE

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ALINE AZEVEDO YAMAKI

CONEXÃO | CAMPUS INTEGRAÇÃO E REESTRUTURAÇÃO DO CAMPUS UNIVERSITÁRIO PRAIA VERMELHA - UFF ORIENTADORA CLÁUDIA ESCARLATE COORIENTADOR PIERRE-ANDRÉ MARTIN O objetivo deste trabalho é proporcionar ao Campus Praia Vermelha da Universidade Federal Fluminense (UFF) reestruturação e integração com o seu contexto. A costura entre a cidade consolidada e a orla da Baia de Guanabara proporciona a nova estrutura do campus por meio da composição com o terreno e novas relações sociais, culturais e paisagísticas remanescentes entre os bairros de Boa Viagem e Gragoatá. Espaço prédios orla

2011.2

Píer orla – depois

Píer orla – antes

Espaço entre prédios – antes

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Espaço entre prédios – depois


Novos acessos

Limite do Campus

Percursos internos

Plano para o trecho UFF

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Esta proposta oferece sua contribuição para a redução do déficit habitacional no Rio de Janeiro a partir da renovação de um edifício subutilizado, localizado na Zona Portuária, área central da capital, adaptando-o para moradia. Nessa região, cerca de 16,6% dos domicílios encontram-se vagos e mais 5.000 imóveis, vazios.

or P om peu

ORIENTADOR MARCELO BEZERRA

R. S ena d

ANA CECÍLIA FERRACCIÚ MILLEN COUTINHO

REVITALIZAÇÃO: HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL

Como famílias com renda de até 5 (cinco) salários mínimos são as mais atingidas, é necessário considerar essa faixa de renda quando se considera o tema da habitação de interesse social. R. Camerino Planta Baixa Térreo

Localização Corte AA

2011.2

Corte CC

Planta Baixa 2º Pavimento

Fachada rua Senador Pompeu

Unidades

Tipo 01

16

Tipo 02

Tipo 03


ORIENTADOR PIERRE-ANDRÉ MARTIN COORIENTADOR JOÃO MASAO KAMITA O projeto parte da análise do bairro da Barra da Tijuca, na busca de compreender a ruptura entre o Plano Piloto, desenvolvido pelo arquiteto Lúcio Costa, em 1970, e a construção e crescimento do bairro posteriormente. Ao se destacarem elementos remanescentes desse plano modernista, como a soberania automobilística e o parcelamento do território por zonas de atividades, percebe-se um bairro estruturado pela continuação da rodovia BR 101, atual Avenida das Américas, que impõe um movimento longitudinal, no sentido leste-oeste. A escolha do terreno baseou-se no conceitochave do projeto: a proposta de um novo eixo vertical norte-sul, capaz de atravessar a Avenida das Américas e desenvolver uma nova tipologia no bairro, um elemento arquitetônico capaz de vencer os limites da Avenida, por meio de um programa diversificado de atividades, criando um novo eixo conector na paisagem urbana da Barra da Tijuca.

ANA CECILIA LAGE TOURINHO

FISSURA URBANA INFRAESTRUTURA + ARQUITETURA + PAISAGEM

Planta baixa: pavimento tipo (nível +8)

2011.2

Corte/Fachada

Vista fachada Leste

Corte longitudinal AA

Corte longitudinal BB

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ANA LUIZA GNATTALI

CENTRO PARA A TERCEIRA IDADE ORIENTADOR PEDRO RIVERA No Brasil, a população acima de 60 anos corresponde a 14,5 milhões de pessoas, 8,6% do total do país segundo o IBGE. Em 1991, esse número correspondia a 2,4 milhões de pessoas; ou seja, em duas décadas, cresceu 17%. Os dados são um retrato do que acontece em países como o Brasil, cuja população está envelhecendo ainda na fase de desenvolvimento do país. Eles também demonstram a real necessidade de centros que promovam a inclusão dos idosos na sociedade. Nessa fase da vida, os idosos precisam se sentir valorizados, viver com dignidade, tranquilidade e receber a atenção da família, sem jamais se sentirem um fardo. Assim, o intuito deste projeto é promover tal independência, sem deixar de lado a interação com o meio urbano. O objetivo é criar um local para atender a terceira idade, um centro de convivência + habitação, no Largo do Machado, Rio de Janeiro. O espaço de convívio visa oferecer atividades físicas, ateliê de artes, restaurantes, eventos sociais e culturais que se tornem atrativos para os habitantes do bairro. Essa área tem como finalidade estimular a participação dos idosos em atividades de grupo, promovendo a boa qualidade de vida e bem estar para seus usuários. Espaços comerciais, áreas de convivência, lojas e uma grande praça funcionam como extensão do Centro e estão localizados no térreo como forma de atrair os moradores da região para a edificação.

Térreo

1º Pavimento

2º Pavimento

3º Pavimento

2011.2

Corte BB

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Fachada Sul


Banhado

ORIENTADOR DIEGO PORTAS Este projeto surge do profundo respeito aos remanescentes de Mata Atlântica do Estado do Rio de Janeiro, bem como do sentido da sua preservação.

Anfiteatro

Dentre esses remanescentes, destacamos o Parque Estadual dos Três Picos, com área de, aproximadamente, 46 mil hectares, compreendendo parte dos municípios de Cachoeiras de Macacu, Nova Friburgo, Teresópolis, Guapimirim e Silva Jardim.

Hospedagens

Reflorestamento Implantação

Nossa intenção foi de trabalhar nas áreas de amortecimento do parque, onde as intervenções humanas são controladas a fim de minimizar impactos negativos à unidade de conservação. Na proposta inicial, selecionamos um terreno de pastagens situado na área de amortecimento entre a floresta intocada e a localidade de Guapiaçu (distrito pertencente ao município de Cachoeiras de Macacu).

Módulos habitacionais

Carpoteca e mirante

Escola-pátio

CAMILO FOLLY MOREIRA

RESERVA ECOLÓGICA DE GUAPIAÇU

No terreno escolhido, interviríamos criando uma espécie de vila modelo, responsável por receber e educar pessoas num novo e, claramente, utópico modo de viver. Essas vilas, então, se espalhariam pelos arredores do Parque de Três Picos, criando uma espécie de cinturão de vilas-guardiãs, responsáveis pela proteção e expansão dos limites florestais. Biblioteca de sementes, interior

A influência maior vem das ecovilas – modelo no qual pessoas desinteressadas pelo sistema de viver das cidades se reúnem e criam pequenos núcleos, geralmente em ambientes naturais ou rurais, adotando métodos de permacultura e de sistema social, e crenças particulares nas quais o consumismo e o frenesi econômico atingem escalas mínimas.

2011.1

Anfiteatro, interior

Bosque

Praça

Reserva Ecológica de Guapiaçu

19


BENI GOLTSMAN BARZELLAI

VIDA E MORTE DE UM EDIFÍCIO: UMA QUADRA NO CENTRO ORIENTADOR OTÁVIO LEONÍDIO O trabalho aborda a relação espaço-temporal de uma quadra no Centro do Rio de Janeiro. O terreno, que já abrigou a Academia de Belas Artes, foi analisado a partir de temas como a vida e morte dos edifícios, a preservação distorcida e a dinâmica urbana do Saara, região onde ele está inserido. O projeto é gerado a partir de estratégias. A ocupação e densificação da quadra explora ao máximo um dos últimos terrenos vazios da região, quase inteiramente tombada. A soma de diferentes fluxos e programas do entorno emergem no centro do projeto, no eixo que foi aberto para a fachada da antiga Academia. Estruturalmente, o edifício é pensado como uma soma de sistemas estruturais, permitindo, assim, a mudança de seus usos e apropriações com o passar do tempo. Diferente de tudo à sua volta, mas de algum modo familiar, sua não-forma se destaca ao expor uma metonímia urbana. O resultado é um complexo multiuso que dialoga com o passado, o presente e o futuro da cidade.

Localização

2011.2

Implantação

20

Memorial: Passado

Efeito Bilbao: Objeto

Edifício Garagem: Especulação

Ctrl C + Ctrl V: Continuitdade

Hipóteses factíveis de projeto


Corte Longitudinal Leste-Oeste

Corte Transversal Sul - Norte

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BIANCA LEAL

HOTEL EM SANTA TERESA, RJ ORIENTADOR JOÃO CALAFATE Não há diálogo entre a parte superior e inferior da fachada.

COORIENTADORA VERA HAZAN Este projeto de intervenção propõe a criação de um complexo cujo programa consiste de hotel, apartamentos tipo estúdio, galeria de arte e restaurante. Foi escolhido um conjunto de quatro casas geminadas, duas das quais estão situadas na Rua Almirante Alexandrino, e duas estão situadas na Rua Paschoal Carlos Magno, no Largo dos Guimarães, bairro de Santa Teresa, Rio de Janeiro. Leva-se em conta a preservação de boa parte desses imóveis, mantendo suas volumetrias e os ritmos originais das fachadas. O programa foi desenvolvido a fim de promover um espaço de encontro entre os moradores do bairro e os visitantes. Como os imóveis são tutelados pelo Município – a fim de se preservarem os bens de valor histórico, cultural, arquitetônico, ambiental e de valor afetivo para a população –, a função muda, mas a arquitetura se mantém. Desse modo, o programa é inserido nas construções, mas sua composição original é preservada. R. P asc

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Faz parte de um bairro histórico e há uma grande presença visual das fachadas.

Valorizar as fachadas ao elevar o edifício do solo, abrindo, dessa forma, uma nova perspectiva da rua.

Mag

no

Fachada Hotel

o

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2011.2 Implantação

Fachada Conjunto Leste

Corte Conjunto Leste

22

Corte Transversal


23


BIANCA MARINHO QUINTELLA

HABITAÇÃO POPULAR ORIENTADORA LEILA BEATRIZ SILVEIRA A proposta deste projeto consiste em apresentar soluções que viabilizem a construção de um conjunto de habitação popular para realocar, de forma digna, os moradores da favela Vila Autódromo. Com a localização de grande parte dos equipamentos da Copa do Mundo 2014 e das Olimpíadas 2016 na Barra da Tijuca, a população de diversas favelas que lá se encontram deverá ser transferida. Neste projeto, o novo conjunto habitacional está localizado em uma região próxima às antigas moradias que serão destruídas. Os apartamentos terão 6 tipologias para melhor atender à população. É proposta a utilização de método construtivo barato, limpo e rápido na construção dos edifícios.

Planta Pavimento Térreo

Localização

2011.1

Planta Pavimento Tipo

Planta de Cobertura

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Unidade ampliada - Pavimento Tipo

Unidade ampliada - duplex - 2 quartos

Unidade ampliada - Pavimento TĂŠrreo

Unidade ampliada - duplex - 3 quartos

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CATARINA SCHLEE FLAKSMAN

PERCURSOS URBANOS EM BOTAFOGO ORIENTADOR OTÁVIO LEONÍDIO

camadas

A estratégia é pensar a arquitetura como um meio de criar condições para que ações se desenvolvam nos espaços. Logo, chegar a um projeto não é o objetivo aqui. A proposta se dá por meio de imagens propositivas, e não pela definição de formas fechadas. É por isso que, ao invés de definir um único modo de ocupação, proponho “disposições espaciais” – imagens que possam resultar em uma variedade de projetos. Ao lidar com diferentes situações encontradas na cidade – construções inabitadas, barreiras visuais, topografia, vazios, topos de edifícios, frestas, entre outros –, e usando estas três operações definidas – atravessar, revelar e dobrar –, é possível propor intervenções. Assim, cada situação é pensada de forma a dar lugar a outra disposição espacial que altere seu significado. A partir das imagens propostas, outras situações semelhantes podem ser transformadas, gerando assim modelos capazes de ser reproduzidos. Cada disposição espacial (ou situação) sugerida configura um ponto e, à medida que elas se multiplicam, é criada a nova rede. Outra forma de enxergar o espaço urbano é proposta, aproveitando as potencialidades encontradas para dar lugar a novas possibilidades.

vazios residuais

Percursos possíveis

26

passagens

construções inabitadas

visadas

Preexistências potenciais de intervenção

Habitar as construções inabitadas

Criar passagens suspensas

Revelar o que encontra-se escondido

Criar passagens subterrâneas

Transformar barreiras em pontos de interesse

Propiciar conexões visuais

Revelar a paisagem

Conectar camadas em comum

2011.1

Percursos existentes

barreiras visuais

Do Metrô à Rua da Passagem Percursos dominantes

Do Metrô à Rua da Passagem Percursos alternativos

ruas fechadas


MERCADO ORGÂNICO NA BARRA DA TIJUCA: UMA LIGAÇÃO ENTRE O MAR E A LAGOA

erto A

mado

ORIENTADORA VERA HAZAN COORIENTADORA CLAUDIA ESCARLATE O projeto consiste na criação de um mercado orgânico e na requalificação da sua área de entorno. O objetivo é valorizar o consumo de produtos orgânicos e gerar novos espaços de permanência e convívio na região. O mercado proposto deve ser diferenciado pela sua forma e pelos seus usos também, pois serão voltados para a comercialização de produtos orgânicos, que não são popularizados em mercados tradicionais.

tiba

be Av. Sernam

Planta baixa térreo

Planta baixa 2º pavimento

CRISTIANE DOS SANTOS PEREIRA

R. Gilb

Corte transversal Localização

2011.1

Corte longitudinal

Implantação

27


DANIEL MILAGRES NASCIMENTO

ATIVAÇÃO DE MARGENS DA FERROVIA - ENGENHO DE DENTRO

Diagramas de fluxos

ORIENTADORA FLAVIANA RAYNAUD O projeto localiza-se nas margens da estação ferroviária do Engenho de Dentro, Rio de Janeiro, ao lado do Estádio Olímpico João Havelange, zona inserida nos planos de revitalização para os Jogos Olímpicos de 2016. Essa área encontra-se ainda em processo contínuo de degradação, embora, curiosamente, o Estádio tenha sido implantado e esteja em funcionamento há quatro anos. O trabalho foi dividido em três etapas: a investigação acerca do tema aprofunda as questões que envolvem pensar um projeto no subúrbio, entendendo a importância que a ferrovia teve para o desenvolvimento da cidade, o potencial que ela tem para ativar toda a área de intervenção e inserindo toda a área do entorno do Estádio João Havelange dentro das lógicas desse lugar; o Plano Geral para um trecho de 3 quadras subsequentes, detectadas como “área em transformação direta”, que, neste caso, têm o papel de trazer um conjunto de estratégias que entendem esse trecho de maneira única e que, dentro de um processo de construção desse lugar, irão gerar uma nova situação; e o Projeto, lançamento do que poderia ser um edifício que, articulado a uma série de outros elementos, não só conecta os dois lados da ferrovia, mas repensa a utilização desses espaços de margens.

Fluxos - atravessamento e acessos à estação

Fluxos - edifício e espaço mídia

Distribuição programática

Nível térreo - atividades comerciais e culturais

Nível +3 - bares e biblioteca

Nível +7 - atravessamentos e acessos à estação

Nível +10 e +13 - estacionamento

Nível +16 - espaço público aéreo

Nível +23 - torre de serviços

2011.2

28


ORIENTADOR GABRIEL DUARTE A proposta de uma estação intermodal para a cidade do Rio de Janeiro visa o seu papel de extrema relevância na reestruturação urbana e metropolitana. O projeto aqui apresentado tem como principal objetivo instalar uma estação intermodal na região próxima à zona portuária, ponto bastante estratégico de chegada à cidade. O local escolhido foi a extinta Estação Leopoldina. A estação Intermodal Leopoldina tem como finalidade a interligação dos transportes de diferentes escalas: a local (metrô), a metropolitana (trens dos subúrbios), a regional (trem), a nacional (TAV), além de possibilitar a interface com veículos individuais por meio de estacionamento e táxis. O novo terminal buscará conexões de qualidade entre esses diferentes modos de transporte, programados conforme a logística do usuário e não das empresas operadoras dos sistemas.

FELIPE DA SILVA CAETANO

[ TRANSPOSIÇÕES ] ESTAÇÃO LEOPOLDINA COMO DISPOSITIVO DE TRANSFERÊNCIA MULTIESCALAR

Av. Francisco Bicalho

2011.1

Implantação

Corte Longitudinal

Corte Transversal

29


GABRIEL KOZLOWSKI

GEOGRAFIA DOS CLUSTERS ECONÔMICOS ORIENTADOR GABRIEL DUARTE O trabalho aborda o fenômeno dos clusters como estratégia de desenvolvimento para uma região, e toma como hipótese a perspectiva de sua implantação na cidade do Rio de Janeiro. Explora-se a maneira como os clusters especializados podem ser inseridos dentro de um ambiente urbano diversificado, de modo que o todo planejado também seja influenciado pela não planejada integração entre as partes. Coloca-se em questão como construir e desenvolver o programa de um cluster, explorando uma forma e infraestrutura de logística que satisfaça os desafios do tema e da região de implantação. O projeto é elaborado em escala urbana; é uma proposta de ocupação e densificação de uma área. Desenvolve-se um complexo localizado estrategicamente para servir como um vetor de renovação urbana para a cidade. A área que recebe esse complexo passa a ter alta concentração de recursos, gerando uma nova centralidade e aumentando, assim, a competitividade entre os atuais centros comerciais.

2011.2

Plataforma sobre a linha férrea

30


Os pilares da pataforma funcionam como esperas para os pilares dos edifícios

Estrutura do edifício alinha-se com a estrutura da plataforma

Núcleo de circulação vertical Público

Lote tipo 15m x 30m

Possibilidade de diversas configurações de usos: misto: Forma A (1), Forma B (2), Forma C (3) Homogêneo: Forma A (1,2 e 3) Térreo aéreo O proprietário do lote onde se encontra o Núcleo de circulação vertical Público, pode escolher em anexá-lo ao edifício desde que ofereça acesso e passagem livres Rua elevada Galeria de infraestrutura: água esgoto ciclovia energia banda larga

Térreo Passarela de pedestre Trem de passageiros

Trem de carga Juntas da Plataforma acontecem em um limite máx de 100m. Pilares e vigas duplos. Estação de trem

Pontos de superfície: esquema geral do conjunto proposto

31


GABRIELA BONIFACIO DOS SANTOS

REESTRUTURAÇÃO URBANA DA FRENTE MARÍTIMA DO CENTRO DE NITERÓI ORIENTADORA ADRIANA SANSÃO O objetivo deste trabalho é apresentar um projeto de requalificação urbana para o centro de Niterói. O projeto visou, essencialmente, propor diretrizes destinadas à elaboração de uma malha urbana estruturante diferente daquela encontrada atualmente na região. O foco desse estudo foi trabalhar a frente marítima, criando novos conceitos de apropriação do espaço. Atitudes como valorizar as visadas, atravessar as barreiras e redistribuir funções foram elementos que conduziram às diretrizes de projeto, primordiais para o desenvolvimento e para requalificação da orla. Trabalhar o espaço urbano junto ao mar consiste num desafio de combinar funções. Além do seu valor paisagístico, a frente marítima é uma área de grande importância na articulação do sistema de transportes intermodais da cidade. Observando-se essas particularidades, deseja-se atuar nesse espaço de forma a organizar as diversas funções, buscando coesão espacial.

Corte praça rebaixada

Corte terminal rodoviário

2011.1

Perspectiva boulevard

Perspectiva praça rebaixada

Corte geral

32


ORIENTADOR MANUEL FIASCHI Apesar de possuir o solo mais valorizado da cidade, infraestrutura de qualidade e localização privilegiada, a Zona Sul do Rio de Janeiro ainda apresenta áreas vazias e subutilizadas conhecidas como vazios urbanos. Os vazios urbanos são considerados um fenômeno negativo quando estão localizados em meio a áreas consolidadas e dinâmicas, e se tornam espaços abandonados e de desperdício dos recursos providos. Alguns desses vazios transformam-se em locais arriscados para a cidade, configurando espaços degradados que afetam seu entorno.

Planta baixa térreo

GABRIELA MOREIRA

REQUALIFICAÇÃO DE UM VAZIO URBANO

O projeto consiste na requalificação de um terreno da companhia Metrô Rio, no bairro do Flamengo, Rio de Janeiro, transformando-o em uma área útil dentro da malha urbana, em um espaço que responda às possíveis demandas do bairro e, consequentemente, gere um novo espaço de qualidade para a cidade.

Planta baixa 2° pavimento

2011.2

Edifício misto 2 - 2º ao 12º pavimento

Edifício misto 1 - 2º ao 12º pavimento

Localização

33


ILANA LUSTMAN

EDIFÍCIO DE USO MISTO NO PORTO DO RIO DE JANEIRO ORIENTADORA LEILA BEATRIZ SILVEIRA COORIENTADOR LUCIANO ALVARES O projeto abordado é um edifício de uso misto: comércio e habitação multifamiliar para classe média na faixa de dez a vinte salários mínimos.

Térreo

O objetivo não é somente atender à demanda da cidade do Rio de Janeiro por habitação, mas também levar vitalidade a um lote, até então subutilizado, na Zona Portuária do Rio de Janeiro – área em plena revitalização na cidade. Como a habitação e o comércio são usos que garantem movimentação e segurança optou-se por agrupá-los em um edifício único. A escolha do tema e do lote é pautada tanto na existência de déficit habitacional quanto na região portuária como um novo polo de interesse para o qual a cidade e o mundo têm voltado seus olhos devido aos eventos da Copa do Mundo de 2014 e das Olimpíadas de 2016. O sítio trabalhado é uma pequena área que faz parte de um novo grande portal da cidade e de uma nova legislação que será trabalhada.

Sala Comercial

Linear

Planta baixa térreo

Planta baixa 1º pavimento

O partido de implantação leva em consideração a leitura do entorno imediato. A proposta pode ser entendida como um edifício de conexão entre os vizinhos imediatos – por meio de escalonamento – e de conexão com o Morro da Conceição – por meio da passagem que liga a Rua Sacadura Cabral e o morro. O escalonamento 2011.2 do edifício também serve o propósito de valorizar as visadas para o morro. O público-alvo é de jovens que buscam moradia próxima ao local de trabalho; por isso, as unidades habitacionais têm apenas um quarto. Buscam-se o maior conforto no menor espaço (sensação de ampliação do apartamento através de espaços integrados) e áreas que proporcionem encontros (sauna, piscina, salão multiuso, sala de ginástica, lavanderia e área de contemplação).

Localização

34

Corte CC


ORIENTADOR DIEGO PORTAS Segundo pesquisa realizada pela GEPOP/ Departamento de Geografia da UFRJ, em 2000, 35% da população da Região Metropolitana do Rio de Janeiro era formado por imigrantes. Muitas dessas pessoas que chegam à cidade não possuem um lugar para permancecer até se inserirem socialmente. O bairro da Lapa é um lugar da cidade que ainda tolera todo tipo de programa. Apesar de estar passando por um processo de revitalização e super valorização, ainda é um espaço central da cidade que permite a coexistência de diversas classes sociais.

KARINA EUSTACHIO

ALBERGUE DO IMIGRANTE

O projeto tem como objetivos principais: ser mais um elemento no processo de requalificação do local em que será inserido, repensando o bairro da Lapa; gerar discussão a respeito do objeto arquitetônico histórico e o contemporâneo; e ser um espaço de acolhimento para imigrantes visa proporcionar alojamento temporário a imigrantes em situação de vulnerabilidade social, promovendo a sua integração ou reintegração na sociedade. O terreno escolhido encontra-se na Rua do Riachuelo, 129, no Centro do Rio de Janeiro. Conta com uma área vazia e uma casa no estilo eclético, que também será incorporada e repensada, principalmente, no que diz respeito ao seu valor histórico e arquitetônico para a memória do lugar. Além disso, o terreno possui uma frente para a Rua Joaquim Murtinho, em Santa Teresa.

2011.2

Partido

Localização

35


JULIANA SICURO

ENTRE O ATERRO E A GLÓRIA: UMA PROPOSTA PARA A ATIVAÇÃO DOS VAZIOS AO REDOR DA PRAÇA PARIS ORIENTADOR GABRIEL DUARTE O projeto nasce do contexto e este, ao invés de ser entendido como dado concreto é, em princípio, uma interpretação. A ideia de interseção é, então, o conceito-chave para a definição do contexto em questão. Entre o tecido urbano dos bairros centrais e o espaço público moderno extenso e sem limites precisos, identifica-se um território intermediário composto de fragmentos de áreas livres. As áreas livres em questão são terrenos urbanos em condição de indefinição em relação à sua identidade. Essa característica faz com que esses espaços sejam potenciais: espaços à disposição, à espera de um significado. A proposta trata de desenvolver a condição de intermediário, transformando em interface o que hoje é uma barreira. O espaço intermediário será proposto como elemento de transição, reforçando o sentido longitudinal do sítio e trabalhando as conexões transversais desse grande percurso com seu entorno imediato em cada ponto. A ideia de paisagem é importante para compreender o que aqui chamamos de legibilidade ou de identidade. Identidade estaria, nesse caso, associada à construção de uma paisagem nesse intermédio.

Camadas de aterro: 1900, 1930, 1960

2011.1

Rampa de acesso à estação de metrô Glória

Acesso ao complexo pela Rua da Glória

36

Midiateca e acesso ao Passeio Público


Mudanças na infraestrutura viária

Axonométrica - distribuição do programa em níveis

Vista para o edifício estação/centro cultural

Implantação do conjunto

37


LETICIA LEAL COSTA PINTO

CENTRO COMUNITÁRIO PENDOTIBA ORIENTADORA CLAUDIA ESCARLATE COORIENTADORA VERA HAZAN Este trabalho trata da criação de um Centro Comunitário para atender à população da região de Pendotiba, com o objetivo de gerar novos espaços de permanência e convívio que, atrelados a atividades culturais e de lazer, promovam integração social.

Corte AA

O Centro Comunitário proposto é diferenciado pelo seu programa, constituído de espaços que possibilitam diversidade de apropriação pelo usuário.

Corte BB

Planta de cobertura

Corte CC

R. A u

rora

Rib

eiro

2011.1

o ano Monteir

Estrada Caet

Planta baixa térreo

38


ORIENTADORA CARLA JUAÇABA O Parque Dois Irmãos surge da necessidade de demarcar limites. Próximo a favelas mas também a bairros nobres, ele emerge da pressão dos moradores para barrar o crescimento dessas comunidades carentes. Ao cercarem o espaço, diferenciaram-se o dentro e o fora do parque, definindo-se uma fronteira. Criou-se o “parque-limite”.

Anfiteatro, acesso à favela

O ReMuro atua como continuidade do parque e, ao mesmo tempo, continuidade da favela Chácara do Céu, estendendo os acontecimentos sociais da área para o parque. Esse equipamento instalando próximo à favela se articula no eixo criado pelo muro existente (feito, inicialmente, para barrar o crescimento da favela), formando patamares em concreto, que pousam na topografia e criam uma nova relação da favela com o parque. A proposta é repensar o parque e sua utilidade nos dias de hoje, repensar o muro, e se um muro pode barrar o crescimento de uma área favelizada. O ReMuro torna-se um equipamento e um atrativo. O acesso ao ReMuro é feito por rampas vindas desde o mirante da praia ou pelo funicular, localizado entre a Chácara do Céu e o maciço do Morro Dois Irmãos. A estação baixa do funicular se encontra na Estrada do Vidigal (via que conecta as favelas do Vidigal e da Chácara do Céu), paralela à Avenida Niemeyer. A estação alta localiza-se no ponto mais alto do ReMuro e, consequentemente, do Parque Dois Irmãos. A distribuição de programas é feita a partir do estudo da facilidade de acesso a esse novo equipamento no parque projetado por Fernando Chacel.

1. Acesso praia

Logo abaixo do Anfiteatro

3. Estação do funicular

2. Caminho Estrada do Vidigal

LUANA FERREIRA LIMA

REVITALIZAÇÃO DO PARQUE DOIS IRMÃOS

2011.1

O fato de ser um desdobramento de rampas e escadas não impede que o espaço seja explorado em sua totalidade, pois o desenho que faz o ReMuro se completa formando um circuito fechado com o funicular. O circuito também pode ser feito como uma forma de fio condutor para o parque existente, visto que os pontos de atração do ReMuro se relacionam com pontos destintos do Parque do Morro Dois Irmãos, trazendo nova circulação e nova vida ao parque.

5. Caminho da água

4. Distribuição de patamares

Leblon Reserva Parque Mar/visual Favela

4

1 1

3

2

39


LETÍCIA BURKARDT

COMPLEXO RESIDENCIAL ORIENTADOR MARCOS FAVERO O trabalho é motivado por dois temas pertinentes ao panorama da cidade do Rio de Janeiro: - a questão da habitação, que vem sendo caracterizada pelo convencionalismo e repetição de padrões e tipos aos quais a dinâmica de vida é obrigada a se adaptar; e - a topografia acidentada, o que nos leva a pensar na necessidade de ocupação formal de terrenos em aclive, tema recorrente na paisagem carioca que saiu da pauta da arquitetura na cidade.

O sítio

2011.2 Implantação

Recorte físico

40


Nível 3

Nível 3

Nível 2

Nível 2

Nível 1

Nível 1

Nível 3 Nível 3

Nível 2 Nível 2

Nível 1 Nível 1

Nível 3

Nível 3

Nível 2

Nível 2

Nível 1

Nível 1 41


LUIZA OLIVEIRA MATARAZZO DALE

SISTEMA DE PUXADO ORIENTADOR DIEGO PORTAS A dificuldade em implementar a construção de habitação em série no Brasil se deve, em grande parte, à falta de políticas públicas nesse sentido. Sendo assim, qualquer proposta que considere a pré-fabricação como estratégia precisa estar adaptada às condições já existentes, sem sugerir mudanças que possam promover lentidão de processos e dificuldades operacionais que já restringem esse modo de habitar no país. Como os materiais e peças de catálogo já estão presentes no mercado, os sistemas devem se apropriar deles para formular métodos de montagem. Esta proposta trata da concepção de um sistema construtivo de elementos de catálogo – denominado Puxado – para conformar uma alternativa de moradia para a classe média do Rio de Janeiro.

Sistema de montagem

A ideia de projeto surge a partir de uma célula habitacional modular, conceito baseado no urbanismo funcionalista. As soluções propostas unem a ideia do mínimo espaço de habitar e boa qualidade espacial à demanda atual por alternativas de moradia, servindo, também, como intervenção crítica aos tipos de habitação atuais no Rio de Janeiro.

2011.2

A proposta não define terreno específico, mas a ideia de projeto. As unidades habitacionais são implantadas sobre moradias já existentes que possuam laje plana, delineando uma relação de mutualismo entre o Puxado e a moradia existente. A infraestrutura do edifício alimenta as novas unidades habitacionais, e os moradores ganham segurança por tornarem-se vizinhos.

Fachada

42


Os Puxados pousam com suas patas de aço ajustáveis sobre as lajes de implantação. A estrutura é em treliças de vergalhão, que sustenta tanto a cobertura, em telhas metálicas quanto serve de apoio para as portas, instaladas em módulos de 2,10 x 2,10m). Em seu centro, há uma fenda de ajuste, onde uma calha recolhe as águas pluviais e permite a passagem desta pela edificação. As plantas são livres e não determinam os usos da casa; são divididas em quadrantes e seus usuários podem se aproveitar deles como quiserem.

Corte lateral AA’

Corte lateral BB’ O custo da aplicação do sistema de puxado sobre uma laje é baixo e menor do que as alternativas do mercado imobiliário para a classe média do Rio. As unidades habitacionais podem ser transportadas e ter suas peças entregues em qualquer lugar, como em um sistema “delivery”. O intuito é definir uma arquitetura de rápida implementação e baixo custo. Assim, há adensamento e o não estímulo a mais construção em outras áreas.

43


LUISA GOUVEA FAVER

COMPLEXO EDUCACIONAL E CULTURAL EM MIRACEMA ORIENTADORES JOÃO CALAFATE E JOÃO MASAO KAMITA O projeto visa incentivar e valorizar a cultura na cidade de Miracema, no Estado do Rio de Janeiro, com a criação de um Complexo Cultural e Educacional para alunos da região, revitalizando um dos muitos imóveis históricos do local que hoje estão subutilizados ou desativados. O ponto de partida desse projeto será a revitalização da antiga sede do Miracema Club, situado na Rua Barroso de Carvalho, no centro histórico da cidade, a fim de recuperar a memória do lugar, a vida cultural dos habitantes e incentivar o surgimento e crescimento de novas fontes de renda locais. O conjunto, composto por dois terrenos adjacentes ao edifício eclético que será restaurado, será transformado em um complexo de ensino e divulgação da cultura e da arte. O edifício abrigará uma escola de dança e teatro, um espaço para apresentações e uma biblioteca temática, conformando um largo de ambiência cultural.

2011.1 Implantação

Perspectiva do complexo

44

Escola de dança e teatro – Térreo

Escola de dança e teatro – Pavimento tipo


ORIENTADOR DIEGO PORTAS Localizado na cidade do Rio de Janeiro,o Jardim de Alah é um espaço que representa o limite geográfico entre os bairros de Ipanema e Leblon. Projetado em 1938 e tombado em 2001, seu desenho tem inspiração nos jardins urbanos franceses. Apesar de ocupar uma área nobre e significativa da cidade, a população não reconhece o espaço como passível de ser usufruído como área de lazer, mas apenas como uma transição entre Ipanema e Leblon, entre a Lagoa Rodrigo de Freitas e a praia de Ipanema A ideia do projeto é propor a requalificação do Jardim de Alah como um parque urbano de diferentes usos. A enorme degradação que o espaço vem sofrendo ao longo dos anos e a deficiência que enfrenta para cumprir o seu papel dentro da cidade foram fatores determinantes para a escolha do tema. O projeto busca tornar evidente a melhoria de qualidade de vida e de segurança pública que a requalificação da área pode trazer para os moradores e para a cidade como um todo. Além disso, busca discutir a importância e pertinência do tombamento de áreas com valor histórico, porém subutilizadas, na cidade do Rio de Janeiro.

MARCELO DE SOUZA MOURA

REQUALIFICAÇÃO DO JARDIM DE ALAH

2011.1

45


MARIA PAULA SCHOLTE

HOTEL DESIGN RETROFIT DO DEBRET ORIENTADOR MARCELO BEZERRA O projeto consiste no retrofit do Hotel Debret, situado na Avenida Atlântica, no bairro de Copacabana, Rio de Janeiro. A ideia surgiu a partir da constatação da precariedade da rede hoteleira carioca e da necessidade desta de se preparar para a demanda prevista para os próximos anos. Atualmente, o Debret funciona como hotel três estrelas, mas encontra-se em condições consideradas ultrapassadas. Como há a possibilidade de ser vendido, o objetivo é reformar o edifício de forma inovadora, levando em conta a consciência ecológica. A função hoteleira será mantida e pretende-se, a partir do conceito de “hotel design”, ampliar seu programa e integrar ao edifício atividades dirigidas ao público.

Localização

2011.1

Demolir x Construir Térreo

Demolir x Construir Tipo

46


Av. Atlântica

Rua Almirante Gonçalves

Térreo

12º Pavimento

Pavimento Tipo

Terraço

47


MARIA PIA LOURENÇO JORGE

ALBERGUE DO BARÃO ORIENTADORA ADRIANA SANSÃO PARTICIPAÇÃO NO ARQUITETO DO AMANHÃ, CONCURSO DO IAB DE 2011. PRÊMIO NA CATEGORIA PATRIMÔNIO CULTURAL O tema da proposta de projeto final surgiu da carência de hospedagem voltada para o público jovem que, muitas vezes, não possui grandes reservas financeiras para permanecer por muitos dias em um determinado local. Esse público-alvo busca estabelecimentos que atendam aos seguintes requisitos: baixo custo; boa localização; e ambiente limpo e convidativo. O bairro de Santa Teresa foi escolhido para implantação do Albergue do Barão por possuir pontos de atração para turistas. Fica situado entre a Zona Sul e o Centro do Rio de Janeiro, áreas com maior concentração de turistas, além de estar próximo das principais rotas de acesso à cidade: os aeroportos e as vias expressas. A vista privilegiada, a afinidade com as artes e a presença dos charmosos bondinhos também fazem de Santa Teresa uma escolha acertada.

Demolir e construir

O albergue se apropriará da Casa do Barão – uma edificação tombada pela sua importância cultural –, cujo cunho para hospedaria se manifestou na década de 40, quando foi a Pensão Mauá. Esta serviu de palco para discussões sobre arte moderna, sendo morada de alguns importantes artistas da época. O apelo proposto é o mesmo dos chamados “design hostels”. Essa característica se traduz na arquitetura e setorização do Albergue do Barão. Os quartos são de diferentes tipos e 2011.1 se encontram dispostos no anexo, projetado em diferentes níveis de modo a não sobrepor nem esconder a Casa do Barão, aproveitando o grande pé-direito da construção. As áreas de convívio possuem perfis diversificados e foram pensadas de forma a proporcionar trocas. O bar aberto ao público e a galeria, situados no nível de acesso, são pontos locais que convidam os cariocas a usufruirem do espaço do albergue. A sala de convívio, exclusiva para os hóspedes, conta com uma copa coletiva, espaço para refeições e jogos, e orienta-se para uma generosa área verde.

Corte A

ca onse Rua F

Guim

arães

Corte C

Rua Paschoal Carlos Magno

Implantação

Fachada 1

48


Planta nível térreo

Planta nível -3.00m

Planta nível +5.00m

Planta nível +3.00m

Planta nível +7.00m

49


MARIA DE FÁTIMA I. DE O. E BRAGANÇA

CENTRO DE REABILITAÇÃO INFANTIL NA ZONA PORTUÁRIA ORIENTADORA VERA HAZAN Reabilitação é sinônimo de recuperação da confiança, da consideração pública, regeneração ou a recuperação total ou parcial da saúde física e mental. Recapacitar a parte motora de um ser humano significa reintregá-lo à sociedade. Se para um adulto essa reintegração faz-se extremamente necessária para seu bem estar, para uma criança esse sentimento pode ser ainda mais intenso. É nesse contexto que a escolha do tema de projeto se desenvolveu: a criação de um espaço que pudesse dar novas oportunidades a crianças que precisam de acompanhamento mais intenso e satisfatório em uma área de fácil acessibilidade, não só para os moradores do Rio de Janeiro como também da região metropolitana. Desta forma, propõe-se um centro de reabilitação motora infantil que traga recursos lúdicos para compreender os sentimentos, angústias e fantasias que a criança expressa através das brincadeiras, podendo ser reproduzido em outras áreas, e servindo como instituição modelo. Trata-se de um lugar que ofereça conforto e acolhimento, não apenas às crianças como às suas famílias.

2011.1

Implantação

Fachada Rua Argemiro Bulcão

Corte A

50


ORIENTADORA LEILA BEATRIZ SILVEIRA O Centro Hoteleiro e Comercial em Três Rios visa contribuir para a nova estrutura da cidade, uma vez que são previstos seu crescimento acelerado e demanda por hospedagem. O desafio se baseia em criar um marco na área central de Três Rios, no Estado do Rio de Janeiro. A ideia do projeto consiste em reforçar o caráter comercial e de habitação temporária crescente na cidade, além de oferecer novos ambientes para seus moradores.

Planta baixa térreo

Planta nível salas

Os conceitos definidores do projeto são: legibilidade, conexão e vitalidade. O primeiro revela o caráter do edifício e o distingue com nitidez da malha urbana do entorno; o segundo busca a incorporação física e visual do edifício na cidade, no sítio e pelo usuário; e o terceiro explicita a característica mista e dinâmica do projeto. A implantação tem como gesto principal a conexão visual com a cidade e o prolongamento do espaço público, através da volumetria, que segue pontos de força do terreno.

MARIANA DE SOUZA LAVINAS

CENTRO HOTELEIRO E COMERCIAL EM TRÊS RIOS

A liberação do térreo oferece espaço aberto e coberto para livre passagem dos pedestres, localização do comércio e acesso ao apart-hotel. O programa de organiza em dois volumes. Por meio da construção térrea se delimitam acessos, áreas públicas e privadas. O segundo grande volume tem característica mista; abriga áreas de serviço, espaços de convivência, salas comerciais e apart-hotel.

Planta nível Apart-hotel

2011.2

R. Prefeito Walter Franklin

R. Pres. Vargas

Planta nível Restaurante e Salão de Eventos

Implantação

Tipos de unidades

51


MARINA PEREGRINO PIQUET GONÇALVES

CULTURAL (SHOPPING) CENTER ORIENTADOR OTÁVIO LEONÍDIO COORIENTADORA MARIA CRISTINA CABRAL A pesquisa preliminar para um projeto de museu de design identificou a progressiva redefinição dos museus como centros de consumo e entretenimento e a crescente importância que o design vem adquirindo como forma de agregar valor aos produtos comercializados. Tendo analisado museus segundo os conceitos de “híbrido como sobreposição de potenciais” e de “diversificação como forma de enriquecimento”, e não como fenômenos necessariamente negativos, esta pesquisa levou ao desenvolvimento do programa de centro (de consumo) cultural. O local de implantação escolhido foi o edifício da antiga sede do Automóvel Clube do Brasil, de 1860, no Centro do Rio de Janeiro. Em um museu tradicional, os objetos em exposição foram extraídos de seu contexto original, representando para muitos a “morte” do produto de design. Na alternativa proposta, os objetos da “coleção” podem ser contemplados enquanto estão em movimento: sendo vendidos, comprados, trocados, utilizados, debatidos. Este dinamismo que se pretendeu injetar ao programa inicial de “museu de design” também guiou a intervenção no edifício que iria abrigalo: infiltração x contenção, sobreposição x setorização, simultaneidade x sucessão.

17,50

8,65 e 11,50

2,95 e 5.50

2011.1

Local de intervenção

-1,00 e 0,00

Implantação

Vista Rua do Passeio

52


Loja

Feiras e exposições ao ar livre

Café/Restaurante: exposições em uso

Armazém aberto

Galeria de Design

Exposição temporária

53


LIANA DIAS IANNIBELLI

CRECHE TERAPÊUTICA ORIENTADORA LEILA BEATRIZ SILVEIRA A proposta do projeto consiste na associação de um espaço educacional a um espaço de saúde. A creche é voltada para crianças até seis anos de idade que, por serem pacientes crônicos, necessitam de cuidados especiais permanentes, o que inclui um acompanhamento profissional qualificado e um espaço adequado que leve em conta suas limitações e, principalmente, suas potencialidades. Dessa forma, o conjunto sócio pedagógico inclui, além dos berçários e salas de recreação, fisioterapia, terapia ocupacional, fonoaudiologia e musicoterapia. Implantada num lote com características muito particulares, por ser um terreno de centro de quadra, o partido arquitetônico valoriza a dualidade estreito x amplo. Com o objetivo de criar um universo infantil que se distancia do caos da cidade, foi estabelecida uma espacialidade introspectiva, sendo o pátio central um norteador de fluxos. É também nele que se situam os três parquinhos com pisos diferentes e a piscina, destinados à recreação e às atividades terapêuticas lúdicas para o desenvolvimento motor e cognitivo.

Planta baixa térreo

O projeto buscou também preservar todas as árvores existentes no terreno, criando então aberturas nas quais as árvores se integram com a arquitetura, além de possibilitar a fácil leitura do espaço pelas crianças através do uso de cores primárias.

2009.2

Assim sendo, o espaço da creche terapêutica visa melhorar a vida das crianças e de suas famílias, já que aquelas não são absorvidas com qualidade em creches convencionais.

Planta baixa 1º pavimento

Vista geral

Implantação

Acesso à creche

54

Pátio central


ORIENTADOR FERNANDO BETIM

Vista Longitudinal

Elevação Cabana de Hóspedes

Elevações Sede

Um terreno em declive no meio da mata do parque norteou a concepção projetual desta proposta. A primeira decisão projetual foi de intervir no terreno de maneira menos agressiva possível. Assim, elevou-se a construção para diminuir a impermeabilidade do solo, como também livrá-la da umidade. O sistema construtivo foi pensado para evitar o desperdício, a geração de entulho e potencializar a agilidade da obra. Dessa forma, foi adotado o conceito estrutural de grelha com módulos prédefinidos de 5,5 x 5,5m e estrutura em madeira proveniente de reflorestamento.

MAYUMI YAMAGATA

POUSADA DO PARQUE

Detalhes

Chapas de cisalhamento

2011.1

Encontro Pilar-viga

Banzos

Banzos de 5 cm

Cantoneiras de aço fixas com parafusos de ancoragem ao dormente à estrutura do piso

55


MIGUEL DEL CASTILLO

ATMOSFERAS: UMA TENSÃO ENVOLVENTE ENTRE LITERATURA E ARQUITETURA ORIENTADORA ANA LUIZA NOBRE

CO-ORIENTADOR KARL ERIK SCHØLLHAMMER

O trabalho explora a relação entre literatura e arquitetura, elaborando algumas das diversas possibilidades abertas por esta aproximação. Segue, fundamentalmente, por três caminhos, procurando explorar como a literatura pode contribuir para 1) a escrita de/sobre arquitetura; 2) a reflexão sobre a essência do espaço construído; e 3) a leitura de obras construídas. Essas três partes são construídas simultaneamente e interrelacionadas. A primeira, espinha dorsal das seguintes, é composta de reflexões acerca da escrita de arquitetura em si. A segunda, de caráter teórico-conceitual, prioriza a elaboração do conceito de atmosfera – explorado por Peter Zumthor na arquitetura, mas principalmente enraizado na teoria literária. A última, mais poético-ensaística, é voltada para a produção de textos sobre obras arquitetônicas – casas. A seguir, extratos de cada uma das partes.

Lina Bo e Pietro Maria Bardi na sala da Casa de Vidro

Produto final do TCC: livros impressos e “capa”

ESCREVER SOBRE ARQUITETURA LATÊNCIA É instigante observar como Rem Koolhaas, associando texto e imagem, apresenta – no livro-projeto S, M, L, XL – sua concepção para o museu Kunsthal, em Roterdam (1992). Ao invés do tradicional memorial descritivo, normalmente usado por arquitetos como justificativa e explicação de um projeto, ele escolhe um trecho da peça Esperando 2011.2 Godot (1949), de Samuel Beckett. Em cada página dupla do livro há um diálogo entre duas pessoas, Vladimir e Estragon. As falas são entremeadas por pequenas frases que indicam um percurso: “Desça”, “entre no hall inferior, que dá para o parque”... Aqui, aparece uma das mais belas conexões. A imagem deste hall – de teto escuro com múltiplas luminárias-bastão brancas, chão acinzentado e pilares-árvores – é associada à seguinte fala: “Estou dizendo que não estávamos aqui ontem à tarde. Você teve um pesadelo”, e à breve descrição do arquiteto: “É escuro, com uma floresta de cinco colunas”. O jogo prossegue, até que, após a espiral que Koolhaas leva seu leitor a fazer no interior do museu (ele começa o texto com a pergunta “como pensar uma espiral em quatro quadrados separados?”), saímos para o parque, e logo chegamos à última fotografia, a fachada do museu vista de fora. Seguem-se os desenhos técnicos do projeto. “Não sou historiador” é a segunda fala extraída de Esperando Godot para começarmos a percorrer o museu. Nela, Koolhaas parece fazer uma autoconfissão sobre seu método pouco tradicional. Como se não bastasse o ineditismo neste modo de apresentar o projeto, a escolha desta peça específica de Beckett mostra-se extremamente relevante, e nada casual. 56

É em Hans Ulrich Gumbrecht que encontraremos o motivo. O filósofo alemão utiliza Esperando Godot como exemplo máximo na literatura para explicar o que entende por “clima de latência”: “Esperando Godot não é uma representação da latência pós-Segunda Guerra Mundial; a peça, ao contrário, é sua máxima condensação, uma vez que emerge de um oceano de latência. Pois não passa pelas cabeças de Estragon ou Vladimir que Godot, a quem nunca viram, possa ser um fantasma ou simplesmente não exista. Tal como seu mundo aparece, a existência de Godot é uma certeza da qual eles às vezes lembram um ao outro e cujas consequências eles ocasionalmente mencionam” (Hans Ulrich Gumbrecht, “Uma rápida emergência do clima de latência”. Topoi, v. 11, n. 21, jul.-dez. 2010, p. 309). Os dois personagens esperam por algo que não sabem se realmente existe. O texto indica uma latência presente no ar, na atmosfera, e que, embora paralise-os, os obriga a falar sobre ela: “ESTRAGON: Lugar encantador. (Dá a volta, caminha em direção à boca de cena, junto à plateia) Esplêndido espetáculo. (Volta-se para Vladimir) Vamos embora. / VLADIMIR: A gente não pode. / ESTRAGON: Por quê? / VLADIMIR: Estamos esperando Godot”. Aproximada das imagens do projeto de Koolhaas para o museu Kunsthal, a paralisia de Vladimir e Estragon revela o “oceano de latência” que tenciona o projeto e, diálogo estático, movimenta a cena, de uma página a outra, criando percursos inesquecíveis. Aparecendo depois deste caminho literário-visual, os desenhos técnicos fazem (e ganham) todo sentido. O conjunto, neste trecho de S, M, L, XL, torna-se uma espécie de livro ilustrado de arquitetura. Escrever sobre arquitetura poderia ser algo como revelar latências, permitir e criar percursos, tirar o leitor da inércia e provocar uma experiência única?

Dupla de páginas do livro S, M, L, XL, de Rem Koolhaas.

Olafur Eliasson, The Weather Project. Tate Gallery, Londres, 2003.


Fotos de Fran Parente

ATMOSFERA

LEITURAS

VERBETE

DESCALÇO

Como podemos definir atmosfera, afinal? Existe uma definição mais apropriada para a arquitetura? Ao chegar a este ponto, a reflexão vai se desdobrando mais em interrogações do que em afirmações. Ainda assim, num esforço de sistematizar nossas leituras, poderíamos propor uma espécie de verbete para os dicionários de arquitetura, feito à maneira de uma colcha de retalhos – no caso, das acepções colhidas até aqui.

[Casa-ateliê, Mario Fraga e Carla Juaçaba]

1. Aquilo que é transmitido, depreendido a partir de uma obra de arquitetura. 2. Tensão que envolve a experiência singular de um espaço arquitetônico. 3. Interação entre um espaço (como ambiente, clima) e aquele que o experimenta, numa experiência que pode gerar diferentes estados de espírito (acolhimento, sedução, repulsa etc.). 4. Blocos de afectos e perceptos que podem existir em um ambiente construído, dependendo da experiência do sujeito. 5. Presença, vibração, cercamento com realidades materiais do espaço que têm um impacto físico no corpo humano, e não apenas interpretativo ou intelectual. 6. Envolvência física e emocional entre um espaço construído e quem o experimenta.

É sair da cidade e logo surgem à beira da estrada [...] feitas de pau-a-pique, pau do mato próximo e da terra do chão, como casas de bicho [...] e ninguém liga, tão habituado que está, pois “aquilo” faz mesmo parte da terra como formigueiro, figueira brava e pé de milho – é o chão que continua... Lucio Costa

Chegamos à tarde. Paramos o carro junto ao alto muro de pedra. De baixo eu não vi, não imaginei. Alguns passos por um caminho de terra e, quando percebi, estávamos na sala, e então na cozinha. O Mario insistiu que tomássemos logo o sorvete de cupuaçu para não derreter. Estava mesmo no ponto. Acho que foi nessa hora que ele colocou Villa-Lobos pra tocar. Na cozinha, devoramos o sorvete comprado na lendária Tacacá do Norte. Das prateleiras-muro-de-contenção, o Mario trazia copos, talheres etc. Ali, incrustados no talude de pedra, estavam o fogão, a geladeira industrial, a pia e todos os utensílios. A cozinha, estômago da casa, vive colada à terra. A entrada foi sutil por duas razões: a porta de correr de vidro; e o barro. Principalmente o barro: todo o piso estava cheio dele. Não é que estivesse sujo; as marcas são de anos e por sorte nunca saem. Melhor assim. Há um claro gesto de projeto aqui: construir um grande arrimo, para não deixar o barro escorrer; implantar a casa em seu limite, escondida para quem olha de baixo, abrindo-se para o terreno que continua em cima; apropriar-se do barro do chão e da pedra, que entra pela casa e aparece reconfigurada no muro de arrimo. Da sala vê-se o quarto no segundo andar. Subindo a escada, temos acesso ao resto do lote – onde o barro continua. A casa toca tão delicadamente o terreno (sua estrutura horizontal, de elegância miesiana, fica a apenas alguns centímetros do chão), que se torna de barro também. “É o chão que continua...”, como disse Lucio Costa. São as cores terra, ocre e siena do pintor Mario que continuam, fazendo às vezes do barro, nas telas e no chão. Após sair e andar pelo terreno, voltar à casa, sentar na sala-ateliê, ir até a varanda, voltar à mesa, senti uma vontade súbita de tirar os chinelos e ficar descalço. A instrução divina para Moisés, antes que ele enfrentasse o faraó e conduzisse toda aquela gente Mar Vermelho afora, foi: “Tire as sandálias dos pés, pois o lugar em que você está é terra santa”. Para o futuro líder do povo judeu, retirar as sandálias significava respeito, sim, mas também era um modo de sentir melhor aquela terra que, agora sabia, era santa. Guardadas as devidas proporções, acho que ouvi algo parecido. Não prevejo mar vermelho algum para mim, menos ainda arguições com faraós. Ainda assim, meio sem jeito e sem que ninguém visse, tirei por um instante o chinelo e pisei nas placas manchadas do chão.

*** Foto de Miguel del Castillo

Peter Zumthor, Capela Bruder Klaus (Wachendorf, Alemanha, 2007). Foto de Hélène Binet.

Cena do filme Mon Oncle (1958), de Jacques Tati.

O resto do terreno agora tem uma nova construção. Outra casa, que junto com o barro, atraiu para si a luz. Seu princípio é o mesmo: dividir o mínimo os espaços, separá-los apenas quando necessário e da forma mais leve possível: a palha é usada, novamente, como inesperada divisória. Implantada na parte mais alta, a casa encosta no muro que faz divisa com o outro lote. No limite, não há telhas ou laje. Uma claraboia de vidro demarca o encontro. Através dela, e das aberturas para o outro lado, a luz entra e revolve o barro. Por trás das partículas de poeira, da palha das cadeiras e das árvores lá fora, as sombras se formam e conformam uma espécie de baile silencioso. E de repente me dou conta que essa era a travessia para se fazer descalço: não através do mar, mas da casa maior para a edícula. Ali no meio, ao ar livre, a piscina, toda feita de pedras, e o muro vermelho-terra ao fundo. Bem antes do Mar Vermelho, diz o relato bíblico, a Terra era sem forma e vazia. A mesma voz que instruiu Moisés então ordenou: “Haja luz”. E houve luz. Dias depois, soprou nas narinas de um boneco de barro, tornando-o ser vivente. 57


NATÁLIA VAZ DE MELLO SCHMIDT

REVITALIZAÇÃO DE UM VAZIO EDIFICADO PARA USO MISTO ORIENTADOR JOÃO CALAFATE O projeto trata da revitalização de um vazio edificado para uso misto na Zona Portuária do Rio de Janeiro, pautando-a por medidas sustentáveis. O partido projetual adotado se materializa nas estratégias de intervenção por meio de soluções passivas ao invés da dependência de novas tecnologias e acessórios. A “casca” do edifício existente será preservada, porém com algumas intervenções contemporâneas pontuais para readequar o imóvel ao espaço urbano. A intenção cria uma nova estrutura interna, visando à flexibilidade do projeto, tanto na habitação quanto no comércio. Esse gesto reduz o número de intervenções de adaptação necessárias, contribuindo para a apropriação e prolongando a vida útil do edifício, além de assegurar a adequação aos modos de habitar de diferentes usuários e à sua mutação no tempo. Os sistemas construtivos pré-fabricados serão utilizados para adaptar a nova estrutura à pré-existência por meio de um módulo determinado pela composição tipológica das fachadas do edifício. Isso viabiliza a flexibilidade, conferindo vantagens nas fases de construção, devido ao processo simplificado de montagem (limpo e racional), e reduz, por consequência, o desperdício de material. Na desconstrução, por sua vez, facilita a desmontagem de componentes e a sua posterior reutilização.

Outra estratégia utilizada é a redução das 2011.2 necessidades por energia, assegurando condições de conforto aferidas por parâmetros como temperatura, humidade, ruído e iluminação. Para isso, foram criados quatro prismas e janelas no telhado que resolvem a iluminação natural e a ventilação cruzada, tanto nas residências quanto no comércio, visando minimizar o consumo de recursos não renováveis e dispensando soluções ativas ou mecanizadas. Os espaços são vazados e fluidos, com amplos interiores, e fechamentos que bloqueiam a intensa luz solar, mas permitem a entrada de ar. Há também o recolhimento e aproveitamento das águas pluviais, diminuindo o consumo e evitando disperdício.

Situação

58

Corredor

Livraria

Portaria


Planta mezanino/tĂŠrreo

Planta segundo pavimento

Corte AA

Corte BB

Corte EE

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PEDRO CHIANELLI SALGADO DIEGUEZ

NOVO CINEMA ICARAÍ ORIENTADOR JOÃO CALAFATE A revitalização do Cinema Icaraí parte da identificação de sua representatividade para os moradores da cidade de Niterói. Com isso, identificaram-se dois tipos de memória relativos ao projeto original: material e imaterial. Por identificar a memória imaterial como a mais importante (não deixando de lado a memória material), o conceito do projeto foi o de promover a criação de espaços fluidos que, em seu resultado final, formam uma espécie de fórum de trocas interpessoais, devolvendo à cidade o que era mais valorizado no antigo Cinema Icaraí e foi perdido gradativamente ao longo do tempo. O novo programa engloba outras funções e modifica o comportamento do cinema no interior da edificação para atender às demandas econômicas atuais (salas menores no lugar de uma sala grande). O uso da edificação tem horários e públicos pluralizados.

Cobertura

Planta 4º Pavimento

Uma livraria é proposta como fio condutor das conexões entre todos os espaços, criando, assim, uma diluição que faz com que os frequentadores tenham uma leitura única de tudo que acontece no interior da edificação. O vazio vertical dá ao usuário a possibilidade do contato visual até a laje de cobertura.O elevador panorâmico e as escadas rolantes que estão presentes nesse vazio convidam o usuário a acessar todos os pavimentos.

2011.1

Corte Longitudinal

60

Planta Pavimento Térreo


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PEDRO ZARUR

INTERVENÇÃO NA FAVELA CHICO MENDES ORIENTADOR MANUEL FIASCHI Esta proposta tem como objetivos: criar unidades habitacionais e comerciais, formalizando e melhorando a qualidade de vida dos moradores da favela Chico Mendes, na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro; e utilizar o parque Chico Mendes como agente transformador na intervenção, integrando-o ao tecido urbano e conectando-o à orla. São propostas 3 intervenções: Intervenção 1: a implantação do terceiro edifíco não remove nenhuma residência pré-existente, mas utiliza-se de um terreno atualmente vazio, e cria um centro comercial com 39 lojas, todas com grandes áreas de convivência, e 38 vagas para automóveis.

Intervenção 1

Intervenção 2

Intervenção 2: a construção do edifício proposto remove duas residências e usa três terrenos vazios; nele são criadas 42 unidades residenciais, 8 lojas comerciais e garagem com 58 vagas, que substituirão as vagas antes ilegais, no canteiro central. Intervenção 3: atualmente, existem 60 residências no local. O projeto recria essas 60 unidades habitacionais sem que nenhum morador seja relocado. Além disso, oferece qualidade habitacional e ainda cria uma grande área livre para os moradores e para a cidade. O fato de serem três blocos independentes permite que as obras sejam realizadas em três etapas, diminuindo o transtorno na vida dos moradores atuais.

2011.2

62

Intervenção 3


ORIENTADORA CLAUDIA ESCARLATE O desejo de remover as barreiras culturais que dividem a cidade formal da favela surge como ponto de partida para estimular um contato mais intenso entre as partes, incentivando a reconstrução de uma cidade menos fragmentada. O objetivo de se criar uma Casa de Cultura e Ateliers-residência no ponto mais alto da Rocinha (sub-bairro do Laboriaux) é tirar partido deste rico posicionamento geográfico. A seleção de atividades específicas focadas em diferentes áreas artísticas (teatro, circo, música, dança e artes plásticas) foi feita com a intenção de promover a interdisciplinaridade no ambiente.

RAFAEL CARVALHO PIERI

CASA DE CULTURA E ATELIERSRESIDÊNCIA NA ROCINHA

2011.1

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RAFAEL CHAVES

COMPLEXO JUDICIÁRIO FEMININO

1. Corregedoria 2. Cartório 3. Procuradoria 4. Guarda 5. Sala dos juízes 6. Adm./Recepção 7. Lanchonete 8. Empreendedorismo 9. Juizado

ORIENTADORES VERA HAZAN E PEDRO LOBÃO PARTICIPAÇÃO NO ARQUITETO DO AMANHÃ, CONCURSO DO IAB DE 2011 Implantado na Cidade Nova, entre os prédios da Prefeitura do Rio e o Centro de Convenções Sulamérica, o edifício denomina-se Complexo Judiciário Feminino, pois consiste na união de três instituições da arquitetura prisional, com atividades ligadas ao setor jurídico. São elas: o Centro de Observação, a Penitenciária, Casa do Albergado, Juizado de pequenas causas, Cartório, Corregedoria e Procuradoria. A escolha pelo gênero feminino se deu devido à falta de um programa específico voltado para mulheres, e, principalmente, por acreditar que elas podem ser incluídas à sociedade mais facilmente. No Centro de Observação, local onde a preocupação com a segurança é mais rígida, as detentas são mantidas e assistidas enquanto aguardam o seu julgamento. Após a condenação, as mulheres podem ir para a Penitenciária – com celas individuais ou coletivas, dependendo do grau de isolamento necessário – ou para a Casa do Albergado, local onde a pena é de semi-liberdade e existe uma relação mais direta com a sociedade. Desta forma, a edificação organiza-se da seguinte maneira: quanto mais alto o pavimento, maior é a preocupação com a segurança; e quanto mais próximo ao térreo, maior é o contato com o a sociedade e mais próxima da sua liberdade a detenta fica.

Planta Pavimento Térreo 1. Creche 2. Consultório 3. Maternidade 4. Adm./apoio 5. Sala de reunião 6. Adm./recepção 7. Guarda 8. Sala de aula 9. Multiuso 10. Juizado

Planta 2º Pavimento

1. Cultivo orgânico 2. Quadra poliesportiva 3. Piscina

2011.1

Localização

64

s

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Planta 5º Pavimento


60 detentas no centro de observação

120 detentas na penitenciĂĄria

240 detentas na casa do albergado

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RAFAELA VIANA FLAHERTY

REUTILIZAÇÃO DE GALPÃO PARA FINS HOTELEIROS ORIENTADOR SILVIO DIAS Existe um déficit no setor hoteleiro da cidade do Rio de Janeiro e isso tende a piorar, especialmente com a Copa de 2014 e os jogos olímpicos de 2016. O projeto visa contribuir para a diminuição desse déficit propondo a revitalização de um armazém abandonado, localizado na Zona Portuária do Rio de Janeiro, para a criação de um hotel. Edifício na esquina da Avenida Rodrigues Alves e da Rua Antônio Lage, o armazém terá sua pele existente retrabalhada e seu uso interno modificado. Suíte Executiva 45m²

Suíte Charme 65m²

Av. Rodrigues Alves e Rua Silvino Montenegro

2º Pavimento

Suíte Rio 45m²

2011.1

6º Pavimento Suíte presidencial

Suíte Presidencial 85m² 3º Pavimento

7º Pavimento

4º Pavimento

8º Pavimento

Suíte charme

Suíte Executiva - 45m² (75 aptos) Suíte Charme - de 45m² a 90m² (17 aptos) Suíte estúdio - 67m² (7 aptos) Suíte Rio - 45m² + Varanda (12 aptos) Suíte Praça - 45m² (5 aptos)

5º Pavimento

Suíte Presidencial - 85m² (6 aptos) Suíte Deluxe - 140m² (2 aptos) Total - 124 apartamentos

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Pátio interno


ORIENTADOR JOÃO MASAO KAMITA Exemplo da “rua-corredor” e das quadras do Plano Agache executadas Fonte: Naylor Vilas Boas Quadras fechadas do Plano Agache A “rua-corredor” - região de maior adensamento, movimentação, congestionamento - estreiteza das ruas-corredor - sensação de confinamento - má integração espacial da edificação com a rua e do pátio interno com a área externa - ventilação e iluminação natural são precárias - são pátios que não passam de fundos de salas, depósitos, inclusive estacionamentos improvisados e abrigo para moradores de rua, apresentando um cenário de decadência, má conservação.

blocos “erguidos” pelo uso de pilotis espacialidade e fragmentação dos blocos

Instituto de Resseguros do Brasil

Edifício de escritórios Edificações da Comissão do Plano da Cidade executadas

- maior distância entre as edificações - grandes praças - aumento da eficiência da ventilação, insolação, higienização e salubridade - transmite estranha sensação ao usuário de estar em uma praça e em uma rua simultaneamente - pela dimensão espacial e implantação aberta, surgem vários espaços residuais e sem conformação definida, ficando vulneráveis às ocupações informais - as praças são reduzidas a áreas de estacionamento, tanto nos edifícios lineares quanto no redent.

Desde os primeiros planos urbanísticos para a cidade, consta a intenção de arrasar o primeiro núcleo urbano da cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro, visto como sinônimo de atraso, decadência, miséria e vergonha. Iniciada no ano de 2008, no âmbito das atividades de Iniciação Científica (IC), essa investigação trata da transformação urbana desde o desmonte do Morro do Castelo, em 1922, situado na área central da cidade do Rio de Janeiro, até os dias atuais. A partir de um estudo preliminar, chegamos a quatro planos urbanísticos marcantes e definidores para as características da paisagem atual da área. Dessa forma, partindo da demolição do morro, em concomitância à construção de aterros realizados próximos à área, os principais planos elaborados foram: o projeto da Exposição do Centenário da Independência (1922); o Plano de Remodelação, Extensão e Embelezamento – Plano Agache (192730); o plano de urbanização do Castelo, realizado pelo Serviço Técnico da Comissão do Plano da Cidade – Plano Piloto do Rio de Janeiro (1937-45), criado pela Prefeitura do Distrito Federal e, a partir de 1938, coordenado em alguns períodos pelo arquiteto e urbanista brasileiro Affonso Eduardo Reidy; e o Plano de Realizações da Superintendência de Urbanização e Saneamento – SURSAN (1957-73). Com base na pesquisa histórica sobre os quatro planos realizados para a esplanada do Castelo, fizemos um recorte procurando investigar mais detidamente a relação entre o Plano Agache (1927-30) e o Plano da Comissão do Plano da Cidade (1937-45). Ambos são contínuos em sua temporalidade, embora opostos em seus princípios teóricos e ideológicos, e igualmente ligados através de personagens que participaram do contexto de vida um do outro, tendo, como resultado, a repercussão dos planos e das relações entre os urbanistas e seus ideais de mundo refletidos no espaço urbano dos dias atuais. A área de atuação tem o perímetro definido pela Avenida Rio Branco, Rua São José, Avenidas Antônio Carlos e Erasmo Braga até a Baía de Guanabara – da Praça Mercado Municipal ao Serviço de Saúde dos Portos –, passado pelas Avenidas General Justo e Beira-Mar, até, novamente, a Avenida Rio Branco. Não se trata apenas de um tema histórico, de se descrever um determinado “processo de transformação urbana” que começa e se encerra entre datas definidas. Isso pressuporia que o problema em foco teria encerrado seu processo. Ao contrário, o problema colocado nos é contemporâneo, pois além de compreender a relação e conflitos entre os dois planos, incluindo-se aí a ideologia dos próprios arquitetos, é discutida a situação atual da área de estudo, justamente por considerá-la não decidida. Por que o trecho em questão não encontrou consolidação urbana, por que insiste em se manter como uma sequência desconexa de ações erráticas e descoordenadas que acentuam ainda mais sua desagregação?

RUSSEANA MARREIROS BARBOSA

PLANOS PARA A ESPLANADA DO CASTELO

2011.2

Exemplo da “rua-corredor” do Plano Agache vista por outro ângulo

Edifícios do Plano da Cidade

Observa-se que, apesar das intensas mudanças sofridas na esplanada do Castelo, a área ainda carece de inteligibilidade e definição. - As idealizações para aquela área foram um pouco perdidas e desconectadas. Logo, questiona-se a postura do projetista diante das decisões de projeto. - Seria por excesso de confiança em seu trabalho? -Será que eles teriam sido otimistas demais e queriam lançar seus próprios desejos egoísticos nos planos? - O que se observa, atualmente, é a falta de estreita ligação com a realidade, com o que a cidade precisava e precisa.

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SABRINA BEITLER

CENTRO DE ARTES CORPORAIS ORIENTADOR HERMANO FREITAS O terreno escolhido fica situado na Rua Marquês de São Vicente, número 104, no bairro da Gávea, Rio de Janeiro. Dava lugar ao antigo Laboratório Parke Davies, construído no século XX. O antigo Laboratório encontra-se, atualmente, em ruínas. Não possui identidade arquitetônica definida e nem valor histórico para o bairro. Por isso, a construção abandonada será demolida e receberá em seu lugar um novo projeto com um novo uso.

Implantação

A ideia é propor uma nova opção de espaço voltado para a cultura e criar um espaço público aberto para o convívio e lazer dos moradores e frequentadores do bairro. O projeto é uma nova oportunidade de ensino para os alunos das inúmeras escolas públicas e particulares presentes no bairro, podendo estabelecer convênio com essas instituições, de forma que os alunos possam ter acesso a esse novo espaço.

Planta baixa térreo

2011.2

Planta baixa 1º pavimento

praça de entrada

Corte BB

68

foyer

auditório

sala de aquecimento

salas de aulas praça de convívio de danças

salas de aulas de artes marciais

praça de espetáculo externo


Praça de convívio

Praça de entrada

Foyer auditório

Bloco de alojamento para professores e espetáculo externo

Sala de aula

Corte AA

Corte CC

Corte EE

69


STEPHAN CANDIAGO CERÁVOLO 2011.1

TRANSBORDA - REVITALIZAÇÃO DA LAGOA DE GERIBÁ ORIENTADOR PIERRE-ANDRÉ MARTIN COORIENTADORA CLAUDIA ESCARLATE A Lagoa de Geribá, em Búzios, é tratada hoje como um fundo do famoso balneário fluminense. É um lugar onde se sobrepõem problemas urbanos e ambientais num cenário de degradação histórico e continuo. Como resposta a essa situação, a proposta desenvolvida busca trabalhar integrando as problemáticas urbanas e ambientais por meio de soluções paisagísticas. Tirando partido das características fisiográficas do local, o projeto trabalha com a regeneração de ecossistemas nativos do centro de fitodiversidade de Cabo Frio. Esse programa de recuperação ambiental é costurado com o reordenamento urbano, a criação de novas áreas públicas, a gestão naturalizada das águas pluviais e educação ambiental.

Localização

Lagoa de Geribá

Praça Geribá

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Plano Geral

Píer Lagoa


Praça Geribá, Píer Lagoa, Praça Búzios e Mirante Manguinhos – Plantas

Praça Geribá

Píer Lagoa

Praça Búzios

Mirante Manguinhos

Praça Búzios

Mirante Manguinhos 71


THAIS PEVA COSTA

REVITALIZAÇÃO DA ESCOLA DE MÚSICA DA UFRJ ORIENTADOR LUCIANO ALVARES O mutualismo – associação entre dois seres vivos, na qual ambos são beneficiados, resultando frequentemente em dependência mútua – é o conceito norteador desta proposta. O edifício objeto de revitalização e seu novo anexo tornam-se interdependentes, tanto programaticamente quanto formalmente. A intervenção não busca repetir a arquitetura presente ou aparecer de forma agressiva frente ao já consolidado. Ao contrário, intenta estender e potencializar a relação de troca entre o edifício e a cidade.

Fachada Av. Men de Sá

O anexo foi implantado na lateral direita do edifício, onde, atualmente, existe uma empena cega. Como estratégia de integração dos dois volumes, criou-se um espaço de articulação; neste está localizado o novo acesso à edificação.

Fachada Rua do Passeio

Corte E

2011.1 C

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Planta Pavimento Térreo Localização

Planta 1º Pavimento

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