Curso de Arquitetura e Urbanismo Puc-Rio Rio de Janeiro, 2014
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Quem é o profissional Nas grandes cidades, a demanda por profissionais capazes de melhorar o espaço urbano é nítida: gente demais, moradia de menos, transporte caótico, pouco verde, baixa qualidade de vida. Nesse cenário, o papel do arquiteto é cada vez mais importante. Mais do que qualquer outro profissional, é ele o principal responsável pelo bem-estar de todos que moram na cidade. Compreender e traduzir as necessidades de indivíduos e de comunidades, criando soluções viáveis e criativas para os problemas apresentados, é a função do arquiteto e urbanista, cujo campo de trabalho está em qualquer lugar ocupado pelo homem. No Brasil, o exercício profissional do arquiteto e urbanista é regulamentado desde 1933. A habilitação é única e a lei que rege a profissão atribui a ela o exercício de atividades referentes a edificações, conjuntos arquitetônicos, monumentos, arquitetura paisagística e de interiores, urbanismo, planejamento físico, urbano e regional. Nessas áreas, o arquiteto e urbanista pode exercer as atividades de elaboração, coordenação, supervisão, orientação técnica e especificação de projetos, planejamento e acompanhamento de obras, assessoria, consultoria, execução de perícias e de avaliações. Iluminação, comunicação visual e design também são campos de atuação do arquiteto. Não são raros, além disso, os arquitetos que atuam nas áreas de história e crítica da arquitetura e das artes plásticas.
O que é o curso O curso de Arquitetura e Urbanismo da PUC-Rio está diretamente ligado aos departamentos de Engenharia Civil, Artes & Design e História. Tem como objetivo formar o aluno para trabalhar como profissional de projeto em arquitetura e urbanismo, em construção civil e em paisagismo. Também prepara o estudante para atuar na área da preservação do patrimônio artístico e cultural. Concebido de maneira a fornecer instrumentos projetuais e técnicos, assim como desenvolver o pensamento crítico necessário para a inserção do novo profissional no mercado de trabalho, o curso fundamenta-se numa proposta de ensino integrado. Essa concepção se reflete na estrutura curricular, com grande destaque para as disciplinas de projeto de arquitetura. A participação de professores de diversas áreas, compartilhando conteúdos e desenvolvendo novas competências, busca a integração efetiva entre a teoria e a prática, a criatividade e o pensamento crítico. Já o programa de estágio possibilita ao aluno exercitar o dia a dia da profissão no Escritório Modelo, participando de projetos de cunho social ou trabalhando em escritórios de arquitetura e urbanismo. O currículo inclui, ainda, disciplinas eletivas livres, oferecidas no âmbito do curso ou por outros departamentos da PUC-Rio. Outra marca da graduação em Arquitetura e Urbanismo são as chamadas atividades extracurriculares, com destaque para viagens nacionais e internacionais, organizadas por professores e alunos. Os convênios com universidades estrangeiras também oferecem aos estudantes a possibilidade de realizar viagens de intercâmbio internacional.
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Aos formandos de 2012 Esta revista, de publicação anual, apresenta trabalhos de à publicação dos trabalhos de Preparei este os texto introdutório conclusão de curso de graduação emalunos Arquitetura e Urbanossos formandos com uma questão que já há algum nismo da PUC-Rio. É sempre inspirador ver como os novos tempo não me deixa descansar. Nestes últimos períodos fui arquitetos iniciam o exercício dasurpreendido profissão, mobilizados pelo abordagens de alunos em vias por constantes desejo de tornar sempre melhores os espaços em que vivede se formar. Uma frase comum se repetia: mos - nossas casas, espaços de trabalho e lazer, nossas “Professor, preciso me formar rápido, já estou trabalhando e cidades. preciso logo de meu diploma!” Os trabalhos desses jovens arquitetos, aqui reunidos, refleEste discurso passou a ser também pronunciado por alunos tem sua busca por compreender a complexidade e abranmais recentes me solicitando, como coordenador de curso, gência do campo da arquitetura e atuar sobre ela, debruque agilizasse ou criasse caminhos que permitissem um proçando-se sobre uma variada gama de objetos de projeto e cesso mais curto de conclusão. reflexão teórica, de forma crítica e transformadora. Incluem publicação, escola se depara novamente com propostas para espaços de usoNesta privado e coletivo,nossa transitanmais dois anos de alunos que ingressam na vida profissiodo pelas diferentes escalas, disciplinas e abordagens metoEscrevo tardiamente para esta publicação que deveria dológicas, numa diversidade denal. temas que faz pensar sobre ao certo avaliar que a participação o desafio dessa profissão e a responsabilidade impõe a destes jovens em anos já finalizados. o nas que vidas falaremos cabe perfeitamente nas cada profissional frente ao impacto de suasMas obras percepções de todos nossos alunos. Formados e ainda em das pessoas e no meio ambiente. atividades acadêmicas. Como cada um desses arquitetos poderá contribuir para Noto, assimprogressivamente como vários colegas, uma grande agitação no uma produção arquitetônica e urbanística universo profissional, como há tempos não se via. Uma preomelhor? São muitos os potenciais que se revelam nos proefervescente acelerar a finalização dos estudos, jetos desses ex-alunos. Algunscupação dos trabalhos exibidosem desque sobressai sobre a própria tacaram-se pelo domínio da linguagem gráfica, outros pela formação destes futuros arquiem quase todos os períodos. Uma ansiedade que se profundidade da reflexão teórica,tetos traduzida em projeto. constrói mediante a chamada dos escritórios, construtoras e Nesta edição, que reúne trabalhos de 2012, temas atuais, grandes empresas para suprir suas carências. Uma chamacomo mobilidade, flexibilidade, ou, ainda, estratégias de reuda para o mundo do trabalho, do mercado, de negócios imotilização de edifícios e áreas urbanas, fundem-se a questões biliários, as Olimpíadas, a Copa do Mundo… a reconstrução mais antigas e sempre presentes para os arquitetos e urbado projeto de uma nova cidade para o Rio de Janeiro. nistas, como as relações entre forma e função e cidade e Faltam profissionais de projeto e construção, e, portanto, há natureza. um apelo para que nossos jovens estudantes se apressem, Que esta publicação esteja à altura do engajamento desses se conside ESTE TEXTO NÃO É O VERDADEIRO - ORIGIjovens profissionais e suscite reflexões produtivas em nossos NAL DE FERNANDO BETIM leitores.
Professora Maria Fernanda Campos Lemos Professora Maria Fernanda Lemos Coordenadora do curso a partir de 2012 Coordenadora a partir de 2013 5
SUMÁRIO ESPAÇO COLETIVO
10 | JÚLIA TRAPANI
BALSA CULTURAL DA BAÍA DE GUANABARA ORIENTADORA - VERA HAZAN
26 | LORENNA LAGE DO C. BRETAS SESC BANGU, RIO DE JANEIRO ORIENTADOR - SILVIO DIAS
12 | MICHELLE M. JAGGER
27 | PRICILA STRANG
14 | NATÁLIA VIVIANI
28 | TATIANE DE OLIVEIRA
16 | AMANDA C. B. DE MAGALHÃES
ESPAÇO PÚBLICO
USINA MERCADO DA SAÚDE ZONA PORTUÁRIA, RJ ORIENTADOR - PEDRO RIVERA
MIDIATECA E PRAÇA CULTURAL DE CABO FRIO ORIENTADORA - CLAUDIA MIRANDA
CIRCO VOADOR - NOVA IGUAÇU, RIO DE JANEIRO ORIENTADORA - VERA HAZAN
17 | VITÓRIA C. DA SILVA FAORO CONEXÕES CULTURAIS - PERCURSOS PELA ROCINHA ORIENTADOR - DIEGO PORTAS
18 | AKIRA A. DE A. NARIMATSU CENTRO DE MÚSICA MADUREIRA, RJ ORIENTADOR - LUCIANO ALVARES
EQUIPAMENTO CULTURAL INTINERANTE ORIENTADOR - MARIO FRAGA
HOSPITAL PEDIÁTRICO - JACAREPAGUÁ/RJ ORIENTADOR - CADU SPENCER CO-ORIENTADOR - MARCOS FVERO
30 | JOANA VON LACHMANN
PARQUE ECOLÓGICO DO CANAL DO MARAPENDI ORIENTADOR - PIERRE MARTIN
32 | MAÍRA U. C. PAES DA CUNHA
RECICLAGEM DE UM FRAGMENTO TERRITORIAL PARQUE EM MOVIMENTO ORIENTADOR - PIERRE MARTIN
HABITAÇÃO
20 | MARCOS FELIPE FONSECA
34 | NATHALIA NUNES NOGUEIRA
22 | MARIA JULIANA GALVÃO
35 | CAMILA FONTAINHA MASSONI
24 | KARINA GODOIS
36 | HANNAH C. DAS CHAGAS
ARENA DA GÁVEA, CLUBE DO REGATAS DO FLAMENGO, GÁVEA - RJ ORIENTADOR - RODRIGO RINALDI
MUSEU DO PATRIMÔNIO IMATERIAL BRASILEIRO ORIENTADORA - CLAUDIA MIRANDA
ESCOLA MODULAR PARA FAETEC - RJ ORIENTADORA - VERA HAZAN
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ABRIGO PROVISÓRIO PÓS-DESASTRE ORIENTADOR - LUCIANO ALVARES CO-ORIENTADOR - VERA HAZAN
RESIDÊNCIA ESTUDANTIL, LAPA - RIO DE JANEIRO ORIENTADOR - HERMANO FREITAS
HOTEL ESCOLA, BOTAFOGO - RIO DE JANEIRO ORIENTADOR - SILVIO DIAS CO-ORIENTADOR - LEILA BEATRIZ SILVEIRA
REVITALIZAÇÃO
38 | AMANDA C. RICHARDSON
52 | CLARA SUAREZ DIEGUES
40 | ANA LUIZA DE A. PARENTE
54 | MARCELLA RAMOS KERTZMAN
42 | NICOLAS L. R. RAPOSO
56 | PAULA LEAL VASCONCELLOS
44 | ADRIANA MOREIRA FERREIRA
58 | LUISA VELLACO
REVITALIZAÇÃO DO CASSINO DA URCA ORIENTADORA - VERA HAZAN
REQUALIFICAÇÃO / REUTILIZAÇÃO DO MERCADO MUNICIPAL DE CAMPOS - CAMPOS/ RJ ORIENTADORA - LEILA BEATRIZ SILVEIRA
ADAPTAÇÃO + PRESERVAÇÃO RELEITURA DE QUADRA URBANA ORIENTADOR - JOÃO CALAFATE
REVITALIZAÇÃO DO ANTIGO HOTEL BRAGANÇA ORIENTADOR - ERNANI FREIRE CO-ORIENTADOR - EDUARDO PINHEIRO
45 | RAYSSA DIAS MOURIS LOPES ATELIÊ GASTRONÔMICO HORTO, JARDIM BOTÂNICO ORIENTADOR - ERNANI FREIRE
46 | JULIANA MAURELL ASSAD
REVITALIZAÇÃO PALACETE CONDE DE ITAMARATY ORIENTADOR - HILTON ESTEVES DE BERREDO
URBANISMO
48 | MANOELA BRAGA PIRES
ROCINHA MUNDO DA ARTE ORIENTADOR - PEDRO ÉVORA
SISTEMA CICLOVIÁRIO COMO AGENTE TRANSFORMADOR DA CIDADE ORIENTADOR - PIERRE MARTIN
TORRE MULTIFUNCIONAL, LAPA - RJ ORIENTADORA - CLAUDIA MIRANDA
COSTURA URBANA EM MADUREIRA ORIENTADORA - NANDA ESKES
TEÓRICO
60 | FRANCESCO PERROTTA BOSCH MASP? ORIENTADOR - JOÃO MASAO KAMITA
64 | YASMIN MARTINS SILVA
DESLOCAMENTO EXTRADISCIPLINARES: ARQUITETURA EM DIÁLOGO COM AS PRÁTICAS INDIVIDUAIS ORIENTADOR - JOÃO MASAO KAMITA CO-ORIENTADOR - LEONARDO NAME
INTERVENÇÃO EM UMA QUADRA NA TIJUCA ORIENTADOR - MANUEL FIASCHI
50 | AMANDA H. LANDEIRO
VAZIOS URBANOS EM ÁREAS AFETADAS PELOS PLANOS URBANÍSTICOS ORIENTADOR - PEDRO RIVERA
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ESPAÇO COLETIVO
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Júlia Trapani BALSA CULTURAL DA BAÍA DE GUANABARA
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B
A
A
ORIENTADORA - VERA HAZAN Planta Térreo - Entrada Popa
A Balsa Cultural é uma arquitetura itinerante que navega pela Baía de Guanabara e aporta nas margens de seus diversos municípios, levando peças de teatro, palestras, atividades e
1. Entrada 4. Rampas 2. Administração 5. Quarto Zelador 3. Área Expositiva 6. Copa 7. Vestiário Feminino
8. Vestiário Masculino 9. Almoxerifado 10. Lixo 11. Cabine de Comando
exposições para a população. São ao todo oito pontos de parada: Rio de Janeiro, Ilha de Governador, duas paradas em Magé, Itaboraí, Ilha de Paqueta, São Gonçalo e Niterói. Sua permanencia em cada ponto é de duas semanas. Após quatro meses, quando finalizado seu trajeto, todas as atividades são renovadas, promovendo então um reencontro
B
B
A
A
da Balsa com cada município, deparando-se em cada visita com um ambiente cada vez mais progressivo e envolvido com as propostas oferecidas. O projeto incorpora a fusão dos conceitos de fluidez, itinerân-
Planta 1º Pavimento 1. Palco 2. Coxia 3. Plateia
4. Rampa 5. Área Expositiva 6. Banheiro Feminino
7. Banheiro Masculino 8. Banheiro Infantil 9. Banheiro PNE 10. Café
cia e renovação. Nele, a água é colocada em um papel fundamental, transpondo o significado de fluidez, já que está em constante renovação, assim como as atividades da Balsa. A itinerância atribui ao projeto um caráter transitório, definido pelas diferentes atmosferas dos locais que o cercam. Já o conceito de renovação proporciona a cada trajeto uma nova experiência. Corte AA
Corte BB
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Michelle M. Jagger USINA MERCADO DA SAÚDE – ZONA PORTUÁRIA, RJ ORIENTADOR- PEDRO RIVERA
O projeto busca reavaliar o sistema de produção e reutiliza-
Ocupação Terreno
ção do lixo através da implantação de um equipamento público de escala local na Saúde, Zona Portuária do Rio de
LIBERAÇÃO DO TÉRREO ATRAVÉS DA ELEVAÇÃO DE MÁQUINAS.
Janeiro. Esse conjuga uma usina modelo (referência técnica COPPE-UFRJ) que gera energia limpa para a região a partir do tratamento térmico do lixo não reciclável e orgânico a um mercado público. A usina inserida em uma área urbana
VOLUME MAIS COMPACTO POSSÍVEL PROPORCIONANDO MAIOR ÁREA LIVRE NO TÉRREO.
densa em pleno processo de revitalização e o mercado cum-
Forma em L
Fluidez e Abertura
prem o papel de aproximar a população com a realidade da reciclagem. A conversão do armazém portuário em mercado e a criação
ÁREA COBERTA PARA ATIVIDADES ARQUIBANCADA VOLTADAS PARA O ENSINO VOLTADA PARA A PRAÇA E DE RECICLAGEM. HORTAS ORGÂNICAS EM DETERMINADOS PATAMARES.
PELE DE CHAPA MATÁLICA PERFURADA.
de uma usina com linguagem contemporânea estabelecerão ABERTURA DAS JANELAS.
um intenso diálogo entre o edifício novo e o antigo, dando maior destaque ao conjunto e a devida importância às etapas da história. Programa USINA Recepção / secretaria Escritório Centro de visitantes Auditório e sala de reunião Sala de controle das máquinas Laboratório Oficina de reciclagem Circulação vertical
PASSARELA PARA DESFRUTE DA VISTA TAMBÉM SERVINDO COMO MARQUISE. VITRINE PILOTIS
AMPLO ESPAÇO ABERTO PARA LIVRE APROPRIAÇÃO.
Ampliação do Espaço Público LOJA TIPO A SANIT. PÚBLICO BANCA HORTIFRUTI LOJA TIPO B LOJAS SOFISTICADAS
ADM. E SERVIÇO ESCRIT. E DEPÓSITO PEIXARIA E AÇOUGUE
Programa Térreo
Transparência PRINCIPAL VERTICAL SERVIÇOS
Circulação e acesso
SALAS COMERCIAIS SANITÁRIOS PÚBLICOS
ABERTO
A.C.
Programa Pav. 2
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Conforto Térmico
CADA MÁQUINA POSSUI UMA COR PRIMÁRIA (CORES DOS TIPOS DE LIXO) PARA DESTACAR SUAS DIFERENTES FUNÇÕES.
INTERVENÇÃO REALIZADA NA FACHADA DEGRADADA COM FOLHAS DE VIDRO COLORIDO SEMI TRANSPARENTE.
Diálogo de Fachadas
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Natália Viviani
C
B
MIDIATECA E PRAÇA CULTURAL DE CABO FRIO ORIENTADORA - CLAUDIA MIRANDA
A proposta é que a Midiateca seja tradada como um elemen-
A
A
to estimulador do uso do espaço público, implantada numa praça que fará essa conexão com a cidade. Sendo assim, essa implantação foi concebida de forma a impulsionar e direcionar os fluxos, partindo de percursos criados dentro da quadra que fazem conexão com os principais pontos de destaque da cidade, conferindo, assim, permeabilidade a essa C
quadra, que cumpre o papel de conector do interior da ci-
B Planta Térreo
dade – Teatro Municipal - com o espaço de lazer da orla. Esses percursos seriam permeados de diferentes tipos de atividades e eventos esporádicos, de modo que o visitante/ usuário seja instigado a fazer uso dessa quadra e possa usufruir não só da midiateca como também da diversidade
Prédios vizinhos
Praça Rebaixada
Rua Saturno
Midiateca
Praça Cultural
Rua Anibal do vale
Corte AA
de outros usos propostos como: espaços de leitura, ateliês, teatro ao ar livre, livraria, cinema, restaurante, auditório, espaço para exposições e espaços ao ar livre. O projeto da Midiateca/Praça Cultural deverá promover, enfim, uma integração com a cidade e consolidar, assim uma
Rua Urano
Praça Cultural
Cinema
Feira de Artesanato
Rua Anibal do vale
esfera pública constituída, idealmente, por cidadãos leitores
Prédios Vizinhos
Corte BB
e turistas.
Praça Cultural
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Midiateca
Praça Elevada
Convenção
Praça Cultural
Rua Urano
Corte CC
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Amanda C. B. de Magalhães CIRCO VOADOR - NOVA IGUAÇU, RIO DE JANEIRO ORIENTADORA - VERA HAZAN
Planta Térreo
Fachada
Corte Longitudinal
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Vitória C. da Silva Faoro
A C
B B
CONEXÕES CULTURAIS - PERCURSOS PELA ROCINHA D
ORIENTADOR - DIEGO PORTAS
A C
D
Situação
Corte AA - Laje Esportes
Corte BB - Laje Esportes
Corte CC - Biblioteca
Corte DD - Sala de Artes
O projeto é um centro educacional de apoio às escolas públicas, localizado na Rocinha, que tem como objetivo a criação de um espaço complementar à escola, que estimulasse a profissionalização com cursos técnicos; proporcionasse acesso à cultura, artes, esportes e lazer e gerasse espaços de convívio para os moradores, um respiro dentro da densificação intensa da comunidade. O conceito para o projeto foi a criação de terreno aéreo, já que a Rocinha tem seus espaços livres saturados. A partir disso criei uma plataforma suspensa modular. A repetição desses módulos em diferentes direções, seguindo a topografia do morro gera um percurso que leva ao Parque Ecológico (área verde de lazer construído no alto no morro, como parte das melhorias do PAC). Cada uma dessas plataformas abriga salas de aula, biblioteca,salas de artes, de esportes, entre outras atividades, além de área de convívio para toda comunidade, tanto sobre, quanto sob ela, nas áreas sombreadas geradas pelos pilotis. As grandes estruturas também foram utilizadas para implantação de apartamentos, de modo a aproveitar o esforço construtivo que seria realizado e abrigar eventuais famílias que tivessem de ser removidas.
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Akira A. de A. Narimatsu CENTRO DE MÚSICA MADUREURA, RJ ORIENTADOR - LUCIANO ALVARES Madureira é conhecida por ser um local naturalmente musical, onde duas das mais tradicionais escolas de samba do Rio e o famoso baile do Charme estão localizadas. A proposta do projeto é preencher um vazio em Madureira com um objeto arquitetônico voltado para o lazer e aprendizado da comunidade, complementando o programa do Parque de Madureira. A integração do edifício à cidade é feita através da mudança de percurso, induzindo o pedestre a permear o projeto e aproveitar o espaço como uma rua interna. Para vencer grandes vãos e mostrar a ideia de notas musicais em uma pauta, utilizou-se estrutura metálica e o fechamento em trespa para dar vida ao edifício.
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Perspectiva Explodida
Planta Térreo
Planta Nível 5,50 M
Situação
Diagrama de passsagem
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karina Godois ESCOLA MODULAR PARA FAETEC- RJ ORIENTADOR - VERA HAZAN O projeto busca criar um modelo de escola mais ajustado à proposta educacional da FAETEC, que conforme as necessidades da área em que se instala pode oferecer desde o ensino infantil até o técnico e o superior, além de cursos livres e profissionalizantes para a comunidade.
Planta Baixa Cota O
Planta Baixa Térreo
Planta Baixa Mezanino
Planta Baixa 1 º Pav.
Planta Baixa 2 º Pav.
Planta Baixa 3 º Pav.
A diversidade de atividades oferecidas por essa instituição de ensino implica em uma arquitetura flexível, que possa abrigar programas mais fixos e também cursos eventuais. Dessa forma, o projeto parte da necessidade de se criar uma escola modelo que possa ser facilmente ajustada a cada proposta escolar e contexto urbano, e ao mesmo tempo, manter uma identidade visual e espacial entre todas as unidades.
Fachada Sul
Fachada Norte
Corte Anfiteatro
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Corte Midiateca
Corte Salas de Aula
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Marcos Felipe Fonseca ARENA DA GÁVEA, CLUBE DO REGATAS DO FLAMENGO, GÁVEA - RJ ORIENTADOR - RODRIGO RINALDI Acesso Jogadores
Nível Térreo
Nível Arquibancadas
Cobertura
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Campo
Corte Ampliado
Acesso Principal
Acesso Espectadores
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MARIA JULIANA GALVÃO MUSEU DO PATRIMÔNIO IMATERIAL BRASILEIRO ORIENTADORA - CLAUDIA MIRANDA
A
O Museu do Patrimônio Imaterial Brasileiro surgiu com a intenção de expor a cultura e um pouco mais da pluralidade de costumes, herdados das diversas regiões e povos que compõem o Brasil. Localizado no Centro do Rio de Janeiro, o museu propõe a criação de um percurso cultural, entre a área consolidada e o Porto que trará novas atividades culturais para cidade.
Planta Cobertura
Atrair o público passante foi o ponto norteador do projeto. Por isso, o Museu tem como foco uma grande praça térrea, onde todas as atividades expostas podem ser vivenciadas. Curioso, o público se sente convidado a entrar e a partir daí é Induzido a um “promenade” de grandes e sinuosas rampas onde o Museu se apresenta ao expectador. 1
1 - Pólo cultural 2 - Rede de Recursos
2
3
A
A
A
4
3 - Área com Pontencia 4 - Dinâmica Urbana Planta 2º Pavimento
A
A
Planta Térreo
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Fachada
Corte A
25
LORENNA LAGE DO C. BRETAS SESC BANGU - RIO DE JANEIRO ORIENTADOR - SILVIO DIAS Bangu, localizado no Zona Oeste, foi criado a partir de uma fábrica de tecidos e da vila operária e projetado para atender a população local com o mínimo necessário: comércio, habitação e trabalho. O bairro é escasso de uma boa arquitetura, de uma infraestrutura de qualidade e de equipamentos públicos. Com isso, as pessoas do local tendem a sair da sua região, para bairros periféricos para procurar um espaço de lazer de qualidade. Atualmente, a fábrica foi revitalizada para criação de um shopping center, que hoje é a única atração da população local com uma bela arquitetura. O conceito do SESC Bangu é criar um contraste com a paisagem urbana, na verticalização do edifício, onde se faz uma relação em resposta ao morro, ou seja, a paisagem natural do lugar.
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Planta Térreo
Corte
Priscila Strang ARTE ITINERANTE ORIENTADOR - MÁRIO FRAGA
Conceito: Resgatar a tradição da arte sobre rodas. Suprir a carência de equipamentos culturais. Integrar as diversas manifestaçoes culturais regionais brasileiras. Agilizar a difisão da arte.
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Tatiane de Oliveira HOSPITAL PEDIÁTRICO - JACARÉPAGUÁ/RJ ORIENTADOR - CADU SPENCER/ MARCOS FAVERO Este projeto trata-se de um Hospital Pediátrico para atendimento de crianças lactentes (a partir de 29 dias de vida) até os 12 anos de idade. O Hospital se configura a partir do conceito de Hospital-Casa. Que surge dos desejos e das aspirações da criança-sujeito deste espaço. A casa representa a referência para estas crianças, é onde elas crescem, comem, dormem, brincam, é onde estão seus pais, irmãos, amigos, suas coisas, seus brinquedos, transformando, assim, o hospital num ambiente mais acolhedor, com um cuidado mais humanizado para crianças e seus acompanhantes. E a partir dos espaços “entre”, ou seja, espaços intermediários, através de circulações e pátios, jardins que estimulam a convivência e a troca. O Programa se assemelha a de um hospital geral, excluindo-se o centro obstétrico e apresentando: Emergência-Urgência, Ambulatório, Diagnóstico, Centro Cirúrgico e Internação e seus setores de Apoio, que são: Apoio Administrativo, Apoio Logístico, Apoio Técnico, e ainda Biblioteca e Auditório focados nas crianças em idade escolar e que passam muito tempo internadas ou que tenham históricos de recorrentes internações, para que possam dar continuidade às suas atividades cotidianas, aos seus estudos, enquanto estiverem internadas, salvo, obviamente, se não tiverem nenhuma patologia que as impeçam.
Corte Transversal CC
Apoio Técnico Apoio Administrativo
Diagnóstico
Paciente + Acompanhante
Ambulatório
Emergência
Funcionários Insumos
Centro Cirúrgico
UTI
Internação
Apoio Logístico Rua
Cadáver Visitante
Fluxograma
Planta Térreo
Corte Longitudinal AA
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ESPAÇO PÚBLICO
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Joana Von Lachmann R. Soares PARQUE ECOLÓGICO DO CANAL DO MARAPENDI ORIENTADOR - PIERRE MARTIN
Desde a implementação do plano urbanístico proposto para a Barra da Tijuca (Plano Lucio Costa, 1969) não houve um trabalho de adequação a escala do pedestre. Isso se evidencia em diversos trechos do bairro através de fragmentos de espaços livres desconexos entre si e seu entorno, devido a hierarquia do sistema viário e a privatização do solo. A escolha desde trecho específico se deu pela posição fronteiriça entre zonas com características distintas de um mesmo bairro. A oesta a Barra da Tijuca verticalizada e nuclear e a leste o Jardim Oceânico, com um dinâmica de bairro mais tradicional que valoriza o fluxo de pedestres. Essa fronteira acontece onde o Canal do Marapendi passa levando as águas da Lagoa da Tijuca ao Marapendi. É sobre os espaços livres que se estabelecem as suas margens que surge a oportunidade de explorar seu potencial ambiental, conector, paisagístico e cultural. Através da implementação de um parque de cunho ecológico inserindo sistemas de infraestrutura verde, como instrumentos para prestação de serviços ambientais e socias, a fim de valorizar as dimensões sócio-ambientais da região. O projeto propõe a recuperação e conservação dos ecossistemas nativos, disponibilizando percursos qualificados, conexão com transportes existentes, áreas de lazer e cultura e uma aproximação com a natureza local, trazendo para primeiro plano uma paisagem oculta na cidade.
Implatação
Mapa Diretrizes Transição
Mapa Diretrizes Transição
Mapa Diretrizes Transição
Mapa Diretrizes Transição
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Maíra U. C. Paes da Cunha
ARBUSTO COMO BARREIRA
PARQUE
PASEIO
VALAS DE DRENAGEM COM VEGETAÇÃO
VAGAS
RECICLAGEM DE UM FRAGMENTO TERRITORIAL PARQUE EM MOVIMENTO ORIENTADOR- PIERRE MARTIN
calçadão
praia
mar
areia
eixo reto
restinga arbustiva
praça
praça
praia
mar
areia
restinga arbustiva
áreapara restaurantes shopping restaurantes
coqueiral
talude rua de acesso restrito
eixo reto
talude
parque infantil
passeio
restinga florestal
restinga florestal
av.
shopping
comunidade
novo espaço integrado
Corte A
eixo reto
área de picnic calçadão
local reservado
caminho tortuoso
posto salva-vidas
eixo reto shopping - lojas
passeio
local reservado
rua de acesso restrito restaurantes e mirante passeio
shopping
restinga florestal
A
A
restinga florestal
av.
novo espaço integrado
comunidade
Corte B
A
A
Trama de circulação principal proposta: acesso à praia
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HABITAÇÃO
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Nathalia Nunes Nogueira ABRIGO PROVISÓRIO PÓS-DESASTRE ORIENTADOR - LUCIANO ALVARES CO-ORIENTADOR - VERA HAZAN
Em 2011, cerca de 200 municípios, em 11 estados brasileiros, estavam em situação de emergência ou em estado de calamidade pública em decorrência das chuvas. Segundo as Defesas Civis estaduais, em 2011, 134 mil pessoas estavam desabrigadas ou desalojadas, sem ter como voltar as suas moradias. Estar abrigado é um fator decisivo para a sobrevivência na fase inicial de uma situação de emergência. O abrigo aumenta a resistência as doenças e proporcionar proteção contra as condições ambientais. É também importante para a dignidade humana e para sustentar tanto quanto possível a vida da família e da comunidade em circunstâncias difíceis.
Componentes
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A
CAMILA FONTAINHA MASSONI RESIDÊNCIA ESTUDANTIL, LAPA - RIO DE JANEIRO ORIENTADOR - HERMANO FREITAS
A
Planta 1º Pavimento
A residência Carater residencial e temporário. Infraestrutura adequada. Local de interação de estudantes oriundos de outros estádos e países. Deve dar também a sensação de lar, não de alojamento Por quê? Grande acomodação desse tipo na cidade. Opção de moradia mais barata. A única em funcionamento é da UFRJ. Chance de trabalhar a questão de convívi e a de uso de espaços.
Corte A
Fachada
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Hannah E. C. das Chagas
Rua Da Matriz
HOTEL ESCOLA, BOTAFOGO - RIO DE JANEIRO Rua São Clemente
ORIENTADOR - SILVIO DIAS CO-ORIENTADOR: LEILA BEATRIZ SILVEIRA
Hotel com operação comercial de excelência, que além que oferecer os melhores recursos para hospedagem, capacita pessoas e organizações, por meio da integração de um modelo pedagógico no setor de serviços, dando assim a oportunidade de vivenciar uma experiência singular. A implantação de um hotel escola no Rio de Janeiro visa a capacitação de mão de obra qualificada no setor de serviços como um todo, e particularmente no setor hoteleiro. É notório o deficit de acomodações em hotéis por toda a cidade hoje e em face à grande demanda gerada por futuros eventos.
Hotel
Hotel Escola Cliente
Infra Estrutura Hospitalidade Vivência Aprendizagem Local Saber Operado Serviço de Qualidade
Planta Térreo
Hotel Escola
Corte Transversal
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Fachada Lateral
REVITALIZAÇÃO
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Amanda C. Richardson REVITALIZAÇÃO DO CASSINO DA URCA ORIENTADOR - VERA HAZAN A revitalização de um imóvel abandonado na praia da urca através de uma reflexão crítica sobre os desafios de ocupar espaços à beira-mar.
Avenida João Luiz Alves
Planta Térreo
Perpesctiva
Perpesctiva
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Ana Luiza de A. Parente REQUALIFICAÇÃO / REUTILIZAÇÃO DO MERCADO MUNICIPAL DE CAMPOS - RJ ORIENTADOR - LEILA BEATRIZ SILVEIRA O projeto localizado em Campos dos Goytacazes, RJ tem como principal objetivo a recuperação do Mercado Municipal e a requalificação urbana do seu entorno. Ao longo dos anos, o Mercado ganhou o descaso publico da prefeitura, tornando um local sujo, ermo e confuso. A proposta Conexão entre Mercados da mais visibilidade a construção antiga, propondo uma nova arquitetura para área de feira e peixaria, inserindo novos usos como serviços, restaurantes e a Escola de Gastronomia, alem da criação de faixas exclusivas para ônibus e interligação de ciclovias a principais avenidas. ‘Através da praça central e o novo desenho urbano, a arquitetura integra-se ao usuário, dando a cidade e aos moradores um espaço de compra , lazer e cultura com qualidade.
Planta Térreo
Situação
Corte A
Fachada
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Cenรกrio Existente
Cenรกrio Proposto
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Nicolas Raposo ADAPTAÇÃO + PRESERVAÇÃO RELEITURA DE QUADRA URBANA - DEL CASTILHO / RJ ORIENTADOR - J OÃO CALAFATE Localizada na Zona Norte, no bairro de Del Castilho, a área de projeto abriga um conjunto de galpões que, subutilizados, não acompanharam o desenvolvimento da região. A partir da releitura do local, o projeto baseia-se no processo de análise das pré-existências e as possíveis transformações provocadas pela inserção de um dispositivo capaz de requalificar o espaço e alterar as dinâmicas do entorno; assim, o estudo dessas possibilidades compreende as posteriores mutações decorrentes da implantação da proposta. Ao projetar um espaço de convívio – escasso na região – o trabalho propõe a abertura da área para o bairro e uma forte conexão com a dinâmica e tecido urbano existentes.
edificação comercial existente
existente
edificações híbridas.
te ten
ila
av
d tra en
is ex
car ga
ed
esc
arg
a
mutação do entorno
1. existente
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2. eliminação
3. eixos
maquete - ritmo
4. área livre
5. nova resultante
corte 1 - eixo
corte 2 - vínculo
resultado
Praça de chegada
6. espaços diversos
7. vínculos
8. refino da forma
9. implantação final
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Adriana Moreira L. Ferreira REVITALIZAÇÃO DO ANTIGO HOTEL BRAGANÇA ORIENTADOR - ERNANI FREIRE CO-ORIENTADOR - EDUARDO PINHEIRO
A proposta consiste na revitalização e reutilização do imóvel do antigo Hotel Bragança, inaugurado em 1906, e do imóvel contíguo, localizados no Largo da Lapa (na cidade do Rio de Janeiro) e inseridos na Lei do Corredor Cultural, que garante a preservação de cerca de 1.300 edificações no centro da cidade, graças à sua grande importância histórica e cultural. O projeto dedica-se à revitalização do patrimônio arquitetônico através da relação edificação existente x edificação nova. A reutilização social, econômica e turística, associada à valorização do objeto, tem por objetivo torná-lo uma referência para os turistas e para a cidade.
Planta Baixa Térreo
Planta Baixa 1º Pav.
Planta Baixa 4º Pav.
Corte
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Rayssa Dias Mouris Lopes ATELIER GASTRONÔMICO - HORTO, JARDIM BOTÂNICO ORIENTADOR - ERNANI FREIRE O presente projeto busca a criação de um espaço dinâmico com a finalidade de promover uma troca de experiências entre a prática e apreciação da gastronomia com o entorno ali presente, constituído por casas residenciais caracterizadas por sua arquitetura colonial , atelier de artes, restaurantes locais e a proximidade com as montanhas cobertas por uma vegetação remanescente de mata atlântica, caracterizando a paisagem do local. O atelier trará uma proposta diferente de escolas tradicionais de gastronomia que são restritas a um público de alto padrão econômico, e seguirão um modelo mais acessível ao público de baixo padrão econômico. Permitindo assim maior oportunidade para aqueles que querem entrar no ramo mas acabam optando por outras escolhas por terem um ensino mais viável economicamente.
Planta Térreo
Corte
Fachada
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Juliana Maurell Assad REVITALIZAÇÃO PALACETE CONDE DE ITAMARATY ORIENTADOR - HILTON ESTEVES DE BERREDO Este trabalho tem como objetivo investigar a potencialidade de reintegração à vida contemporânea de edificações tombadas. O principal enfoque desta reintegração é incentivar a revitalização do bem tombado existente e contribuir com a manutenção e dinamização do espaço urbano, ao propor novos usos para o mesmo. Foram investigadas edificações tombadas como patrimônio histórico visando identificar uma área potencialmente adequada à revitalização, tendo sido inventariadas as edificações catalogadas pelos órgãos governamentais do Rio de Janeiro responsáveis pelo tombamento. Como resultados deste inventário foram construídos tabelas, gráficos e mapas que levaram à escolha da área e da edificação. Concluiu-se através de uma análise qual o programa capaz de promover a revitalização, e posterior manutenção, da área e do bem tombado escolhido. O trabalho aqui presente sintetiza as análises feitas e a finalização do estudo em forma de uma proposta projetual.
Situação
Planta Térreo - Anexo
Corte Longitudinal
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ESPAÇO COLETIVO
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Amanda H. Landeiro VAZIOS URBANOS EM ÁREAS AFETADAS PELOS PLANOS URBANÍSTICOS ORIENTADOR - PEDRO RIVERA O Rio de Janeiro é resultado de uma sobreposição de tempos e camadas. Um plano para a intervenção nos vazios do desmonte do Morro do Castelo, a sobreposição dos fragmentos, projetos fracassados e nunca realizados podem revelar indícios para a sua ocupação? Praça
Em um momento de saturação do Centro e de grande pressão imobiliária, os processos de ocupação dos terrenos remanescentes, inclusive na Esplanada do Castelo, têm acontecido de maneira acelerada, e muitas vezes precipitada. Logo, a discussão da importância dos vazios e como ocupá-los se torna uma estratégia imprescindível.
ministério av. pres. da fazenda antonio carlos
A partir do confrontamento destas camadas históricas e da compreensão das qualidades espaciais proporcionadas por cada uma delas foi feita uma escolha de temas e elementos essenciais para o projeto. Esta experimentação gráfica teve como maior objetivo o resgate do sentido de lugar, escondido por trás de sua história.
edifício topografia + torres
ladeira da misericórdia
QUADRAS 1 E 2: CONEXÃO PELO ÚLTIMO PAV.
barcas
TERRAÇO JARDIM
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palácio da justiça
prédio polícia federal
baía
ALBAMAR
quadras “mercado”1 e 2 + “voadores”
QUADRA 4: PÁTIO SUSPENSO
Quadras “mercado”
quadras “mercado” + “voadores”
QUADRA 3: RECUO NO GABARITO
quadras “mercado”3 e 4 + “voadores”
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CLARA SUAREZ DIEGUES ROCINHA MUNDO DA ARTE - LARGO DO BOIADEIRO ROCINHA - RJ ORIENTADOR - PEDRO ÉVORA A Proposta Boiadeiros 2.0 tem como tema a reflexão acerca da Criação, Recuperação e a Manutenção de Espaços Públicos Livres em tecidos extremamente adensados, entendendo a disputa entre Espaço Público Livre e densidade de ocupação como um dos principais desafios a serem vencidos na urbanização das favelas. As relações Público x Privado, Cheio x Vazio, Consolidado x Novo e o conceito de Flexibilidade quase que absoluta no construir e no usar, também surgem como elementos fundamentalmente intrínsecos ao local e, consequentemente ao Projeto. Nele, o Vazio, ou o “esvaziamento de ocupações definitivas” é adotado como possível solução para a retomada do território público perdido para a propriedade privada historicamente ao longo das décadas.
Cheios e Vazios Antes
Cheios e Vazios Depois
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Planta Baixa
Fachada
Acessos livres à galeria
Uso Comercial
UsoInstitucional
Acessos negados à galeria
Uso Cultural
Serviços Públicos
Corte
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Manoela Braga Pires INTERVENÇÃO EM UMA QUADRA NA TIJUCA ORIENTADOR - MANUEL FIASCHI CONTEXTO + INTERVENÇÃO + QUADRA A Tijuca destaca-se dos demais bairros da Zona Norte devido à sua variedade d e comércio e serviço, sua acessibilidade e proximidade do Centro da Cidade. No entanto, ela apresenta uma carência de equipamentos culturais de grande porte que dialoguem com o entorno e com o pedestre. A intervenção propõe um local que fornece atrativos diferentes da tipologia do shopping, focando nas ruas internas, diversidade de programa e múltiplas atividades acontecendo em uma só quadra, trazendo vitalidade para o local e para o entorno imediato. PRAÇAS + USOS + ATRAVESSAMENTO + SINERGIA Buscou-se a criação de espaços culturais e de lazer integrados ao bairro da Tijuca, a partir da intervenção no terreno e a sua conexão com o entorno imediato. O objetivo é suprir uma carência do bairro revitalizando o sítio a partir da restauração e modificação do preexistente e da inserção de novos usos, criando uma quadra cultural atrativa e dinâmica. A quadra cultural criada define novos espaços livres e conecta-os por meio de um percurso, com a intenção de atrair o pedestre.
Implantação
LEGENDA SALAS COMERCIAIS
REFEITÓRIO
GALERIA
LOJAS
ATELIÊS
ESCOLA DE DANÇA
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CENTRO CULTURAL
Planta Térreo
Corte
Corte
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Marcella Ramos Kertzman SISTEMA CICLOVIÁRIO COMO AGENTE TRANSFORMADOR DA CIDADE ORIENTADOR - PIERRE MARTIN O sistema cicloviário proposto localiza-se na XV R.A., na zona norte. A área possui grande variedade de modais, incluindo dois ramais de trem, BRT transcarioca e inumeras linhas de onibus e vans. A proposta consiste na implantação de vias cicláveis junto com equipamentos urbanos que sejam capazes de absorver a demanda do novo modal, assim como a expansão do programa de aluguel de bicicletas. Um fator favorável a implantação do novo modal é a integração com os já existentes, ajudando o usuário da rede a diminuir seu tempo de deslocamento entre pontos de interesse. O sistema se aproveita de vazios urbanos e áreas degradadas existentes na área estudada, servindo não só como meio de transporte, mas como um meio de revitalização, englobando para si esses pontos e trazendo-os de volta ao uso da população. Com a implantação do novo modal na área, a tendência é que as pessoas voltem a circular por espaços antes inutilizáveis, já que este tem como prioridade o pedestre e o ciclista.
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Bike Rio Bicicletário Público Estações tipo “A” Estações tipo “B”
PASSEIO URBANO
FAIXA DE ROLAMENTO
J. DE CICLOVIA J. DE INFILT. BI-DIRECIONAL. INFILT.
PASSEIO URBANO
LINHA FÉREA
PASSEIO URBANO
J. DE CICLOVIA J. DE INFILT. BI-DIRECIONAL. INFILT.
FAIXA DE ROLAMENTO
PASSEIO URBANO
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Paula Leal Vasconcellos TORRE MULTIFUNCIONAL, LAPA - RJ ORIENTADOR - CLAUDIA MIRANDA Entender a questão da densidade nas cidades e mostrar como a arquitetura pode responder a essa pro blemática dos grandes centros urbanos. Reforçar a renovação da Lapa, através de um espaço poroso, que atraia diversos públicos.
Planta Pav. Passarelas
Planta Térreo
Corte Geral 56
ResidĂŞncial Hotelaria Salas Comerciais Passarela (uso comercial) Pav. TĂŠcnico + Comercial Comercial Cinemas
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Luisa Vellaco COSTURA URBANA EM MADUREIRA ORIENTADORA - NANDA ESKES O trabalho inicia-se a partir dos conceitos de “cidade compacta”, “cidade policêntica” e “cidade segmentada”. Costura Urbana por definição é uma intervenção dentro de um tecido urbano altamente consolidado, identificando os espaços residuais e degradados, de forma a reincorporá-los ao tecido e agregar-lhes novas funções e usos dando origem a uma articulação coesa. Para colocar em práticas esses conceitos, foi escolhido a bairro de Madureira devido a problemática da segmentação do bairro pelo sistema de transporte ferroviário, presente na maioria dos bairros do subúrbio carioca, mas que fica evidenciada em Madureira, por este contar com duas linhas férreas. A ferrovia, tida como propulsora da ocupação dos subúrbios e elemento fundamental na organização do espaço metropolitano, ao mesmo tempo que favorece a mobilidade e a integração na macro escala, acaba segmentando o bairro e afetando cerca de 50 mil pessoas.
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Situação
TEORIA
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Perrotta Bosch Bosch Francesco Perrotta MASP? MASP? ORIENTADOR JOÃO MASAO KAMITA ORIENTADOR - -JOÃO MASAO KAMITA
O Trabalho de Conclusão de Curso consiste no estudo sobre o Museu de Arte de São Paulo, o MASP, tomado como centro irradiador de questões. Tratar-se-á de aspectos distintos na análise do museu: o edifício e o contexto urbano que o envolve; a arquiteta autora, seu caráter dialogal com outras disciplinas e as mudanças na maneira como interpretava o próprio projeto – a “desformalização” do MASP; a polêmica proposta para um anexo; a ideia de indeterminação contida no vão livre; e, a partir do entendimento de diferentes estratégias culturais, a consideração de hipóteses propositivas para esse museu na contemporaneidade. Portanto, é um trabalho que intenta compreender o MASP em seu comportamentos e possibilidades. O MASP como personagem. A partir dessa orientação, este trabalho detém certa liberdade e flexibilidade de construção do texto, sem requerer necessariamente do leitor uma aproximação unidirecional e progressiva. O método é equivalente à imagem de um emaranhado de fios, metáfora para as questões que nortearam e se complexificaram ao longo do estudo. Fios postos em conjunto. Juntando-se e separando-se. Friccionando-se. Desse modo, os assuntos são tratados simultaneamente, sem uma lógica linear. Nesta montagem, em que as questões são postas na ordem do dia sem hierarquia, guardando, porém, articulação, objetiva-se elaborar interpretações e desvendar possibilidades próprias de um MASP contemporâneo
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| O contexto: a avenida e a metrópole Ao olhar a Avenida Paulista como trecho exemplar dessa característica paulistana, não se deve focar o espaço destinado aos automóveis, mas as calçadas. Esses passeios peatonais são amplos, dignos da importância e do fluxo de pessoas que passam na via em questão; no entanto, por se desenvolverem no sentido longitudinal e pelo grande fluxo de pedestres, as calçadas são vias de passagem rápida de pessoas, de ligação entre o trabalho, a casa, a loja, a galeria, o espaço cultural, o parque, o museu, e de constante e
o Conjunto Nacional e o Parque Trianon eram exceções de
contínuo movimento. T’endo essa leitura em vista, é no ato
lugares públicos onde se podia entrar pela Avenida. Assim,
de contraposição à característica própria da Avenida Paulista
por contraste, o vão livre era um lugar excepcional. Porém,
que o belvedere projetado por Bo Bardi tem um caráter único
a Avenida Paulista se transforma, e parece ter se aberto e
e especial. Analisar uma foto tirada sob a “caixa suspensa”
democratizado junto com o Brasil.
nos encaminha a uma pista: no vão livre, as pessoas param,
Os térreos passaram a ter mais comércio, lazer e entrete-
sentam no chão, conversam, relaxam, se permitem o ócio;
nimento. A Avenida passou a ter mais atrativos: surgiu um
já as pessoas na calçada da avenida e os veículos na via as-
SESC, o Itaú Cultural, o Reserva Cultural, a livraria Cultura, que
faltada estão todos em deslocamento. O MASP passa a se
revigorou o Conjunto Nacional, um shopping na extremidade
distinguir como monumento por propiciar um momento de
próxima ao Paraíso, o Cine Belas Artes próximo à Consola-
pausa e de “respiro”, proporcionando uma experiência singu-
ção, o renascimento da rua Augusta como um pólo cultural
lar em pleno centro do caos – num sentido audativo – urbano
de lazer e musical. A avenida se complexificou e se qualificou.
paulistano.
Os prédios se abriram. O vazio do belvedere do MASP de
Entretanto, como tudo na metrópole paulista está em contí-
único virou parte. As suas qualidades arquitetônicas iniciais
nuo processo de transformação, a Avenida Paulista em que
se mantiveram, mas o vazio perdeu sua unicidade. O MASP,
a arquiteta projetou o MASP é muito diferente da atual. Essa
que parecia ser o centro da Avenida, o símbolo de São Pau-
via, na década de 1960, era um logradouro em início de
lo, já não se regozija desse status urbano tão especial.Con-
construção: os palacetes dos Barões do Café ainda esta-
comitantemente (ou talvez
vam sendo substituídos por sedes das grandes corporações
numa relação de causa-e-
do Brasil, em um processo que só foi se completar na dé-
feito), uma grave crise ins-
cada seguinte. Nos anos 70 e 80, os edifícios eram fecha-
titucional ocorre há mais de
dos, destinados somente às próprias empresas. O MASP,
uma década e meia.
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| Que MASP contemporâneo? Duas décadas se passaram desde o falecimento de Lina Bo Bardi. Seu marido, Pietro Maria Bardi, deixou a presidência e a curadoria do Museu de Arte de São Paulo em 1996, assim encerrando o longo período em que, iniciado com a fundação da instituição, se posicionou como a principal liderança do MASP. Após esses anos, as transformações foram muito grandes: desde a dinâmica urbana da cidade de São Paulo, passando pela situação político-econômica do país, até a nova conjuntura global com uma diferente distribuição de força das instituições, corporações e nações. O MASP não soube se posicionar frente a essas mudanças, perdendo-se entre o saudosismo acrítico àqueles que o fundaram e as disputas políticas entre poderosas personalidades pouco conhecedoras do universo artístico-cultural. Apesar de sua localização extremamente privilegiada na metrópole, o MASP perdeu o papel que teve como importante centro de proposições artísticas e de formação cultural de São Paulo e do Brasil. Permaneceu, com vigor, o edifício – por sua forma e seu vão livre – como ícone em meio a uma
cionada a uma administração institucional com amplas dificuldades para montar exposições temporárias e apresentar dignamente seu rico acervo permanente. Prefere-se insistir numa longa discussão, pouco ciente e embasada nos reais problemas do MASP, sobre a necessidade do anexo. A situação que se apresenta é complicada, porque, por um lado, o edifício demanda uma compreensão da rica e complexa cultura artística e arquitetônica que o constituiu – o objeto arquitetônico em si e seu contexto, a situação histórica, o problema cultural e museológico, o raciocínio projetual da autora – e, por outro, ele definha, clamando por alguma atitude que recupere sua vivacidade. É difícil a solução dessa equação, pois há a possibilidade de que a posição adotada seja excessivamente pendente a um desses polos. Com isso, o estudo sobre os aspectos que compõem o MASP pode ser intimidador, levando a uma resposta compromissada e excessivamente respeitosa com o que existe. Ao tentar uma solução tímida e silenciosa para com aquilo que o precede, tende-se a não resolver as necessidades do museu. Uma linha até mais radical para esse polo pode-
urbe constituída, predominantemente, por construções sem qualquer expressão. Contudo, seu interior parece ter sido quase esquecido pela maioria: desde os eruditos, que admiram e estudam as artes visuais, até o povo que Bo Bardi tanto observava e elogiava. Essa dificuldade para fazer com que as pessoas entrem nesse museu está diretamente relaOlafur Eliasson, Din blinde passager, 2010
Galeria do Museu do Louvre (1793)
62
Olafur Eliasson, Din blinde passager, 2010
ria ocasionar uma proposição de retorno a uma configuração inicial, tanto institucional quanto museográfica, afigurando-se, assim, uma decisão de índole patrimonialista e totalmente anacrônica: um ingênuo retorno a uma situação não mais viável de ser empreendida e sem razão dentro do contexto artístico-cultural atual. O excesso de respeito ou uma lógica de retomada pautada pelo dogmatismo ligado a pessoas e órgãos do patrimônio não serão contribuições, pelo contrário, tais encaminhamentos seriam o decreto de morte de um espaço que ainda tem amplas possibilidades de desenvolvimento no presente. É fundamental o entendimento do MASP e do que o constitui da maneira mais ampla possível; porém, isso é uma parte da estrutura do repensamento que esse museu demanda. Para superar o momento de defasagem do MASP, acredito que seria necessária uma atitude contemporânea, que conjugue toda a situação que o envolve com um estudo sobre as demandas da contemporaneidade, numa contínua dialética entre a ampliação e a restrição do contexto que o origina e cerca nos dias atuais.
analisar algumas posições programáticas comuns em museus existentes neste começo do século XXI é uma interessante estratégia para entender as possibilidades do MASP
Logo, o ponto central desta última parte do trabalho é pensar
como edifício e instituição cultural brasileira.
o que o MASP pode ser na atualidade. O fato de ele estar
Assim, produzem-se hipóteses de espaços
datado e não ter se posicionado clara e ativamente perante
museológicos que ali podem ser criados e intenta-se com-
a situação contemporânea não inviabiliza as várias possibili-
preender a capacidade dos museus contemporâneos na
dades daquele lugar hoje. A importância dos museus como
condição de instituições de referência que caracterizam e
elemento constituinte de diferentes sociedades foi revigorado
transmitem os valores da nossa época ou de períodos passa-
nas últimas décadas, tornando-os centro de convergência e
dos. Este capítulo se propõe a refletir sobre posicionamentos
símbolo de renovação de cidades. A concepção de museu
claros e atitudes propositivas para o MASP. Isto é, pensar um
deixou de ser somente uma casa de promoção de cultura
museu contemporâneo, em meio à Avenida Paulista, tendo
para estar ligada a um movimento estratégico dentro da ótica
como principais pressupostos o projeto moderno de museu
de globalização econômica.
de Lina Bo Bardi e o acervo escolhido por Pietro Maria Bardi.
Empreender um estudo sobre a contemporaneidade pode
Que MASP contemporâneo? Aqui se apresentam três hipóte-
se tornar excessivamente dispersivo devido à complexidade
ses: o MASP como museu tradicional, o MASP como centro
de agentes, ideias e técnicas que nos envolvem. Entretanto,
para as massas, e o MASP como laboratório propositor.
63
YASMIM MARTINS SILVA DESLOCAMENTOS EXTRADISCIPLINARES: A ARQUITETURA EM DIÁLOGO COM AS PRÁTICAS AUDIOVISUAIS ORIENTADOR - JOÃO
MASAO/ LEONARDO N.
O dispositivo audiovisual é uma das mídias mais acessíveis do século XXI. A disciplina da arquitetura procura cada vez mais contar lançar mão da câmera como suporte para apresentações e/ou como instrumento complementar de projeto graças a sua clareza de entendimento e facilidade para conquistar o espectador. Além de ser útil no desenvolvimento do projeto e na sua forma de representação, o processo de construir espaços através do vídeo – seja este no âmbito de uma produção cinematográfica como um filme, ou artística, como a videoarte - permite um maior entendimento da cidade: suas materialidades, sua poética de espaço, seus movimentos e as sensações refletidas por seus usuários. Podemos dizer que a imagem em movimento é uma ferramenta útil de comunicação para arquitetura, e se revela uma linguagem acessível até para os mais leigos. O espaço audiovisual, contudo, também se abre à pergunta “e se?”. No TFG, ponho- me a estudar alguns dos arquitetos, artistas e críticos contemporâneos, procurando entender a problemática do espaço – um questionamento dividido entre
OBJETIVOS DO TRABALHO
os campos de trabalho abordados - não a fim de solucioná-
Discutir e estudar o portencial da imagem em movimento na
lo, mas sim no intuito de promover alguns encontros disci-
construção de uma nova percepção espacial;
plinares e tornar esta investigação mais complexa.
Comparar alguns cenários da arquitetura e da videoarte na
O trabalho tem como objetivo discutir o potencial da imagem
tentativa na tentaiva de analisa-los como experiências que
em movimento na construção de uma nova percepção es-
se percebem através de movimentos, sensações e deslo-
pacial, enquanto compara alguns cenários da arquitetura e
camentos espaciais;
da videoarte na tentativa de analisá-los como experiências
Aproximar o meu oplhar como, futura arquiteta, em relação
que se percebem através de movimentos, sensações e
a uma leitura dinâmica do espaço e suas temporalidades
deslocamentos espaciais.
através do vídeo.
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AS EXPERIÊNCIAS ESPECIAS DA ARQUITETURA NO CINEMA
da modernidade. Os espectadores compareciam às salas de cinema para se verem na tela, o que parecia ser mais interessante do que no dia a dia. A arquitetura aos poucos foi ent-
Uma inédita forma de arquitetura se apresenta nos filmes:
rando no espaço fílmico como protagonista: ela não mais fa-
significados criados através das imagens, construções de
zia parte de um set cenográfico, e sim participava das ações;
espaço, temporalidades e maneiras de se utilizar o copo
não só caracterizava um cenário, mas “encenava” junto a ele.
que, por consciência, definem novos eventos. O plano do
Filmes antigos de horror podem ser tomados como exem-
filme se inicia como ponto de interseção de três dimensões
plo para dar um maior sentido ao espaço. As visualizações
temporais de espaço: passado, presente e futuro. O resto
tridimensionais são capazes de atravessar barreiras de lin-
da construção fílmica se da pelo movimento da câmera, que
guagem, além de enriquecer um discurso teórico. É preciso,
descreve uma linha figurativa no intuito de percorrer volume,
porém, entender que a produção cinematográfica possui
espaços e formular representações.
uma poderosa ferramenta imagética, na qual seduz pelos
A experiência de um determinado espaço no filme é diferente
seus imprevistos ângulos de câmera e pelo posicionamento
da experiência física da arquitetura: essa se define como
de luzes e sombras. Sem o uso devido da técnica, a repre-
simulação de um espaço constuído. Segundo Christian Metz
sentação da arquitetura no cinema torna-se pura projeção
, em seu livro A Significação do Cinema, em um filme “o es-
documentada de um volume banal privado de experiências.
pectador é ‘desligado’ do mundo real a fim de cumprir uma
São muitas as possibilidades de aproximação da arquitetura
transferência de realidade, esta que implica em uma atividade
com o cinema. As possibilidades de interação entre estas
afetiva, perceptiva e intelectiva, cujo impulso inicial só pode
duas artes é vista com maior clareza quando observamos
ser dado por um espetáculoparrecido com o mundo real”.
algumas características em comum. Por exemplo, a subjeti-
Com os sentidos já aguçados, a capacidade percepetiva do
vação do objeto (arquitetônico) através da câmera. Para Ed-
espectador é aumentada até que se tenha total aproveita-
gar Morin, autor de “O Cinema ou o Homem Imaginário”, o
mento sobre a imagem poetizada. Este controle audiovisual
objeto não pode sofrer nenhum atentado à sua objetividade.
pode ser usado como recurso a melho entender a forma da
Só a câmera pode e deve ser subjetiva, e não o objeto.
arquitetura.
Na utilização da câmera como extensão do olhar, o sujeito
Numa escala maior, o cinema é a grande indústria veiculado-
passa por uma subjetivação do objeto arquitetônico, isto é,
ra desta mídia. O filme de 1927 BERLIM: SINFONIA DE UMA
o objeto é materializado como construção subjetiva, esta
CIDADE de WALTER RUTTMAN mostrou-se vanguardista em
ligada diretamente à atividade projetual – que nada mais é do que interpretativa.
documentar o cotidiano de uma metrópolie e seus anônimos através de novos ângulos de câmera e da técnica de montagem, ao mesmo tempo em que seu resultado imagéticosensorial provavelmente traduziu a euforia e a fragmentação da experiência de uma metrópolie do início do século XX, de uma modernidade crescente cinestésica. Com a fácil reprodução do cinema, o filme serviu como meio para passar a mensagem de que a cidade estaria no auge
65
A INSTALAÇÃO EM VÍDEO
baixo gera a imagem total do corredor, enquanto o de cima
Para tratar a problemática do espaço da vídeo arte e da ar-
corredor. À medida que o visitante entra e se aproxima dos
quitetura no intuito de torná-los denominadores comuns, é
monitores, este nota imediatamente que a imagem na tela é a
necessário nos apoiarmos nos fatores importantes que con-
sua, porem quanto mais próximo a ele, maior é a distância de
tribuem para a criação de experiências estéticas. Ambos
sua imagem no monitor. Nauman tira a atenção do que seria
os campos trabalham com questões espaciais relativas a
tangível visualmente para o que pode ser experienciado fisi-
tamanho, escala e interação entre indivíduos. Tratando da
camente e provoca um novo ponto de observação por onde
vídeo instalação e de seus conteúdos espaciais, uma das
o único modo de descobrirmos como funciona algo seria de
questões centrais também consideradas é o estímulo dos
fato executá-lo e fazer parte dele. A intenção da obra pro-
sentidos e engajamento do espectador no uso dos espaços.
cura justamente provocar certo desconforto claustrofóbico
Em termos espaciais, as instalações dependem do relacio-
no usuário já confuso entre noções duvidosas de um espaço
namento entre a virtualidade da arte original e de um espe-
virtual e real.
ctador controlado num ambiente tridimensional. Espaços vir-
Ainda no desejo de examinar diferentes condições espaciais,
tuais são criados no intuito de registrar e descrever situações
cito outra instalação em vídeo, esta de Dan Graham intitulada
espaço-temporais reais, mesmo que por resultado projetem
“Present Continuous Past(s)” de 1974. A obra consiste em
um espaço imaginário. Em todos os casos, estes espaços
um quarto contendo duas paredes paralelamente espelha-
são críveis e ocupáveis através da imaginação, e que jamais
das e um monitor de vídeo que exibe a imagem capturada
poderiam corresponder a um espaço real. Por outro lado,
pela câmera com um delay de oito segundos.
as formas de um espaço virtual permaneceriam sempre incompletas; seu problema se encontra no fato de que jamais poderá evidenciar a totalidade de seus espaços e limites. Na vídeo instalação de Bruce Nauman, “Live-Taped Video Corridor”, de 1970, é fundamental notarmos o jogo evidente entre um espectador passivo (indicado pelas câmeras) e o próprio, ativo, ao percorrer oZ corredor. A instalação é estudada por Nauman através do uso de dois monitores de vídeo sobrepostos que se encontram ao final de um longo e estreito corredor. O corredor instantaneamente torna-se um espaço íntimo, por onde o artista insere intencionalmente o espectador na posição de atuante da obra, isto é, este visitante que é convidado a entrar no corredor passa pela mesma experiência planejada pelo artista. Por outro lado, mostra-se também presente o espaço virtual no circuito fechado do vídeo, na qual a imagem gravada pelas câmeras é reproduzida simultaneamente pelos dois monitores de vídeo – o monitor de 66
indica a presença de uma câmera localizada na entrada do
ARQUITETURA
natural se sobreponha à forma construída. Ignorada em sua grandeza monumental, uma arquitetura como a de Aldo Ros-
A partir das discussões que colocam a arquitetura em con-
si se fixa na memória da cidade através de mínimos detalhes
tato com outras artes e mídias, cabe perguntar qual é o seu
e momentos: a luz que absorve as edificações, a inclinação
lugar no contexto da paisagem urbana. Assim que inserida no
das sombras, a poética de seus espaços, entre todas as
entorno, fica a dúvida: como projetar espaços para a ordem
outras sensações que demandam tempo. Ela confunde-se
do imprevisto? Esta dimensão não é mais associada à me-
com a paisagem e se desmaterializa, na tentativa de habitar o
dida ou a escala, e sim no desdobramento de espaços frag-
inabitável, desafio enfrentado por Peter Eisenman na Galícia.
mentados. Construções não mais integradas à materialidade
O projeto de Peter Zumthor recupera o senso tátil, o desenho
física, mas a situações não-planejadas, ao desejo do acaso.
da edificação é abandonado para se construir enquanto ex-
Na linguagem da arquitetura chamamos estas situações de
periência. Para alcançar sua grandeza, sua função construti-
“uso” ou “programa”, termo pragmático do controle do com-
va deve ser esquecida; como se a arquitetura se convertesse
portamento, como se o arquiteto confinasse seus usuários
em natureza. Jean Nouvel evidencia isso em suas arquitetu-
dentro de limites físicos impostos. Tal imprevisibilidade é difícil
ras: seus materiais perdem sua firmeza e a luz torna-se mais
de ser materializada; a arquitetura chega então em seu limite
presente que a construção. Pela manipulação do material,
como representação, por onde a cultura da imagem não é o
textura, cor, orientação da luz e arranjo dos espaços, arquite-
suficiente quando escapa do senso de realidade. Contudo, a
tos como Nouvel deixam de lado a lógica do formalismo e
imagem integra o imaginário e a memória coletiva assim que
projetam espaços no efeito de desmaterializá- los.
associada à uma construção espacial. Com os avanços técnicos e a evolução da imagem pictórica para as dimensões do virtual, a arquitetura parece abandonar seu significado histórico da presença a fim de se produzir espetáculos imagéticos. Como resultado, as dimensões da tela são brutalmente transferidas para as três dimensões do espaço construído. O arquiteto, no desejo de ocupar vazios impossíveis de serem representados, rompe com a cadeia do processo projetual; esta não segue mais a ordem lógica: desenho, projeto, construção e uso. A ordem agora se encontra invertida, deslocada e independente de etapas anteriores. Esta nova lógica possibilita diversos cenários: o programa que condiciona a amplitude do projeto, o desmedido desenho que intervém diretamente na arquitetura ocupando espaços ou que assume o corpo de um trabalho teórico. A arquitetura surge como fenômeno sem necessariamente
Link para acesso ao trabalho na íntegra: poucos ela permite que o tempo infiltre seus espaços, que o http://issuu.com/yasminmartins/docs/deslocamentos assumir a condição de edifício ou estar ligada ao lugar. Aos
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Curso de Arquitetura e Urbanismo Puc-Rio Rio de Janeiro, 2014