Toxic [tempo 01]

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"Se alimentar nunca foi fĂĄcil para pessoas que nĂŁo eram da realeza, principalmente para vampiros."


França, ano 1700 - Século XVII — Eu te amo, Roxie. — O seu toque em meu corpo nu, seus beijos em cada parte do meu corpo, seu corpo presionado contra o meu, fazia com que os cabelos da minha nuca se erigi-se. Era primeira vez que fazia amor com meu amado, um ato proibido antes do casamento, mas um ato de amor. Eu o amava, eu o queria apenas para mim, eu queria que ele me tocasse e me beijasse toda, eu queria passar toda minha eternidade ao seu lado. Andrew caminhou seus labios até meu pescoços, com pequenos toques, ele passou sua lingua em minha jugular, fazendo-me o desejar mais ainda. Agora, todo desejo se transformou em horror, em minha jugular, senti a dor mais profunda que ja havia sentido em toda minha existencia, algo havia rasgado minha pele, algo como...presas! me debatendo, tentei tirar Andrew de cima de mim, mas ele era muito forte, e me segurava de um jeito agressivo. Aos poucos comecei a me sentir fraca, cada vez mais, até perder meus sentidos e me transformando em uma....vampira. Por mais de dois seculos vivi nas escuridão da França, até agora, isso mudou quando decidi ter vingança pelo o que me aconteceu. Me tornei uma caçadora de vampiros, matando todos aqueles vampiros que seguem o mesmo tipo de Andrew para se alimentar, procurando por justiça, procurando por Andrew le Boursier, procurando por ele, para completar minha jornada na Terra, como uma caçadora e uma vampira.

Inglaterra, ano 2010 - Século XXI Me coloquei em frente do espelho do banheiro, meus cabelos que costumavam ser negros, estavam loiros, eles se ajustavam em minhas costas com ondas douradas e brilhantes. Meu rosto molde coração, que carregava grandes olhos redondos da cor azuis gelo, tão perfeitos que lembravam um lago em um lugar distânte. Uma carinha de anjo descarada, como papai dizia. Pobre papai, morreu em meus braços me chamando de demonio por nunca envelhever, permanente sempre em meus 19 anos. Tirei minha atenção de mim mesma, e a coloquei em meu celular que se encontrava tocando uma musica do grupo Simple plan. O que posso dizer? sou uma vampira moderna. — Já estou a caminho — disse logo depois que atendi a chamada. Esperando por uma resposta, fiquei encarando minhas booties, um poucos sujas de terra, obviamente pela caçada de ontem. — Venha logo, já é quase lua cheia! — Coloquei meu celular no bolso, depois de finalizar a chamada, antes de sair do meu apartamento, dei uma ultima olhada no espelho, dessa vez, para encarar a palidez da minha pele. Pálida, como uma pessoa morta...Afinal, era isso o que eu era, uma morta. A escuridão já dominava o céu, era hora das criaturas noturnas acordarem e viverem suas vidas. Anjos, demonios, lobos, vampiros e até mesmos humanos, essa, era nossa hora para ter uma vida. Mas infelizmente, hoje tinha um compromiso, um compromiso diferente do meu dia a dia, esssa noite seria uma babá. Me apressei para chegar na floresta mais isolada de Londres, por baixos daquelas terras, se encontrava um enorme calabouço, onde antigamente, lobisomens eram trancafiados na lua cheia, era um lugar assustador, com tantas marcas de unhas nas paredes. Mas não acho que tenha algo mais assustador do que uma vampira ter amizade com uma licantropa. Quando desci as enormes escadas do calabouço, lá estava minha melhor amiga - licantropa - Ela estava segurando algumas correntes, e se encostava em uma das parede, olhar para ela era exatamente como olhar para uma boneca, ela parecia feita de porcelana em todos os detalhes. Nyx tinha olhos azuis tão escuros que lhe faziam juz ao nome de uma deusa da noite, e o rosto lembrava simplesmente a delicadeza de um pequeno coelho ou qualquer outro animal mais fofo, o que era cercado por uma camada de cachos


louros tão bem arrumados que pareciam colocados fio a fio até o meio das costas. A pele quase translúcida não te ajudava a acreditar que ela era real, e que não estava saindo de uma versão 3D de um livro de contos de fada. — Vamos, me ajude com isso — Nyx caminhou para dentro de uma das celas, passando as correntes em seus braços e cintura, eu a ajudei a fixa-las em suas canelas e logo em seguida fechei sua cela. — Teve algum progresso na sua busca pelo seu ex-noivo, Roxie?Meus instintos dizem que ele está aqui, na Inglaterra — Seus olhos passaram por mim em quanto pegava uma cadeira e me sentava. Que Andrew estava na inglaterra, eu sabia, o problema era saber, onde exatamente. — Falta dois minutos para a lua aparecer, se prepare — Disse ignorando totalmente o que Nyx acabará de falar sobre Andrew, me levantei e fui até a escada para ter uma visão do céu, se tinha uma coisa que odiava ver, era a transformação de Nyx para um lobo, era horrivel, e ela me respeitava de não querer ver, acho que pela dor que sentia, dava pra imaginar que para os olhos de outra pessoa não era muito agradavel. Fechei meus olhos e deixei meus ouvidos atentos a qualquer coisa, e logo os gritos de pura dor de Nyx apareceram. Gritos, que se misturavam com rosnado e finalmente, depois de um tempo, um uivo tomou conta do calabouço. Coloquei meus olhos em sua cela, Nyx agora se encontrava em um corpo de um enorme e branco lobo, seus dentes tão afiados quanto os de um vampiro e seus olhos, continuavam os mesmo, azuis escuros. Nyx se deitou de frente para mim, colocando sua cabeça entre suas pastas da frente. — Bom, daqui alguns anos, você não precisará mais ser trancafiada em uma cela com ocrrentes — Me sentei na cadeira que colocará em frente de sua cela um pouco antes de sua transformação. Por mais que desejasse Nyx fora dessa cela quando estivesse transformada em uma licantropa, eu não teria coragem de solta-lá, uma mordida de lobo era mortal para vampiros. Minha confiança em Nyx era uma coisa que nunca tive duvidas, mas confiar em uma licantropa, era impossivel. Existem muitas historias por ai que o antídoto para uma mordida de lobo, seria derramar o sangue de alguem que você mesmo transformou em vampiro. Para mim, isso é mentira, pois todos aqueles que foram mordidos, morreram em questão de horas, mesmo fazendo essa baboseira de derramar sangue de um vampiro que criou. Os rosnados de Nyx me fez colocar minha atenção nela, mas logo se desviou para as escadas, pois alguém estava descendo. Saltei da cadeira e me aproximei da cela de Nyx me colocando em posição de batalha, seja lá quem era, não iria deixar machuca-la. — Ora, Ora...Se não é a madame francesa e sua cadelinha — Uma voz soou em deboche, a pessoa, um homem, estava possicionado no ultimo degrau, ele usava um enorme casaco marrom, e um chapéu que tampava grande parte de seu rosto, e seus olhos em nenhum momento saiu de Nyx. Só então, quando coloquei meus olhos em sua mão direita, onde estavam grandes queimaduras, que deformavam um pouco sua pele, o reconheci. — Iawy! — Corri em sua direção e saltei em seus braços, que estavam abertos, me chamamdo para um abraço — Eu senti tanto sua falta — Iawy passou seus braços por volta de minha costas, me segurando o mais forte possivel. Iawy era como um "mentor" para mim, ele me conheceu a alguns anos e me ajudou a conhecer mais sobre vampiros, e principalmente, me ensinou a ser uma caçadora. O único problema era que Iawy é um incubbus. Sempre estava com uma aparencia totalmente diferente, o que causava alguns hematomas muitas vezes por me pegar de surpresa. Mas havia uma marca para o reconhecer, grandes queimaduras que ficavam em sua mão direita, uma coisa que até hoje, nem mesmo ele, conseguiu entender o por que de sempre permanecer lá. Nyx sempre o reconhecia pelo cheiro, mas geralmente quando se encontravam, mesmo ela não estando transformada, ela tinha vontade de morde-lo até arrancar seu coração. Nunca entendi o por que serem tão imbativeis. Iawy sempre teve problemas com vampiros, exatamente por isso, criou um grupo, que existe em varios paises, para mata-los. Quando me encontrou, não me matou, algo


que é um misterio até hoje, mas acho que era por que gostaria das forças de um vampiro nesse 'clã'. Nyx tambem trabalhava para ele, mas ela era como uma 'rebelde' no grupo, ela caçava junto a mim, para não causar nenhum problemas com sua rebeldia. Apesar de tudo, ambos, me ajudavam sobre o fato de querer achar Andrew, mas infelizmente, ele sabia como não deixar rastro. — Como Nyx está? Ela me aparece um pouco agitada — Iawy me soltou e caminhou até a cela, ficando ainda mais proximo de Nyx e a deixando mais ainda agitada. Iawy concerteza estava sendo um pouco ironico quando me perguntou, ele sabia que a deixava nervosa quando era humana, agora transformada, ele deveria a deixar com seu sangue fervendo. — Ela estava calma, até você chegar. — Agora, ela parará de latir, e se deitou de frente para a parede, de costas para Iawy. — Eu não entendo por que ela trabalha pra você até hoje se te 'odeia'. — Nyx é uma boa menina, ela deve se sentir em uma familia trabalhando para mim, mas como uma boa filha rebelde, tem o dever de odiar o 'pai' — Iawy agora se encontrava sorrindo, logo após, ele me deu mais um abraço e nos deixou. Iawy estava em viagem de negocios, ele deve ter vindo até aqui para fazer uma breve visita. Estava em uma floresta, correndo o mais rapido que podia, os galhos das arvores batiam em meu rosto e corpo. Eu, realmente, estava sendo seguida, era ironico, uma caçadora estar sendo seguida, era primeira vez desde que me tornei uma vampira que me sentia insegura. Quando finalmente tomei coragem para olhar pra trás, vi meu seguidor, ainda correndo atras de mim, ele estava inteiramente vestido de preto, e seu rosto, nunca forá mostrado. Quando voltei a olhar para frente, fui obrigada a parar de correr, pois aquele estranho, estava parado em minha frente, tão duro quanto uma pedra. Tudo que eu queria era alcançar minha estaca e enfia-la em seu coração, sendo vampiro ou não, daria tempo para fugir novamente — Não me procure — O estranho disse em um tom duro e serio, ele passou sua mão por minha cintura e arrancou minha estaca do meu cinto, quando seus dedos entraram em atrito com minha pele, fez com que me arrepiasse toda, ele era tão gelado quanto eu — Eu avisei para não me procurar — Logo em seguida, ele enfiou a estaca em meu coração, e antes da minha visão ficar embaçada, pude ver um sorriso. — Roxie! — ele exclamou em minha voz feminina. Voz feminina? — Roxie, acorde!— Quando finalmente consegui abri meus olhos, vi Nyx em pé, em minha frente, ela ainda estava trancafiada com aquelas enormes correntes em seu corpo, em um corpo humano. — Menina, venha me ajudar, está quase amanhecendo, temos que dar o fora logo daqui, para não causar danos a você com a luz do sol — Ela estava tirando algumas das correntes e logo já estava a ajudando. Eu estava em total escuridão dentro do meu quarto, deitada em minha cama, pensando no sonho que tive ainda pouco. Concerteza aquele estranho que me seguia era Andrew, eu não poderia permitir que ele me matasse novamente, dessa vez quem iria morrer, não seria eu. O sonho foi algo tão real, que parecia que Andrew estava se comunicando comigo, os vampiros poderiam fazer algo como isso? Ler pensamentos de humanos era uma coisa normal para nós, mas invadir sonhos para passar um recado, eu realmente não tinha ideia se era possivel. Ainda deitada, estiquei meu braço até meu criado e peguei meu celular e esperei paciente até que a pessoa atendesse a chamada — Iawy, eu preciso falar com você, poderia vir até aqui? — Perguntei. — Claro, Roxie, já estou a caminho — Iawy concerteza deveria estar no meio de um transito, pois era claro o barulho de outros carros. O sol estava brilhando lá fora, e eu trancada dentro de um quarto. Nesse momento me sentia como Nyx, trancafiada em uma cela, a sorte dela era que só acontecia isso apenas em lua cheia, e eu? Todos os dias da minha vida. Eu acho que sentia falta do sol, quando o sol brilhava todos os dias, mamãe levava eu e minhas irmãs para brincar em um lindo campo, quando pequena. Era incrivel como antigamente as moças de familia eram tão ingenuas, em pensar que eu nunca me perguntei por que Andrew nunca aparecia para me ver durante o dia, ou reparar em suas atitudes, para ver se ele realmente me amava. Infelizmente deixei de ser ingenua da maneira mais dificil, da maneira em que o seu noivo a leva para cama apenas para se alimentar.


— Vim o mais rapido que pude — Iawy acabará de entrar em meu apartamente, ele ainda estava com a mesma aparencia de hoje mais cedo. Seus cabelos dessa vez, estavam louros, e totalmente dessarrumados, seus olhos eram verdes, verdes como uma esmeralda, e com o mesmo olhar de sempre, misteriosos. E seu corpo era bem saudavel, se Iawy não usasse casacos enormes, poderia ver seus musculos bem definidos. — Em que posso te ajudar, Roxie?— Ele perguntou tirando minha concentração. Logo após fechar a porta caminhei até o sofá e o convidei para sentar tambem, sem falar nada, ele o fez. — Eu sonhei com Andrew, e foi algo muito real. Nós estavamos em uma floresta, ele pedia para não procura-lo e depois ele me...matava. Eu queria saber, se vampiros podem se comunicar atraves de sonhos — Em nenhum momento desviei meus olhos de Iawy, mesmo desejando fecha-los e esquecer aquele pequeno sonho que estava causando um estrondo. Iawy passou sua mão por seu queixo de um modo pensativo e porfim, disse — Vampiros não podem se comunicar através de sonhos, mas você e Andrew tem uma ligação, pelo simples fato dele ser seu criador, quando ambos estão pensando um no outro, acabam se encontrando em sonhos, mas o que você viu, não quer dizer nada, foi apenas sua cabeça programando tudo. Essa ligação apenas permite que vocês se vejam, o que acontece é coisa da sua mente. — Isso pode servir de ajuda para encontra-lo? — Perguntei. — Talvez sim, talvez não. Nossos sonhos não são reais, Roxie, mas as vezes, o lugar que está, é onde já esteve, onde deseja ir ou onde está. Basta saber se o sonho era seu ou dele. — Iawy cruzou seus braços em seu peito, e sua expressão ficou ainda mais pensativa — Isso pode servir de grande ajuda, mas não podemos nos animar, sonhos são mais confusos do que achar os rastros de Andrew. — Ele lavantou do sofá e caminhou até a porta — Imagino que Nyx logo estára aqui para lhe entregar sua bolsa de sangue. Como ela andou se comportando em quanto estive fora? — Ultimamente Iawy tem perguntando muito de Nyx, o que era totalmente estranho, para um chefe de um clã de caçadores, ele não podia sentir afeição por todos, fazer daquilo sua familia, era algo ruim. Mas infelizmente era isso que acontecia, ele demonstrava muita afeição por mim e Nyx, como se fossemos suas irmãs mais nova. Não sabia se isso acontecia com os outros membros. — Pode não acreditar, mas ela conseguiu matar mais vampiros do que eu — Sorri para ele antes que saisse, me deixando lá, sozinha, a espera de Nyx. — Eu realmente o ODEIO! — Nyx apareceu furiosa abrindo a porta com um pequeno chute, pois ela carregava duas caixas enorme e retangulares — Agora ele acha que eu sou um carteiro?!— Obviamente, por toda aquela raiva, Nyx estava falando de Iawy. Corri em sua direção para ajuda-la, pois logo ela acabaria derrubando tudo o que carregava, e perder minha bolsa de sangue, isso não seria nada bom. — O que são essas caixas? — — Eu realmente não sei, encontrei Iawy na saida, e ele pediu para trazer isso aqui pra cima e abrirmos. — Avaliei as caixas novamente, e cada uma delas possuia nossos nomes, as coloquei lado a lado no sofá, e logo me sentei no chão, de frente para elas, Nyx fez o mesmo. Abri uma das caixas, um fino papel de seda embrulhava o que quer que fosse, mas ja era notavel que eram vestidos. Por cima existia um bilhete, o peguei e o li em voz alta. Hoje terá um evento muito importante na cidade, um baile de mascaras, e eventos grandes, durante a noite, é onde vampiros adoram atacar, estejam prontas e belas as 19 horas, pois, mandarei busca-las. Obs: Não esqueçam suas estacas. Iawy — Eu realmente o odeio, agora Iawy vai me obrigar a entrar dentro de um espartilho onde quebrara todas as minhas costelas! — Nyx disse tirando minha concentração do bilhete. — Não é tão ruim assim, Nyx — — Fale isso por você que ja tem suas costelas deformadas! — Ela disse indignada, mas creio que sua indignição era por Iawy e não por ter que usar um espartilho.


Nós tiramos os vestidos das caixas, eram vestidos do século XVIII, me fez sentir um pouco de saudades, eles realmente eram maravilhosos, mesmo sendos complicados de se movimentar pelo seu tamanho abaixo da cintura, o meu vestido era rosa bebê, com um laço dourado, na cintura, que terminava nas costas com um laço . Iawy tinha um bom gosto. O vestido de Nyx era quase parecido com o meu, apenas alguns detalhes diferentes, e a cor era azul, e o laço em preto. — Tenho que admitir que ele tem bom gosto — Ela disse. Olhamos novamente para nossas caixas, e lá estavam nossas macaras. A máscara de Nyx era preta e do formado de uma borboleta, ela tinha a mesma cor do vestido, azul, e uma renda que a cobria com estampa, totalmente delicada, de flores da cor preta, pelo tamanho da mascara, provavelmente cobriria boa parte do seu rosto, mas iria realçar muito bem seus olhos azuis. — Acho que Iawy me acha horrivel por me mandar uma máscara que cobrira boa parte do meu rosto — Sempre descontente com os presentes de Iawy, pensei. Minha máscara tinha a mesma cor do vestido, e era incrível o quanto ela se encaixava perfeitamente, como a ultima peça de um quebra cabeças. Ela tinha a perfeita forma de um boomerang invertido, do tipo que só cobre a parte dos olhos, e tinha os cantos longos e inclinados para cima, com um pequeno contorno em dourado em volta do rosa bebê. Haviam também três penas em seu centro, cor de rosa, é claro, e elas tampavam tanto minha testa quanto parte do meu cabelo. Por um momento meus olhos se desviaram para a bolsa de sangue que se encontrava ao meu lado, e meus pensamentos logo foram para mim se deliciando com aquelas gotas, pois é, eu tinha fome. Nyx sem dizer nada, se lavantou e foi para seu quarto. Acho que ela notou que eu necessitava de sangue. Ela não gostava de me ver se alimentando, assim como eu odiava a ver se transformando. Ainda sentada alcançei a bolsa, e apenas de sentir a temperatura do sangue, foi o suficiente para minhas presas saltarem para fora. Olhei pra a direção dos quartos para ter certeza que Nyx não estava por lá ainda, e sem hesitar, me deliciei com aquela bolsa até a ultima gota que existia. Logo depois que terminei, senti um cheiro muito forte de fogo, e vinha do quarto de Nyx. Corri até lá para ver o que estava acontecendo, sendo que era pra ter feito o caminho inverso, ja que o fogo nunca foi bom para vampiros. Abri a porta do quarto e me deparei com uma cena chocante, Nyx botando fogo no seu espartilho e o jogando pela janela. — Não posso fazer tudo o que Iawy deseja, não sou sua cachorrinha — Ela disse quando notou minha presença no quarto, sem tirar os olhos do espartilho em chamas caindo. — Pelo menos o vestido ficou ótimo em você, mesmo sem o espertilho — A medindo dos pés a cabeça, fiz uma expressão de aprovação, ela estava linda, mesmo não terminado a produção. — Obrigada — Ela sorriu como um anjo — Poderia me ajudar com meu cabelo? — Fiz um aceno com a cabeça, dizendo que sim, a chamando para sentar na cama. Antes do horario marcado, já estavamos prontas, a espera do carro que Iawy mandaria nos pegar. Nyx estava parecendo uma verdadeira princesa. Em seu cabelo, fiz um simples coque, com alguns cachos soltos, não era preciso de muitas coisas para deixa-la linda, sua beleza era natural. Nós, estavamos lindas. Queria parecer humilde, mas eu realmente estava gostosa com esse vestido e a máscara. Se não estivessemos indo a trabalho, teria uma noite mais ainda divertida. Tirando dos meus pensamento, o interfone soou, Nyx correu para atende-lo. — Claro, já estamos descendo — Ela disse olhando para mim, como um aviso de que o carro de Iawy ja tinha chegado para nos pegar, antes de descermos, dei uma ultima olhada no espelho para ajeitar meus cabelos que estavam totalmente soltos. O carro que Iawy tinha mandando, não era um carro, e sim uma enorme limousine. Se eu não fosse uma criatura das trevas, me sentiria em um conto de fadas. O evento em que iriamos, não era tão longe daqui, pra falar a verdade, eu perdi noção de tempo e do caminho quando entrei na limousine, era como um brinquedo novo nas mãos de uma criança, para mim. Para Nyx não era uma novidade, acho que ela já deve ter estado dentro de uma. Ok, eu me sentia em um conto de fadas mesmo sendo uma morta-viva. Tenho que admitir, nada poderia estragar essa noite, mesmo estando a trabalho. Há muito tempo que eu não sentia essa senssação de pura felicidade e não poderia deixar lembranças


do passado, como as de Andrew, estragar esse momento. Quando finalmente a limousine parou, a porta automaticamente se abriu, quem abrirá, foi Iawy. Ele estava extramemente lindo, usava uma simples mascara da cor preta, com um smoking, apenas aquilo, o deixava charmoso. Iawy pegou em minha mão para me ajudar a descer do carro, como um verdadeiro cavalheiro, pensei. Quando chegou a vez de Nyx, ela negou toda essa educação que vinha de Iawy, o que me vez rolar meus olhos. — Vocês estão maravilhosas — Iawy disse ignorando a atitude de Nyx. Caminhamos até a entrada do evento, e antes que pudessemos ficar a vista das pessoas Iawy passou seus braços por nossas cinturas, mostrando para todos que eramos suas acompanhetes, mesmo sendo algo profissional de se fazer, pude ouvir Nyx rosnar com sua atitude. Quando entramos no salão de festa, ele era divino, apenas duas palavras o descrevia: chique e maravilhoso. Todas as pessoas que estavam lá, estavam com suas devidas máscaras, impossibilitando de reconhecer alguem, muitas delas estavam dançando no centro do salão ao som de uma sinfonia totalmente agradavel de Mozart. Senti Iawy soltar minha cintura e se afastar um pouco — Aceita dançar comigo, Nyx? — Ele disse gentilmente, todos nós sabiamos que Nyx adorava dançar, então, mesmo seu parceiro sendo Iawy, ela não negaria. Iawy olhou para mim com um sorriso em seu rosto — Se divirta um pouco, Roxie — Logo em seguida ele caminhou com Nyx para o centro, mesmo afastados de mim, pude ouvir Nyx dizer — Eu juro, que se pisar em meu pé, eu o matarei — Seu tom era sério, mas obviamente, não estava falando sério. Iawy apenas sorriu, e quando começaram a dançar, eles chamavam a atenção apenas para eles, eles não estavam apenas dançando, eles estavam conectados com a musica e seus delicados movimentos, como verdadeiros amadores. Mesmo sendo totalmente assustador, pude ver pequenos sorrisos que saiam dos labios de Nyx para Iawy, e ela não fez questão nenhuma de esconde-los — Uma dama não deveria estar sem um par, em quanto essa magnifica sinfonia é tocada — Uma voz soou ao pé do meu ouvido, eu estive tão distraida olhando para Nyx e Iawy, que jamais notei esse total estranho se aproximando de mim. O estranho tambem vestia um smoking, porem, não existia nenhuma cor alem de preto. Sua mascara era de um vermelho queimado, e era de um demonio, eu acho, pelo menos tinha caracteristicas de um demonio, reparei quando me virei em sua direção. Eu sorri para ele. — Digamos que meus acompanhetes estão...ocupados — Eu olhei em direção de Nyx e Iawy, e o estranho deve ter entendido o que quis dizer, já que estava olhando para eles tambem. — Tenho que ser honesto, estar em um evento como este, em numero impar, não é muito bom — Olhei ao seu redor para comprovar minhas duvidas, e sim, ele tambem estava sozinho. — Você tambem está sozinho. — — Não tenha certeza sobre isso, mas por você, estarei sozinho para lhe acompanhar nessa dança — O estranho esticou sua mão em minha direção, como um chamado para caminharmos até o centro do salão. Sem hesitar, eu a peguei de um jeito delicado, para demonstrar a verdadeira dama que eu era. Quando encontramos um lugar para dançar, o estranho me virou de frente para ele, e passou um de seus braços por minha cintura, até chegar em minha costas, me fazendo arrepiar com seu toque. Escorreguei minha mão direita até seu ombro, em quanto a esquerda, segurava firmamente a mão dele, começamos a deslizar pelo salão, e assim como Nyx, eu comecei soltar pequenos sorrisos. Eu achei assutador quando a vi fazendo isso, mas agora, estava achando que era normal sorrir, em quanto dançava. Olhei diretamente para o estranho. Seu cabelo meio longo estavam penteados para trás e eram negros o que fazia seus olhos azuis se destacarem, tão azuis que chegavam a ser hipnotizantes, acho que seu maior charme, alem de sua maneira de conduzir alguem em uma dança, era uma barba rala em seu rosto e ele era palido assim como...Andrew. Eu congelei no lugar, atrapalhando totalmente nossa dança, o fazendo perguntar o por que dessa


pausa, aquele meu sorriso que se formou durante esse momento, acabará de sumir, e minha expressão era de horror. Mesmo ele estando de mascara, eu o reconheceria de qualquer maneira. Se soltando dele, dei um pequeno passo para trás, sem me importar em bater em outro casal que dançava no salão. — Há algo de errado, Cherie? — Ele perguntou em um tom curioso. Sem o responder, novamente, caminhei em sua direção, para que ficassemos proximos um do outro. Elevei minhas mãos para trás do seu cabelo, sem nenhum momento tirar os olhos dos seus, e desatei o laço, que segurava sua mascara em seu rosto a deixando cair sobre nossos pés, exatamente como meu mundo caio, ao ver seu verdadeiro rosto. Adnrew. Antes que eu pudesse fazer algo, ou falar, o salão ficou em total escuridão. E gritos, e não simples gritos da falta de luz no lugar, e sim gritos horrorizaos. Vampiros, pensei. Andrew começara a sair de minha vista como um carro acelerado — Espere! — eu gritei para ele. O que? Eu estava ficando louca? 'Espere' era o que eu tinha gritado? Eu não pratiquei anos de luta para falar isso com o reencontro do homem em que me transformou em vampira! Eu não podia perde-lo, pensei em começar a correr, mas antes mesmo que pudesse começar, alguem puxou meu braço na direção oposta em que Andrew seguia, virei e encontrei os olhos de Nyx, nervosos — Temos que sair daqui! Isso foi uma emboscada, os vampiros preparam isso! — Nyx hesitou por um momento — Temos que sair daqui antes que saibam que existe uma licantropa no salão! — Nyx tinha razão, os vampiros não poderiam saber que que ela estava aqui, pois a matariam. — Onde está Iawy? — — ele está guiando um grupo de humanos para fora, temos que sair agora! — Obiviamente todas as portas nesse momento deveriam estar bloquiadas, a unica saida seria...saltar de uma janela. Perto de nós existia uma escada, não foi preciso dizer algo para Nyx que deviamos subi-la, pois ela ja estava me puxando até lá. Em quanto corriamos subindo escada, tivemos grandes problemas com nossos vestidos, mas logo que chegamos em um corredor, começamos a tirar nossos saiotes. Nyx chutou uma porta duas vezes para que ela caisse, já que estava trancada. Felizmente, na segunda tentativa, a porta já estava no chão. Nyx voou para dentro do quarto, e já estava abrindo uma janela, antes mesmo de eu entrar. Quando comecei a entrar, senti algo me puxando para trás e logo após, presas perfuraram minha garganta, tal ato, fez com que soltasse um grito, um grito de susto e dor. Vampiros dividirem sangue é algo intimo e sexual, mas quando é o oposto disso e pega desprevinida, susto e dor são as primeiras consequencias. O vampiro ao provar meu sangue, obviamente, já estava ciente de que eu era uma vampira tambem. Principalmente por que ele aliviou sua força ao me segurar, isso era um ótimo momento, com toda a minha força existente, e o pegando de surpresa tambem, caminhei rapidamente para trás, o fazendo bater contra a parede. Aquilo foi sufiente para me soltar. Ainda com minha estaca na mão, virei para enfia-la em seu coração. Infelizmente, eu congelei novamente. Andrew estava bem em minha frente, perto o suficiente para mata-lo, minha cabeça falava "ataque-o", mas meu corpo reagia de forma completamente diferente. Joguei minha estaca no chão, seguida da minha máscara. Andrew me olhava horrorizado, choque deveria estar passando por suas corrente sanguineas, assim como me aconteceu mais cedo. O deixando lá, ainda vivo, corri até a janela e olhei novamente para onde Andrew estava, ele não estava mais lá, muito menos minha máscara e a estaca. Saltei pela janela, quando meus pés tocaram o chão, procurei por Nyx e logo a vi perto de algumas latas de lixo. — Por Deus, Roxie! Aquele vampiro te atacando me assustou pra caramba — Ela disse em um sussurro. — Eu sei, eu tambem levei um susto quando ele me mordeu — Passei a mão na mordida, e sangue ainda escorria — Eu preciso de um curativo. — Nyx rasgou um pedaço do seu vestido, o que restava, e o amarrou em meu pescoço, de uma forma delicada para não me causar dor. — Isso não é um curativo, mas servirá pra parar de sangrar. — ela disse em um pequeno e nervoso sorriso. — Roxie, por que você não o matou? — agora, o sorriso de Nyx, havia sumido. — O vampiro...e-ra Andrew - Disse a ela.


Eu não gostaria nem de imaginar se Nyx visse Andrew parado bem em sua frente, pois agora, apenas de tocar em seu nome, ela entrou em choque. Todo o caminho para casa, ela permaneceu em silencio, eu tambem fiz o mesmo. Eu estava no meu quarto, sentada em minha cama, relembrando toda a cena do meu reencontro com Andrew, sem deixar nenhum detalhe de fora. Por que eu não consegui mata-lo? me perguntei. Tirando minha concentração, vi Nyx parada na porta do meu quarto — O que aconteceu, Roxie? — ela perguntou — Durante todos esses anos que te conheço, você era determinada a mata-lo. — — Eu não sei, Nyx, algo mudou ao ver Andrew — — Você ainda o am...— — NÃO! — Gritei a interrompendo. — Então, você só precisa de tempo! Afinal, vampiros não sentem o mesmo que os humanos, isso facilita tudo. — Nyx tinha razão, nós, vampiros, não temos almas, impossibilitando de sentirmos as mesmas emoções dos humanos. Seria a mesma coisa de sentimentos sem fogo, apenas sentimentos. Eu só precisava de tempo. — Então...eu a vi dançando com Iawy, o que foram aqueles sorrisos? — Perguntei para tirar a tensão do clima. — Ei! Sorrir durante a dança é normal, eu tambem a vi sorrindo pra aquele sanguessuga psicopata, que você costumava chamar de 'meu amor' — Ela disse as duas ultimas palavras, imitando uma menininha apaixonada. A almofada que estava em meu colo, voou diretamente em seu rosto. Eu amava por ela não ter os reflexos igual de vampiros, pois quando me provocava, tinha o que merecia. Agora, já era dia, o que significava que era noite para mim. Em quanto o sol brilhava lá fora, nenhuma criatura sobrenatural poderia atacar, essa, era a hora em que os humanos davam graça a Deus por existir e nada tiraria isso deles. Confesso que dormi um pouco preocupada com Iawy, pois desde o acidente, inesperavel, de ontem, ele não entrou em contato. Mas era obvio que ele estava bem, em uma luta dele com Andrew, eu apostava em Iawy. Meu chefe era foda. Eu estava em um quarto de hotel, ele era enorme e maravilhoso. Parecia um hotel de 20 estrelas, se fosse possivel, claro. A maior cor que dominava no quarto, era vermelho. Eu estava sonhando, porem, era um pesadelo, estava amarrada na cama. Meus braços e pernas estavam esticadas ao maximo, uma de cada lado, e correntes passavam por elas. Infelizmente, a corrente era prata, pois ela me queimava. O que não me impediu de soltar um gemido de dor — Você anda pensando muito em mim, Cherie — Os olhos divertidos de Andrew passaram por mim. — Não me chame de Cherie! — eu queria me soltar e começar a lutar com Andrew, mas as palavras de Iawy vieram em minha cabeça: são apenas sonhos. Andrew me olhava com um olhar curioso, uma expressão que quase nunca ele possuia. — Iawy? Então esse é o nome do incubus para qual trabalha. Tenho que dizer que é um nome egipcio muito poderoso — — O qu...? COMO ESTÁ LENDO MINHA MENTE? — gritei. — Ele esta certo, são apenas sonhos, Cherie, mas você está no meu sonho, e eu tenho controle por eles — Um sorriso perverso espacou de seus labios, e em nenhum momento seus olhos sairam dos meus — E é como dizem: mais velho, mais experiente. Eu tenho experiencia o suficiente para ter total controle em você, em quanto estiver participando dos meus sonhos. Andrew caminhou até o outro lado da cama até um criado, mesmo com dificuldades, pude ver que havia varios tipo de facas lá, obiviamente eram de prata. Era isso, Andrew iria me torturar, já não basta a tortura de caminhar no mundo como uma vampira? Pra ele, obviamente não! — Eu necessito de algumas informações, Cherie.— Um sorriso torto nasceu em seus labios em quanto passava seu dedo indicador sobre a lamina — Nós podemos fazer de uma maneira simples, ou se preferir, do modo mais dificil — — Oh, Andrew, por que fazer o mais facil? O dificil é sempre mais divertido. — Disse


ironicamente. Ele não disse nada, mas seus passos até mim, foi o suficiente para saber o que aconteceria, a tortura começaria. Andrew passou a lamina no meu braço, causando um profundo corte e um grito tambem. Minhas presas, involuntariamente, saltaram para fora da minha gengiva pela dor que a prata me causou. Andrew parou de pressionar a faca no corte, e olhou para elas — Elas são magnificas, Cherie — — Magnificas? Essa é a pior vergonha que possuo no meu corpo! — Andrew balançou sua cabeça, e sentou na cama. Largando a faca no criado ao meu lado, ele limpou suas mãos, sujas com meu sangue, em sua calça, tão escuras quanto a noite. Andrew elevou seu dedo indicador até minha presa e a acariciou, em um gesto carinhoso. Eu não podia deixar que ele tomasse controle de mim, nos sonhos, tudo bem, mas em mim?Nem pensar. Em um ato rapido, ergui minha cabeça, e mordi sua mão. Seu sangue escorrendo por minha boca, foi uma sensação unica, seu gosto era de desejo, determinação, odio e...paixão. Como ele poderia sentir paixão por algo ou alguem? Paixão, só se fosse por ele mesmo. — Roxie...— Eu acordei. Quando abri meus olhos, encontrei os olhos de Nyx e a Iawy sobre mim, assustador, pensei. Bom, o mais assustador, era que seus olhos estavam no sangue que se encontrava no meu braço, e grande parte do meu pijama. Ainda bem que não existia mais nenhum corte, graças a cura rapida dos vampiros, seria menos choque para eles. — Eu me encontrei com Andrew nos sonhos, novamente — Disse me sentando na cama — E ele ia começar me torturar para passar algumas informações — — Isso não é possivel, são apenas sonhos, não poderia ter te machucado — Iawy disse. — Andrew disse que por ele ser mais velho, é mais experiente e por isso, em quanto eu estiver nos sonhos dele, ele pode ter qualquer tipo de controle. — Disse, tentando explicar para eles. — Isso é incrivel! — Incrivel? O que? Iawy levou uma pancada na cabeça, só pode! — Muito incrivel, o mais incrivel seria você conversando com o sanguessuga psicopata para ter mais informações sobre os vampiros! — Nyx falou em um tom de revolta para Iawy. — Isso não seria uma má ideia — É, realmente, Iawy levou uma pancada na cabeça. — Enfim, que informações ele queria? — Essa era uma ótima pergunta, o que Andrew queria de mim? me perguntei — Os vampiros estão atrás de algo, aquele evento de ontem, não foi por sangue, era por algo maior que isso — Iawy disse, me tirando dos meus pensamentos. — Eu não sei, ele não chegou a dizer nada. — Ótimo, por que eu não poderia ter uma vida normal? Eu poderia ser apenas uma vampira, com uma casa e um freezer de sangue! Mas não, eu tinha que querer vingança por meu ex-noivo que me transformou e complicando toda minha vida! A cena do baile de mascara veio em minha cabeça, quando induzi que Andrew estava sozinho, ele disse que não. Era isso, Andrew estava envolvido, e de alguma maneira, eu tambem estava, apenas por ele querer tirar informações de mim. Seria meu ex, o 'cabeça' de todo aquele acontecimento no evento? Se fosse Andrew o chefe, concerteza, essa 'coisa' que procuravam, não prestava. Nyx e Iawy me deixaram a sós para que pudesse me limpar. Com meu pijama totalmente arruinado, eu estava pensando em uma maneira de bloquear Andrew dos meus pensamentos antes de dormi, talvez Iawy pudesse me ajudar com isso. Seja lá o que Andrew estava aprontando, ele deveria ser exterminado antes mesmo de ter sucesso no que planejava. Essa noite Iawy me mandou para o cémiterio da cidade, sozinha, dizendo que iria fazer uma ronda no parque principal junto a Nyx. Mentiroso, tudo desculpa para dar em cima dela, pensei. Acho que a relação dos dois, era pior que a minha. Nyx não o odiava por completo, mas apenas o via como um chefe, exatamente o que ele era. Porem, Iawy tinha sentimentos maiores, mesmo não falando, era um pouco notavel. Eu estava sentada em uma lapide, perdida nos meus pensamentos, quando notei movimentos no cemiterio. Alguem estava aqui, e humanos não eram loucos de virem para um cemiterio a essa hora. Caminhei pelas sombras das arvores, que me serviam de camuflagem, segurando firmimente na minha estaca, pronta para o ataque. Mesmo não sendo um vampiro, eu teria uma arma, certo? Mas era obvio que era um vampiro, apenas vampiros caminham pelo cemiterio durante a madrugada, era inexplicavel, mas a senssação era realmente boa. Quando meus olhos finalmente encontraram o estranho, ele estava de costas para mim, mas era notavel que ele era realmente alto, suas mãos


estavam dentro de seu longo casaco, e sua atenção estava em um mausoléu a sua a frente. — Você não deveria ficar espiando, é perigoso, Cherie — Sua voz soou como um tapa. Como eu não reconheci Andrew? E o que diabos ele está fazendo em um cemiterio?! Oh não, eu estava sonhando, novamente. — Estou sonhando, certo? Eu não me lembro de ter dormido e muito menos ter pensado em você! — — Isto não é um sonho, é tudo real, eu sou real. — Andrew em nenhum momento se virou para mim, seus olhos mal saiam do mausoléu — O que está fazendo aqui? — sua voz saiou um pouco raivosa dessa vez. — Eu estou...caçando. — Caminhei para ficar ao seu lado, nossos braços quase estavam se encostando com minha aproximidade. Eu estava louca, certo? Eu REALMENTE estava louca. Talvez não, meus instintos diziam para ficar, e não para lutar ou correr. — E você? — Perguntei. — Apenas fazendo uma visita a uma parte da familia — Só depois que ele disse, meus olhos encontraram os nomes das pessoas que estavam no mausoléu e todas possuia o sobrenome "Le Boursier" — Eu sou um vampiro, Cherie, você deveria enfiar essa estaca no meu coração — Andrew havia se virado para mim, o que me fez virar em sua direção tambem, meus instintos diziam para ficar, mas eu não queria brincar com a sorte. — Eu tenho certeza que nunca conseguiria enfiar uma simples estaca no seu coração, estou poupando forças — Andrew levou sua mão até a minha, aquela em que eu segurava a estaca. Seu toque e sua temperatura gelada, tão gelada quanto a minha, me deu um pequeno arrepio. Ele a elevou para frente, direcionando a ponta afiada da estaca em seu coração. — Você não consegue ou não quer? — Ele perguntou, ainda segurando firme minha mão, e a estaca contra sua pele. Nyx havia me dito que eu precisava de tempo, e talvez, eu ainda não estivesse pronta. Era era a unica explicação para não querer afundar a estaca. — Como imaginei — Ele disse com um sorriso torto, ele estava brincando comigo. Puxei minha mão, me liberando da dele, e guardei minha estaca no cinto da minha calça. — Cherie, tenho de admitir que fica uma gracinha quando está indefesa — Ele sorriu ironicamente para mim. Ok, aquilo foi o sufiente! Meus instintos que diziam para não lutar? Dane-se! Minha mão se fechou em um punho, e com toda minha força, eu o soquei, acertando seu olho, seu lindo e maravilhoso, olho azul. Em um ato rapido, Andrew puxou meu braço o torcendo para trás, fazendo com que ele ficasse ainda mais perto de mim, seu cheiro intoxicou meu nariz, um cheiro de ervas, ervas perigosas. Mas nem seu cheiro me distraiu com a dor que sentia no braço. — Nunca mais... nunca mais faça isso — Disse ele ao pé do meu ouvido, de um modo que fazia com que nossos rostos se encostassem um pouco. — Me solte! — Gritei para ele, tentava soltar meu braço, mas sua força, era triplamente maior que a minha. — Existem consequencias quando me agridem, Cherie — Andrew agora passou sua mão que segurava meu braço por minha cintura, me puxando para trás, fazendo com que nosso corpo se encaixassem ainda mais — E você, vai sofre-las — com sua mão livre, ele puxou meu cabelo para trás, fazendo com que minha cabeça fosse junto, sem hesitar, ele enfiou suas presas no meu pescoço, rasgando minha pele e tomando meu sangue, o que não poupou um grito de dor. Ótimo, agora ele se alimenta de mim, pensei. Pouco a pouco comecei a me sentir fraca, ele estava exagerando. Lutar? impossivel, eu mal tinha controle do meu corpo, Andrew tinha uma força sem comparações. Senti meus joelhos tremendo, se ele continuasse, eu não conseguiria mais ficar em pé. Finalmente, ele tirou suas presas do meu pescoço, mas não me soltou. Acho que ele sabia que se me soltasse, iria direto para o chão, minha visão estava embaçada, aos poucos, estava ficando tudo preto, e bem, acho que desmaiei depois disso. Quando abri meus olhos, tudo estava embaçado, então, resolvi os deixar fechados. Pelo ar, pelo chão, eu ainda estava no cemiterio. — Você a encontrou? — Uma voz longe soou pelo cemiterio. — Não, ainda não — Alguem respondeu friamente, tive certeza que era Andrew, pelo sotaque


frances. — Você sabe que deve mata-la ou nunca conseguiremos, irmãozinho — Rebateu o homem. Irmãozinho? Eu não estava ouvindo direito, essa era a unica explicação. — Eu irei mata-la, quando encontra-la — Andrew disse. Sem mais ou menos, novamente, perdi meus sentidos. Andrew havia tirado muito sangue de mim, e até me recuperar, eu nunca iria parar de desmaiar. Meu corpo ardia, e eu acho, que estava queimando. Deveria estar sonhando, Andrew deveria estar brincando com minha mente, essa dor, estava ficando insuportavel. Relutando entre a realidade e a fantasia da minha mente, abri meus olhos. E bem, eu não estava sonhando. Eu estava no chão do cemiterio, e o sol estava nascendo. Precisava me esconder, pensei, mas mal tinha certeza se tinha forças para caminhar. Reunindo todas minhas forças, me virei de frente para o chão, para a claridade não machucar meus olhos. Ao meu lado, estava o mausoléu da familia do Andrew, e seria exatamente ali, onde passaria o dia. Com dificuldades, consegui ficar de pé, e arrombei a porta do mausoléu, o que não foi nada facil. Eu sentia fome, muita fome, estava fraca e com grandes queimaduras. Dessa vez, eu realmente iria mata-lo! Mas por agora, a unica coisa que podia fazer, era esperar a noite chegar. E em nenhum momento a conversa do Andrew com aquele estranho saiu da minha mente, em quanto passava as horas dentro do mausoléu. Eu estava morrendo, essa era a unica explicação para tudo que estava sentindo. Poderia pegar meu celular no meu bolso, mas parecia que eu já não mandava mais no meu corpo. Relutando com todas minhas dores, eu precisava tentar, encaminhei meus dedos até meu bolso, e tirei o de lá e fui direto para a discagem rapida. Chamou uma...duas — Roxie, onde você está?! Nyx está surtando e demolindo o apartamento de vocês — Iawy disse atendendo em um pequeno grito de desespero. — Iawy..estou presa, no cemiterio...mausoléu dos Le Boursier. Eu preciso de sangue — nem eu mesma soube dizer se aquilo era uma frase, infelizmente, foi o que consegui dizer antes de perder meus sentidos, e deixar Iawy na linha. O chão estava tremendo, e não existia ar. Séria isso a morte? Era isso que estava pensando até um tapa,duro como pedra, atingir meu rosto. — Nyx! — Repreendeu uma voz. — O que? Tem alguma ideia melhor pra acorda-la, genio?— Eu abri meus olhos, e agradeci por estar escuro, e logo vi Nyx e Iawy sentados ao meu lado. — Seja delicada, pelo menos — Iawy disse calmamente — Delicadeza? Desculpe, eu esqueci de alimenta-la para sobreviver — ela disse ironicamente. — Onde estou? — Perguntei olhando em minha volta. Eu estava suja, muito suja e de sangue. Pelo meu estado, Nyx deveria ter me dado uma bela surra para me alimentar, pelo menos, a dor não existia mais. — Você está em um carro, se não notou, e indo pra casa — Ela respondeu minha pergunta calmamente, mas com um tom de ironia. Iawy me entregou uma enorme capa, dizendo que me protegeria dos raios solares, até chegar ao nosso apartamento. Sem questionar, eu a coloquei, de um modo que cobrisse meu rosto tambem. Bem, nossos vizinhos? Iriam dizer que estava louca. Iawy nos deixou na garagem do condominio, chegar até nossa casa, não foi nada doloroso, aquela capa realmente me protegeu. Nyx estava abrindo a porta, em quanto eu estava lidando em tirar a capa, o que dificultou quando deu um grito. Ela cambaleou para trás com suas mãos combrindo seu rosto, entre seus dedos, pude ver que sua expressão estava de puro horror. — O q...? — Quando entrei em nossa sala, foi impossivel que eu continuasse a falar, choque e horror estavam me dominando. Em nossa sala, havia um corpo humano, uma criança para ser exata. E ela estava morta. Seus olhos verdes, estavam fixos para o lado, a menina tinha pelo menos 7 anos, seus cabelos loiros estavam divididos em duas tranças até sua cintura, vestia um vestido rosa, que agora, estava sujo de sangue.


— Olhe para parede — Disse Nyx chorando em nossa porta. Não querendo olhar, pois coisa boa não seria, coloquei meus olhos na parede, uma mensagem estava escrita, escrita com sangue da pobre criança. Uma pequena recompensa por ter compartilhado seu sangue comigo nessa incrivel madrugada. Obs: Bons sonhos, Cherie. Andrew, eu não podia acreditar que ele tinha feito aquilo, como pode...? — Já basta! — Nyx gritou em indignação — Na proxima lua cheia, eu irei mata-lo — Eu olhei para ela, seus olhos estavam raivosos, tão raivosos que se fosse possivel, ela se transformaria em uma loba ali e agora mesmo. — Isso é algo inconsideravel — comecei a dizer — E você sabe disso, é perigoso — — É inconsideravel você ter a ideia de um dia mata-lo, pois você nunca irá conseguir! — ela rebateu. — Você sabe que isso será uma missão suicida! — eu esatava ajoelhada, diante do corpo da menina, e fui incapaz de olhar para Nyx, por vergonha, talvez? — Acho melhor ligarmos para Iawy cuidar disso, do corpo, quero dizer.— eu apenas concordei com minha cabeça, em quanto jogava a capa que Iawy havia me dado, para cobrir a menina — E eu quero...quero sair daqui, não quero morar aqui sabendo que Andrew sabe onde estamos — — Isso é uma boa ideia, mas não temos para onde ir — disse um pouco pensativa. — Talvez podessemos pedir...— Nyx começou a balançar sua cabeça em quanto falava, o que me fez parar. — Vamos para minha mansão — — Mansão? Desde quando você tem uma mansão? — perguntei incrédula. — Desde sempre, ela fica na floresta, e com tantas arvores, não será um problema pra você durante o dia, e os vidros daremos um jeito. — Disse — Você me fazia gastar uma boa quantia em dinheiro com esse cubiculo, pra agora me dizer que tem uma MANSÃO? — Nyx apenas levantou seus braços para cima, com um gesto de 'o que quer que eu diga?' e sorriu. — Não tem por que estar reclamando, você tem uma piscina cheia de dinheiro com todos seus investimentos durantes os anos, em quanto eu, tenho apenas metade de uma. — Nyx disse — Mas eu não tenho uma mansão! — — Detalhes, minha cara...Na minha mansão, tem a mobilia inteira, não vamos precisar desses moveis, apenas do principal — Os olhos de Nyx estavam fixos na parede — Eu acho que alguem está tirando o primeiro lugar de Iawy na minha lista negra, o sanguessuga-psicopata arruinou minha pintura — — Não se preocupe, você terá uma mansão velha inteira para pintar — Disse com um pouco de sarcasmo. — Eu vou ligar para Iway e tirar da cabeça o desejo de lhe dar um tapa — Nyx caminhou até seu quarto, onde obviamente estava seu celular. Ela estava com seu celular em suas mãos, quando veio até mim, ele estava no viva voz. — Nyx, que prazerosa surpresa, você estar me ligando. Me diga, minha dama, o que você aprontou? — Iawy disse atendendo sua chamada. — Não faça gracinhas comigo, Iawy — ela rosnou para ele. — É o seguinte, o sanguessugapsicopata deixou um presentinho para Roxie em nosso apartamento. E quando existe presente e o ex dela na mesma frase, não é boa coisa. Deus, ele tem um pessimo gosto para dar presentes, enfim, nós precisamos que você limpe nosso apartamento, e de um jeito no corpo. — Do outro lado da linha, apenas ouvia a respiração de Iawy, em nenhum momento, ele a interrompeu. Um verdadeiro cavaleiro. — Mandarei meus homens até o apartamento — ele disse calmamente — Apenas tentem não estarem no apartamento por algumas horas e...— Iawy tentar terminar sua frase, foi algo


impossivel, já que nyx cancelou a ligação em sua cara, eu a olhei com espanto. — O que? Não me olhe assim — ela disse — A calma dele me tira do sério. — Nós estavamos no carro, Nyx estava dirigindo, nos levando até sua mansão, nossa nova casa. Eu estava reconhecendo o caminho, era uma estrada da floresta abandonada, onde ficava o calabouço em que Nyx se transformava. A estrada estava terminando e no final dela estava uma enorme e velha mansão assustadora. — Oh não, não, não não — Eu nao tinha noção de que aquela era a mansão de Nyx, até que ela parou o carro.— Você está brincando comigo, eu não vou morar nessa casa assombrada! — Disse em desespero — Você é quem deve estar brincando comigo, como uma VAMPIRA pode ter medo de uma velha casa, huh? — Nyx disse com puro sarcasmo, fazendo o favor de ressaltar a palavra vampira. — Você tem noção de quantos fantasmas malvados devem morar ai?! — Disse, soando como uma paranoica. — Eu não acredito em fantasmas — — E bem, eu não acreditava em vampiros até meu adoravel e amavel ex-noivo me transformar em uma! — Agora sim tive certeza de que estava parecendo paranoica. — Eu realmente não consigo imaginar o sanguessuga-psicopata adoravel e amavel...Enfim, se existem, eles não seriam doidos de invadir minha casa — Eu imaginei se quando ela referiu de não invadirem sua casa era por que Nyx era uma licantropa ou por que era a revolta em pessoa. O pior de entrar em uma mansão enorme, que realmente parecia assombrada, era que estava escurecendo. Eu acho que iria pirar. A mansão deveria ser linda antigamente, existiam duas escadas, em cada lado, em meia lua, que levava até uma enorme entrada de duas portas que estavam esculpidas duas letras: N e L Antes que eu pudesse perguntar o que significam, Nyx começou a falar. — São as iniciaias do meu nome, Nyx Lupicínio. Eu realmente odeio meu sobrenome. — Ela abriu as portas, me mostrando o que estava atras delas. Um enorme salão ficou a vista, em seu centro, estava uma fonte e no seu topo existia um lobo. O chão era de marmore preto e em minha direita se encontrava uma escada, meia lua tambem, que levava até o segundo andar. — Bem vinda a sua nova casa, Roxie — Nyx disse Eu passei por uma entrada, que aparentemente me levou até a sala. Havia uma lareira e muitos moveis estavam cobertos com lençois brancos, em uma das paredes estava um quadro, e eu fiz questão de me aproximar e ve-lo melhor. Havia uma mulher sentada em uma poltrona, um homem ao seu lado em pé com uma mão apoiada na poltrona, ambos tinham cabelos e olhos negros, suas peles eram morenas, diferente de mim, que era branca feito leite. E uma linda bebezinha estava sentada no colo da mulher, ela tinha olhos azuis e curtos cabelos loiros o que me fez entender do que se tratava, era um quadro de familia. — São meus pais — Ela disse atras de mim, falando exatamente o que estava pensando. — Eu jurava que quando pequena era adotada. Em quanto eles tinham grandes traços de indios, eu parecia uma boneca de porcelana — Quando olhei pelo meu ombro, pude ver que ela estava sorrindo para o quadro — Eles falavam que eu era a reencarnação da Deusa da noite, por isso vem o meu nome de Nyx e como eu tornaria uma licantropa quando chegasse aos 20 anos, me batizaram como Lupicínio que significa "dos lobos". Todos os licantropos acreditavam que eu era a reencarnação dela, todos me chamavam de Deusa dos lobos — — Imagino que você tenha passado por muita...pressão — — Sim, foi então que eu fugi de nossa 'aldeia' e encontrei Iawy. Ele me acolheu como se eu fosse uma pedra preciosa, mas não por causa da minha historia. Mas eu tambem nunca soube o por que. Assim como ele nunca confio em vampiros, nunca agradou os lobos a ele, mesmo assim fez o que fez e ele nunca foi rude comigo.— — Realmente, não sabe o por que? — Perguntei dando uma direta. Ela me olhou curiosa, é, realmente ela não sabe dos sentimentos de Iawy, pensei. — Vamos escolher seu quarto! — Ela disse animadamente, tirando a tensão do assunto sobre a familia dela do ar.


Nyx estava me puxando aceleradamente em quanto subiamos a enorme escada, meia lua, que vi na entrada. E bom, mesmo a casa estando calma, eu não abaixei minha guarda sobre fantasmas, quando chegamos ao topo dela, havia mais um tipo de sala, eu acho. Fala serio, eu não entendo esses nomes de cada comodo de mansão, na verdadem eu nunca entendi pra que tantos comodos iguais. Uma sala ja não bastava? Passamos por outra entrada e pude ver que varias portas estavam fechadas no extenso corredor. Na terceira porta, Nyx parou e a abriu, eu estava em choque. Aquele quarto realmente podia ser maior que o nosso apartamento inteiro! Como ela pode me fazer morar lá anos com uma casa dessa? Traidora. O quarto tinha o chão de marmore preto, exatamente como o restante da casa, e no centro tinha um tapete de pele branca. A cama era de ferro antigo de dossel, o dossel era de renda vermelha e os ferros pretos. As cores favoritas de vampiros, pensei. Havia uma porta dupla, que obiviamente me levaria a uma varanda, pelos pequenas falhas da cortina branca, pude ver que era uma varanda extensa. — Você adorou, eu posso ver em seus olhos! — Nyx disse ao meu lado. — Para uma casa abandonada, ela parece bem conservada — — Não é uma casa abandonada, existem pessoas que cuidam para mim, ela parece horrivel por fora, mas o que posso dizer? Os anos não ajudam. — Meus olhos correram para o guarda-roupa, e Deus, ele era enorme. — Esse guarda-roupa, eu vou precisar de muitas roupas novas para completa-lo — Disse pensando em tantas roupas que deixei de comprar por não caber na lata de sardinha que eu costumo chamar de guarda-roupa no meu quarto. — Nos mudamos amanha, o que acha? — Nyx estava sorrindo para mim, pelo jeito a mudança para a mansão dela, a deixava animada — Sim, nos mudamos. Temos que nos mudar antes da lua cheia que será depois de amanhã — Depois dela apresentar a casa inteira pra mim, o que foi o mesmo que nada, pois eu não iria lembrar de tantas coisas na manhã seguinte. Voltamos para o carro e fomos embora. Iawy estava parado em frente de nossa porta quando chegamos no apartamento, alguns homens, vestidos de preto, estavam saindo de lá, pessoas que eu não conhecia. Sorri para ele, mas logo após ver sua mão, meu sorriso desapareceu. — O que aconteceu com sua mão? — Nyx perguntou por mim, a mão de Iawy que costumava ter uma marca de queimadura, estava com um curitivo e dava para sentir que estava sangrando, pelo cheiro no ar. — Está preocupada comigo, minha dama? — Ele sorriu ironicamente para Nyx. Bom, pelo menos não é grave, pensei. — Não seja ridiculo, Iawy. — Nyx estava parada em sua frente e segurava em sua mão, que aparentemente estava machucada, ela levantou um pouco o curativo para espiar seu ferimento — Sua queimadura está sangrando — — O corpo...o sangue da criança, estava envenenado — Ele disse olhando para mim — Quando o sangue caio em minha mão, começou a me queimar e causou esse ferimento — — Você tem certeza que está bem? — Era Nyx perguntando por mim, novamente. — Sim, eu estou. Não terá nada daqui alguns minutos — Iawy tirou uma mecha do cabelo de Nyx que estava em frente de seus olhos, com sua mão que estava livre das dela, o colocando atrás de sua orelha. — Obrigado pela preocupação — Ele sorriu para ela. Eu não consegui segurar um pequeno riso ao ver Nyx, totalmente, sem jeito com tal ato. Ela me fuzilou com os olhos. — Nós vamos nos mudar, amanhã — Eu disse a Iawy — Para mansão de Nyx. — — Nyx tem uma mansão? — Ele pareceu surpreso — Isso é uma novidade — — Não quero mais morar aqui, sabendo que o sanguessuga-psicopata sabe onde moramos — — É uma ótima ideia se mudarem, mas cedo ou tarde ele encontrará onde Roxie está.— Iawy havia falado em um tom aconchegante para não assustar Nyx, mas não funcionou bem, ela pareceu um pouco tensa depois do comentario. — Eu devo partir, já está tarde — Ele começou a dizer, nos tirando do silencio — E minha dama,


você já pode soltar minha mão — Ele estava sorrindo para Nyx, ela a soltou e trotou para dentro bufando como um touro. — Eu não entendo por que tanta raiva — Eu estava olhando para Nyx, em quanto ela colocava nossas coisas, de um modo não delicado, dentro de uma caixa de papelão. — Iawy. Ele é minha raiva! — ela murmurou — E você? Vai ficar ai parada me olhando ou vai me ajudar colocar nossas coisas nas caixas? — Antes que Nyx pudesse explodir e me culpar por não fazer nada, eu comecei ajuda-la. Depois de algumas horas de duro trabalho, nossas coisas já estavam todas empacotadas e dentro de nossos carros. Nyx estava indo para o quarto dormir, quando eu a parei no carredor segurando em seu braço. — Olha, Iawy tem razão. Andrew sempre vai descobrir onde estou...Você tem certeza que quer continuar morar comigo? — Eu disse calmamente — Se ele descobrir que eu moro com uma licantropa, é capaz dele mata-la — — Não, está tudo bem — Ela sorriu — Eu posso ter um pouco de medo dele, mas eu não vou te deixar sozinha. Iawy quando me mandou pra morar com você, era por que um vampiro sempre precisa de alguem que possa sair na luz do sol, certo? Nós estamos juntas a tantos anos, que acho que quem precisa de alguem sou eu, e não você. — Eu sorri para ela, retribuindo seu sorriso, e logo após a abracei. — E bom, chega desses momentos...Eles não combinam comigo — Eu ri — Boa noite, Nyx — Após eu dizer, ela acenou com a cabeça e se fechou em seu quarto, eu fiz o mesmo. Deitada em minha cama, eu comecei a pensar em Andrew. Talvez fosse errado, eu poderia sonhar com ele com isso, mas era impossivel não pensar. Primeiramente tinha pensado que o corpo, era apenas para me assustar, mas agora? Agora eu estava tendo certeza de que ele me queria morta. Mas ele sabia que eu jamais beberia o sangue da pobre garotinha, por que ele a envenenaria? E quem era aquele estranho o chamando de irmão no cemiterio? Quando nos perdemos no bosque, mamãe e papai nos ensinou a ficar parada em um unico lugar e esperar por ajuda. Talvez hoje não fosse um bom dia, era noite, estava frio e eu estava perdida no bosque. Não sabia, exatamente, se tremia de frio ou de medo, mas a única coisa que podia fazer, era esperar que me encontrassem. A unica luz que iluminava o bosque, era a luz do luar. Eu estava sentada em um tronco cheio de musgo, rezando para que nenhum animal indesejavel aparecesse. A batida do meu coração estava alta, o unico barulho que ouvia vinha dele. Bom, pelo menos até agora. O barulho de pequenos galhos se quebrando e passos chamou minha atenção, alguem estava se aproximando. Pelo menos eu esperava que fosse alguem, e não algum animal selvagem. — Papai? — Chamei um pouco assustada, mas nenhuma resposta veio, apenas barulhos e agora passos que pareciam ser lentos, estavam rapidos. Talvez eu devesse correr? Oh,não, mamãe nunca nos ensinou o que fazer sobre essa parte, de estar perdida e ser perseguida . Antes que pudesse raciocinar, eu já estava correndo para a direção das arvores. Mas foi algo sem sucesso, antes mesmo de chegar até lá, uma mão passou por meu braço e me puxou para trás fortemente. Eu me virei, encontrando um rosto selvagem, como de um animal. Se achava que meu coração estava fazendo barulho, agora, ele parecia uma bomba explodindo. Quando os olhos do estranho se encontraram com os meus, sua expressão mudou. Talvez, uma expressão de compaixão? — O bosque é perigoso demais para crianças brincarem, durante a noite — Ele disse ainda segurando meu braço. — Não me chame de criança — Retruquei tetando me soltar, infelizmente, a cada movimento seu aperto se tornava mais forte. — Eu estou perdida, apenas isso — — Interessante — Agora, ele havia me soltado e estava andando em minha volta, me deixando ainda mais tensa — Por que está perdida, criança? — Discutir para não me chamar de criança era inutil, pelo jeito — Eu estava na clareira com minhas


irmãs e acabei me perdendo — Respondi a ele. — E a senhorita está ciente de que uma jovem perdida, jamais, poderia ser encontrada novamente? — Ótimo, se agora pouco estava em panico, agora, estava surtando. — Há muitos animais selvagens aqui, procurando por sangue. Eles podem aparecer a qualquer segundo e morder sua jagular — Ele continou. — Você está me assustando — Choraminguei. — Vamos, eu vou tirar daqui — Seu tom desse vez, estava suave. — Eu não posso, meus pais devem estar atrás de mim — Disse imovel no lugar, em quanto ele caminhava à minha frente. — Tudo bem, os animais sanguinarios logo estarão aqui para lhe fazer companhia — Ele voltou a andar, me deixando para tras — Como posso confiar em uma pessoa que anda no bosque durante a noite? — Talvez essa não fosse a melhor pergunta para se fazer agora. Mas o fez parar de andar, o impedindo de me deixar sozinha. — Eu estava...caçando — — Não parece estar caçando, não possui nenhuma arma de caça — O observei para ter certeza da minha afirmação — Os melhores caçadores não precisam de armas — O estranho estava se aproximando de mim, por fim, ele parou e esticou sua mão em minha direção — Então, vem ou não? — Eu não o respondi, segurei em sua mão e deixei que ele me guiasse pela escuridão. — A proposito, me chamo Andrew, Andrew le Boursier — Meus olhos se abriram com o susto, me tirando do sono. Andrew estava na minha cabeça novamente, mas infelizmente isso não foi um sonho e sim uma lembrança. — Deus, você está horrivel — Nyx olhou para mim em espanto em quanto eu saia do meu quarto — Eu pensei que dormir ajudava na beleza, mas isso parece ser apenas um mito. E olha que você dormiu praticamente o dia inteiro — Meus olhos correram até o relogio e eram quase 18 horas. — Eu sonhei com Andrew — — Sabe, eu nunca o vi, mas não sabia que ele era tão feio a ponto de te deixar assim — Eu ri — Cale a boca, Nyx — Passando por perto do espelho a caminho do banheiro, arrisquei a dar uma olhada, e sim, ela tinha razão. Eu estava horrivel. — Como foi o sonho? — Ela estava encostada na porta do banheiro, em quanto eu, jogava uma àgua no meu rosto. — Não foi exatamente um sonho, foi como uma lembraça. Como nos nós conhecemos — Olhei para Nyx e pela sua expressão, ela queria saber os detalhes. — Eu estava perdida em uma floresta e ele me achou. — — Na floresta, durante a noite? — Eu acenei — Então por que diabos ele não te atacou? Fala sério, era pra você ter sido o jantar dele! — — Eu não sei, eu realmente não entendo isso. Quando ele me levou até meus pais, eles não sabiam como recompesar esse tão querido ato. Por fim, decidiram que a recompesa, seria minha mão em casamento — — Isso é nojento, eu jamais aceitaria me casar com um homem escolhido por meus pais — Ela disse em indignação — Não é tão ruim, você sabe, o amor se constroi com o tempo e foi o que aconteceu. Eu acabei me apaixonando loucamente por ele. — — Você acha que ele te amou? — Nyx me encarou seriamente, ela realmente estava curiosa sobre isso, mal sabia ela, que eu tinha essa curiosidade tambem. — Vampiros não amam como os humanos, o que os vampiros sentem em questão de amor é o mesmo que um tipo de possessão carinhosa. Mas não amor, não o que os humanos sentem. — Eu olhei para janela e finalmente a noite tinha chegado — Vamos embora, não podemos perder tempo.


— Nyx apenas concordou, ela sabia que aquele assunto me incomodava. Nyx estava em seu carro a minha frente em quanto eu a seguia, decidimos não chamar um caminhão de mudanças, apenas usamos nossos proprios carros. Em quanto dirigia tentava me focar na estrada, mas minha cabeça só me permitia pensar em uma coisa: Andrew. Ter ele dentro da minha mente toda vez que dormia estava me surtando. Logo meus olhos encontraram nossa nova moradia e meus pensamentos foram direto para quantos fantasmas malvados poderiam estar lá dentro. Bom, pelo menos uma paranoia cobria a outra. Quando desci do meu carro, observei plenamente a mansão. — Não faça essa cara de quem comeu e não gostou — Nyx disse um pouco atras de mim — Ela sendo assustadora, apenas nos afastara dos humanos. Oh, como eu os odeio — — Me diga uma coisa que você goste, Nyx — — Iawy! — Me virei para Nyx incrédula, não conseguindo acreditar que finalmente ela havia dito que gostava dele. Mas logo minha surpresa se foi, quando meus olhos encontraram Iawy ao lado dela. — Quando falaram sobre uma mansão, não esperava algo tão...velho. — Ele disse olhando diretamente para mansão. — Mas vindo de Nyx, eu não poderia esperar nada alem de surpresa — Eu sorri para ele, em quanto Nyx o fuzilava. — O que faz aqui? — Ela exigiu. — Não poderia permitir que duas damas carregassem caixas pesadas — — A unica coisa pesada vai ser um pontapé em você — Nyx murmurou caminhando até seu carro, tao baixo que quase não ouvi. — Então, onde está sua mafia? — Ela gritou para ele, sarcasticamente. — Oh, minha dama, eu não tenho uma mafia, apenas servos. — Ele a respondeu suavemente. Junto a Iawy, me virei quando um caminhão entrou em nosso, não expledindo, jardim. Varios homens vestidos de preto desceram da caçamba e marcharam até nossos carros, começando o trabalho, assim como soldados obedientes. Acho que é isso que chamo de boa ajuda, pensei. — Nyx, aceita me acompanhar em um passeio pela floresta? — Nyx acenou para ele e logo os dois, de braços enganchados, sairam pelo portão da mansão. E eu, fiz o mesmo, certificando de pegar o caminho oposto. Talvez os caminhos opostos nem sempre funcionem, Nyx e Iawy estavam a minha frente em uma pequena clareira, e eu, estava através das arvores. Espiando? concerteza não, apenas checando a sobrevivencia de Iawy. Nyx segurava sua mão, aquela em que havia sua marca de queimadura. Traçando seus dedos naquelas cicatrizes delicadamente, ela observava com atenção. — Como você conseguiu isso? — Ela perguntou em um sussurro, ainda traçando aquela marca. — Eu havia falado, na hora errada — Eu não podia ver os olhos de Iawy, mas por sua voz havia magoa neles. Antigamente 'Falar na hora errada' haviam grande consequencias e Iawy havia sofrido na pele. — Isso é repugnante — Nyx havia soltado sua mão e dando a costas para ele, observava o nada. Talvez, ela não queria que ele visse pena em seu olhar? — 'Isso' é a educação que tive — Iawy estava mais proximo dela, o que me fez lembrar eu e Andrew no cemiterio, mas diferente de Iawy que estava sendo suave e carinhoso, Andrew me atacou, como se fosse um animal — Meu castigo, foi o veneno de uma cobra, queimante, correndo por meu sangue, minha dama. — Imaginei que Nyx, assim como eu, havia se arrepiado toda. Agora, ela havia se virado em sua direção. — Eu sinto muito — Em seus olhos haviam compaixão e ternura, eles estavam tão proximos...Seus olhos estavam tão conectados e presos um ao outro. Vamos lá Nyx, de um beijo nele, mostre que tem um coração batendo em chamas, e não apenas gelo. Disse a mim mesma, na torcida. — Vamos sair daqui — Iawy disse passando em sua frente, cortando o momento. Se fosse Nyx, eu o socava. Mas não, minha garota não deixou que isso acontecesse. Ela havia segurado sua mão, o impedindo de andar, e passou seus braços ao redor do corpo de Iawy, lhe dando um abraço. Nyx, um pouco mais baixa que Iawy, ficou nas pontas dos pés e lhe deu um beijo, demoradamente, em


seu rosto. — Vamos sair daqui, agora. — Ela disse o soltando e sorrindo. A expressão de Iawy, era incompreensiva, mas feliz. Logo, os dois sumiram pela mata, com os braços enganchados. Eu dei meia volta, para que pudesse pegar o mesmo caminho que fiz, ao invez de continuar a caminhar, encontrei um rosto sorridente cheio de ironia em minha frente. — Eu tenho certeza que teus pais lhe ensinaram sobre essas coisas de não espiar um casal apaixonado — Ótimo, eu havia congelado, a pessoa que tentava me matar estava na minha frente, e eu? Eu estava com medo. — Eles não são um casal — Disse a primeira frase que veio em minha cabeça, o que me fez parecer idiota. — Não me diga — Andrew imitou uma expressão de surpresa. — Mas tenho certeza que o incubbus adoraria que fossem.— Ele havia dado um passo para trás, nos dando maIs espaço, me deixando um pouco mais confortavel. — O que você quer, Andrew? — — Não seja grotesca, Cherie. Estava apenas observando seus novos aposentos — Eu estava tentando não demonstrar meu medo, ele podia sentir meu medo, tinha certeza disso. Mas como não sentir medo? Em meu ultimo encontro com ele quase fui queimada em vida! — Você não precisa ter medo, lhe prometo não causar nenhum mal essa noite — Como eu disse, ele sentia o cheiro do medo das pessoas. Eu o observei, para minha surpresa, ele usava um colete preto e uma camisa branca, por baixo, com as mangas dobradas até a altura dos cotovelos. Seus braços nus, me fizeram relembrar seus toques quando entravam em atrito com minha pele, tão gelado...— Não observe muito, Roxie. Sou timido — Tirando minha atenção de seus braços, olhei em seus olhos, lá estavam as melhores amigas de Andrew, a ironia e o sarcasmo.— Tenho um aviso para você, cherie — Seus olhos estavam sérios, muitos serios. Talvez agora fosse a hora de correr? Bom, eu não fiquei para pensar, apenas corri, tentando me livrar dele. Acabou sendo inutil, Andrew concerteza era mais rapido que eu. Para me impedir de correr, me derrubou no chão, me segurando fortemente ele me virou para que ficassemos cara a cara. — Não me deixe falando sozinho — Ele grunhiu raivosamente, deixando suas presas a mostras, como um aviso, para ter cuidado. — Você disse que não iria me machucar! — Tentei mover minhas pernas, para que pudesse chuta-lo em algum lugar, pelo menos isso daria tempo para algo. Mas foi impossivel, Andrew estava prendendo meus joelhos com os seus. — Isso cabe no conceito se você se comportasse — Agora, ele havia segurado meus braços contra o chão e eu fiquei imovel em baixo dele. — Você está me machucando — choraminguei, e era verdade. O modo em que ele me segurava estava deixando meu corpo dolorido. Andrew passou os olhos pelos meus e soltou um suspiro. — Apenas não tente fugir. Dessa vez, não irei poupar o sangue escorrendo pela terra — Andrew rolou de cima de mim, para o chão, ficando deitado ao meu lado. Me recusei a olha-lo, então, meus olhos foram direto para as estrelas. — Umas das melhores coisas de viver na eterna escuridão, é ter uma beleza dessas para observar todos os dias — Ele disse se referindo as estrelas. — Pelo menos você ainda continua tendo um bom gosto, Andrew...Mas vamos encurtar o papo de belezas da natureza. O que quer me dizer? — — Meus vampiros...eles estão atrás de você — Seu tom era calmo, nao acho que teria motivo para ficar alarmada. — Não compreendi, o que quer dizer com isso? — perguntei. — Meus vampiros, a querem morta — seu tom ainda era calmo, porem, eu já estava surtando. — Você e sua familia aberração são um perigo para nossa raça — — Familia aberração? Me poupe dos seus apelidos carinhosos para meus amigos — Andrew riu ironicamente — Há muitas pessoas querendo te matar, e você realmente se importa com isso? — — Por que eu deveria acreditar em você? A única pessoa que tentou me matar até hoje foi você — Eu havia me sentado, Andrew fez o mesmo para certificar de que não sairia correndo.


— Aquilo...foram pequenas coisas que tive que fazer. Eu nunca falho quando realmente quero algo — Tudo bem, isso era verdade, se ele me quisesse morta, eu ja estaria enterrada dentro de um caixão. — Fique fora do meu caminho, Roxie, se meus vampiros a caçarem e levarem até mim, terei que mata-la — — Então seu 'exercito' de vampiros, me querem morta — Ele acenou com a cabeça. Ok, eu sempre soube que era pessima em ser vampira, mas agora eu REALMENTE me sentia pessima. Um vampiro jamais sente medo, e eu? Bom, eu estava com medo e tendo um surto. — Andrew...O que você está aprontando, afinal? Para ter um 'exercito' de vampiros trabalhando pra você. O que você quer? — — Cherie...— Andrew abriu um sorriso — Um bom jogador, jamais, joga todas suas cartas ao mesmo tempo — Era ridiculo ter perguntando, eu sabia que ele não falaria nada. — Está amanhecendo, tenho certeza de que não quer ter outra visita dos raios solares em sua pele — Ele rapidamente ficou de pé e começou a caminhar para o norte. — Andrew, espere! — gritei para ele, o que o fez parar de andar — Você tem um irmão? — — Oh, meu irmão — ele se virou para mim, com um sorriso estampando seu rosto — Sim, cherie, você tem um cunhado — Cunhado? Ora, o que aconteceu com o 'ex'? Antes que pudesse protestar sobre isso, ele já havia sumido. Meu passeio pela floresta teve o proposito de encontrar algum animalzinho e se alimentar dele, infelizmente, não tive sucesso. Talvez, amanha na hora que acordasse, Nyx tivesse deixado uma bolsa de sangue pra mim antes de ir para a cela, pelo menos, eu rezava pra isso acontecer. Um dia sem se alimentar, era terrivelmente um erro. Dois dias? era triplamente terrivel. E precisava de forças para enfrentar a lua cheia. Quando cheguei em nossa nova casa, melhor dizendo, mansão. As luzes estavam apagadas, o que não me impediu de tropeçar em algumas caixas pelo salão, Nyx provavelmente ja estaria dormindo. Achar meu quarto foi um pouco dificil, mas nada complicado. Admito, que estava preocupada em questão das janelas. Mas Nyx, já havia resolvido isso, ela cobrirá a janela com plasticos pretos, não deixando nenhum vão, me protegendo do sol. Acredito que lá fora já era dia. Hora de dormir, pensei. Quando me deitei na cama, eu não apenas dormi, eu desmaiei. Eu acordei feliz, muito feliz. Nessa noite não havia sonhado com Andrew e isso foi bom. Estava começando a escurecer lá fora, perto da minha cama, havia um bilhete. Estou te esperando no calabouço, não demore. Obs: infelizmente não tive tempo para pegar sua bolsa de sangue, espero que já tenha se alimentado ontem. Nyx. Minha felicidade? Acabará de morrer. Minha unica ilusão era de encontrar algum animal durante minha caminhada até o calabouço. Me vesti rapidamente e peguei a capa contra os raios solares, aquela que Iawy sempre me arrumava, mesmo eu dando o fim em cada uma. O sol já estava fraco e com tantas sombras feitas pelas arvores, não seria dificil chegar até o calabouço caminhando, já que era perto da mansão. A cada passo que dava, ficava atenta aos barulhos ao meu redor por questão de duas coisas: Os vampiros de Andrew e a procura do meu futuro jantar. Felizmente e infelizmente, nada apareceu até o calabouço, depois de descer a escada, logo avistei Nyx preparando as correntes. — Sinto muito não ter deixado sua bolsa de sangue, eu acordei um pouco atrasada e não tive tempo — Ela disse para mim, ainda trabalhando nas correntes. — Tudo bem, já faz algum tempo que não me alimento, mas ainda estou bem para aguentar mais uma noite — Mentira e mentira. Eu era capaz de rasgar a garganta de Nyx agora, por fome. Mas eu ainda tinha esperanças de que Iawy apareceria e ficasse de olho nela em quanto eu fosse caçar algo.


— Você se importa de checar as correntes lá dentro? Coloque as luvas para a prata não te machucar se for toca-las — Assim como ela pediu, entrei na cela e coloquei as luvas para checar se as correntes estavam fortes. — As correntes...— Antes que eu pudesse terminar minha frase, escutei o portão da cela se fechando atras de mim. — Sinto muito, Roxie. — — Nyx. o que. está. fazendo? — — Eu a avisei...eu disse que na proxima lua cheia iria atras de Andrew — Ótimo, eu estava fraca e rodiada por prata, e minha melhor amiga querendo dar uma de suicida. — NYX VOCÊ NÃO PODE FAZER ISSO! SABE QUE VAI SE MATAR! — Gritei para ela, mas já era tarde, ela já havia saido do calabouço e em questão de minutos se transformaria. E bem, minhas esperanças novamente se focaram em Iawy aparecer. Era inutil querer brigar com a grade que me prendia, apenas ganharia queimaduras que demorariam para sumir, graças a falta de sangue. Oh, seria proposital Nyx, não ter me deixado a bolsa de sangue hoje de manhã? Alem de querer se matar, ela queria me levar junto! Maravilha. Meu celular seria uma boa opção para me livrar daqui e salvar Nyx, mas não, ele estava sem área. Maldita tecnologia! Meu celular que estava entre meus dedos, acabou virando em pedaços com a força que usei para expreme-lo de odio. Me obriguei a tentar ter uma visão da escada e pelo jeito, já era noite. Talvez...Nyx já pudesse estar morta. Eu congelei com a ideia. Eu estava sentada em um canto da cela, longe das correntes, um pouco sonolenta. A unica opção era dormir para não pensar...— Eu tenho certeza de que você não é a licantropa — Oh não, não, não! Minha noite não podia ficar pior, pensei. — O que faz aqui, Andrew? — — Eu que devo perguntar, o que faz aí?— Quem sabe, essa noite, Andrew estivesse afim de fazer uma caridade? Eu não poderia perder essa chance. — Pode me tirar daqui? — Perguntei calmamente, tentando ignorar o sarcasmo em seu rosto. — Posso...— Ele se aproximou da grade, ficando não tão proximo para não queima-lo — Mas não vou. — Ele sorriu, e lá estavam suas presas. O que diabos ele estava fazendo aqui e com suas presas preparadas para um ataque? — Você sabe, uma gata selvagem sempre deve permanecer em uma jaula...Miau — Após imitar um gato, ele riu ironicamente. — Por Deus, Andrew, você não sabe ter uma conversa sem ser ironico? — O repreendi, indignada. — Certo, eu posso fazer isso — Agora ele estava serio, passando seu dedo em sua barba rala no queixo e até um pouco pensativo. — Então Roxie, me diga, como vai sua vida sexual? — — Andrew! — Disse ainda mais indignada. — Isso é uma curiosidade e não uma ironia — Andrew piscou, logo após, ele estava caminhando. Eu não poderia deixa-lo ir, principalmente por que estava atrás de Nyx. — Espere, você não pode me deixar aqui! — Ele me ignorou. Eu não podia permitir que isso acontecesse, nada o pararia, a não ser uma coisa...— VOCÊ NÃO PODE ME ABANDONAR, QUANDO EU MAIS PRECISO DA SUA AJUDA! — Gritei e ele parou de caminhar, congelando no lugar. — Do que você está falando? — Andrew voltou para perto da grade, com seus olhos azuis intensos fixos em mim. — Você sabe do que estou falando. — — Não, eu não sei — Ótimo, alem de quebrar meu orgulho, ele estava querendo que eu o pisoteasse. — Ser uma vampira e viver pela eternidade é apenas um detalhe do que passei depois de me abandonar transformada em um animal!— Cuspi as palavras para fora — Você não entende, não é? — Poderia chorar agora, mas não, jamais permiteria isso, mesmo a minha vontade sendo essa — Eu tinha necessidade de sangue, eu precisava de sangue e não sabia me controlar. EU MATEI MINHAS IRMÃS POR FOME. Minha mãe ficou contra mim, querendo que eu fosse queimada em


uma fogueira como uma bruxa e meu pai? Meu pai...Ele morreu me chamando de filha do diabo. — Infelizmente, não pude segurar uma lagrima. — E isso, tudo aconteceu por SUA CULPA. Eu precisava de você... E você...VOCÊ NÃO ESTAVA LÁ! — — Eu não...Eu pensei que tinha a matado. — Ele quebrou o silencio. — E você matou...— — Não é isso — ele disse me interrompendo — Eu pensei que havia falhado em lhe transformar, foi por isso, que a abandonei. Eu não sabia que estava viva até o baile de máscaras. — — Por que me transformou? — Lancei a pergunta raivosamente — Você disse que queria passar toda a eternidade ao meu lado. Roxie, eu estava escutando seus pensamentos e você disse isso. — Sua expressão era confusa, tão confusa quanto a minha — ISSO SÃO COISAS IDIOTAS QUE PESSOAS IDIOTAS PENSAM QUANDO ESTÃO APAIXONADAS! — Gritei, soltando toda minha raiva em cima das palavras. — EU A AMAVA! — O grito dele tomou conta do calabouço, só depois dele gritar comigo, notei que estava chorando, realmente chorando. — Você nunca teve amor para sentir — O repreendi — Eu sinto o mesmo que vampiros e eles não sentem amor — — Seu amor era suficiente por nós dois — Andrew estava sendo sincero, eu vi isso em seus olhos quando tive coragem de olha-lo. — E mesmo que você fale que eu estava errado, eu sei que não estava. Pois eu tenho você aqui, agora e pela eterniadade. — — Tudo mudou, Andrew. — Obrigatoriamente disse para ele e a mim, na realidade, minhas palavras era totalmente ao contrario, tudo que eu queria falar era que ele foi o unico e primeiro homem que amei e ninguem conseguiu supera-lo. — Eu sei — Agora, ele parecia o velho Andrew de sempre. — E meu destino é mata-la — Tomei coragem para limpar minhas lagrimas, mas algo não estava normal. Parecia que o mundo estava rodando aos meus pés. Depois de limpar algumas gotas do meu choro, olhei fixamente em meu dedo. Meus olhos haviam começado a soltar lagrimas de sangue. Isso é um pouco dramatico, chorar sangue...Mas eu sabia que isso não era um efeito apos uma discussão com meu ex. De repente parecia que o mundo estava caindo, mas não era o mundo. Era eu. Minha visão estava tão embaçado que a unica coisa que conseguia ver, era as cores do teto. E um tremendo barulho enorme ecoou na cela, era algo sendo destruido, eu acho. Foi apenas o que ouvi antes de fechar os olhos. — Ei, Roxanny — Senti algo bater contra minha testa, o que me fez abrir os olhos. E UAU! Eu estava no céu. — Não viaje nas idéias, Roxanny. Você está morrendo, mas não está no céu. — Eu olhei para a pessoa que estava 'conversando' comigo, se eu não estava no céu, por que ela parecia com uma deusa? — Bom, obrigada pelo elogio. Mas eu não sou uma deusa. — Ela sorriu. A mulher ao meu lado tinha longos cabelos escuros, com cachos grandes que caiam até abaixo de sua cintura. Seus olhos eram cor de jade, uma cor de olho raramente vista. E eles estavam fixos em mim. — Ótimo, saia da minha cabeça e nao me chame por esse nome ridiculo. Apenas Roxie, por favor. — Eu disse me sentando e pude notar que estava em uma floresta, uma floresta que parecia ter saido de um conto de fadas. Era dia, isso é impossivel! — Não é impossivel. Você está morrendo e esse é seu subconsciente — Droga, ela realmente não sairia da minha mente. — Eu me chamo Sol — Se apresentou sorridente, mas logo sua expressão se tornou desesperada. — Estão tentando te acordar, não tenho muito tempo.— Ela disse — Veja bem Roxie, eu não sou muito sua amiga. Eu sou o sol, entendeu? S-O-L. Aquele que te queima todos os dias se sair da escuridão.— Meus olhos se arregalaram, Oque...? — Não pense nisso agora! — Ela deu um tapinha em minha testa, o mesmo movimento que me fez acordar agora pouco. — Estão tentando me matar e isso não pode acontecer. Sem sol, sem vida. Andrew, ele é o unico que pode impedir tudo isso. Por favor... — Sol e a floresta estava começando a desaparecer, era como uma fumaça sendo levada por um vento — TENTE NÃO MORRER E SALVE O PLANETA! — Ela


estava gritando em quanto sumia, mas não parecia um grito, era como um sussurro. Antes que tudo sumisse, ouvi uma ultima frase — Ele é a salvação. Não se esqueça — Eu abrí meus olhos novamente. Andrew estava segurando meu rosto para cima, senti que pequenas lagrimas escorriam do meu olho, provavelmente eram de sangue. Eu não conseguia entender, minha boca tinha gosto de sangue, mas era o meu sangue. Deixei por um momento que minha cabeça caisse para o lado, e descobri o que foi aquele barulho: o portão da cela estava destruido e caido no chão, como se um trator tivesse passado por cima dele. Minha vista era um pouco embaçada, então forcei um pouco para que pudesse ver detalhadamente a grade.— Por que... estou sangrando? — Tomei coragem para perguntar, eu mal compreendi o que eu havia falado, não era admiravel que ele não me respondesse. Eu estava fraca, muito fraca. — Você está morrendo. Há quanto dias não se alimenta? — Andrew em um modo delicado, puxou meu rosto, o deixando reto novamente. — Dois dias, eu nã.. — — Isso é um erro, você sabe que não pode ficar tanto tempo sem sangue — Ele disse me interrompendo. — Você não é um bom consolador pra uma pessoa que está preste a morrer — — Cherie, você não vai morrer, não essa noite — — Eu odeio quando você me chama de Cherie, realmente —Ãn? Por que eu estava falando aquilo? Eu estava morrendo, e minha ultimas palavras era o repreender por me chamar de cherie, isso era lindo, haha. Andrew não disse nada, ele estava se movendo, mas eu não consegui acompanha-lo. Apenas senti ele pegando meu braços e coloca-los em volta do seu pescoço e logo notei que estava me carregando em seus braços. Meu rosto estava encostado em seu ombro, o que não me impediu de escutar sua veia pulsando. Oh Deus, como eu queria, como eu precisava do seu sangue. — Nem pense nisso — A voz de Andrew soou, tirando minha atenção do seu pescoço. — Sinto muito por sujar sua roupa com sangue — Disse ignorando o pequeno acontecido anterior, focando meus olhos no meu sangue em sua camisa. Mesmo querendo, eu não pude ver o caminho que fizemos. Meus olhos não conseguiam ficar abertos, o que os mantinham aberto, era a voz de Andrew conversando comigo tentando me deixar atenta. Seu plano de me deixar 'alerta' não estava funcionando muito bem, muitas vezes meus olhos se fechavam, mas ele fazia algo para abri-los. Quando estavamos na floresta, minha mente se dividiu em duas coisas: Nyx e a dor insuportavel que eu estava sentindo. — Nyx...— falei, o que saio mais como um chiado. — Nyx? Certo, me diga Cherie, qual é a cor dos olhos dela? — Não consegui entender o interesse pela cor dos olhos de Nyx, mas era obvio, ele estava tentando me deixar alerta. — São azuis. — — Azuis, iguais os nossos? — Andrew podia ser um mau consolador, mas era bom em teatro, ele realmente parecia interessado. — Não. Seus olhos sempre foram diferente dos nossos — Disse me referindo a ele. — Seu plano esta dando certo — completei. — Plano? — Em vez de responder, eu soltei um grito, um grito de pura dor. Me agarrei ao pescoço de Andrew, quase o sufocando. Ele vacilou, quase me derrubando de seus braços. Talvez, tivesse o assustado? Não sei, mas agora, ele estava me colocando sentado no chão, encostada em uma pilastra. — Andrew está doendo! — chorei para ele. A dor que sentia, era inexplicavel, era como se tudo dentro de mim estivesse se revirando e dando chutes em meus ossos. Andrew, aparentemente, estava se levantando, me deixando sozinha. Eu agarrei na gola de sua camisa, o puxando pra baixo e para perto — Não me deixe — — Eu preciso...— Ele tentou se afastar, mas eu o puxei com mais força — Por favor — Implorei, me afogando em meus soluços.


— Você tem que se alimentar, eu vou buscar...— — NÃO! — Gritei, qual era o problema? Eu estava com medo? — Roxie, você está tendo um surto psicótico. Isso é normal com a falta de sangue, eles trazem seus medos a tona — Suas mãos estavam segurando as minhas, ele havia conseguido solta-las de sua gola — Eu voltarei, eu prometo — Novamene não pude segurar o grito, dessa vez a dor era pior. Eu estava ficando sem ar. Tudo doia, e eu não sabia mais o que estava acontecendo. Os olhos de Andrew estavam em mim, fixei neles, tentando esquecer um pouco. — Eu não acredito que vou fazer isso — ele mumurou baixinho. Andrew levou seu pulso até a boca e eu senti, eu realmente senti o chairo de sangue. Se a dor não me deixasse tão imovel, eu pularia nele feito um animal. Ele trouxe seu pulso ensanguentado perto da minha boca, me fazendo desejar o sangue ainda mais — Não! — Disse empurrando sua mão para longe de mim — Se tomar seu sangue, nossa ligação ficara mais forte! — — Se você NÃO tomar, morrerá — Em quanto ele falava, vi suas presas, elas estavam sujas com seu proprio sangue, assim como seus labios. Eu fiz uma carranca, e depois acenei negativamente, recusando seu sangue. — Maravilha! — Ele revirou os olhos— Então te levarei junto — Se aproximando para me carregar em seus braços, novamente, ele encaixou seu rosto ao lado do meu, em meu ombro. Foi então, que eu escutei sua veia pulsando. O pulsamento estava cada vez mais alto e me hipnotizava, minhas presas saltaram para fora da minha gengiva e sem pensar duas vezes, eu o mordi em sua jugular. Andrew disso algo que não entendi, provavelmente estava me xingando. Ele tentou se soltar duas vezes, mas eu não o deixei ir, o segurava fortemente em seus ombros. Seu sangue enxendo minha boca e escorrendo pelo meu queixo, apenas me fazia desejar mais e mais. Seu sabor? Era de perigo e paixão. Eu precisava solta-lo, mas não queria. Finalmente, quando ele se remexeu tentando se soltar, eu consegui. — Me desculpe— falei um pouco constrangida por te-lo atacado de surpresa. E o mais importante que notei, eu estava de volta a vida. — Nunca mais faça isso, se não quiser ser morta — Suas presas estavam a mostra ainda, e seu olhar era duro. Olhei ao redor, eu estava em um salão, parecido com o de Nyx — Bom, acho que estamos kits agora — Falei o lembrando sobre a noite do cemiterio, forçando um sorriso. — Onde eu estou? — Olhei ao redor novamente, tentando absorver mais detalhes, era impossivel. Estava escuro e a unica luz que havia, era da lua. Que batia exatamente onde nós estavamos sentados, mas não era o suficiente. Deu pra notar que o lugar era imenso e haviam esculturas e uma escada no centro, no topo ela se abria para os lados, que concerteza levaria para outros comodos. Era uma Mansão, outra mansão que talvez fosse mal assombrada. Oh, eu odiava mansões. — Você está em minha casa. — Ele acompanhou meu olhar em quanto observava o lugar. — Casa? Não sabia que era tão humilde, Andrew — Ele sorriu, me incomodava suas presas ainda estarem a mostra, parecia que estava prontas para me atacar. — Você pode colocar elas pra dentro, não vou pular em seu pescoço novamente. — — Você tambem deveria fazer o mesmo — Só depois que ele disse, notei que minhas presas tambem estavam expostas, sem delongas, as guardei. Andrew estava um pouco mais palido que o habitual — Você está bem? — Perguntei. — Cherie, você quase sugou minha alma é de se admirar que eu esteja um pouco fora do normal — Ironico, é, ele estava bem. — Vamos, vou te levar de volta pro calabouço — Eu o impedi de se levantar novamente, puxando sua mão, o deixando mais proximo de mim. — Não — falei — Não quero ir embora, não agora. — Isso seria um efeito da falta de sangue? Isso era errado, eu tinha que dar o fora daqui, mas não, eu não queria. Só tinha uma coisa que eu queria: Andrew. O desejo de permanecer alí aumentou quando vi que em seu labios, ainda existiam pequenas gotas de sangue. — Me beije. —


Os frios olhos azuis de Andrew me fizeram congelar no lugar, O unico ponto de luz dentro da escuridão. eu não conseguia me mover, e nem sequer sabia dizer se eu queria. Ele enrrolou uma mecha do meu cabelo em sua mão, a princípio em um movimento delicado, me deixando sentir o roçar dos dedos frios contra a pele do meu rosto, e então ele fechou a mão em torno de boa parte do meu cabelo me puxando contra ele mais violentamente do que eu esperava e em uma fração de segundos, a familiar (e quase extinta) sensação da sua boca se pressionando contra a minha abaixou todas as defesas que eu ainda podia tentar erguer. Ele era Andrew, e ele era meu Andrew. Sua boca tinha gosto de sangue, sangue e sal, o que não tornou o beijo menos interessante. Eu suguei sua boca como se para sentir o seu gosto se aprofundando em mim, seu cheiro me envolvia como uma densa camada de inconsciência e antes que eu sequer ouvesse me dado conta, eu havia entrelaçado meus próprios braços em torno do pescoço dele e o puxava contra mim em uma necessidade quase vital - eu precisava dele, eu precisava dele perto de mim, e nunca parecia perto o suficiênte. O beijo se tornou mais e mais selvagem , tão forte que eu podia sentir meus lábios se machucarem em protesto, mas eu não conseguia me pedir para parar. Meu corpo tinha uma sensação quente e fria percorrendo cada uma das minhas células, e eu me pressionava contra ele, impedindo que qualquer espaço entre nós dois existisse. Andrew me mantinha perto, segurando com força no meu cabelo do mesmo jeito que eu o tinha preso sob meus braços, com mais força do que necessário, como se por um momento quizesse se assegurar de que eu não iria fugir, não iria escapar dele. e nem queria. Ele me segurou com força pela cintura, afundando seus dedos com tanta força que eu sabia o quão roxas seriam as marcas mais tarde, e de um modo nada gentil, me empurrou para o chão, sem sequer interromper o beijo, ou meu aperto sobre ele. O chão frio de pedra trabalhada se chocou contra o meu corpo enquanto Andrew assumia sua posição em cima de mim, me prendendo contra ele sobre todo o seu peso. Ele separou sua boca da minha por um momento, e foi aí que eu percebi que havia esquecido de respirar. Ele afrouxou seu aperto em meu cabelo enquanto levava os lábios até o meu pescoço roçando os dentes delicadamente sobre a minha pele, todo o meu corpo entrou em alerta, arrepiando cada fio de cabelo que eu tinha no corpo. Eu entrelacei as pernas em torno da cintura dele, envolvendo meus dedos pelo seu cabelo. Morda, eu pensei. Morda de uma vez. Ele não o fez. E com a mesma brutalidade de antes seus lábios foram até os meus, sua língua era quente contra a minha e então ele a roçou delicadamente sobre minhas presas, que eu nem sequer havia notado que estavam á mostra. Havia um sentimento estranho de necessidade que me consumia em cada simples provocação. Eu estava perfeitamente consciênte do toque de seus dedos em minha cintura, do aperto (que agora tinha menos pressão, mas nao me liberava de jeito nenhum) em meu cabelo, e ao mesmo tempo, o calor de sua boca sobre a minha me deixava completamente aérea. Ele sempre me teve, eu só nunca consegui adimitir pra mim mesma que era tão vulnerável. Eu era dele, e eu queria que ele me tivesse. Uma sensação de euforia pulsou em minha corrente sanguínea e eu notei, um pouco tarde demais, que não tinha mais o controle sobre minhas ações. Meus braços se desenrrolaram de seu pescoço e eu fiz questão de percorrer todo o seu tórax com as unhas, por cima da camisa, até que o fino material rasgasse sobre o meu toque. Ele estremeceu, ficando tenso por um momento, seus músculos se contraíram sobre o meu toque e ele relutantemente separou sua boca da minha. Eu gemi, eu queria mais, e eu tentei conseguir, levando meus lábios devolta aos dele, porém ele não permitiu, e desviou sua boca, que logo encontrou minha orelha. Andrew respirava de modo desordenado, eu notei, e havia uma agitação não natural sobre ele enquanto ele parecia tentar se controlar, distribuindo beijos pelo meu pescoço e voltando até a ponta da minha orelha, onde constantemente dava uma pequena mordida. Uma sensação estranha de prazer misturada com dor surgia enquanto sobre uma respiração pesada, ele sussurrou em meu ouvido. - Novamente, Cherie - O tom de voz era provocativo, e cada parte de mim ainda queimava, desesperada por contato, ao ouvir sua voz, eu senti minhas presas formigarem, mas não era fome -


Como anda sua vida sexual? Eu subi minhas mãos até o seu peito e em um unico e rápido impulso que surpreendeu nós dois, o empurrei, me puxando junto, nos colocando mais rápido do que seria possível para um humano em uma posição sentada, onde eu me encontrava em seu colo e seu aperto nada gentil me envolvia junto a ele em uma sincronia perfeita, eu afundei minhas unhas na parte de trás do seu pescoço, sem querer (ou por querer, eu não tinha certeza) arrancando-lhe um pouco de sangue enquanto encarreguei a outra mão de desabotoar (ou simplesmente rasgar) toda a sua camisa até que sua pele quente se encontrasse em contato direto com a malha fina da minha camiseta. Meus dentes estavam á mostra, eu tinha certeza que meu cabelo estava um desastre, e minha boca tinha sangue nela, porém, quando uma luz fraca finalmente atingiu os olhos azuis de Andrew, eu pude ver...havia desejo, paixão e algo á mais que beirava a adoração, porém eu não conseguia identificar. Naquele momento, eu soube, que enquanto ele olhava pra mim, eu nunca tinha parecido mais bonita para ele. Ele engoliu em seco quando o ultimo pedaço de sua camiseta arrebentada caiu ao chão e sem um pingo de hesitação, me pegou em outro beijo novamente, e algo quente e frio começou a circular em meu estômago. Ele interrompeu o beijo outra vez, mas sem tirar os lábios dos meus. Ele novamente passou a língua por minhas presas, como se as adimirasse antes de murmurrar sobre minha boca - Cherie, não vai responder minha pergunta? Era uma clara provocação, e como tal, eu a respondi. O trazendo para mais perto, o que já era quase físicamente impossível, ele traçou o contorno do meu lábio com a língua enquanto eu senti uma batida frenética sobre minha pele (se era minha ou dele, eu não sabia dizer), eu acho que surpreendi a nós dois quando finalmente tive força de vontae o suficiênte para responder - Vá para o inferno, Andrew. Com uma risada abafada, ele me tomou para ele. Absorvendo todo o controle que tinha sobre mim, sobre meu corpo. Roupas foram se espalhando amontoadas no chão enquanto o fogo frio que corria entre nós nos dominava como se fossemos um, até que eu finalmente pude sentí-lo perto o suficiênte, ele finalmente era parte de mim, tanto quanto eu era dele. Eu nunca havia realmente planejado o que faria, se um dia tivesse Andrew devolta em minhas mãos, se pelo menos por uma vez, pudesse sentí-lo contra minha pele, se por uma só vez, ele me fizesse ser dele. E quando eu finalmente soube, eu percebi: eu nunca iria querer uma só vez. Existem dois tipos de sexo: Aquele que fazemos por amor e o que fazemos sem compromisso. Qual desses tipos havia sido? Eu não fazia idéia. Quando há sexo com amor envolvido, devemos ficar e mimar seu parceiro quando acordar, caso contrario, temos que sair antes que ele acorde. Mas eu não podia sair quando acordei, era dia. Pra minha alegria ou infelicidade, teria que passar o dia inteiro aqui e encarar Andrew. Eu acordei em uma cama, vestida apenas com minha lingerie e a camisa, um pouco destruida, de Andrew. Como eu havia me vestido e vindo parar aqui? Eu não lembrava, a única coisa que possuia minha mente, era minha transa com Andrew. O quarto em que estava tinham tonalidades fortes, como preto e cinza. Típico dele, pensei. A cama era tão grande, macia e tinha apenas para mim, não queria sair de lá, mas minha intuição falava para procurar Andrew. Vesti meu jeans, que estava em uma poltrona de couro, dobrei as mangas da camisa destruida, o maximo que podia fazer, já que nem fecha-la pude, não me importei de deixa-la aberta com meu sutiã a mostra. Agora que estava 'vestida', sai do quarto. Era ironico, eu estava perdida, perdida dentro de uma mansão. Gostaria de ter voltado para o quarto, mas não consegui. Tentei sentir o cheiro de sangue, provavelmente Andrew estaria se alimentando, mas nenhum cheiro veio consumindo meu nariz, decidi continuar andando. Eu finalmente parei de procura-lo quando entrei em um comodo, que mais me chamou atenção. Era o primeiro lugar que não havia cores escuras, e sim claras. As cores que mais predominavam eram azul e branco e por volta do lugar e nas paredes haviam orquideas, de vários tipos, de varias cores. No centro da sala, havia um piano, um enorme, lindo e brilhante piano negro.


Só agora, olhando para esse lugar, me lembrei que Andrew amava tocar piano e que durante nosso noivado, ele havia me ensinado a tocar. Mas flores? Como orquideas? Isso realmente era uma novidade, era misterioso, exatamente como Andrew sempre foi. Sentei na banqueta do piano, de frente para ele, pousando meus dedos sobre as teclas. Elas estavam um pouco duras, resultado de que não era tão usado. Talvez, se eu tocasse atrairia Andrew até aqui. Eu não sabia como encontra-lo, andar pela mansão não havia funcionada e essa parecia uma idéia mais brilhante do que a anterior. As teclas duras não me impediram que tocasse, mas não tinha nada em mente para tocar, as sinfonias com o passar do tempo apenas se tornaram uma lembrança para mim. Mas havia a minha favorita, Moonlight Sonata de Beethoven, a sinfonia que ele escreveu por puro amor a uma mulher, tecla por tecla, comecei toca-la. Eu não sabia exatamente por que era minha favorita, mas acho que me identificava um pouco. Uma jovem, de apenas 17 anos, apaixonada por um homem mais velho e que lhe ensivana a tocar. Era estranho, as orquideas pareciam ter vida ao escutar as notas e era maravilhoso ter o sentimento de 'tocar' para elas. — Acredito que plantas são como animais e seres humanos — A voz de Andrew soou atrás de mim, mas eu não parei de tocar — Muitas vezes são tratadas apenas como 'mato' e eu acho que é apenas agradavel tocar para elas. — Depois de ouvir aquelas palavras tão cheias de...paixão, acho que essa era a melhor palavra que se encaixava na frase, fui obrigada a parar e virar em sua direção. Os olhos de Andrew encontraram os meus, soltando um sorriso — Isso é insano, certo? — ele falou — Depois de anos de vida, o tempo, fez com que eu fizesse coisas sem sentido. — — Isso não é insano. — Eu estava um pouco desconfortavel, com toda a situação da noite passada e ainda estar aqui. Mas esse sentimento, não me impediu de encarar Andrew e medi-lo dos pés a cabeçaa. Andrew estava de pés descalços, apenas com um jeans preto, com seu peito nu. — Existe uma sensação boa de tocar para elas. — — Não acho que você estava tocando para elas — Andrew esboçou um sorriso sarcastico no rosto — Está procurando algo que perdeu, Cherie? — — Eu est...— — Me procurando? — Ele completou minha frase. — Como sabe que estava a sua procura? — — Você tem meu sangue, Cherie, posso sentir — Minha cabeça estava rodando no momento, não fazia sentido, ele tinha meu sangue, por que não podia sentir ele? — Você tem o meu, por que não posso senti-lo? — Finalmente, perguntei. — Porque...eu não quero. Essa ligação sempre falicita as coisas, o fácil nunca me agradou. Eu gosto de ser caçado, é sempre divertido — Andrew caminhou até o piano, ficando mais proximo de mim, ele tocou algumas notas suaveis, mas logo parou. — Por que estava me procurando? — — Você não sabe? — fingi espanto. — Eu posso sentir suas emoções, mas não sou adivinha — — Nós...temos que conversar sobre noite passada — Eu não sabia exatamente o que queria falar sobre noite passada. Haviam tantas coisas, muitas problemas aconteceram e em todas essas coisas, ele estava envolvido. — Oh, certo, eu esperava por essa conversa. Mulheres sempre querem conversar depois do sexo.— Andrew caminhou para trás do piano, me encarando, apoiou seus braços nele. — Vamos encurtar esse drama de 'Isso foi a primeira e ultima vez', eu entendo, completamente, já podemos mudar de topico sobre a noite passada? — — Eu não disse que foi...— — Iria falar algo do gênero, mas no fundo não é verdade, sou muito irresistivel para ser a ultima vez — Urght, era uma merda ele sentir minhas emoções. — E Cherie, eu tenho certeza que consegui a resposta sobre minha pergunta. Você estava ótima.— Seu sorriso era ironico. Minha vontade? Era de jogar o piano em sua cabeça, mas não, pobre piano.


— Isso...é ridiculo — Falei, em quanto Andrew caminhava até mim, ficando centrimetros de distancia. — O que é ridiculo, Cherie? — Bom, nem eu sabia exatamente o que era ridiculo, não conseguia pensar direito, com ele em minha frente, apenas de jeans.— Não conseguir raciocinar depois de uma noite incrivel com Andrew le Boursier? — Andrew colocou suas mãos em meus ombros, fingindo consolo. — Você é...— Os labios de Andrew entraram em contato com os meus, formando um selinho rapido. Me deixando sem palavras e com cara de pateta, já que fui pega desprevenida. Mesmo assim, uma sensação quente não deixou de correr por meu corpo, avancei para frente, em procura de seus lábios novamente. Andrew me segurou fortemente na cintura, me impedindo de fazer qualquer coisa, — Você não quer fazer isso aqui, certo Cherie? Na frente dessas pobres platninhas — ele olhou ao redor da sala e soltou um sorriso. Eu não tive chances de responder, um barulho de porta se abrindo no primeiro andar invadiu meus ouvidos, provavelmente os de Andrew tambem, já que ele revirou os olhos. — Fique aqui, e não me siga. — Ordenou antes de sair e fechar a porta do comodo. Se eu ia obedece-lo? Claro que não. Fazer sexo com o inimigo pode ser bom, mas ainda continua sendo um inimigo. Sai da sala e segui para perto da escada, deixando que a parede me escondesse. — Milord. — Um homem disse abaixando seu tronco em reverencia, humanos trabalhando para vampiros, provavelmente em troca de eternidade tão...escroto. Andrew ficou em silencio, esperando que o homem falasse o que queria — Trago uma mensagem de seu irmão — o 'mensgeiro' esperou um aceno para que pudesse continuar, e ele o teve — Sr. Le Boursier disse que não suportara mais uma falha de sua parte e deseja ve-lo essa noite — O estranho fez mais uma reverencia e se retirou da mansão. — Nunca pensei que fosse possivel — Andrew exclamou, provavelmente para mim — Uma dama como você, tão devotada, gostar tanto de ouvir conversas dos outros. Isso não fez parte da sua educação, Cheire — — Diferente de você, não esqueci minha educação, totalmente. — Falei ironicamente. Andrew olhou para cima, sorrindo — Você está aprendendo a ser ironica, isso é sexy, Cherie — — O que você estava fazendo, que falhou? — Era estranho Andrew falhar no que faz, ele nunca se permite a isso. — Apenas negocios, que não tenho minima vontade de cumprir — Uma resposta, escondendo a verdade, tipico. — Nunca pensei que seu irmão pudesse mandar em você. — Provoquei. Andrew me olhou de cara feia, que não foi preciso uma unica palavra para saber que ele estava me xingando em seus pensamentos. Ignorando o assunto, perguntei — Você tem algum telefone, celular? Alguma coisa para fazer contato? — — Deveria me sentir ofendido com isso, praticamente, está me chamando de ultrapassado. — Logo em seguida fazendo um aceno para que o seguisse. Paramos em frente de uma porta dupla, Andrew a abriu e saiu do caminho, para que entrasse primeiro no lugar e..uau! Dentro da sala haviam varios aparalhos tecnologicos, de ultima geração. — Nunca imaginei que nas horas vagas você fosse hacker, Andrew. — Ele me entregou um celular, ignorando minha brincadeira. — Vou te esperar lá fora — Disse fechando a porta do lugar. Disquei o numero do telefone de Iawy e esperei que ele o atendesse. — Roxie? — Ele atendeu chamando meu nome, era incrivel como ele sabia de tudo. — Como sa...Ok, isso não importa. — Disse, desistindo de perguntar como ele sabia. Talvez foi apenas intuição, concerteza ele havia visto meu celular destruido no calabouço — Você está com Nyx? — — Sim, eu estou. Ela está dormindo agora. — ele disse um pouco confuso — Sabe, foi um pouco estranho quando eu a achei, por incrivel que pareça, ela me atacou na floresta. Acho que agora


entendo por que as pessoas falam que o amor é selvagem.— Eu não pude deixar de rir com aquele comentario. — Iawy, aconteceram muitas coisas..estranhas. Voltarei pra casa a noite, por favor, preciso conversa com você — — Tudo bem, estarei a sua espera — Desliguei o telefone e sai do quarto — Andrew...— comecei— É possivel que uma estrela tenha vida e ela entre em sua cabeça para dar um recado? — Nós estavamos andando no corredor, nem eu imaginava para onde, eu tinha fome, talvez, com essa coisa de me sentir, estivessemos indo nos alimentar, minha fome iria ter que esperar, pois ele havia congelado no lugar. — Do que você está falando? — Ele estava com aquela expressão de dar medo em qualquer um, séria, muito séria. — Quando estava inconsciente, uma pessoa entrou na minha cabeça. — falei — Mas a pessoa, ela era uma estrela, ela parecia um pouco...louca.— — E de que estrela se trata? — Eu fiquei sem reação, era possivel uma estrela entrar na minha cabeça. Era pra ele estar rindo, me chamando de louca, mas não, ele estava dando corda na conversa. As palavras de sol vieram para minha cabeça rapidamente 'Andrew é a salvação'. Se ela estava dizendo que ele poderia ajudar, eu acho que podia confiar nele pra isso. — O sol — disse um pouco nervosa. — Vamos nos alimentar — Ele disse, cortando o assunto rapidamente — E esqueça isso. Foi apenas uma alucinação, você não tem ideia do que a falta de sangue pode fazer. — Ele estava mentindo. Mas não importava, Iawy falaria para mim quando contasse o que aconteceu, alem do mais, ele era mais esperto. — Você pode me levar pra aquele quarto onde eu estava? — Falei um pouco emburrada — Quero vestir minha blusa — — Não — Ele disse sorrindo e ficando de frente para mim, seus olhos foram para meus seios — Eu gosto de apreciar a beleza do seu corpo — Meu primeiro proposito era tirar os olhos de Andrew dos meus peitos e depois xinga-lo. Mas achei algo muito mais atraente do que agredi-lo verbalmente, minha fome estava aumentando e a veia de Andrew ficava mais chamativa. — Ok, Cherie, vamos te alimentar.— Ele disse me puxando pelo braço. Quando chegamos na cozinha, me sentei em uma banqueta, em quanto Andrew foi para o outro lado do balcão. Ele pegou uma bolsa de sangue de uma geladeira, propria para as bolsas, e dois copos. — Você toma sangue em copo? — Perguntei — Claro, é muito sotisficado e gosto disso — Olhei para o lado, tentando bolar uma perguntar, para anterior ser esquecida antes de me deixar envergonhada. — Oh, cherie, Você não usa copos...— Ele sorriu em deboche — Deus, onde foram parar seus modos?— — É...apenas agradavel, ok? — Ótimo, acabei de ir para o topo da lista da vergonha de nossa especie, pensei. — A sensação de fincar as presas, é boa, só isso. — — Isso é selvagem — Olhei incredula pra ele. — Você está me fazendo me sentir uma vergonha para nossa especie — — E não é? — Ele deslizou o copo até mim — Sinceramente, Cherie, nunca ouvi falar sobre uma caçadora caçando sua propria raça. Está dificil alguem te tirar do topo das especies sobrenaturais vergonhosas. — Revirei meus olhos em indignação. — Além do mais, eu gosto de selvagens. — O ignorando, virei o copo para que o sangue caisse dentro da minha boca. Ah, que saudades de morder a bolsa de sangue, pensei. — Te levarei pra casa quando escurecer — Ele disse, quase me fazendo afogar com os ultimos goles do sangue. Impossivel, Iawy e Nyx me veriam chegar com ele, não era bom, não mesmo. — Eu sei o caminho de casa, papai — imitei uma criança enjoada. — Os vampiros que a querem morta farão uma ronda pela floresta, perto de sua nova casa. Isso a faz mudar de idéia? — — eu não ligo de ter companhia até minha casa — falei docemente, tentando esconder o tom de


desespero de um 'exercito' de vampiros me procurando. Eu era boa em matar, mas um contra varios, nunca é bom. Andrew me levou de volta para o quarto onde estavam minhas roupas, faltavam apenas algumas horas para começar escurecer. Pensei que eu havia acordado muito cedo, mas não, já passava das duas. Depois de vestir minha blusa e colocar minhas booties, me virei para direção de Andrew, ele estava de frente para o guarda-roupa, provavelmente escolhendo o que vestir. Por cima de seus ombros, vi suas roupas, e como eu sempre pensei, pretas. — O que é engraçado, Cherie? — Ele perguntou, ainda com sua atenção pro guarda-roupa e me deixando completamente confusa — Você tem uma emoção...engraçada.— — Eu queria poder senti-lo — disse ignorando sua pergunta — Mas não irá. Cherie, as duas vezes em que você tomou meu sangue, qual foram as emoções? — Ele estava olhando para mim, por cima do ombro. — A maioria não foram nada boas. — — E ai está o ponto em que concordamos...Você não quer sentir minhas emoções, acredite — — Eu não entendo como você conseg....— Meus olhos cairam nas costas nua dele, havia uma novidade lá, uma cicatriz. Ela começava em seu ombro, e em diagonal, terminava um pouco acima do seu quadril. — Andrew, o que é isso? — Perguntei incrédula, vampiros não possuem cicatrizes, isso é impossivel. Caminhei para mais perto, para ter certeza do que estava vendo. — Uma cicatriz, você sabe, quando um corte realmente grave...— — Eu sei o que é uma cicatriz! — O interrompi — E você não tinha isso quando eu era uma humana e vampiros não podem ter cicatrizes. Por que você tem uma? — — Roxie, entenda uma coisa... — Eu a toquei duas vezes, a primeira para ver se não era coisa da minha imaginação e a segunda, para ter certeza. — Cherie, isso não é coisa da sua cabeça. — Ele me reeprendeu. — Certo, me desculpe. Vai me dizer o que aconteceu? — — Não — ele se virou para mim e sorriu — Mas vou lhe dizer, que seu criador tem total poder sobre você, ele pode fazer qualquer coisa com sua mente e corpo. Essa cicatriz, é a prova disso. — — Oh, isso explica muitas coisas. — falei — Isso é...é horrivel. — — Não acho que seja ruim, pelo menos posso controlar os vampiros que crio. Com isso, eles podem ser obedientes — — Aqueles vampiros, que estão atrás de mim, eles são seus? — Perguntei. — Você foi a unica que já criei, Roxie — Eu estremeci, e por puro impulso dei alguns passos para trás. Tudo isso de poder me controlar, era um pouco assustador. Não acho que gostaria de sofrer dor para formar uma cicatriz como a dele. Ele se virou para mim, me encarando. Obviamente, ele sentiu meu medo. — Eu não a machucaria a ponto de formar cicatrizes, Cheire — Sem sarcasmo, sem ironia, ele estava falando serio. Suas palavras correram em minha mente 'Eu não a machucaria a ponto de formar cicatrizes'. Isso era bom, pelo menos, certo? — Sinto muito. — Me desculpei, mas não sabia exatamente se sentia muito por pensar que ele me machucaria, a esse ponto, ou por sua cicatriz. — Você ainda está assustada — — Não é pra menos, só porque você decidiu ser bonzinho hoje, não quer dizer que seus instintos psicopatas morreram. E não me admira, algum dia, ser sua cobaia. — Em um rapido movimento, Andrew me puxou para um abraço fazendo com que meu rosto encostasse em seu peito nu, tão gelado... Andrew estava acariciando meus cabelos com uma mão, em quanto a outra estava firme em minha cintura — Por que você é tão gelado? — perguntei, quebrando o silencio. — Por que você faz tantas perguntas tolas? — Perguntou, ignorando a minha. — Eu sou mais velho, os vampiros mais antigos são mais gelados — — Eu só sei o que Iawy me ensinou, apenas coisas 'não tolas'...quantos anos você tem, Andrew? — — Você, realmente, esqueceu toda a educação que seus pais lhe ensinaram.— ainda em seu peito,


sorri. — Não tente cortar o... — — Eu tenho 1360 anos — Ele disse em quanto eu falava, me fazendo calar a boca. Eu sabia que Andrew era velho, mas não tão velho. — E eu sinto muito. — — Pelo oque? — Andrew se enclinou um pouco para frente, para beijar meu ombro e sussurou — Por ter sido Iawy a lhe ensinar essas coisas. — Andrew estava me levando para mansão de Nyx, no seu lindo Porsche negro. Não era de admirar que chegassemos lá em questão de minutos, afinal, a mansão de Andrew era perto da Floresta tambem. Ele parou perto das escadas meia lua. Perto demais, mais explicações, pensei. Pavor passou por mim quando Andrew soltou seu cinto e desceu do carro, eu fiz o mesmo. — O que está fazendo? — gritei baixinho. — É uma troca de favores. Você conheceu umas das minhas mansões, agora conheço a sua. — Ele falou em seu tom de voz normal. — Meus amigos estão ai, você não pode entrar! — tentei falar o mais baixo possivel que podia. — O que é isso, Cherie? — ele falou — Você está com vergonha do homem que deu uma animada na sua vida sexual, noite passada? Além do mais, vai ser um prazer conhecer a familia aberração— — Eles não são aberração! — o repreendi. Só depois de ouvir o barulho de portas se abrindo, que notei que acabará de gritar. Meu coração parou. Nyx e Iawy desceram a escada até nosso encontro. Iawy nos recebeu com um sorriso de boas vindas a mim, Nyx, como sempre, emburrada. O primeiro a quebrar o silencio foi Iawy. — Então, quem é o cavalheiro que te acompanhou até aqui, Roxie? — Nyx, já havia sentindo o cheiro de Andrew, e isso era uma certeza, ela estava congelada. Transformados ou não, lobos sempre tem os melhores olfatos, que poderiam até lhe reconhecer em outro reencarnação. — Eu me chamo Andrew, Andrew le Boursier — Oh, meu coração, definitavamente, parou. Andrew estava com seu sorriso ironico de sempre. O sorriso de Iawy se desmanchou quando ele se apresentou, mas ele não tinha medo, era algo diferente, indefinido. — É um prazer conhecer vocês. — — O prazer seria se eu tivesse mastigado sua garganta, com meus caninos, noite passada — Nyx havia falado agora, saindo do seu choque. — Isso é Ironico — Os olhos de Andrew se enxeram de divertimento. — Noite passada tambem estava a sua procura para mata-la — Agora, exatamente agora, a guerra estava feita. Principalmente por que Iawy passou a frente de Nyx. — Parem com isso, ninguem vai matar hoje, não hoje. — Eu entrei na frente de Andrew, tentando fazer uma expressão para que Iawy ficasse calmo, que nada iria acontecer, hoje. — E Nyx, você já causou problemas suficientes. — — Sério? Eu pensei que estaria te ajudando — Ela disse ironicamente, me encarando — Mas acho que acabei ajudando mesmo. Você tem cheiro de sangue e sexo, qual foi a barganha, Roxie? Sexo por sangue? — Ela realmente sabia irritar alguem, minha presas involuntariamente saltaram para fora da minha gengiva, e eu não fiz nada para esconde-las — E eu, não vou ser a unica a cheirar sangue — Caminhei, brutalmente, pra frente com a intenção de atacar Nyx, para ensina-la a não 'brincar' com um vampiro. Os braços de Andrew passaram pela minha cintura, me puxando para trás, antes mesmo de usar minhas unhas, para marcar seu rosto. — Ninguem vai matar hoje, não hoje — Andrew sussurou no meu ouvido, em quanto me segurava, minhas proprias palavras. Olhei para Nyx, em seus olhos existia furia, e assim como Andrew, Iawy tambem a segurava. — Eu não acho que pago vocês pra brigarem entre sí. — Iawy disse, nos repreendendo como nosso chefe, e não como um amigo. — Nós temos negocios a tratar — Andrew falou diretamente para Iawy. Deixando toda a tensão em surpresa e curiosidade.


— Não é boa ideia deixa-las sozinhas.— O que. estava. acontecendo? Desde quando Iawy obedece um vampiro?! Cade meu chefe fodão?! — Posso sentir o cheiro de sangue a distancias, e minha fome aumenta cada vez mais, elas não vão gostar da ideia de minhas presas em seus pescoços, sugando todo o sangue existente de seus corpos. — Ok, a voz de Andrew me assustou, meu coração disparou com aquela ameaça, me lembrando da noite no cemiterio. Acho que Nyx tambem se lembrou do que ele fez a mim, pois sua expressão tambem era de assombro. Iawy soltou Nyx, lhe dando um pequeno sorriso, e acenou para Andrew segui-lo. Eles entraram na mansão de Nyx, sem mesmo pedir, nossa permissão. — Nossa casa virou um escritorio, ótimo. — Nyx disse. Eu a ignorei, minha vontade ainda era de ataca-la, mas Andrew me mataria por isso. — Me desculpe — Nyx disse novamente, cortando meus pensamentos. — Eu estou estressada, não deveria ter falado sobre aquilo de Você e o sanguessuga-psicopata. Passe um dia trancada com Iawy e você entenderá minha furia. — Eu a olhei, em seus olhos tinha sinceridade. — Tudo bem, eu não consigo ficar brava com você.— Eu sorri, deixando toda minha raiva passar. — Você sabia que ele queria me matar? — Ela perguntou, olhando fixamente para nossa porta. — Não...Caramba, eu nem sabia que ele e Iawy se conheciam. — — Eles não se conhecem, Iawy nunca o viu, eu tenho certeza disso. Mas deve conhece-lo por seu nome, não vindo de você. — ela bufou — Odeio misterios. — — Nós descobriremos o que está acontecendo. — Disse encerrando o assunto. — Sério, Roxie? Você dormiu com ele? — Ela perguntou, se virando para mim. — Se serve de consolo, eu tecnicamente não dormi — — Eu não consigo acreditar, horas atrás você dizia que iria mata-lo, agora...vocês se atacam por sexo! — Não havia maldade em sua frase, ela apenas estava sendo a velha Nyx de sempre. — Eu acho que no final das contas essa noite fez bem pra você. Eu realmente estava começando achar que você era assexuada. Ter a eternidade e não fazer sexo, isso é um pouco assustador as vezes. — — Não sou assexuada, Nyx, foi apenas uma escolha. — Quando o passado te assombra, você não tem vontade nem ao menos de viver o presente. E evita fazer aquelas coisas que te assustou um dia. — Então, Andrew foi o unico homem que te tocou em 329 anos de vida? — — Sim, e isso foi bom, de alguma maneira. — Tirando nossa atenção desse assunto, constrangedor, Iawy e Andrew sairam de nossa casa e eles estavam...rindo. — Retiro o que disse sobre ser assustador você ser assexuada, ISSO é assustador. — Nyx sussurrou ao meu lado. Eu soltei um riso baixo, antes que Iawy chamasse Nyx para ir até ele. Nyx e Andrew passaram lado a lado, fazendo caminho opostos, eles se fuzilaram com um olhar. — Licantropa — Andrew a chamou, em uma distancia de três passos. — Vampiros fazem sexo em troca de sangue, realmente. Mas não consigo imaginar uma loba fazendo sexo com um incubbus. O que você barganha? Que ele se transforme no John Stamos? — Ele sorriu para ela. A fúria de Nyx havia voltado, nesse momento pensei que não era preciso ser uma loba para mata-lo. Ela realmente estava cuspindo fogo. Mas ela não teve chances de fazer nada, Iawy a puxou, novamente, a levando para dentro de casa. — Você brinca com a sorte. — Ele se virou para mim, em seus olhos, novamente, havia diversão. — Eu gosto do perigo. — Ele se aproximou de mim, cada passo até mim, fazia com que meu coração dessa batidas a menos. Ele era tão charmoso, tão...Andrew. Saindo do seu feitiço, perguntei. — O que diabos você estava fazendo com Iawy? Desde quando você o conhecia?! — Tomei folego para a proxima frase — Eu realmente não entendo o POR QUE de estarem rindo— Andrew me encarou, um sorriso se formou em seus labios. — Eu não o conhecia, foi primeira vez que o vi. Mas seu trabalho é muito conhecido em todo o mundo sobrenatural. — Ele disse. — Você não vai responder todas minhas perguntas, certo? — — Não, as respostas vem com o tempo. — Andrew caminhou até seu carro, antes de entrar, disse


suas ultimas palavras. — Pense em mim essa noite, Cherie. — Eu congelei por dentro com aquelas palavras. Ele queria que eu sonhesse com ele, isso era um pouco...tenso, eu acho. Não acho que queria ele nos meus sonhos, mas talvez, eu conseguiria respostas. Quando seu carro sumiu da minha vista, corri para dentro. Nyx e Iawy estavam sentados lado a lado no sofá, ela estava furiosa. Não sabia exatamente se era por Andrew ou por Iawy. Um grande misterio, já que tudo a irritava. Eu olhei para Iawy, ele seria meu salvador, ele responderia todas minhas perguntas. Antes mesmo de abrir minha boca, ele disse. — Não posso responder nada. — Droga. droga. Alguns minutos na sala com Andrew, e Iawy foi manipulado por aquele sanguessuga-psicopata lindo e maravilhoso. — Desista — Nyx disse, saindo do seu silencio. — Ele prefere me ver morta por aquele sanguessuga-psicopata ao invés de falar algo — — Minha dama, não é preciso tanto drama. — Ela iria mata-lo, observei de longe. — Drama, Iawy? — Nyx saltou do sofá, furiosa. Iawy continuou sentado, com sua calma de sempre, em quanto Nyx parecia a doida surtada. Ela caminhou para minha direção, concerteza iria se fechar em seu quarto e quebrar algumas coisas. — Você está forá de sí, Nyx. Amanhã tudo estára de volta ao normal. — Nyx parou onde estava, engolindo em saco, virou em seus calcanhares e foi em direção de Iawy, em seguida, lhe deu uma bofetada. Iawy tampou seu rosto com uma mão, mas pude ver marcas da unha de Nyx. — Bom, — Ela disse olhando para o rosto marcado de Iawy com um sorriso — Eu gosto de fazer o trabalho completo em ser uma descontrolada. — Sem mais, Nyx saio da sala, até um pouco mais alagre. Não era todo dia que uma caçadora batia em seu chefe. Iawy esfregou seu rosto com a mão. — Não me admira se qualquer dia você receba outra cicatriz permanente. — Disse, sentando ao seu lado. — Está doendo muito? — — Não, o amor sempre causa dor. — Ele sorriu, se virando para mim — Como pasou a noite? — — Bem...mas acho que não será agradavel entrar em detalhes. — Falar sobre minha maravilhosa noite com Andrew, não seria nada confortavel e acho que ele pensava o mesmo. — Fiquei preocupado com você — ele Falou — Nyx transformada e solta, não é muito bom para vampiros. Você não imagina o quanto uma licantropa pode ser forte e feroz — Eu olhei nos olhos de Iawy, neles, havia proteção e compaixão. Eu sorri para ele, e o abrançei. — Sabe que perdi minha familia muito cedo, — Iawy acenou com sua cabeça, ainda me abraçando. — Não imagina o quanto gosto de ter sua proteção. Você é muito melhor que um pai — Iawy me apertou em seus braços. — Obrigado. — Ele sussurrou. Não era preciso ver sua face, para ver seu sorriso — Mas mesmo com essa chantagem, não irei contar nada. — brincou. Eu ri. — Cale a boca, Iawy — Depois de um bom banho, me joguei na cama. Eu estava tão cançada que nem lembrei do meu 'medo' de fanstasmas assombrando a mansão. Ver Nyx depois que Iawy foi embora, foi praticamente uma missão impossivel, mas depois de uma espiada no vão da porta, me certifiquei de que ela estava bem. Pensar em Andrew, era isso que eu tinha que fazer, agora. Fechei meus olhos, esquecendo o sol nascendo lá fora e foquei em seu cheiro. Cheiro de ervas, ervas perigosas... Quando abri meus olhos, eu estava na floresta perto da mansão. — Nunca permitiria me deixar entrar em seu sonho, se soubesse que me traria para ma floresta. — Uma voz soou atras de mim. Me virei na sua direção e lá estava Andrew, encostando seu ombro em uma das arvorés. — Nenhuma cama? Nenhuma banheira? É totalmente desconfortavel fazer sexo em uma floresta, Cherie. — Ele sorriu ironicamente. — Eu não irei fazer sexo no meu sonho — — Por que não? Isso é o sonho de qualquer mulher quando me conhece, por que seria diferente com você? — Andrew havia dado alguns passos em minha direção. — O que está acontecendo, Andrew? — perguntei, ignorando suas perguntas ironicas — Eu sei que


aquela estrela não foi uma coisa da minha imaginação. Você e Iawy fazendo 'negocios', eu não entendo. — Andrew movimentou seus labios, provavelmente para dizer alguma coisa ironica.— E não me venha com suas repostas ironicas! Eu estou no limite, e isso me irrita — disse, o impedindo de falar qualquer coisas. — E seus vampiros....Eles são seus vampiros, mande-os parar de me caçar! — — Eu não posso — ele disse, finalmente. — Por que não? — Seus olhos estavam duros em mim, provavelmente, quem estava parecendo uma doida surtada, era eu. — Eles cumprem minhas ordens, por que cumpro as ordens de outra pessoa — Eu fiquei em silencio e desviei meu olhar de Andrew, eu não queria que ele me visse confusa — Quem está por trás de tudo isso, afinal? — perguntei. — A unica pessoa que já vi lhe dar ordens é seu irmão, mas não acho que ele teria tanto poder sobre tudo. — — Você faz muitas perguntas, Cherie. Deveria perguntar em como se manter viva. — — Eu sei muito bem cuidar de mim mesma, Andrew. Sou uma caçadora, você se esqueceu disso? — Falei indignada. — Vampiros mais velhos, Roxie, — Andrew estava a centrimentos de mim, sua mão passou pela minha, entrelaçando nossos dedos — São muito mais fortes que você.— Por fim, ele apertou meus dedos rigorasamente. Eu não queria gritar, mas não consegui segurar um gemido pela dor. Era como se Andrew tivesse moido todos meus ossos, e para ele, era como amassar um papel. Eu puxei minha mão para longe. — Você está no meu sonho, não deveria me machucar! — o lembrei — Eu não te machuquei, isso são apenas cocegas perto do que podem fazer com você. — Claro que não me machucou, não era a mão dele que estava latejando de dor, idiota! Gritei em meus pensamentos, em quanto o fuzilava. — Afinal, este é o seu sonho, mas você não tem controle em mim. — — Você me faz como uma incompetente. Você não conhece minha inteligencia, eu posso mata-lo se tiver uma chance.— Falei. — É quase impossivel matar o vampiro que lhe criou.— — Mas tambem é possivel — O lembrei, sorrindo para ele. Eu não iria mata-lo, no momento, minha meta de vida havia mudado para me manter viva. Andrew não era aquele monstro que eu sempre pensei que fosse, talvez um pouco, mas não tanto. — E sobre você não ser incompetente, prove — Andrew passou seu braço em minha cintura e me puxou para mais perto. Se curvando um pouco para frente, ele sussurrou em meu ouvido. — Feche seus olhos. — Eu fiquei em silencio, a respiração de Andrew perto da minha orelha me deixava toda arrepiada, sua voz, era hipnotizante. Como ele mandou, eu fechei meus olhos. — Venha me caçar, Cherie. — Ele disse, quando abri meus olhos, Andrew não estava mais em minha frente. Fiquei parada alguns segundos para processar a idéia de caça-lo. Era loucura e eu não tinha Nyx comigo, com seu olfato de lobo, eu tinha apenas uma coisa boa, minha audição. Caminhei para dentro da floresta, com cuidado para não fazer barulho algum. Ficando atrás de uma arvore, para não ficar exposta, fechei meus olhos e deixei meus ouvidos atentos aos barulho da floresta. Vento batendo em folhas, grilos cantando, alguma coruja voando e logo seguido de um grito de algum animalzinho sendo capturado pra ela se alimentar e pequenos galhos se debatendo... melhor dizendo, sendo quebrados, era Andrew. Ele estava a alguns metros de mim, caminhando na mesma direção que eu estava. Ele não estava me sentindo, isso era bom, eu não podia controla-lo em meu sonho, mas ele tambem não estava trapaçeando. Para para-lo, eu teria que derruba-lo, mas não tinha força para fazer isso. Eu teria que pega-lo desprevenido, igual no baile de máscaras, consegui joga-lo contra a parede porque não esperava por aquilo. Mas como? me perguntei. Quando a idéia surgiu, eu bati minha mão no tronco da arvore e sorri satisfeita. Com um passo para trás, a observei, eu iria escala-la. Não foi muito dificil quando cheguei no topo, ela não era muito


grande e havia muitos galhos que facilitou minha subida. Quando fechei meus olhos novamente, escutei os barulhos mais altos, sinal de que Andrew estava proximo, muito proximo. Finalmente, ele apareceu. Andrew estava andando calmamente por baixo da arvore que eu estava, tão calmo que não parecia que estava sendo caçado, como se já tivesse a vitória em suas mãos, ele mal imaginava que eu estava a cima dele, e isso era ótimo. Fui obrigada a segurar minha respiração, ele não podia me escutar, sua audição concerteza era muito melhor que a minha. Quando ele entrou no foco certo, eu saltei da arvore. Minha queda não foi tão ruim quanto imaginei, cair em cima do Andrew foi...confortavel. Antes que eu caisse em cima dele, ele havia se virado para mim, muitos movimentos rapidos aconteceram para ele ter o controle da situação, mas não, eu havia conseguido a vitoria dessa vez. As presas de Andrew estavam a mostras, que apareceram como uma forma de defesa, quando um vampiro é pego de surpresa, mas logo sumiram. Eu realmente consegui. Ele pareceu surpreso por um momento, os olhos azuis faíscaram em mim e então ele sorriu, o tipo de sorriso sem um pingo de ironia que eu nunca o vi dar. Eu mantive minhas mãos no chão em volta dele, sabendo que se ele quizesse sair de lá, ele com certeza conseguiria, mas não me custava tentar fingir que estava no controle. Eu sorri, apreciando o sentimento crescente de 'eu venci' que se apoderava de mim. — Te peguei — eu anunciei, ele ergueu uma das mãos colocando as mechas do meu cabelo atrás da orelha. Aquela coisa no meu estômago se mecheu denovo enquanto os dedos frios dele traçavam caminho pela minha bochecha até o pescoço, deixando uma linha quente e fria na minha pele. — Considere-me capturado, Cherie — Antes que eu pudesse sequer registrar que ele tinha falado, e mais delicadamente do que eu julguei possível, ele passou sua mão em volta do meu pescoço me trazendo involuntariamente (ou talvez tenha sido voluntariamente) para baixo. Seus lábios encontraram os meus em um beijo lento e completamente quente, eu pude sentir a batida do coração dele contra a minha frenética quando eu movi minhas mãos até o tórax dele, traçando com cuidado seus músculos por baixo da fina camiseta preta que os escondia. Havia algo que colocava fogo em minha força de vontade todas as vezes que Andrew estava por perto, e esse algo me fez morder o lábio dele tão forte que o gosto do sangue dele começou a invadir minha língua enquando eu lhe sugava o lábio inferior, ele arfou, rompendo o beijo com um sorriso...interessante. Ele não pareceu bravo, ou irritado. Ele parecia simplesmente...orgulhoso. — Mostrando suas presas Cherie, isso é sexy — Ele se inclinou para frente, traçando o contorno dos meus lábios com a língua, toda a minha pele começou a formigar enquanto minha respiração denunciou isso, ele pareceu satisfeito. Eu demorei um pouco para encontrar minha voz. — Gosta delas, Andrew? — eu murmurrei enquanto direcionava minha cabeça para a curva do pescoço dele, eu pude sentí-lo ficar tenso embaixo de mim mas ele não me impediu enquanto eu roçava as presas em seu pescoço, Meu , um pensamento involuntario anunciava repetidamente. Minhas presas formigaram, eu queria o sangue dele, queria o sangue dele mas não era por fome, bem, pelo menos não pela fome convencional. Ambas as mãos dele se deslizaram para baixo, enquanto ele agarrava minhas coxas que estavam em volta da cintura dele com uma pressão estranhamente agradável, quandoe ele finalmente respondeu, não era mais do que um sussurro. — Eu as adoro, Cherie. — Seus lábios estavam em minha orelha, e o pouco de concentração que me restava se foi. Por um segundo, só existia eu e ele, Andrew, meu Andrew. E Nyx. A voz dela me invadiu tão rápido quanto eu lembrava que ela existia, e foi também o quão rápido toda a floresta, e a 'realidade' em que eu tinha Andrew sobre meu controle (ou quase) se desfez, e eu estava ocupada demais caindo da cama para tentar voltar pra lá. Caminhei furiosa até a porta do meu quarto e a abri. A claridade machucou meus olhos, ainda era dia, por um momento esqueci


minha raiva por ter sido acordada e agradeci por Nyx ter resolvido a questão dos vidros contra reflexo dos raios solares. Eu desci a escada principal, e antes de chegar ao final dela, vi Nyx e Iawy. Nyx estava de um lado da fonte e Iawy do outro, ela carregava um vaso de porcelana com pinturas de flores pretas com contorno dourado em sua volta. O vaso era tão lindo e para meu assombro, Nyx jogou ele na direção de Iawy, o tornando em mil pedaços quando bateu na parede, já que ele havia desviado. — Eu espero que haja um bom motivo para essa briga, Nyx! — Gritei raivosamente da escada, me lembrando do sonho que foi interrompido. — Eu acho muito digno dar mais hematomas nesse rostinho! — Nyx bufou furiosa. Eu olhei confusa para Iawy, ele apenas ergueu seus ombros. Nesse breve momento de distração entre nós, Nyx caminhou até ele e puxou seu celular do bolso do casaco dele. Iawy tentou recuar e até mesmo pegar seu aparelho celular de volta, mas ele não podia fazer quase nada, Nyx não transformada, era apenas uma bonequinha de porcelana, um toque rude de Iawy, que tinha triplamente mais força que nós duas juntas, ela poderia quebrar exatamente como o vaso. — Nyx, devolva o celular dele — Disse, parecendo uma mãe dando ordens a sua filha para parar de fazer pirraça com seu amigo. Mesmo assim, ela não me deu ouvidos. Nyx jogou o celular de Iawy no chão, não delicadamente, e pisou varias vezes em cima, deixando o aparelho arruinado. Meus olhos se arregalaram com tal ato, ela pareceu satisfeita depois disso, me fazendo ficar sem palavras. — Tudo bem, me digam o que esta acontecendo. — Falei, quando as achei. — Em quanto eu sofro ameaças de morte — Nyx olhou ferozmente para Iawy ao seu lado. — Ele fica flertando com qualquer mulherzinha em seu celular. — No momento, tudo que eu queria era rir, mas não, eu não queria um vaso de porcelana voando em minha direção. Para minha segurança, preferi ficar em silencio. — Não se preocupe, Roxie, isso é apenas ciumes — Iawy finalmente saio do seu silencio, a provocando. Eu sorri para ele, Iawy estava amando toda a situação. Com seus punhos fechados, Nyx bateu no peito de Iawy algumas vezes, antes dele agarrar seus pulsos e direciona-los para baixo. — Não faça isso, minha dama — Ele a puxou para perto, a deixando centrimetros longe de seu corpo. Nyx, concerteza podia sentir a respiração de Iawy, de tão proximo que seus rostos estavam. Talvez, essa fosse a hora para voltar pro meu quarto. — Me solte — ela disse, caminhando para trás. — E não volte aqui até que esteja determinado a contar toda essa ladainha confusa. — Seu tom era calmo, sinal de que ela estava falando sério. — Como queira, minha dama — Iawy soltou seus pulsos. Ele olhou para mim, ainda na escada. — Tenha um bom dia, Roxie. — Eu acenei. Nyx o acompanhou até a porta da mansão, antes que ela a fechasse, Iawy deu um rapido beijo em seu rosto, a pegando desprevenida. Nyx ficou imovel, isso não era o tipo de atitude que ele tinha com alguem por perto, ou seja, eu. — Quando sentir minha falta, não poderá ligar para meu celular — Ele sussurrou em seu ouvido. Nyx bateu a porta em sua cara. — Sinto muito ter te acordado. — Ela disse a mim, sua expressão era incompreensivel, parecia uma mistura de raiva e tristeza. Nyx se ajoelhou no chão, para recolher os pedaços do vaso quebrado. Eu desci até ela, e ajoelhei em sua frente. — O que foi, Nyx? — perguntei, ainda tentando entender sua expressão. Olhando em meus olhos, ela hesitou por alguns segundos — Eu estou surtando, Eu estou...com medo. — Disse — Nada vai acontecer com você, Andrew não ira mata-la — falei. — Nem que eu tenha que matalo, isso é uma promesa. — — Não, você não entendeu. — Eu a olhei confusa. — Eu não estou com medo do sanguessugapsicopata. Uma licantropa não pode sentir medo de vampiros, isso é uma lei da natureza. — — Eu não entendo, do que você está falando? — perguntei — Eu tenho medo do que sinto por Iawy. Isso me deixa surtada, eu o quero matar as vezes, mas ao mesmo tempo, existe algo diferente. É como uma luz, que surge do nada, e apaga toda a escuridão


do meu corpo, eu não sei explicar. — Ela disse. Em palavras mais simples, ela estava apaixonada por Iawy. — Isso é estranho, eu não poderia sentir isso por um incubbus. Eu tenho o dever de procriar minha raça, ela está em extinção e mesmo não vivendo no grupo dos lobos, fui criada para isso. — — Estranho, é uma vampira e uma licantropa serem amigas e ambas serem caçadoras, muitas vezes até mesmo das nossas proprias raças. — Ela sorriu para mim, deixando aquela expressão de raiva e tristeza irem embora. Eu estava a ajudando recolher os cacos, quando seus olhos ficaram fixos em minha mão. — O que é isso, Roxie? — ela perguntou, acompanhei seu olhar, minha mão estava com alguns hematomas espalhados por meus dedos e era incrivel eu não ter notado antes, eles estavam bem chamativos. 'Seu criador pode fazer qualquer coisa com sua mente e corpo. Essa cicatriz, é a prova disso.' As palavras de Andrew explodiram em minha mente, em questão de segundos. — Andrew — Disse em um suspiro, relembrando a dor que aquilo me causou. — Ele estava no meu sonho. — — Isso explica o porque do seu mal humor quando apareceu aqui. Não me diga que eu atrapalhei algo...quente?— Era impossivel não notar que Nyx estava se referindo a sexo. — Eu nunca imaginei você do tipo masoquista. — — Nyx! — eu a repreendi por aquele pensamento — Isso foi apenas um aviso de que vampiros mais velhos, são fortes— — Eu não sabia que vampiros podiam ter hematomas. — — Ele tem poder sobre mim, por ser meu criador. — — Isso é interessante. — ironia, novamente, ela estava se referindo a sexo. Eu revirei meus olhos como protesto. — Esqueça Andrew.— falei — E bem, eu acho, que Iawy sente algo por você. — Nyx franziu a sobrancelha, seus olhos, ficaram nervosos — Roxie, isso é loucura, você sabe, ele é um incubbus. Toda essa coisa de se alimentar durante o sexo, é assustador. — — Eu não entendo sobre isso, Iawy é o primeiro e unico incubus que ja conheci. Talvez isso só funcione em mortais. Eu realmente não sei, você deveria perguntar a ele. — sugeri. — Você fala como se fazer essa pergunta fosse a coisa mais simples.— Ela rebateu, no mesmo instante em que acabará de falar. — Alem do mais, não arriscaria um relacionamento com Iawy, eu não quero entrar em hibernação, igual aconteceu com você, — Ela ironizou. — caso essa coisa de sugar minhas energias vitais ser possivel, Iawy jamais faria algo para me deixar mal. — — Pelo menos temos certeza de uma coisa — Falei, a ignorando sobre o assunto de hibernação. — O que temos certeza? — — Iawy deve ser ótimo nesse ramo. — — Oh, — Nyx pareceu surpresa — Cale a boca, sua loira oxigenada. — Eu dei de ombros. E no fundo, Nyx sabia que eu tinha razão. Todos os incubus deviam ser magnificos em questão do prazer, afinal, eles praticavam isso para alimentar suas energias. E eu tinha certeza que com Iawy não era diferente. Me coloquei no lugar de Nyx por alguns segundos, e bom, realmente era assustador ter algo com um incubbus. — Você conseguiu alguma informação com o sanguessuga-psicopata sobre toda essa ladainha? — ela perguntou, mudando de assunto. — Não, e tenho certeza que Andrew não falara nada. Acho que nossa unica salvação, é Iawy — — Iawy não falara nada. — Nyx se levantou e caminhou até a cozinha para jogar os pedaços do vaso no lixo, eu a segui. — Eu acho que se você não gritar com ele e ser carinhosa, pode conseguir algo. — Ela me olhou curiosa, esperando por uma resposta mais clara. — Use a sedução, amiga. — Pisquei para ela, a deixei na cozinha sozinha para pensar sobre o assunto, talvez fosse uma boa idéia. Iawy ficaria fora de sí com Nyx o tratando bem, muito bem.


Para relaxar, nada melhor do que uma banheira com àgua quente. Me fechei dentro do banheiro do meu quarto, assim, nenhum grito raivoso de Nyx iria me encomodar. Quando entrei na banheira, antes de encostar minha nuca na borda, espalhei um pouco de espuma pelo meu corpo. Encarei o teto por alguns segundos e tentei encaixar as peças no quebra cabeça, as poucas coisas que sabia sobre essa confusão, eram inuteis. — Fale comigo, Sol. — Pedi, ou implorei. Fechei meus olhos para esperar respostas, mas nada veio. Quando abri meus olhos, minha presas saltaram da minha gengiva em defesa. Meu coração, concerteza, havia parado. — Guarde isso, Roxanny. — Aqueles olhos jades fixaram ao meus. E como ela ordenou, guardei minhas preças. — Então, o que você quer? Eu não posso vir toda vez que me chamar, então seja breve.— — Você me assustou! Na proxima vez, chegue fazendo barulho para não ter sua garganta rasgada. — avisei. Sol estava sentada na borda da banheira, com suas pernas cruzadas e vestia um vestido, largo, amarelo que ia até metade de suas coxas. Seus cabelos negros, estavam soltos e ondulados, como da ultima vez. — Você parece mais...calma.— — Nosso primeiro encontro, eu estava surtada. Quando vampiros querem acabar com sua existencia, não é novidade que entre em surto. — — Você tem que me dizer o que esta acontecendo. E por que Andrew? Andrew é a unica pessoa que ninguem confia! — — Mas você confia nele. — Ela falou. Talvez, ela tivesse razão. — Eu sempre tenho razão, e sobre contar o que está acontecendo, eu não posso. Tenho uma promesa eterna de não me envolver com a humanidade. Seu namorado, ele pode te contar tudo o que quer saber. Falar com você agora, está me causando problemas na outra dimensão — — Ele não é meu namorado — murmurei. — Posso te dizer uma unica coisa. Os vampiros querem acabar com minha existencia, e eles sabem como. E isso é estupido, a humanidade morrerá sem os raios solares e vocês precisam dos humanos, no final das contas. — ela disse. — Tente descobrir os segredos, Roxanny. — E em um piscar de olhos, Sol não estava mais sentada na beirada da banheira. Pelo menos uma peça do quebra-cabeça foi encaixada. Sol nem imaginava, que o maior problema seria Andrew falar os 'segredos'. Mal imaginava ela, que meu chefe estava em um negocio misterioso e secreto com ele, e bem, ela nunca iria imaginar que querem me matar e a Nyx tambem. Quando sai do banheiro, encontrei Nyx sentada em minha cama, exatamente como Sol. Suas pernas estavam cruzadas, seus cabelos loiros e cacheados, soltos. E para minha surpresa, ela tambem estava com um vestido, que moldurava muito bem sua cintura. Um visual que ela não usa no dia-adia. — Bom...o que te trás aqui no meu quarto, vestida assim? — — Eu pensei no que você disse e acho que tem razão. Eu quero saber o que está acontecendo entre Iawy e o sanguessuga-psicopata, e por que ele quer me matar. Não acho que dar em cima de Iawy para tirar informações, será um problema.— Eu a olhei com espamo. — Não me olhe assim! — ela exigiu. — Tudo bem, qual é a condição? — Perguntei, mesmo ela não tendo mencionado uma.


— Eu deixarei a porta porta entreaberta e você não saira de lá, você não pode me deixar fazer isso sozinha.— — Eu faço esforço de usar minhas habilidades de espiã essa noite. — brinquei — Como você irá chama-lo? Você sabe, você destruiu o unico meio comunicativo que tinhamos com Iawy. — — Eu liguei pra central dos caçadores, ele está a caminho. — — E qual foi a conversa pra ele vir aqui? — perguntei curiosa. — Eu não preciso de uma conversa pra ter ele aqui. — — Isso é uma verdade. — apontei. — Então, me deixe me vestir. E quando Iawy chegar, eu estarei lá no saguão, espiando vocês. — Antes de Nyx sair do quarto, ela parecia um pouco nervosa, mas acho que ela se daria bem, e quem sabe, por um milagre, isso os ajudasse a ter algo mais intenso. Hoje, tive que deixar minhas booties de lado, quanto menos barulho fizesse, melhor seria. Eu não precisava parecer bem arrumada, de qualquer maneira, não iria encontrar Andrew essa noite. Eu estava com uma blusa de algodão vermelha e uma calça, de moletom, verde. Se Nyx me visse, iria dizer que eu era a pior espiã que já conheceu. Mas não tive tempo para achar uma roupa discreta, Iawy acabará de chegar, apenas dei uma escovada em meus cabelos e desci a escada até nossa sala, cuidadosamente, para não fazer barulho. Todas as luzes da casa estavam apagadas e a escuridão da noite iria facilitar para ninguem me ver espiando, apenas um feixo de luz escapava da sala em que os dois estavam. Me aproximei do vão, com cautela. Nyx e Iawy estavam sentados no sofá. Nyx estava mais proxima de Iawy que o costume, ela enrolava, em seu dedo, um de seus cachos. Eu imaginei uma Nyx sexy em ação, mas não, ela estava sendo a velha Nyx de sempre. Apenas não gritando com ele. — Então, o que a fez mudar de idéia, minha dama? — Iawy perguntou — Pensei que só a veria depois de semanas e não apenas em algumas horas depois.— — Você me tirou do sério hoje mais cedo e me desculpe por seu celular. — — E pelo vaso? Não há desculpas? — ele brincou — Você que deveria me pedir desculpas por ele, eu quebrei uma herança de familia por sua culpa. — Iawy soltou um riso baixo. Nyx olhou fixamente em seus olhos, um olhar que as pessoas costumam fazer quando irá beijar alguem. Mas ela não fez isso. — Seus olhos estão azuis. Pode parecer estranho, mas eu não gosto de azul, mesmo meus olhos sendo dessa cor. — Ela disse. — Eu gosto da cor verde. — Iawy fechou seus olhos, e quando os abriu novamente, eles estavam verdes. Nyx sorriu um pouco constrangida — Você não precisava mudar a cor dos seus olhos, só por que gosto dessa cor. — — Eu gosto de lhe agradar, minha dama. — Nyx colocou sua mão em cima da de Iawy, logo após, entrelaçou seus dedos aos deles e o puxou para mais perto dela. Nyx nunca tiverá força o suficiente para puxar Iawy, era obvio, que ele foi de livre espontanea vontade. Seus narizes estavam quase se encostando, eu estava anciosa para que saisse um beijo, mas ninguem tomou uma atitude. Minha vontade foi de caminhar até lá e empurrar suas cabeças. Mas isso não foi precisso, Nyx o beijou. E eu estava gritando de felicidade por dentro. Foi um beijo simples, apenas um selinho demorado, o que fez Iawy ficar tenso. Ele não esperava por aquilo. Nyx separou seus labios dos dele, mas não afastou seu rosto, apenas apoiou sua testa a dele e sussurrou — Por favor — ela pediu. — Por que Andrew quer me matar, Iawy? — Eu sorri, ela estava jogando, boa garota. — Isso não importa, o que realmente importa é que você e Roxie estão seguras. — ele falou. Nyx o beijou novamente, mas não um beijo simples, algo mais faminto e quente. Ela passou por cima de Iawy, encaixando suas coxas, de cada lado, da cintura dele. Iawy percorreu suas mãos nas coxas dela. — Isso não é justo. — Ele murmurou entre o beijo. — Isso é muito justo — ela disse, em quanto caminhava sua boca até seu pescoço. Ainda com as mãos nas coxas de Nyx, Iawy a puxou contra seu corpo e de uma forma brutal, a deitou no sofá,


pressionando seus corpos um a outro. Ele a beijou, como se beija-la fosse a unica coisa que ele precisava, nada mais, só aquilo. E essa, era minha hora de partir. Virei meus calcanhares para voltar ao meu quarto, mas isso nunca foi possivel. — Iawy, pare! — Nyx disse em um tom agonizante na sala, eu voltei para ver o que estava acontecendo. Iawy estava a segurando com seu corpo, em quando Nyx tentava tira-lo de cima. Choque passou por meu corpo. Era como se Iawy tivesse sugando sua vida, seu ar, sua consciencia. Ele estava sugando as energias vitais de Nyx. Meu primeiro pensamento de como agir era de correr até lá e tira-lo de cima dela. Mas Iawy agiu primeiro, quando ele se deu conta do que fizerá e do quanto Nyx estava assustada, ele enterrou seu rosto na curva do pescoço dela. — Me perdoe, Nyx — Ele sussurrou, sua respiração estava rapida, a de ambos estavam. — Saia de cima de mim! — Ela ordenou, Nyx não só estava assustada, como estáva chorando. Como ela ordenou, Iawy se sentou e a puxou junto. — Você esta bem? — Ele perguntou, uma mistura de vergonha e preocupação em sua vox. — Você está tremendo. — — É claro que eu estou tremendo! — Ela exclamou — Você me assustou pra caramba, Iawy — seu tom era como um grito baixo, ela estava indignada. — Eu acho que estou bem, eu me sinto...fraca— Ela finalmente o respondeu. — Você ficara bem. — ele falou — Eu devo ir...- — — Não! — Nyx o interrompeu. — Não vá. Me explique o que aconteceu agora, você me deve isso. — Iawy olhou para Nyx, sua expressão era séria. — Minha dama, você não conhece muitas coisas sobre incubbus, certo? — Ele a perguntou. Nyx assentiu. — Um incubbus pode ser muito mais forte do que a maioria das criaturas sobrenaturais, e isso dá vantagem sobre algumas coisas, mas, como tudo na vida isso não viria de graça, existem consequências. — — E quais são as consequencias? — Ela perguntou, curiosa. — A 'natureza' de um Incubbus, se alimenta da energia vital de seus parceiros, no caso, com humanos, eles raramente sobrevivem por serem fracos demais, ou por que tem vida demais neles. — Nyx o ouvia com muita atenção, e eu tambem. Um um incubbus explicar sua historia, era uma novidade para nós duas. Eu não voltaria para meu quarto nem amarrada. — No entando, em uma criatura sobrenatural, eu não poderia matá-la.— Ele continuou — Você é imortal, sim, mas também existe uma parte humana dentro de você, ou seja, existe energia vital em você. Tanto ou mais do que em um humano, no entanto eu jamais faria isso com você de propósito. Acontece quando perco o controle de mim mesmo. — Nyx pareceu surpresa, exatamente como eu. — Com uma criatura imortal que não é nem um pouco humana, as consequencias não aconteceriam, nada aconteceria, porém, com uma que é, é como o adormecer de seu lado imortal, e pelo menos por alguns minutos enquanto estiver sobre meu controle será mais humana, por isso se sente fraca. — Eu não sabia que podia tirar seu controle, Iawy. — Ela ironizou. Iawy passou seu polegar no rosto dela, limpando uma lagrima que acabará de escorrer. — Sinto muito por isso, Nyx. — — Não perca o controle agora, Incubbus.— Ela pediu, ou exigiu. — Eu irei te beijar. — Ela avisou. Mas no fim, quem a puxou em um beijo, foi Iawy. Primeiramente foi algo carinhoso e calmo, mas depois que Iawy colocou sua mão nos cabelos de Nyx, a pressionando para frente. O beijo se tornou algo selvagem, foi nesse exato momento, que fechei a porta da sala e me virei, me deparando com os olhos azuis de Andrew. — O que está fazendo aqui, Andrew? — exigi. — Essa pergunta está se tornando cansativa, cherie. — Ele falou me observando dos pés a cabeça. — Bom, acho que isso é o natal adiantado.— Provavelmente, essa piadinha foi a minha roupa. Ignorando o comentario sobre minha roupa, o puxei por seu pulso — Vamos sair daqui —


— Você poderia me dar um presente adiantado, Cherie, exatamente como seus amigos estão fazendo agora, lá dentro. — — Você irá me contar o que quero saber, se lhe der esse presente? — Perguntei, em quanto fechava a porta do meu quarto. — Provavelmente não. — ele disse, observando o lugar — Entao, diga logo o que está fazendo aqui.— novamente, exigi. — Eu vim para terminar aquilo que comecei — Ele sorriu, ironicamente. — Você não conseguira nada, até me falar o que está acontecendo.— — Então, isso é como uma greve de sexo? — — Talvez, eu ganho alguma informação com isso? — — A unica informação que receberá é de quantas mulheres passaram por minha cama, em quanto essa 'greve' ocorre. — Eu o fuzilei com o olhar. Eu não sabia exatamente o que estava acontecendo entre nós, realmente. Mas não queria outras mulheres em sua cama, por esse momento, ele me pertencia. — E se eu disser que a estrela me visitou, novamente? O que diria? — perguntei. — Eu diria, que você está pirando.— Ele deitou em minha cama, como se ela, fosse a sua. — É uma boa cama, Cherie, tem certeza que não quer aproveitar, em quanto temos uma? — Caminhei até a cama, me mantendo em pé ao seu lado, o encarando. —Você está tentando ler minha mente, me olhando assim? Ou apenas admirando minha beleza?— Ele disse ironicamente. Andrew me puxou por meus braços e rolamos na cama até que ele tivesse seu corpo pressionado contra o meu. Seus labios, quentes, presionaram em meu pescoço, formando um pequeno beijo. Encaminhei minha mão até seus negros cabelos, e quando eles estavam entrelaçados em meus dedos, os puxei para cima. Fazendo com que Andrew levantasse sua cabeça. — Isso doeu. — ele apontou. — Não imaginava que você gostava de masoquismo, cherie. — — Provocação, não funcionará, Andrew. Eu sei muito bem manter o controle — — Tudo bem, — ele começou. — Um grande segredo por pequenas coisas tolas. — — Você me contará, se eu revelar um segredo meu, um grande segredo? — Perguntei, para tirar minhas duvidas, sobre sua proposta. — Acho que essa tintura no seu cabelo, está afetando sua inteligencia. — Eu puxei seu cabelo novamente, com um pouco mais de força. Andew gemeu. — Eu poderia te decapitar por isso. — Eu sorri, um sorriso cinico. — Eu tenho algo.— Falei depois de alguns segundos, soando um pouco nervosa. Novamente, Andrew caminhou seus labios até meu pescoço. — Diga-me, Cherie. — Suas preças roçaram em minha pele, eu esmaguei seus cabelos em meus dedos com a sensação. — Você foi o unico, — Comecei a sussurrar em seu ouvido. — o unico homem, que já me tocou um dia. — No mesmo instante, as preças dele pararam de roçar no meu pescoço e senti um sorriso se formar em minha pele. — Cherie, um segredo e uma mentira para me agradar, são totalmente diferentes.— Ele falou. Tirando minha mão de seu cabelo, passei meus braços por usa cintura. Logo em seguida, rolei para cima dele, mantendo meu tronco erguido. — Você saberia se eu estivesse mentindo, Andrew. — Os olhos frios dele, ficaram fixos aos meus, com curiosidade. Com toda essa coisa de poder sentir meus sentimentos, por ter me alimentado dele, tinha certeza que ele saberia que eu não estava mentindo. Sua expressão estava confusa, muito confusa. Era um tipo de choque misturado com surpresa e talvez, felicidade. Eu não sabia exatamente explicar, era como uma mistura de tudo. No momento, gostaria de tomar seu sangue, para saber o gosto das suas emoções. Andrew se levantou, eu não o segurei com meu corpo, me deixando sentada, um pouco confusa com seu silencio. Eu estava esperando que ele falasse algo e cada segundo de silencio me deixava mais ainda agonizada. Andrew abriu as portas da minha varanda, provavelmente estava indo embora. — Onde está indo?! — Exigi, saindo do meu silencio. — Nós temos um acordo! —


— Eu tenho coisas para fazer. — Ele disse, saindo para fora, corri até ele, antes que fosse embora e segurei em seu braço, fincando minhas unhas nele. — Nós. temos. um. acordo. — Rangi entre meus dentes. — Nós temos. — Ele concordou. — Me encontre amanha, logo que escurecer, no restaurante Athénée e leve sua familia aberração. — Meu estomogo se embrulhou, Andrew não estava sendo...Andrew. Frio, sem ironia ou um sorriso sarcastico. Soltei seu braço, com uma vontade imensa de fechar as portas da varanda e me afogar nas minhas proprias lagrimas, em minha cama. E como Sol, em um piscar de olhos, ele não estava mais em minha frente. Como queria, fechei as portas e me enterrei na cama. Não me importei de não ter me alimentado hoje ou não estar com uma roupa adequada para dormir. Eu sentia raiva, muita raiva por Andrew ter ignorado um detalhe tão importante pra mim, como se fosse nada. Mas eu não podia esperar muita coisa, afinal, ele era Andrew, o vampiro mais insensivel que existe.

— Roxie, acorde! — A voz de Nyx me chamou, franzi minhas sobrancelhas, não querendo abrir meus olhos. — Abra seus olhos! Nós temos que ir ao restaurante. — Abri meus olhos, a encarando. — Como você sabe disso? — perguntei, ainda deitada. — Você se esqueceu que Iawy e o sanguessuga-psicopata são eternos amigos, agora?— — Iawy. Vai me dizer o que diabos aconteceu ontem a noite? Sedução não é a mesma coisa que pegação. — falei — Aquilo, é um presente do pacote da Nyx. — ela brincou. — Um bom presente, na minha opinião. Vocês... — — Não! — Ela exclamou. — Eu não sou facil assim, Roxie.— — Não me diga. — ironizei. — Você esta horrivel. — ela falou, mudando de assunto — Parece que chorou a noite inteira.— — É impressão. — menti. Tecnicamente, eu não chorei a noite inteira. Quando dormi, não haviam mais lagrimas, pensei comigo mesma. Tirando meus olhos de seu rosto, os caminhei para sua roupa. Nyx vestia um vestido balone, tomara-que-caia, da cor azul céu, muito sotisficado, e com um scarpin preto. — Você está bem arrumada, onde está indo? — Perguntei. — Roxie, você durmiu demais! Já está quase escurecendo.— — Oh! — Levantei desesperada, batendo minha testa contra a dela, que estava sentada ao meu lado. Ela disse algum palavrão com a dor, mas eu, não tive nem tempo de pensar na dor. Tomei uma ducha rápida e prendi meus cabelos em um coque, não me importando por estarem molhados. Athénée era considerado o melhor restaurante de Londres, o fato de ter que me vestir como uma verdadeira Lady, não me agradava muito. Meu tempo de usar vestidos glamurosos, já havia passado. Coloquei um simples vestido preto, em minha cintura, se passava uma fita de cetim rosa choque, terminando em um laço nas costas. Eu gostaria de ter vestigo algo longo, mas eu ainda estava de pessimo humor e com presa para procurar um no guarda-roupa. Já havia escurecido, há muito tempo quando terminei de me arrumar. Isso me alegrou, ter a ideia de deixar Andrew esperando, formava uma sensação ótima dentro de mim. Quando desci a escada principal, logo vi Iawy, vestindo um smoking preto, ao lado de Nyx. Ele me


recebeu com um sorriso e logo fomos para sua limousine, o que me deixou mais ainda excitada, por andar em uma. Novamente, estava parecendo um conto de fadas. A diferença do dia do baile com hoje, era que eu não estava feliz. Quando a limousine parou, Iawy desceu primeiro, novamente, ofecereu sua mão para ajudar Nyx a descer, e novamente, ela o ignorou. — Você esta bem? — Ele perguntou, em quanto eu segurava sua mão para descer do carro. — Sim — menti, novamente. — Um pouco nervosa.— — Não se preocupe com isso. — Eu sorri para ele, um sorriso sincero, pelo menos. Meus olhos cairam em Andrew, depois de sair da limousine. Tambem vestia um smoking, e como sempre, sem nenhum indicio de branco. Ele sorriu para mim, mas não fiz nenhum esforço para retribuir o sorriso. — Eu espero que esse atraso tenha um bom motivo. — Andrew sussurrou em meu ouvido, em quanto entravamos no restaurante. — Você estava com tanta presa, noite passada, que esqueceu de dar uma hora exata.— retruquei. — Você esta me bloqueando de sentir suas emoções. — Ele falou. Eu não imaginava o que estava fazendo para aquilo acontecer, mas seja o que for, era ótimo. — E você não pensou em mim em quanto dormia...— — Eu não sou o tipo de mulher que está acostumado, que pensa em você toda hora e todo minuto. — o cortei. Talvez, isso fosse um pouco de mentira. — Está mentindo.— — Disse que eu estava bloqueando minhas emoções, não tem como saber— — Não preciso te sentir pra saber que está mentindo, Cherie. — Aparentemente, nos sentamos em uma area privada, quase não havia ninguem por perto. Era uma mesa redonda, com lugar para quatro pessoas, nela, havia taças e uma garrafa de vinho enterrada no suporte de gelo. — Eu espero que nenhuma gangue de vampiro ataque esse lugar, como no baile.— Nyx murmurou baixo, depois de se sentar ao meu lado. — Então, senhoritas, — Andrew começou, com um sorriso ironico. — Vocês fazem as perguntas essa noite.— Eu olhei para Andrew, e sua expressão era séria. Ele realmente falará serio. — A estrela apareceu para mim, novamente. Ela disse que os vampiros querem a extinguir.— — Eu ainda acho que isso é loucura. — Nyx falou. — Não, isto não é uma locura, minha dama. — Iawy saio de seu silencio observador. — Há uma maneira de fazer isso e o mais temivel que poderia aconteceu, está acontecendo. Os vampiros descobriram como eliminar a existencia do sol e eles querem isso. — — E você, licantropa. — Andrew falou. — Está envolvida. — — O que? — Eu e Nyx falamos juntas. — A ultima licantropa albina, no planeta, a Deusa da escuridão, dos lobos. — Andrew tomou um gole de seu vinho. — Isso parece familiar, licantropa? — Nyx pareceu congelar no lugar. — Eu não entendo. — Falei. — O sacrifio da personificação da escuridão, nos permite eterna escuridão.— — Eu não posso acreditar que está querendo me matar por essa estupidez. Isso não passa de uma lenda ridiculo.— — Eu não mediria esforços para saber se é verdade.— Nyx congelou novamente. Eu chutei a canela de Andrew por baixo da mesa. Ele me fuzilou. — Não a assuste.— Mandei. Eu estava confusa, era se como meu quebra cabeça estivesse sendo chutado e todas as peças encaixadas se espalharam. Olhei nos olhos de Andrew e neles, vi o oposto sobre querer matar Nyx. — Você não quer mata-la.— Falei. — Se você realmente quisesse mata-la, nunca falaria para nós. Revelar seus segredos, não é seu estilo se estiver agindo por si proprio — O peguei de surpresa, pela sua expressão Andrew jamais esperaria que eu pensasse isso. — Quem está por trás de tudo isso? — Andrew olhou para Iawy, um olhar pedindo para que Iawy continuace a explicação. Eu olhei para


Nyx, e ela parecia ainda estar choque, até agora. — Em nosso mundo, o mundo das especies sobrenaturais, para cada uma delas existe um rei. — Meu coração parou. — O Rei dos vampiros deseja que isso aconteça. — Iawy buscou por ar um momento. — Por que eu nunca soube sobre essa coisa de rei e rainhas? — Nyx tirou as palavras da minha boca. — Você seria rainha do seu povo, Nyx. — Andrew falou, era primeira vez que a chamava por seu nome. — Mas acabou fugindo e se infiltrando no mundo dos humanos, o mesmo aconteceu com Roxie. Entre humanos, o governo sobrenatural não existe.— — E como você sabe tudo sobre minha vida?— Nyx exigiu, raivosamente. — Eu gosto de saber tudo sobre as vitimas que irei matar. —Ele disse ironicamente. — Você não quer sacrifica-la— sai do meu silencio. — Exatamente, eu quero mata-la. A matando, todos os problemas acabam e o sol continua nascendo todos os dias. — — Isso não vai acontecer. E por que diabos existem vampiros atrás de mim?! — — Você, cherie, causaria problemas demais em tentar defender suas amiga. — — Oh, Deus. — Nyx pareceu angustiada. — Eu preciso sair daqui. Essa droga de restaurante está me sufocando. — Antes mesmo de olha-la, Nyx já estava de pé e caminhando para saida, Iawy a seguia. — Uma ultima pergunta. — Falei em quanto me levantava. — Você trabalha para o Rei dos vampiros? — Perguntei um pouco indignida. — Ele não é meu rei. — — Mas trabalha para ele. — apontei. — Ele é meu irmão. — Eu me calei. — Você está pálida, Roxie, está tudo bem? — Não o respondi, apenas o olhei pela ultima vez e caminhei para fora do restaurante. Roxie...Desde quando aquele vampiro insensivel me chama de Roxie?! Isso não importava agora. Havia tantas coisas rodando na minha cabeça. Andrew ser irmão de um rei, que aparentemente queria minha amiga morta, era horrivel. Eu estava na calçada, procurando pela limousine de Iawy, mas ela não estava mais estacionada. Ótimo! Maravilha, tudo pra minha noite ficar melhor. Alem de descobrir coisas banais, eu teria que andar até a mansão. Por que? Por que a loira burra fez a grande inteligencia de não pegar sua carteira quando saio de casa. Uma mão passou por meu braço, o apertando. — Você vira comigo. — Andrew anunciou. — Não irei a lugar nenhum com você. — — Qual é o seu problema, Roxie? — — Você não acha que todas essas coisas já não são o suficiente? — Falei irritada. — Droga, Andrew. Você é irmao de um REI!— — O que posso dizer? — ele perguntou. — Sinto muito por ter sangue real? — — Você se desculpa por coisas tolas. — Uma limousine parou ao nosso lado, chamando minha atenção. Deus, estou começando achar que sou apaixonada por esses transportes. Depois que o motorista desceu e abriu a porta de trás, soube que era a limousine de Andrew, apenas pelo balançar da cabeça do motorista para ele. — Vamos. — Ele puxou meu braço. — Não, Andrew, eu não irei com você nem que me arraste para sua casa. — Eu estava tentando tirar sua mão de meu braço, mas a cada movimento brusco meu, ele pressionava seus deus com ainda mais força. — Leve-a para dentro da limousine. — Ele ordenou para o motorista, me soltando. O motorista, que era maior que meu guarda-roupa, segurou meus braços. Eu decidi não lutar, esse gorila poderia quebrar eles em um piscar de olhos. Eu olhei Andrew antes de me enfiarem no transporte, o fuzilando. Até sua mansão, me mantive em silencio e emburrada. Sempre evitando o olhar dele, algumas vezes Andrew falou algumas coisas o quanto era sexy meu bico, mas o ignorei.


— Você não acha, — comecei, deixando minha raiva de lado, por culpa da curiosidade. — que essa coisa de Rei e Rainhas não é ultrapassado demais? — — Talvez seja. — ele disse. — Mas foi o unico jeito de manter a ordem. Se nossos governos fossem iguais dos humanos, não haveria paz. — — Então isso funciona como antigamente? Quando os humanos tambem tinham rei? — — Sim, traía o seu rei e você ficara sem cabeça. — — Há quanto tempo seu irmão é rei? — perguntei — Há muito tempo, muito antes de você nascer. — — Isso é interessante, um vampiro pode ser Rei por toda eternidade?— — Ele não morrer, sim, ele será. —Ele disse, em quantro abria a porta principal da mansão. Andrew aparentemente não gostava de luz, não havia nenhum indicio de luz em nenhum lugar. — É incrivel como sua curiosidade atropela sua raiva. — — Sinceramente? Ele não parece ser um bom rei. — Falei, ignorando o comentario sobre minha curiosidade. — Ele era. — ele começou. — Mas o tempo pode nos levar a loucura, Cherie. — aquilo fez meu coração dar um pulo a menos. — O que estou fazendo aqui, afinal? —Perguntei, entrando no salão, lembrando que estava com raiva dele. — Qual é o motivo de tanta raiva? — Ele perguntou, se virando para mim e me puxando, por meus cotovelos, para mais perto. — O que eu saiba, a unica pessoa que precisa de vascina contra isso, é sua amiga. — — Me solte! — Puxei, bruscamente, meus cotovoles de suas mãos. — Estou embora. — Me virei em direção da porta e Andrew, estava em minha frente, novamente. — Você é sempre rigida quando estamos juntos, mas não despreza minha presença, como agora. — Ele disse, bloqueando minha passagem com seu corpo. — Noite passada você não estava assim, até...— Ele pareceu surpreso — Você está com raiva por ter contrado aquilo! — — AQUILO? — Falei indignada, em um grito baixo. — AQUILO, é importante pra mim, Andrew. — Bati meus punhos em seu peito, — VOCÊ É INSENSIVEL, ANDREW! — gritei — Você não pode tratar todos como se fossem suas comidas ou brinquedos, as pessoas tem sentimentos!— Infelizmente, acabará deixando uma lagrimar escorrer em meu rosto, eu não me importei. — Pelo menos, são comidas e brinquedos interessantes. — Ele disse, sarcasticamente. Eu o olhei incredula. Não podia ter escutado direito, isso era inacreditavel. Furia passou por meu sangue, o fazendo ferver como ninguem fizerá um dia. Eu o chutei entre as pernas. Andrew se curvou, soltando varios gemidos de dor e buscando por ar. — Droga, Roxie. — Ele disse ofegante, com um tom de raiva misturado com dor. Ok, essa, era a hora de correr e me trancar no meu quarto por um longo tempo. Em quanto Andrew se mantinha curvado, essa seria minha chance de fugir. Antes mesmo de sair do lugar, Andrew segurou meu pulso, o torçando para trás. Se havia gritado, não me lembrava, seu aperto em meu pulso, o flexionando para trás, deixava qualquer parte do meu corpo imovel, pela dor. — Me solte. — implorei — Me solte, Andrew.— Ele me olhou, em seus olhos, havia morte. Suas presas estavam a mostra. Esquecendo a dor, falei. — Eu juro, que se você me morder como na noite do cemiterio, eu irei mata-lo. Dessa vez eu juro que lhe matarei. — Ele riu, eu ainda estava procurando a graça quando, finalmente, ele soltou meu pulso. — A mente femenina, — ele disse ironicamente — Tão complicada quanto descobrir o verdadeiro misterio sobre o quadro de Monalisa. — Guardando suas presas e mudando sua expressão de raiva para calma. Um vampiro bipolar, uma novidade para mim. — Isso, tambem, de alguma forma é importante para mim. — Ele começou. — Perdoe-me, por não ter reagido como esperava, Cherie. — Ele parecia ter uma estaca enfiada em seu coração, o orgulho sendo rasgado, um ótimo ruido. — Realmente doi muito pedir desculpas a alguem? — ironizei. — Não quando se é chutando em uma parte sensivel do corpo, Cherie. —


Andrew sabia que uma simples desculpas não iria amenizar o fato de ter me deixado infeliz noite passada. Ele olhou nos fundos dos meus olhos, sua expressão era seria e soltou um suspiro, eu continuava imovel, de cara fechada.— Em 1360 anos de vida, Roxie, apenas uma coisa me deixou surpreendido.— Ele falou — Quando me disse, que fui o unico homem que lhe tocou, foi um choque. Eu fui um canalha em te deixar sozinha depois de dizer isso, mas ser pego de surpresa não combina comigo. Eu surpreendo as pessoas, isso é o que sou. E você, não me deixou apenas surpreendido, você me causou um choque.— Seu tom era sério, seus olhos segurando os meus, estavam me deixando atraida. — Eu posso ter tudo o que quero, mas nem aquilo, que eu mais desejei, me deixou feliz, como agora, em saber que tenho algo que pertence somente a mim.— Eu cambaleei, para frente, em sua direção. Eu apenas tive certeza de uma coisa, não estava demaiando de amores por Andrew ou, talvez, sim. Ele me segurou por meus braços, com sua força ao me segurar, soltei um gemido. — Você está fraca, pálida e ficando atordoada, — Andrew começou a sussurrar ao pé do meu ouvido. — Novamente evitando sangue, Cherie? Espero que não entre na moda, vampiras, fazerem dietas loucas. — — Não tive tempo de me alimentar, por sua culpa.— — Minha culpa? — ele perguntou em um riso. — Ora, Cherie, você se tornou rebelde sem minha ajuda. — Andrew se afastou, com um passo para trás, jogando seu paletó no chão. De um em um botão, ele abriu sua camisa, a escorregando por seus braços, deixou que ela caisse, sem nenhum momento, tirar seu sorriso ironico do rosto. — São belos trajes, para serem jogados ao chão. — apontei. — Quando se está com uma bela mulher, é lei da naturaza, todos os trajes irem ao chão. — Ele me puxou contra seu peito. Seus dedos, gelados, percorriam meu antebraço, me deixando arrepiada e muito mais vulneravel. Andrew encostou seus labios em minha orelha. — Me morda, Cherie. — sussurrou. — Você odeia que lhe mordam, Andrew. — falei, encostando minha bochecha em seu peito nu. Infelizmente, a coisa sobre falta de sangue estava piorando, comecei a escutar, calaramente, o sangue dele correndo em seu corpo. Minhas presas saltaram para fora. Andrew riu. De um modo delicado, ele se afastou para que pudesse me encarar. Andrew levou seu dedo indicador até minha presa, fazendo um pequeno corte. O cheiro de sangue passou por minha narinas, o desejando para mim. Fechei meus olhos, tentando encontra concentração. Impossivel. Andrew, lentalmente, fez o contorno de meus labios com seu dedo ensanguentado. Minha lingua formigou. Não resistindo mais, eu os lambi. Como uma selvagem, eu pulei no pescoço de Andrew, o puxando um pouco para baixo, por ser mais alto, e o mordi. Apenas escutei um gemido, quando minhas presas rasgaram sua pele, e suas mãos que estavam em minha cintura, se apertaram mais ainda. Seu sangue em minha boca, um liquido grosso, com gosto de vingança, odio e paixão, o mesmo de sempre. Andrew, provavelmente cansado de estar curvado, me puxou para seu colo. Eu apenas passei minhas pernas em volta de sua cintura, e segurando com mais força seu pescoço tirei minhas presas de sua pele, ainda me segurando, contra seu corpo, observei seu sangue que havia escorrido pela curva de seu pescoço, sem hesitar, passei minha lingua por todo o caminho, me deliciando com as ultimas gotas de sangue, que sairam do corte quando terminei o trajeto. Andrew estremeceu com tal ato. — Sobre você ser um canalha, eu concordo, sem duvidas.— sussurrei. — E descordo planamente, por ser apenas sua.— — Engraçado, — ele falou em um tom de deboche. — Seus sentimentos discordam sobre isso. — Andrew voltou a sentir meu sentimentos, droga. — Eu não estava lhe bloqueando?— Ele assentiu com a cabeça — O que houve?— — Você não tem controle nenhum sobre isso, e meu sangue, sempre será mais forte.— — Foi exatamente por isso que me deixou tomar seu sangue? — Ele assentiu novamente. — Oh, Andrew, você, realmente, é um canalha. —


Tirando minhas pernas de sua cintura, me coloquei no chão. Andrew, pegou em minha mão, entrelaçando nossos dedos. — Eu tenho algo para você. — ele disse — Venha comigo, Cherie. — Sem dizer nada, deixei que Andrew me guiasse. Confesso, que andar pela mansão dele na escuridão, era tão assustador quanto existir fantasmas na mansão de Nyx. — Qual seu problemas com luzes, Andrew? — Perguntei, em quanto Andavamos por um corredor. — Nenhum,eu só não preciso delas.— Ele abriu as portas duplas, as portas da sala das orquideas. Ao ver a luz do luar, entrando pela enorme janela no fundo da sala, iluminando o lugar, me calei. Um observador de estrelas, com janelas grandes por quase toda casa e sem luzes — Um amador de astronomia. — murmurei quando ele, finalmente ou não, soltou minha mão. Me deixando ao lado do piano. — Na minha cultura, antes de me tornar um vampiro, acreditavam que as estrelas eram nossos deuses.— ele falou. — A maioria deles foram amaldiçoados. Um dos amaldiçoados, está sua amiga, Sol. — ele disse — Sol? — Perguntei curiosa. — Ela não me parece amaldiçoada, um pouco louca, talvez.— — Antes de se tornar uma estrela, Sol já foi, apenas, uma Deusa imortal.— Andrew se aproximou da janela, observando a lua. — Todo amor, tem sua maldição, Cherie. Você sabe, a historia de amor impossivel entre o Sol e a Lua. Isso era o que meu povo acreditava. — — Me conte o que aconteceu a ela. — Pedi. — Ela se apaixonou por uma criatura noturna, um licantropo. Os deuses furiosos, amaldiçoaram ambos, os transformando no sol e na lua, sendo assim, eles jamais se veriam novamente, impossibilitando de se amarem.— Cansada de me manter em pé, uma desculpa que achei a mim mesma por não admitir que essa historia me deixava vulneravel, me sentei no banco do piano. Esperando o restante da historia. — Quando um dos Deuses, superior de Sol, ficou sabendo de tal injustiça. Ele criou o eclipse, lhes dando apenas isso, para continuarem a se amar. — O amor impossivel, uma droga, uma...maldição. — Eu não consigo acreditar que a lua era uma criatura sobrenatural. — Falei, um pouco pasma. Andrew me encarou, soltando um sorriso, sem ironia ou sarcasmo. Um lindo sorriso, que eu morreria por ele todos os dias, por sinal. — Sabe, o por que de Sol ser tão vulneravel ao sacrifio da ultima licantropa albina? — Ele me perguntou, se sentando ao meu lado. O cheiro de ervas frescas e perigosas, invadiram meu nariz com sua aproximidade. Eu acenei, negativamente, com a cabeça. — Já se perguntou por que Nyx é tão diferente, em sua aparencia, comparada com seu povo? — Novamente, eu acenei. — Nyx, é filha desse amor, exatamente por isso, que a faz uma Deusa, e uma Deusa dos lobos. Sol morreria de desgosto ao ver sua unica lembraça de um amor eterno, a unica marca de que foi feliz um dia. A luz dela, se apagaria. — Ele disse, fazendo meu coração saltar rapidamente de meu peito. — Se acalme, Cherie. — Ele falou em quanto colocava uma mecha do meu cabelo, que acabará de escapar do meu coque, para trás da orelha. — São apenas historias antigas, de povos muitos antigos. — — Pare de sentir meus sentimentos, Andrew. — Eu o adverti. — Eu posso ouvir as batidas do seu coração, Cherie, e ele parece mais surpreso, quanto você demonstra. — — São muitas coisas, para uma unica mente. — Falei, me referindo a tudo que me contaram hoje e


muitas outras coisas que aconteceram ultimamente. Andrew me olhou, no fundo dos meus olhos havia algo indefinido, talvez, compaixão. — Infelizmente, tenho mais uma pequena coisa para sua mente, absorver. — Ele disse, empurrando uma pequena caixinha, vermelha e aveludada, em minha direção, sobre a tampa do piano, que se encontrava fechada essa noite. Era obvio que eu sabia o que era, não estando tão surpresa sobre a historia de Nyx ser filha de sol, o que eu achava impossivel, apenas se aquela coisa de mãe de aluguel houverá acontecido, o que acho mais loucura ainda. Mas Andrew, adorava surpreende a todos, provavelmente, um anel que todos morreriam para ter. Tão lindo quanto qualquer outra coisa bela no mundo. Nós estavamos sentandos de costas para o piano, o usando de apoio para costas, sem me virar para ele, peguei a pequena caixinha e a abri. Um anel de prata, grosso, em seu topo, existia duas, enormes, pedras de rubi, esculpidas em dois corações. Os corações, eram deitados, com suas pontas direcionadas uma para a outra. Eles nunca se encontravam, pequenos diamantes os separavam, os deixando um pouco acima do outro. Um anel lindo, um anel que toda mulher desejaria ganhar...Meu anel, meu anel de noivado, no passado. Andrew o retirou com cuidado da caixinha e o colocou em meu dedo anelar, esquerdo. — Acredito, que seja a unica mulher, que combina com esse anel. — Ele disse com seu sotaque frânces, muitas vezes, eu não o notava muito, mas Andrew o carregava até hoje, diferente de mim, que o perdi com o tempo. Meus olhos ficaram fixos no anel — Eu...— comecei a dizer, mas nunca pude terminar. Talvez, faltasse palavras. — Está surpreendida? — Eu não precisei ve-lo, para dizer que em seu rosto estava seu velho e unico sorisso ironico. E o mais obvio de tudo, ele estava me sentindo — Por que? — Perguntei, lhe perguntando o por que de me devolver o anel, o por que, talvez, de tudo que estava acontecendo entre nós. — Porque, — ele começou. — Você é minha. — Talvez, eu discutisse sobre esse assunto de pertencer, somente a ele, mais tarde. O que seria inútil também, ele nunca parava de fazer coisas que eu protestava, um exemplo disso, o uso constante de Cherie, me tirando dos meus pensamentos, Andrew entrelaçou meus dedos aos dele, e levou minha mão até seus lábios, a beijando. Seus lábios em minha pele, era como gelo e fogo. Quente e frio, claro e escuro, com Andrew sempre seria assim, nunca só escuro ou só frio, mas ele sempre conseguiria encontrar a perfeição de um gesto no limite da escuridão. Ele sempre conseguiria me ter, no limite da escuridão. Meu coração parecia estar em algum tipo de corrida, enchendo meus ouvidos com nada além da baixa e rítmica respiração de Andrew enquanto ele devolvia minha mão ao meu colo, o lindo anel prateado cintilou na escuridão enquanto Andrew traçava círculos na costa da minha mão com o polegar. Eu não conseguia encará-lo, eu não conseguia dizer nada, tudo que eu conseguia fazer é continuar olhando para o meu colo, nossos dedos encaixados perfeitamente uns sobre os outros. E então ele o fez, o mínimo dos movimentos. Ele estava liberando minha mão da dele. Eu a apertei devolta, impedindo que ele soltasse, eu não precisava olhar para ele para saber que ele estava me encarando, a sensação quente dos frios olhos azuis queimava meu corpo como um fogo lento, mas mesmo assim eu olhei. E arfei. A expressão de adoração no rosto dele não era algo que eu esperava. eu reprimi o impulso de olhar para trás para ter certeza que aquela expressão era pra mim, e um sorriso brincou no canto dos lábios dele. Eu avancei para ele antes que sequer tivesse percebido o que estava fazendo, coloquei minha mão livre sobre o seu rosto enquanto apertei a dele junto a minha a pressionando com força contra o meu peito, bem acima do meu coração, Andrew congelou e eu aproveitei o momento de choque para pressionar os meus lábios sobre os dele. Para a minha surpresa, ele respondeu tão logo quanto a minha boca encontrou a dele. Eu afastei meus lábios, o suficiênte para fazê-lo procurar por mais. E ele o fez, encontrando minha boca um milésimo de segundo depois da pequena tentativa de provocação. Quando o beijo ameaçou a se tornar completo, eu afastei novamente, e eu pude ouvir um pequeno som de frustração abafado em sua respiração, eu soltei o risinho enquanto prendia o lábio dele gentilmente entre os meus e o


puxava devagar, eu pude sentí-lo arfar. O unico problema com a minha provocação? eu estava provocando a mim mesma também. — Pode sentir minhas emoções agora? — eu murmurrei contra a boca dele, dessa vez eu não tentei nenhum jogo. Deslizei minha mão até o seu pescoço, entrelaçando os dedos em seu cabelo enquanto o trazia pra mim. O beijo começou lento, com um ritmo constante e completamente envolvente, Andrew não fez qualquer outro esforço para liberar a mão da minha, e então eu a guiei até a minha cintura com a minha sobreposta. Ele me envolveu, me puxando para mais perto dele, enquanto deslizava cuidadosamente sua outra mão pelo meu braço. Eu podia ter continuado assim pelo resto da vida, o que, pra mim, pode ser pra sempre. E eu teria, se ele repentinamente não tivesse descido a mão desde o meu braço até a curva entre o meu joelho,levantando antes que eu pudesse perceber que ele estava em pé, antes que eu pudesse perceber que ele me tinha em seu colo como um jovem recém-casado á caminho da lua de mel. Ele não interrompeu o beijo ou a velocidade dele em nenhum momento. Eu liberei sua mão, que se apertou em torno da minha cintura enquanto eu levava a minha até o seu pescoço em um tipo de abraço enquanto o beijo continuava me aquecendo de dentro para fora. Eu tinha a vaga noção de que ele estava andando, me carregando para algum lugar, mas pouco me importava se era o calabouço ou a escadaria. O que eu não percebi é que eu muito me importava quando ele interrompeu o beijo, me olhando como se estivesse me vendo pela primeira vez. E enquanto eu tentava buscar algum rastro de concentração e me focar no lugar em que estávamos, eu percebi que ele estava me levando para a cama dele. Ele me colocou no chão, cuidadosamente se cerificando que eu continuaria em pé. Deus, eu daria qualquer coisa pra saber o que ele sente agora, é tão injusto que ele possa e eu não. Ele nunca tirou as mãos da minha cintura, e me puxou para ele de um jeito que tudo que eu podia ver eram os olhos Azuis iluminando a escuridão. Um toque de vida no véu da noite. Eu o encarei, incapaz de desviar os olhos, e então ele suspirou. — Espero que não se arrependa por desejar isso, Cherie. — Eu abri a boca para perguntar do que ele estava falando, quando uma onda de emoções me atingiu como um trêm atingindo velocidade sobre os trilhos. Eu podia ver tudo, Vingança, dor, morte, perda... minha perda? não fazia sentido. E então eu senti, tão forte quanto se fosse minha, Havia paixão lá, e desejo, ele olhava pra mim com desejo, mas tinha outra coisa...mais doce, complicada, como milhões de pedacinhos de vidro formando um vitral, refletindo uma coisa tão clara quanto se realmente fosse vidro. Um aperto pocessivo em minha cintura, me trouxe devolta. Eu não queria voltar, eu queria ficar lá o dia todo me convencendo do que eu vi, e eu vi, eu realmente vi. Não era ilusão, não era um truque. Eu olhei para Andrew e ele ainda olhava pra mim como se me visse pela primeira vez, ele se curvou para enterrar o rosto na curva do meu pescoço. Seus lábios eram gelados e gentis enquanto ele novamente roçou as presas no meu pescoço, eu não pensei antes de dizer o que eu disse depois disso. — Andrew, — o nome dele não saiu mais alto do que um gemido, mas eu sabia que ele tinha ouvido — Me morda.— Ele parou, e durante um segundo inteiro, tudo que eu pude ouvir foi minha própria pulsação conta os meus ouvidos. Então, sem o mínimo aviso prévio, Andrew me girou em seus braços, me abraçando por trás, foi um gesto tão inesperado que eu ri, não tive certeza se era riso de nervoso ou se eu simplesmente quis rir, então Andrew manteve uma das mãos em cima da minha barriga, fazendo aquela coisa estranha se agitar dentro dela enquanto subia sua outra mão pelas minhas costas até o meu pescoço. Eu arfei, ele ia morder. Eu quase podia sentir a euforia que me percorreria quando suas presas atingissem minha pele. Andrew segurou meu pescoço para o lado enquanto sua boca se escondia na curva do meu pescoço, traçando com a língua o caminho até a minha orelha. — Você quer isso? — a voz era suave, quase como uma provocação, eu assenti — Ainda não,


Cherie. — ele sussurrou, eu podia sentir a ironia na voz dele sem mesmo precisar olhar para ele, canalha. Ele riu baixo na minha orelha, um som que quase me fez perder o equilíbrio se ele não tivesse apertado seu braço em minha volta — Você é minha, Cherie, e não vai a lugar algum.— Antes que eu pudesse pensar em algo melhor para responder do que simplesmente 'eu não vou', Andrew percorreu os dedos pelo meu pescoço, liberando o coque em meu cabelo de uma vez. Ele beijou meu ombro enquanto meu cabelo caía em cascata sobre as costas, os quais ele afastou para o lado, enquanto descia os dedos do meu pescoço até a faixa em minha cintura. Ele deslizou sobre o meu corpo até os meus pés, e no segundo seguinte, era o zíper do meu vestido que descia, minha pele se esquentou enquanto seus dedos encostavam suavemente em minhas costas, e então o vestido caiu aos meus pés. Andrew me girou outra vez, dessa vez nos deixando frente a frente exatamente como alguns minutos atrás, sem tirar ou desapertar seus braços da minha cintura, como se ele estivesse querendo mostrar a nós dois que eu era dele. e me puxou bruscamente contra sua boca com uma ansiedade visível, uma ansiedade que vinha de nós dois. Eu firmei meus braços em torno do seu pescoço e subi em seu colo passando ambas as pernas ao redor da cintura dele, ele me segurou, com uma mão nas minhas coxas e a outra sobre minhas costas, impedindo qualquer chance que eu pudesse tentar interromper o beijo. Como se tivesse qualquer chance de eu tentar. Ele caminhou comigo no colo até a enorme cama no centro do quarto, cuidadosamente me deitando sobre ela. Andrew me prendeu contra a cama com o seu próprio corpo, prendendo meus pulsos com as mãos. Sua boca tirava completamente minha concentração enquanto percorria meu pescoço, e em seguida, meu ombro. Ele continuou descendo até o meu colo, onde roçou suas presas na curva dos meus seios. Suas presas rasgaram facilmente o fino tecido preto do meu sutiã até que ele não fosse absolutamente nada além de um pedaço de pano rasgado, ele continuou, descendo a boca até a minha barriga. Morda, eu pensei. Morda Andrew, me morda! Era quase como se eu estivesse gritando em minha cabeça, eu estava gritando para ele. E ele tinha ouvido. Eu senti o sorriso se formando em sua boca quando ele beijou a curva do meu quadril, e então desceu mais um pouco, até que o fogo que percorria minha pele pareceu realmente me queimar. Ele soltou meus pulsos e voltou ambas as mãos para o meu quadril, tocando lentamente com os dedos o V entre minhas pernas quando as afastou e sem o mínimo aviso prévio, roçou as presas no interior da minha coxa direita. eu mordi o lábio tentando controlar um gemido que saiu do mesmo jeito, fraco, baixo. Exatamente como o meu controle. Eu soube o que ele ia fazer um milésimo de segundo antes de suas presas rasgarem minha pele. Uma leve picada de dor e uma grande onda de prazer me invadiram, eu firmei meus dedos no lençol, A boca dele era quente contra minha pele e suas presas, com o passar dos segundos, pareciam simplesmente como parte de mim. Eu precisava delas ali tanto quando eu precisava de sangue. Eu soltei um gemido baixo, quanto mais sangue ele tirava de mim, mais quente era a camada de fogo que cobria nós dois. Andrew finalmente, ou infelizmente, havia acabado, e passou a língua em minha coxa em busca das ultimas gotas se sangue que se espalhavam. Uma onda de prazer ainda aior me invadiu, fazendo meu estômago se contrair e meu coração dar um pulo a menos. Andrew voltou para cima de mim tão rápido quanto só um vampiro poderia, mantendo uma mão no meu quadril apertando tão forte que eu podia quase sentir as marcas de seus dedos se formando em minha pele. Quando a boca dele finalmente encontrou a minha ainda tinha gosto de sangue, meu sangue. O que só tornou aquilo mais real pra mim. O beijo não era nada parecido com os outros que eu tive dele, era selvagem, tinha paixão, mas tinha outra coisa nele que me preenchia por dentro como se fosse a ultima peça de um misterioso quebra-cabeças em que eu havia passado os ultimos anos montando. A pele nua da minha pele encontrava a dele como se fossem gelo e fogo, e no meio disso, milhões de pequenos cristais enviassem sensações por mim que eu não tinha dúvidas que não teria se estivesse me deitando com outra pessoa.


Eu libertei o lençol, prendendo uma mão ao pescoço de Andrew me ajudando a me pressionar contra ele quando desci a outra até o zíper de sua calça e a puxei para baixo com os pés junto com a cara box de seda que ele usava por baixo. Foi como se jogasse gasolina em uma fogueira acesa quando eu senti seu pênis completamente exitado contra o fino tecido da minha calcinha de renda. Eu queria que ela não existisse, eu queria ele dentro de mim, eu precisava dele dentro de mim. Eu mordi o lábio dele com tanta força que poucas gotas de sangue se espalharam pela minha língua, dessa vez eu não senti nenhum dos sentimentos ruins, Havia apenas paixão, e aquele frágil sentimento feito de vidro que se espalhava pelo seu corpo, pelo meu corpo...Amor. Eu não percebi quase nada depois disso, assim como não percebi quando ele tinha se livrado da calcinha até que eu o senti dentro de mim, me invadindo aos poucos, me tornando dele. Andrew moveu seus lábios até o meu pescoço, gemendo baixo enquanto eu mordia o lábio e o arranhava inconsciêntemente suas costas. Ele não ligou pra isso, e continuou mantendo o rítmo lento de penetração enquanto me levava ao limite da sanidade. Quanto mais eu ficava atordoada com a explosão de sensações diferentes, mais Andrew liberava suas emoções pra mim, eu estava tão submersa nele que achava que nunca ia conseguir ou querer voltar á realidade. Eu nunca estive tão vulnerável a ele. Mesmo quando tinha acabado, ele ainda me segurou perto dele enquanto deitava ao meu lado, eu estava enrrolada em um dos grossos cobertores de veludo vermelho mas o que realmente me esquentava era o contato da pele nua de Andrew com a minha. Eu estava deitada no peito dele e tinha seus braços em volta de mim, sentindo o mínimo movimento do tórax de Andrew quando ele respirava devagar. — O que você viu? — ele murmurrou contra o meu cabelo — O que você sentiu?— Eu pensei por um momento, Havia dúvida sincera em seu tom, ele realmente não podia controlar o que eu via, afinal de contas. — Se eu te fizer uma pergunta, vai me responder? — eu pergunteirespondi, beijando levemente sua garganta quando levantei a cabeça para encará-lo, ele assentiu devagar — Você me ama?— Um dos familiares sorrisos ironicos de cafageste surgiu nos lábios dele, Andrew afastou uma mecha do meu cabelo para trás da orelha antes de responder - Cherie, - ele começou - Você realmente só percebeu isso agora? - eu ignorei o tom, eu ignorei a provocação. Alguma coisa se acendeu dentro de mim - Essa sua tintura realmente dificulta seu entendimento, acho que deve começar a usar outra. — Andrew, — Eu suspirei, levando uma mão até o seu pescoço e o trazendo pra mais perto de mim, nossos lábios se encontraram tão rápido, que eu quase esqueci o que ia dizer, quase. — Cale a boca. — Ele riu, e me puxou contra ele mais forte. Um movimento simples e possessivo enquanto ele tomava minha boca pra si.

— Eu te amo, Roxie. — O seu toque em meu corpo nu, seus beijos em cada parte do meu corpo, seu corpo presionado contra o meu, fazia com que os cabelos da minha nuca se erigi-se. Era primeira vez que fazia amor com meu amado, um ato proibido antes do casamento, mas um ato de amor. Eu o amava, eu o queria apenas para mim, eu queria que ele me tocasse e me beijasse toda, eu queria passar toda minha eternidade ao seu lado. Andrew caminhou seus labios até meu pescoços,


com pequenos toques, ele passou sua lingua em minha jugular, fazendo-me o desejar mais ainda. Agora, todo desejo se transformou em horror, em minha jugular, senti a dor mais profunda que ja havia sentido em toda minha existencia, algo havia rasgado minha pele, algo como...presas! me debatendo, tentei tirar Andrew de cima de mim, mas ele era muito forte, e me segurava de um jeito agressivo. Aos poucos comecei a me sentir fraca, cada vez mais, até perder meus sentidos. Roxie, depois de horas, ainda se encontrava inconsciente. Meu irmão, houverá me dito que nem sempre a transformação de um humano para vampiro ocorreria bem. Se o humano não tivesse força suficiente para aguentar o veneno das presas de um vampiro em seu sangue, isso a levaria a morte. — Oh, Roxie — lamentei, passando meu polegar em seu rosto. — O que fiz com você? — Ela era tão linda, como a personificação de uma estrela cadente. Em pensar, que um dia desejei rasgar sua garganta para me alimentar de seu sangue, me torturava todos os dias por tal pensamento, até mesmo hoje em dia. Sentir seu cheiro, de rosas do campo, faziam minhas presas roçarem em minha gengiva, possivelmente, perderia o controle facilmente. Mas valia o esforço, pois te-la sempre comigo, era como ter um anjo ao meu lado. A olhando pela ultima vez, antes de cobri-la, lembrei-me de todos seus sorrisos que me derá um dia, suas curiosidades incapazes de ficarem apenas para ela. Oh Deus, ela era perfeita, perfeita para mim e eu, a matei. — Oh Deus — Acordei euforica, batendo minha cabeça no queixo de Andrew, em uma tentativa inutil de me levanter, já que antes, eu estava usando seu peito de apoio para dormir. Andrew se assustou, por ter sido acordado com uma pancada, provavelmente. Ele passou sua mão coçando seu queixo e eu fazia o mesmo em minha cabeça. — O que diabos foi isso?!— Eu o encarei, com meus olhos arregalados. — Você não estava mentindo quando disse que achou que eu estava morta! — exclamei. — Isso, foi uma lembrança minha. É normal que ocorra na ligação. — ele disse. — E eu posso ser um canalha, como nós dois concordamos, mas não sou mentiroso. — Eu o soquei em seu ombro. — Ei! — ele gemeu. — Isso, é por ter referido das minhas curiosidades como se fosse uma mal criada. — Logo em seguida, eu o beijei. — E isso, é pelo resto. — Ele sorriu para mim, sem nenhuma ironia. — Eu pensei que no baile de mascaras, quando, realmente, me viu, era apenas surpresa por me reencontrar! O baile... Por que me mordeu no baile? — Novamente, soquei seu ombro, me lembrando da dor que me causou. Andrew me olhou afiado, provavelmente com raiva, por agredi-lo e não poder arrancar minha cabeça. — O baile...Os recem nascidos, precisavam ser alimentados.— — Recem nascidos? — perguntei, — Sim, os vampiros que foram criados para caça-la.— Se eu não fosse gelada por natureza, provavelmente agora seria uma ótima hora de usar a expressão "meu corpo gelou". Esse maldito rei, transformando pobre humanos em aberrações para me matar! Maldito! E para melhorar, Andrew estava os guiando. — Não fique com raiva por causa disso, estou apenas cumprindo ordens do Rei e a mantendo a salva, ao mesmo tempo. E sobre te morder, não é todo dia que há um grande banquete tão facil e a escolhi para ser o meu. Quando senti o seu gosto, o gosto de sangue de um vampiro, fiquei surpreso por estar lá, todos os vampiros foram proibidos de aparecerem no baile, a mando do rei.— ele olhou em meus olhos, sorrindo ironicamente. — O restante, você provavelmente se recorda.— Eu encostei minha cabeça em seu peito, deixando que ele me abraçasse, novamente. Todos os detalhes repassaram em minha mente desde o dia do baile, até hoje. Era horrivel, tudo que estava acontecendo em minha volta, era como um pesadelo. Nem mesmo o principe encatado era o certo da historia, pelo menos, ele era gostoso. Eu ergui minha cabeça, para encarar Andrew, um pouco. — Como consegue ser tão perfeito ao acordar? — Perguntei a ele. Era provado cientificamente, que quando acordamos parecemos que


fomos atropelados por tratores, duas vezes. Mesmo não me vendo no espelho, podia sentir meu cabelo parecendo como um arame farpado, provavelmente minha maquiagem estava borrada. Mas Andrew, ele continuava perfeito. — Cherie, — ele disse em um sorriso ironico. — Eu sou perfeito. — Em nosso abraço, infelizmente, eu rocei meu braço em sua cicatriz. Ela havia sido esquecida por mim, nem mesmo noite passada eu a notei. Mas ela continuava ali, grande e elevado. 'Seu criador tem total poder sobre você, ele pode fazer qualquer coisa com sua mente e corpo. Essa cicatriz, é a prova disso.'....'Eu não a machucaria a ponto de formar cicatrizes, Cheire'. Horror passou por mim, seus braços me apertaram com mais força contra seu corpo. Andrew sabia exatamente o que eu pensava sobre isso, era horrivel e monstruoso. Principalmente, o que mais me incomodava, era o fato dele poder fazer o mesmo comigo. Bom, eu confiava em Andrew, até mesmo Sol falou sobre isso, mas confiança e medo, andam totalmente em trilhos diferentes.— Você nunca vai me dizer o que aconteceu? — Perguntei, saindo dos meus pensamentos. — Não. — ele disse friamente. — Isso não é uma coisa para se compartilhar, Cherie, não é uma coisa que me orgulho, é um castigo a mim mesmo, por ter que leva-la pela eternidade.— Eu a toquei novamente, mas dessa vez foi intencional. Sem nenhum horror passando por meu sangue, sem nenhum pensamento negativo, eu a acariciei. — Você sabe, todas mulheres acham uma cicatriz, em um homem, sexy. — Eu ainda estava traçando meus dedos por ela quando ele falou.— Você não a acha sexy. — — Não — Fui honesta, afinal, não poderia mentir com ele sentindo minhas emoções.— Mas eu acho você muito sexy.— Eu sorri para ele, me levantando. — Cherie, você não precisa dizer coisas bonitinhas sobre meu corpo e minha cicatriz. Afinal, sou honesto o suficiente para admitir que sou gostoso.— Eu o olhei em descrença, depois de vestir meu vestido. — Andrew, me responda uma coisa? — Ele fez um movimento com sua mão, para que eu proseguisse.— Qual é o nosso status, afinal? — Um sorriso ironico saltou a mil em seu rosto. — A unica coisa que devem saber, é que você é minha. — — Você acha que irei dizer isso a todos que perguntarem qual é nosso lance?— — Só não acho, como tenho certeza que será muito digno e prudente. — ele disse em um tom sério. Ótimo, Andrew acabaria com minha vida social. Bom, pelo menos eu achava que tinha, mas ok, eu tinha alguns amigos e colegas de trabalho e ele arrancaria isso de mim facilmente. — Onde está indo? — Ele perguntou. — Embora.— — Interessante. Se vale algo, eu realmente odeio coisas queimadas e o cheiro é insuportavel. — Não fazia sentindo, isso seria uma metafora antiga? Pois eu não a conhecia. Andrew riu, ele realmente riu. — É dia, Cherie. — avisou. — Cruzes, essa tintura deve se alimentar do seu cerebro. — Em um piscar de olhos, Andrew estava em minha frente, acariciando meus cabelos. — Com ou sem cerebro, você o ama assim.— — Sim, realmente. Gosto de me sentir mais inteligente do que qualquer vampiro e estar perto de uma vampira loira, me faz sentir assim. — Eu o soquei no ombro, novamente. — E seria uma ótima hora pra parar com issso, eu tenho certeza que não existe nenhuma lei sobre não agredir mulheres vampiras. — ele alertou, eu apenas sorri. — Eu, realmente, estou de partida. — Falei, tentando desviar de Andrew, impossivel. — Tenho que ver Nyx, foi muita informação pra sua cabeça, ela pode surtar. — — Ela é forte o suficiente para superar. — ele disse cruelmente. — E hei, eu sou o unico cara com uma cicatriz na costas inteira, concerteza, preciso de mais apoio moral. — — Andrew, seu ego pode cuidar muito bem de você. — — Então o mal humor da licantropa tambem — Ele resmundou baixinho. Eu dei um tapa em seu


braço. — Deus Roxie, o que tem de tão especial em me bater? — — Você não sente dor nenhuma, é como um gatinho dando tapas de brincadeira em um enorme leão. Então, me deixe ser feliz com a idéia de te dar alguns tapas as vezes.— Andrew revirou seus olhos. Eu tentei novamente sair do quarto, e lá estava Andrew, bloqueando a passagem. — Por favor, — Ele pediu — Passe o dia comigo, Cherie. — Nós estavamos a centrimetros de distancia, eu posia sentir a respiração dele na minha testa e sua expressão, era algo...carinhoso. — Se eu ficar, — comecei — Prometa-me responder uma pergunta.— Seus olhos estavam em mim e quando concordou com a proposta, sabia que eu não iria insistir sobre como ganhou a cicatriz, acho que esse foi o maior motivo para ter concordado. — E tambem preciso me alimentar, eu poderia sugar o pescoço de um rato por tanta fome que tenho, agora.— Andrew me olhou incrédulo, se ja achava selvagem beber sangue direto da bolsa, não queria imaginar sobre o que diria de se alimentar de um rato. Droga, eu tinha que me envolver com um vampiro metido e sostificado — Estou brincando, eu jamais faria isso.— Disse em defesa, para que não tirasse conclussões precipitadas. — Vamos pequena, vamos alimentar esse gato faminto por um ratinho dentro de você.— Ele pegou em minha mão e finalmente, como eu queria, saimos do quarto. — Eu não sou pequena!— protestei. — Vamos apenas continuar com 'Cherie', ok? — Odiava ambos, mas cherie concerteza era melhor do que pequena, afinal, isso era uma ofença, eu não era tão baixa assim pra tal apelido — Seu silencio me pertuba. — Andrew quebrou o silencio entre nós. De fato, desde que fomos nos alimentar, eu estive calada por muito tempo. Talvez, eu estivesse distraida com que pergunta fazer a ele, mesmo assim, não tive nenhum resultado até agora. Eu o observei em quanto seus olhos encontravam os meus. — Não acho que seja verdade, você deve amar quando fecho minha boca e nenhuma curiosidade que não pode ser respondida vem a tona. — — Gosto da sua tagarelice, Cherie. — Andrew estava deitado no sofá, com sua cabeça em minhas coxas, as usando de apoio. Seus olhos, ainda fixo em mim, eram sinceros. — Eu vivi com o silencio por muito tempo, sem ter alguem para conversa. Agora, eu a tenho. Por favor, Cherie, — Eu estava percorrendo meus dedos por sua barriga,nua, em zigzag, no mesmo instante parei, antes que ele pudesse terminar sua frase. — Prometa-me nunca ficar em silencio. — — Eu nunca ficarei em silencio, Andrew. E se te pertuba meu silencio em quanto penso, eu compartilhei eles com vocês. Eu prometo.— Essa era a promesa mais sem sentido que ja fizerá um dia. Eu entendia sobre Andrew ter convivido muito tempo em silencio, vampiros nunca foram pessoas muito sociaveis, e ele não era diferente. E imagino que o rei pirado, seu irmão, não era uma das melhores pessoas pra bater um papo. Agora, deixando de lado sua barriga, eu acariciava seus cabelos negros. E como uma explosão, uma curiosidade surgiu em minha cabeça.— Conte-me como foi transformado em vampiro.— — Cherie, eu admiti que a amo falando, mas isso não lhe da o poder de mandar em mim. — Eu puxei seus cabelos entre meus dedos, Andrew soltou um pequeno ruido — Você prometeu. — falei. — Alias, eu posso mandar em você, é assim que um relacionamento funciona.— — Sinto saudades de quando era uma puritana e devia obediencia ao seu marido.— ele murmurou. — Andrew, realmente, iria se casar comigo? — — Não.— ele disse em um suspiro. — Meu irmão não permitiu. E isso foi alguns dos motivos para transforma-la — — Urgh, eu realmente estou começando a odiar seu irmão.— Era isso, mate uma noiva antes de seu casamento acontecer, mas não atrapalhe o casamento em quanto ele ocorre. — Você nunca iria gostar dele, de qualquer maneira. Desde que ele se tornou rei, ele me ensinou a ama-lo como rei, não como um irmão. E com os outros, não é diferente.— É, ele tinha razão, eu o odiaria de qualquer maneira. — Ele sempre foi assim ou isso aconteceu durante sua loucura? — Disse sarcasticamente. Andrew se sentou ao meu lado, bem proximo a mim.


— Pierre sempre gostou de ser superior aos outros, até mesmo a mim. — Pierre, o nome do bastardo que está acabando com minha vida. E até mesmo iria arruinar meu casamento. Ah, como eu queria arrancar seu coração e mastiga-lo com minhas presas. — Se acalme, cherie. Você não faz ideia de como é ruim sentir emoções pesadas.— — O que acontece? — perguntei, curiosa. — É como se você estivesse me agredindo por dentro. Por ser uma vampira nova, comparada a minha idade, elas não me causam nada, mas bem, há uma ou outras que são exceções, que serão sempre mais intensas pra você, me causando alguns 'hematomas'. — — É por isso que nunca me deixa senti-lo?— — Sim, exatamente por isso. Eu poderia machuca-la por ser mais poderoso, principalmente por ser seu criador, nossa ligação ficará ainda mais forte.— Eu o abracei, sem saber o motivo daquilo, talvez impulso — Foi ótimo sentir suas emoções noite passada, Andrew. — Falei, descobrindo o real motivo pelo abraço. — Então, — me afastei um pouquinho, sem tirar meus braços de seu corpo. — Vai me dizer como foi transformado ou passar conversa em mim? — — No momento, adoraria falar sobre minha cicatriz ao entrar em um assunto tão profundo como esse. — — Nós podemos falar sobre isso tambem, afinal, temos o dia inteiro para conversar.— Disse, entre sua boca, em quanto lhe dava um selinho. Andrew abriu um sorisso ironico em seu rosto. — Apenas tente não dormir no decorrer da historia, Cherie. — Em quanto estava abraçada ao Andrew, novamente, encostei minha cabeça em seu ombro, deixando que meu nariz roçasse em seu pescoço. Me sentia um pouco diferente hoje, do tipo mais...Carinhosa. Oh, droga. A verdade era apenas uma, eu estava carente, e carente de Andrew. Mas não era uma carencia sexual, tudo bem que noite passada tive a melhor transa da minha vida e gostaria de me sentir daquele jeito novamente, mas não, eu estava sentindo falta da parte romantica de Andrew. A parte romantica que ele demonstrou em quanto estavamos noivos no passado. Eu gostava daquilo e sentia falta. — Não estou entendendo suas emoções, Cherie.— Andrew falou, me abraçando ainda mais forte. — Há coisas que você nunca vai entender sobre mim, Andrew — Falei em lamento, o passado ficou pra trás, pensei comigo mesma. Dificilmente eu teria uma relação normal com Andrew, sem ter que me preocupar com alguem querendo me matar. Bom, eu admito que meu trabalho não é um dos melhores e assim sempre terei mais inimigos, mas eu sobrevivi a isso durante anos. E agora? Estão me isolando de ter uma vida, mantendo Nyx e eu fechadas em lugares seguros. Andrew respirou fundo, talvez aborrecido por eu não querer compartilhar sobre isso. — Conte-me, Andrew. — Pedi delicadamente, o lembrando da resposta sobre minha pergunta, em quanto brincava com meu nariz em seu pescoço. — Tudo bem, Cherie.— Seu tom era suave e calmo. — Meu povo, como eu te disse noite passada, acreditava em uma cultara diferente. Nós, acreditavamos, fielmente, nas forças sobrenaturais. Todos acreditavam que os deuses nos abençoaram quando começaram a mandar seus filhos para nosso planeta, os vampiros. Todos estavam cientes de que os vampiros eram as criaturas mais poderosas já existentes e quando descobriram meios de se tornarem vampiros. Me diz, que guerreiro não desejava ser o mais forte e temivel? Todos pensavam igual. Meu irmão, com sua obsessão de ser superior foi o primeiro a se tornar um vampiro. Ele não se importou se aquilo era perigoso demais, Pierre apenas queria o poder. Os que se negaram ser transformados, foram chamados de traidores e mortos. Eu fui um deles, a negar, mas não morto, Pierre era minha unica familia e como meu irmão mais velho, prometeu cuidar de mim.— Meu coração acelerou, isso era horrivel, os 'traidores' provavelmente foram seus alimentos. Oh Deus, o quão cega as pessoas poderiam ser para terem poder? — A idade para que nos tornassemos homens de guerra, era aos 28 anos. Todos nossos soldados, eram vampiros, as mulheres, serviam de alimento para eles. Quando completei 28 anos,


eu preferi ser considerado como traidor e ter sido morto. Mas Pierre, ele não permitiu isso, contra minha vontade, ele me transformou em vampiro. Eu tentei lutar, mas ele era uns dos vampiros mais fortes e eu fui fraco tentando...— Transformado contra vontade, ciente do seu futuro, isso era tão pior quanto ser transformada e não saber de nada que estava acontecendo. — Eu sinto muito, Andrew. — falei constrangida. — Eu não queria abrir uma ferida, tão antiga. — — Eu me conformei com o passar dos anos. Mas me arrepender por ser transformado? Oh, Roxie, você não imagina o quanto fico feliz por ter sido transformado um dia. — — Por que? — — Se eu fosse apenas um humano, eu jamais a teria conhecido um dia, Cherie. Cada ano, cada seculo sendo um vampiro, valeram a pena quando eu a tive pra mim.— Eu beijei a curva do seu pescoço.— Eu não culpo seu irmão, apesar de tudo. É tão horrivel matar seu proprio sangue, quanto se transformar em um vampiro.— Falei com experiencia propria. — Sinto muito por suas irmãs, Roxie. — As lembranças vieram pra minha cabeça em um flash. Annabelle, chorando de medo e se contorcendo contra a parede e eu agindo como um animal selvagem, sugando todo o seu sangue em quanto Marielle tentava me tirar de cima da nossa pequena irmã. Pobre Marielle, implorou até não existir mais nenhuma voz em seu corpo. Suas ultima palavras antes de morrer 'Eu te amo Roxie.', me assombravam até hoje. — Afaste esses pensamentos — Andrew ordenou, me lembrando que eu poderia lhe causar uma pequena dor. — Não é sua culpa, Cherie. Acredite, tenho mais culpa nas mortes de suas irmãs quanto você. — — Vamos deixar isso de lado. Já faz muito tempo desde que aconteceu.— Eu culpei Andrew por muitos anos, sobre tudo que ocorreu comigo, desejei tanto sua morte quanto eu podia desejar sangue. Mas agora? Não, eu nunca poderia culpa-lo por qualquer coisa sabendo de toda a verdade. — Andrew, você irá fazer o possivel e impossivel para não matar seu irmão em toda essa loucura, não é?— Perguntei, mesmo sabendo a verdade. — Sim, Cherie. Eu lutarei até contra o inexistente para mante-lo vivo. O tempo pode ter causado efeito em sua cabeça, mas ele é meu irmão, meu criador. Eu irei mante-lo longe da morte e cuidarei dele, exatamente como fez comigo.— Bom, eu fiquei sem palavras, Andrew disse que o bastardo o ensinou a ama-lo como rei e não como irmão. Mas talvez, Andrew não tenha aprendido a lição. — Está falando coisas muitas bonitas hoje, Andrew.— brinquei, tentando tirar a tensão de nós. — Diga-me algo que gostarei de ouvir.— — Cherie, está mandando em mim novamente?— —Talvez.— Eu roçei minhas presas em seus pescoço, em provocação. — Je t'aime, Cherie — Andrew disse em um sotaque frances perfeito. Eu sabia exatamente o que aquilo significava, sem ter uma reação para falar, afundei minhas presas em seu pescoço. Eu não estava com fome, muito menos precisava do sangue de Andrew. Mas infelizmente, essa foi minha primeira idéia de fuga. Antes mesmo de dar um segundo gole Andrew, brutalmente, me puxou para trás. — Meu pescoço, não é uma bolsa de sangue, Cherie.— Ele me repreendeu. — E eu, realmente, iria apreciar seu silencio ao invez de pular em minha garganta quando lhe disser que te amo, Roxie.— Ele disse friamente, Andrew se aborreceu, eu praticamente havia esmagado seu orgulho com minhas mãos. Constrangida, evitei seu olhar. —Andrew...Eu...— Ótimo, eu o que?! Agora não era hora de ficar sem respostas, Roxie! Briguei comigo mesma. — Ah, tudo bem, você não imagina como está tudo bem.— ele disse me cortando, Andrew se colocou de pé, retirando de seu bolso traseiro seu celular, em seguida, o jogou em meu colo. — Ligue pra sua familia aberração para vir busca-la, como queria antes. —Raiva, era isso que existia em seu tom, muita raiva. Minha vontade era de chorar, chorar por ter sido uma idiota e por ele me tratar assim. Me obriguei a não chorar em sua frente. — Andrew, por favor. — de pé, ao seu lado, eu pedi ou implorei por algo que nem eu mesma sabia. — Vá embora, Roxie.— Ele disse rispidamente e em uma velocidade que só vampiros poderiam alcançar, Andrew me deixou sozinha na sala. Lagrimas rolaram por meu rosto. — Idiota, Roxie. Você é uma idiota — Disse em um tom alto, a mim mesma. Não me importava que


Andrew me ouvisse ou sentisse meu ódio por nossa ligação. Oh Deus, que minha raiva seja tão forte para machuca-lo! Admito com todas minhas forças que fui uma idiota, mas isso não o dava o direito de me expulsar de sua casa. É, ele tinha esse direito. Disquei o primeiro numero que me veio a cabeça e depois de três longos toques, Nyx me atendeu. — Nyx, é a Roxie. Você poderia por favor, vir me buscar na mansão do Andrew? — — Olha,olha o sanguessuga-psicopata demonstrando que não é um cavalheiro.— ela brincou— Bom, me diga o caminho que estarei ai. — Depois de explicar o caminho até sua casa, finalizei a ligação. Não demorou nem 20 minutos para que Nyx aparecesse em frente da mansão. Eu corri para dentro do carro, sem nenhuma proteção. Isso me causou algumas queimaduras, mas logo elas se curaram. — Você está com raiva.— Nyx disse. — Sim, problemas com Andrew. — — Com esse anel, Roxie, não deixaria nenhum homem sair da cama de tanta gratidão que eu teria e pode ter certeza que não haveria nenhum problemas entre nós— Nyx disse se referindo ao meu anel de noivado, do passado, que me fez me sentir ainda mais culpada pelo o que fiz. Eu sentia falta do romantismo de Andrew e ele do meu. Afinal, quando eramos noivos, eu dizia a cada minuto que o amava, qual era o problema agora? Trauma do amor?...Ok, essa foi a pior desculpa que ja arrumei. — Apenas me tire daqui, em casa...— Soltei um berro de susto, de dor, antes que pudesse terminar minha fala. Como um enorme tornado, uma dor veio destruindo e arrastando minhas emoções para fora as abastecendo com puro ódio. Eu sentia que meu coração iria explodir como uma bomba em questão de segundos. Eu me contorci para frente, batendo minha mão no painel do carro, ainda gritando. — Roxie! O que está acontecendo?— Nyx gritava em desespero. Lagrimas começaram a sair dos meus olhos. De repente, como um flash, a dor sumiu. Eu olhei para minha mão, que por sinal, sangrava. Com minha força não controlada ao bater-la no painel do carro, eu havia o destruido o que causou cortes em minha mão. Maldito Andrew! Ele havia desbloqueado suas emoções para senti-lo. Rapidamente, olhei para Nyx, seus olhos estavam arregalados. — Meu carro...— ela choramingou. Maldição, meu coração estava sendo explodido e ela se preocupava com seu carro. Qual era o problema das pessoas hoje em dia?! meu olhar se dirigiu para uma das janelas da mansão e vi Andrew. Imovel como uma pedra, me observando. — Espero que tenha apreciado o show, seu animal— Falei em um tom não muito alto, mas o suficiente para que ele escutasse. — Me tire logo daqui, Nyx.— como pedi, ela deu partida no carro e fomos embora. Quando chegamos em nossa casa, eu corri para meu quarto, puxando Nyx junto a mim. — Vai me dizer o que está acontecendo entre vocês? — Nyx perguntou euforica.— Tentar explodir seu coração, não é algo que casais apaixonados fazem.— Eu já havia contado a Nyx, que por culpa de Andrew, o carro dela foi destruido. Infelizmente, eu só fiz a raiva por ele aumentar. — Roxie? — Ela me chamou, já que eu estava quieta, sentada em minha cama. Encontrei seus olhos, eles ficaram fixos em mim, cheios de curiosidades. — Andrew disse que me amava. Praticamente duas vezes — Nyx ficou boquiaberta.— E nas duas vezes, eu não disse nada. Andrew ficou com muita raiva. — — Não acredito que você não o respondeu, Roxie. Pelo menos agora eu entendo o porque de sua furia — — O que está falando? — — Andrew passou de nivel na jogada e você ainda não. E aparentemente ele quer que você esteja junto a ele, Roxie. — ela explicou. — Me admiro que ele tenha dito primeiro, eu esperava que você falasse e acho que Andrew tambem.— Muito bem, amiga, afunde a faca, já colocada, no meu peito.


— Eu não consegui, eu apenas não estou pronta.— falei.— Eu já disse que o amava varias vezes no passado, mas as coisas mudaram. Eu não o amo como antes, do modo de quando era humana. Eu sinto falta daquele amor do passado.— — Vampiros não podem sentir o mesmo amor que humanos, lembra? Você me disse isso milhares de vezes, mas não significava que você não o ama.— — Talvez, eu esteja esperando sentir os mesmo sentimentos do passado, eu não sei.— Nyx se sentou ao meu lado. — Você sabe que isso nunca vai acontecer, querida.— seu tom era calmo, e logo descobri o por que, eu estava chorando, novamente. — Mas não significa que você seja diferente. Vampiros são insensiveis, até mesmo Andrew tem seus momentos. Mas você, Roxie, vampiros não tem amigos, um namorado e muito menos dividem a casa com uma licantropa, que poderia mata-los. Sinceramente? Você não é uma vampira, você é uma caçadora.E como uma, deveria temer a Andrew e não de simples palavras.— Olhei para Nyx, ela estava sendo sincera e no fundo esatava certa. As criaturas sobrenaturais que ja matei um dia, sempre diziam que eu era uma aberração. Isso sempre me fez diferente, até mesmo consegui ser excluida do reino dos vampiros. Então sim, eu era muito mais uma caçadora do que uma vampira. — Roxie, durante anos eu a ouvi dizer que iria matar o sanguessuga-psicopata e em apenas alguns dias depois de se reecontrarem, mudou de ideia. Sem contar, que nunca deixou que outro homem te tocasse. Para mim, isso não é apenas amor, é algo inexplicavel até mesmo para humanos. Se há duvidas de que não o ama, minha amiga, você está ficando louca.— Nyx tinha razão. Sentir o mesmo amor cheio de chamas que senti um dia, era impossivel, mas eu amava Andrew, com todas minhas forças. — Como você e Iawy estão?— perguntei. — Nós estamos...deixando acontecer, namorando, eu acho.— Nyx se deitou em minha cama, eu fiz o mesmo, ao seu lado.— As vezes eu acho que ele gosta mais de mim, do que eu dele. Isso não é muito bom, mas sim, eu gosto muito dele e tambem acho que gostava um pouco dele antes da missão de seduzi-lo. Eu apenas não notava esse sentimento.— Não me diga, pensei. — Nós vamos fazer um piquenique daqui a pouco, eu a convidaria para se juntar a nós, mas bem, não é possivel.— Sim, era impossivel, o sol me transformaria no churrasquinho deles, se possivel. — Vocês já se deitaram juntos? — Essa pergunta não era muito regular em uma conversa de como vai o namoro, mas era uma curiosidade. — Não, nós tentamos.— ela admitiu — Mas aquela sugação dele ainda me assusta demais. E Deus, eu preciso muito que isso aconteça, estou subindo pelas paredes.— Eu ri, Nyx era uma pessoa que gostava de deixar sua vida sexual ativa, então, podia imaginar o que estava sofrendo. Em nosso jardim, pude ouvir o barulho de carro sendo estacionado. — Iawy chegou.— a avisei. — Você pode atende-lo?— — Por que? Esse é o seu namorado, não o meu. — — Tenho que demonstrar que não estou desesperada para ve-lo. Isso não é estilo Nyx. — Como Nyx havia pedido, fui abrir a porta em quanto ela fazia hora no meu quarto, para deixa-lo esperando. Quando abri a porta, o sorriso de Iawy, que provavelmente, pertencia a Nyx, não se desfez. Há! Agora ele pertencia a mim. Eu o retribui com um rapido abraço. Iawy como sempre, vestia uma roupa social. Seus cabelos loiros penteados para trás. Seus olhos ainda eram verdes, como Nyx havia pedido. Iawy era excelente para escolher suas aparencias, pensei. — Como está, Roxie?— Ele perguntou.— Eu me encontrei com Andrew antes de vir aqui, seu humor não era dos melhores.— — Desde quando vocês viraram amigos proximos?— — Apenas negocios, nós temos que ser aliados para protege-las, certo?— ele falou— Alias, você ainda continua sendo a unica vampira amiga que tenho.— Nyx, finalmente, se juntou a nós. — Minha dama.— Iawy a comprimentou, dando um beijo no topo de sua testa. Pude ver que Nyx havia dado uma leve corada, ela não costumava demonstrar suas relações em minha frente e Iawy


acabará de deixa-la sem jeito por isso. — Roxie, tem certeza que não quer se juntar a nós?— Nyx falou — Nós podiamos ficar aqui na mansão — — Não, por favor, não quero estragar os planos de vocês.— Disse — Não estragaria nada lhe dando a honra de sua companhia, Roxie — Iawy falou, antes de Nyx. Como sempre, um cavalheiro. — Eu adoraria me juntar a vocês, mas no momento, prefiro ficar sozinha por um tempo. E tenho certeza que se divertirão mais sem mim — Nyx corou novamente, com meu comentario ironico. — Nisso, não posso discordar.— Eu ri e Nyx? Parecia um morango de tão vermelha. Sem mais conversas, Iawy passou seu braço pelos ombros de Nyx e foram para seu passeio romantico. Inferno, por que Andrew não podia ser um pouco mais estilo Iawy em questão de passeio romanticos? Nossos encontros se baseavam em ir para sua mansão e pular direto para cama, não que eu esteja reclamando sobre isso, mas eu precisava ver esse lado, romantico, de Andrew, ele não era um vampiro insensivel, como Nyx havia dito que todos são. Não demorou muito para que a noite chegasse e não fez nenhuma diferença para mim, de qualquer maneira, eu iria ficar em casa. Meu passatempo dessa tarde, foi experimentar minha roupas e fazer um desfile para mim mesma. Muito emocionante. Eu havia acabado de sair do banho, quando ouvi passos em minha varanda. Rapidamente, me vesti com um roupão. De nenhum jeito havia superado toda aquela historia de fantasmas, como tinha visto na internet, ferro os afastava. O maximo que havia conseguido, era um cano de ferro. Barulhos ainda vinham lá de fora. Em uma velocidade sobrenatural, abri as portas que nos separavam e de olhos fechados, já que na internet avisaram que fantasmas costumavam ser muitos feios e eu não desejava ter pesadelos, eu o acertei com o cano. Foi estranho, pensei que fantasmas fossem como nuvens, que o cano o atravessaria facilmente, mas não, eu bati em algo, realmente, muito, muito duro. Quando abri meus olhos vi Andrew, ele estava de frente para a parede, com sua testa encostada nela e suas mãos em sua barriga. — Bom, pule a janela de uma mulher sem avisos e conheça sua fúria. — ele murmurou em pura dor. — Não tinha intenção de bater, justamente, em você. Mas de qualquer maneira, você mereceu isso. — Eu disse jogando o cano chão e caminhei de volta para meu quarto, trancando as portas atras de mim, o fechando para fora. — Roxie, se não quer ter metade do seu quarto arruinado, abra essas portas.— Andrew exigiu, do outro lado do vidro. — Vá embora, Andrew.— falei — Se pensa que abrirei a porta para me causar mais alguma dor ou hematoma, você ficará ai fora.— — Cherie. abra. essas. malditas. portas— Ele rosnou. Lhe lancei um ultimo olhar antes de me virar de costas, no mesmo instante, ouvi barulhos de vidros se quebrando e ferros sendo amassados. Andrew havia arrancado minhas portas e eu não precisava nem olhar, para ter certeza disso. — Você mereceu cada hematoma e dor que recebeu, Cherie, muitas vezes, você precisa ser adestrada. — Adestrada? Agora ele estava me tratando feito animal, ótimo. — O que faz aqui, Andrew? — — Voltamos novamente para essa fase do campeonato, cherie? — Ele perguntou ironicamente, se referindo a minha pergunta que sempre costumava fazer quando o encontrava.— Precisamos conversar.— Andrew se sentou em minha cama. — Não tem nada a dizer? Um pedido de desculpas, talvez? — Cinico, ele estava sendo cinico e isso me irritava loucamente. — Você quase explodiu meu coração, ainda, não contente, destruiu metade do meu quarto e acha que tem direito de exigir desculpas da minha parte?— — Eu avisei sobre seu quarto.— ele disse — E sobre sentir minhas emoções, você sempre pede por isso, eu estava sendo gentil.— Eu não podia acreditar no que acabará de ouvir, essa noite, ele morria.— Sim, eu estou exigindo desculpas da sua parte, dessa vez, eu sou o ofendido da historia.— — Irá morrer esperando por uma, então.—


— Tecnicamente, eu não posso morrer, então, passaremos a eternidade brigados. Tem certeza que conseguirá passar a eternidade sem minha presença?Sua vida pode se tornar um pouco tediosa... — Me sentando do outro lado da cama, muito longe dele eu falei — Tudo bem, me desculpe Andrew, eu realmente fui uma idiota.— fui sincera, mesmo por basede ironia.— Satisfeito? — — Ficarei muito satisfeito quando estar implorando pelo meu perdão. Mas isso, serve por agora. Se vista, nós estamos de saida.— Ele disse, em quanto se deitava, colocando seus braços por trás de sua cabeça. — Você pelo menos poderia se virar ou sair do meu quarto em quanto me visto?— — Cherie, eu já vi seu corpo sem nenhuma roupa, não temos tempo para essa timidez. Mas claro, se quiser, poderei arrumar um tempo para fazermos algo que ambos gostamos. E temos até os raios lunares para acompanhar nossa transa, veja que honra — Ele apontou para minha porta destruida me fazendo notar, que metade da luz lunar, invadia meu quarto. — Você é nojento, Andrew.— murmurei depois de pegar algumas roupas e me trancar no banheiro. — Um nojento que lhe da muito prazer na cama.— Ele gritou da cama. Me amaldiçoei por ter pego a primeira blusa que vi em meu guarda roupa. Para minha alegria, essa era uma blusa que ganhei a algum tempo de Nyx. Ela era rosa pink e no centro, existia um morcego, em relevo, com as presas de um vampiro a mostra, que por sinal, era muito fofinho. Quando sai do banheiro, Andrew arqueou uma sobrancelha, com uma expressão muito divertida em seu rosto. — Espero não ser acusado por pedofilia por causa disso.— disse se referindo a minha blusa. — Foi um presente. Me de um tempo de troca-la— — Não temos tempo, desde que não me confundam com seu pai, ninguem irá morrer por um presente de mal gosto.— Meu pai?! Ok, nossa diferença de idade, humana, era grande. Mas nós não pareciamos como pai e filha. Ah, esqueci de um mero detalhe, ele estava sendo ironico. — Vamos morceguinha, vamos conhecer seu novo amigo.— — Novo am...— Antes que pudesse terminar minha frase, Andrew me carregou em seu colo e saltou da minha varanda. Eu fiquei horrorizada, depois de parar meus berros, quando seus pés tocaram ao chão. Vampiros podiam saltar de grandes altura, mas eu, não era louca de fazer isso, era assustador. — ME SOLTE, ANDREW! — Eu gritei, ordenando. — Como queira.— Depois dessas palavras, Andrew, sem delicadeza nenhuma me jogou no chão. Soltei um grande gemido quando minha cabeça bateu na terra, pela dor que me causou. — Qual é seu problema, Andrew?!— Falei ou gritei em quanto me levantava, pelo menos, ele me ajudou a ficar de pé. Oh, cara, eu já estava perdendo a paciencia com a falta de cavalherismo de Andrew. Nyx e eu costumavamos apenas a andar para o lado norte, sul e oesta da floresta. O leste, era totalmente desconhecido para nós e nunca tivemos curiosidade de conhecer aquela parte, principalmente agora, com vampiros nos caçando. Eu congelei no lugar, quando ele caminhava para essa direção.— Não irei para esse lado da floresta, não com seus vampiros a solta querendo me matar e, principalmente por que está agindo estranho.— — Não confia em mim, Roxie?— Ele perguntou, secamente Eu dei um passo para trás, em quanto ele caminhava para frente.— Acho que ja tenho minha reposta.— Andrew disse, ao observar me recuando. — Não, isso não foi uma resposta. — falei— Andrew, como quer que confie em você se está me assustando?— Ele se aproximou mais, mas dessa vez, permaneci imovel no lugar. — Pra que tudo isso? Só porque não disse as três malditas palavras que estava esperando, Andrew? Sinto muito se pisei em cima do teu orgulho, mas me levando direto para uma armadilha, eu nunca irei lhe dizer NADA, muito menos te seguir para minha propria morte! — explodi. — Malditas palavras?— Ele disse em descrença. — Você é egoista, Andrew. Você quer que as pessoas te idolatrem, que o amem. Mas eu, eu sou diferente. Não o amarei, muito menos irei idolatra-lo se você for um...um...Um grande cretino filho da p*ta de canalha.— Eu hesitei para falar palavrões, isso, realmente, nunca foi minha praia. Eu


ainda tinha modos do passado em questão de besteiras. Andrew me olhou surpreso. — Você virá comigo, Roxie. Eu a arrastarei por seus cabelos se isso for preciso. Então, se você ama tanto essa tintura loira, mostre que ela nunca afetou seu cerebro e venha comigo.— Ele rangeu entre seus dentes. Meus olhos se fixaram nos dele. Havia fúria dentro deles. Era de se imaginar, Andrew dificilmente me chamava de Roxie e ameaçou me agredir, de qualquer forma, esse não era Andrew. Se lutasse, Andrew me mataria em questão de segundos se eu fosse, eu morreria de qualquer forma. Talvez, o seguindo, eu não morreria por suas mãos, era o minimo que poderiam fazer a mm. Não gostaria que a unica pessoa que amei um dia, me matasse. Nós começamos a caminhar, preferi ficar alguns passos atrás de Andrew. Não consegui, de maneira alguma, segurar algumas lagrimas. Dane-se que ele poderia me sentir ou saber que estava chorando. Se realmente se importasse comigo, não me trataria como uma cadela. Essa parte da floresta, era tão escura quanto o resto que costumava andar. Parecia que ela fazia parte de um filme de terror, e bom, no momento só faltavam as cameras para o filme começar, já haviam até vampiros no cenerio. Andrew parou de caminhar, a minha frente. Havia uma enorme cerca, atrapalhando nosso caminho. Eu pude ve-la claramente quando me aproximei de Andrew. Respirei fundo, para tentar acalmar minhas lagrimas que escorriam sem parar, percebi que Andrew me lançou um olhar antes de rasgar aquela cerca, como um papel, suas mãos ganharam pequenos cortes, mas ele não ligou para isso. — Primeiro as damas — Ele disse, se retirando do meu caminho. Seja lá o que estivesse lá dentro, nem morta, eu entraria primeiro. — Não — Eu disse, firmamente.— Isso já é o suficiente, estou indo embora.— Antes mesmo de pensar em virar, Andrew estava a minha frente, seu nariz, quase se encostava ao meu. Ele passou uma de suas mãos por meu cabelo, agarrando uma mecha. — São lindo cabelos, Cherie.— Ele estava fazendo com que me lembrasse de sua ameaça, mas ele podia ter certeza, que ela estava muito clara em minha mente. — Dane-se meus cabelos — Eu disse me virando, ignorando um leve puxão na mecha em que ele segurava, mas nada aconteceu, ele apenas a soltou. Depois de alguns passos, Andrew, novamente, estava em minha frente. Em um movimento rapido, ele me colocou em seus ombros. — Tenha certeza que eu devo amar muito seu cabelo para não cumprir uma ameaça.— Ele bufou. — ANDREW, ME SOLTE!— Eu gritei em quanto esperneava para acerte-lo em algum lugar, era mais facil me machucar do que ele, afinal, ele parecia uma pedra de tão duro. Andrew estava caminhando em direção da cerca, que ele mesmo, havia a detonado. Nós caminhamos por mais algum longo tempo e eu já havia desistido de lutar há muito tempo. Pelo que eu pude ver, era como uma vila, cheia de casas, o lugar parecia abandonado. Andrew me colocou no chão — Fique aqui e feche seus olhos.— ele mandou. Bom Deus, eu não queria morrer sem olhar nos olhos da pessoa que iria me matar.— Feche-os — Ele sussurrou, em um tom muito ameaçador. Eu os fechei, em seguida, escutei Andrew caminhando um pouco para frente. Um estrondo, de algo sendo puxado, soou em meus ouvidos. Luzes fortes acederam e uma musica muito irritante começou a tocar. Invontulariamente eu abri meus olhos, choque passou por mim e eu fiquei boquiaberta por alguns minutos. Bem em minha frente, estava um carrossel. Eu olhei ao redor, aproveitando a luz do brinquedo, o que eu chamei de casas, eram brinquedos. Isso, não era uma vila, era um parque de diversão abandonado. Andrew se moveu até meu lado. — O que é isso?— Perguntei, ainda em choque. — Um encontro. — Disse, me virando para ele.— Você estava errada quando disse que existiria coisas que jamais irei compreender sobre você.— Eu o abrecei, enterrando meu rosto em seu peito. — Você me assustou, seu idiota.— eu chorei. — E você, me deixou nervoso, no momento em que me acertou com um cano.— Certo, eu tambem estava errada. — Como...Como sabia que eu era encatada com carrosseis?— Perguntei. Sim, eu era encatada com carroseis, desde que o criaram para que crianças se divertissem, eu os idolatrava. — Iawy, ele me disse que você gostava. E respondendo sua outra pergunta, não feita. Você estava


carente e sentia falta de algo, eu apenas juntei as peças.— Ergui minha cabeça para que pudesse alcançar seus labios, lhe beijando cheio de paixão, em seguida. — Obrigada— murmurei em quanto nos separavamos. Voltando minha atenção para aquele brinquedo magnifico, eu agarrei o braço de Andrew e o puxei pro brinquedo. — Venha, vamos andar nele.— Falei. — Eu não me vejo andando em um brinquedo tão...feminino, Cherie.— — Cale a boca, Andrew, você me deve isso.— O Brinquedo estava um pouco empoeirado, eu não me importei, quem se importava com algo tendo a boca de Andrew para se destrair de qualquer coisa? Andrew reclamou varias vezes por estar em um brinquedo “feminino”, as reclamações ficaram piores quando eu disse que iriamos dar uma volta em cada cavalo, carruagem que estava lá. Mas ele estava gostando, de estar comigo, claro, ele odiava o brinquedo, eu consegui tirar sorrisos verdadeiros, sem nenhum sarcasmo ou ironia. — Não posso ter certeza se estou enjoado por essa ser a nossa quinta volta, nesse brinquedo, ou por essa musica. — Eu o encarei. Andrew estava em cima de um cavalinho, muito fofo, e sua testa encostada sobre o cano, sua expressão era de puro lamento. Ao seu lado, eu sorri. Deslizei minha mão até sua coxa e a acariciei. — Você será muito bem recompensado, Andrew, acredite.— Ele, rapidamente, pegou minha mão e a levou até seus labios, a beijando. — Me lembre de agradecer a Iawy, mais tarde.— Andrew olhou para si mesmo e soltou um sorriso sarcastico.— Eu irei virar uma piada no mundo dos vampiros se alguem descobrir isso.— — Você nunca pareceu tão fofo, hoje é a primeira vez em minha vida que consegui quebrar um pouco de seu machismo.— Ele me fuzilou. Se vampiros pudessem matar atravês do olhar, eu já teria morrido. — Ora, olha para esse cavalo e lembre dos seus tempos de cavaleiro. Admita que isso será muito emocionante.— Andrew saltou de seu cavalo e logo estava montando no mesmo que eu estava. Seu corpo, literalmente, esmagou o meu, com o tamanho não existente para dois no cavalinho. Mas eu não me importei, como pensei, quem liga pra algo quando se tem a boca de Andrew? Quando se tem o corpo então, ninguem tem cabeça. Andrew passou seus braços por mim, pressionando minhas mão, fortemente, no cano do brinquedo. — Um excelente cavaleiro sempre terá uma linda donzela em seus braços, a salvando dos perigos. — Ele sussurou em meu ouvido, em uma voz rouca, me levando a loucura.— E devo lhe avisar, que gosto muito quando as recompensas são adiantadas.— Ele disse, levando sua boca até a curva do meu pescoço, logo senti suas preças expostas roçando juntamente com seus labios. Eu fechei meus olhos, para conter meus desejos. Sua respiração em meu ouvido era calma, em quanto a minha era tão pesada quanto um tanque de guerra quando Andrew começou passear seus dedos entre minhas pernas. Droga, esse bastardo estava me provocando. Antes que alcançasse sua meta, de abrir meu jeans, eu lhe deu um tapa em sua coxa antes que as coisas fossem longe demais. — Isso é um passeio romantico, Andrew, não uma orgia ao ar livre.— Eu o avisei, afinal, eu estava longe de querer saber o quanto é possivel fazer sexo em um brinquedo infantil, em movimento. — Ao ar livre...— ele suspirou.— O natural sempre faz bem a vida, a saúde, irá recusar uma oferta feita para seu proprio bem?.— Andrew desceu do cavalinho e eu estava fazendo o mesmo quando suas mãos seguraram minha cintura, fazendo com que ficasse sentada, virada para ele. Seus olhos frios e azuis encontraram os meus, me encarando. — Se nós tivessemos nos casado, você teria me transformado?— Eu perguntei, tentando tirar a tensão, que de alguma maneira surgiu entre nós com esse silencio. Andrew arqueou uma sobrancelha para mim, talvez estivesse pensando em uma resposta. — Cherie, você era tão delicada e sensível que teria morrido do coração antes mesmo de colocar minhas presas em seu pescoço.— — Por que essa frase está no passado? — Disse sarcasticamente. Andrew apoiou sua testa sobre a minha e sorriu. — Respondendo sua pergunta, sim, eu a transformaria. Talvez, esperaria alguns anos até que ficasse


um pouco mais velha e cuidaria do seu sangue até que fosse forte suficiente para aguentar meu veneno. Mas meu irmão inventou que iriamos sair da França, para me afastar dessa coisa de casamento...você sabe o restante da historia.— Meu corpo estava rigido, esse assunto me encomodava e Andrew, ao me sentir, percebeu. Seus dedos em minha cintura ficaram ainda mais forte contra ela, eu relaxei, meu apoio era apenas Andrew, em todos os sentidos. — Eu não me arrependo, Andrew. — falei — Durante anos me arrependi por ter ido pra cama com você, naquela noite, desejei sua morte por muito tempo. Para mim, você era apenas um canalha aproveitando de mim para ter meu sangue, seu alimento, um monstro. Você não é perfeito, Andrew, você é errado praticamente em quase tudo, mas pra mim, você é tão perfeito... — — Roxie...— ele suspirou.— Meu irmão me mataria por traição se soubesse o que faço para mantela a salva.— Para minha, total, surpresa, Andrew me abraçou. Isso não era estilo Andrew, não mesmo. Ele me puxou para seu corpo, me colocando no chão. — Mas vale cada traição para te-la ao meu lado, Cherie.— Ele disse, quando afastou seu rosto para ter meu olhar. Andrew acaricou minha nuca, em quanto me puxava para mais perto, se isso, era possivel, em seguida, ele me beijou com uma delicadeza, que para mim, não pareceu proprio dele. Eu acho, que no final de tudo, isso era o que chamavam de beijo com toda sua alma. Ele se afastou e eu busquei por mais. — Isso é um passeio romantico, não uma orgia ao ar livre, cherie.— Ele disse, ironicamente. — Canalha.— murmurei. Agora, estando com Andrew, tudo o que Nyx havia me dito fazia sentido. Vampiros não tem sentimentos, eles tem amor proprio por si mesmos e nada mais. Tudo bem que Andrew amava a si mesmo até demais, mas ele me amava, de um jeito como um vampiro pode amar, mas me amava. Humanos amam de um jeito, vampiros de outro, isso não significava que não me amava o suficiente, de um modo vampiro, mas era o suficiente. Amor entre vampiros, um tanto complicado, mas não impossivel. — Cherie, o que você está fazendo com minha dignidade?— Andrew lamentou, só assim, pude notar que nós estavamos nos balançando conforme o toquinho irritante do carrosel, ainda abraçados, eu o agarrei ainda mais forte contra mim, seu olhar estava fixo ao meu. — Andrew...— eu suspirei. — Me desculpe pelo o que fiz hoje mais cedo, eu fui uma tola.— — Finalmente, concordamos em algo relevante.— minhas unhas se fincaram em sua costas, de proposito, Andrew apenas soltou um grunhido. — Tudo que queria, era sentir o mesmo por você de quando era humana, é tão diferente...Mas eu aprendi, eu aprendi a aceitar meu novo jeito de amar.— — Cherie, não precisa explicar, eu entendo e sinto muito por isso. Sentimentos humanos e de vampiros nunca devem ser comparados, o que sentimos não é nada parecido ao dos humanos. Não precisa dizer nada se não quiser, apenas não pule no meu pescoço como se eu fosse a coisa mais deliciosa de se provar, que por sinal, eu sou delicioso, quando estou sendo sincero. — Soltei uma de minhas mãos, que estava em sua costas, e acariciei seu rosto. — Eu aprendi a viver sem você durante muitos anos. Mas agora? Eu não sei se posso sobreviver um dia sem te ver. Eu preciso de você ao meu lado, eu preciso te agredir, eu preciso sentir seu cheiro, ter seus beijos e até mesmo suas ironicias que me irritam de um modo tão...diferente. E todas essas coisas, apenas uma palavras as define...Andrew, eu te am...— Andrew desviou seu olhar do meu, fazendo me calar. Isso foi rude, muito rude. Eu me afastei e fiz minha pior carranca, se era possivel existir uma que demonstrasse meus sentimentos agora. — Você está escutando isso?— Andrew perguntou, com seu olhar fixo pro...nada. Fechei meus olhos para que pudesse ouvir, mas nada veio, apenas folhas se debatendo conforme o vento vinha. — O que?— perguntei, ainda emburrada. — Fique aqui, Roxie. Me obedeça uma vez em toda sua existencia.— Seu olhar havia voltado para pegar meus olhos, e bom, esse não era Andrew, e isso era assustador... Eu apenas acenei com a cabeça, retrucar? Não mesmo. Sua expressão, para mim, era desconhecida. Era pior que raiva ou odio. Em um piscar de olhos, Andrew não estava mais em minha frente.


Era incrivel como eu não ouvia nada, talvez, fosse meu novo amigo, o carrossel, que me distraia. Puxando uma alavanca, eu o desliguei. Apenas a luz da lua iluminava o parque, o que dificultava demais para ver algo. Novamente, fechei meus olhos a procura de algo. Passos, havia alguem se aproximando de mim. Provavelmente era Andrew voltando com o rabinho entre as pernas por ser paranoico demais. Eu estava de frente para o brinquedo, quando os passos ficaram ainda mais proximos, eu me virei sorrindo para ele. No mesmo instante que me virei, meu sorriso se desfez. Parada em minha frente, uma mulher me encarava, com um sorriso muito divertido em seu rosto. A primeira coisa que pensei quando vi o que vestia, era que ela me lembrava a mulher gato. Com todo aquele couro, até mesmo suas botas de salto fino, marcando seu corpo, perfeito, a deixava muito sensual. Seus cabelos longos que terminavam em cachos grandes um pouco acima de sua cintura eram tão negros quanto as noites. E bom, a unica cor viva, que realmente chamava atenção, era os azuis em seus olhos e sua palidez, não me enganava, ela era uma vampira. Todo esse tempo, essa estranha se manteve imovel, apenas com um sorriso em seu rosto. Essa vampira, mesmo sendo tão sensual e parecendo uma deusa, parecia inofensiva. Logo seu sorriso sumiu, e me olhou dos pés a cabeça como se eu fosse um lixo — Eu estive terrivelmente enganada por muito tempo pensando que a 'cherie' fosse mais bonita do que eu para ter meu Dew-dew sob seus pés.— Fala sério, onde foi parar toda aquela inocencia? Minha mente estava em processo de fúria sobre o termo 'meu Dew-dew'. Obviamente essa mulher gato sarnenta, estava falando de Andrew. Antes mesmo que pudesse falar algo a vampira saltou para cima de mim, me derrubando. Eu a levei junto, obvio, ninguem me derruba sem ter um troco. Suas presas, estavam a mostra. Essa louca, estava tentando morder meu pescoço para me imobilizar. E cristo, quem diria que alguem que parecia ser tão leve, seria mais pesada que um elefante? De alguma maneira, ela havia prendido minhas pernas e meu corpo abaixo dela, me deixando com poucas chances de vencer isso. Para mante-la longe do meu pescoço, com meu braço que estava solto, puxei seus cabelos. Infelizmente ou felizmente acabei arrancando o tufo que havia puxado. Ela gritou arqueando seu corpo para trás. Essa foi minha deixa para tira-la de cima de mim. Mas antes mesmo que eu pensasse em um movimento, a vampira se levantou, me levantando junto, suas mãos seguravam meu pescoço, sua força era tão grande, que meus pés mal tocavam o chão. Ela era uma vampira muito mais velha do que eu, resultando em uma força triplamente maior que a minha. — Você se arrependerá por isso — Ela rangeu entre os dentes. — Me mostre, vadia.— Eu falei, mesmo com dificuldades de minha voz não sair e sorri ironicamente, sem mais dialagos, a gata sarnenta me jogou em direção do carrossel, o destruindo com meu peso e o impacto contra ele o que foi suficiente para que eu apagasse. — Acorde! — Uma voz feminina, muito irritante, me chamou. Seguindo com um chute em meu estomago. Não querendo, mas obrigada, abri meus olhos, para ver de pé ao meu lado a gata sarnenta, que infelizmente, acabará de me dar uma surra linda. — A ovelha negra finalmente conhece o rei do rebanho. — Cristo, qual era o problema dos vampiros mais velhos? Todos precisavam ser tão...Rei do rebanho? Rei?! Eu congelei em quanto me levantava. A vampira soltou um riso, tão ardido quanto sua voz. — Pela sua expressão, já sabe que, finalmente, conhecerá seu cunhadinho.— Olhei ao redor do lugar, eu estava em um tipo de salão real. No final do comodo haviam três tronos, o do meio, era tão grande e ficava um pouco mais a frente dos outros dois, provavelmente era o do rei. Isso me lembrou os antigos castelos que existiam, essa sala era como se tivesse sido convervada durante seculos. Mas eu devia esperar por isso, os gostos dos vampiros sempre são antigos. Haviam dois vampiros atrás de mim, cuidando para que eu não fizesse nada errado, um deles era a gata sarnenta e um vampiro tão grande quanto o guarda-roupa que Andrew chamava de motorista. O que, realmente, me fez repensar sobre fazer uma fuga com esse vampiro por perto.


Sons de botas ecoaram sobre os pisos, meu coração acompanhava as batidas das botas. A minha frente, saindo de um porta, ao lado dos tronos saiu um homem. Ele se sentou no tróno maior, seu lugar como o rei dos vampiros, Pierre. Seus olhos azuis, exatamente como os de Andrew, me encararam. E bem, eu tambem o encarei, ele era lindo. Seus cabelos um pouco bagunçados, eram tão negros quanto suas roupas. E os musculos dele, que musculos... Até mesmo com uma camisa eram notaveis. Pierre sorriu, uma covinha ao lado direito ficou a mostra, seu sorriso era tão hipnotizante que me derá vontade de retriuir aquele ato. Alguma reclamção sobre essa perfeição que os vampiros chamavam de rei? Sim, eu tinha. Andrew era tão perfeito e lindo quanto ele. Pierre era apenas bonito, em quanto Andrew me fazia desmaiar. A gata sarnenta, que estava ao meu lado, correu até ele e saltou em seu colo. Ela o beijou, e Cristo, isso era nojento. Os dois pareciam fazer sexo através de suas linguas. Ele foi o primeiro a quebrar o beijo, afastando seu rosto do dela. — Muito bem, Rosalie.— Então o nome dessa vaca era Rosalie. — Uma rainha nunca desiste de suas missões — Rosalie, ainda em seu colo, sorriu para ele. Pierre levantou, colocando ela ao seu lado. O vampiro atrás de mim se curvou em referencia ao rei. Eu continuei imovel, nem o diabo iria me fazer curvar para ele. —Então...— Pierre me encarou, novamente. Seus olhos pararam em minha blusa, o que me fez me amaldiçoar mais trinta vezes por ter pego a primeira blusa que encontrei no guarda-roupa. — Diria que é um prazer conhece-la. Mas não, seria muito rude mentir para uma dama. Certo, vampirinha?— — Meu nome é Roxie.— O corrigi. — Se o rei quiser lhe chamar de loira oxigenada, ele chamará.— Rosalie saio do seu silencio. Cara, qual era o problema com a tintura do meu cabelo? Todos tinham que fazer piadinhas ou me ofender sobre isso? — Se me permite, quero deixar duas coisas muito claras. Primeiro: Você, não é e nunca será meu rei. — Meus olhos estavam fixos aos de Pierre. — Segundo: Rosalie, você é muito mais agradavel em silencio — Rosalie começou a caminhar em minha direção, provavelmente iria me dar uma surra, novamente. Pierre colocou sua mão sobre a barriga dela, quando estava passando por ele, a fazendo parar no lugar. — Querido...— ela suspirou — Sabe que eu adoro, idolatro brincar com as tripas de vadias que só causam problemas para nós.— Pierre se virou para ela, acariciando seu rosto com alguns dedos, ele falou — Você irá, a vampirinha será seu brinquedo amanhã, promessa de um rei. — Ótimo, eu estava em barganha e nem estava sabendo. Novos sons de passos soaram pelos pisos. Sons raivosos. Em questão de segundos, Andrew entrou no salão, virado para o vampiro que o escoltava. — Não me toque se tem amor a sua...— Quando ele me viu, parada em sua frente, ele se calou. Andrew me encarou, parecendo surpreso por estar me vendo no salão. Logo, sua expressão mudou para algo 'O que aconteceu sobre obedecer minhas ordens?' ou seja, o mesmo de 'Eu irei lhe matar, Roxie'. Era incrivel como todos desejam minha morte. — Oh! — Pierre tirou minha atenção de Andrew. — O reencontro de dois vampiros que acham que estão apaixonados. Isso não é lindo, Rosalie?— Antes mesmo que a gata sarnenta abrisse a boca, eu a cortei. — Espere, 'acham que estão apaixonados?' — Eu repeti sua frase, indignada. — Não diga o que não sabes, seu...bastardo.— Minha cabeça, quero dizer, minhas tripas, já estavam sendo barganhadas, o quão ruim ficaria em ofender o rei? Acho que não faria difrença. Pierre olhou para Andrew, que estava ao lado de Rosalie, e sorriu. — Sua vampirinha tem uma lingua afiada, irmão. — Seus olhos correram para mim, me olhando de baixo para cima. — Eu gosto disso.— Eu tremi, com seu sorriso para mim. — Roxie. — murmurei em vão, já que ele nunca iria parar de me chamar de vampirinha. — Agora veja, Roxie. — Ele disse, fazendo um gesto com suas mãos em quanto pronunciava meu


nome. — A unica coisa que vampiros podem amar é o sangue. Acha mesmo, que Andrew a amaria tanto se ele necessitasse de sangue? Ele, assim como todos os vampiros, a mataria por sangue. Isso é amor? Tenho certeza que não.— Pierre falou, dando uma passo para frente.— Você, vampirinha, não é uma exceção.— — Eu me chamo Roxanny Louvain e não sou uma 'vampirinha'. Sou uma caçadora.— Eu rangi. Raiva correu por minhas veias. Dane-se a coisa de respeito ao irmão de Andrew, eu desejava ver sua cabeça rolando ao meus pés. — O que você quer com ela, Pierre?— Andrew disse, cortando qualquer dialogo que iria surgir entre nós. — O que eu quero, irmão?— ele fingiu estar surpreso. — O que eu sempre quis. O seu brinquedinho, irá morrer. Sem ela, não terei mais nenhum obstaculo para ter minha vitoria.— — Sua vitoria o levará a sua propria morte, até mesmo para a nossa raça.— Andrew rebateu. Seu irmão, Pierre, pareceu estar incrédulo com Andrew o desafiando. — O quão tolo é para levar outra cicatriz por essa insignificante? — Ele perguntou, raiva jazia de seus olhos. Eu congelei, em choque, quando o rei apontou para mim. — Segredos entre os pombinhos...— Rosalie cantarolou em um modo angelical. — Oh, quantas surpresas estou tendo hoje. Veja, Rosalie, o quanto o amor pode ser inútil. Não me admira que esse rostinho bonito deixe algumas lagrimas rolarem de seus olhos.— Elevando sua mão para tocar meu rosto, Pierre desistiu quando dei um tapa contra sua mão. — Não me toque. — o repugnei. — Vê, vampirinha? — Ele perguntou. — Quantos problemas você causa sem mesmo estar por perto?— Infelizmente, meus olhos estavam fixos aos de Andrew. Eu não podia acreditar que fui o motivo por aquela cicatriz horrivel. Eu a odiava e fui culpada por aquilo. — Por que...?— Bom, era dificil de admitir, mas eu estava desorientada. — Porque, vamos começar fazendo um resumo. Um vampiro se casando com uma mortal? Andrew tentando transforma-la, mas a matando? Sabe quantos problemas isso me causou? Como seu mestre, ele deveria ser castigado com uma marca que levaria pela eternidade. Isso sempre irá o lembrar que ser um vampiro, há limites.— — Amaria a historia se a oxigenada tivesse morrido — Rosalie resmungou. — Se vale de algo, — Andrew disse, tendo a atenção de todos para ele. — Me sinto honrado por ganhar cicatrizes por ela.— Um quase sorriso se formou em meu rosto, mesmo com seu tom ironico. A partir da ironia, Andrew conseguia espressar sua sinceridade muito melhor do que em uma conversa séria. Por puro impulso, eu soquei o rei, metido e ignorante, em minha frente. O acertando no nariz. Era uma pena que ele jamais teria um hematoma, mas isso bastava. Nyx ficaria orgulhosa apenas de ouvir que soquei o 'meu' Rei. — VOCÊ É UM CRÁPULA — Eu gritei. O vampiro, maior do que um tanque de guerra, me deixou imovel, apenas segurando meus braços. Por incrivel que pareça, Pierre sorriu. Parecia que o soco que ele acabará de levar, de mim, era parte de um jogo de diversão. — Solte-a— Ele ordenou para o vampiro que me segurava. Como mandado, o vampiro me soltou. — Irmão, acho que posso entender o por que de sua traição.— Ele disse a Andrew, sem tirar os olhos de mim. — Sua vampirinha é muito bela e cheia de atitude...Maravilhosa.— Em seus olhos, eu pude ver um pouco de pervertimento. Ótimo, o Rei estava cobiçando a mulher de seu proprio irmão, pelo menos, me animava o fato de isso estar provocando Rosalie. Andrew caminhou até nós, com o outro vampiro o seguindo. Ele ficou lado a lado de seu irmão, tirando a atenção dele de mim. — Sim, maravilhosa. — ele começou.— Pórem, pertence a mim, meu irmão.— Eu rolei meus olhos. Não precisava de Andrew marcando seu territorio, justamente, agora que estava sendo ameaçada de morte. — Alem do mais, não sou um traidor. Apenas não concordo com seus planos, isso não faz de mim um traidor.— Andrew estava tranquilo, era um sinal de que eu não precisava ficar desesperada e sair correndo, gritando por socorro. Ele me protegeria. — Seu brinquedinho deve satisfaze-lo muito bem para estar se bandiando para o lado dos


bonzinhos. — — Não estou me bandiando para o lado dos bonzinhos, Pierre, estou do lado da razão. Por favor, pare e pense no que está planejando. Fazer o sacrificio da licantropa para que o sol nunca mais nasça, tornar os humanos e as outras raças sobrenaturais nossos escravos de alimentos e trabalhos, deixar que os vampiros governem o mundo? Isso é irracional.— Muito irracional, pensei. — E sobre Roxie me satisfazer, sim, essa mulher, deixa qualquer um hipnotizado na cama.— Andrew finalizou. Rosalie, logo atrás dele, bufou. Ha! De quem é o Dew-dew agora? — Está me desafiando, meu irmão? Isso não o ajuda em seu castigo.— Pierre disse. — Leve-o para seu quarto e não o deixem sair até terem minhas ordens.— Continuou, dando ordens para seu empregado. — Não preciso de escolta para meu proprio quarto.— Andrew afirmou, raivosamente. O vampiro que estava atrás dele, o segurou por seu braço. A expressão de Andrew mudou, de traquila foi direto e rapido para raiva. Em um movimento rapido, que nem eu mesma pude acompanhar, Andrew arrancou a cabeça dele, com suas proprias mãos, a deixando cair no chão perto de nós. — Eu o avisei sobre perder sua cabeça se me tocasse.— Ele disse, em vão. — Tecnicamente, irmão, você não terminou sua ameaça.— Pierre disse, sarcasticamente. Bom, pelo menos o vampiro tinha um pouco de humor. O sangue do vampiro havia salpicado, um pouco, entre nós. Principalmente em Andrew, que foi o autor dessa morte. Eu deveria estar surpresa por Andrew ter sido tão...animal perto de mim. Mas não, eu não estava. Rosalie, que foi a unica a não se sujar, caminhou até Andrew. O segurando por seus ombros, ela passou a lingua, sensualmente, pela boxexá de dele, onde havia pequenas gotas de sangue. — Bom sangue.— Ela sussurrou. Não sabia exatamente se mataria ela, por tal ato ou Andrew por ter ficado imovel. Nenhum dos dois estavam reagindo, parados, com seus corpos a centimetros de se encostarem, eles se encaravam. Bom, se ambos não pareciam se mexer, eu iria. Passei minha mão pelos cabelos de Rosalie e com toda minha força, o puxei para trás. A vampira gritou em desespero, mas antes mesmo que eu pudesse arrancar aquele tufo que estava segurando, o vampiro atrás de mim me agarrou, me obrigando a soltar seus cabelos. — Fique longe.— Eu a alertei, a fuzilando. Rosalie abraçou Pierre por trás, para que ele a protegesse de mim. Como se essa vadia precisasse de alguma proteção. — Leve a vampirinha para sua cela. E você, Andrew, vá para seu quarto— Pierre ordenou. — Algumas ultimas palavras Antes de caminhar para sua propria morte, Roxie? — Ele perguntou. Minha primeira escolha foi ignora-lo e deixar que o vampiro me levasse, mas não iria fazer isso. Olhando fixamente para rosalie, eu disse — Você irá se arrepender por ter arruinado meu encontro. — O tanque de guerra, que chamavam de empregado, me levou até minha cela, que sinceramente, parecia mais um buraco feito no esgoto, sem cheiro ruim, em vez de uma cela. Barro, a cela era puro barro. Os saltos das minhas booties se afundavam conforme andava, o que me fez querer me matar por suja-las. E o chão? Acho que isso não devia ser nomeado como chão, cheio de pedras, todo irregular e logico, o barro o dominava. Até meus cabelos quando acordava conseguia ser mais liso e bonito que esse lugar. Me sentei em uma pedra, a maior que estava lá, seria nela que passaria a noite ou até que andrew chegasse para me tirar daqui. Abracei meus joelhos, para que minhas booties não ficassem todas sujas. Pelo menos, o lugar era fechado, nenhum raio de sol iria me machucar quando ele surgisse. — Sol...— Eu suspirei, em lamento. Era dificil de admitir a mim mesma, mas se eu não conseguisse sair daqui, eu teria falhado com ela. — Você sabe, — Uma voz muito conhecida, para mim, soou atras de mim.— Se eu pudesse interferir no mundo dos humanos, eu te tiraria daqui em questão de segundos.— Eu me virei, para encontrar Sol, sentada em uma das pedras, com suas pernas cruzadas. — Então...por que está aqui?—


— Não seja rude, Roxanny. Estou lhe fazendo uma rapida companhia. Até te tirarem daqui, você morrerá de tedio.— Ela disse. — Eu estou falhando...— murmurei — Não, não está. Eu sempre deixei claro que Andrew seria meu salvador, ele não está completamente em tantos problemas como você.— Ele era irmão de um rei, era logico que não teria problemas como uma simples plebeia sendo culpada até por me sentar aqui. — É verdade que você é mãe de Nyx?— Perguntei, deixando meu mal humor de lado. — Se acreditas em lendas, sim, eu sou. Mas se for pela logica, o sacrificio da ultima licantropa albina, com as palavras certas, pode acabar comigo.— — Isso tudo é loucura... —Falei. — Loucura? Existem coisas aindas mais 'loucas' que as criaturas sobrenaturais nunca devem saber, caso contrario, o mundo acabaria em questão de minutos.— — Todos são tão cegos por amar a si mesmo, que levam todos a morte.— Eu amaldiçoei. Pierre, principalmente. Amor, afinal das contas, ele era culpado de tudo. — O amor não tem culpa, Roxie.— Sol falou. — Culpe a loucura, não o amor.— Disse me repreendendo. — Eu me pergunto, como os vampiros podem ter tanto amor a si mesmos, sendo que mal conseguimos amar completamente.— — Os vampiros podem amar, Roxanny. Pensei que você já tinha pulado de fase sobre isso.— — Acredita no amor entre os vampiros, Sol?— Eu perguntei, mudando de rumo no assunto. — Eu acreditava que a unica coisa que vampiros podiam amar, era o sangue. Acho que todos acreditam nisso, mas tudo mudou quando conheci sua historia e a de Andrew. De todos os vampiros mais antigos que podem existir, nunca pensei que Andrew amaria algo alem de si mesmo e o sangue, ele provou o contrario.— Seus olhos, cor de jade, estavam fixos em mim. — Você tambem é uma vampira, Roxie, e o que sente por ele é maior do que qualquer sentimento que já teve. Deus, durante anos você queria mata-lo e quando o reencontrou todas suas ideias mudaram. Apenas uma coisa consegue ser maior do que a vingança. Sabe o que é? O amor.— Eu não tinha motivos para discordar dela, afinal, Sol era a unica pessoa que poderia desejar vingança pelo o que aconteceu com ela e o seu amado. — Realmente, eu tenho grande motivos, mas meu amor é tão grande quanto a sede de vingança.— Ela disse, respondendo meus pensamentos.— Veja, Roxie, o eclipse está se aproximando e as coisas ficaram mais complicadas. Quando o alinhamento ocorrer, Nyx irá se transformar e é nesse momento que o sacrificio deverá ocorrer. Os vampiros estão tentando captura-la, até hoje não tiveram suceso graças a Iawy, nenhum vampiro novo é louco o suficiente para enfrentar um incubbus tão velho. Mas nada é impossivel...— — Sol, — comecei. — mesmo que eu morra amanhã, os planos do rei nunca vão se realizar, isso é uma promesa.— Ela assentiu.—Afinal, Andrew é o seu salvador, certo?— Sol soltou um riso em quanto começava falar. — Se você morrer, será o mesmo que assinar minha sentença de morte, Roxie. E sobre Andrew ser 'meu salvador', você entenderá um dia.— Eu soltei um suspiro, era incrivel como todos tinham o dom de me deixar curiosa ou confusa. Deus, isso me irritava. — Um dia me disse que arrumava grandes problemas em me encontrar. Então, por que ainda está aqui?— — Está sendo rude novamente, Roxanny.— — Roxie.— Eu a corrigi. — Isso está me causando grandes problemas, realmente. Mas nunca falei a você que compria todas as regras. Gosto da ideia de ser rebelde as vezes e tambem gosto de ter sua companhia. E eles quase não vão notar minha falta em quanto David estiver fazendo seu trabalho.— Ok, quem diabos era David?! Perguntei a mim mesma, vasculhando por minha cabeça se eu me recordava por esse nome. — Desculpe,— Sol sorriu sem jeito.— Em quanto a lua estiver fazendo seu trabalho.— — David, hunh? — Disse levantando uma sobrancelha, me divertindo ainda mais quando ela ficou


corada com meu tom. — Me conte sobre ele, Sol.— Tudo bem, agora eu sooei como uma adolescente pedindo que sua mãe lhe contasse como conheceu seu pai. Mas minha imagem de adolescente foi cortada quando sol pareceu ficar ainda mais animada com a ideia. Sol parecia uma criança pronta para falar de um novo brinquedo que havia ganhado e se tornado o seu favorito. Infelizmente, sua reação, me fez imaginar que ela não contava muito sua historia de amor, concerteza, os 'Deuses' que fizeram isso a ela, consideravam como um pecado para eles. — Você tem razão, o que aconteceu, foi um pecado inaceitável— Ela disse. — Fora da minha cabeça!— Eu ordenei. Sol, apenas sorriu, delicadamente.— Agora, me conte sua historia.— Apesar das circunstancias, notei isso estava nos tornando amigas, boas amigas. Sol soltou um longo suspiro e começou a falar — Há muito tempo atrás, os Deuses, aqueles mais poderosos de todos nós, criaram as criaturas sobrenaturais. Os humanos acreditavam que eles eram nossos filhos e que nós os abençoamos por eles andarem nas mesmas terras que eles. Foi o que pensaram principalmente sobre os vampiros, por poderem se transformarem. Mas claro, que as outras raças nunca foram excluidas. Cada deus ou deusa tinha sua tribo protegida, na minha tribo, os habitantes sobrenaturais foram os licantropos. Eu era muito venerada por ser uma Deusa com o coração de uma adolescente, todos me amavam. Como uma adolescente, não gostava muito de fazer esse trabalho, então, nunca dei muita bola para os habitantes da aldeia, apenas os protegia. Nós, deuses, eramos proibidos a pisar na terra dos humanos, exatamente como somos até hoje. Por isso, que vir até você, me causa problemas. É uma regra que nunca deve ser quebrada, eu não ligava pra isso, uma deusa quer ser tratada como deve e merece. Me diz, por que quebraria essa regra de visitar os humanos sendo que eu podia ter tudo que queria?...Eu achei a resposta pra essa pergunta, um dia.— Olhando para frente, Sol sorriu em vão. — Quando estava dando uma pequena olhada em minha tribo protegida, vindo do campo, escutei uma flauta sendo tocada, uma melodia apaixonante. Curiosa, decidi dar uma olhada por lá e logo vi, deitado sobre as flores, daquele campo verde, um homem, recem chegado na tribo. Um lindo homem, forte, de cabelos dourados e olhos tão verdes quanto a mata, na verdade, ele era um licantropo. Nesse dia, decidi quebrar um pouco minhas regras, com a força da natureza, domada por mim, o acompanhei naquela linda melodia. Primeiramente ele estranhou que a natureza o acompanhasse, mas logo se acostumou e tornou um habito pra ele tocar com a natureza, ou seja, junto comigo. Aos poucos, fui me apaixonando por ele, um amor platonico. ja que jamais havia falado com ele ou tocado em alguma parte de seu corpo, apenas ficava olhando ele do meu reino.— Sol parou de falar por alguns segundos, apenas para limpar uma lagrima que acabará de cair de seus olhos. Eu a observei, esperando pela continuação da historia.— Com o passar do tempo, decidi quebrar ainda mais minhas regras. Em um dia, David, nós estavamos tocando e em quanto nossa melodia ocorria, apareci para ele e me apresentei como sua deusa, David, quase teve um surto de surpresa e choque. Eu expliquei a ele que quem fazia com que a natureza o acompanhasse com sua melodia era eu e adorava fazer aquilo, claramente, não falei que estava apaixonada, ele não precisava de mais motivos para ter um surto. Admito que David sempre foi rude, até mesmo comigo, que era sua deusa, mas com o tempo, com nossos encontros, ele passou a ser doce, apenas comigo, logico. Nossos encontros eram sempre no campo, escondidos de todos, até mesmo dos deuses. Meu primeiro beijo, nossa primeira noite de amor, Roxie, foi tão magico. Você consegue imaginar, ter um homem pela eternidade e somente ele lhe tocar? Isso é tão glorioso quanto qualquer outra coisa que existe.— Sim, eu podia imaginar o quanto isso podia ser glorioso, pensei. — Mas como nem tudo é um eterno conto de fadas, minha mãe, nos descobriu. Ela era a deusa considerada uma das mais poderosas de todos e desejou até mesmo minha morte por estar amando uma criatura sobrenatural inferior ao Deuses. Meu castigo, decidido pela clave dos deles, foi me tornar o que sou hoje, o sol. E eles sabiam, que nem isso nos impederiam de nos ver, então o transformaram na lua, deixando nossos caminhos totalmente opostos, para que nunca mais cometermos esse pecado. Meu pai, ficou indignado com esse ato desesperado da clave, sem mesmo terem sua permissão, já que ele era o deus de todos os deuses. Foi então, que o eclipse foi criado.


Em um ano, pode ocorrer quatro eclipses, quatro dias nunca foram suficiente para tanto amor que sentimos um pelo outro. Mas é o sufiente, já que temos uma eternidade de puro trabalho e solidão. — Eu sorri para ela, feliz, por ainda sentir tanto amor sendo que a vingança poderia reinar em seu coração. Meu sorrisso se desfez, logo que uma curiosidade apareceu em minha mente. — Sol, você sabe, não seria mais certo você ser a lua por ser um substantivo feminino? — Perguntei. Sol olhou para mim, com uma expressão muito seria e logo em seguida gargalhou, como se eu fosse uma piada. Eu podia parecer uma piada, mas pelo menos não era uma mulher conhecida como um substantivo masculino. — Veja Roxie, só por que as regras de escritas dizem quais são os substantivos femininos ou masculinos não quer dizer que é a verdade ou real. O por que dessa troca entre eu e David, é obvia. — ela começou.— David, é uma criatura sobrenatural, das trevas e da escuridão então nada mais digno, que ele continuasse com a escuridão. Afinal, o dever de uma deusa é brilhar e como ele era uma criatura infeior a mim, impossivel ter o cargo do sol. Sendo conhecida como masculina ou feminina, toda essa situação, não deixa de ser ruim.— Sol soltou um pequeno suspiro, em lamento por si mesma. — Não posso dizer que sei como se sente.— falei.— Passei mais de 300 anos sem ter Andrew em minha vida, mesmo não admitindo que tinha sentimentos por ele, eu sempre o amei. Mas agora, depois que nos encontramos, eu o tenho todos os dias. Sol, você mesma disse que o amor é maior que qualquer coisa, concerteza, ele é maior do que sua tristeza e suas saudades e ser condenada por amor, é horrivel. Eu realmente não sei o que dizer.— Sol abriu sua boca para dizer algo, mas logo se calou. Seus olhos, que estavam fixos nos meus, se desviaram para a porta da cela. — Alguem está se aproximando, Roxie, eu devo ir.— Rapida como as outras vezes, Sol sumiu, me deixando falando sozinha em quanto começava a perguntar quem estava se aproximando.

Não demorou muito para que a porta da minha cela se abrisse e mostrasse a pessoa que estava me fazendo uma visita noturna. Pierre, entrou, sempre com sua pose de rei, e fechou a porta. Ele me encarou por alguns segundos eu fiz o mesmo. Pierre usava botas masculinas, então, ele não estava se preocupando com aquele barro nojento. E por sinal, o vampiro rei tinha bom gosto e ficava ótimo usando um sobretudo preto. — O que deseja, majestade? — Falei ironicamente, tentando deixar claro em minha mente que minha raiva era maior do que sua gostosura. — Vampirinha, não precisa exercer sua educação em quanto estamos a sós. Educação não se encaixa muito bem em seu perfil.— Ele disse. Vampirinha...isso me irritava tanto quanto me chamarem de vadia.— Tenho uma proposta a lhe oferecer. Sua vida por sua lealdade a mim.— — Lealdade em sua cama?— Rebati, o repugnando.— Sinto muito, majestade, mas alguem chegou primeiro que você e já tem minha lealdade garantida.— — Em minha cama? Isso séria interessante. Gostaria de descobrir o que existe de tao especial para que Andrew rasteje aos seus pés. Mas hoje, ele aprendara a não trair seu rei.— Um sorriso perverso apareceu em seus labios e isso, era assustador. — Te preocupa não é? Seu amado logo ser castigado, por sua culpa, e não poder fazer nada. Mas tudo pode mudar, só basta dizer sim.— — Rosalie te mataria se soubesse que está fazendo propostas desse genero a mim.— — Rosalie é apenas uma diversão descartavel. E, acredite, adoraria descarta-la por você.—


— Sinto muito, não irei ser seu proximo brinquedo descartavel.— falei.— E não morrerei amanhã, muito menos terei medo de algo relacionado a você, Pierre. Você é sujo e eu não tenho medo de coisas que pertencem ao lixo.— Eu esperava por um murro depois dessa ofensa ou coisa do genero, mas não, ele riu. Na verdade, ele gargalhou! Realmente, esse cara era doido. — Está é sua ultima chance. Tem certeza de que recusará?— Eu fiquei calada, mas acho que meu silencio serviu de resposta a ele. Após alguns segundos de silencio, Pierre falou. — Não é minha prioridade mata-la, Roxie. Minha prioridade é te-la junto a mim.— — Pensei que tudo que mais desejava era minha morte.— — Como uma inimiga, sim, eu desejo sua morte. E pode imaginar o por que?— Eu sabia o porque, eu sempre atrapalhava as coisas e nunca permitiria que alguem pegasse Nyx. Mas mesmo sabendo a resposta, não o impediu que continuasse.— Ter Andrew contra mim, pode ser meu ponto fraco. Nossa força se iguala muito, por nossa idade ser quase a mesma. Nossa força, é praticamente, a mesma, a unica diferença, que me torna mais forte, é por ser seu criador. Posso mata-lo facilmente, mas não, eu não posso. Acima de tudo, Andrew ainda é meu irmão.— Bom, pelo menos o vampiro rei tinha um coração e grandes sentimentos pelo irmão.— Ter sua lealdade a mim, o tornará fraco , assim, ele não me causará problemas a ponto de ter que esquecer que é meu irmão e mata-lo.— Ele tinha um ponto um pouco...aceitavel, manter Andrew a salvo nessa loucura. Um pessimo rei, mas um 'bom' irmão. — Isso não me faz mudar de idéia.— Falei, mesmo na verdade, estando pensando seriamente nas possibilidades de deixar Andrew a salvo. Mas ele sabia se cuidar muito bem, muito mais do que eu, Nyx e Sol. Alem do mais, nunca quebro minhas promesas, e eu havia prometido a ambas, que ninguem iria mata-las. — Vamos, vampirinha.— Ele disse, me chamando para o acompanhar.— Tenho algo a mostrar, para faze-la mudar de idéia.— Qualquer menina em meu lugar negaria essa oferta no mesmo instante, mas eu nao podia. Algo disse a mim para acompanha-lo e a curiosidade passou por todo o meu corpo. Que culpa tenho? Afinal, isso poderia me permitir uma fulga. Pierre estava fora da cela, me esperando com a porta aberta. Quando passei por ele, avisou, calmamente.— Não tente fugir, vampirinha. Não estou nem um pouco animado para brincar de caçador correndo atras de sua presa.— — Isso nem passou por minha cabeça.— menti. Mas essa 'ameaça', me fez querer desistir da ideia de fuga. Estavamos caminhando por um corredor, esse lugar, meio que se parecia com o corredor da morte, haviam muitas celas, todas trancadas. Provavelmente não havia ninguem trancafiado por aqui, não havia nenhum sinal de vida. E o pior de tudo, era que nao fazia ideia do que estava fazendo aqui, com o rei dos vampiros. Pierre estava a minha frente, marchando como um rei. No final do corredor, de ferente para nós, havia uma cela diferente. Seus reforços eram maiores do que as anteriores e conforme fomos chegando perto, era possivel ouvir uma fraca batida de um coração. Eu parei onde estava, o que fez Pierre parar e olhar pra mim.— Se é Andrew que está lá, sendo torturado ou coisa do genero, desista. Isso não irá me fazer mudar de idéia, ele já me causou muitos hematomas e é muito capaz de adorar ve-lo em uma situação dessa.— Falei, mentindo um pouco, claro. Ver Andrew sangrando, seria o mesmo que me estacarem, mas nunca admitiria isso. — Meu irmão está em seu quarto, sem nenhuma marca de tortura em seu corpo, se serve de algo. É alguem ainda mais interessante que Andrew.— Bom, Pierre podia ser um bastardo desgraçado, mas pelo que notei nesse pequeno tempo, ele não mentia. Comecei a caminhar, desta vez, ao seu lado. Quando Pierre abriu a enorme porta, ele entrou primeiro, obviamente, por que sabia que eu não entraria em uma cela tão escura como essa sozinha. As batidas do coração se aceleraram, mas ainda era fraco. Eu pude jurar que a criatura lá dentro era um animal quando os gritos, rosnados começaram. Mas eram gritos humanos, meios humanos né. Eram assustadores. Quando eu entrei, fiquei atrás de Pierre. Caso acontecesse algo, seria ele o primeiro a ser atacado. Seria uma pena


perder um rostinho bonito, mas antes um rostinho bonito do que eu. — Não tenha medo, vampirinha. Não acontecerá nenhuma chacina aqui dentro.— A cela estava muito escura para identificar o que era a pessoa que estava gritando, desesperadamente, feito um animal. Mas era notavel, que essa criatura estava acorrentada em seus braços e canelas. — Vá em frente. Ela não irá lhe atacar.— Pierre falou, notando minha curiosidade para me aproximar da criatura. Dei alguns passos para frente, a luz do luar iliminou um pouco a cela e essa criatura, era uma vampira. Em quanto ela se debatia nas correntes, foi possivel ver suas presas. Assustada, com o comportamento animal desse vampiro, dei um passo para trás. Quando meu pé tocou no chão, uma luz fraca se acendeu na cela, iluminando o lugar. A criatura, que por sinal, que era um vampiro, não parou de agir como um animal em nenhum momento e quando tornei meu olhar para ve-lo melhor. Meu queixo caio em espamo. Esse vampiro, era uma mulher. Seus cabelos eram poucos exitentes, com grandes falhas que mostravam seu couro cabeludo, ela era tão magra, que era possivel ver seu esqueleto. Sua pele era tão palida quanto a de um vampiro normal e seus olhos, sua esclera, era totalmente vermelha. Sua aparencia me fez lembrar um daqueles zoombies, de filmes de terror. Essa vampira era horrivel e ela era minha irmã. Algumas lagrimas começaram a escorrer por meu rosto. Deus, o que estava acontecendo? Eu me perguntei, ou implorei por respostas. — Um reencontro familiar. Isso não é lindo, Annabelle?— Pierre disse, direcionado para minha irmã mais nova, que agia como um animal faminto. — Eu pensei...— Eu não pude terminar minha frase, eu não conseguia falar nada. — Que a tinha matado?— Pierre falou, completando minha frase.— Pensou errado, vampirinha. Em vez de mata-la, você a transformou. E o que aconteceu para ela agir como um animal, deixe-me lhe dizer.— Pierre se posicionou ao meu lado, assim como eu, seu olhar não saio de Annabelle.— Quando você se alimentou de suas irmãs, elas foram enterradas. Uma delas, a mais velha, realmente, estava morta. Mas Annabelle não estava. Quando estava em um passeio agradavel pelo cemiterio a mais de 300 anos atras, escutei barulhos vindo do seu tumulo e a tirei de lá.— — Por que ela está assim?— Eu rangi entre meus dentes, deixando minhas lagrimas escorrerem sem nenhuma vergonha. — Roxie...— Pierre suspirou.— Sabe o maior medo dos vampiros? Que a humanidade morra com o passar dos tempos. Os humanos morrendo, nós não teremos mais nossa fonte de vida, o sangue. Então, nós precisamos de uma fonte com vida eterna.— — Vá direto para o ponto, Pierre.— — Os humanos podem se tornar nossos escravos de alimentação, mas nunca seram eternos. Mas, e se, os humanos se tornassem vampiros? Os vampiros podem nos alimentar, mas eles iriam precisar se alimentar tambem, isso seria o mesmo que adiantar nossa extinção. Sua irmã,— Ele apontou para Annabelle, em seus labios, havia um sorriso.— Ela foi um teste e salvou nossa raça, vampirinha. Vampiros não sobrevivem sem sangue, mas dando algumas gotas de sangue a um vampiro desesperado para ser alimentado, antes de sua morte, ele ficará exatamente assim. Claramente, ela não é igual a nós, se parece mais como um animal. Mas veja bem, mais de 300 anos se passaram e eu ainda tenho sangue direto da fonte.— Minha mão se fechou em um punho, lagrimas escorreram sem parar um instante.— E se serve de consolo, acho que entendo porque não soube se controlar quando se alimentava de seu sangue. Annabelle continua tendo o melhor sangue que já provei.— Isso bastou para mim, em um movimento rapido, acertei o rosto de Pierre, novamente, com meu punho. Infelizmente, dessa vez, ele não deixou barato. Com uma força maior do que a de Rosalie, ele me jogou no chão. E Deus, eu preferia ter morrido a ter que senti a dor que aquilo me proporcionou. — VOCÊ REALMENTE ACREDITA QUE ME JUNTAREI A VOCÊ, DEPOIS DE PROVAR QUE É UM MONSTRO?— Eu gritei, me contorcendo no chão. — Não espero que se junte a mim, apenas vendo esse angulo da historia.— Pierre se ajoelhou em minha frente e empurrou uma estaca até minha mão, que estava descansada no chão. Eu a agarrei. Senhor, tudo que eu queria era mata-lo.— Mate-a.— Pierre falou.


— O que...?— — Mate-a ou ela viverá pela eternidade como um animal.— — POR QUE ESTA FAZENDO ISSO COMIGO?— Eu gritei, me afogando com minhas lagrimas. — Porque, eu posso ser colocado como um vilão nessa historia, mas não sou um traidor. Pense sobre isso, vampirinha.— Não fazia sentido, não agora, nunca iria fazer depois de descobrir o que esse monstro fez com minha irmã.— Ela nunca voltará a ser uma vampira consciente, Roxie, ela viverá e morrerá exatamente como está. Então, mate-a.— Eu me levantei e caminhei até Annabelle, com a estaca em minha mão. Eu vivi tanto tempo me culpando e com a dor de te-la matado um dia e agora, essa dor era tão pior quanto a anterior. Mas eu não podia deixa-la viver dessa maneira, como um zombie e ser sempre uma fonte de alimentação. Passei meus dedos pela boxexa branca dela, Annabella tentou me atacar diversas vezes, a procura de uma alimentação, obviamente.— Me desculpe. Por favor, me perdoe por tudo isso.— Eu implorei em vão, já que ela parecia não me entender. Mas isso, minhas desculpas, foram para sua alma. Ainda chorando, eu estaquei seu coração e em questão de segundos os gritos pararam. Annabella estava morta, assim como eu. Olhei para Pierre, ele não parecia divertido com toda essa situação, ele só não tinha uma expressão descrevivel. — Vá embora.— Ele falou. — E pense sobre o que conversamos.— Antes que Pierre mudaça de idéia, eu corri. Corri para qualquer lugar. Minha vida já estava perdida, que diferença fazia me perder nesse lugar que só me causou dor? Quando estava distante daquela cela e de Pierre, parei de correr. Precisava achar uma saida. Tudo que eu precisava era ver Nyx, Iawy e Andrew...Apenas queria minha 'familia' junto comigo. Quando virei a esquina de um corredor, infelizmente, para minha sorte, me deparei com Rosalie. — Adoro quando a diversão caminha até mim.— Ela falou, em quanto suas presas saltavam para fora. Não estava em condições para uma luta, principalmente com uma pessoa que sabia que detonaria comigo. Rosalie começou a caminhar até mim, pelo seus passos, ela estava se preparando para saltar, como da primeira vez. Eu continuei parada e ainda tive a ideia brilhante de fechar meus olhos, deixando que minhas lagrimas saissem. Precisava de uma pancadaria, talvez, a dor que Rosalie me causaria pudesse me fazer esquecer alguns minutos sobre minha irmã. Mas a dor nunca veio, a unica coisa que pude escutar, foi o grito da gata sarnenta e um estrondo na parede. Para verificar o que acabará de acontecer, decidi abrir meus olhos. Rosalie estava contra a parede, seus pés mal tocavam o chão, Andrew a segurava por seu pescoço. Enterrado em seu peito, do lado do coração, estava uma estaca. A gata sarnenta não estava morta, sinal de que Andrew não havia enterrado totalmente a estaca. — Sinto muito Dew-dew, mas hoje, ela é meu brinquedo.— Nem morrendo, ela deixava de ser uma vadia. Continuei imovel no lugar, apenas olhando.— Agora, me solte!— Ela ordenou. — Você já deveria saber que odeio compartilhar minhas coisas, Rosalie.— Rosalie riu, e falou. — Engraçado, você adorava compartilhar sua cama comigo, Andrew.— Meu sangue ferveu, raiva correu por todo meu corpo quando notei que seus olhos estavam fixos aos meus. Essa vadia estava me provocando. Sem pensar duas vezes, caminhei até eles. Eu já havia matado essa noite, que diferença faria se causasse mais uma morte? Passei minhas mão pela a de Andrew, a segurando, o aperto dele na estaca pareceu ficar ainda mais forte. Ele sabia o que estava fazendo, Rosalie tambem. Antes que ela abrisse sua boca para falar mais porcarias inuteis, terminei o trabalho que Andrew não acabará, enterrando toda a estaca em seu coração. Andrew permitiu que o corpo de Rosalie caisse, em nossos pés. — O que aconteceu, Roxie?— Ele perguntou, preocupado. — Você me causou uma dor tremenda, quando a senti. Me diga o que Pierre fez.— Ele falou, limpando uma das lagrimas que ainda escorriam por meu rosto.


— Apenas me tire daqui, Andrew, por favor.— Sem aviso prévio, eu o abracei. Foi somente assim que notei: eu não precisava de uma surra para esquecer tudo, eu precisava de Andrew.— Me leve para casa.— Chorei. Antes que Andrew me tirasse desse lugar, dei uma ultima olhada no corpo de Rosalie, que estava se decompondo aos poucos. Um pequeno sorriso se formou em meu rosto. Pelo menos, eu estava livre da gata sarnenta para sempre. Isso era bom, certo? — Cherie...— Andrew me chamou, baixinho. Eu não dei muita atenção a ele, olhar o corpo de Rosalie, sem vida, era muito divertido. Andrew passou seu braço por minha cintura, me puxando para ele. Eu me virei para encara-lo — Fale comigo, Roxie.— Falar? Eu não queria falar. Não existiam palavras para dizer o que aconteceu. Mas Andrew, ele precisava saber. Eu respirei fundo e comecei, mesmo minhas lagrimas me atrapalhando. — Annabelle...— Os labios de Andrew encontraram os meus, me calando. Quando sua lingua encontrou a minha, me causou pequenos calafrios. Nosso beijo não estava sendo selvagem, era mais como um...carinho. Isso foi bom, em todos os angulos. Ele devia ter entendido que eu não queria falar sobre o assunto, por isso, o beijo, para me calar. Andrew foi o primeiro a quebrar nossas caricias de linguas. — Vamos sair daqui, Cherie.— Ele falou, eu apenas concordei. Essa mansão, era enorme, tão grande quanto a de Andrew e a de Nyx juntas. Se não fosse tão ultrapassado, diria que era um castelo. Um lindo castelo. Andrew me levou, até uma garagem, nossa caminhada até lá, foi rapida, mas pareceu uma eternidade, por causa do silencio. Na garagem, haviam muitos carros e motos, de varios estilos. Alguns, estavam cobertos, deveriam ser modelos antigos, pelo tamanho. Bom, parecia que alguem adorava colecionar carros. — São todos meus.— Andrew falou, cortando o silencio. Acho que a melhor parte de ser irmão de um rei, é poder comprar tudo isso, pensei. Eu não me interessava muito por carros, mas haviam modelos tão...magnificos, que era impossivel não olhar e babar. Andrew apertou seu braço em minha cintura, me trazendo para realidade. Nós nos direcionados para um Gallardo preto, sinceramente, acho que ele era o mais bonito, com toda essa pose de carro do futuro.

O caminho até em casa, não foi muito demorada. Quando vi a mansão de Nyx, de longe, eu senti uma paz inexplicavel. Nyx...Acho que ela séria a unica pessoa que eu conseguiria conversar sobre o assunto. Minhas lagrimas, haviam se esgotado. Mas podia sentir, que meus olhos estavam inchados e vermelhos. Os vampiros podiam se curar rapidamente quando eram machucados, qualquer hematoma ou corte desapareciam. Por que com o coração, era diferente? Por que um coração machucado não podia ser curado rapidamente? Me perguntei, inutilmente. Quando abri a porta, nunca pensei que ver Nyx e Iawy me esperando, seria a melhor coisa do mundo. Eles me encararam, pareciam um pouco impressionados, provavelmente, por causa dos meus olhos. — Roxie, o que aconteceu?— Nyx perguntou, soando mais preocupada do que curiosa. Eles nunca me viram chorar, isso era uma novidade. Andrew, que estava atrás de mim, para minha surpresa, a respondeu. — Ela descobriu, sobre sua irmã.— A reação de Nyx, foi querer vir até mim e me abraçar. Mas Iawy a impediu, segurando por seu braço. E bom, parecia que todos estavam cientes do que havia acontecido com minha irmã. As


palavras de Pierre vieram a tona, em minha cabeça.'Eu posso ser colocado como um vilão nessa historia, mas não sou um traidor' Agora, isso fazia sentido. Era obvio que Andrew sempre soube da minha irmã, ele deve ter contado a Iawy e Nyx. Todo esse tempo, meus amigos, deixaram que eu vivesse acreditando em uma mentira. — Vocês me trairam...— Eu sussurrei, me impedindo de chorar. Lagrimas, ficariam para mais tarde. Agora, era a hora de tirar a fúria do meu corpo. — Todo esse tempo...Eu fiz promesas, me sacrifiquei por vocês diversas vezes, e vocês...VOCÊS ME TRAIRAM.— Eu gritei, me livrando, brutalmente, do braço em minha cintura. — Você, você permitiu que minha irmã se transformasse em um animal, permitiu que ela sofresse durantes anos, Andrew, e permitiu que eu sofresse em ter que ve-la naquele estado e depois a matado.— Eu me afastei dele, Deus, eu estava com nojo, nojo de todos. — Roxie, entenda que...— — Entender? Eu entendi, Andrew.— O cortei. — Não acredito que fui tola o suficiente para confiar em você. Tudo o que fez, tudo o que falou, não passava nada alem de uma atuação. Aquela noite, você me transformou por acidente, quando estava apenas se alimentando, e eu, acreditei que você me amava.— Andrew balançou sua cabeça, discordando do que eu estava falando.— COMO QUER QUE EU ACREDITE QUE ACHOU QUE HAVIA ME MATADO, SENDO QUE EU, TRANSFORMEI MINHA IRMÃ?!— Gritei, pedindo pela verdade. — Pierre mentiu para mim, Roxie, ele disse que havia a transformado.— Eu ri, um riso ironico, eu acho. — Pare de colocar toda a culpar em seu irmão.— — Então, acredita em Pierre agora?— ele rebateu, indignado. — Eu não acredito em mais ninguem.— Meu olhar caiu em Iawy e Nyx, eu tive que me segurar muito para não chorar quando os vi. Deus, por que, as pessoas que eu amava só me machucavam? — O que aconteceu com ela, não é minha culpa. Pare de me culpar só porque tenho o mesmo sangue que Pierre.— Meu olhar, que estava em Iawy e Nyx, passou para uma mesa bem sostificada, ao meu lado, que Nyx deixava suas porcelanas, como um enfeite no salão. Em cima dela, havia um estaca.— Annabelle não era mais sua irmã, ela era um animal. Sabendo antes ou apenas agora, você não poderia traze-la de volta, Roxie.— Ele continuou. Aquilo, realmente, me irritou. Em um movimento rapido, peguei a estaca, ao meu lado, e enfiei no peito de Andrew, direto em seu coração. Foi incrivel como eu havia conseguido, pensei que ele arrancaria minhas mãos antes de tocar a estaca em sua pele. Sorte minha, eu o peguei desprevenido. Mas antes que eu pudesse terminar de enfia-la por total, Iawy se colocou em minha frente, me empurrando para trás, em quanto segurava fortemente por meus braços. Optei por não lutar com Iawy, ver Andrew se contorcendo de dor, com a estaca em seu peito, já era suficiente. — De todos, as traição, a mais dificil de aceitar, é a sua.— Eu falei, mas não para Andrew. — Eu dexei que você cuidasse de mim, o considerei como um amigo, o chamei de pai...e você me traiu.— Iawy olhou para mim, não foi preciso palavras para se desculpar, em seus olhos estavam um pedido de perdão. Dessa vez, não pude segurar minhas lagrimas. Dessa vez, não haveria perdão. — Todos me trairam.— Abaixei minha cabeça, e sussurrei. — Até você, Sol. Eu pensei que fossemos amigas.— Ela não estava aqui, mas ela me ouvia. Sol sabia de tudo sobre minha vida, era obvio que sabia sobre esse enorme detalhe. Dei alguns passos para trás, para me livrar dos braços de Iawy. — Roxie...— Iawy me chamou.— Você está fora de sí, descanse por agora e mais tarde você terá todas as repostas que deseja.— Ele disse, se aproximando de mim. — Fique onde está ou terá uma estaca atravesando seu coração tambem.— Avisei, o ameaçando. — Você não deseja nos machucar, Roxie, apenas está nervosa.— — Não? Vocês me machucaram, por que eu não desejaria revidar ?— Não esperei por uma resposta, comecei a caminhar em direção da porta. Mas eu parei, quando a voz de Nyx apareceu, me chamando.— Não vá embora, Roxie, você é como uma irmã pra mim, não quero que sofra sozinha...— Me virei, em sua direção, Nyx estava chorando e estava ajoelhada perto de Andrew, ela


estava tentando tirar a estaca de seu peito, antes de falar comigo. Vendo essa cena e os olhos de Andrew cheio de dor, o pior me ocorreu, eu não estava arrependida. — Você não é minha irmã.— Sussurrei, em seguida, sai da mansão, deixando todas as pessoas que pensava que me amavam, para trás. Agradeci por ter uma chave extra dentro do meu carro. Assim, não precisaria destrui-lo para fazer uma ligação direta. Eu precisa de um lugar para ficar, principalmente, por que estava quase amanhecendo. Geralmente, minha rotina era sempre pela floresta, mas dessa vez, optei a ir para a ciddade. Quem sabe, pelo camainho, acharia um hotel. Alias, ficando pela floresta, os traidores que costumava chamar de amigos, me achariam facilmente. Eu não tive escolha, o sol começou a nascer e tive que parar em uma farmacia na estrada. Esse lugar, provavelmente teria um estoque escuro, já que a frente era apenas vidro. E tenho certeza de que não era vidro proprio para vampiros, a não ser, que o dono do lugar seja um. Quando entrei no lugar, fui até o vendedor. — No que posso ajuda-la? — Ele perguntou, sorridente. Eu sorri de volta, ficando mais proxima do balcão, colocando minhas mãos sobre as dele. Max, seu nome, segundo o cracha que usava, já ficou totalmente excitado apenas de pensar que teria uma companhia agradavel essa noite, quero dizer, essa manhã. Bom, acho que isso me dava credito, um pervertido não deveria pisar no mesmo chão que os humanos. Antes que ele pudesse me beijar, eu o ataquei no pescoço, com minhas presas, me deliciando com seu sangue. Max no começo apenas gritava e Deus, isso estava me causando dores de cabeça. Mas conforme ele ia ficando fraco, sua voz sumia. Eu tirei minhas presas de seu pescoço, antes de uma ultima batida de um coração fraco, soar pela farmacia.— Um bom sangue.— Falei em vão, já que o rapaz já havia morrido, em quanto lambia meus labios. Notei que Max, estava deitado sobre o balcão, provavelmente eu havia o puxado, para ter mais acesso ao seu pescoço. Antes que alguem pasasse e visse, atraves do vidro, um corpo deitado sobre o balcão, eu o joguei no chão, para o lado de dentro do balcão. Eu já havia fechado toda a farmacia, para que ninguem entrasse aqui e encontrasse a mim e um corpo. Como eu havia pensado, havia um estoque, sem nenhuma janela e seria nele que ficaria. Estava sentada, no chão do estoque, deixando que todas as lagrimas ainda existentes em meu corpo, saissem. Agora, era o momento para chorar. Eu passei muito perto de matar Andrew e não tinha arrenpedimento nenhum, acabei de matar um humano e não desejava ver Nyx e Iawy nunca mais, muito menos Sol e nenguma dessas situações me deixavam triste. Qual era o problema comigo? Quando ergui meus olhos, eles cairam, diretamente, em uma das pratilheiras do lugar. Nela, estavam algumas tinturas para cabelos. Agarrei uma mecha do meu cabelo e a olhei, aquele loiro magnifico, o loiro que Andrew...adorava. Ficando de pé, caminhei até a pratilheira, pegando a caixa de tinta que desejava. Como já era acostumada a lidar com isso, não li nenhuma instrução, apenas misturei os produtos e em seguida, comecei a passar por meus cabelos. Em quanto esperava dar uma hora, para retirar a tinta, caminhei até o banheiro da loja. Durante o trajeto, tive contato com o sol, ele me causou pequenas queimaduras, mas nada graves. No banheiro, havia apenas uma privada e uma pia com um espelho. Eu me encarei no espelho durante um grande momento, me perguntando, o que iria fazer agora. Recomeçar uma vida nova, em outro pais, talvez? Ou me vingaria de todos aqueles que me causaram dor em nome de minha irmã? Devo admitir que a segunda opção era tentadora. Mas decidi pensar nesse assunto mais tarde. Quando se passou uma hora, abaxei minha cabeça sobre a agua corrende da pia e comecei a passar a mão por meus cabelos, para tirar a tintura. Alguns minutos depois, quando tive certeza de que não havia mais nenhum produto, fechei a torneira e me encarei no espelho para ver o resultado. Negros, novamente, meus cabelos estavam negros. Essa cor realçava ainda mais minha palidez e os azuis dos meus olhos, essa cor, permitiu que me deixasse ainda mais parecida com uma vampira e eu amei isso. Durante anos mantive meu cabelo loiro, pois ele não realçava tanto minha palidez, o que me tirava a imagem de que era uma vampira, ao contrario do preto. Eu não podia dormir, mesmo que desejase que isso acontecesse. Andrew concerteza invadiria meus


sonhos e isso não iria acontecer. As horas até que a noite chegasse, pareciam anos, pelo menos assim, eu teria bastante tempo para pensar no que fazer. A unica pergunta que rondava em minha cabeça, era: Eu teria coragem de machucar as pessoas que amava? Se escolhesse a opção B? Eles conseguiram me trair, por que eu não conseguiria? Pelo que notei, era facil se tornar uma traidora. E apenas uma pessoa, poderia me ajudar, a me vingar. Quando a noite chegou, deixei a choradeira de lado, chorar não faria mais parte das minhas escolhas, agora, eu iria agir. Não me importei de livrar do corpo na farmacia, as autoridades chamariam Iawy para cuidar de um defunto que foi morto de uma forma sobrenatural, sem nenhum sangue em seu corpo. E bom, eles precisavam saber que as coisas haviam se tornado diferentes sobre mim, de agora em diante. Chegar ao lugar destinado, não foi dificil, mesmo estando aqui apenas uma vez. O lugar era cheio de seguranças, logo que desci do carro, eles vieram, segurando por meu braço, provavelmente, haviam me reconhecido. Pois eu, havia reconhecido o tanque de guerra, ao meu lado direito.— Me leve até, seu rei.— Eu pedi. Ele não me respondeu, apenas me empurrou para dentro da mansão, só me restava rezar para ele me levar até Pierre. Para minha sorte, ele me levou até o salão real, onde havia visto Pierre, pela primeira vez. Quando o tanque de guerra abriu as portas duplas, logo vi Pierre, sentado em seu trono. Adimito que ele parecia entendiado, mas um pouco surpreso quando me viu entrando com seus guardas.— Saiam.— Ele ordenou para seus homens. Quando eles sairam, nos deixando a sós, ele falou — Você demorou, vampirinha.— — Estava me esperando?— perguntei, um pouco ironica. — Eu sabia que viria até mim, mas não posso imaginar o por que de estar aqui, mesmo existindo apenas duas opções. Me matar ou jurar sua lealdade a mim. Me diga, qual sua escolha?— Eu cai de joelhos em sua frente, deixando que algumas lagrimas rolassem por meu rosto, lagrimas de puro odio. — Hoje, estou jurando minha lealdade eterna a você. Sacrificarei minha vida por seus planos, minhas promesas pertecerão somente a você.— Prometi. Pierre, ainda sentado, abriu um sorriso de satisfação em seu rosto. — Seja bem vinda ao meu reino, Roxie.— Eu me levantei, e o encarei. — Eu tenho duas condições, e se você não compri-las, irei embora.— — Diga-me.— Ele pediu; — A primeira é: Não irei pra cama com você, de jeito nenhum, apenas que eu mude de idéia sobre isso. Se deseja alguem para lhe divertir, apenas por que matei sua vadia, procure outra pessoa. Menos vadia que Rosalie, claro, ou irei matar seu brinquedinho, novamente, e a segunda, não quero ver Andrew, se algum dia ele estiver por seu palacio real, me mantenha longe ou vá encontra-lo em outro lugar.— Pierre, sorriu novamente, mas dessa vez, se divertindo. — Suas ordens, são meu prazer.— Ele disse, curvando sua cabeça, como um sinal de respeito a mim. Em seguida, se levantou.— Venha,— ele me chamou em quanto caminhava até a porta ao seu lado.— Há algo que deve ver.— Eu não disse nada, apenas o segui. Nós caminhamos por diversos corredores até chegar onde Pierre queria, durante nosso 'passeio' soube que iria me perder diversas vezes nesse lugar. Era impossivel que ninguem se perdesse nessa mansão. Quando Pierre abriu o porta, um quarto, um anorme quarto, veio a tona. Suas cores principais eram preto e dourado. Uma combinação linda. Pierre caminhou para frente, entrando no lugar, e eu, caminhei para trás. Ele se virou para mim, me encarando.— Por mais que seja tentador te-la em meu quarto, com uma cama vazia, esperando por algo divertido, não irei quebrar suas condições. Apenas se desejar que isso aconteça, não pensarei duas vezes, ainda mais, com esse tom em seu cabelo, que a deixou ainda mais desejavel.— Ele falou e eu nao tive escolha, a não ser entrar. Em nossa frente, havia uma comoda, não muito grande, da cor preta e Pierre caminhou até ela. Nela, havia algo retangular, o que me parecia um porta retrato, ele o pegou e em seguida, se virou para mim, que esperava no centro do quarto. Pierre veio até mim, em silencio, e me entregou o porta-retrato, virado para baixo. Quando o virei para mim, meu coração parou. Na foto, estava Andrew, Pierre e...minha irmã. E o mais incrivel, todos estavam sorridentes. Pierre e Annabelle


estavam com suas cabeças apoiadas uma nas outras, de uma maneira carinhosa, e Andrew, estava um pouco mais a frente, com seus braços erguidos, provavelmente, segurando a camera, já que com sua posição, era notavel que ele havia tirado a foto. Eu olhei incredula para Pierre.— Você a amava. — eu sussurrei, ainda não acreditando no que estava vendo.— Você a amava e deixou que se transformasse em um monstro, por que?— — Eu não deixei.— ele rebateu.— Annabelle se recusava a se alimentar, mesmo a força, era impossivel que ela tomasse sangue. Ela se tornou aquilo, por sua propria escolha. Alias, eu pensava que a amava, pensei que amor entre vampiros era possivel, mas não, quando ela se tornou aquilo, ela esqueceu todo o amor que jurou a mim.— Ele disse, talvez, lamentando um pouco. — Por que só permitiu que ela fosse morta agora, Pierre? Aquilo só causou sofrimento para ela, você deveria ter matado ela e não ter feito dela um teste.— — Se fosse Andrew, você o mataria? você teria coragem?— ele tinha um ponto, um bom ponto. — Mesmo estando se remoendo de raiva por meu irmão, sabe que nunca conseguiria. Então, achei certo, que você fizesse isso. E sobre fazer dela um teste, eu não a amava, que diferença iria fazer?— — Não diga que vampiros não amam. Andrew é seu irmão e mesmo assim, você o ama. Você não teve coragem de matar Annabelle, se não foi por amor, o que foi?— — Eu nao devo explicações sobre meus sentimentos a você. Só quero que tenha certeza se quer se juntar a mim, eu não irei parar com meus planos por Andrew ou por outra qualquer coisa.— — Esse plano é o proprio caminho para morte. Pare com esse loucura, você não me parece insano, Pierre. Faça isso por Annabelle.— Falei. — Eu estou fazendo isso por ela.— Ótimo, hoje, eu precisaria de um coração novo. Essas 'novidades' iriam acabar comigo. — Por Annabelle? Eu tenho certeza que ela lhe impediria de fazer isso.— — Você a conhecia melhor do que qualquer pessoa. Me diga o por que dela desejar isso.— Isso era uma pergunta dificil de se responder, mas conforme a situação estava, dava para notar. Um vampiro não é livre, quando o sol nasce, todos são obrigados a se esconder. Annabelle odiava se sentir presa. — Pela sua expressão, acho que já temos uma resposta.— — Eu farei qualquer coisa para cumprir o plano, mesmo que eu tenha que matar meus amigos, não irei parar. Farei isso por Annabelle.— Pierre sorriu para mim e falou.— Será uma honra ter sua ajuda.— Eu encarei o retrato mais uma vez, só que dessa fez, olhei para Andrew. Seu sorriso era sincero e dificilmente se via um desse em seu rosto. Eu mesma, era dificil conseguir faze-lo sorrir, com pura sinceridade e vontade propria. — Por que Andrew escondeu sobre Annabelle de mim, Pierre?— Eu perguntei. — Talvez, apenas queria deixa-la forte para me enfrentar, você ficaria vulneravel demais se soubesse dela antes, acho que eles estava lhe protegendo...eu não sei, Roxie.— — Posso ficar com esse porta-retrato?— Pedi. Implorando para os Deuses que Pierre me desse ele, pois essa era uma das poucas lembranças que teria de Annabelle e de...Andrew. — Claro.— Ele falou e eu retribui esse presente com um abraço. Isso foi totalmente por impulso, principalmente por que eu estava mais surpresa por isso do que Pierre. Pierre ficou totalmente rigido, suas mãos seguraram minhas costas, para nosso equilibrio, ele não esperava por isso e depois de varios segundos, eu me afastei. — Obrigada.— agredeci.— E me desculpe por isso.— Falei, me referindo ao abraço. Antes que pierre pudesse dizer algo, uma batida na porta soou, mesmo ela estando aberta. Eu me virei, para encarar a pessoa que acabará de nos atrapalhar. Era uma mulher, seus cabelos, ruivos, estavam presos em um coque, a mulher usava roupas elegantes e ela era humana. — Roxie, está é Seline. Ela é minha governanta e a leverá para seus novos aposentos.— — Oi.— Eu a comprimentei, rapidamente. — Bem, você pode acompanha-la, Roxie. — Pierre falou. Eu hesitei por um momento. Bom, a unica pessoa que eu conhecia era Pierre, e ele não tinha minha confiança por completo, não ainda, e


seus empregados, estavam longes de ser confiaveis. Eu agarrei o porta retrato contra meu peito e caminhei até a humana. Afinal, eu não devia temer a ela, então, caminhei com toda a segurança que eu tinha até ela. Qualquer 'medo' que me ocorreu agora pouco, passou, quando ela abriu um sorriso para mim. Seline, parecia ser...agradavel. Quando passei por ela, Seline fechou a porta do quarto de Pierre. Nós caminhamos em silencio, não havia nada para conversar, eu havia acabado de conhecer ela. Seline, colocou a mão na fechadura de uma das portas do corredor, provavelmente, este era meu quarto. Antes que ela pudesse abrir, Seline se virou para mim.— Me desculpe, não costumo expor minhas curiosidades, mas...— ela me encarou, olhando para minhas mãos.— Você é a Roxie, a noiva de Andrew?— Eu sorri, um pouco constrangida.— As coisas estão um pouco...complicadas. Não acho que 'noiva' seja uma palavra adequada para se usar agora. Mas sim, eu sou...era a Roxie do Andrew.— Eu olhei para o anel, em meu anelar, provavelmente, era isso que Seline estava olhando.— Eu ainda não tive tempo de tirar isso, está tudo bem, sobre, ter perguntado.— Eu falei, quando vi que Seline estava ficando um pouco corada. — Realmente, me perdoe, não queria parecer rude. É que...A última vez que vi esse anel, Andrew estava muito animado para lhe entregar. Eu nunca o vi tão feliz e...apaixonado.— Seline, pelo jeito, devia conhecer muito bem Andrew. Só pelo fato de o chamar por 'Andrew' e nao pelo seu sobrenome ou coisa do tipo. Ela poderia até ser uma antiga amante — Oh!— ela exclamou.—Não pense assim, por favor.— Meu coração deu um pulo a menos, mais uma leitora de mentes? Ótimo! Eu pensei que ela era humana! — Eu não sou humana, bem, tecnicamente, eu sou. Mas sou imortal e posso ler mentes, apenas isso.— — Sinto muito, não queria ofende-la.— Falei, constrangida. — Tudo bem, Senhorita, é normal que sinta ciumes.— Ciumes? Eu queria decapitar Andrew com minhas proprias mãos e ainda achavam que eu sentia ciumes, isso iria ser realmente, ótimo.— Eu nunca vi alguem como você, jurava que era humana, não a ofenderia assim, se soubesse. O que você é, afinal?— Perguntei, curiosa. — Eu fui amaldiçoada por uma feiticeira, anos atrás. Essa é a unica explicação que tenho. E só pra reforçar, eu nunca dormi com Andrew. Digamos que eu seria mais como uma 'babá' para ele. Pierre me contratou para ficar de olho nele, para mante-lo longe de brigas, nós dois, somos apenas amigos. — Eu ri. Apenas de pensar que Andrew tem uma babá, ja era motivo para se ter boas risadas. — Não quero aborrece-la mais. Este é seu quarto.— ela disse, se virando e abrindo a porta, rapidamente. — Notei que não tem nenhuma bagagem, então, providenciarei algumas roupas para você.— Ela caminhou para o lado, para que eu entrasse no quarto. — E seja bem vinda, senhorita. — — Me chame de Roxie, por favor.— Pedi. Sem mais delongas, Seline se retirou, apenas com um aceno com sua cabeça e um breve sorriso. Fechei as portas atrás de mim, e olhei, para meu novo quarto. Havia uma cama, enorme, centralizada, seguida de dois criados mudos em cada lado dela. As cores do quarto, eram azuis, de varias tonalidades. Não havia nenhum guarda-roupa, isso era sinal, de que eu havia ganhado um closet, já que haviam duas portas no quarto, uma provavelmente era do banheiro, e a outra, do meu novo 'guarda-roupa'. Eu me joguei na cama, ignorando o restante do quarto. Me virei de lado e coloquei o porta retrato em cima de um dos criados. Seguido, olhei para meu anel uma ultima vez, e o enfiei dentro da gaveta e a fechei. Se eu queria uma nova vida, sem andrew nela, ninguem deveria pensar que eu pertencia a ele. Uma nova vida, contra Andrew...isso iria ser muito intrigante. Três meses se passaram desde que jurei lealdade a Pierre, se havia mudado de idéia durante esses meses que se passaram? Claro que não! O que meus antigos amigos fizeram a mim, não haveria perdão. Eu havia aprendido a transformar minhas saudades em puro odio, pelo menos tentava, e as vezes funcionava. E bom, as três unicas coisas agradaveis que me aconteceram, foi nunca mais ter visto Andrew. Nós


nunca mais nós encontramos, nem em sonhos, nem na mansão de Pierre, em nenhum lugar. A segunda coisa, era que ganhei uma nova amiga. Seline era maravilhosa em tudo que fazia, e eu a admirava e a terceira, acho que Pierre havia ganhado minha total confiança. Nós tinhamos uma relação muito boa, como amigos e irmãos, sem ter nenhuma relação sexual, claro. Eu não o desejava dessa maneira e ele respeitava isso. Acho que até ele mesmo havia perdido esse tipo de intenções comigo. Ah, havia uma quarta coisa, Pierre me presentiou com uma nova bootie, Deus, eu não tive nem palavras para dizer o quanto estava feliz. Mas o principal, que aprendi durante minha convivencia com Pierre era: ele não era um monstro como todos pensavam. Agora, ele era parte da minha familia e eu o amava como um amigo, assim como Seline. Pierre não queria que eu me envolvesse muito com os planos dele sobre matar Sol, ele pensava que eu seria muito vuneravel nesse assunto. Então, me encarregou de cuidar do exercito de recem nascidos que um dia ele criou para me caçarem. Já que Andrew havia o abandonado, totalmente, eu fiquei no lugar dele. O que eu fazia, era simples, os ensinava a caçar, exatamente como Iawy me ensinou um dia. Nosso local de trainamento, era na floresta, eu tentei mudar o lugar, pois era naquela floresta que ficava a mansão de Nyx, querendo ou não, ficava proxima deles. Mas Pierre não permitiu, ele disse que era perigoso, os humanos nunca podiam ver vampiros em uma luta e nessa floresta, era o único lugar em que eles não se arriscavam fazer uma visitar. E bom, quando sentia falta de Andrew, mesmo tentando transformar essa saudades em raiva, era complicado. Então, pedia para Seline falar sobre ele para mim. Ela fingia acreditar que eu estava sendo apenas curiosa sobre a vida que levou junto com ele, mas Seline sabia que não era isso. Resumindo, acho que era por causa disso, que nos davamos bem. E sobre ela ler minha mente, era um problema. Acho que sempre teria problemas com pessoas que leem mentes, eles nunca me respeitam! Mas eu podia conviver com isso, mesmo as vezes tendo que fazer pequenas ameaças para ela. Era uma pena, que a batalha estava se aproximando. Daqui um mês, aconteceria o tão esperado eclipse, e as coisas iriam ficar complicadas. Talvez eu mesma, não sobrevivesse. Eu iria bater de frente com Andrew, de qualquer forma. Ele era meu criador e tinha poderes suficientes para me matar. Eu não sabia exatamente como funcionariam os planos para capturar Nyx, mas o rei, considerado como um montros, não me incluiu nessa missão. E eu agradeci, não acho que conseguiria fazer isso com Nyx. Bom, acho que foi isso que aconteceu de importante nos ultimos três meses longe de Nyx, Iawy e Andrew e eles, esses meses, foram ótimos. Pierre, praticamente, me tratava como uma princesa e eu amava isso.

Quando Pierre me designou para cuidar de seu exercito vampiresco, eu pensei que isso seria um grande problemas, pensei que os vampiros nunca me aceitariam. Mas bom, eu estava enganada. Eles conseguiram até fingir que gostavam de ter uma mulher comandando eles! Mas eles acabaram se acostumaram comigo. Hoje, nós estavamos em treinamento, conforme o rei, havia pedido pra mim. Mas eu, realmente, não estava afim de fazer um treinamento digno de uma batalha para eles, então, eu os testaria. — Bom,— Eu falei alto, para ter a atenção dos vampiros que estavam em fila, em minha frente.— Essa noite, vocês iram provar, o quanto leais são a uma ordem vinda de mim.— falei.— Quando eu sumir entre as árvores, vocês começaram a fazer abdonais, no chão, e só vão parar, quando eu voltar. Aqueles que desistirem, só vão provar, que não são capazes de cumprir uma tarefa para o rei,


provaram a si mesmo que são fracos. E não pensem que eu estarei distraida passeando pela floresta atrás de um animalzinho para fazer um lanchinho. Estarei observando vocês, sem tirar minha atenção dessa clareira, por nenhum minuto.— Eu olhei para os vampiros uma ultima vez, e me virei em direção das árvores.— Comecem.— Eu gritei, sumindo entre elas. Observando eles? Sem tirar a atenção da clareira? Há! Quem eu estava tentando enganar? Iria fazer um lanche noturno, isso sim. Eu não iria caminhar para a direção da casa de Nyx, muito menos ficar perto dos vampiros de Pierre, o que só me restava ir para o leste. Existia uma grande lembrança emocional sobre o leste, mas bem, eu não chegaria perto do parque. E eu tinha certeza disso. Algo abandonado, é sempre o mesmo que existir fantasmas no lugar, então, ficar longe do parque estava no topo da minha lista. Depois de horas caçando, eu segurava um coelho branco de olhos vermelhos em minhas mãos, ainda vivo, pronta para enfiar minhas presas em seu pescoço, quando escutei algum barulho, não muito longe de mim, na floresta. Larguei o coelho, no chão, e caminhei na direção de onde havia vindo o barulho Conforme eu me aproximava os barulhos ficavam ainda mais nitidos. Haviam vozes, mas não pude reconhece-las. Quando me aproximei, não tão perto, das pessoas em uma clareira, deixando que as àrvores me escondessem, meu coração se apertou em meu peito. Eu não sabia pelo o que estava surpresa. Por ver Andrew conversar, civilizadamente, com Iawy ou por Nyx estar transformada, sem estar trancada e eu nem mesmo ter notado que hoje era noite de lua cheia —...Não precisa usar essa jaqueta grossa, Andrew.— Iawy falou, olhando para a jaqueta que Andrew usava.— Nós estamos nisso à meses e nenhuma vez ela lhe atacou, não há mais o que temer— — Não estou com medo.— Andrew resaltou.— Apenas estou me precavendo de uma tragedia. Afinal, Nyx odeia o fato de ter que respirar o mesmo ar que eu, então, não vou arriscar minha sorte para provar que uma mordida de licantropa pode ser letal pra um vampiro.— — Você está exagerando.— Eu olhei para Nyx, transformada, ela estava sentada do lado de Iawy, como um cão de guarda. Eu havia me esquecido de como ela ficava linda como loba e de como era enorme. Sua cabeça, estava um pouco acima da cintura de Iawy. Se ela ficasse de pé, em apenas duas patas, concerteza ficaria maior que ele. — Não, estou salvando vidas.— Andrew respondeu.— Com minha morte, muitas mulheres se suicidarão.— Eu havia mudado tanto durante esse tempo, como eles conseguiam ser os mesmos? Bom, talvez o ego de Andrew havia aumentado um pouco, mas em outras coisas, ele continuava o mesmo. Apenas em seu corte de cabelo, que estava mais curto que o costume, que valorizava ainda mais seu rosto, o deixando mais lindo. Nyx, pelo que pareceu, soltou um suspiro. Ela se levantou e caminhou até Andrew, calmamente, deitando de barriga para cima, pedindo por carinho. Iawy e Andrew ficaram incredulos e até mesma eu, fiquei. — Os inimigos selvagens sempre usam essa tatica de se socializar com o inimigo.— Andrew falou, dando de ombros, com a desculpa que arrumará para nao admitir que estava exagerando. — Bom,— Iawy começou. — Tática ou não, é melhor esquecermos isso para não ter nenhum suicidio quando a lua cheia acabar.— Andrew olhou novamente para Nyx, aos seus pés, e convencido de que ela não o atacaria, ele tirou a jaqueta e a jogando no chão. Depois disso, eu convenci a mim mesma, a ir embora. Eu comecei a andar para trás, ainda olhando para eles, sem tomar cuidado onde caminhava, resultando um graveto quebrado, o que foi suficiente para Andrew entrar em alerta. — Você escutou isso?— Andrew perguntou, olhando ao redor da clareira. Meu coração, nesse momento, já havia parado. — Não.— Iawy respondeu, na sua calma de sempre. — Seja o que for, deve ter sido um animal.— — Seja o que for, essa floresta nunca foi segura. Tire Nyx daqui, há mais alguem aqui.— Ele falou. E bom, esse foi momento de sair correndo.


Não percebendo o caminho que eu estava tomando, continuei correndo, sem fazer muitos barulhos, isso confundiria Andrew, caso ele estivesse vindo atras de mim. Eu parei, quando dei de frente com o carrossel, um pouco distruido, me torturando por ter corrido em direção do parque. Oh Deus, pensei, eu tinha que dar o fora daqui. Preferia me entregar a Andrew do que irritar alguns fantasmas. Mas antes que eu pudesse começar a caminhar, fui arremesada, como uma bola, contra parede. Eu ainda estava um pouco atordoada, quando uma mão se passou por meu pescoço, me colocando de pé. Andrew, usou a parede como um apoio para meu corpo. Eu agredeci, por ele não ter me levantado, tirando meus pés do chão, não gostaria de ser enforcada, no momento. Quando ele me arremessou na parede,provavelmente não não havia me reconhecido, por não ter visto meu rosto, mas quando pegou em meu pescoço, me reconhecendo, o aperto ficou ainda mais forte. — Acho que esse foi o olá mais interessante que ja ganhei um dia.— Falei, um pouco ironica. Os olhos de Andrew passaram por mim, os deixando por varios segundos em meu cabelo, depois, seus olhos, pararam nos meus. E sua expressão, não era nem um pouco agradavel. — E essa, será a morte mais interessante que ja causei um dia.— Ele falou, friamente. — Você não irá me matar.— Rebati, fincando minhas unhas em seu braço, com esperanças, de que ele me soltasse. — Não? Pessoas que tentam me matar, não sobrevivem para ver o sol nascer no dia seguinte, três meses, é muito tempo. Isso está sujando minha reputação.— Seu aperto, ficou mais forte, me deixando com falta de ar.— Segundo você, traidores devem morrer, não é verdade?— Eu sorri, cinicamente, já que ele estava me impedindo de falar, apertando meu pescoço.— Não tem medo de morrer, Roxie?— Seu aperto, se afroxou um pouco, permitindo que eu falasse. — Não pode me sentir mais? Você adorava fazer isso.— Ironizei. — Meu sangue não corre mais por suas veias e eu permitiria que enfiassem uma estaca em meu coração, novamente, a ter que deixa-la provar meu sangue.— — Então, concordamos com uma unica coisa.— Andrew me chacoalhou contra a parede, fazendo com que batesse minha cabeça. Eu gemi com a dor que aquilo me causou. — Eu a mataria, se não estivesse sob proteção de meu irmão.— Ele cuspiu.— Mas quando tiver uma chance, uma pequena chance...Eu matarei aquilo que criei.— Andrew, finalmente, me soltou, se afastando. Eu nunca seria louca de ataca-lo, depois de quase ter tido minha cabeça arrancada, com apenas um aperto...— Vá embora, antes que esse cheiro de Pierre, impregnado, por todo seu corpo, me enoje mais ainda.— Eu não era louca de ataca-lo, mas tinha coragem suficiente de provoca-lo.— Essa seria uma ótima hora, para perguntar como vai minha vida sexual.— Menti, mas eu não podia sair daqui perdendo para ele. E essa mentira, me custou uma bofetada. Eu senti meu rosto arder, como se raios solares estivessem me queimando. E sim, eu fui pega desprevenida, eu nem ao menos vi Andrew se aproximando de mim, novamente. — Você se tornou uma mentirosa, Roxie?... Era de se imaginar, convivendo com um mestre em mentiras, como meu irmão, seri...— — Não ofenda Pierre.— Eu o cortei.— Você é pior que ele, não o ofenda.— falei. Andrew me empurrou em direção da parede, novamente, mas dessa vez, com menas força.— Você acredita que Pierre é sincero?— ele falou.— Você é uma tola, Roxie...Não, você não é tola. Se demonstrou muito esperta quando se juntou a Pierre. Na verdade, você é fraca.— Isso bastou para mim. Eu ataquei o pescoço de Andrew, com minhas unhas, fazendo pequenos cortes. Mas logo, eles se curaram e ele nem ao menos parecia ter sofrido uma dor. A unica coisa que ele fez, foi segurar meus pulsos, contra a parede. — Eu não sou fraca.— falei.— Pierre me contou toda a verdade, eu não irei parar por causa de você e suas ameaças sobre me matar.— — Mas eu irei para-la.— ele ameaçou. Provavelmente, meu pescoço e pulsos, estariam com


hematomas, do tanto que ele os apertou.— Espere, a verdade? Que verdade?— — Eu sei de tudo, Andrew. Você mentiu para mim, você me traiu e...— — Senhorita Louvain?— Alguem gritou na floresta, me procurando e fazendo com que eu me calasse. Provavelmente, podia ser alguns dos vampiros de Pierre e de maneira nenhuma, ele poderia me ver com Andrew. — Me solte— Eu pedi para ele.— E suma daqui.— — Sumir? Por que?— falou, ironicamente.— Não gosto de me esconder, Deus me abençoou com uma beleza incrivel, não devo esconde-la, isso seria algum tipo de pecado, não acha? Alias, nós ainda não terminamos aqui.— Eu soltei meus pulsos de suas mãos, claro, ele havia permitido isso. E Andrew parecia muito divertido com meu desespero. Em quanto ignorava ele, olhei ao redor do parque, procurando por algo ou uma idéia. Em nossa frente, não muito distante, pois eu nao tinha tempo para ir mais longe, havia uma mansão mal assombrada. Eu pensei seriamente em ser vista com Andrew ao ter que entrar lá, mas as coisas seriam piores. Eu chutei Andrew, no meio de suas pernas, eu não tinha intenção de chuta-lo antes, em sua parte mais sensivel, mas apenas assim, poderia empurra-lo para dentro da mansão. Em quanto eu o empurrava, Andrew me xingava horrores, palavras que eu nem ao menos havia ouvido um dia. Até em frances ele reclamava! Talvez, eu tivesse usado força demais ao chuta-lo, já que ele estava demorando para se recuperar...bom, ponto para mim! — Fique ai e não saia.— Eu falei, com minha mão na maçaneta, pronta para fechar a porta. Mas antes que eu pudesse fecha-la, Andrew me puxou para dentro, me jogando no chão, em seguida, ele fechou a porta. — Eu disse,— Ele rangiu, parecendo, totalmente, furioso.— Que nós não terminamos. E você não irá embora, até que permita isso.— — Você não manda mais em mim, Andrew.— Rebati, em quanto levantava. Andrew estava bloqueando a porta, com seu propio corpo, o que seria dificil, quase impossivel, de passar por ele. — Tecnicamente, eu sou seu mestre, então, eu posso fazer de você minha escrava.— Infelizmente, eu tive que chutar seu membro sensível, novamente. Talvez, dessa vez, tivesse sido intencional, já que eu tinha que tira-lo de minha frente e eu não permitiria essa possesividade sobre mim de novo. Mas Andrew, mesmo com a dor, não bobiou. Ele me segurou por meus braços, os apertando. Concerteza, estava descontando a dor neles. Bom, acho que essa noite, eu ganharia mais hematomas. *** Eu acordei, se estivesse desmaiada ou dormindo anteriormente, seria um misterio eterno. Abrir meus olhos, não foi minha prioridade, pois, a partir do momento que abrisse, teria que encarar meus erros. E dormir com o inimigo, será o pior erro que se pode cometer, sempre! Talvez, eu me sentiria melhor se Andrew não estivesse mais aqui quando acordasse, mas ele estava, infelizmente e eu podia senti-lo ao meu lado e isso era mais um motivo para manter meus olhos fechados, encara-lo não estava em minha lista depois do que aconteceu na noite anterior...noite anterior. Oh, Droga! Provavelmente já era dia, e não haveria maneira nenhuma de sair de dentro dessa casa até a noite chegar. Se Deus me considerava uma pecadora, ele estava me castigando nesse momento. Toda minha perspectiva de manter meus olhos fechados, para não encarar meus problemas, foi embora a partir do momento que senti um liquido grosso, escorrendo por minhas costas, nua e uma pequena dor aguda. E quando senti o cheiro do liquido, logo descobri o que era, meus olhos se arregalaram. — Não se assuste.— Andrew falou.— Não é seu sangue.— Não era meu sangue, menos mal, eu acho. Eu tentei me mexer, aquela pequena dor, era insuportavel. Mas Andrew me segurou no lugar, com uma das suas mãos. Sua mão livre, estava passando por minha costas e o mais chocante, era que ele não estava me causando a dor, em cada lugar que Andrew tocava, a dor passava. — O que está fazendo?— Perguntei, depois de alguns minutos. Não queria ter ficado em silencio por muito tempo, mas seu toque em minha costa, era tão bom...


— Meu sangue pode curar os hematomas que causo em você. Só estou cuidando dos piores.— Dos piores, meus corpo inteiro latejava de dor, havia varios roxos em meus braços e sabe Deus onde mais tinha roxos. Gostaria de saber, o que era o pior para Andrew. — Você pode me causar hematomas que iriam levar o tempo que um humano leva para se curar, mas tambem pode me curar? Com seu sangue?— — Sim, apenas o sangue de seu criador pode curar os hematomas que lhe causa.— Pierre poderia ter curado Andrew antes que a violencia que causou se formasse essa cicatriz horrivel em sua cortas, mas não o fez. Bem que Andrew falou um dia, que era um castigo que levaria para eternidade. Essa era intensão de Pierre desde o inicio, isso era cruel. — Você não deveria fazer isso. Nós perdemos muito sangue na noite passada...com tudo que aconteceu.— Andrew não me respondeu, mas eu sabia a resposta. Ele havia se alimentadao do meu sangue.— Acho que agora seria uma boa hora para esfregar em sua cara aquilo que preferia morrer ao provar meu sangue novamente?— Falei, ironicamente. — Vá em frente. Pois eu acho mais divertido causar hematomas ao inves de cura-los.— Um aviso. O suficiente para me calar. Andrew estava correndo sua mão em uma caricia de ponta a ponta em minhas costas, um gesto que fazia minha respiração congelar conforme seu toque pegava em meus pontos sensiveis. Eu já não sentia mais dores, apenas sua cariacia. — Já terminou? — perguntei. — Terminei já faz alguns minutos.— Oh. Seu aproveitador barato. Eu me virei, para encara-lo. Andrew estava proximo, muito proximo de mim. Seus olhos frios e azuis, estavam fixos aos meus. Não sabia que era uma pessoa tão controlada. Pois tive que ter muito controle para não pular nele e beija-lo ou desviar meu olhar para seu peito nu. — Nós somos inimigos.— o lembrei.— Isso foi errado, Andrew e não deveria ter acontecido.— — Você não é minha inimiga, Roxie. Você é a mulher que amo.— Ótimo, ele estava doido. E manter meus olhos nos seus, foi algo ainda mais dificil. — Você me ameaçou de morte a algumas horas, como pode dizer que me ama?— Eu não queria saber a respostas, mas isso foi a primeira coisa que veio a minha cabeça. — Meus sentimentos não fazem me esquecer sobre o meu dever.— — Você não devia ter escondido sobre minha irmã, Andrew.— — E você não devia ter corrido atrás de Pierre antes de me pedir explicações sobre o assunto. Muito menos ter virado uma rebelde matando humanos sem piedade nenhuma com suas vidas.— Eu o encarei incredula. — Desde quando se importa com vidas humanas, Andrew? Desde quando se importa com uma vida que não seja a sua?— Eu não queria discutir esse assunto, sobre me juntar com Pierre, tudo que queria era ir embora e nunca mais ve-lo. Mas eu sabia que quando encontrasse Andrew, seria inevitavel não falar sobre isso. — Eu não me importo com ninguem, realmente. Mas você se importava, ainda se importa.— Eu me levantei, puxando aquele lençol que me cobria junto ao meu corpo, para me cobrir. — Você queria que não partisse sem me dar explicações. Mas eu sei quais são, sempre soube, Andrew. E agora você acabou de confirma-las.— Andrew se levantou tambem, ficando do outro lado da cama, longe de mim. Ele vestia apenas sua calça preta, deixando a mostra a maior parte do seu corpo, sem hematoma nenhuma. Ah, mas eu ficaria tão feliz em deixar uma cicatriz nesse corpo perfeito. — Me diga, o que confimei?— Ele não estava pra brincadeira, por sua voz, sua expressão, ele me mataria se fosse possivel apenas por mente. — Você nunca pretendeu me contar sobre minha irmã, por que contaria? Isso me deixaria tão vulneravel, tão emotiva, tão sem vida... Algo sem vida pode lhe dar alguma diversão? Não. Você apenas se importou com você, por que a partir do momento que soubesse, eu não seria mais a mulher que ama. E eu acredito que me ame, eu já o senti, acredito nisso, mas você ama primeiramente você mesmo. Você só se importou contigo mesmo e não desperdiçou tempo cuidando da minha irmã, para que ela não se tornosse aquilo. — Eu esperei que Andrew falasse


algo, mas não, ele apenas continuou em silencio. — Diga algo.— Pedi ou ordenei. — Não.— ele disse, calmamente.— Você está errada, mas nada que eu fale vai faze-la mudar de idéia. Eu a avisei, não me culpe pelo o que aconteceu com sua irmã.— — Sendo esperto.— disse — Mas posso mante-la no lugar, sem prolema nenhum, caso queira usala novamente.— Eu o ignorei, olhando com cautela Andrew empurrar a cama até a janela, a tampando. Tudo bem, isso foi esperto. Ele se virou para mim — Bem,— anunciou.— Você passará metade de um dia com minha companhia, bem vinda ao quarto da tortura.— Ele sorriu, e dessa vez, senti falta do seu sorisso ironico, pois esse que acabará de ganhar, era de pura malicia. Involuntariamente, dei um passo para trás. Idiota! Me xinguei. — Gostei dessa resposta.— Depois de algum tempo, eu já estava vestida com minhas roupas ou com o que sobrou delas. Evitar Andrew era meu ponto crucial de estar nessa casa, e notei, que até mesmo ele estava me evitando. Nós sobrou apenas dois comodos, na verdade, praticamente, era apenas um. Pois a parede que os separava, não existia mais. Pelo menos, com parede ou sem parede, havia uma distancia entre nós dois. Quando terminei de olhar pela milessima vez, aqueles bonecos de caveira amontoados em um canto, meus olhos cairam em Andrew. Eles estava sentado, olhando para o teto, e parecia um pouco cansado. Isso foi algo surpreende, vampiros nunca ficavam cansados, muito menos existia essa expressão em nossos rosto, já que era impossivel. — Você está bem, Andrew?— Perguntei, caminhando até ele. Andrew não me respondeu, mas quando seus olhos cairam em mim, congelei no lugar. Seus olhos azuis, aqueles belos azuis, não estavam mais lá. Seus olhos estavam negros, onde deveria ser azul. — Fique longe de mim, Roxie.— ele rangiu. — Andrew...— murmurei, me aproximando ainda mais. Andrew se lavantou, em uma velocidade que apenas vampiros poderiam alcançar, me colocando contra a parede que estará encostado a alguns segundos. — Eu devo meus parabéns a você, e ao meu irmão. Muito esperto, Roxie, isso foi, definitivamente, muito esperto.— Suas presas estavam expostas e sua expressão, era o mesmo de um animal pronto para o ataque. Um olhar, que vampiros usavam, para matar. — Eu não sei sobre o que esta falando.— Em quanto Andrew me segurava, notei, que ele não usava sua força de costume e sua temperatura, estava ficando..quente. E seu coração, estava acelerado, eu nunca havia escutado o coração de Andrew bater, acho que por esse motivo, já era o suficiente para saber que algo estava ocorrendo — O que está acontecendo?— choraminguei, com medo de seus olhos. Ao inves de me dar uma resposta, Andrew se virou e se ajoelhou no chão. Em seguida vomitou, realmente, vomitou. Vampiros nunca vomitavam, isso era coisa de humanos. Tudo bem que o que estava saindo não era nada humano, era uma gosma preta, parecido com petroleo. Eu me ajoelhei ao seu lado, colocando meus braços ao seu redor, o puxando para a parede, longe daquela gosma. — Seu sangue está envenenado.— Ele disse, em um suspiro. Eu o olhei incredula, como meu sangue podia estar envenenado sendo que não havia nada ocorrendo comigo? — Alguem o envenenou, alguem que não irei citar o nome, pois sua paixão por ele é cegante.— Sarcastico, até em uma situação dessa, ele tinha tempo para isso. — Pierre não iria colocar veneno no meu sangue. Ainda mais sabendo, que eu jamais permitiria alguem me morder. Por que isso não fez mal a mim?— — Você permitiu que eu lhe mordesse. Ele sabia, que cedo ou tarde, isso aconteceria. Todo sabiam que no momento que nos encontrassemos, sangue seria derramado e seria provado.—


A respiração de Andrew estava começando a ficar rapido e, Deus, isso estava me assustando. Ele estava parendo um humano, morrendo aos poucos. — Bruxaria, existem feitiços que permitem que um veneno não faça mal a aquele que o carrega, deixando que os que provam, sofram as consequencias.— — Mas você é irmão dele...— Pierre não poderia ter feito isso, eles eram irmãos, e ele nunca quis o mal de Andrew. Talvez eu tivesse tomado por acidente o veneno. Essa era a unica explicação. — Um irmão que virou a costas para ele.— Ele murmurou. Eu o encarei, em seus olhos, estavam surgindo manchas vermelhas. — Quais são as consequencias?— Eu engoli em seco, com medo da resposta. — Eu estou morrendo, mon cherie.— Ele me respondeu, calmamente. — Como você pode dizer isso assim, tão calmo?— Eu gritei, enlouquecendo. O ponto bom disso tudo, era que ele havia me chamado de Cherie, depois de meses, mas ele estava morrendo, não existia ponto bom. Andrew sorriu para mim, suas presas um pouco sujas com aquela gosma preta, esse bastardo, realmente, sorriu. — Você ainda se preocupa comigo.— Ele disse.— Mesmo depois de tanto tempo e de tentar me matar com uma estaca, você ainda se importa.— — Qualquer um se preocupa com alguem que está prestes a morrer, Andrew.— — Não minta.— Certo, ele podia me sentir agora e isso era uma mentira.— Essa gosma é o veneno...Meu corpo está o rejeitando.— — Rejeitando? Mas se seu corpo está o rejeitando, você não está...— Andrew sorriu, antes mesmo que eu pudesse completar minha frase. — Eu não posso morrer.— ele me lembrou.— Eu já estou morto.— — Esse veneno está afetando seu cerebro!— Minha vontade era de soca-lo, não de gritar. Mas eu não poderia fazer isso, com Andrew, mais feaco que eu. — Me perdoe. Mas eu precisava ver sua expressão para ter certeza de que não estava envolvida nisso.— — Não podia pelo menos sentir minhas emoções?— Indignei. — Meu sangue está lutando contra o veneno, não tenho tempo de verificar seus sentimentos.— — Lutando? E se o veneno for mais forte?— Perguntei, me preocupando com a resposta. — Apenas lembre-se, eu odeio rosas vermelhas. Certifique-se que ninguem as deixe na minha lapide.— Eu o encarei, esperando por uma risada cansada.— Mas creio que isso não seja o caso. Não pretendo desistir da minha existencia, você sabe, não acho que haverá muito espaço para meu ego no inferno.— — Já estou me sentindo sufocada aqui, acho que no inferno não haverá espaço para você, Andrew. — — Mesmo?— Ele sussurrou. Talvez, a dor estivesse aumentando, pois ele acabará de fechar seus olhos, seus olhos que não estavam mais azuis. — Então, onde é meu lugar?— — Comigo.— Eu o respondi. Talvez, eu estivesse louca em dizer isso. Mas quem se importava? Andrew poderia morrer e de longe, quero que isso aconteça. Eu o puxei para mim, apoiando sua cabeça nas minhas coxas. — Você é bipolar, Roxie, devia passar por um tratamento.— — Oh, cale a boca antes que eu esqueça que sou uma dama e lhe de uma surra mesmo estando nessa situação.— o ameacei, com um tom de brincadeira. — Apenas...não se assuste pelo o que está por vir. Agora, me deixe ser um pouco dramatico.— ele disse, ainda com seus olhos fechados, me dando um pequeno sorriso. — e me de um motivo para não desistir dessa guerra — E então, Andrew não estava mais ciente, pelo menos, não fisicamente. Não me assustar, ok, eu podia tentar isso. Tirando o fato de que Andrew, depois de um tempo, parecia estar morto. O único sinal de vida, era sua temperatura quente, o que era ainda mais


assustador. Como no passado, um tornado de dor atravessou meu coração. Não pude segurar um grito de dor ou surpresa por a barreira que Andrew sempre construia para não senti-lo havia sido desmoronada. Dor, apenas dor e eu estava sofrendo junto com essa força inexplicavel em meu coração. — Andrew.— Eu sussurei em um choramingo no topo de seu ouvido. Talvez ouvindo minha voz, ele se acalmasse, eu estava desesperada, principalmente, por que a dor estava aumentando. — Andrew.— Repeti, traçando meus dedos por seus cabelos escuros. Aquele tornado, que estava destruindo meu coração aos poucos, de longe, não passou, mas conforme eu ia repetindo seu nome, pequenas ondas de paixão apareciam. Ondas calmas, como em um dia de verão em que o mar esta, completamente, calmo e silencioso. Pierre iria morrer, Andrew podia ser o sem coração e bastardo, mas pelo menos, ele não estava tentando matar o proprio irmão! Por que? Por que é tão dificil escolher um lado?O homem que eu amo, que me magoou muito, ou o homem que, aparentava, ser o que devia seguir. Vampiros não eram nem um pouco sensiveis, violencia, apenas ela justificava seus modos de viver, talvez, eu entendesse o por que de Andrew e Pierre serem assim, vampiros apenas pensam neles mesmos. Como todos os vampiros. Até mesma eu, as vezes. Mais Andrew sempre cuidou de mim, como Pierre fez com Annabelle. Estar junto com Pierre, me fazia sentir ao lado de minha irmã... Eu me perdi em meus pensamentos, quando senti uma lagrima escorrer por meu rosto. Por que isso, agora? Chorar não estava na lista principal, no momento. E bom, eu sabia o por que disso, eu era tola o suficiente por acreditar que conseguiria deixar de amar Andrew, mesmo me machucando, que conseguiria me vingar deles, dos meus amigos, que cuidaram de mim. Tola o sufiente, pensando que conseguiria deixarem pegar Nyx e até mesmo mata-la. E Iawy...Deus, foi Iawy que me ensinou tudo que sei, ele foi meu pai, mesmo tendo um pequeno preconceito com vampiros, ele não me chamou de monstro como meu verdadeiro pai. Então, essa era a pergunta. Por que era tão dificil tomar uma decisão? — Eu te amo.— Eu sussurrei, novamente, lhe dando um motivo para não desistir. A dor? Ela realmente se forá, sendo substituida por algo ainda mais forte e que arrebentaria meu coração: Felicidade. Se isso explodiria meu coração, eu não sabia, tudo que sei, que depois de segundos, perdi totalmente meus sentidos. — Acorde, Roxie.— Uma voz me chamou, me tirando do meu subconsciente. Dedos, gelados, fizeram um caminho carinhoso por meu rosto. — Agora, abra seus olhos, para ver a coisa mais bela que já existiu.— Eu os abri, encontrando os olhos de Andrew. Havia algo diferente neles, dessa vez, pela primeira vez, eles não estavam frios, eles estavam vivos.— Sinto muito, Por ser o responsavel por seu desmaio.— — Você está bem, Andrew?— Quando me dei em si, notei que Andrew estava em cima de mim. — Por que está em cima de mim?— Perguntei, um pouco incrédula. — Você me deu um belo motivo, pra depois acordar e sair correndo. E sim, eu estou bem.— Me remexi em baixo dele, com uma idéia, inutil, que poderia escapar. Isso era um assunto constragedor, nesses tempos. Não pensei nas consequencias antes de falar, e enfrentar Andrew, sempre seria dificil. — Não,— Ele disse, soltando um pouco mais do seu peso em cima de mim.— Você não disse nenhuma novidade pra mim, Roxie. Senti-la, sentir os seus sentimentos sobre mim, é muito mais especial do que palavras. Mas essa foi a primeira vez que diz isso, depois de anos.— Eu relaxei em baixo dele, isso realmente, não era uma novidade. Mas era importante pra Andrew. — Não podia senti-la em quanto estava inconsciente, mas podia ouvi-la e escutar isso, foi um grande motivo para expulsar todo o veneno do meu corpo. Ouvir, quando não posso sentir, só prova o quanto...— Eu não o deixei terminar, pois eu o beijei. Eu introduzi a minha lingua, em sua boca, na busca de um contato mais profundo e intenso. Andrew


me pareceu um pouco surpreso, mas em questão de segundos, ele me respondeu, acariciando sua lingua contra a minha, produzindo inumeras sensações prazerosas dentro de mim. Suave e selvagem, isso descrevia o beijo de Andrew. Incrivel...Eu não tinha respostas para o que sentia em questão de toda essa confusão, mas meus sentimentos por Andrew, seria, sempre, a unica prova de que eu não estava perdida, completamente. Examente por isso, que não entreguei, apenas, meus labios nisso, e sim, meu coração. Foi Andrew quem quebrou o beijo primeiro, apenas para roçar seus labios nos meus levamente, e depois, escorregar até meu pescoço. Me deixando tensa.— Não me morda.— o lembrei. — É uma pena...é tão tentador.— Ele sussurrou, em quanto esfregava seus labios nele, fazendo com que minha temperatura subisse, se isso era possivel. — Nós temos que ir.— Ele disse, encontrando meu olhar novamente.— Eu preciso de sangue.— Eu olhei para o lado, para a janela, apenas pra confirir se já era noite. — Andrew, como eu tiro o veneno do meu sangue?— Perguntei. — Não tire.— Ele disse.— Pelo menos assim, vou ter certeza de que nenhum outro vampiro irá te morder.— Nem você, pensei. — E diga olá para Pierre, por mim.— — Como sabe que irei voltar até ele?— — Eu apenas sei.— falou.— Exatamente, como sei, que ele nunca lhe tocou.— Tudo bem, eu era uma pessima mentirosa. Isso nunca foi uma novidade. — Então, por que me deu aquele tapa?— Indignei, quando lembrei da dor que aquilo me causou. Ele sorriu, me dando aquele famoso e lindo sorriso ironico — Você fica ainda mais linda quando está apanhando, Roxie.— Andrew se lavantou, me puxando junto com ele, antes que eu o respondesse. Eu estava dolorida, cheia de hematomas, não pude conter um pequeno gemido. Andrew me olhou. — Eu conheci Seline.— Falei, em quanto caminhavamos para fora da casa. — Sua babá.— Não consegui deixar de fora a ultima parte, muito menos o som de divertimento. — Seline é uma mulher maravilhosa, e tecnicamente, ele não era minha babá. Ela pode ler mente de mortais e imortais. Sendo assim, antes mesmo de eu aprontar algo, ela já estava sabendo. Foi uma ótima ajuda para meu irmão. — — uma criança rebelde...— murmurei baixinho, com uma risada. Ele me olhou, com uma expressão divertida. — Ok, Roxie, dessa vez você venceu.— ele admitiu.— Mas apenas se lembre, eu adoro ver você apanhando, então, não comemore.— Uma ameaça, o suficiente para me calar. Afinal, eu não queria mais hematomas. — Ela sente sua falta.— Eu disse. — Até mesmo Pierre.— — Iawy e Nyx tambem sentem sua falta. A vida nunca é justa, não?— — Acho que essa troca de lados, foi uma coisa boa, no final. Eu conheci Seline e passei a gostar de Pierre, sendo que antes o odiava. E você, ficou proximo de Iawy e Nyx. O que é ótimo. — — Sim, eles são ótimos.— Andrew falou, em quanto abria a porta da casa mal assombrada.— Mas pra isso acontecer, eu tive que te perder, novamente. É bom, mais ainda não perfeito.— — E você nunca se contenta com o bom.— — Eu sei que você não confia em mim, Roxie. Amar não é confiar. Sua confiança em mim sempre foi pouca. Você teme a mim, coisas que lhe dão medo, nunca teram sua confiança e eu piorei a situação com essa mentira.— Eu queria dizer que isso não era verdade, mas sim, de uma maneira ou outra, eu tinha medo. E eu me senti culpada por isso, quando meus olhos cairam no carrossel. Se houverá uma noite para que andrew se tivesse sentido ofendido, foi aquela. — Mas, eu pretendo concertar isso.— — Como?— Eu perguntei. Nesse momento, tudo que eu queria era deixar de ser uma idiota e poder confiar nele. Mas como Andrew disse, a vida nunca é justa. — Na mansão de Pierre, procure meu quarto.— Ele disse.— E investigue aquilo que mais lhe chame atenção.— — O que chamará minha anteção?— — Você saberá.— Andrew afirmou. — Veja Roxie, é dificil saber qual lado é o vilão dessa situação,


no seu caso. Eu não sei o que Pierre andou lhe contando, mas por favor, não confie nele e tome cuidado, vá para meu quarto, sozinha. A unica pessoa que você pode confiar, é Seline. Ninguem mais. — — Qual lado é o vilão, Andrew?— — É uma perda de tempo perguntar aquilo que já sabe a resposta, Roxie. Mas uma coisa lhe lembro, eu nunca falho.— Convencido, orgulhoso, ironico e misterioso. Esse era Andrew. — Eu senti sua falta.— sussurrei. — Eu tambem.— Ele disse em quanto se aproximava de mim, para beijar minha testa, fazendo com que fechasse meus olhos.— Quando estiver pronta, eu estarei esperando por você.— Eu sei, pensei, já que Andrew não estava mais em minha frente quando abri meus olhos. Desde que me tornei uma vampira, não rezava mais com frequencia. Acho que depois que descobrimos sobre esse mundo, totalmente, diferente. Nós passamos a desconfiar da existencia de Deus. Mas bom, na minha situação, existindo ou não, eu precisava de ajuda. Voltar para casa e enfrentar Pierre, com esses hematomas e com falta de uma blusa, para cobrir minha roupa intima, era o que eu não queria. Quem sabe, eu tivesse sorte e não o encontrasse durante a tragetoria até meu quarto, pelo menos, para colocar apenas uma blusa. Quando eu cheguei na mansão, real, de Pierre, todos os guardas não fizeram nenhuma questão de disfarçar o olhar em mim. Preferi fingir que eles estavam olhando para meus hematomas e não para minha falta de roupa. Para minha sorte, que eu pensei que nunca teria ao colocar o pé nessa mansão, a primeira pessoa que encontrei foi Seline. Ela me encarou por alguns segundos com sua boca aberta, totalmente incredula. — Por todos os Deuses, Roxie, o que aconteceu?— — Andrew.— Eu falei, apenas esse nome justificaria meu estado, afinal, apenas ele poderia me dar alguns roxos.— Você poderia me emprestar seu casaco?— — Claro.— Eu sabia, que não precisaria contar toda a historia para Seline, nesse exato momento, ela deveria estar vasculhando minha mente. Quando ela retirou seu casaco, eu o coloquei. — Obrigada.— agredeci.— Onde está Pierre?— — Vossa Majestade está em seus aposentos, mas não creio que seja uma boa....— Mal pude terminar de escutar a frase de Seline, pois eu estava caminhando o mais rapido que podia e minha mente, não estava nem um pouco interessada em ouvir o que Seline estava dizendo. Eu não pensei duas vezes antes de bater na porta de seu quarto, apenas abri aquelas portas duplas, de uma maneira rude. E bom, eu realmente, não devia ter feito isso e principalmente, eu devia ter ouvido Seline. Ver Piesse aos amassos com uma mulher, era uma coisa que eu nunca desejaria ver. Bom Deus, eu teria que rezar umas 90 vezes para agradecer a bondade de ter me deixado entrar na parte em que eles ainda vestiam uma roupa. — Roxie!— Pierre exclamou, um pouco surpreso. — Saia!— Eu ordenei, olhando para a mulher na cama de Pierre, nos seus braços. — SAIA!— Eu gritei, deixando minhas presas saltarem da minha gengiva, quando percebi que a mulher estava esperando por uma ordem de Pierre. Ela olhou para ele novamente, e depois que recebeu um afirmação do que eu estava mandando, ela se retirou do quarto. Pierre, que estava deitado, se levantou e caminhou até mim, me examinando, com seu olhar, por todo o meu corpo. — Meu irmão lhe deu uma bela surra.— ele afirmou.— Agora, já entendo o por que de ter sumido por tanto tempo.— Bater um vampiro, que eu não tivesse criado, seria inutil. Mas homens, vampiros, bruxos ou qualquer raça, sempre havia um ponto fraco. Em um movimento rapido, para que Pierre não me impedisse, segurei-o por seus ombros e em seguida, o chutei no meio de suas pernas com meu joelho. — VOCÊ,— eu comecei, não me importando nem um pouco com o tom da minha voz.— ENVENENOU MEU SANGUE. ME DIGA O POR QUE. AGORA.— Pierre estava de joelhos, soltando alguns xigamentos do quanto eu iria me arrepender por isso, mas quem se importava? Eu


tinha um rei ajoelhado aos meus pés no momento. — Diga, Pierre, ou eu irei chuta-lo novamente.— ameaçei. — VOCÊ NÃO PODERIA TER ME AVISADO, OU PEDIDO PERMISSÃO?— Eu indignei.— ANDREW TOMOU MEU SANGUE E QUASE MORREU!— — Então, ele apenas provou que é um tolo, pois Andrew sempre soube dessa minha tatica.— Eu já tinha minhas explicações, até aceitaveis, havia causado dor em Pierre, e já poderia sair do quarto dele feliz. Mas não antes de chuta-lo novamente, por chamar Andrew de tolo. Depois de chutar em sua parte sensível, novamente, eu sai de seus aposentos e completamente feliz. Durante minha tragetoria até meu quarto, pensei que seria atacada por Pierre, mas não, isso nunc aaconteceu. Talvez ele estivesse se sentido culpado por ter quase ter matado seu irmão, ou não. Seline estava minha espera, em frente da porta do meu quarto. — Por que está aqui?— Perguntei, um pouco curiosa. — Para cuidar de seus hematomas.— — Meus hematomas logo vão se curar. Pode demorar pelo menos um dia, mas logo eles não existiram mais.— Ela balançou sua cabeça, em total discordancia.— Eles não vão se curar, rapidamente, Roxie. Andrew é seu criador, eles iram levar o mesmo tempo que os ferimentos humanos levam.— — Bom,— falei.— Eu nunca havia ganhado tantos hematomas, assim. Não sou especialista. Por varias vezes pensei que eles levariam o mesmo tempo com os dos humanos, eu não sei. Os hematomas que Andrew me deu antigamente, logo se curavam, esses parecem mais...intensos— — Se ajuda, sou especialista neles.— Ela disse, com um sorriso. — Espero, que pelo menos, esteja feliz por te-los ganhado.— — Vejo que você já fez uma ronda em minha cabeça, Seline.— Eu a respondi, entrando em meu quarto , a seguindo até a cama. — Me desculpe.— falou.— Eu estava preocupada com seu sumiço, não resisti.— Depois de muitos remedios para desinfecção e muita criancisse, da minha parte, por eles fazerem meus machucados arderem, Seline estava quase acabando. Eu estava me sentindo a propria múmia, por tantas feixas que ela enrrolou por meu corpo. Isso porque, Andrew havia curado a 'pior'. E realmente, ela tinha jeito. — Como virou expert nisso, Seline?— perguntei, já que minha curiosidade não me deixou ficar calada. — Andrew e Pierre.— ela respondeu.— Eles viviam brigando e como Pierre podia causar grande machucados em Andrew, acabei ganhando a pratica.— — Seline...— Eu a chamei em suspiro, com medo de perguntar minha proxima curiosidade. Afinal, respostas sempre machucavam, em algum lugar.— Você conheceu minha irmã?— — Sim, eu a conheci.— ela disse.— Ela era incrivel, você muitas vezes me lembra um pouco dela. — Eu não pude deixar de sorrir com isso. Pelo menos, existia um pouco de minha irmã dentro de mim. — Qual era a relação de Andrew com ela?— — Andrew, nessa epoca, não parava muito em casa, Roxie. Examente por isso, por ela lembrar você. Ele nunca conseguiu superar o que acontecerá com você, então ele evitava ficar por perto. Mas quando eles estavam juntos, era como se eles fossem a alegria dessa casa, eles se davam muito bem.— — Isso é um pouco ironico. Andrew tentava evitar qualquer coisa que me lembrasse e eu estava o caçando.— — Você se arrepende, por ter desejado sua morte e te-lo caçado, Roxie?— Seline perguntou. — Não. Eu não me arrependo de nada. Pois se eu não tivesse me tornado uma caçadora, para Iawy, nunca teria o encontrado novamente. E muito menos pelo meu desejo de vingança, sem ele, eu já teria me matado.—


— Eu só não entendo uma coisa, Roxie.— ela começou.— Vocês se amam tanto, e todos sabemos que amor entre vampiros, como o de vocês é raro, por que você não está com Andrew? Se ela soubesse que eu me chamava de tola, por não estar com Andrew, ela me entenderia.— Ele traiu minha confiança, Seline. Ele errou ao esconder sobre minha irmã, ele mentiu pra mim. Qualquer pessoa reagiria como eu.— a respondi.— E bom, depois de três meses com Pierre, eu passei gostar dele. Ele é incrivel, estar com ele me faz sentir perto da minha irmã. Não sei se conseguiria deixa-lo, no momento.— — Acho que depois, que conhecemos o lado bom de Pierre, ninguem consegue deixa-lo.— Seline estava caminhando até a porta, para se retirar. Mas antes que ela saisse, Seline se virou para mim.— Entenda, Roxie, Andrew pode parecer o principe encantado que toda garota deseja, mas ele não é perfeito. Ele errou, sim. Eu tambem reagiria como você. Mas você tambem está errando, por não dar uma segunda chance a uma pessoa que ama.— Mais tarde, naquela noite, alguem bateu em minha porta. Antes mesmo de abrir, eu já sabia que era Pierre. — Sinto muito por ter lhe chutado.— Eu falei, no mesmo instante que abri a porta. — Oh, tudo bem, Roxie. Talvez eu tenha merecido aquilo.— Talvez? Meu caro, você merecia ainda mais, o respondi por pensamentos. — Bom, eu estava começando a me preparar para dormir. Não acho que veio até aqui com esperanças de que eu o convidasse para se juntar a mim.— — Não, porem, seria um prazer se juntar a você.— Pierre, que estava parado do lado de fora, me deu um sorriso, um sorriso ironico e sarcastico.— Apenas estou passando para lhe avisar que o apocalipse está proximo. Talvez seu encontro com Andrew a tenha feito mudar de ideia, caso você deseje voltar para ele, está livre pra isso.— — Não.— eu falei.— Eu jurei lealdade a você, Pierre. Eu não desejo que toda essa coisa sobre o apocalipse aconteça, mas eu sei que vai acontecer, então, tudo que eu quero é ficar de fora. Eu não tenho um lado, você me entende?— — Claro, Roxie.— Pierre deu alguns passos para trás.— Eu a entendo, tambem existe alguem que eu amo do outro lado. Tenha uma boa noite.— Antes que ele fosse embora, eu o desejei o mesmo. Estranho. Pierre nunca passou por meu quarto para avisar sobre o quanto o apocalipse estava perto. Talvez, ele apenas estava pensando que depois de uma noite com Andrew, eu voltaria para seus braços. Que estando perto dele, eu desejaria ter minha vida antiga de volta. Acho que nas escolhas que tomamos, sempre há um preço pra se pagar e eu estou pegando, ficando longe das pessoas que amo. Mas não estou arrependida. Como Pierre havia me dito, o eclipse estava proximo. Sendo assim, ele e seus soldados vampiros mal paravam na sua mansão real. E ele mal sabia o quanto ria por dentro, Iawy, se possivel, colocaria Nyx dentro de um cofre e o jogaria no meio de oceano para que nunca a pegassem. Afinal, antes de tudo, Iawy era um incubbus e muito esperto. Aproveitando a ausencia de Pierre, que por sinal, eu deveria ser rapida, pois ele voltaria ainda hoje para mansão, eu fui até o quarto de Andrew, sozinha, como pedido. Seline, uma vez, já havia me mostrado seu quarto antes, mas eu nunca tive coragem para entrar, muito menos abrir a porta, pra uma simples espiadinha. Quando abri a porta, que me separava de seu quarto, eu fiquei chocada. Sinceramente, esperava mesas de jogos, posteres de mulheres semi nuas, coisas do tipo. Afinal, esse quarto foi dele, na sua espoca 'rebelde'. Mas não era como eu pensava, era um quarto enorme, se possivel o maior da mansão, e com uma enorme varanda. Dentro do quarto, tambem havia um piano. O Piano foi o que mais me chamou a atenção, mas não havia nada diferente, nada como uma bomba em baixo dele. Isso, me fazia me lembrar o quanto eu odiava misterios. Depois de varios segundos, investigando, eu me sentei em sua banqueta, pensativa. Foi quando, meus olhos cairam no quadro, pendurado na parede em frente dele. No quadro, havia um piano e um casal, sentados de frente para ele, como se estivessem tocando. Como em um sonho, rapidamente, as imagens vieram em minha mente.


Deixando o piano de lado, eu caminhei até o quadro. Afinal, ele foi a coisa que mais me chamou atenção e acho que Andrew saberia, que essa pintura, chamaria meus olhos para ele. Eu o tirei da parede, notando um peso irregular em seu fundo. O virei, para ver o que havia de errado ou melhor dizendo, nesse caso, grudado. Coloquei o quadro virado para baixo, com cuidado, esse quaseo tinha quase três seculos, era uma reliquia. Em seguida, eu puxei o pequeno livro, que estava sendo segurado por uma fita. O livro, na realidade, era um diario. Provavelmente de Andrew, o que me deixou confusa. Por que, diabos, ele gostaria que eu lesse seu diario? Não minto que é algo tentador, mas é muito pessoal para se ler. Antes de le-lo, pra não causar nenhum dano em meu quadro, eu o coloquei em seu lugar, pendurado. Em seguida, me sentei em sua cama, pronta para abrir a primeira pagina. Meu coração parou de bater, quando a primeira coisa escrita, veio a tona. Esse não era o diario de Andrew e sim de Annabelle. Minha vontade foi querer joga-lo, queima-lo e sair correndo. Bom Deus, eu poderia entrar em uma luta até a morte com Andrew. Nesse exato momento, qualquer coisa seria melhor do que ler o antigo diario da minha irmã. Mas Andrew queria que isso acontecesse, então, eu não poderia apenas deixar de lado. Pulando algumas paginas, pois não estava preparada para começar do inicio, eu comecei. “(...)Pierre, nem sempre é o meu principe encantado. É como se ele fosse uma mistura de vilão com um principe. Ele sempre se irrita comigo, com motivos, claro, mas quando ele me trata como sua amada, é como se o passado não existisse, é como se nada existisse, apenas nós. Ele não é perfeito, mas pude me acostumar com seus defeitos, e agora, ele é perfeito, para mim. E ser uma vampira, não é um problema, desde que ele e Andrew estejam junto de mim. Devo admitir, que tomar sangue no começo, foi horrivel. Mas agora, eu estava amando. Amando igual chocolates.” As ultimas palavras da pagina, se passaram por minha cabeça. Amando igual chocolates. Pierre havia me dito que ela odiava sangue e odiava. Annabelle nunca odiou chocolates. Incrédula, com o que eu estava lendo, pulei mais algunas paginas. “(...) Desde que Pierre me encontrou, em minha sepultura, ele me fez prometer que jamais contaria a ninguem que foi minha irmã, mais velha, que havia me transformado e sim ele mesmo. De maneira nenhuma, tive problemas com isso no começo, mas com o passar do tempo, vendo o sofrimento de Andrew, meu maior desejo era de contar esse segredo. Afinal, havia uma chance de Roxie ainda estar viva e se ela não estivesse, ele deveria saber que não foi culpado por sua morte. Mas quando eu tentava tocar nesse assunto com Pierre, ele ficava muito transtornado, me causando medo e até mesmo me ameaçando de me prender em uma cela, sem nenhum alimento.” Novamente eu pulei as paginas, mas dessa vez, direto pra ultima. A historia, em minha cabeça, já havia se formado, eu apenas precisava de uma ultima confirmação. “(...)Hoje, ao ver Andrew solitario, tocando seu piano, a musica que ele e Roxie costumavam tocar juntos, eu não pude resistir a tanto sofrimento. Eu comecei a contar, minha historia, mas antes que contasse sobre Roxie, Pierre nos interrompeu, me levando junto com ele e dizendo o quanto me arrependeria com isso, dizendo, novamente, que me prendaria nessa cela. Agora, estou em meu quarto, a sua espera e com muito medo, pois eu nunca havia o visto assim.” Lágrimas embaçaram minha visão. Eu havia culpado Andrew pelo que havia acontecido com minha irmã, sem ao menos saber da historia, até mesmo quase o matei com uma estaca por causa disso. Deus, eu precisava sair dessa mansão, eu precisava encontrar Andrew. Mas antes, que eu pudesse agir ou colocar minha cabeça no lugar, quando eu estava saindo do quarto de Andrew, algo muito, realmente, muito forte acertou minha cabeça, me fazendo apagar.


Bom, eu sempre fui acostumada a ser acordada com carinhos ou pequenos xacoalhões, mas nunca, nunca em minha vida, fui despertada com agua misturada com prata. E inferno, quem estava fazendo isso, merecia uma boa aula de delicadeza. Minha pele inteira estava queimando e quando eu tentei me mexer, eu estava presa, melhor dizendo, acorrentada com prata. Depois, que a dor passou, um pouco, eu abri meus olhos. Encontrando Pierre a minha frente, sorrindo. — SEU DESGRAÇADO!— Eu gritei, levando meu corpo para frente, com uma ideia idiota de que eu poderia ataca-lo. Mas o resultado, foi que a melhor opção era ficar parada, pois assim, a prata das correntes, não me machucaria tanto. — Estou completamente ofendido com suas acusações.— Ele disse, ainda sorrindo. — VOCÊ TRANSFORMOU MINHA IRMÃ, NAQUILO, POR NÃO QUERER DEIXAR ANDREW SABER DA MINHA EXISTENCIA!— — Você sabe, Roxie, eu nunca gostei de você. Meu irmão estava se tornando outra pessoa, um fraco. Eu não poderia permitir isso. Então sim, sua irmã teve o que mereceu. Mas ei, você não se sente menos culpada em morrer como ela?— ele perguntou. — Eu vou me sentir menos culpada quando você estiver no meu lugar.— rebati. Se fosse possivel, eu estaria cuspindo fogo. Inferno, Andrew podia sentir minha emoções, onde esse bastardo sugador estava? — Culpa...essa palavra há define muito bem, vampirinha.— ele disse.— Você se sente culpada, mas você é sempre culpada.— Eu o encarei.— Você não se sente culpada agora?— — Do que está falando?— Sim, eu me sentia culpada, mais tinha certeza de que não estavamos pensando na mesma coisa. — Você veio até mim, por causa de uma mentira, uma mentira inocente. Virando as costas para sua familia e até mesmo pra pessoa que diz amar. E nesses três meses, o que você viveu foi uma mentira, tudo uma parte do meu plano. Seus amigos jamais virariam as costas quando você precisasse de ajuda, diferente de você. Você apenas facilitou as coisas para mim, em questão de segundos, eu sei que eles estaram aqui para salva-la e a licantropa tambem estará.— — Eles não irão trazer Nyx com eles, todos sabem que você deseja pega-la.— Afinal, Iawy jamais permetiria isso. — Deixe-me, contar um segredo.— Pierre disse, se aproximando da minha orelha.— Hoje é lua cheia.— Eu congelei. Nyx era uma ameaça mortal para vampiros transformada, e bom, em uma guerra com eles, a minha primeira arma a trazer, seria Nyx. — Tudo isso, desde o começo, sempre foi uma armadilha.— Eu falei, repetindo as coisas que ele mesmo disse, não querendo acreditar. — VOCÊ ME TRAIU!— Eu gritei. — Traição doi, não é?— Ele disse, caminhando para trás, ainda olhando em meus olhos.— Mas acho, que existe uma coisa que doi mais ainda. A morte de pessoas que você ama. Prepare seus ouvidos, vampirinha, e escute seus amados morrendo, lá em cima— Um ultimo sorriso cinico, e eu estava trancada, na mesma sala em que eu havia matado minha irmã. Agora eu tinha certeza, eu não era apenas uma tola. Eu era uma vadia ruim e sem cerebro. Como eu pude fazer isso com Nyx e Iawy? Sem ao menos pensar que eles concordaram com Andrew apenas para me proteger e Andrew... Deus, eu havia o culpado pelo que aconteceu com minha irmã, dizendo que ele apenas se importava com ele mesmo e não dava a minima para as pessoas ao seu redor. Eu me perguntei antes, como eles puderam fazer isso comigo. Agora, eu me pergunto, como eu pude fazer isso com eles?Era incrivel como eu sempre arrumava um jeito de colocar a culpa em Andrew, de tira-la das minhas costas, de continuar cega. Fiz promesas para Nyx e Sol, dizendo que cuidaria delas, não importasse o que acontecesse, e depois, ignorei tudo isso. Então, quem era a traidora agora, Roxie? Me perguntei. Nunca em minha vida, eu havia implorado por algo, tudo que gostaria de ter, eu conseguia. Até mesmo o amor do homem da minha vida, eu havia conseguido sem implorar, e mesmo assim, eu pisei em cima dele. Mais como dizem, sempre há uma primeira vez. Dessa vez, eu imploraria para


todos, por seu perdão. Principalmente a de Andrew, afinal, preferi confiar no canalha de seu irmão, que eu sempre soube que nunca prestou, ao invez nele. Lagrimas estavam escorrendo por meu rosto, eu não importei. Talvez, o barulho delas fossem melhor do que a de uma guerra prestes a começar. Barulhos de armas, até mesmo gritos, começaram lá em cima. Pierre estava certo, eles viriam até mim, caindo em sua armadilha. Era incrivel, eu sempre me considirei uma pessoa esperta, agora...até me chamar de burra era uma ofensa pro animal que carregava esse nome. E sim, Pierre tinha razão. Doia mais ainda o som de uma briga, em que as pessoas que eu amava, provavelmente, morreriam. Mais não havia som melhor e uma vista mais bela, do que ouvir barulhos da cela sendo aberta e ver Andrew. — O que está fazendo aqui?— Perguntei, feliz por ve-lo. — Salvando uma linda e jovem dama indefesa.— Andrew começou.— E eu não fujo de brigas, Roxie, muito menos meus vampiros.— — Tecnicamente, Andrew, eu sou a unica vampira que já criou.— — Exatamente por isso, que você está me deixando envergonhado.— Ele disse em quanto se aproximava de mim, retirando as correntes do meu corpo, ignorando as queimaduras que lhe causavam. Eu tentei fazer o mesmo, mas era impossivel. Quando estava livre daquelas correntes, não me importando com o que estava acontecendo lá em cima, eu o abracei e ele não negou isso. — Você está sujando minha camisa com seu sangue, dos seus pulsos.— Ele sussurrou, quando inclinou sua cabeça até meu ouvido.— Eu pretendo sair daqui hoje, sem nenhum pingo de sangue nela.— Eu o soltei. Claro que ele não estava dizendo que sairia daqui sem nenhuma morte, pelo contrario, estava se achando o vampiro fodão. Andrew, quem pode entender? — Pierre...isso tudo foi uma armadilha para traze-los até aqui, Andrew.— O avisei. — Eu sei.— Ele disse.— Pierre é meu irmão, praticamente, temos quase a mesma mente, com uma unica diferença...Eu sempre fui o mais esperto.— — Andrew, eu acho...— — Eu acho, que você deve confiar em mim nisso.— Ele me interrompeu.— Dessa mansão, não sai ninguem alem de Iawy, você, Nyx, Seline e eu. A mafia de Iawy está toda por volta da mansão, até mesmo no telhado, os que tentarem sair e não estarem na lista, conheceram a morte. Agora, vamos. — — Andrew...— Novamente, fui interromida.— Roxie, nós temos toda a eternidade juntos para discutir o que aconteceu durante esse três meses, agora, nós temos uma luta para vencer.— — Nós podemos ser mortos, Andrew.— — As chances são poucas.— ele disse.— Mas vamos fazer uma promesa, uma que nos dará motivo para ficarmos vivos.— — Diga.— — Quando tudo isso acabar, nós vamos nos casar. Da maneira certa, como você sempre desejou antes de ser uma vampira. Eu quero realizar esse seu sonho...— Um pedido ou uma promesa, seja lá o que for, eu amei. Eu sorri para ele.— Finalmente, não Andrew? Você me enrrolou por três seculos. Acho que não existe nenhuma noiva que esperou tanto assim, como eu.— — Me desculpe pelo atraso, eu estava me divorciando de mim mesmo primeiro, era muito amor...— Eu o beijei em sua mandibula, um beijo de boa sorte. — Eu te amo, Andrew.— sussurrei.— Apenas, tome cuidado, certo?— — Você tambem, cherie.— Eu poderia ter esperado “Tambem te amo, Roxie”, mas ser chamada de Cherie, era ainda melhor do que um eu te amo. Quando chegamos na superficie, realmente havia uma guerra. Vampiros lutando contra o pessoal de


Iawy, até mesmo Pierre estava matando, realmente matando, pois qualquer um chegasse perto dele, não tinha nenhuma chance. Nyx, transformava, não saia de perto de Iawy, ela tambem estava lutando, mordendo os vampiros que passavam pela barreira que Iawy havia criado com seu pessoal. Seus pelos, sedosos e brancos, estavam sujos de sangue, por grande parte. Eu estava rezando para que aquele sangue não fosse dela. Eu olhei para Andrew, com medo e ele apenas me deu um sorriso. — Pegue Nyx e a tire daqui, eu estarei logo atras de vocês com Iawy.— Ele disse, saindo do meu lado. Eu não queria que ele saisse de perto de mim, ao meu lado, eu saberia o grau de perigo que ele estava. Mas em quanto Andrew se movimentava, notei, que ele era como Pierre, nenhum vampiro chegava perto dele. Qualquer tentava, ele perdia seu coração ou era jogado para longe. Bom, pelo jeito, Andrew não sujaria sua camisa, como queria. Voltando a atenção para mim mesma, pois eu não podia ficar parada feito uma pateta em quanto uma luta acontecia em minha frente. Me desviando, das pessoas que estavam brigando, passando despercebida, eu estava caminhando até Nyx, para tira-la daqui, como Andrew havia mandado. Mas antes que eu chegasse até lá, dois vampiros pularam em cima de mim, atacando meu pescoço com suas presas. Eu prendi meu grito, para que Andrew não se preocupasse comigo. Antes que me derrubassem no chão, eu consegui me livrar de um, o jogando para o lado. Mas o outro ainda continou em cima de mim, tentando agarrar meu coração com suas mãos. O vampiro, que estava em cima de mim, começou a pegar fogo. Eu pensei que alguem estava atirando chamas nele, mas não, se fosse isso, eu tambem me queimaria, mas agora, o fogo estava se desviando de mim. Quando o vampiro estava morto, quase em cinzas, eu o joguei para o lado, apenas para encontrar Sol, me encarando em uma posição que apenas divas podiam fazer em uma guerra. Olhando ao redor, notei que todos os vampiros, de Pierre, estavam pegando fogo. — Eu pensei que você não podia se intrometer em nosso mundo.— Eu sussurrei para ela. — E não posso.— Ela me respondeu, ainda com sua pose de diva, de uma rainha ganhando uma guerra.— Mai jamais deixaria cair o sangue de pessoas que estão lutando por minha vida. Mesmo, aquelas que não cumprem as suas promesas.— Ok, isso foi baixo e uma indireta muito direta, mas eu merecia isso, me conformei. — Que bom que sabe que merece.— Sol disse, por base dos meus pensamentos. — Vamos sair daqui antes....— Eu não prestei atenção no que Sol estava falando, não quando entre as chamas, eu pude ver Pierre e Andrew lutando. Eu tentei caminhar até lá, mas Sol agarrou meu braço, me impedindo de fazer qualquer coisa. — Você sabe que morrerá se ficar muito proxima deles.— ela avisou. — Queime Pierre!— Eu exigi. — Eu não posso Roxie, sinto muito.— ela começou.— Meus poderes são muitos fracos quando estou na Terra, Andrew e Pierre são muito velhos, eles jamais queimariam com o que eu tenho aqui, nem mesmo sentiriam uma dor.— Andrew e Pierre lutando, a unica coisa notavel, eram borroes que nunca chegavam ao chão. Se algo não acontecesse, eles ficariam assim por anos até algum der um deslize. Eu não podia fazer o que Andrew havia mandado, congelar e encarar era a unica coisa que podia fazer agora. — Roxie, tire Nyx daqui, como Andrew mandou.— Iawy falou, quando se aproximou de mim. — Eu irei ajuda-lo. No momento, tudo que você pode fazer é isso.— Eu olhei para Nyx, que estava ao seu lado, que estava um pouco machucada e depois meu olhar caiu no meu braço, que Sol ainda segurava. Eu respirei fundo e falei. — Tudo bem.— Iawy tinha razão, a unica que eu podia fazer era tirar Nyx daqui. Até mesmo Sol estava certa, chegar perto deles, era impossivel. Iawy era o único forte o suficiente pra se aproximar. Mas antes mesmo, que eu pudesse desviar meu olhar para começar caminhar até a saida. Os borrões pararam. Andrew, que parecia estar mais inteiro, segurava Pierre contra parede, por seu pescoço, o tirando do


chão. Os irmãos, estavam se encarando, sem nenhuma palavra, seus olhos azuis, já diziam muito. Odio, era isso que transmitiam, de ambas as partes. Andrew, com sua mão livre, rasgou o braço da camisa de Pierre, do seu lado esquerto, deixando a manga cair no chão. — Uma mordida de licantropa.— ele falou, quebrando o silencio e me deixando em choque.— Esperava ganhar o que, com essa mordida?— O braço de Pierre, mordido, escorria sangue, muito sangue. E aos poucos, ele estava apodrecendo, ficando sem vida, se espalhando pelo restante do seu corpo. Eu olhei para Iawy, ele apenas deu de ombros. Como Nyx havia conseguido morder Pierre, nem eu imagino. Mas Andrew havia me avisado que era mais esperto e provavelmente, ele havia trabalhado nisso. Andrew sorriu, um sorriso ironico. Mas não daqueles que eu geralmente ganhva, um sorriso frio e cheio de crueldade.— Para não dizer, que nunca fui um bom irmão...eu irei poupar seus sofrimentos.— Com essas ultimas palavras e um ultimo olhar, Andrew colocou sua outra mão em seu pescoço, e as apertou até que a cabeça de Pierre explodisse. Eu fechei meus olhos, quando sangue, partes da cabeça de Pierre, voaram por todos os lados. Quando os abri, novamente, eu esperava ver Andrew caminhando em minha direção, mas isso nunca aconteceu. Andrew estava deitado no chão, perto do corpo de Pierre. Eu me livrei do braço de Sol, que ainda me seguravam e corri até ele, me ajoelhando ao seu lado. Em sua lateral, perto das suas costelas, havia um enorme corte que chegava até perto do seu coração. Ele estava sangrando muito. No corte, estava visivel sua carne e até mesmo ossos. Sua respiração estava pesada, seus olhos cheios de dores. Quando nossos olhos se encontraram, ele tentou abrir um sorriso e eu estava tentando não chorar. — C-como..está...inha..c-camisa?— Ele perguntou, totalmente hesitante. — Pessima.— Eu falei, derrubando algumas lagrimas conforme tentava sorrir. — Uma pena...Eu a adorava.— Eu passei meus dedos por seu rosto, limpando um pouco de sangue que havia em sua bochecha. — Roxie.— Iawy me chamou, colocando sua mão em minha costas.— Vamos leva-lo para minha central, lá Andrew terá ajuda especializadas.— — Leve o corpo de Pierre junto.— Iawy me atirou um olhar incrédulo, não acreditando no que eu estava falando.— O sangue dele, pode ajudar a cura-lo.— Eu olhei para trás, procurando por Nyx, mas apenas os homens de Iawy estavam lá. — Nyx está com Sol, nós vamos nos encontrar na central.— Ele disse, sem ao menos eu ter perguntado. — Ei..— Andrew me chamou, em um sussurro. Eu olhei para ele, me preparando para manda-lo calar a boca.— Sinto...muito.— Eu não entendi o por que de se desculpar. Mas tudo fez sentido quando aquele, maldito, tornado apareceu dentro de mim, arrastando meus sentidos junto com ele. Eu abri meus olhos rapidamente, assustada, não me importando com a claridade do lugar que os machucada. Provavelmente, tambem havia tentando me levar, pois senti alguem me empurrando para baixo. Eu não lutei, apenas fechei meus olhos novamente para que pudesse colocar minha cabeça no lugar, pois me sentia zonza. Quando os abri novamente, encontrei os olhos verdes infinitos de Iawy. Antes de falar qualquer coisa, eu olhei pro meu braço que estava me causando uma irritação tremenda na drobra do meu cotovelo. Enfiado em minha pele havia um catéter, em seguida, olhei para o lugar onde estava. Eu estava em quarto de hospital. A unica diferença, era que em vez de medicações dentro da bolsa, havia sangue. Eu o arranguei do meu braço, gemendo um pouco com a saida da agulha. Iawy não me impediu. — Onde eu estou?— Perguntei, notando a falta da minha voz. — Em minha central.— Iawy me respondeu, me encarando e em seu olhar, havia preocupação. — Hunh, você tem tipo, um hospital em sua central?— perguntei.— Caramba, Iawy, você é um caçador ou um medico?— Ele sorriu, sua expressão sumindo, sem deixar nenhum rastro. — É, você está bem.— Novamente, olhando ao redor, não acreditando que eu estava em um


hospital, pois isso nunca acontecia com vampiros, meu olhar caio no criado mudo ao lado da cama. Em cima dele, havia uma caixa de tintura loira, em volta dela, uma fita de cetim, dando um laço. — O que é isso?— — Um pedido de desculpas, da minha parte e de Nyx.— Culpa me atingiu, como um raio atingia uma arvore em uma tempestade. — Iawy...— eu comecei, mas não fui rapida o suficiente pra dizer o que desejava, pois fui cortada por Iawy. — Erros, Roxie, acontecem o tempo todo. São apontados como errados, aqueles que as pessoas não aceitam. Nyx e eu, estamos arrependidos por ter escondido algo importante pra você e sabemos que você tambem está arrependida, então, não consideramos suas atitudes como erros, não mais.— — Eu o ameacei enfiar uma estaca em você, Iawy.— Falei, já com olhos cheios de lagrimas. — Oh, tudo bem.— ele falou.— Nyx diz coisas piores e veja...Continuo vivo.— Eu ri. Iawy tinha razão nisso. — Nyx deve ter desejado me trucidar.— me lamentei. — Acredite, ela realmente desejou isso, até mesmo estava fazendo pesquisas sobre vodoo para quebra-la inteira. Mas não vamos falar sobre o passado. O importante, é que tudo acabou bem e somos uma familia novamente.— Eu o abracei, ignorando a dficuldade das travas da cama.— Eu te amo, Iawy.— Meus olhos se arregalaram quando essas palavras sairam da minha boca. Não por dize-las a Iawy, e sim, fazerem me lembrar sobre Andrew. Eu empurrei Iawy para o lado, mais novamente, fui empurrada. — Sua demonstração de amor é tão bela quanto a de Nyx.— ele disse. — Andrew...— desespero me consumia no momento.— Eu quero ve-lo. Como ele está?— — Fique calma,— ele mandou.— Você esteve fora por quase uma semana, ainda está fraca e de maneira nenhuma, sairá dessa cama.— Quase uma semana? Oh Deus, o que havia de errado comigo?— Andrew está bem. O sangue de Pierre realmente o curou. Mais ele não está aqui, Andrew teve que se reunir com o conselho.— O conselho...Deus, Andrew havia matado um rei, o que poderia acontecer com ele? Mas quase uma semana havia se passado, se algo ruim fosse acontecer, já haveria acontecido. — Você faz parte dessa maluquice, por que não está junto com eles?— perguntei. — Não é nada importante, apenas estão resolvendo alguns assuntos. Não há nada para se preocupar. — Iawy disse, me dando um grande alivio.— E respondendo, a pergunta não feita, Andrew quebrou totalmente a barreira naquele dia, muitos sentimentos fortes, sem nenhum controle, meio que a deixou em coma.— Isso fazia sentido. Eu sempre desmaiva quando sentia emoções muito fortes dele, varias, concerteza não iria dar certo. — Você foi o único que teve tempo para ficar comigo?— Ok, isso foi dramatico. Mais eu não tinha apenas Iawy... Ele riu, balançando sua cabeça em discordancia.— Andrew não saiu do seu lado por nenhum segundo Roxie, apenas por agora, que teve que se reuniar com o conselho. Até mesmo Sol e uma mulher, chamada Seline, a visitaram.— — E Nyx?— Eu não pude esconder a tristeza em minha voz, afinal, ela costumava ser minha melhor amiga. — Presente.— Ela anunciou, quando abriu a porta do quarto. Me dando um enorme sorriso.— Mesmo não parecendo, ainda sou um pouco humana, sendo assim, preciso cuidar da minha alimentação.— Ela disse, justificando sua ausencia. — Agora, pode começar toda aquela choradeira de como sentiu minha falta.— — Nyx!— Iawy falou, com uma tentativa inutil de faze-la medir suas palavras, mais afinal, quem conseguia domar Nyx? Ignorando Iawy, ela caminhou até ficar mais proxima de mim, me dando um abraço rapido.— Eu senti sua falta, Roxie.—


Eu iria dizer que tambem senti e que menti quando disse que ela não era minha irmã. Mais quando vi a porta do quarto se abrir novamente e Andrew entrando, com alguns vampiros o escoltando, o mundo deixou de ter minha atenção. Andrew pareceu estár um pouco surpreso quando me viu acordada, acho que ele não esperava isso. Sendo assim, a partir do momento que seus olhos se encontraram com os meus, eu ganhei um sorriso. Não um sorriso ironico, que estava acotumada, e sim, um apaixonado. Com ele em minha frente, perto da porta, parecia que não existia mais ninguem nesse quarto. Eu nem havia curiosidade sobre o por que daqueles vampiros o escoltando, nada me interessava agora. Andrew estava vivo, mesmo sendo machucado daquela maneira, ele não havia me deixado. — Meu Deus,— Nyx falou, levando minha atenção ela.— Parece que eles estão se acasalando apenas com o olhar.— Iawy, em silencio, apenas abaixou a cabeça e a balançou, provavelmente se lamentando pelo comportamento de Nyx. — Acredite, Licantropa, se não houvesse ninguem presente nesse quarto, seria o acasalamento de corpos e não de olhares.— Andrew a respondeu, sarcasticamente, em quanto caminhava até mim, ficando do lado oposto da cama, do da Nyx e Iawy. Andrew se inclinou, para me beijar, e não me importei de beija-lo em frente de tantas pessoas, eu precisava sentir seus labios, os labios, que mesmo com tanta frieza em seu corpo, eram quentes. Mais antes mesmo que eles me tocassem, senti uma outra presença no quarto, mas essa não usou a porta. Desviando meu rosto da conecção que estava prestes a fazer com Andrew, o deixando no vacuo, para procurar quem acabará de entrar, encontrei Sol, ao lado de Iawy, me encarando com um sorriso enorme. — Não posso acreditar, que prefiriu olhar a uma mulher do que me beijar.— Andrew sussurrou, ironicamente, ao topo do meu ouvido. Culpada, pelo vacuo dado, eu voltei meu olhar para ele, beijando a ponta de seu nariz, um pouco constrangida, pelo o que aconteceu. — Bom,— Sol anunciou.— Pelo menos Roxie tem um bom gosto.— Brincou, se refirando a troca que eu acabará de fazer. — O que está fazendo aqui, Sol?— Perguntei. Sol, concerteza, já havia se colocado em muitos problemas com tantas visitas em nosso mundo, e eu, estava cansada de causar problemas pras pessoas. — Um bom gosto, mais uma pessima educação.— Sol se lamentou. Ela olhou para os vampiros, que entraram escoltando Andrew e até mesmo para ele e Iawy. — Le Roi Est Mort, Vive Le Roi!— Então, depois dessas palavras em frances, todos no quarto começaram a se curvar. Até mesmo Sol, que era uma Deusa, estava curvada. As unicas pessoas que permaneceram em suas posturas normais, foram Nyx e Andrew. Eu o encarei, sabendo muito bem o que aquelas palavras significavam. Essa proclamação, antigamente, era feita quando um novo monarca assumia o tronó. — Isso é algum tipo de brincadeira, Andrew?— Eu sussurrei, não querendo atrapalhar a coisa toda. Até mesmo Nyx não parecia acreditar nisso. Ele balançou sua cabeça, negando — Com Pierre morto, eu sou o proximo de sua linha para assumir as responsabilidades dos vampiros.— Ele respondeu, em um sussurro, nivelando seu olhar com o meu e o de Nyx. Nyx suspirou, um pouco frustada e surpresa.— Não espera que me curve a você, certo Andrew?— Ele soltou um pequeno riso e a respondeu.— Não quero abusar do pouco afeto que tem por mim, acredite.— Com um ultimo olhar para as pessoas que se curvaram a ele, Andrew os mandou se levantarem. — Eu não entendo...— comecei.— Por que esses vampiros estão o seguindo?— — Pierre havia muitos aliados e com sua morte...é melhor assim.— Andrew não era do tipo que precisava de seguranças, ele mesmo podia cuidar de todas as pessoas nesse quarto, mais isso devia ser algo relacionado ao conselho. Andrew era rei...uau. No que eu havia me metido? Me perguntei. — Na onde o seu amor a levou.— Sol disse, respondendo a pergunta dos meus pensamentos. Geralmente, eu iria manda-la sair da minha mente, mais agora, ela estave sendo gentil e não


merecia grosserias da minha parte. — Oh Deus. Meu Deus...— Eu comecei a dizer, repetidamente, quando as peças do quebra cabeça começaram se formar em minha mente, sorrindo feito uma idiota, apontei para Sol. — Você sempre soube! Sempre soube que Andrew viraria um rei, exatamento por isso, que disse que ele era seu salvador. Ele pode lhe proteger, como um rei, muito mais do que qualquer outra pessoa com essas coisas de sacrificios para lhe matar!— Eu disse, ainda sorrindo e totalmente agitada pelas respostas de perguntas antigas. — Parece que você ganhou em uma loteria, com essa animação, Roxie.— Nyx falou.— Contenhase, isso é apenas o obvio.— Depois de algum tempo conversando com meus visitantes, Andrew, educadamente, o que foi uma surpresa, pediu para que nos deixassenos a sós. Os vampiros que estavam o escultando hesitaram por um momento, mais Andrew insistiu dizendo que eu jamais seria um perigo ou uma ameaça pra ele. Talvez, os vampiros, estivessem assim assim, por eu ter sido aliada de Pierre. Talvez esse foi o motivo de Andrew ter algum segurança ao me visitar...O som da porta se fechando, tirou minha atenção dos meus pensamentos. — Não consigo acreditar que você é um rei.— Eu disse. Andrew se aproximou de mim, colando sua testa na minha, com seus olhos azuis e profundos prendendo os meus, sorria quando se aproximou, ainda mais, até que seus lábios tocassem os meus. Me perdi num beijo longo e carinhoso, acariciando com os dedos as pontas de seus cabelos, e o beijo parecia não ter fim, deliciosamente ardente. Seus lábios escaparam dos meus, beijando meu rosto, descendo por meu pescoço, voltando para junto de minha orelha, onde ele sussurou — Tecnicamente, Cherie, eu tenho ainda mais poder sobre você.— Os cabelos, que eu estava fazendo carinho, os puxei com força, fazendo com que seus olhos se encontrassem com os meus novamente. Andrew tinha razão no que acabará de falar, ele era meu criador e agora o rei dos vampiros. Mais do modo que falou isso, pareceu que estava me referindo como sua escrava. — Se acha que serei algum tipo de...— Eu me calei, antes mesmo de terminar minha frase, quando Andrew soltou um riso e começou a negar com sua cabeça. — Você não será nenhum tipo de escrava, Roxie, se é isso que está pensando,— ele começou. — Você será minha rainha.— ele reçou seu nariz ao meu, em um carinho.— Mais é claro que se quiser fazer algm fetiche de que é uma escrava e sou seu rei. Eu juro que não vou ter problemas com isso. — — Rainha?— Eu perguntei, me afastando dele.— Oh, Andrew, eu não estou pronta pra isso, é muita...— — Roxie, você sempre esteve pronta pra mim, por que não pros outros vampiros que existem?— Andrew falou, me cortando. E, novamente, ele tinha toda razão. Andrew era o vampiro mais complicado de se lidar, até mesmo com Pierre eu havia convivido e mais um exercito, talvez, eu pudesse fazer isso, mais não deixava de ser muita pressão. — Me chame de Cherie, Andrew.— eu pedi, choraminguando, deixando toda essa questão de lado. Afinal, eu havia acordado depois de quase uma semana, não precisava de mais um motivo para desmaiar. Ele sorriu, tirando uma mecha do meu cabelo, a colocando para trás, ele falou.— Você odiava que a chamasse assim, e agora, pede pra que isso aconteça...Realmente, você precisa muito de um tratamento pra sua bipolaridade.— Eu bati em sua mão, que fazia carinho em minha bochecha. — Deixe minha bipolaridade de lado, Andrew. Nós temos uma promesa pra cumprir.— O lembrei. Andrew colou seus labios nos meus, me dando um rapido selinho e afastou, não muito, apenas o suficiente para que pudesse falar.— Sim, cherie, nós temos.—

França, ano 2011 - Século XXI


Quando eu acordei naquele hospital, jurei que Andrew havia esquecido sua promesa, mais não, ele não tinha esquecido. Tanto é, que durante os cincos dias que eu passei em 'coma', ele estava planejando e preparando o nosso casorio, o que me surpreendeu, totalmente. E por algum momento, eu até mesmo me senti ofendida, por não preparar meu proprio casamento e ficar as cegas, já que Andrew preferiu fazer disso, uma surpresa. Quando perguntei o por que de não poder participar, ele apenas disse que queria que fosse perfeito e algo assim, só acontece, quando é feito por alguem mais que perfeito. A unica coisa que fiquei sabendo, era que nos casariamos na França. Aonde, não fazia idéia. Afinal, vampiros não gostavam de igrejas, mesmo elas não fazendo nenhum mal a nós, ninguem gostava. Principalmente Andrew. Pedir a ele pra ir até uma, era como falar para caminhar em direção do sol. E quando perguntei, se um casamento entre vampiros era como os de humanos, não obtive nenhuma resposta tambem. E bom, eu tambem pude escolher meu vestido e quem me acompanharia até o altar, e claro, que o escolhido foi Iawy. Nesse momento, eu estava em um quarto de hotel, junto com Iawy, me olhando no espelho, já pronta. Meu vestido era curto, o mais curto que encontrei para uma noiva, ele ficava na metade das minhas coxas e era bem agarrada, o que resaltava todas minhas curvas e meus peitos. O vestido não tinha alças, era tomara que caia, e todo rendado em preto, tendo em baixo um pano branco. O deixando ainda mais bonito, as rendas eram flores e em seus miolos haviam pequenas perolas. E claro, não podiam faltar minhas booties, que eram brancas para combinar. Meu cabelo, loiros novamente, estava preso em um coque alto, deixando alguns fios soltos por meu rosto, preso com uma pequena coroa, da onde saia um enorme véu. Meus olhos se encontraram com os de Iawy, que me esperava para partir até o encontro de Andrew. Ele estava segurando meu buque, que eram de orquideas brancas, já que Andrew odiava rosas.— Você está linda, Roxie.— ele disse, quando me virei. — Eu não posso acreditar que isso está acontecendo, Iawy.— falei, caminhando até ele pra pegar minhas flores.— Tenho até medo de fazer movimentos muitos bruscos, para que não me façam acordar desse sonho.— Iawy estava prestes a me responder, quando seu celular tocou, o interrompendo. Eu ignorei sua conversa, voltando a me olhar no espelho. Bom, Andrew me deixou louca de curiosidade com tantos misterios sobre nosso casamento, agora, eu o deixaria doido com esse vestido. — Pronta para ir?— ele perguntou, quando guardou seu celular no bolso. — Eu acho que já esperei muito tempo pra isso.— Brinquei, lhe dando um sorriso. Nós fomos para o local com uma limousine enorme, não me admirou que colocassem uma venda, mais eu não me importei com isso. Afinal, o caminho não importava e sim o que me aguardava. Não demorou muito pra que o transporte parasse, acho que o local onde o meu sonho se realizaria, não era muito longe do hotel. Quando Iawy me tirou do carro e retirou a venda, a vista em minha frente, me fez cambalear. Admito ter desejado matar Andrew por fazer questão de tudo ser surpresa, mais no final, valeu a pena. Meu casamento se realizaria na clareira em que Andrew e eu nos conhecemos, o lugar, onde ele havia preferido me deixar viva, me levando até meus pais, o que fez ele se tornar meu noivo. Haviam cadeiras que formavam um enorme circulo, com apenas um espaço aberto, para minha entrada. No chão, havia um tapete vermelho, como nas igrejas, que me levaria até Andrew, já que no final dele, estava ele, no centro do circulo. Junto dele estavam Nyx, Seline e mais um vampiro, chamado Lúcifer, um antigo amigo de Andrew, eles eram nossos padrinhos. Em volta do circulo, tambem haviam tochas, com fogo, para iluminar o lugar e nas arvores luzes brancas em voltas delas, como aqueles enfeites de natal. Eu olhei para Iawy, que me respondeu com um sorriso e movimentando seu braço até mim para que


eu o engancha-se. E eu o fiz. Quando demos nossos primeiros passos, o pianista, que estava fora do circulo com seu instrumento, começou tocar moonlight sonata, minha melodia favorita e as pessoas no circulo, se levantaram. Finalmente, depois de séculos, eu estava me casando. Casando com o principe do meu conto de fadas. Pra dizer a verdade, ele era mais do tipo principe das trevas. Mas quem se importava? Ele era Andrew, o vampiro que era dono do meu coração, o mesmo transformou minha vida em uma bagunça.

Fim


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