Indestructible [tempo02]

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“A vida eterna sempre invocará seus medos mais profundos.”


01Inglaterra, ano 2014 - Século XXI A ansiedade é uma das sensações mais dolorosas que um ser humano, ou uma criatura sobrenatural, pode sentir, pois contra ela não há reflexão, lógica ou racionalidade eficientes. Respirar fundo não adianta muito quando seu coração está prestes a romper os limites do peito e saltar palpitante para fora do corpo. As mãos frias e suadas são instrumentos inúteis que se perdem em gestos absurdos, não respondendo aos comandos do corpo, apenas a próprias ansiedade que agora as controlam. Por isso que eu ainda queria continuar parada diante da porta do banheiro, aguardando que essa ansiedade, caprichosa como é, se dissipasse sozinha, a seu tempo, quando bem entendesse. Mas quando elevei minha mão para dar as batidas na porta, — Estou te ouvindo, cherie.— o murmúrio calmo soou, antes que eu pudesse realizar as batidas, e eu, congelei ainda mais. Passaram alguns minutos, ou talvez tenham sido apenas longos segundos, então percebi que já pertencia a mim mesma novamente e abri a porta. Eu soltei um suspiro quando meus olhos encontraram Andrew. Ele estava encostado na borda da banheira, com uma taça cheia de sangue em sua mão e com espumas ao redor de todo, seu glorioso, corpo, o que fez minha imaginação ir alem, se eu estivesse junto nessa banheira que me parecia grande demais sem mais um corpo para ocupa-la...Ok, Roxie, concentre-se. — O que deseja, vossa majestade?— Ele brincou e me provocando, em quanto tomava um gole de sua taça, sem tirar os olhos de mim. Desde que Andrew se tornou o rei dos vampiros e eu a rainha, há três anos, admito nunca ter conseguido me acostumar com esses titulos tão importantes e Andrew adorava me provocar com isso. — Nós temos que conversar.— Disse ao mesmo tempo lhe mostrava um envelope. — Acredito que sim, você está me evitando desde que recebeu essa carta...o que é triste, me sinto tão solitario nessa banheira.— Eu o encarei, me forçando para não rir.— E não me agrada ter uma conversa em quanto estou em uma banheira e existe uma linda mulher em minha frente. Sabe muito bem que minha mente nunca foi tocada pelas mãos de Deus.— Creio que nem o diabo quis toca-la. Afinal, era a mente de Andrew que estavamos falando. — Me desculpe, sobre te evitar.— pedi de uma forma gentil.— Essa época do ano nessa mansão...o passado me assombra.— O olhar de Andrew que era de divertimento passou a ser compreensivo. Então, ele fez o que eu queria, mudar de assunto.— Você vai ficar parada na porta feito pedra ou vai se aproximar de mim para conversamos?— Um convite do rei dos vampiros para me aproximar, perigoso.— Prometo não morder, mesmo esse sendo meu desejo.— Andrew piscou, de uma forma sedutora e de repente, senti um calor crescer dentro de mim. Eu abri a carta em minhas mãos quando me aproximei mais da banheira, para começar a conversa. — Você gastou 8 mil reais em uma camisa, Andrew.— comecei, em um tom repreensor.— COM O MEU CARTÃO DE CREDITO!— Andrew nivelou seu olhar entre a carta e a mim e então gargalhou. — Você quer conversar sobre isso, Cherie?— — Isso não é engraçado.—


— Então considere, minha camisa nova, como um presente pro seu marido ficar ainda mais belo.— — Você me faz querer arrancar os olhos com esses 'presentes'— — Praticamente, sou eu quem pago suas contas, não tem por que ficar assim. Nossa fortuna, é maior que a de midas.— — 8 mil.— Eu lamentei. — É muito absurdo pra uma coisa que você usará somente uma vez.— — Uma vez e irei causar desmaios.— ele ergueu uma sobrancelha.— Ou você prefere que eu ande sem camisa? Mas isso seria perigoso. Ao invés de desmaios seriam ataques cardiacos e tambem acho que nenhuma mulher gostaria de ter seu marido andando por ai sem uma.— — Nós leve a falencia, mas não se atreva a andar na rua sem uma camisa.— — Como imaginei.— Ele disse, com um tom de quem acabará de ganhar uma guerra. Eu revirei meus olhos e quando estava pronta para sair do banheiro, uma mão gelada e molhada agarrou meu braço e o puxou para trás. Eu não tive tempo para ter algum tipo de equilibrio, então aconteceu o que Andrew planejava. Eu cai dentro da banheira em seu colo. — ANDREW!— Eu gritei, o repreendendo por ter feito isso. Minha roupa, meu cabelo estavam arruinados. A única coisa que consegui salvar, foram minhas booties, já que minhas pernas ficaram para fora da banheira. Eu tentei esticar meu braço para tira-las, já que eu não sairia dessa banheira tão cedo... Mas quando Andrew notou o que eu estava fazendo, apenas para piorar a situação, ele me puxou ainda mais, de proposito, fazendo com que minhas booties se afogassem na banheira. Adeus, booties e olá Andrew na banheira, totalmente provocador. _______________________________ Eu estava enxugando meus cabelos, com uma toalha, quando meus olhos foram pra janela, até a lua já exposta no céu escuro. Ela parecia estar maior, seu brilho tambem era grande, totalmente chamativa. Não contendo minha curiosidade, perguntei. — Por que a lua está diferente, Andrew?— — É o ano da lua.— Me respondeu, se colocando ao meu lado.— O sol fica mais fraco e a lua ainda mais esplendida, para demonstrar que sempre esperará o próximo eclipse, uma demonstração de amor.— — Esse ano não vai ter nenhum eclipse?— Soei um pouco incredula, afinal, Sol e seu amante se viam apenas algumas vezes ao ano e ainda existe mais isso?! — Sem nenhum eclipse e sem visitas inesperadas de Sol. Ela não pode sair de sua casa, nesse ano. — Claro, Andrew estava feliz, pois Sol não apareceria para nos atrapalhar, em quanto um desejo de puro prazer começava a se realizar, como aconteceu diversas vezes. Andrew entrelaçou seus dedos aos meus, seu toque, mesmo depois de tempo, ainda me causava calafrios.— Vamos.— falou, em quanto me puxava, de uma forma gentil, para fora do quarto. — Para onde o Rei dos Vampiros me levará nessa noite?— — Um rei nunca revela seus segredos.— Eu estava pronta para lhe dar uma resposta quando, involuntariamente, parei de andar. Parando na frente do quarto de Pierre, no mesmo corredor do nosso quarto. Andrew tambem foi impedido de continuar a andar, já que segurava minha mão. — Seus pesadelos,— ele começou.— devem virar passado.— — Eu sei.— Fechei meus olhos por rapidos segundos, em uma tentativa de afastar as coisas que me aborreciam.— É que as vezes é dificil ignorar tudo o que aconteceu nessa mansão.— — Quando meu reinado se tornar mais velho, nós sairemos dessa mansão.— Andrew disse, me puxando novamente pra voltar a andar. — Eu prometo.— Ele sussurrou, no topo do meu ouvido. Faziam apenas três anos desde que Andrew se tornou um rei e a mando da clave, ou melhor dizendo, nas palavras de hoje em dia, “o conselho” pediu que ficassemos algum tempo na mansão, pelo menos até que todos os vampiros se acostumassem a Andrew. Bom, não tinha como negar. Andrew conseguiu me distrair pelo caminho que nos restava até chegar em nosso carro, me fazendo até mesmo rir. Ao mesmo tempo que ele abriu a porta do veiculo pra mim entrar, Andrew a fechou quase me levando junto com a porta. — E eu me iludindo que você era um cavaleiro.— Andrew


sorriu, como um pedido de desculpa por ter fechado a porta sem nenhum aviso. — Nós temos visitas.— Eu fechei meus olhos e puxei o ar. Guaraná e mel, Cerejas e um leve aroma de chocolate. Iawy e Nyx. Andrew era mais velho do que eu, seus poderes eram maiores, então era provavel ele saber que Nyx e Iawy estavam vindo até aqui, mesmo se eles estivessem na esquina. Nós retornamos pra mansão, parando no jardim, onde estavam nossos amigos. Quando os vi, minha primeira reação foi soltar a mão de Andrew e abraça-los, ambos ao mesmo tempo. — Eu senti tanta saudades de vocês.— Falei. Nyx e Iawy não estavam na cidade, muito menos no pais. Iawy levou Nyx pro Egito, para que ela pudesse conhecer suas origens, sua infancia. — Nos perdoe por atrapalhar o plano de vocês.— Iawy disse, olhando para Andrew. Um pedido de desculpa a ele. — Não se preocupe, Iawy. Esses ultimos dias, estava chorando de tanta tristeza por você ter levado Nyx pra longe de mim.— Ele disse, ironicamente. — Ver o Andrew estava no topo da minha lista do que fazer quando chegasse em Londres.— Nyx o respondeu com o mesmo tom de ironia. — Não comecem com isso agora.— Os repreendi, principalmente a Andrew. Era como se ambos voltassem a ser crianças quando se encontravam.— E vocês são bem-vindos a qualquer hora, mesmo que interrompe nossos planos.— — Acho que você mudará de ideia sobre isso, quando lhe disser o que me fez vir até aqui essa noite.— Más noticias, eu deduzi com a frase dita de Iawy. — Caminhe comigo, Roxie?— Meu olhar foi para Andrew, que acabará de erguer uma sobrancelha, provavelmente se perguntando o por que de Iawy querer ter uma conversa particular comigo. Eu passei meu braço pelo o de Iawy, da mesma maneira como um cavaleiro e uma dama andavam antigamente.— Vamos.— Eu sorri pra ele, o puxando para uma direção contrario da onde Andrew estava. Eu não me preocuparia em ter que contar tudo pra Andrew mais tarde, ele ouviria mesmo essa conversa sendo particular. Depois que nos afastamos de Andrew e Nyx, decidi falar o obvio.— Você sabe que Andrew está escutando, certo?— — Eu sei, mas creio que será mais facil conversar apenas com você primeiro e lidar com ele depois. — — Uhum,— concordei, em um tom ironico.— E quem vai lidar com ele serei apenas eu, certo?— Iawy me deu um pequeno toque em meu ombro com seu braço, já que suas mãos estavam no bolso de sua calça.— Esse é o dever de uma esposa, não Roxie?— — Iawy Wennefer fazendo brincadeirinhas...Você não sabe o quanto isso é assustador.— Nos sentamos em um banco, perto de nossa estufa, agora. — Solte a bomba.— pedi. Iawy estava calmo, ele sempre esteve, então era dificil saber o quão grave era a situação. — Se lembra da nossa promessa, quando nos encontramos anos atras?— Oh, ele não fazia ideia do quanto eu me lembrava desse dia. — Você disse que cuidaria de mim e me ajudaria a controlar todos meus novos sentidos se jurasse lealdade a você... Uma promessa de sangue.— — Sim.— ele concordou.— Mas não foi exatamente a mim que jurou lealdade.— — Aos caçadores.— Me corrigi. Iawy acenou, positivamente, com sua cabeça.— Onde quer chegar com essa conversa do passado, Iawy?— perguntei, calmamente. — Olha, pode parecer estranho, pois nem mesmo eu estou entendendo o que está acontecendo, mas vou explicar de uma forma que não a deixe confusa.— Agora foi minha vez de acenar com a cabeça.— Ao redor do mundo existem várias centrais de caçadores, você sabe que não sou o único, talvez seja o bem mais sucedido e a maior, mas isso não vem ao caso agora. Onde quero chegar, é


que estão recrutando os melhores caçadores que existem no mundo e você está nessa lista.— Ele começou, já me deixando com os olhos arregalados.— Na Russia existe uma central, onde os maiores caçadores foram treinados. Me tornei quem sou lá. Durante seculos ela esteve fechada, quando esse negocio começou a expandir, nos mesmo poderiamos treinar nossos novatos, mais agora ela está com as portas abertas.— — Você está dizendo que eles me querem para ser uma caçadora como você? Sem fazer serviços de calangos?— Talvez eu estivesse errada em usar a palavra calango, mas se encaixava. Afinal, Iawy não manchava seu terno de sangue em quanto, nós, os calangos, matavam os rebeldes pra ele. — Não, eles não a querem pra isso.— me respondeu, tirando um certo alivio do meu coração.— Eles não revelaram o motivo, apenas estão exigindo meus melhores caçadores e você está incluida no pedido.— — Uma caçadora jamais desiste de quem é, e do seu trabalho.— Eu murmurei.— Eu lembro de todas as palavras do pergaminho, mas Iawy... as coisas mudaram tanto, eu me tornei uma rainha e Andrew...— Iawy me cortou.— Existem pessoas que tem mais poder do que todos os reis e rainhas, Roxie.— — A clave.— Falei, dando o nome das pessoas mais poderosas que reis e rainhas. — Sim, quando vi seu nome na lista procurei por eles pra dizer que você se tornou a rainha dos vampiros, ao lado de Andrew. Eles disseram que não importava seu titúlo, eles a querem de qualquer jeito.— — E Nyx?— Perguntei, mudando de assunto rapidamente. — Está incluida tambem. Até mesmo eu terei que ir, para treinar todos os caçadores.— Iawy me encarou, seriamente.— Eu não faço ideia do que está acontecendo, Roxie, mas algo não é esta certo. Os melhores caçadores sendo treinados de uma forma ainda mais rigorosa...— — Como soldados se preparando pra guerra.— Completei seu raciocínio.— Já que é minha obrigação, como uma caçadora, eu irei. Mas Andrew será um grande problema.— — Realmente, um grande problema.— Uma voz soou atrás de nós. A voz de Andrew.— Se você, Iawy, não tivesse se tornado um amigo, eu o mataria por trazer esse insulto pra dentro da minha casa. Arrancar minha mulher dos meus braços é totalmente inaceitavel.— — Você escutou a conversa, Andrew. Não sou eu que estou fazendo a escolha.— Iawy se defendeu. — Eu jamais colocaria Roxie e Nyx nisso.— — Então não terei nenhum problema em matar toda a clave, já que não são meus amigos.— — Andrew!— O repreendi. Ele sabia o quanto uma promessa era importante, o quanto uma lealdade era importante.— Foi um juramente de sangue, Andrew...— decidi o lembrar. Ele revirou seus olhos. E o silencio caiu entre nós quando ele ficou pensativo. — É o dever de Roxie, eu jamais fugi dos meus e não irei obriga-la a fugir tambem.— Ele disse, aceitando e deixando todos nos, inclusive Nyx que acabará de aparecer ao seu lado. Ok, Andrew concordando com algo sem fazer uma guerra, era tão pior quanto Iawy fazendo piadinhas.— Mas,— Claro, tinha que haver o 'mas'. — Eu irei junto.— — Você não é um caçador, muito menos está envolvido nesse meio.— Nyx falou. Andrew retirou um estilete do seu bolso e o abriu. — Pois então,— Ele disse, colocando a ponta daquela lamina em sua mão direita, a cortando.— Juro lealdade a Iawy, até que meu sangue seja derramado, me levando a morte.— Nyx e eu ficamos boquiabertas. — E se isso não foi o suficiente, amanha mesmo estarei me encontrando com o conselho.— Falou, em quanto guardava seu estilete. — Isso é o suficiente.— Iawy o respondeu.— Você é meu aliado agora, Andrew. Um aliado jamais ficaria de fora dos meus problemas com os caçadores.— Ótimo, eu jurei lealdade a Iawy uma vez e virei calango. Andrew jurava lealdade e virava o braço direito dele... Isso por que dizem que o mundo é justo. Pelo menos havia um lado bom, Andrew estaria comigo. — Quanto tempo temos até partimos pra Russia?— Ele perguntou a Iawy. — Dois dias.— — Ótimo. Amanha mesmo me encontrarei com a clave.— Eu fiquei tensa. Oh, Deus. Por favor, não


permita que Andrew faça alguma besteira.— Eu não irei mata-los, Roxie.— Ele respondeu, já que sentiu minhas emoções. — Apenas tenho que avisa-los que estarei viajando por um tempo indeterminado, alguém deve substituir o trono em quanto estou fora.— Depois que Iawy e Nyx foram embora, nós fomos para nosso passeio noturno. Conversar sobre ir até Russia foi um assunto que não durou, afinal, Andrew estaria comigo e o principal ponto: não sabiamos o motivo da viagem. Andrew parou o carro em frente de um campo, no meio do nada. — Você pretende me jogar aqui e voltar pra casa?— Eu brinquei, me lembrando do que os humanos faziam aos seus animais, quando desejavam abandona-los...Uma crueldade. Minha vontade era de pega-los para criar, mas Andrew fez o favor de me alertar que se eu levasse algum gato ou cachorro pra nossa casa, ele morderia suas jugulares. Então cheguei a conclusão de que eles estariam a salvos nas ruas do que perto do rei dos vampiros. — Se estiver planejando fazer isso, eu apenas terei pena do pobre coitado que te encontrar.— Eu lhe dei um sorriso amargo.— Muito engraçado, Andrew.— Ele saiu do carro e antes que eu pudesse acompanhar seus movimentos, Andrew estava ao meu lado, com a porta aberta e esperando minha saida. — Por que temos que andar no meio do mato? Você irá destruir mais uma das minhas booties, Andrew.— Protestei, quando sai do carro e notei que a intenção dele era caminhar pelo campo. — Meus planos não eram vir até aqui essa noite, mas por sua culpa, as coisas mudaram?— — Minha culpa?— O que diabos eu fiz dessa vez?! — Você e seus juramentos com os caçadores. Isso é o que aconteceu.— Bom, isso tinha haver com nossa viagem, acho que não seria tão ruim. — Em minha defesa,— comecei, o seguindo no meio daquele mato.— Qualquer juramento que fiz foi por sua culpa.— — Está jogando sujo, cherie.— — Bom, até agora nada que você jogou foi limpo.— Na metade do campo, eu pude ver uma enorme mansão no final. Ela era bem do estilo de filme de terror, do tipo com enormes portões velhos e gargulas. Assustador. — Quem mora lá?— perguntei. — Uma pessoa de confiança.— Foi a resposta de Andrew.


02Claro, só um animal como Lúcifer poderia morar no meio do mato em uma mansão tão velha quanto ele mesmo, pensei comigo mesma. Eu não tinha nenhum motivo bom para odia-lo, mas estava obvio que ele, o melhor amigo de Andrew, não gostava de mim tambem. Pra mim, isso já era um ótimo motivo. — Andrew!— Ele exclamou, lhe dando um abraço.— Rosanny.— Lúcifer acenou com sua cabeça, em comprimento. — É Roxanny.— Corri seu trocadilho com meu nome, que provavelmente foi de proposito.— Mas me chame de Roxie.— — É, tanto faz.— Sua atenção voltou a Andrew.— O que o trás aqui essa noite, meu amigo?— Ele perguntou, em quanto caminhavamos até sua sala. — Dentre dois dias, Roxie e eu estaremos indo viajar por um tempo indeterminado,— Andrew começou, se sentando no sofá antigo, ao meu lado.— Como ela estará comigo, você é o próximo na lista para cuidar dos meus negocios.— Eu congelei, aparentemente Lúcifer tambem.— Que?— Eu e seu amigo falamos juntos, em um tom de surpresa, com as vozes alteradas. Andrew estava calmo, nossa alteração não o afetou em nada.— Vocês me ouviram.— Ele disse, confirmando que não o entendemos errado. — Andrew, meu amigo,— Lúcifer começou.— Você tem noção de quanta responsabilidade você está jogando em minhas costas? Eu sei que somos amigos durantes seculos, mais a palavra responsavel e Lúcifer não caminham lado a lado.— — Ele tem razão.— Eu concordei.— Lúcifer destruira sua reputação.— — Sua confiança em mim, me emociona, Roxie.— O tom de Lúcifer era ironico, mas pelo menos ele acertou meu nome. — Vá pro inferno, Lúcifer.— Ele abriu um enorme sorriso, seus perfeitos e brancos dentes direcionados a mim.— Me mandando pra casa, chupim?— Andrew ao meu lado, que estava em silencio, gargalhou. — Chupim...?— O que diabos era isso? — Parem com isso.— Andrew ordenou.— Eu sei que você gosta de causar problemas, Lúcifer, mas você é o único vampiro que confio. Você está em divida comigo, não se esqueça.— Claro que estava em divida. Andrew tirou sua cabeça da morte diversas vezes, até mesmo antes de se tornar um rei, pelo que conheço da historias dos dois. Lúcifer suspirou, parecendo nervoso.— Tudo bem, eu farei isso.— Eu joguei minhas pra cima, em um ato desesperado.— Ótimo, ambos perderam a cabeça.— Lúcifer ergueu um sobrancelha, com uma expressão de quem estava pronto para me provocar.— Deixe me dizer o que é perder a cabeça: uma vampira passar oxigenada no cabelo.— Ok, me chame de vadia, mas não ouse falar da minha tintura. Eu me levantei, pronta para estrangular Lúcifer, mas na mesmo velocidade que levantei, fui puxada para me sentar novamente. Eu joguei um olhar repreensivo pra Andrew. — Não querendo me intrometer no casamento de vocês,— Oh, Ele mal sabia que se intrometia apenas pelo fato de existir.— Mas acho que você terá problemas pelo resto da noite se não começar a defender sua mulher de mim, meu rei.—Lúcifer comentou e eu estava concordando com ele


mentalmente. — Se continuar falando coisas como estás, da próxima vez, eu não a segurarei.— Lúcifer sorriu, com a resposta de Andrew. Devo admitir, que o sorriso dele era magnifico. Um tipo de sorriso que qualquer mulher se apaixonaria, mas ao mesmo tempo, era um sorriso que levaria qualquer mulher ao abismo da morte. Um toque gelado, em minha mão, me trouxe para a realidade. O toque de Andrew. — Vamos embora, Cherie.— — Essas palavras me deixaram feliz.— Falei para provocar Lúcifer. — Idem.— Foi a resposta dele. — Minha governanta os acompanhará até a porta.— Nós nos levantamos, pra seguir a governanta, que já estava a nossa espera.— O vejo novamente dentre dois dias.— Andrew o lembrou. — Estarei lá.— Foi a ultima resposta de Lúcifer, antes de sairmos de sua sala, de sua mansão. Eu esperei que estivessemos no meio do campo, novamente, para falar. — Você está louco de colocar Lúcifer pra cuidar do trono.— — Eu sei que você o acha um pouco fora do comum, mas...— — Um pouco?— O interrompi, para que ele corrigisse sua frase. Andrew riu, um riso honesto.— Muito fora do comum, mas eu confio nele e acredito que fará um ótimo trabalho em quanto estivermos fora.— Meus labios se curvaram, ainda em protesto. — Eu confio no que você faz, Andrew, por isso, vou concordar com essa loucura.— Eu ainda tinha um pé atrás com Lúcifer, sobre confiar nele, mas estava na hora de dar uma chance pro vampiro. — E o que diabos é chupim?— Andrew aparentemente segurou outra gargalhada.— Chupim é um passaro, ele é conhecido por roubar pertences de outras especies.— Confusão passou por mim, realmente não pesquei o por que de eu ser um chupim. Andrew deve ter sentido minha confusão, já que começou a falar.— Lúcifer quis dizer que você me roubou dele, já que não passo mais tanto tempo com ele, como antes.— — Oh!— Exclamei, agora sim, eu estava me sentindo ofendida.— Eu não sou um chupim!— Andrew riu, com minha revolta. Eu olhei ao redor do campo, procurando por algo que me fizesse esquecer da raiva por Lúcifer, e não muito longe de nós, havia um enorme jardim, parei de caminhar no mesmo instante em que avistei algo que me intrigou.— Olhe, Andrew.— O chamei, logo apontando pra aquelas flores magnificas, de varias cores. — Rosas do campo.— Ele suspirou. — Vamos lá,— Eu o puxei por sua mão.— Quero saber qual é o meu cheiro.— Andrew sempre dizia que meu aroma era de rosas do campo, o motivo que fazia ele odiar qualquer tipo de rosa, dizendo que eu tinha que ser única em todos os sentidos, até mesmo em meu aroma. Eu era sua única rosa, ele falava. O jardim provavelmente pertencia a Lúcifer, pois era bem cuidado. Uma imagem de Lúcifer com um regador de flores, luvas e avental, cuidando desse local me veio a mente, me fazendo morrer de rir mentalmente. — Esse jardim é de Lúcifer?— Perguntei, para tirar minha curiosidade. — Sim, uma amante dele o criou. Ele apenas o mantem, talvez seja uma maneira de lembrar dela.— — Eles não estão mais juntos?— Andrew negou com a cabeça.— Ela não era uma vampira e sua raça a proibiu de ter qualquer coisa com ele.— — Nyx e Iawy são de raças diferentes tambem.— Por um segundo temi por eles. — É diferente,— Andrew falou.— Nyx e Iawy não convivem com suas raças. Existem raças muitos rigorosas. São como uma família da antiguidade, o pai manda em quem sua filha deve casar.— — Então, o rei de algumas raças, se acontecer de ter um romance entre criaturas sobrenaturais diferentes, ele tem o direito de proibir?— — Sim.— Andrew concordou com meu racicionio.— Mas isso não está acontecendo com tanta


frequencia como antigamente, geralmente acontece quando a raça é pequena.— — Mais mesmo proibido, eles estão juntos, certo Andrew?— Ele deu de ombros, se virando para o enorme ramo das rosas.— Esses são os segredos de Lúcifer, Cherie.— Andrew deve ter prometido a Lúcifer não contar a verdade a ninguém sobre esse assunto, então tomei aquilo como um “Sim, eles estão juntos.” Andrew retirou uma única rosa do ramo, a trazendo até meu nariz. Eu coloquei minha mão sobre a dele e suguei o ar, com a rosa em minha frente. Era um aroma diferente das rosas que eram mais conhecidas, a rosa do campo tinha um aroma mais fresco, mais suave como uma seda e ao mesmo tempo que era delicada, era perversa.— Interessante.— Murmurei.— Você gosta desse cheiro, Andrew?— Ele abriu um sorriso.— Eu amo qualquer coisa que pertence a você, cherie.— — Acho que agora entendi o por que de se amar tanto.— Brinquei e Andrew arqueou uma sobrancelha, em quanto se curvava, se aproximando do meu rosto. Eu coloquei minhas mãos em seus ombros.— Você pertence a mim, Andrew. Você é meu.— Ele soltou um riso, em quanto enrolava uma de suas mãos em meu cabelo, fechei meus olhos.— Isso é o que chamamos de possessividade extrema, hunh?— Um passo meu foi o suficiente para ter nossos labios se tocando, o suficiente para que meu corpo caisse em tentação por Andrew. Nosso beijo foi como assoprar uma brasa e as chamas se acenderem, essas brasas pegavam ainda mais força, conforme nossos corpos se apertavam um contra o outro. Andrew afastou seus labios quentes dos meus, eu procurei por mais, mas ele se manteu distante.— Eu perderei toda minha civilização se continuarmos e não pretendo aborrecer Lúcifer, ainda mais, com barulhos em uma noite calma.— — Vamos embora.— sussurrei, em quanto me recompunha. Andrew estava prestes a jogar a rosa, ainda em sua mão, no chão. Eu a peguei.— Nunca ganhei uma rosa de você, me deixe imaginar que isso aconteceu essa noite.— — Mulheres...— ele murmurou.— Eu te dou o mundo, meu amor e você reclama por rosas.— Eu lhe dei um pequeno tapa em seu braço, em quanto cheirava a rosa mais uma vez. — Não seja dramatico.— Durante nossa trajetoria até nossa casa, eu estava com minha cabeça encostada no banco e com meus olhos fechados, pensando novamente na conversa que tive com Iawy.— Andrew...— murmurei, o chamando —Sim, Cherie?— — Obrigada por viajar comigo, nessa coisa de caçadores.— falei. — Se esse clubinho do travesseiro fosse apenas para mulheres, você pode ter certeza que ficaria muito feliz em manda-la sozinha.— ele começou.— Mas como sei que terá caçadores machos, procurando suas femeas ideais pra um casamento, eu mesmo faço questão de fazer minhas malas pra viajar.— Eu ri.— Então acho que será a primeira vez que vou ve-lo fazendo as malas.— — Você sabe,— Andrew disse, em quanto estacionava o carro na garagem, quebrando o silencio.— mesmo que fosse apenas caçadoras, não permitiria ficar longe de você. Eu fui tolo o suficiente por ter ficado longe por mais de 300 anos e isso nunca mais acontecer. Esse é o motivo por eu estar sempre ao seu lado.— Eu girei minha cabeça em sua direção, encontrando seus olhos azuis.— Você consegue imaginar, como tudo seria se nós não tivéssemos nos encontrado naquela noite, do baile?— — Eu acho que nosso encontro era inevitável.— Ele afirmou.— Eu sempre estive atrás de Nyx para mata-la para impedir que Pierre fizesse o sacrificio.— — Você sempre esteve disposto a trair Pierre.— murmurei. — Sim, e se eu tivesse matado Nyx, apenas daria mais um motivo pra você querer me matar.—


— Iawy a protegeria tambem e eu perderia você ou ele, pois não faço ideia de quem é mais forte.— — Eu já estive em combate com um inccubus antes, foi uma luta dificil.— — Você o matou?— — Não, apenas fomos impedidos de continuar.— — Quantos inimigos você tem, Andrew?— Decidi perguntar, já que minha curiosidade falou mais alto, e bem, eu tinha que ter noção do quão em perigo eu estaria em quanto andava na rua. Andrew me deu um sorriso ironico.— Essa pergunta é o mesmo que você estar me perguntando quantas mulheres tive em toda minha existencia.— — E essa é uma resposta que eu não desejo saber.— Brinquei, sentindo uma pontada de ciumes. — Ciumes por meu passado, cherie?— Ele ironizou. — Você tambem deveria sentir do meu. Durante os anos que fiquei sozinha, conheci diversos homens interessantes.— — Mas eles nunca a tocaram, isso é o suficiente.— — Eles eram ótimos beijadores, ok?— O provoquei. — Claro,— Ele concordou, abrindo a porta do carro para sair.— Mas mesmo assim, você prefere a mim.— Eu sai do veiculo, encontrando seu o olhar por cima dele.— Eu nunca disse isso.— — Eu posso senti-la, Cherie.— Ele me lembrou, em um tom ironico e divertido. — Isso continua sendo injusto.— choraminguei.— Eu quero sentir suas emoções todos os dias, como você me sente, mais todas as vezes que isso acontece, eu desmaio.— — É mais facil bloquear, do que deixar a barreira rachada.— Andrew veio até mim, parando em minha frente.— Meu ultimo desejo, é machuca-la.— — Acho que você deve ter enjoado dessa brincadeira, a de me machucar, certo?— Brinquei.— No passado você me deu belos hematomas.— — E eu não me arrependo de nenhum.— Eu sorri ironicamente como resposta.— Vamos entrar, logo estará amanhecendo. — Sim, estava amanhecendo, e ao amanhecer, estaria faltando apenas um dia pra minha viagem ao clã dos caçadores, uma viagem cujo motivo era segredo. 24 horas, foram exatamente como 24 minutos. O ultimo dia restante, passou como um raio. Lúcifer havia passado o dia inteiro recebendo orientações de Andrew, de como cuidar do reino dos vampiros. Deixando Andrew loge de mim. Então, quem era o chupim agora?


03Rússia, ano 2014 - Século XXI Partimos para Russia quando era dia, para que pudessemos chegar lá a noite. Durante toda a viagem eu dormi, afinal, qualquer vampiro tinha aversão por avião, então nada melhor do que tirar uma soneca demorada. — Abra os olhos, Roxie.— Uma voz me tirou do meu subconsciente.— Andrew está fugindo, a deixando para trás.— Eu abri meus olhos, para encontrar o rosto de Nyx, praticamente, colado ao meu. — Puxa!— ela exclamou.— Desde quando você tem um sono pesado? Estou te chamando desde que o avião pousou.— — Onde está Andrew?— — Ele não está fugindo, apenas estava descobrindo uma frase chave para acorda-la. E creio que essa funcionou.— Eu a encarei, ignorando seu divertimento.— Ele está na cabine com Iawy.— Claro, Iawy estava pilotando o avião, já que esse lugar onde estavamos indo era tão secreto que ninguém exceto ele poderia guiar esse monstro com asas. — Ele estava ajudando Iawy a pilotar o avião.— — QUE?!— Saltei do meu banco, levando Nyx junto comigo e quase a derrubando. — Calma Roxie, nós já estamos em terra.— Nyx me segurou, tentando me manter no lugar.— Andrew estava apenas entediado e foi ajudar Iawy, nada demais aconteceu.— Ela disse.— Tudo bem que teve a hora que o avião começou a sofrer turbulencia mesmo não existindo nenhuma.— Nyx murmurou, pensativa. — Eu não posso acreditar que estive em risco de morrer e ninguém me acordou!— — Ignore-a Licantropa.— Andrew apareceu, caminhando pelo corredor.— Ela apenas está aborrecida por ter estado dormindo ao invés de admirar seu marido pilotar um avião.— — Como você pode fazer isso?! Você Nunca pilotou um avião antes! Consegue ter noção do quão errado isso é?!— — Bem, sim. Isso é verdade, nunca pilotei um antes.— Concordou.— Mas pra primeira vez, eu fui muito bem. Vocês não acham?— Andrew perguntou ao resto dos passageiros, os outros caçadores de Iawy que estavam saindo aos poucos do lugar. Ninguém o respondeu e Andrew deu de ombros. — O silencio é sinonimo de emoção, estão todos honrados por terem andado em um avião comigo pilotando.— — Continue sonhando, Andrew.— Nyx nos interrompeu, em quanto se desviava de nossos corpos para sair do avião, ele não a respondeu. — Estou pensando em comprar um avião...— Andrew começou, mas não terminou, pois eu o interrompi. — Se comprar, será o mesmo que assinar nosso papel de divorcio.— A expressão de Andrew era divertida, até mesmo havia conseguido risos sem ironia, mas do nada se tornou seria. — O que foi? — — Há tantas pessoas aqui, tantos cheiros, mas um em particular...É como se eu o conhecesse.— — Você sabe de quem é?— Perguntei, intrigada. — Não, mas logo saberei, eu espero.— Ele pegou em minha mão e entrelaçou nossos dedos, ignorando esse detalhe de reconhecer um aroma— Vamos conhecer seu clubinho do travesseiro.—


Como planejado nós chegamos na Russia durante a noite, então não pude reconhecer muito bem o local. Mas o pouco que pude notar, era que estavamos nas montanhas, muito distante de qualquer civilização. Em nossa frente, tochas enormes iluminava todo o caminho de pedra até portões tão grandes quanto qualquer um que já havia visto. Os muros do lugar eram maiores do que prisões humanas, esse lugar era como um castelo. Homens de pretos passaram por nós, indo até o avião de Iawy, provavelmente para guarda-lo em algum lugar adequado, e provavelmente, esses homens trabalhavam aqui. — Veja Roxie,— Iawy se colocou ao meu lado, seu olhar fixo nas pessoas que caminhavam em nossa frente.— É isso, que chamamos de calangos.— Eu os olhei novamente, haviam tantas pessoas, mas tantas pessoas, que eu me sentia perdida apenas por olha-las. Todos com estilos caçadores, com roupas de caçadores, cabelos de caçadores, todos carregavam suas próprias malas, em quanto entravam por aquele portão, com as letras H.S.S. Enormes em sua frente, em metal. Eu olhei ao meu redor. Empregados carregavam nossas malas, minhas roupas e de Nyx de longe eram de caçadores. Afinal, nós usavamos saltos, em quanto as outras usavam botas e nossos cabelos eram tão mais macios que seda. E bom, acho que nenhuma dessas pessoas conseguiram trazer seus maridos ou esposas. É, eu estava me sentindo como se estivesse em uma escola. Onde seria odiada por ser a mais rica e talvez metida. Por todos os Deuses, não deixem descobrir que sou uma rainha, pois já basta ser uma protegida de Iawy, o que deixaria qualquer caçador ou caçadora com inveja. Eu olhei para Nyx, se eu pudesse me ver, diria que ela sustentava a mesma expressão que eu. Acho que ela devia estar pedindo para que não descobrissem que ela era amante do grande dono de uma mafia de caçadores.— Todos os vampiros estão olhando para nós.— Escutei Nyx murmurar. Ótimo, lá se vão minhas rezas. — Provavelmente estão reconhecendo a mim e Roxie, se perguntando o por que estarmos aqui.— Andrew a respondeu, em uma calma que me surpreendeu. Com seu tom, estava obvio que ele estava intrigado.— Por que tantos caçadores?— sussurrou, provavelmente para si mesmo. O silencio caiu sobre nós, o silencio, atualmente, estava se tornando algo tenso. Iawy deu um toque em minha costas e na de Nyx tambem, fazendo com que dessemos um passo pra frente.— Sigam as caçadoras, elas estão indo para ala feminina, onde vocês ficaram informadas de tudo que é preciso saber.— Ele nos disse.— Andrew e eu iremos tratar de alguns assuntos com os presidentes.— Com um ultimo olhar para nossos amados, começamos a caminhar lado a lado, até chegar no meio daquela multidão, não demorou muito para que olhares viessem até nós. Isso mesmo moças e rapazes, me deixem ainda mais sem jeito de continuar a andar, pensei comigo mesma. Pra dizer a verdade, minha vontade era correr de volta para Andrew, como uma criança, e fazer birra até que ele me levasse de volta pra casa, para que eu pudesse refazer toda minha mala. Eu bem que devia ter colocado uma roupa do estilo caçadora ou algum tenis, mas nãooo, Roxie le Boursier tinha que ser vaidosa! Talvez fosse dificil de admitir, mas eu estava com medo. Medo do que me esperava, medo pelas pessoas não me aceitarem, afinal, eu passaria um tempo indeterminado nesse lugar, não gostaria que todos me odiassem. Tudo bem que eu tinha Nyx, mas ela era uma pessoa que fazia amizade com facilidade, já eu não era tão facil assim, ainda mais quando carregava um titulo tão importante como o de uma rainha, as pessoas me julgavam por isso e...Orgulho passou por mim, mas não estava orgulhosa de mim mesma, eu estava com medo. No meio do orgulho, uma pitada de amor apareceu e só quando uma leve brisa de ódio passou por essas duas emoções, eu descobri o que era. Andrew estava rachando sua barreira. Eu olhei pra trás para encontra-lo, Iawy e ele ainda estavam no mesmo lugar observando a mim e a Nyx entrar. Andrew estava com seus braços cruzados sobre o peito, com um leve sorriso direcionado a mim. Ele estava orgulhoso de mim, não sei exatamente por que, mas estava e me deixou sentir isso, pois provavelmente havia sentindo meu medo.


Como Iawy nos orientou, seguimos as caçadoras. Elas nos levaram até um enorme estadio, onde em seu meio havia uma arena e em sua volta arquibancadas, nenhuma delas estavam se sentando, apenas ficaram em pé. Nós duas fizemos o mesmo.— Veja Milena,— Uma caçadora praticamente, com um corpo de homem, apontou pra Nyx e eu.— Acho que as loirinhas estão pensando que estamos em um spa.— Ela nos zombou. Minha reação foi ficar paralisada em quanto olhava as duas caçadoras rindo de nós.— Veja Roxie, — Nyx começou, ao meu lado.— Acho que essas caçadoras esqueceram do que é ser feminina.— Lancei um olhar repreensivo a Nyx, eu realmente não estava a fim de apanhar no primeiro dia! — Deixe avisa-las, o shopping fica do outro lado da Russia.— A caçadora, que aparentemente se chamava Milena, respondeu por sua amiga, ironicamente. — Oh, obrigada!— Nyx exclamou.— Por tanta gentileza irei informa-las que a ala masculina é do outro lado dessa central.— As duas caçadoras começaram a vir em nossa direção com esse insulto de Nyx. Ótimo Nyx, agora terei que apanhar de duas monstro! A repreendi mentalmente. Nyx era uma boa lutadora, ainda mais quando seu treinador era Iawy, mas ela era uma licantropa muito nova, exatamente por isso, sua força não era tão grande. Minha força e a dela, nunca poderiam ser comparadas, e bom, eu não deixaria ela apanhar desses tanques de guerras, mesmo não fazendo ideia de que especie pertenciam. — As moças estão com algum problema?— Uma voz masculina, com um sotaque totalmente russo, surgiu atras de mim. As brutamontes congelaram em seus lugares, à alguns passos de nós duas. — Não senhor, apenas estavamos dando boas vindas a essas garotas.— Milena respondeu o rapaz e eu girei a cabeça, na direção do meu salvador. O homem usava uma calça de moletom larga e uma blusa muito justa, o que deixava todos seus músculos a mostra... e que músculos! Seus cabelos eram vermelhos, tão vermelhos quanto o sangue, e não parecia ser algum tipo de tintura, e era um tipo de corte moderno, já que seus cabelos estavam arrepiados. Seus olhos eram uma mistura de branco com cinza, como fumaça, o único defeito era que do canto de seu olho até a sua bochecha direita havia uma cicatriz, nada bonita. Mais isso não o deixava menos bonito. E vale lembrar que ele arrancaria suspiros de qualquer mulher, mas Andrew causaria um infarto nelas.— Como imaginei.— Ele a respondeu, caminhando até o meio da arena. Eu e Nyx acompanhamos cada passo daquele homem, em quanto davamos alguns passos para o lado, se afastando daquelas mulheres doidas. E acho que não era apenas nós duas que tinha sua atenção, todas em volta da arena se calaram.— Para começarmos, eu me chamo Dale.— Ele começou, em um tom alto, para que todas escutassem. Dale, esse era o nome do nosso salvador...— Eu serei o treinador de vocês de todos os dias, até que a lua apareça. Os treinamentos, as lutas não serão faceis, vocês não estão aqui pra aprenderem como lutar e reaprender tudo que já foi ensinado, viajaram até aqui, para ficarem melhores do que já são. E os motivos para que tantos caçadores estajam aqui, ainda não foi revelado e não será até uma segunda ordem.— Dale falou, como um comandante que orientava seus soldados. — O dormitorio feminino se encontra no segundo andar daquele predio.— Ele apontou pra um enorme predio, que era bem nítido visto do estadio.— Existem listas com seus nomes e o numero do quarto que ficaram. Agora, conforme o nome que irei chamando, por favor, levantem o braço.— Pediu, em quanto seu olhar ia até sua prancheta. Quando ele começou a chamar, notei que a ordem da lista era alfabeta, então demoraria muito para que meu nome aparecesse. Eu olhei novamente para o predio, onde nossos quartos estavam, provavelmente não era um quarto pra cada pessoa...Senhor, onde Andrew ficaria?! Ou melhor dizendo, o que eu faria se não pudesse dormir com ele?! E se eu não caisse no mesmo dormitoria que Nyx.... — Roxanny Louvain.— Meu nome foi chamado, me tirando dos meus pensamentos. — le Boursier — A voz de Andrew surgiu atrás de mim, corrgindo Dale que havia chamado por meu nome de solteira. Dale arqueou uma sobrancelha, sua expressão estava uma mistura de algo com surpresa.— O Rei, Andrew le Boursier, no meio de caçadores...Quem diria.— Todos os olhares foram até mim, até


Andrew. Maravilha! Dale que havia recebido o titulo de salvador, passou a ser um traidor! Como ele pode revelar um segredo que eu mal havia planejado de como esconde-lo?! — Estou apenas acompahando minha mulher. Que tipo de homem eu seria de deixa-la viajar sozinha?— A voz de Andrew era ironica. Um jeito ironico, que deixou obvio que ele conhecia Dale. — O homem que sempre foi, Andrew, o homem que sempre foi...— Dale o respondeu, com um tom afiado. Andrew, ao invés de continuar ao meu lado, caminhou até a arena para entregar um papel ao seu conhecido. Iawy que veio com ele se posicionou ao lado de Nyx.— Eu pensei que você iria treinar os caçadores.— Ela disse. — Eles me querem aqui para ajudar Dale.— Ele deu de ombros. Nyx abriu um sorriso enorme, estava evidente que ela amou ter Iawy para treina-la. — O que é aquele papel, Iawy?— Eu perguntei, não tirando meus olhos de Dale e Andrew. — Aquilo é apenas uma nova orientação para Dale, o que Andrew irá fazer.— — Andrew será um dos treinadores tambem?— — Algo parecido.— Dale, ao meu ver, pareceu estar intrigado e não demorou muito para que começasse falar.— Se sintam honrada, caçadoras.— Ele disse.— O rei dos vampiros estará aqui para treina-las, junto a mim e Iawy.— Eu notei que todas as caçadoras estavam com os olhos em Andrew, todas estavam babando, praticamente. Minha vontade foi de subir na arena, e esconder ele com meu próprio corpo...Murmurios começaram, todas sussurrando de como ele era lindo, de como seus olhos eram maravilhosos e de como não viam a hora dos treinos começarem, pela manhã, já que todos os treinadores eram lindos. Bom, quem diria que Andrew tinha razão sobre caçadores estando atras de suas almas gemeas... Depois que Dale terminou com os nomes em sua lista, nos deu permissão para nos retirar e logo saiu do estadio, juntamente com um monte de caçadores, que provavelmente estavam indo procurar seus quartos. Andrew se aproximou de nós, quando o lugar estava quase vazio. — Então, o que irá fazer?— perguntei, não conseguido conter a curiosidade.— Espero que não haja nenhum contato com nenhuma caçadora. Os murmurios sobre você, eram horriveis!— — Horriveis? Eu me senti tão bem em ouvi-los.— Ele brincou, me dando o sorriso mais lindo e ironico do dia.— Sobre ter contato, haverá muitos. Estou designado a lutar com todas as caçadoras que forem a arena.— — O que?!— Eu e Nyx falamos juntas, indignadas com essa decisão. Qualquer expressão boa que sustentava em meu rosto, se desmanchou, somente para se transformar em horror. Bom Deus, Andrew me quebraria no meio se lutar comigo! — Iawy!— Nyx o chamou, como uma criança fazia quando não queria algo.— Andrew irá me mutilar, esse sempre foi o seu sonho!— — Talvez com isso você aprenda a controlar sua língua, licantropa.— Andrew a provocou.— Não se esqueça que cada provocação será descontada em combate.— — Andrew não quer me mutilar, mas eu vou ser a única caçadora com hematomas. Isso vai ser horrivel!— — Vocês estão chorando por uma batalha não ganha.— Iawy nos disse, se referindo que poderiamos vencer Andrew. Andrew gargalhou.— Deixe-as chorar, pois depois haverá somente a dor.— Ele estava contando vitoria antes da batalha...E estava certo. Afinal, poucas pessoas conseguiram derrubar ele, em toda essa eternidade. — Isso é uma injustiça, Andrew é o vampiro mais forte que conheço.— Nyx choramingou para


Iawy, como se isso fosse ajudar em algo. — Eu sei que o ultimo desejo de vocês é lutar com Andrew, mas os governadores o escolheram para essa tafera, exatamente por ele ser forte.— — Treinos durante todas as manhãs, lutar contra pessoas mais fortes. Por que Iawy?— Existia uma meta, mas não um por que. Era como um quebra cabeça, nós temos que monta-lo, mas não sabemos qual imagem se formará no final... — Todos saberão na hora certa, Roxie. Nem mesmo os treinadores, sabem o motivo, estamos como vocês.— Nós começamos a caminhar para fora do estadio.— Mas eu tenho uma boa noticia a vocês duas. Consegui um quarto somente pra vocês, sem mais nenhuma companhia.— — E vocês dois?— Nyx foi mais rapida que eu, em sua pergunta. — Nós ficaremos nos predios dos treinadores, lá cada um tem seu quarto.— — Nós não podemos ficar com vocês?— Perguntei. — Não, sinto muito, mas são as regras.— Iawy me respondeu, sua tranquilidade tão grande quanto meu desespero. Tipo, como assim? Como eu dormiria sem Andrew?! Andrew passou seu braço por minha cintura, me trazendo para mais perto do seu corpo.— Que bom que odeio seguir regras.— Seu sorriso, no momento, era totalmente traveso em quanto sussurrava ao meu ouvido. — Aquele é o nosso predio.— Iawy apontou para o local, quando saimos do estadio. O predio dos treinadores, parecia mais como um palice hotel, já o nosso estava mais para um cortiço. Acho que não gostaria de saber como era os dos governadores. — E você não quer que eu me sinta como calanga, huh Iawy?— — Vocês dois, parem com essa coisa de calangos,— Nyx se estressou, obviamente por não poder dormir com Iawy. Quem a culpava? Eu tambem estava com vontade de matar quem criou essa regra.— Ou eu mostrarei como se mata um!— — Oh, minha dama, eu tambem sentirei sua falta durante a noite, ao meu lado.— Iawy beijou a mão de Nyx, em um modo carinhoso. — Bléh!— Um chiado enjoado fingido veio do meu lado. Nyx lançou um olhar fuzilante para Andrew. — Nós vamos dar uma volta pela...— eu parei um pouco, buscando pela palavra.— Eu realmente não sei em como chamar esse lugar.— — Chame de inferno.— Andrew resmungou, tambem deixando bem claro que não gostou de ter que dormir longe de mim. — Chame de divisão ou central, Roxie.— Iawy disse, ignorando o comentário de Andrew. — Certo, obrigada Iawy.— Eu dei um passo para trás, puxando Andrew comigo.— Vamos conhecer o lugar.— Falei. — Eu prefiro leva-la para conhecer o meu quarto, Cherie.— — Não vamos causar problemas no primeiro dia, Andrew.— Falei, mesmo que meu desejo fosse fazer isso. Depois que caminhamos para longe do predio que eu ficaria, nos sentamos em um banco, de frente para as montanhas e um céu totalmente limpo. Os olhos de Andrew estavam presos naquela enorme escuridão.— Existem poucas estrelas no céu.— murmurou. — O que isso significa?— — Os deuses estão em reunião.— Ele olhou pra mim.— Isso significa problemas.— Problemas entre os deuses, o quão ruim isso seria? Me perguntei.— Você acha que existe alguma ligação entre o que está acontecendo aqui e com eles?— — Talvez sim, talvez não. Os deuses geralmente são muito orgulhosos para pedir ajuda a nós.— — Eu queria saber o que está acontecendo aqui.— Apoiei minha cabeça em seu ombro, em quanto falava, deixando que ele me envolvesse em seus braços. — Nós vamos descobrir, mesmo que seja por nós mesmos. É insulto que a clave esconda algo como isso dos reis e rainhas.— Claro, essa loucura toda tambem envolvia os reis e rainhas, afinal, era seus próprios povos que estavam aqui para lutar.


— Você e Dale se conhecem.— Afirmei, me lembrando desse pequeno fato.— Esse era o cheiro que reconheceu?— — Não, o cheiro não era de Dale. Mas nos conhecemos.— Andrew falou —Se lembra que comentei que estive em combate com um inccubus?— — O inccubus era Dale?!— Perguntei, totalmente incrédula.— Eu não posso acreditar que você e Dale são inimigos!— — Não somos mais inimigos, no passado sim, mas agora não tenho mais motivos para querer seu sangue escorrendo por uma lamina.— — Você foi responsavel por aquela cicatriz!— Adivinhei, ficando ainda mais incredula — Todo inccubus jovens podem correr o risco de ganhar uma cicatriz.— Como Iawy, adicionei mentalmente, lembrando da sua cicatriz, em sua mão, feita quando ele era apenas uma criança. — Por que vocês brigavam?— — Por honra.— Eu o encarei seriamente. Aquela não era exatamente uma boa explicação, mas eu sabia o por que de ter sido tão resumida.— Por uma mulher.— — Bem, sim. Não era como se eu estivesse morrendo de amor pela dama, mas Dale estava a roubando de mim, era minha honra em jogo.— — Você é pior que criança as vezes, sabe?— Murmurei. — Ei, não me culpe por ter sido criado como um principe.— Ele disse, em quanto encostava seus labios em minha testa, me dando um beijo. — Você estava se sentindo orgulhoso de mim hoje, por que?— Claro, que eu não iria esquecer de perguntar isso. Essa pergunta estava no topo da minha lista de curiosidades. E bom, eu apenas perguntei sobre a parte do orgulho, pois o odió, infelizmente, era uma parte de Andrew, uma parte de quem ele era... E o amor não havia explicações, estava obvio. — Você estava com medo,— — Certo.— O cortei para concordar, mas não o atrapalhei. — Mas não estava deixando que ninguém notasse, você estava caminhando como uma rainha...Eu tenho muitas coisas para me orgulhar de você, Cherie.— Eu sorri.— Quando sentir medo, nunca se esqueça que sempre haverá alguém te admirando por quem é, Roxie.— Eu o abracei, em uma tentativa de deixar nossos corpos ainda mais próximos, ainda mais conectados. — Eu te amo, Andrew.— Muito mais tarde, quando tomamos coragem de enfrentar a realidade de que não dormiriamos juntos, deixamos aquele banco. Andrew me acompanhou até que o caminho nos obrigou a nos separar, lógico que antes de ir pro seu prédio me deu um beijo de despedida que valeu por toda a noite e creio que eu não foi a única a receber um. Afinal, quando me encontrei com Iawy no corredor, saindo do meu novo quarto, sua camisa estava toda amassada e isso era uma coisa que raramente acontecia, já que Iawy era conhecido por ser perfeccionista. Quando entrei no quarto, Nyx já estava adormecida, o que deixou claro que Iawy ficou com ela até que adormecesse e eu dei graças a todos os Deuses por Nyx estar de pijama e não nua. Seria muito “eew!” Ter que dormir no mesmo quarto que ela e Iawy tivessem uma conecção maior que o costume pela primeira vez. Geralmente, eu costumava dormir quando o sol aparecia, mas atualmente, já teria que estar de pé quando o ele estivesse nascendo, o que apenas me deu uma hora de sono já que fiquei muito tempo naquele banco com Andrew. Quando acordei Nyx não estava mais no quarto, ela havia deixado um bilhete dizendo que estava com Iawy, conhecendo seu quarto, e quando me levantasse, era para ir direto ao estadio de ontem. — Traídora.— murmurei. Afinal, o que custava ela me acordar para que ambas conhecessem o quarto de nossos amados? Mas tudo bem, dessa vez eu iria deixar passar, dessa vez eu realmente precisava dormir. Ao meu ver, depois que me levantei e me arrumei, eu era a única pessoa nesse prédio. Talvez eu estivesse atrasada, ou todos estavam adiantados. Uma rainha nunca está atrasada, como Andrew


dizia. Mas acho que isso não se encaixava nesse lugar. Eu paralisei no lugar antes mesmo de chegar a porta da saida. Raios solares. Droga! Eu era uma vampira e havia me esquecido totalmente do meu problema com o dia. E bom, toda a arena era aberta, todo esse lugar era em céu aberto, expeto pelos prédios. — O Sol não irá machuca-la.— Uma voz masculina com um sotaque russo surgiu, tirando meus olhos do chão, para encarar Dale, do lado de fora do predio. — Eu sou uma vampira, Dale.— O lembrei. — Eu sei, mas acho que o governadores seriam espertos o suficiente para não recrutar vampiros se queriam os treinos durante a manhã.— Então você pode chama-los de burros, retruquei mentalmente.— Olha, por volta da H.S.S existe uma camada invisivel que não permite que raios solares se infiltrem, apenas a luz.— Ele disse, fazendo um gesto com sua mão pra cima, para o céu. — Magia...— Eu murmurei. — Sim.— Ele concordou.— Magia, bruxaria, feitiçaria, chame do que quiser. Você está segura aqui dentro.— Tudo bem, por mais que as explicações fossem aceitas, eu ainda estava insegura. — Eu estarei lhe treinando durante meses, acho que um pouco de confiança valeria a pena para começarmos bem.— — Eu não sou boa para confiar nas pessoas.— Lhe disse, o que realmente era uma verdade. Eu tinha o dom pra confiar nas pessoas erradas. Se eu estava repassando toda minha historia na cabeça com Pierre para dizer coisas como estás? Com certeza! — Se ajuda em algo, Andrew já está no estadio, com todas aquelas caçadoras o admirando— Eu arqueai um sobrancelha. — Ok, dane-se a insegurança.— Eu disse, caminhando em disparada para o estadio, com o ruivo russo logo atrás de mim. E claro, como Dale disse, o sol não estava me queimando! — Saltos e jeans.— Dale se referiu ao que eu vestia.— Realmente acha que essa seja uma roupa adequada para um treino, Roxanny?— — Me chame de Roxie.— O avisei, já que não sabia sobre minha preferencia de como ser chamada. — E sim, eu acho adequado. Iawy me treinou para lutar com essas roupas. Se eu colocar um tênis, acredite ou não, eu viraria um pato sem saber sua direção.— — Talvez Iawy tivesse um ponto. Saltos são perigosos.— — Má experiencia com eles, Dale?— Brinquei. — Acho que pode ser considerado uma má experiencia quando sua irmã tenta enfia-los em seus olhos.— Ele disse, em quanto entravamos no estadio, me tirando um riso. Logo meus olhos encontraram Andrew. Ele estava encostado em uma pilastra, com varias caçadoras sorridentes ao seu redor. Dale provavelmente acompanhou meu olhar.— Vá pegar o que é seu, garota.— Ele disse, me dando dois toques em meu ombro antes de se afastar. Ok, vadias, se afastem pois a mulher dele chegou, pensei em quanto dava um sorriso falso para elas quando me aproximei. Não demorou muito para que essa rodinha, ao redor de Andrew, se desmanchasse. Francamente, eu era tão estraga prazeres assim? — Eu espero que não tenha que sujar minhas laminas com o sangue de Dale novamente, Cherie.— Ele falou, quando apenas eu estava por perto. — Eu digo o mesmo sobre aquelas caçadoras ao seu redor.— Disse, lhe dando um sorriso de bom dia, já que não podiamos nos beijar. Claro que para marcar o território eu me afogaria na garganta de Andrew, mas aqui não era certo fazer isso. Dale e Iawy foram até o meio da arena e não demorou muito para que chamassem Andrew para ir até lá. — Até daqui a pouco, cherie.— — Espera! Andrew le Boursier!— O chamei, indignada.— Eu não posso acreditar que você está vestindo a camisa de oito mil reais para um treino!— Ele se virou em minha direção, mas não parou de andar.


— Eu não pretendo sujar minha camisa, Cherie.— — A ultima vez que você disse isso, você foi parar em um hospital e me levou junto!— — Besteira.— Ele debochou, com um sorriso sarcastico. Claro, ter arrancado a parte lateral do seu corpo era uma besteira! Iawy e Dale nos dividiram em dois grupos, em quanto Iawy treinaria um, Dale com Andrew trabalhariam juntos com o outro grupo. Andrew trabalhando com um antigo inimigo...quem o conhece não acreditaria. Para minha falta de sorte, eu cai no grupo do que teria que lutar com Andrew. Como sempre, a ordem era alfabeta, então eu não teria que me preocupar com a dor no momento. Entretanto, do outro lado do estadio, as garotas que Iawy estava treinando chamaram minha atenção. Eu não as conhecia, mas uau, aqueles movimentos eram incriveis!— É como se elas nem tocassem o chão.— murmurei, para não atrapalhar Dale que estava em cima de um ranking nos dando instruções. — É como se não estivessem, a velocidade não permite muito tempo para tocar o solo, Cherie.— — Se eu fizer algo como aquilo tenho certeza de que nunca mais andarei.— — Eu posso ensina-la.— Andrew se ofereceu. — Ai eu terei certeza absoluta de que nunca mais voltarei a respirar.— Admiti, o que não era uma mentira! Ele me lançou uma careta. — Me deseje boa sorte, cherie.— Andrew falou, quando Dale o chamou para começar com a primeira participante. Claro que eu estava desejando boa sorte a pobre coitada e não ao rei dos vampiros. E bom, sobre não me preocupar com a dor no momento, esqueça isso! Nenhuma caçdora que subia no ranking durava mais que cinco segundos antes de seus corpos encontrarem o chão! Eu invejava Nyx, ter caido com Iawy... Iawy era um anjo perto do que Andrew estava fazendo. Em quanto Iawy ensinava movimentos, lentamente, para as outras garotas que não estavam lutando como aquelas do ar, Andrew agarrava o pescoço das caçadoras e as arremessava no chão, até mesmo deixando marcas dos corpos no lugar que ele as jogava. — Ótimo trabalho, Andrew.— Dale o elogiou, quando minha vez chegou. Ótimo trabalho?! Qual era o problema dessa turma?! Andrew estava impossibilitando qualquer caçadora de andar depois que saia do ranking e isso era bom? Se essa divisão queria caçadores aleijados, então Andrew, realmente, estava fazendo um ótimo trabalho. — Você parece estar com medo, Roxie.— Dale disse. — Andrew é meu criador. Ele vai me causar muito mais dor do que nelas.— — Isso vai ser interessante.— Ele murmurou. — Não seja pessimista, Cherie. Tentarei ser gentil.— Andrew se aproximou, pegando em minha mão pra me levar até o meio do ranking. — Está pronta?— — Eu acho que sim.— Engoli em seco.— Por favor, por favor, não deixe marcas no meu pescoço Andrew.— sussurrei, em desespero, para que ninguém me escutasse. Ele se aproximou, seus labios encontrando meu ouvido.— Eu pretendo marca-la com minha boca, cherie.— sussurrou, me deixando arrepiada com sua voz que estava como um ronronar de gato selvagem.— E bom, eu não pretendo estragar mais uma de suas booties, então se quiser tira-las, agradeço.— Ele provocou, com sua ironia de volta na jogada, se afastando. — Podem começar.— Dale ordenou, em seguida soando o apito. Nós começamos a rodear pelo ranking, esperando um momento certo para atacarmos. Andrew esperava que eu atacasse primeiro, mal sabia ele que eu estava fugindo... Mas acho que sua paciencia se foi, já que tentou agarrar meu corpo para me levar ao chão, eu desviei. Mais um golpe, e consegui acerta-lo em seu rosto com minha unha, deixando uma pequena marca que logo sumiu. Aquilo já significou uma vitoria pra mim. Mais outro golpe e quase acertei seu rosto, mas de alguma maneira Andrew tirou proveito, do meu golpe de má sorte, e agarrou meu pescoço em seguida me jogou para fora do ranking fazendo com


que acertasse uma das pilastras do estadio, quase a derrubando com o impacto. Aquilo, praticamente, me matou. Todos ao redor estavam olhando em minha direção. Por que meu Senhor? Por que justo eu tinha que ser arremessada pra fora assim? Minhas costas? Se eu ainda possuia uma, eu não a sentia. Mas tinha certeza de que sentiria mais tarde. — Você está bem, Roxie?— Dale chegou ao mesmo tempo que Andrew, totalmente incrédulo e surpreso. — Andrew. Eu. Vou. Te. Matar!— Rangi entre os dentes, desejando agarra-lo pelo pescoço e arremessa-lo para longe, como fez comigo. Ele revirou seus olhos. — Ela está ótima.— disse, me puxando para ficar de pé. — Bom Deus!— Nyx exclamou olhando meu corpo, quando chegou junto com Iawy para ver o que havia acontecido.— E vocês ainda querem que ele lute comigo!— Eu olhei pra minha situação. Minha blusa que era branca estava vermelha, minha booties estavam raladas, meus braços pior que elas... Eu acho que não gostaria de saber como estava meu pescoço... e toda essa furia por causa de um arranhão no rosto! — Eu acho que você tem permissão para...se ajeitar, Roxie.— Dale disse, ainda surpreso por minha situação. — Deixe que Andrew vá com ela, ele pode cura-la.— Iawy disse e Dale permitiu que Andrew saisse comigo. Eu tentei dar um passo para frente, mas logo a dor apareceu, como uma alfinetada — Eu não consigo andar.— murmurei para Andrew, quase como um choramingo. E no segundo seguinte eu estava em seus braços, seus fortes e musculosos braços que me carregavam como se fosse uma folha de papel. Andrew começou a sair do estadio em quanto todos nos encaravam. Eu escondi meu rosto na curva de seu pescoço, em uma tentativa de tentar não ligar para todos os olhares que provavelmente estavam me julgando como fraca. — Uau!— Exclamei quando Andrew abriu a porta do seu quarto.— Isso é tão uau que faz parecer que estou vivendo em uma favela no prédio que estou.— E isso não era uma mentira, nesse quarto havia até mesmo uma banheira, em quanto no meu predio mal havia água quente. E a cama, quão grande ela era, quão macia deveria ser... Andrew me sentou na beirada dela e eu estava tão certa sobre ser macia.— O meu sangue vai sujala. — Falei me referindo a cama, afinal, minha blusa estava ensopa e mesmo assim, eu sentia o sangue por minhas costas escorrendo e... Eu encarei Andrew, ele estava tão quieto, tão sombrio desde que ele me arremessou na pilastra. — Você não está se desculpando.— Não que eu necessitasse de uma desculpa no momento, mas era o que ele estaria fazendo, não ficando em um silencio perturbador. Seus olhos frios e azuis encontraram os meus.— Acho que a ultima coisa que me preocuparei é com minha atual cama suja com seu sangue.— — Com o que você preocuparia?— Bom, com meus hematomas tambem não era, já que eu estava perdendo todo o sangue do meu corpo em quanto ele estava em silencio e pensativo. E nem ao mesmo um pedido de perdão eu tinha recebido! — Eu perdi meu controle quando a arremessei.— Ele admitiu. Ok, má sorte minha. Quem o culparia?— Eu senti o cheiro de sangue e perdi o controle da minha força.— — Você não se alimentou?— Perguntei o obvio. Qualquer vampiro sem se alimentar perderia o controle ao sentir o cheiro do sangue. Isso já aconteceu comigo. — Eu estou muito bem alimentado, Roxie.— Meu coração gelou. O problema tinha que ser muito grande para ele me chamar por meu nome. — Então...o que aconteceu?— Tentei deixar minha voz firme, mas talvez isso não estivesse em questão. — Quando provamos o sangue de alguém podemos sentir pequenas prévias de suas emoções mais fortes, certo?— Eu acenei em concordancia com minha cabeça.— Quando um vampiro passa a ficar mais velho, eles podem sentir o cheiro das emoções, sem ter que provar.— — Você está sentindo o cheiro delas.— conclui sua frase.— Por que não me contou isso antes?—


— Esse não é o ponto, Roxie.— Claro, não dizer coisas importantes pra mim sobre sua evolução não é importante, pensei ironicamente. — Hoje não foram emoções comuns que senti. Havia o medo, horror e a morte.— — Morte?— — Muitas mortes.— — O que isso significa, Andrew?— — Uma chacina está acontecendo aqui na Russia, fora dessa divisão, Roxie.— — Talvez seja apenas os humanos, você sabe como eles adoram matarem uns aos outros.— Tentei arrumar uma desculpa obvia. — Talvez.— Ele concordou, mas eu sabia que ele iria investigar isso.— Vamos ver o que te causei dessa vez.— Mudou de assunto, em quanto se sentava atrás de mim, provavelmente para lidar com minhas costas. Andrew enrolou meu cabelo em um coque para que não o sujasse com meu sangue. — Me perdoe por esses machucados, cherie.— Ele se desculpou, finalmente o meu Andrew estava de volta. Escutei um clic e olhei por cima do ombro, apenas para ver minha blusa rasgada por Andrew. Eu decidi ignorar isso. — O quão ruim está?— — Nada bonito.— — Eu posso imaginar apenas por olhar nos meus braços. E acho que meu tornozelo está quebrado. — Ele terminou de tirar, ou rasgar, minha blusa e a jogou no chão, me deixando apenas com meu sutiã. Andrew se colocou em minha frente, seu corpo se acomodando entre minhas pernas. — Ok cherie, vamos acabar com seu sofrimento. Coloque suas presas pra fora e morda o pescoço mais desejavel desse mundo.— — Desejavel em todos os sentidos, certo?— murmurei em seu pescoço, em quanto minhas presas, já expostas, formigavam para morde-lo. Depois que o mordi, meus machucados e dor não existiam mais. Eu até mesmo havia tomado um banho naquela banheira linda. Agora, Andrew procurava por algo para que eu pudesse vestir. — Eles lutam bem.— murmurei pra ele, em quanto observava a vista da janela, que dava exatamente no estadio dos caçadores. Eles eram tão bons quanto as mulheres, seus treinamentos eram mais brutos... Ele se aproximou, seu olhar acompanhando o meu.— O modo como treinam as pessoas aqui, me lembra como Pierre me treinou.— Em seu tom não havia nenhum tipo de emoção, eu desejei poder falar algo.— Aqui.— Um aviso. Andrew colocou sua camisa em mim, já que a minha blusa estava destruida. Não me importei da sua camisa ficar larga em mim, era melhor do que caminhar até meu prédio apenas com meu sutiã.— Obrigada.— — A clave está aqui.— Andrew disse, em quanto se sentava em sua cama.— Aquele cheiro pertence a um membro.— — A clave inteira?— Se meu corpo mandasse em mim, juro que estaria de boca aberta.— Por que demorou tanto para descobrir?— Tudo bem, apenas um dia havia se passado, mas Andrew descobria as coisas em questão de segundos. — Por que ainda estou tento problemas em separar o cheiro das emoções e das pessoas, cherie.— Eu me sentei ao seu lado.— E tambem não queria acreditar que está pessoa estava aqui.— — Quem está aqui?— Perguntei me referindo a pessoa. — Digamos que essa pessoa é a responsavel pelos assuntos dos vampiros que eu não posso resolver. — — Ok, os governadores desse lugar recrutando os melhores caçadores para ter um treino pesado, deuses em reuniões e a clave toda nesse lugar. Só eu estou desesperada pra pular aqueles enormes muros e voltar pra casa?— — Eu tentarei me encontrar com a clave amanhã, talvez consiga descobrir algumas coisas.— — Seu principal ponto de querer se encontrar com eles?— — Descobrir a verdade e dar um jeito de nos tirar daqui.— disse.— E eu sei o quanto é sua


responsabilidade ter que estar trancafiada nesse lugar, mas sua responsabilidade é maior ainda em ter que cuidar do trono ao meu lado quando se é uma rainha.— — Eu acho que sim.— Foi minha resposta. Afinal, era dificil escolher. Eu havia feito um juramento de sangue sobre ser caçadora e ser uma rainha tambem é uma responsabilidade grande. — Eu não sei o que eles estão escondendo, Roxie, mas a morte está caminhando junto com esse segredo.—


04Quando a noite chegou, todas as luzes e tochas foram acesas na divisão. Devo admitir que o lugar ficava muito bonito e exótico com esse lance de tochas com fogos. Incrível. — Eu tenho que ir para o meu quarto, Andrew.— Falei.— Nyx deve estar preocupada.— — Se ela realmente estivesse preocupada estaria nesse quarto ao invés de estar no de Iawy.— — Você realmente está ficando bom nessa coisa de ser um vampiro velho, Andrew le Boursier.— Ele deu de ombros.— Não tenho culpa se nasci pra ser bom em tudo, cherie.— — Menos em ser humilde.— Revirei meus olhos.— Agora é sério, eu tenho que ir. Ainda não quero causar problemas sobre ficar em seu quarto.— Andrew arqueou uma sobrancelha, em quanto me dava um sorriso malicioso. — Ainda?— — Quem segue todas as regras perde toda a diversão, certo?— Eu abri a porta para sair, mas em um piscar de olhos, Andrew a fechou, me prendendo entre seus braços. Ele inclinou sua cabeça, pra que pudesse encontrar minha boca. Eu o puxei ainda mais contra meu corpo em quanto ele aprofundava o beijo, ao mesmo tempo que me pressionava contra aquela porta. Sua língua invadiu a minha boca, começando uma exploração louca. Ele percorreu cada canto da minha boca com a língua, com loucura, nem ao menos me deixando respirar. Suas mãos foram até minhas coxas, o que era o impulso que faltava para que ele me puxasse pro seu colo, deixando minhas pernas ao redor da sua cintura. Suas presas viajavam por todo meu pescoço, me dando leves picadas nos pontos mais sensíveis do lugar, ele perseguia cada gota de sangue com sua língua, me causando uma incrível sensação erótica. E eu sabia que Andrew não tinha a intenção de curar os pequenos machucados que estava fazendo com suas presas. Maravilha. — Você sabe,— Ele murmurou, me dando uma leve mordida no maxilar.— que se nós formos para minha cama, não a deixarei sair mais. Muito menos dormir.— Eu soltei um gemido quando Andrew me apoiou contra a porta para que pudesse tirar suas mãos da minha cocha apenas pra escorrega-las por de baixo da minha blusa, até meus seios. Seu toque fazia com que todo meu corpo ardesse em chamas. Sua boca foi até a minha novamente, antes que o respondesse. — Tentador.— falei, depois que quebrei o beijo.— Mas eu realmente preciso ir. Nós já causamos problemas demais hoje. — E era uma verdade, ninguém ficaria contente em saber que Andrew e eu fomos dispensados dos treinos. Ele me soltou, quase me levando ao chão e virou de costas. — Tudo bem,— começou em quanto caminhava até a cama.— Me abandone nesse quarto enorme, repleto de solidão.— — Não seja dramatico.— — Eu? Sendo dramatico?— Ele soltou um suspiro sofrido, totalmente falso.— Deve ser apenas impressão.— Soltei um riso, Andrew estava brincando comigo. Isso era raro. Eu caminhei até ele e o abracei por trás, deixando minha cabeça apoiada em suas costas e minhas mãos em seu abdomem. Desejei que tivesse tirado sua camisa em nossa sessão de namoro, para que agora pudesse sentir todos os seus músculos frios.— Amanhã dormiremos juntos.— Prometi. — Saiba que não vou estar nem um pouco interessado em querer dormir, cherie.— Ele disse, colocando suas mãos em minha cintura, me puxando ainda mais contra sua costa.— Você como


minha mulher devia satisfazer todos os meus desejos, sabia?— — Eu sou sua mulher, não uma escrava.— Afinal, se eu fizesse tudo que ele desejava era isso que me tornaria, uma escrava. — Eu gosto de escravas, elas eram interessante.— Eu o belisquei. — Ei!— Ele exclamou, se afastando de mim.— As vezes dou graças a Deus por você não ser a vampira que me criou, caso contrario eu estaria cheio de hematomas.— — Eu gostaria de ser por um dia, pelo menos você saberia o quanto sofro com esses arremessos em pilastras.— Eu o imaginei cheio de hematomas, sua pele palida com pequenas manchas roxas...É, seria divertido. — Agora é sério, estou indo embora. Me acompanha até a porta, vossa majestade? — — Tudo que você quiser, minha rainha.— Ele disse, se curvando em uma reverencia. Quando Andrew abriu a porta do quarto para que eu saisse, a porta do quarto da frente tambem se abriu. Nyx e Iawy estavam saindo. Bom, acho que Nyx era quem estava indo embora. Pegos no flagra. Há! — Roxie, fico feliz por estar bem.— Iawy falou, me dando um sorriso. E não é que o inccubus sabia ser sinico? — Obrigada, Iawy.— agradeci por sua gentileza. — Você não me disse que era Andrew no quarto da frente.— Nyx disse a Iawy.— Agora entendo o por que dos barulhos socados na porta.— — Espiando, licantropa?— — Eu digo o mesmo Andrew. As vezes eu gostaria de andar por ai sem ter você sentindo meu cheiro.— Ele deu de ombros.— Seu aroma é muito enjoado pra passar despercebido.— Nyx lhe lançou uma careta nada bonita. — Vamos embora, Roxie.— Ela disse, me puxando por meu braço, irritada com Andrew, o que me deu tempo apenas para dar um rapido beijo na bochecha dele e tchau a Iawy. — Não faça muito barulho.— Nyx murmurou, quando nos afastado de nossos amantes.— Os superiores desse lugar não podem nem imaginar que estamos aqui.— — Eles ficam nesse prédio?— — É obvio que não, mas como Andrew, eles escutam ou sentem o cheiro de qualquer coisa a distancia. Esses “governadores” são assustadores, mesmo que eu nunca tenha os vistos. Quero dizer, esse lugar é assustador.— — Seus sentidos são mais aguçados que os meus Nyx,— Falei, afinal, ela podia ser mais nova, mas como uma licantropa, era tipico dessa raça ser melhor em sentir cheiros e escutar barulhos.— Qual é o cheiro que você sente ao redor da Russia?— — Medo e morte.— Ela me respondeu em uma calma surpreendente. Acho que a calmaria de Iawy estava a afetando, no final das contas... Antes que eu pudesse responde-la, uma porta no corredor se abriu. Nós paralisamos no lugar. Eu não sabia exatamente o por que de ter congelado, por ser pega no pulo ou por ver Dale em nossa frente usando apenas uma toalha com uma linda mulher saindo do seu quarto. Quero dizer, eu não estava paralisada por causa da mulher e talvez estivesse pecando muito em observar Dale, mas qual é, desde quando meus olhos pertenciam somente a Andrew? E acho que eu não era a única a pensar assim, já que Nyx tambem o olhava. — Acho que todos fomos pegos no pulo.— A mulher com olhos e cabelos negros ondulados, que iam até seus ombros, falou. Seu sotaque frances era evidente e eu não precisava dizer que seu corpo era magnifico, afinal, parecia ter sido moldado para tirar medidas de um novo espartilho. Essa desconhecida me lembrava a alguém... — Boa noite meninas.— Dale falou.— Fico feliz por estar melhor, Roxie.— Era incrivel como os inccubus tinha o dom de serem sinicos! — Obrigada, Dale.— Agradeci.— Nós temos que...— E eu me perdi em sua barriga novamente, tão


definida, tão durinha... — Ir.— Nyx completou minha frase, em quanto me puxava para continuar. — Garotas!— Aquela mulher nos chamou, quando tomamos uma certa distancia, com nossas cabeças baixas e com o ritmo acelerado. Andrew me mataria se soubesse que olhei para Dale dessa maneira e quantos mais caçadores eu poderia encontrar nesse prédio? Então era melhor manter a cabeça abaixada. Nós olhamos pra francesa, que vestia um vestido pink, que era agarrado até a cintura e depois totalmente solto.— Vocês nunca me viram aqui.— Ela piscou. Claro, e eu nunca vi Dale apenas com uma toalha em volta de sua cintura cobrindo coisas que eu não tinha permissão para ver. — Quem era aquela mulher com Dale?— Perguntei pra Nyx, quando saimos do prédio e começamos a caminhar até o nosso. — Eu não sei, mas ela não parece ser uma caçadora.— — Existem algumas semelhanças nela que me lembra alguém, sabe? A expressão que os olhos dela passa...Eu não sei.— — Você desde que se tornou rainha passou a conhecer muitas pessoas, Roxie, as vezes ela...— Nyx parou de andar e de falar, justo quando estavamos prontas para entrar em nosso prédio. — Nyx?— — Fique quieta.— Ela mandou, se virando de costas pra entrada do nosso predio. Ela falou novamente quando vários segundos de silencio se passaram.— Escuta, Roxie. Preste atenção nos barulhos lá fora, na floresta.— Eu me virei pra mesma direção dela, tentando me focar nos barulhos que aconteciam pra fora da divisão.— Socorro....— Um sussurro longe.— Alguem me ajude, por favor....— A voz ia se aproximando, mas ainda era longe. A pessoa, o garoto, que estava pedindo por ajuda, estava chorando.— Me ajudem!— Um grito desesperado. Nyx começou a correr na direção do portão da divisão, provavelmente indo ajudar. Eu não pensei duas vezes, antes de começar a segui-la. — Abra esse portão.— Eu ordenei para o guarda que estava lá, que provavelmente havia ouvido os gritos e nem ao menos tinha se mexido. — Nós temos ordens de mante-lo fechado, senhorita.— — Abra esse portão agora.— Pedi novamente, ignorando suas regras. — Você não está ouvindo os gritos?!— Nyx se estressou.— Abra logo esse portão, eu não me importo se suas ordens são diferentes.— O homem não se mexeu. Decidi agir por mim mesma, em quanto Nyx chingava o guarda. Eu corri até o portão e comecei a procurar um cadeado ou uma alavanca para abri-lo.— Droga!— Eu o chutei. Aquele grito só ficava pior a medida que se aproximavam e o meu desespero de não poder fazer nada tambem. — Ei!— Nyx exclamou.— Não a toque.— Mãos fortes agarram meu braço, o torcendo para trás e fazendo com que eu me contorcesse pela maneira que me pegou e pela dor. — Andrew.— Murmurei, o chamando. Andrew sempre estava atento pelo o que estava acontecendo por minha volta, mesmo que estivesse longe. No momento ele já devia ter sentindo minha dor por nossa ligação, então, não demorou muito para que meu rosto e algumas partes do meu corpo estivesse sujo de sangue e o braço do guarda que me segurava, arrancado por Andrew. — Muito errado segurar uma dama dessa maneira. Principalmente quando essa dama pertence a mim.— Ele disse, seu tom nem um pouco piedoso. Ele jogou o braço do guarda de lado, no chão. — Agora abra esse portão, caso não queira que seu outro braço tenha o mesmo destino do outro.— Iawy apareceu, logo atrás de Andrew. — Você está bem?— Ele perguntou a Nyx, com suas mãos em seus rosto para examina-la. — Estou.— Ela respondeu.— Iawy...os gritos.— Agonia, Nyx estava começando a fica agoniada. O guarda estava se contorcendo de dor no chão, provavelmente ele não abriria o portão. Uma vez Pierre havia me dito que arrancar um membro do corpo era horrivel, mas como as criaturas


sobrenaturais podiam “substituir” o membro arrancado, o crescimente era pior ainda. Iawy foi até o portão, do lado que eu ainda não havia procurado por algo, e começou a quebrar as correntes e cadeados com suas próprias mãos, Andrew foi ajuda-lo. Eles abriram o portão.— Fiquem aqui. As duas.— Ele mandou olhando diretamente pra mim, antes de sumir naquela imensidão de escuro e arvores, junto com Iawy. Os gritos continuaram e haviam passos agora, talvez uma perseguição estivesse acontecendo. Mas a direção que estava o grito, não era a mesma que Andrew e Iawy seguiram.— Fique aqui, Nyx.— Ela puxou o meu braço, me impedindo que continuasse a andar pra fora do portão.— Andrew mandou esperar aqui.— — Se Andrew e eu nos damos tão bem em nosso relacionamento, é por que não cumpro suas ordens.— Ela me soltou. — Se você não voltar em 10 minutos irei procurar por ajuda.— — Tudo bem.— Concordei e comecei a correr na direção dos gritos, do garoto que chorava em desespero. Não havia nenhum indicio de luz no meio daquela floresta, totalmente desconhecida pra mim. Eu não sabia exatamente para onde estava indo, apenas corria na direção do grito. A cada passo que eu dava, mas próxima ficava, mas as coisas complicaram ainda mais quando o silencio caiu na floresta, me deixando apenas com uma respiração alterada para seguir. Mais adiante, sentado e encostado sobre os troncos de uma árvore, se encontrava um garoto com cabelos castanhos, sua testa apoiada em seus joelhos, eu sabia que as lagrimas estavam em seus olhos, mesmo não vendo seu rosto. — Olá?— Falei, em quanto me aproximava lentamente.— Você está bem?— — Não me machuque.— Ele chorou, ainda abraçando seus joelhos. — Eu não irei machuca-lo, você gritou por ajuda, eu quero ajuda-lo.— — Ele está me seguindo, ele quer meu sangue.— Ele me olhou, seus olhos eram mais escuros que jabuticabas e cada traço de seu rosto era tão jovem...No maximo esse garoto tinha 15 anos. E sua expressão de medo estava muito evidente. Ele era apenas um humano adolescente. — Eu...— “Saia dai, Roxanny.” Uma voz invadiu minha mente, uma voz que não pertencia a mim. — Sol?— murmurei, deixando o garoto confuso. “ Faça silencio, saia dessa floresta.” Ela disse, me ignorando, mas eu sabia que era Sol e não ignoraria seu pedido. — Olha, você tem que vir comigo. Prometo não te machucar e não deixar ninguém fazer isso.— Me aproximei mais ainda, para que ele pudesse ver a sinceridade no meu rosto.— Eu me chamo Roxie. — — Jake.— Ele disse, limpando suas lagrimas com a manga da sua blusa.— Eu me chamo Jake.— Jake se levantou com minha ajuda, já que segurei em seu braço para levanta-lo. “ Corra, Roxie!” A voz de Sol em minha mente explodiu, causando até mesmo uma dor de cabeça. “ Corra!” Ela gritou. — Você consegue correr?— sussurrei. Jake apenas acenou com sua cabeça.— Ótimo.— Eu não sabia o por que de Sol e esse humano estarem tão desesperados, mas ficar para descobrir a verdade jamais aconteceria. Então, eu agarrei a mão de Jake e comecei a correr, na velocidade maxima que os humanos conseguiam alcançar, eu não gostaria de assusta-lo mais ainda com minha paranormalidade. E claro, era proibido em todas as letras uma criatura sobrenatural revelar seus segredos para um humano. Em toda minha corrida com Jake, eu pude escutar passos, a perseguição atrás do garoto ainda continuava. O cheiro de sangue tambem invadiu meu nariz, o cheiro vinha de Jake, então tudo indicava que ele estava machucado, mas agora eu não poderia parar pra verificar isso.


Fúria começou invadir meu coração aos poucos, tudo indicava que era Andrew quebrando sua barreira, furioso comigo por não ter comprido sua ordem de permanecer onde estava, exatamente por isso que ele estava quebrando a barreira, um aviso pra que eu faça algum barulho.— Andrew!— Dessa vez eu gritei, o desespero tomou conta da minha voz e eu não pude fazer silencio como Sol havia pedido. Mesmo que ele estivesse me procurando não parei de correr e não demorou muito para que eu estivesse na frente da divisão, no mesmo lugar onde Nyx me esperava. — Qual é o seu problema em seguir minhas ordens?— Andrew surgiu do meio de algumas árvores, totalmente bravo. Eu parei de andar, fazendo com que Jake ficasse atrás de mim.— Eu já disse que mesmo você sendo uma vamp....— Andrew ficou em silencio, parando a tempo antes que revelasse algo sobre nosso segredo. Seu olhar foi direto para Jake. Andrew esteve tão perto de contar... — Andrew, a floresta... Tem alguém perseguindo Jake, querem o sangue dele.— — Eu sei.— Ele disse.— Iawy capturou um homem, ele parece estar um pouco insano, dizendo coisas sem sentidos de que precisava do sangue da criança, para completar sua missão.— — Onde ele está?— — Ele está preso em uma cela lá dentro.— — Nyx?— Perguntei, afinal, eu a deixei sozinha por um bom tempo. — Ela está com Iawy tambem.— Jake deu alguns passos para trás.— você me trouxe até ele, Roxie.— falou.— Você prometeu que não me machucaria.— Lagrimas nublaram seus olhos. — Jake,— Disse, deixando minha voz mais macia que seda, em quanto tentava me aproximar dele. — Eu não irei.— Estiquei minha mão, pra que ele pudesse pegar. Jake estava hesitante. — Por favor, confie em nós.— murmurei. Ele a pegou. Eu sabia que a partir do momento em que ele a pegasse, estaria confiando sua vida em minhas mãos. E eu cuidaria dela muito bem. — O garoto está ferido, Roxie.— Andrew avisou.— Vamos leva-lo até Dale, ele saberá o que fazer. —


05— Vocês sabem que o conselho não demorará muito para descobrir que existem dois humanos aqui dentro.— Dale disse, do lado de fora de uma pequena sala que havia uma cela, onde o homem que perseguia Jake estava. Jake tambem estava lá dentro, junto com Iawy e Nyx. Aquela sala foi uma salvação, já que estavamos nos escondendo de toda a divisão. — Ele sabe sobre nós, Dale.— Andrew falou, se referindo ao louco.— Ele sabia que eu era um vampiro e que Iawy era uma criatura sobrenatural.— Eu não havia visto esse humano ainda, mas estava me perguntando como sabia e por que querer o sangue de Jake. — Não podemos deixa-los ir. Princpalmente Jake, ele está assustado, até mesmo traumatizado.— — Ele é um humano, Roxie.— Andrew disse, me deixando um pouco com raiva. — Mas é um humano que eu me importo.— Rebati.— Alias, esse outro humano sabe sobre nossa existencia e quer fazer algo sobrenatural com Jake, nós não podemos deixa-lo sair andando por ai como a chapeuzinho vermelho na floresta.— — Roxie tem razão.— Dale se intrometeu. Eu e Andrew o encaramos, nossas expressões nada agradaveis.—Bom, eu acho que irei entrar pra... cuidar do garoto.— Ele disse, quando notou que estavamos tendo uma pequena discussão e entrou na sala, nos deixando a sós. — Você tem um ponto.— Andrew admitiu.— Mas não deixa de ser insano cuidar de um humano.— — Não é insano Andrew, eu não deixarei ele ir embora.— — Você só o conhece por uma hora e age como se fosse sua mãe!— Ele explodiu. — Ele é apenas uma criança Andrew, você que é insano em querer deixa-lo sozinho com um louco tentando o matar!— — Eu sou insano,claro.— Ele foi sarcastico.— Uma perseguição estava acontecendo naquela floresta, haviam mais do que duas pessoas e mesmo assim, você não me ouviu, você preferiu correr direto pro perigo.— — Então você está descontando em mim toda sua raiva, por não ter te escutado?— Dessa vez, quem estava a beira de explodir era eu, mas fui impedida quando a porta da sala foi aberta por Nyx. — Gente, vocês precisam ouvir o que o humano está dizendo.— Nós trocamos um olhar antes de entrar na sala, um olhar que dizia que isso não tinha acabado. — Tire essa cadela de perto de mim.— O humano dentro da cela disse, se referindo a Nyx, talvez soubesse que ela fosse uma licantropa. Ele estava deitado no banco, totalmente calmo. O homem tinha cara de...humano, um humano mendigo, eu acho. — Se tem algum respeito por sua vida, não a ofenda.— Iawy a defendeu. Eu olhei para o outro lado da sala, Dale estava dando alguns pontos em um enorme corte no braço de Jake, um corte feito por uma lamina. — Vocês estão atrapalhando minha missão. Minha senhora disse que os monstros sempre atrapalham. Eles vão fazer vocês pagarem.— A voz do humano insano roubou minha atenção. — De quem está falando? Por que nos preocupariamos?— Iawy perguntou. — Porque...—O humano que olhava para cima, olhou em nossa direção, seus olhos castanhos eram brilhantes como de um psicopata.— Tentem se esconder,— ele começou, um tom que me deixou


arrepiada.— eles estão chegando.— — Eles,— Andrew saiu do seu silencio, caminhando até a cela.— Quem são eles?— Meu olhar foi direto pra Jake, que estava sentado em uma cadeira com Dale em sua frente. Ele não poderia descobrir nosso segredo e esse homem poderia contar, tão arriscado... — Se afaste seu sugador de almas.— Andrew apenas arqueou uma sobrancelha. — Interessante, mas...— O humano tirou uma faca, de prata, de dentro da sua blusa e a direcionou diretamente para o coração de Andrew, mas antes mesmo que ele pudesse encosta-la no pano de sua camisa, Andrew agarrou seu pulso, fazendo com que ele ficasse imovel. Eu segurei um grito.— Deixe lhe avisar, humano,— ele começou a sussurrar baixo para que Jake não o ouvisse.— eu tambem sou um sugador de mentes.— Em seguida, ele virou a ponta da lamina para o humano e enfiou em seu estomago, o matando. Jake se desesperou. Ótimo, Andrew, traumatize ainda mais o garoto, pensei ironicamente.— Não se preocupe, garoto, eu tenho licença para matar— Andrew disse, caminhando pra longe da cela, para encontrar o olhar dele.— Alem do mais, acabei de salvar sua vida desse maluco.— Todos na sala, inclusive eu, encaravam Andrew com uma expressão incrédula. Afinal, ele acabará de matar nossa maior fonte! Andrew puxou uma cadeira, a colocando de frente pra Jake, depois que Dale terminou seu curativo. — Agora, você e eu, teremos uma conversa.— — Eu não acho que seja uma boa ideia conversar com o garoto agora, Andrew.— Iawy falou por mim. — Por que aquele homem queria seu sangue?— Andrew ignorou Iawy, perguntando a Jake. — Vo-você...— Ele gaguejou. — Sim, sim. Eu matei um homem.— Andrew revirou os olhos.— Mas isso não importa agora, responda a pergunta.— Jake engoliu em seco.— Você...matou pessoa que poderia responder isso.— Ele disse. Uma boa resposta por sinal. Pelo menos Andrew aprenderia a não matar pessoas antes de conseguir o que quer. Nyx ao meu lado, sussurrou.—Gostei do seu humano.— — Ele não é meu.— Protestei. — Tudo bem, acho que essa foi uma pergunta tola.— Andrew murmurou. — Não, o que foi tolo, foi você matando nossa fonte.— Nyx rebateu. — Você tem alguma família por perto ou longe daqui?— Andrew perguntou, seu tom passou a ser...compreensivo. Pelo menos estava preocupado onde Jake ficaria. Jake desviou o olhar pra ajanela, em seus olhos, não havia nenhum sentimento. — Eles estão mortos. Eles mataram toda minha família essa noite.— — Quem são 'eles', Jake?— Eu perguntei. — Eu não sei. Quando eles invadiram minha casa, a energia de toda a rua acabou. Mas ele gemiam como animais ferozes...Eles mataram minha família sem nenhuma piedade, os atacando com seus dentes, em qualquer parte do corpo.— ele pausou, ficando pensativo.— Eles eram...como vampiros. — — Vampiros não existem, Jake.— Uma mentira. Mas eu não podia sair contando o segredo do mundo sobrenatural, muito menos concordar, não até ter a permissão da clave. — Eu sei, Roxie. Mas eu não sei o que 'eles' eram.— — Talvez pessoas drogadas.— Nyx sugeriu. — Pessoas drogadas não matam famílias, muito menos desejam o sangue de um garoto, Nyx.— Iawy disse, parecendo intrigado com o assunto. Andrew se levantou, se afastando de Jake. — Você vem comigo.— Ele apontou pra mim, caminhando pra sair da sala.— Você, Nyx, leve o garoto pra um lugar seguro. Iawy e Dale, se livrem do corpo.— — Desde quando você da ordens, Andrew?— Nyx protestou. — Desde que sou o único que tem uma mente brilhante para um plano, lican...Nyx.—


Andrew estava caminhando muito rapido, em quanto eu o seguia, rapido demais que nem correr valia a pena. — Você pode ir mais devagar?— Pedi. — Não.— Eu estava prestes a parar de caminhar, pra fazer algum tipo de birra, mas sabia que ele me deixaria plantada sozinha e o esperando. Ele entrou em um prédio, não parecia um prédio como os dos dormitorios ou coisa do tipo, era um prédio de negocios, eu creio.— Vai me dizer onde estamos indo?— — Não.— — Está bravo comigo?— — Sim.— Pelo menos eu havia ganho uma resposta diferente. Andrew empurrou, com suas mãos, as portas duplas no final do corredor no primeiro andar, se ela estava trancada, isso sempre seria um misterio. — Mas o que...— Eu ouvi alguém se perder em sua frase, em descrença, em quanto eu ficava paralisada, ainda pra fora da sala, olhando exatamente em que sala estavamos. Toda a clave estava sentada em uma mesa oval, eu nunca os tinha visto, mas sabia que eram eles. Todo mundo sabia quem era eles sem nunca te-los vistos ou ter sentindo o cheiro. Eu paralisei ainda mais quando meu olhar caiu na mulher que estava com Dale, nessa noite mais cedo. E só pra constar, ela parecia surpresa em ver Andrew e eu ainda mais surpresa. Tudo bem, Roxie, você nunca a encontrou hoje mais cedo. — Isso é uma falta de respeito, se retire.— Uma mulher em pé na frente da mesa, pronta para entregar alguns papeis a mulher que estava com Dale falou. — Você vai se retirar e eu ficarei.— Ele rebateu, em um tom afiado. Ótimo, Andrew está ficando louco! — Sempre soube que ela o mimava demais.— Um homem com cabelos castanhos murmurou para o seu companheiro ao seu lado. — Saia, por favor.— Eu estava pronta para começar a voltar de onde havia saido, mas quem começou a andar foi a mulher que está lá antes de chegarmos. Andrew olhou pra mim e movimentou sua cabeça, um movimento que estava mandando eu entrar. — Não se esqueça de fechar a porta.— Ele provocou a mulher, quando passou por nós. A minha duvida era, no momento, como Andrew podia invadir um local privado da clave, sem ao menos ser punido? — Eu espero que seu filho tenha um bom motivo para nos desrespeitar dessa maneira, Sophie.— Um homem, de idade, do outro lado da mesa falou. E só pra constar, ele foi muito gross...FILHO?! — E eu espero que tenha um bom motivo para que Andrew esteja aqui, no meio dos caçadores.— Ela rebateu. — Creio que nenhum rei nos interrompe por motivos tolos, Joseph.— Uma mulher de cabelos alaranjados disse, de uma maneira doce. A mulher que estava com Dale, que se chamava Sophie, o encarou — O que está fazendo aqui, Andrew?— — Um aviso, antes de começarmos a conversar,— ele começou em quanto caminhava pra frente.— se estiverem levando minha mulher direto pro corredor da morte, eu os matarei. Todos.— Sophie desviou seu olhar para me encontrar, me avaliando. — Você está casado com uma caçadora? — — Não. Estou casado com uma rainha, mãe.— Ok, eu ia desmaiar. Por que eles estavam usando esses pronomes? Andrew não tinha uma mãe! — É muito abuso da sua parte nos ameaçar, vampiro.— Joseph disse. — É um abuso para todos que vocês escondam os verdadeiros motivos pra tantos caçadores recrutados.— Andrew ficou a alguns passos da mesa, eu caminhei até ele, mesmo que minha vontade fosse me enterrar.— Onde está a dignidade de vocês?— — Já basta, Andrew.— Sophie o repreendeu. Sophie era uma vampira, isso estava evidente e ela era responsavel na clave pelos vampiros, talvez fosse por isso que ele a chamou de mãe...


— Tudo bem. Me perdoem pela falta de educação.— Andrew falou ironicamente. A mulher de cabelos laranjas, como cenoura, deu um sorriso simpático para nós.— Você tem nossa permissão pra falar.— Nossa? Haviam oito pessoas na mesa e apenas ela e Sophie estavam interessados na gente. — Por que estão recrutando os melhores caçadores?— — Não iremos revelar nossos motivos para você, mesmo sendo um rei.— Uma senhora disse. — Claro que não.— Ele disse.— Mas imagino que um humano perseguindo um garoto de quinze anos, desejando seu sangue para completar sua missão, que venerava sua senhora e sabia da nossa existencia, não tenha nada haver com esse assunto? Se não, eu devo me retirar agora.— Ele encarou todos do conselho.— E creio que seja do interesse de vocês que o humano adolescente citou sobre vampiros agindo como animais.— Todos na clave ficaram em silencio. Inclusive Sophie. — Não temos permissão para revelar.— Foi a resposta dela, finalmente. Eu encarei todos, em nenhum deles havia uma expressão “Não vamos te contar porque não queremos.”. — Quem tem o poder suficiente para mandar em uma clave?— murmurei, não me importando que todos ouvissem. Uma rajada de vento veio de trás de mim, seguido de uma voz feminina.— Eu tenho.— Eu não havia escutado a porta se abrir, muito menos tinha sentido o aroma dessa pessoa quando entrei nessa sala...Me virei para encontrar a pessoa, que misteriosamente, invadiu a sala sem usar portas ou janelas. Minha primeira reação ao ver uma mulher que parecia uma boneca de porcelana, que exalava poder por toda parte do seu corpo, foi dar alguns passos pra trás. Infelizmente quando me debati com o corpo de Andrew fui obrigada a parar. Bom, eu não me lembro de falar que nunca fui medrosa. Andrew passou por minha frente, uma posição de quem me defenderia. Toda a clave estava em silencio e eu tinha a impressão que todos, inclusive Andrew, conhecia essa mulher com cabelos de chocolates com uma coroa e pele de porcelana.— Não seja tolo. Não irei machucar ninguém essa noite.— — Fico feliz em saber, mas ainda continuo não confiando em ninguém.— Andrew disse, ainda em minha frente. Nem um pouco relaxado, só pra constar. — Você confia nela.— Ela olhou pra mim.— Confia na sua maior fraqueza, isso é perigoso.— — Eu gosto do perigo.— A mulher deu um meio sorriso.— um vampiro atrevido, corajoso e olhos como as safiras mais preciosas do mundo. Você deve ser Andrew le Boursier.— Ele fez uma pequena referencia.— Ao seu dispor.— O mais assustador de tudo, era que ele não estava sendo ironico. — Quem é você?— Minha curiosidade falou mais alto. — Eu sou a constelação da ursa maior, Roxanny. Melhor dizendo, na mitologia mais conhecida, eu me chamo Hera.— Ok, ela era uma estrela ou melhor dizendo uma constelação e isso explicava o porque de tanto poder. Ela era uma deusa, uma deusa muito grande... Oh merda, ela era a mãe da Sol. — Eu não quero ser rude...mas o que está fazendo aqui, na terra dos humanos?— Eu perguntei. Afinal, Andrew disse que os deuses eram muito orgulhosos, creio que andar no meio de todos nós, tambem não estava na lista deles. — Eu preciso da ajuda de vocês.— Ela disse, seu olhar indo diretamente para Andrew.— Você não pode ir embora, eu imploro por sua ajuda.— Mentalmente, eu estava rindo, o quão humilhante seria uma Deusa tão importante como Hera implorar por algo? — Cuidado com seus pensamentos, vampira.— Ela avisou. Oh merda triplamente, eu havia me esquecido que os deuses podiam ler mentes. — Me desculpe.— — Por que quer minha ajuda? Por que todo esse circo armado?— Andrew perguntou, se referindo a divisão — Não posso revelar isso aqui, com todos lá fora nos ouvindo.—


— Então estou indo embora e levarei meus amigos comigo.— Ele falou.— Não passo fazer isso? Tentem me impedir.— Andrew pegou minha mão e começou a caminhar para a saida, passando até mesmo pela Deusa. — Você tem uma promessa, Andrew. Você jurou fidelidade as estrelas, aos deuses, mesmo que isso custasse sua vida.— Ele parou de andar e eu congelei. “Mesmo que custasse sua vida”, a frase rebatia por minha mente. Andrew se virou para encontrar o olhar de Hera.— Me conte o que está acontecendo e terei muito prazer em lhe ajudar.— — Sente-se comigo amanha a noite durante um jantar, traga seus amigos.— Ela disse.— A clave e você, Roxie, são bem vindos tambem.— Eu assenti e em um piscar de olhos, Hera não estava mais em nossa frente.— Todos estão dispensados.— A voz de Sophie soou pela sala, permitindo a todos da clave sairem. Todos que estavam sentados começaram a se levantar e caminhar pra saida, passando por nós. Ninguém se despediu de Andrew, muito menos de mim, apenas a moça de cabelos alaranjados. Sophie foi a única que restou na sala e começou a vir em nossa direção. A primeira coisa que fez quando se aproximou, foi abraçar Andrew. Eu deveria sentir ciumes? Me perguntei. — Quando chegou, Andrew?— Ela perguntou, se afastando.— Eu senti seu cheiro em Roxie, mas apenas pensei que ela era uma de suas amantes, já que sempre teve um certo gosto por caçadoras.— — Um certo gosto por caçadoras?— Eu fui sarcastica. Ele me ignorou.— Eu cheguei ontem a noite e logo descobri que a clave estava aqui, mas...Como sabe o nome de Roxie, mãe?— — Eu...Eu...— Sophie tentou arranjar uma desculpa, mas estava falhando. — Desculpe.— Interrompi.— Por que está a chamando de mãe, Andrew? Isso é uma coisa de vampiros que não conheço?— — Eu me sinto ofendida por ela não saber quem sou eu.— Sophie falou. — Sophie é minha mãe, Roxie.— Ele disse, passando seu braço pelo ombro dela.— Realmente minha mãe. Mesmo que eu não faça questão de coloca-la nesse titulo.— — Eu sempre fui uma boa mãe, Andrew, não me coloque como uma megera.— Ela brincou. Eu os encarei, seus olhos eram de cores diferentes, mas tinham a mesma expressões...Olhares frios. Essa era a semelhança que comentei com Nyx... — Ok, a minha ficha vai demorar um pouco para cair, isso é uma informação grande.— De um lado era verdade e de outro, eu estava um pouco magoada, esse era o tipo de coisa que Andrew deveria ter me contado. Caramba, eu tinha uma sogra! Eu tinha que estar preparada para enfrentar isso! — Andrew, eu quero que você e Roxie fiquem no predio da clave. E não se envolvam mais com os caçadores.— — Mas...— Eu tentei começar, mas acabei sendo cortada por Andrew. — Obrigado.— — E sobre o humano, nós devemos mante-lo em segurança, mandarei coloca-lo no mesmo predio que vocês, todos ficaram mais seguros lá, caso algo aconteça.— Ela disse.— Agora eu devo ir, mandarei alguém avisa-los onde ficaram.— — Obrigada, Sophie.— Agradeci. Ela me deu um sorriso gentil. Depois de ter insinuado que eu era uma caçadora qualquer, de baixo nivel, aquilo foi até que agradavel. Seu olhar voltou para Andrew, ela pegou suas mãos.— Eu senti sua falta, criança.— — Eu tambem.— Ela beijou sua bochecha, então, começou a ir embora, fechando as portas do salão quando saiu. Agora era somente Andrew, eu e nossas coisas a discutir. O olhar dele caiu em mim, ele sabia que eu estava esperando por uma advertência. — As vezes, tenho uma vontade incontrolavel de lhe matar por se auto colocar em risco.— Eu abri minha boca para dizer algo, mas não tinha como discutir por verdade, era melhor deixa-lo continuar.— Mas acho que não a amaria tanto se não fosse tão teimosa e corajosa.—


— Andrew...— Eu sussurrei. — É inutil dizer para não fazer mais coisas como estás, pois sei que vai ser o mesmo que não falar nada, mas tente pensar antes de responder seus instintos. Caso contrario, você pode se colocar em grandes problemas, Roxie. Eu nunca me perdoaria se algo acontecesse com você.— Eu o encarei, seus olhos azuis fixos nos meus eram sinceros.— Eu prometo começar a pensar antes de reagir.— Falei. Andrew se aproximou, provavelmente para me abraçar ou beijar, mas eu me afastei, dando um passo para trás.— Você devia ter me contado que sua mãe ainda existia.— Disse com um certo tom de magoa em minha voz. — Sophie deixou de ser minha mãe quando nos tornamos vampiros, Roxie.— ele falou.— Ela é incrivel e eu a amo, mas vampiros sempre foram independentes, exatamente por isso que não temos uma boa relação como mãe e filho.— — Você devia ter me contado.— — Me desculpe.— Andrew aparentemente estava sem argumentos, exatamente por isso que seu pedido de desculpa foi muito mais que sincera.— Agora, posso me aproximar?— — Tudo bem, mas antes se certifique que não tenha mais nenhum parente que eu deva saber que existe.— Eu sorri. Ele ficou pensativo, o que me deixou um pouco angustiada. Será que haviam mais? Um pai, talvez? Não, um sogro e uma sogra era demais para uma pobre alma como a minha.— Sem mais parentes— Eu estiquei meus braços em sua direção, o chamando para um abraço. E não demorou muito para que os braços de Andrew envolvessem meu corpo, nos deixando com pouco espaço entre nossos corpos. — Um certo gosto por caçadoras, hunh?— Brinquei, em quanto apoiava meu rosto em seu peito. Andrew riu. — Você não deveria dar moral as coisas que minha mãe diz, Sophie tem um dom incrivel em me humilhar dizendo coisas sobre minha adolescencia— Falou.— Agora me diga, como vocês se conheceram? — Droga! Eu consegui escapar dessa pergunta uma vez, na segunda só me restava responder, já que ele fazia questão de saber. Ótimo, era assim que eu conseguiria o amor eterno da minha sogra, a traindo. — Eu acho que vou ter uma longa conversa com ela sobre sua adolescencia.— Falei, na tentativa de faze-lo esquecer dessa pergunta e para provoca-lo. — Se não quiser acordar no dia seguinte, fique a vontade para ter essa conversa.— Andrew encostou seus labios no topo da minha cabeça, me dando um beijo.— Vamos procurar o pessoal e seu humano.— — Ele não é meu humano.— Avisei. Andrew me deu um sorriso ironico, em quanto pegava minha mão e entrelaçava nossos dedos. — Acredite, você vai o ter como um animal de estimação.— — Isso foi maldoso.— Durante nossa caminhada até Nyx, haviam varias caçadoras pelo local, algumas estavam conversando, outras rindo, todas relaxando antes de dormir.— Mantenha seu olhar para o chão, Andrew.— Mandei. — Sendo cuidadosa com o que é seu, cherie?— — Você sabe, elas já o acha extremamente bonito, agora com isso de “certo gosto por caçadoras”, é melhor tomar cuidado. Não pretendo sujar minhas mãos com sangue.— — Acontece, Roxanny, que eu já tenho minha caçadora.— — Como consegue me considerar uma caçadora?— perguntei.— Desde que você voltou pra minha vida, estou mais pra aposentado do que em ação. E agora que eu poderia voltar a ser o que era antes, você me tirou disso de novo.— — Cherie, ser uma caçadora está em sua alma e não no que faz no dia a dia. Você pode estar “aposentada”, mas isso não muda quem é.— Andrew começou. — Eu posso até ter tido algum


gosto por caçadoras, elas me intrigam, mas não por saberem lutar ou saberem matar, e sim por suas personalidades.— — Acho que isso é um argumento aceitavel.— — Você poderia ter uma vida sedentária, eu não me importaria.— — Mais do que já tenho?— Perguntei, um pouco ironica. — O ponto é: Ignore certas coisas que Sophie diz. Ela nunca gostou das minhas namoradas.— — Obrigada, Andrew!— Exclamei, dessa vez totalmente ironica. — Se ela não gostasse de você, não a chamaria para ficar no predio da clave. Apenas a deixaria no meio das caçadoras sem mim.— — Acho que isso significa muito, então.— Nós viramos a curva que levava até o predio de Iawy e de Andrew, era lá onde o cheiro de Nyx nos levava e nossos sentidos não estavam errados. Nyx estava com seus braços ao redor do pescoço de Iawy, já ele, a segurava por sua cintura. Seus labios estavam colados, mas não em um beijo longo e apaixonado, eram apenas vários estalinhos. Ambos sorriam algumas vezes, sem ao menos se separarem. — Eu te odeio.— Nyx sussurrou, depois que afastou seu rosto, para encontrar o olhar dele. Iawy sorriu, apoiando sua testa na dela.— Eu tambem te odeio, minha dama.— Se isso era uma forma de dizer “eu te amo”, mesmo sendo estranho, era lindo. Nyx e Iawy faziam um lindo casal, para começar, e superavam todas as barreiras e preconceitos pelo simples fato de serem de especies diferentes. Nada os destruiriam, isso eu tinha certeza. Quando nos aproximamos, eles sairam daquela posição. — Onde está Jake?— Eu perguntei. — No quarto de Iawy, ele caiu no sono.— Nyx me respondeu, passando seu braço pelo o de Iawy. — Me leve até ele, Nyx.— Eu falei, a puxando de Iawy e deixando Andrew para trás em quanto entrava no prédio. Admito ter sido um pouco rude, mas tinha muitas coisas para contar a ela e Andrew deve ter entendido que eu queria um pouco de privacidade com minha melhor amiga, já que ele continou lá fora com Iawy, contando sobre o que aconteceu. Quando entramos no quarto de Iawy meu olhar caiu em Jake, ele parecia um pequeno anjo dormindo e por um momento fez com que eu lembrasse da minha irmã mais velha. Marielle era conhecida como ser o proprio tornado em um tempestade, mas quando dormia era retratada como o anjo mais belo do céu. Nyx fechou a porta atrás de nós, fazendo que meus pensamentos fossem embora. — Por que você parece ter algo importante pra me contar?— ela sussurrou, para não atrapalhar o sono de Jake. — Porque eu tenho algo.— Falei, seguido de um suspiro frustado.— A mãe de Andrew...ela é uma vampira.— Tentei formular uma frase, mas era impossivel. Mas isso não impediu que Nyx entendesse. — O QUE?!— Ela gritou em quanto eu colocava minha mão em sua boca, em uma tentativa para abafar o barulho e não acordar Jake. Nyx tirou minha mão de sua boca, para que pudesse falar em sussurro novamente. — Eu não posso acreditar.— — Eu sei, nem eu mesma consigo acreditar nisso. E a pior parte, é que a mãe dele é aquela mulher que estava com Dale.— A expressão de Nyx que era de surpresa, passou a ser de choque. — Oh, Roxie,— ela começou.— Você está tão ferrada.— — Eu sei!— exclamei.— Dale e Andrew já foram inimigos, e aparentemente Sophie tem um caso com Dale. Andrew quer saber como eu e ela nos conhecemos, mas eu não sei como contar isso!— — E você tem uma sogra.— Nyx completou minha frase.— Acho que você não deve tentar enrolar ele sobre contar a verdade. Sei que a licantropa aqui sou eu, mas Andrew é um cão farejador muito bom.— — E como eu devo contar?— Perguntei. — “ Ei querido, eu conheci sua mãe quando ela estava saindo do quarto do seu ex-inimigo, enquanto ele usava apenas uma toalha ao redor de sua cintura.


E caso você tenha sentido algo como surpresa e um certo tipo de calor em nossa ligação, era por que eu estava o observando quase sem roupa”— Falei, em quanto imitava uma voz muito calma e irritante. Nyx me encarou, em quanto arqueava uma sobrancelha.— É...acho melhor você tentar enrola-lo.—


06Depois que o assunto da mãe de Andrew se encerrou, eu tambem informei Nyx que não ficaria mais no meio dos caçadores e não esqueci de falar sobre Hera e seu jantar na próxima noite, Nyx conseguiu ficar ainda mais chocada. — Mitologicamente, Hera é mãe da minha mãe?— Ela perguntou, apenas para confirmar o que já sabia. — Sim.— Afirmei,— Acho que você conhecerá sua vovó.— — Antes uma vovó, do que uma sogra.— Ela me provocou. Jake se mexeu na cama, ele estava acordando. Em quanto eu estava caindo de sono, desejando uma cama, já que o dia estava chegando, todos os humanos estavam acordando para seus trabalhos, escolas, etc. O horario de Jake não era diferente dos deles. — Hey.— Eu disse, sentando na ponta da cama com Nyx ao meu lado. — Hey.— Ele repetiu, se sentando para encontrar nossos olhares. — Como está seu braço?— Eu perguntei. — Está melhor?— Nyx completou minha pergunta. Jake nos encarou e um pequeno sorriso surgiu em sua boca.— Está bem melhor.— Seu sotaque russo, muito puxado, era evidente.— Não se preocupem, estou bem. Não precisam agir como se fossem minha...mãe.— Nyx olhou para mim, esperando que eu falasse algo sobre a morte recente de sua mãe. A questão era, eu não tive uma boa relação com minha mãe, como eu poderia dizer coisas bonitas? A única coisa que eu desejava era que ela estivesse no inferno queimando, exatamente como pretendia fazer comigo. — Eu sinto muito...— — Você não a perdeu, Jake.— Nyx me cortou. — Ela está dentro de você, em seu coração. A única diferença é que não a verá todos os dias, mas o sentimento sempre será o mesmo.— — Meus pais, minha irmã, até mesmo minha namorada. Todos foram atacados por aquelas pessoas, mas eu não consigo me lembrar dos rostos delas, eles apenas matavam, o sangue estava em todos os lugares...— Lagrimas começaram a brotar em seus olhos de cores jabuticabas. — Shhh.— Eu disse em quanto me movia até ele, para abraça-lo. Nyx fez o mesmo.— Não fale sobre isso. Você está seguro com a gente.— — Isso ai, em quanto você estiver aqui dentro ou com qualquer um de nós ao seu lado, nada vai acontecer com você, Jake.— Nyx falou. — Eu tenho uma tia em uma cidade longe daqui, quais são as chances de eu conseguir ir até lá?— Ele perguntou.— Não é como se eu não estivesse feliz aqui. Você salvou minha vida, Roxie, mas este lugar é meio assustador.— — As chances são poucas.— Falei a verdade.— Você parece estar um pouco traumatizado e precisa de ajuda, eu sei que estar com sua família seria a melhor opção, mas ainda existem pessoas atras de você. Como eu disse, conosco você estará seguro.— — E sobre o lugar ser assustador, eu tambem acho.— Nyx disse. — Nós iremos se livrar dessas pessoas, te deixar em segurança primeiro. Quando isso acontecer, eu mesma farei questão de leva-lo até sua tia.— — Obrigado, Roxie.— Jake agradeceu, apertando minhas mãos com as deles. — E Nyx.— Ele abriu o sorriso mais doce e lindo para ela, já que suas mãos estavam nas minhas. Acho que Andrew


tinha razão, eu o queria como meu humano de estimação, e que Jake me perdoe por usar essa palavra, mas eu não tinha outra... O olhar de Jake caiu em meu pescoço.— Você se machucou?— Minha mente congelou. Droga! — Sim, quero dizer, Não! São picadas de pernilongos, sou alergica. — Mais uma mentira. Afinal, não poderia dizer a verdade sobre aquelas pequenas picadas em meu pescoço.— Você ficará no mesmo prédio que Andrew e eu. Lá você ficará muito mais seguro.— o avisei, mudando de assunto. — Andrew...Ele é seu marido?— Ele perguntou e eu acenei com minha cabeça.— Ele tambem é um pouco assustador.— Nyx riu e lhe lancei um olhar repreensor.— Acredite, Jake, Andrew tem essa cara e jeito de psicopata, mas não passa de um tapado.— — Nyx!— A porta do quarto se abriu, revelando Andrew e Iawy. Agora eu entendia o por que de Nyx chama-lo de tapado, ela sabia que estavamos sendo ouvidas. — Já me informaram onde será nossos novos quartos.— Andrew disse.— Vamos?— Jake foi o primeiro a se levantar e sair do quarto, em minha saida, Andrew pegou uma almofada que estava em uma poltrona perto da porta e a atacou em Nyx, não controlando sua força. — Idiota!— Ela gritou, antes de Andrew fechar a porta, deixando Iawy para o lado de dentro. Em nossa caminhada até o prédio da clave, Andrew passou seu braço direito por meus ombros, me trazendo para perto dele. Ele sabia que eu estava cansada, sabia que tudo que eu queria era uma cama pra dormir, e o principal, dormir agarrada ao seu corpo, que pertencia somente a mim. Jake caminhava em silencio atrás de nós. O prédio não era muito longe, e bom, quando eu o vi, faltou meu queixo cair até o chão. O lugar era enorme e o prédio mais lindo da divisão. Eu não queria nem imaginar como seria os quartos. Tivemos que pegar o elevador, já que nosso quarto era no terceiro andar. Andrew abriu a porta de um quarto, entregando a chave do quarto para Jake em seguida.— Aqui é seu quarto.— Ele disse.— Nós estaremos no quarto ao lado. Caso algo aconteça, apenas grite.— Andrew sorriu, um sorriso sincero para o garoto. — Obrigado.— Jake agradeceu, puxando a porta para fecha-la.— Tenham um bom dia.— — Tchau, Jake.— Eu me despedi, antes dele terminar de fechar. Andrew abriu a porta do nosso quarto, me deixando no meio de seus braços em quanto lidava com a porta. Eu fiquei de boca aberta quando ele a empurrou. Luxuoso, essa era a palavra que descrevia todo o quarto. Haviam vários vasos de flores com rosas descorando o quarto, no lado direito do lugar havia uma janela quase do tamanho da cama, que estava no centro do quarto, e convenhamos que a cama não era pequena. Em baixo dela, da janela, havia uma banheira redonda e mais rosas em sua volta. Tambem havia uma lareira de frente com a cama, mesmo eu não sentindo calor ou frio, eu não me importaria de acende-la, já que isso era uma coisa só de pessoas finas. Eu gostava de me sentir um pouco chique, as vezes.— Estou sentindo como se estivesse em um castelo.— — E eu estou sentindo que terei muito trabalho para me livrar dessas rosas.— Andrew murmurou, em quando dava um passo para frente, seu corpo empurrando o meu até que pudesse fechar a porta. — Andrew, você tem o dom para achar defeito em tudo.— — Nunca achei nenhum defeito em você, cherie.— Ele sussurrou, no pé do meu ouvido, sua voz se transformando em um ronronar sexy. — Por que eu sou perfeita pra você.— murmurei. — Sim.— Andrew beijou minha bochecha, ainda atrás de mim, nosso corpos colados.— Agora, vamos dormir.— Ele saiu de trás de mim para ir até a cama, uma por uma, começou a retirar as almofadas que faziam uma decoração na cama. — Dormir?— Perguntei.— Você disse que não estaria nem um pouco interessado em dormir quando estivesse em uma cama comigo.— — Você está cansada, eu posso sentir. Te-la ao meu lado em quanto durmo, já é o suficiente.— Ele


disse, jogando uma das almofadas em minha direção, não com a mesma força que jogou em Nyx.— Agora me ajude com isso. Eu, realmente, odeio essas almofadas decorando a cama.— — Então por que temos em nossa cama?— Perguntei, se referindo a nossa verdadeira cama. — Por que,— Ele começou, deixando sua camisa ir ao chão.— os empregados precisam ter algo pra fazer.— Quando terminei de tirar o resto das almofadas do meu lado arrastei meu corpo pra de baixo do cobertor, não me importando em estar usando uma roupa nada adequada para dormir. Primeiramente porque nossas malas não estavam aqui e segundo, estava cansada demais pra pensar em trocar de roupa. Eu escorreguei até o centro da cama, apenas parando quando encontrei o corpo de Andrew. Seus braços passaram por mim, me abraçando como se eu fosse um ursinho de pelucia para dormir.— Eu te amo, Andrew.— Sussurrei, antes do sono e cansaço tomar conta de cada particula do meu corpo. Eu abri meus olhos, apenas para ver que estava trancada em um lugar muito pequeno. Para ser exata, em um elevador. Minha primeira reação foi apertar alguns dos botões para que se movimentasse, já que estava parado, mas ele não reagiu. — O que você fez comigo?— Ouvi a voz de Andrew, a voz que tirou minha atenção dos botões e me fez virar em sua direção. Dizer que eu não estava chocada quando eu o vi, era mentira. Andrew vestia uma roupa social da cor cinza claro, sem nenhum indicio de cores fortes, como o preto, alem de sua gravata. Praticamente, eu nunca vi Andrew vestindo roupas claras, isso só podia ser um...sonho. — Você está em meu sonho.— Eu disse, me encostando na porta do elevador.— Mas se ajuda em algo, eu gostei dessa cor em você.— Andrew olhou para mim, me avaliando.— E eu gostei dessa roupa em você.— Um sorriso pervertido cresceu em seu rosto. Meu olhar foi para o espelho atrás dele, eu vestia uma saia justa que ia até um pouco acima dos meus joelhos, em sua lateral havia um corte, em V, que ia até metade da minha coxa direita. Tambem vestia um blazer agarrado, por baixo uma camisete de seda vermelha. Meus cabelos estavam presos em um coque alto, até mesmo um oculos eu estava usando. Eu os joguei no chão. Desde quando eu usava oculos?! — O que eu fiz comigo?— Me perguntei, quando vi que não estava usando minhas booties e sim um scarpin vermelho brilhante. Eu nos avaliei, roupas de executivos, elevador...— Oh Meu Deus!— Exclamei, ficando horrorizada. — O que?— — Não é nada, apenas vamos dar um jeito de sair daqui.— — Uma mentira. Suas bochechas chegam a serem mais vermelhas que sua blusa.— Eu não podia acreditar que eu estava sonhando com meu próprio... — Seu próprio...?— Ele estava esperando uma resposta. A resposta dos meus pensamentos. Andrew podia ler a mente de qualquer pessoa em sonhos, ele podia controlar qualquer coisa nos sonhos, mesmo estando em minha mente. Andrew iria descobrir que...La la la la la la la la la la la la la la. — Pare com essa cantoria de criança!— Ele pedeiu. — Pra fora, Andrew!— Ordenei, ele apenas revirou seus frios olhos azuis. Andrew arqueou uma de suas sobrancelhas, um indicio de que estava juntando as peças do quebra cabeça. — Oh, cherrie.— Ele disse em um tom de divertimento.— Até mesmo em seus sonhos? Eu sabia que não estava errado em me orgulhar de você.— — Andrew!— O repreendi, ignorando seu divertimento e sua perversidade. — Isso é um fetiche um tanto...humano, não acha?— Perguntou.— Mas como minha mãe me ensinou, não devo torcer o nariz para aquilo que me presenteiam.— Seu tom se tornou provocador, ele começou a vir em minha direção, eu me movi para o outro lado, o lado oposto do dele. — Não me faça fazer coisas pervertidas no meu próprio sonhos.— Falei.— Isso é um sonho!— — Então deixe-me realizar esse sonho.— Algo mudou no ar, eu estava começando a ceder... Mas caramba, isso era um sonho! Tudo bem que tudo que aconteceria aqui seria real, nós apenas


estavamos em um mundo diferente, não era literalmente um sonho, meu corpo sentiria tudo o que acontecerá, como os vários hematomas que Andrew me causou em outros desses sonhos. Os nossos olhos se encontraram e já não consegui desviar, eu estava completamente hipnotizada. Naquele pequeno lugar, sentia a sua presença por todo o lado e o cheiro do seu perfume tambem. Não podia acreditar que iria aceitar fazer uma loucura dessa, mas o olhar de Andrew dava essa certeza, a certeza que eu faria qualquer loucura com ele. Não sei quem deu o primeiro passo, mas quando dei por mim estávamos abraçados, no meio do elevador, com as nossas bocas coladas. Eu gemi alto e o agarrei pela nuca, entrelaçando os seus cabelos rebeldes e negros com os meus dedos. Ele me puxou mais contra o seu corpo e aprofundou o beijo, ao mesmo tempo que me encostava naquele espelho no fundo do elevador. A sua língua invadiu a minha boca, fazendo com que eu o desejasse ainda mais. Já nem sei de quem eram os gemidos que se ouviam no elevador, se meus ou de Andrew. Os seus dedos foram tirando os ganchos que prendiam o meu cabelo em um coque, deixando os meus cachos grandes caírem em cascata sobre minhas costas. Ele afastou-se um pouco e olhou para mim, com a respiração igualmente a minha, alterada. — Então...— Ele pausou para recuperar o folego.— Ainda quer se fazer de puritana e fugir de mim?— Deus, não! Era incrivel! Mesmo sendo um sonho, isso conseguia ser mais intenso, era como se todas minhas emoções estivessem explodindo com seu toque. Era diferente, e o diferente sempre agrada. — Cale a boca, Andrew.— Eu o puxei para que sua boca invadisse novamente a minha, num beijo alucinado. A sua língua chupou a minha em desespero, como se fosse o melhor néctar do mundo. Eu mordi o seu lábio inferior, enquanto respirava irregularmente. Suas mãos atiraram o meu blazer para o chão e começaram a desabotoar os botões da blusa vermelha de seda que eu vestia. A blusa seguiu o mesmo caminho do casaco. As minhas mãos tentavam arrancar-lhe a gravata, mas os meus dedos tremiam tanto, que não consegui. Ele atirou com o casaco e a gravata para o chão e olhou para mim, enquanto tirava a camisa, deixando-me ver aquele peito musculoso, que pertencia somente a mim. Eu estava encostada no espelho, ofegante, só com a saia vestida e com um sutiã vermelho de rendas, meus seios faltava querer saltar para fora, de tão duros que estavam. Andrew atirou a camisa fora e encostou o seu corpo contra o meu. A sua boca caiu no meu pescoço, com beijos húmidos, que me deixavam com as pernas bambas. Ele deslizou para o meu ombro e ficou mordendo cada pedacinho de pele, eu pude sentir suas presas trabalhando juntamente com sua lingua. Eu gemia sem parar. A minha saia caiu no chão, sem nem ao menos notar que ele estava tentando tira-la. Fiquei só de roupa interior, com um dos conjuntos mais escandalosos que já tinha visto, parecia de propósito. O fio dental vermelho rendado, não tapava quase nada e o cinto de ligas vermelho, agarrado às meias pretas transparentes, me davam um ar de vadia. Meu próprio sonho estava acabando com a pouca de decencia que eu tinha. Mas quem se importava?! Ele olhou para mim e mordeu os lábios. O volume dentro das suas calças esticava o tecido ao máximo. A sua voz soou rouca quando falou.— Você irá gritar de prazer, cherie, isso é uma promessa.— Logo o restante das roupas que ele vestia começaram a desaparecer em uma velocidade estonteante. As vezes era dificil de acreditar que aquele corpo magnífico em minha frente, pertencia somente a mim. Andrew era um deus da beleza, um deus selvagem. Nem tive tempo de fazer um gesto para que se aproximasse novamente, ele veio na minha direção e com um puxão forte rasgou a minha calcinha, a atirando fora. — Segure-se.— Mal tive tempo de segurar em seus ombros antes dele me agarrar pelas coxas, elevar-me e encaixar o seu membro na entrada do meu sexo, que doía em exigencia para te-lo lá. Andrew foi penetrando lentamente dentro de mim, passo a passo, até ficar alojado, me preenchendo toda. Ele o deixou lá um pouco até eu me acostumar, com essa nova sensação, que estava me deixando louca, e começou com as investidas, me deixando alucinada. Os nossos gemidos faziam eco nas paredes do elevador, enquanto os nossos corpos se movimentavam em pura fúria. A sua boca caiu nos meus seios volumosos e afastou a renda vermelha para o lado, até encontrar os bicos inchados. Andrew os colocou na boca, os chupou e os


mordeu até me fazer gritar. Depois senti os seus movimentos mais fortes dentro de mim. O suor escorria por meu corpo, não apenas o suor, tambem o sangue, já que o espelho em minha costa havia se partido, fazendo com que minha pele rompesse com cada estocada selvagem de Andrew. Senti uma estremeção mais forte percorrer o meu corpo e os espasmos invadiram os meus músculos vaginais, apertando ainda mais o seu pênis, como se não o fosse largar nunca. Gritei alto, sem conseguir me controlar. Ele apertou as minhas nádegas contra ele, Andrew soltou um um gemido rouco antes de sua libertação. Depois deitando a cabeça no meu peito, onde o meu coração batia acelerado, ele nos deitou no chão do elevador, caindo ao meu lado. Andrew me deu somente alguns segundos, para que pudesse ter minha respiração normal de volta, antes de rolar seu corpo para cima do meu. Seus olhos azuis, aqueles olhos que vivia me invadindo a alma com profundidade, se encontraram com os meus. Me dando um pequeno sorriso, que prometia muitas coisas. Andrew começou a beijar o meu rosto todo, a testa….as palpebras…a face…o queixo…até chegar aos meus lábios inchados. A sua língua percorreu o contorno da minha boca, devagar, tomando cada gota de sangue dos cortes que minhas presas e as dele fizeram. Ele me deu pequenos beijinhos, pequenas lambidelas….Não demorou para que o meu corpo começasse a despertar novamente com aqueles carinhos. Andrew desceu os seus lábios pela curva do meu pescoço, passou para os ombros, me provocando a ter arrepios intensos até que eu gemesse. As suas mãos encontraram o fecho do meu sutiã e o abriu, deixando os meus seios soltos à sua disposição. Ele acariciou-os com movimentos circulares e lentos…passou o dedo em volta da auréola, fazendo a pele contrair-se arrepiada, colocando o polegar sobre o mamilo duro ele foi rodando, rodando, o deixando cada vez mais empinado. A sua boca desceu dos meus ombros e caiu sobre um mamilo, o cobrindo de pequenas lambidelas. Eu estava começando a ficar louca com aqueles carinhos e apertei sua cabeça contra mim, pedindo por mais. Ele fez minha vontade, chupando com gosto e dando pequenas dentadas com suas presas, que me provocavam choques eléctricos pelo corpo todo. Ao fim de um bocado, deslizou a boca pela minha barriga, mordiscando-a, enquanto descia cada vez mais. Mais embaixo, Andrew mordeu as minhas virilhas, uma de cada vez, rompendo a pele e aproveitando cada gota de sangue. Eu queria sentir seus labios em mim, mas ele não fez minha vontade. Andrew, lentamente, foi enrolando uma das minhas meias, enquanto beijava cada pedaço de pele exposta, depois fez o mesmo com a outra, me deixando completamente nua e entregue aos seus carinhos. O meu corpo estava tão sensível, que tremia todo com essa nova sensação. A sua boca subiu pelas pernas e pelas coxas, palmo a palmo, até chegar perto do meu sexo. Eu sentia a sua respiração suave e contorcia-me toda. Finalmente a sua boca encostou em minha carne, dando pequenos beijos. Sua língua percorreu-a de cima a baixo, em movimentos lentos, saboreando-a. Os meus gemidos saiam do fundo da garganta.— Andrew..— Eu sussurrei seu nome, minha respiração estava descontrolada. A sua boca abocanhava cada parte da minha carne, esfregando-a para um lado e para o outro e me enlouquecendo cada vez mais. Sua língua fazia movimentos rotativos em quanto me penetrava. O meu corpo já não obedecia meus comandos. Eu rebolava contra sua boca, uma maneira de me dar mais prazer. Ouvi a sua voz rouca, mas sem perder o tom sexy. — Eu nunca vou me cansar do seu sabor, cherie.— O sotaque frances dominou sua voz, dessa vez. Uma coisa rara. Andrew agarrou meu clítoris com sua boca e o apertou, o esfregando em movimentos ritmados. Eu sentia suas presas em cada toque, se elas estavam cortando minha pele? Eu não ligaria parar novos hematomas. Eu senti seu dedo dentro de mim, me penetrando em movimentos certeiros. Eu não conseguia conter mais o meu orgasmo. Com um grito, explodi na sua boca, com convulsões fortes, sentindo o meu líquido escorrer na sua boca. Ele lambeu tudo, provando que amava meu sabor. O corpo dele subiu e as nossas bocas encontraram-se num beijo intenso. Eu provei o meu sabor na


sua boca e devorei-lhe a língua com a minha, a chupando. Eu o empurrei de costas, subindo para cima dele e assumindo o comando sobre o seu corpo. Senti o seu gemido de reclamação e falei no seu ouvido.— Minha vez.— Mordi o seu lábio inferior lhe arrancando um gemido e um pouco de sangue. Desci os lábios pela parte lateral do seu pescoço, juntamente com minhas presas, o cortando. Eu sentia o seu sexo pulsante contra as minhas coxas, quente e duro, completamente pronto para mais ação. Deixei as lambidelas em seu pescoço, onde havia tirado sangue, e desci até aos seus mamilos, que estavam duros. Lambia cada um deles, mordendo-os suavemente. Andrew gemia, de olhos fechados e com a respiração entrecortada. A minha boca continuou pelos músculos duros da sua barriga, mordendo cada pedacinho de carne e fui descendo até à virilha. Sentia a sua dureza contra a minha face e esfreguei lentamente o meu rosto contra ele. As suas mãos já estavam enrolando varias mechas do meu cabelo, tentando empurrar o meu rosto para onde ele mais queria, mas não fiz essa vontade. Ainda não. Eu deslizei a minha língua pelo seu mastro seguindo o caminho de sua veia, até chegar na cabeça que pulsava, fiz isso varias vezes para excita-lo mais. Depois, finalmente, o Coloquei na boca, chupando com força, várias vezes, fazendo uma sucção que o deixava louco, ao mesmo tempo que enfiava a língua no seu buraquinho. Enfiei o seu membro mais que pude até bater na minha garganta, mas não cabia todo. Fui movimentando a minha boca lentamente ao longo daquela delícia, absorvendo o seu sabor, enquanto Andrew perdia o controle. Fui acelerando os movimentos. Enquanto fazia movimentos de sucção, as vezes o retirando quase todo da boca, até ele pulsar nos meus lábios e depois o cobria outra vez. Andrew estava gemendo muito e eu estava adorando ouvir. Quando tirei minha boca do seu sexo, para que pudesse tirar alguns fios do meu cabelo que estavam me atrapalhando, se aproveitando desse tempo, Andrew me puxou para cima e rolou pra cima de mim, novamente. Me colocando no meu lugar, ao mesmo tempo que me penetrava com um golpe forte, me tirando outro grito. Andrew estava me mandando estocadas bem fortes, fazendo que meus gritos saissem cada vez mais prazerosos. Cada vez mais, seus movimentos dentro de mim, eram mais fortes. Era muita força pra mim, mas meu prazer era maior. Tremores começaram a invadir meus ouvidos. Esses tremores não vinham de mim ou de Andrew, por causa do nosso prazer, muito menos o elevador voltando a funcionar. Quero dizer, era o elevador, mas não era uma coisa boa. Andrew iria derrubar esse elevador. Nós dois estavamos descarregando toda nossa força sobrenatural em uma coisa humana.— Andrew.— O chamei, tentando deixar meus prazeres de lado. Mais um barulho e tremor.... A escuridão invadiu minha mente, me puxando para um lugar. E, realmente, fui puxada, já que quando abri meus olhos estava de volta em nosso quarto. Eu havia acordado. Olhei em minha volta e fiquei chocada com a quantidade de sangue que havia pelo quarto, em nossa cama e em nós mesmo. Meu olhar caiu em Andrew, que tambem havia acordado.— Sério, cherrie? — Ele parecia um pouco aborrecido. — Eu preciso lhe ensinar a controlar esses sonhos para que não acorde nas melhores partes.— murmurou — Eu...Meu Deus, Andrew...— — Chocada? Constrangida?— Ele perguntou.— Eu devia ter esperado que isso aconteceria.— Eu abri minha boca para falar algo, mas acabei desistindo. Dizer o quanto disso foi depravado não funcionaria com Andrew.— Eu vou tomar banho.— Falei. Afinal, eu precisava tirar todo esse sangue do meu corpo e seria um banho gelado, para deixar que todo esse prazer que ainda ecoava por todo meu corpo fosse embora...ou não.— Você vem comigo?— Perguntei a ele, em quanto tracejava meu dedo em seu braço, para provoca-lo. — Você sabe que eu amo a realidade.— Ele brincou, com um certo tom de ironia, em quanto se levantava e me carregava em seus braços.— Hora do banho, cherie.—


07Depois que tomamos banho e eu ganhei mais hematomas, Andrew decidiu curar alguns deles, principalmente o que estava em minhas costas, causado por ele quando me empurrou para o espelho do elevador, o quebrando.— Andrew...— Tentei começar, mas me perdi em minha frase quando ele tocou em uma parte dolorida, fazendo que eu soltasse um suspiro de dor. — Desculpe.— Murmurou, não deixando de lidar com aquela parte. — Tudo bem...— Falei.— Por que é tão diferente a reação do meu corpo em sonhos?— Perguntei minha duvida. — Nossos corpos não produzem nenhum tipo de escudo quando estamos naquele mundo, cherie. Se você estiver triste, sua tristeza irá se tornar maior, seu prazer será muito maior do que na realidade. — Andrew caminhou até minha frente, soltando meu cabelo que ele mesmo tinha prendido para que não sujasse com sangue. — As vezes é dificil entender as coisas do mundo sobrenatural.— Admiti. — Mas você gostou da experiencia, mesmo não entendendo.— Ele apontou. — Sim, eu gostei.— concordei.— Você já fez isso antes? Sexo nesses sonhos vampiricos?— Uma vez Andrew me disse que esses sonhos aconteciam por causa das ligações sanguineas ou por ser o criador de alguém, como eu fui sua única vampira, restava a opção de sanguinea. — Algumas vezes.— — Eu acho que você já fez loucuras piores que essas, o que me faz pensar que nunca farei algo que será sua primeira vez.— Uma pontada de ciumes cresceu em mim. Malditas mulheres vampiras que já passaram em sua vida. — Você faz meu coração bater de uma maneira que nenhuma outra vampira conseguiu fazer.— Ele disse, me deixando toda mole por dentro. Eu passei meus braços por seu pescoço e fiquei na ponta dos pés para que pudesse beijar a pontinha de seu nariz. Meu olhar foi pra fora do banheiro depois disso, para o quarto todo sujo de sangue. — E eu acho que sou a única que consegue fazer tanta sujeira com sangue como esta.— Falei, e não era uma mentira. Afinal, meus machucados nunca se curavam quando eram feitos por Andrew, então a sujeira era muito maior. — Não se preocupe com essa sujeira.— Andrew disse, apoiando sua testa na minha.— Em quanto estivermos jantando, os empregados desse lugar o limparão.— — Estou com medo desse jantar.— Admiti. — Eu estarei lá.— Ele disse, encostando seu nariz no meu.— Nada vai acontecer, cherie.— — Você não é um deus para determinar o futuro, Andrew.— — Não sou.— Ele concordou, em quanto um sorriso ironico brotava no seu rosto. — Quem consegue ser melhor que os deuses?— — Três palavras.— Ele se afastou de mim, pegando meu vestido, que ele mesmo tinha comprado para eu usar essa noite.— Andrew. Le. Boursier.— Ele silabou cada palavra do seu nome, com orgulho em quanto entregava o vestido em minhas mãos, ainda em uma caixa de grife fina. Eu a coloquei na pia e logo em seguida tirei a tampa da caixa. O único detalhe que pude ver, era que o vestido era branco, apenas quando o tirei de dentro da caixa, daqueles papeis de seda atrapalhando minha visão, pude o avaliar melhor. Ele era todo branco, exceto por uma faixa preta que passava


pela cintura, com um laço pequeno em sua lateral e valia lembrar que o vestido em geral era pequeno, sem ao menos estar no meu corpo. Não gostaria de imaginar o quão curto ficaria em mim. — Você deveria sentir ciume só de pensar que passa em minha cabeça estar vestindo isso, e não comprar um vestido tão curto quanto uma roupa de criança.— Falei — Exibir todo esse corpo e mostrar que pertence somente a mim, é mais importante que ciumes.— — Muito romantico, Andrew.— O repreendi em um tom de brincadeira.— Agora limpe minhas costas para que possa coloca-lo.— — Como quiser, minha rainha.— Em quanto Andrew estava limpando seu sangue, que usou para curar meu hematoma, eu o avaliei no espelho. Ele já estava pronto para o jantar e dessa vez Andrew vestia somente preto, uma roupa social sem nenhum indicio de branco ou outra cor. Somente preto, em quanto eu vestiria somente branco. Branco e Preto. Duas cores distintamente diferentes, mas que combinavam melhores do que outras cores. Talvez nós fossemos como o preto e branco, combinavamos perfeitamente mas eramos totalmente diferentes. O vestido tambem era tomara que caia, então a única coisa que pude fazer para esconder um pouco do meu corpo foi deixar meus cabelos soltos. — Você está linda, cherie.— Ouvi a voz de Andrew vindo atrás de mim, em quanto me observava no espelho. — Eu ainda acho que isso era uma capa de travesseiro antes de se transformar em um vestido de tão curto que é.— Falei.— Mas obrigada pelo vestido, Andrew. Você tem bom gosto.— Ele estendeu sua mão para que eu pudesse pega-la, ao mesmo tempo que me dava um sorriso.— Pronta para jantar com uma deusa?— — Não.— Falei a verdade, em quanto pegava sua mão.— Mas estarei segura com você.— Andrew me puxou contra seu corpo, fazendo com que eu passe minhas mãos por sua cintura em quanto ele segurava meu rosto, com ambas as mãos. Nossos olhares estavam fixos um no outro.— Muito bem, cherie. Eu gosto quando você fala assim.— Andrew sussurrou, aproximando seu rosto ao meu, pronto para me beijar e eu não me importaria de borrar o batom, ele estava tão proximo..O barulho de alguém batendo na porta nos atrapalhou, quebrando nossa conexão de olhares, quebrando nosso meio abraço e a esperança de um beijo. — É minha mãe,— Ele disse, em quanto caminhava até a porta, se afastando de mim. — Seu humano está com ela.— Ao mesmo tempo que Andrew abria a porta, eu me apressei para que não a abrisse toda e o empurrei para fora, a fechando em seguida. Aparentemente ele não gostou de ter sido empurrado por mim, mas Jake não podia ver a situação que estava nosso quarto. — Espero não ter atrapalhado nada.— Sophie falou, com Jake ao seu lado. — Imagine, Sophie, Andrew e eu já estavamos de saida.— Somente atrapalhou nossa pré seção de namoro, adicionei mentalmente. — O que faz com Jake, mãe?— Andrew perguntou, o que foi uma boa, já que eu queria saber o mesmo. — Sophie passou toda a tarde comigo, foi adoravel, em quanto vocês estavam...dormindo.— Jake nos respondeu, meio sem jeito. — Dormindo? Não seja modesto, querido.— Ela falou para Jake, mas olhando para nós.— Com tanta gritaria do quarto ao lado do seu, alguém precisava te tirar daquela tortura.— Eu gelei. Meu olhar foi diretamente para Jake, que desviou o olhar para o chão, provavelmente mostrando se interessado no tapete do que no que Sophie disse. — Eu...Eu...— Comecei a gaguejar, tentando dizer algo sobre meus gritos. — Ora,— Andrew me cortou, talvez me salvando.— Sexo nunca foi um pecado, não vamos ficar constrangidos.— Salvando? Por que eu ainda me enganava tanto com isso? — Isso não importa. Eu vim busca-los para o jantar e avisa-los que Jake ficará com Dale em quanto estivermos fora.— — Você conhece Dale, mãe?— Andrew perguntou e eu quase cavei um buraco no chão para me enterrar.


— Eu conheço todos os caçad...— Ela parou na metade da frase, notando que essa palavra era proibida quando Jake estava ao nosso lado.— Todos os Agentes que estão na divisão, Andrew.— Ela se corrigiu. — Interessante.— Andrew murmurou, seu olhar caindo diretamente em mim. — Então...Vamos?— Eu perguntei sorridente, tentando tirar o desconforto do ar. — Vamos.— Andrew concordou, passando sua mão pela minha em quanto começamos caminhar para o nosso tão esperado jantar com uma deusa. Nossa caminha foi silenciosa, apenas deixamos Jake com Dale e seguimos para o salão principal, no mesmo prédio onde eu vi toda a clave pela primeira vez e conheci a mãe de Andrew. Nyx e Iawy estavam nos esperando na entrada, divinos como sempre. — Iawy Wennefer!— Sophie exclamou, entendendo sua mão para ele, quando nos aproximamos de nossos amigos. Iawy a pegou e lhe deu um beijo no topo da sua mão. — Está magnifica como sempre, Sophie.— — E você adoravel como sempre, Iawy.— — Não quero atrapalhar, mas não nos conhecemos.— Nyx se anunciou, tirando a mão de Sophie de cima da de Iawy para puxa-la em um comprimento de dois beijos no rosto.— Eu sou Nyx, a namorada de Iawy.— — É um prazer, Nyx.— Sophie disse, com um sorriso até que sincero. — Agora que todos já se conhecem, vamos entrar, por favor.— Andrew resmungou ao meu lado, totalmente impaciente. — Não seja rude, Andrew.— O repreendi. Andrew bufou em resposta. Como ele desejava, nós entramos no prédio e Sophie nos direcionou até a sala onde aconteceria o jantar, quando ela empurrou as duplas portas do lugar meu queixo foi ao chão. Era apenas uma mesa enorme, de mais de 14 lugares, ela transbordava comida, como aquelas de filmes em noite de natal. Até mesmo sangue seria servido. Eu nunca havia ido em um jantar apenas com criaturas sobrenaturais, então essa mesa estava sendo uma novidade pra mim, afinal, nunca em minha vida imaginei me sentar em um lugar cheio de pessoas e que alguém me servisse sangue em uma jarra de cristal. Andrew puxou a cadeira para que eu sentasse, Iawy fazia o mesmo com Nyx do outro lado da mesa. Já Sophie, se juntou com os outros membros da clave. Todos estavam calmos e conversando, Nyx e Iawy as vezes trocavam olhares e sorrisos apaixonandos, o que me fez pensar que eu era a única pessoa nervosa naquela sala. Logo que entrei no salão procurei por Hera, pelo que notei ela não havia chegado. Mas assim que eu terminei de vasculhar o salão atrás dela, Hera apareceu no topo da escada em frente da mesa, o que roubou a atenção e silencio de todos, mais na verdade, creio que não foi sua chegada e sim a sua caminhada de puro glamour até o inicio da mesa e o seu toque em cima dela. A partir do momento que ela tocou na mesa, tudo começou a virar ouro. Era como uma onda calma que estava vindo no mar e por onde passava, transformava qualquer coisa ou pessoa em estatua de ouro. Nesse momento eu já estava de pé e pronta para correr, mas fui impedida pelos braços de Andrew em minha cintura, que se levantou e me agarrou quando eu estava prestes a dar vexame. — Não tenha medo, Roxie.— Hera falou.— Eu não irei fazer mal a ninguém, a clave não precisa escutar o que já conhecem.— A clave estava transformada em ouro, inclusive Sophie. Minha sogra transformada em ouro e de boca fechada, não sei por que, mais Hera ganhou um credito comigo depois disso... Meu olhar caiu em Nyx e Iawy, ambos continuavam sentados e calmos. Acho que não tinha o por que temer, já que nem mesmo Nyx havia se desesperado. — Eu acho que você pode me soltar agora, Andrew.— Falei um pouco sem jeito. — Tudo bem, apenas não tente correr quando algo estranho estiver acontecendo, cherie.— Ele


pediu. — São meus instintos, sinto muito.— sussurrei, em quanto me sentava. — Seus instintos estão me fazendo passar vergonha.— Ele sussurrou de volta. — Se a clave não precisava estar aqui hoje, então por que os convidou?— Nyx perguntou, seu olhar sustentando o de Hera. — Eu não queria ser rude em não convida-los.— — Eu acho mais rude transforma-los em estatua de ouro do que não chama-los.— Ela murmurou. Hera encarou Nyx e a avaliou.— Você tem a mesma mente que sua mãe, mais a selvageria do seu pai. Definitivamente, você é filha de Sol e David.— Ao meu lado ouvi Andrew segurar seu riso, provavelmente por Hera ter chamado Nyx de selvagem. Nyx tomou seu comentario como um elogio. — Obrigada.— O olhar de Hera caiu em Iawy e algo em sua expressão mudou, antes ela sustentava o olhar de severa, de poder, agora tudo havia se tornado suave.— Iawy, é um prazer ve-lo novamente.— Ela o comprimentou, com um certo sorriso no rosto. Creio que não fui a única a ter notado essa diferença em seu olhar, já que Nyx cravou suas unhas na mão de Iawy. Pobre coitado, alguém teria grandes problemas durante o resto da noite. — Agora que toda a comida foi transformada em ouro,— Andrew começou.— será que podemos pular direto para o ponto do por que estarmos aqui?— Hera caminhou até a janela, dando as costas para todos nós em quanto observava a vista. Ela suspirou.— Vocês sabem que quando, nós deuses, cometemos um erro, se esse erro for muito grave, ele pode influenciar e danificar o planeta onde vocês e os humanos vivem.— Bom, tecnicamente, eu não sabia de quase nada sobre essas coisas de Deuses, até três anos atrás eu acreditava na religião dos humanos, então tudo estava sendo uma novidade.— Vocês tem o exemplo de um erro entre os deuses aqui.— Dessa vez seu olhar foi para Nyx.— O erro de uma deusa se envolver com uma criatura sobrenatural. Vejam o que Nyx pode causar em um ritual de sacrifio no eclipse. A morte de Sol, a morte da luz que da vida.— Ok, tudo bem, os deuses não podiam cometer erros, isso eu entendi agora. — Então...O que você fez?— Eu perguntei. — Não, essa não é a pergunta certa.— Andrew falou.— Qual foi o resultado desse erro? E o que vocês querem com Jake?— — O humano...— Hera caminhou até a mesa.— Vocês devem protege-lo, não deixem que ninguém o tirem de vocês. Ninguém deve possuir o sangue dessa criança.— — Por que?— Nyx perguntou. Eu a encarei, mas quem roubou meu olhar foi Iawy, que estava mais pensativo que Andrew. — Os deuses nunca revelam seus segredos.— Ele murmurou.— O outro humano, que desejava o sangue de Jake para sua senhora, ele não sabia o por que, apenas sabia que tinha que levar o sangue dele até ela. Esse era os pensamentos dele, os pensamentos que Andrew escutou— — Esperto como sempre, Iawy.— Ela o elogiou.— A principal regra dos deuses é simples: Nunca revelar nossos segredos. Os traidores são torturados durantes anos até morrerem, eu não pretendo ter esse destino.— — Qual foi o resultado desse erro?— Andrew perguntou novamente, sua voz tão gelada quanto seu olhar frio. — Minha filha se envolveu com a Hidra de Lerna, resultando em uma gravidez proibida.— Eu me afoguei com minha própria saliva, ficando chocada quando tentei imaginar como uma deusa se envolvia com uma hidra. Já Andrew, sustentava uma expressão de nojo, se ele que conhecia bem essas coisas de Deuses estava com essa cara, eu tive certeza de que não gostaria de descobrir como isso aconteceu. — O que você fez, Hera?— Iawy perguntou. — Ela o matou.— Uma voz que não pertencia a Hera surgiu atras de nós.— Ela matou meu filho.— Ela disse novamente, rindo ao mesmo tempo. Andrew se levantou e me puxou para longe, Iawy e Nyx tambem se afastavam.


Em cima da nossa mesa estava uma mulher com um vestido preto e rasgado, mas ele ainda tampava suas partes intimas, já nas outras partes que estavam a mostra, haviam marcas de dentes. Seus cabelos eram longos, longos até demais, era dificil de separar o que era o cabelo e o vestido, já que ambos eram da mesma cor. A parte mais assustadora era que sua pele chegava a ser tão branca que cada veia estava destacada para todos verem. Assustador. — Você não tem permissão para estar aqui, Hebe.— Hera disse, o tom de poder estava grande em sua voz. — E você não tinha permissão para matar meu filho.— Ela rebateu, sua voz era rouca e grossa, como daquelas pessoas em filme de terror...— Mas eu não vim para brigar...ou matar.— A mão de Andrew estava firme no meu pulso, tão firme que isso estava me causando dor. Ele não estava relaxado com a presença dessa mulher, talvez agora eu pudesse correr? — Você.— Ela olhou para Andrew.— Você tem o meu humano, ele pertence a mim.— — Sinto muito, mas ele não tinha nenhuma plaquinha com seu nome para devolução.— — Não faça brincadeira tolas, vampiro.— Ela disse, caminhando pela mesa para ficar mais próxima.— Não faça brincadeiras com pessoas poderosas...Minhas crianças podem matar a sua tão preciosa amada por causa disso.— Ela olhou pra mim.— Minhas crianças mataram todos os humanos e transformaram as criaturas sobrenaturais em animais, como eles.— Ela sorriu, não para mim ou Andrew, um sorriso para o nada. Por instinto, eu dei um passo para trás. — Você não deveria sentir medo.— Hebe disse.— Meus bebês sentem o cheiro do medo, eles seguem o rastro do medo...Meus bebês acharam o meu humano.— — Seus 'bebês' morreram antes mesmo de sentirem o cheiro do humano.— Andrew disse, uma ameaça. Ela lançou um olhar fulminante, as veias em seu corpo e rosto que estavam azuis foram ficando vermelhas.— Você é Andrew. O rei dos vampiros, o vampiro que matou o próprio irmão para salvar minha irmãzinha. Mais do que ninguém, você deveria saber o que é sentir raiva e querer a morte de todos por ter que perder alguém que amava tanto para o bem das outras pessoas.— Andrew soltou meu pulso, caminhando para frente. Esse assunto não era bom, definitivamente envolver Pierre nunca era bom. — Eu não amo pessoas que merecem a morte.— Sua voz foi fria, com uma ponta de ameaça. — Então você vai morrer. Fique no meu caminho e eu o matarei.— — Tente me matar,— Andrew começou, a ameaça crescendo em sua voz como uma tempestade furiosa chegando no céu.— e eu arrancarei a imortalidade de cada parte existente em seu corpo.— Ele deu as costas a Hebe e começou a caminhar até a porta. Novamente, Andrew pegou meu pulso e puxou para que o acompanhasse. Nyx e Iawy estavam logo atras de nós. Com um ultimo olhar, antes da porta se fechar quando nós saímos, Hera e o pessoal da clave que agora estavam voltando a vida, foram os únicos que sobraram no salão. No local onde Hebe estava, havia somente algumas fumaças negras que estavam rodopiando antes de sumirem. Nós paramos de andar somente quando tomamos uma grande distancia do prédio, ao meu ver, nós estavamos no refeitorio dos caçadores, já que haviam varias mesas e me lembrava uma escola de hoje em dia. Eu me sentei em um dos bancos, tampando meu rosto com minhas mãos em quanto apoiava meus cotovelos na mesa. — Andrew...Você ameaçou uma deusa.— Eu disse depois de um tempo de puro silencio entre nós, ainda petrificada. — Sim.— Ele concordou. — Você ameaçou uma deusa que cheira a morte e vingança.— Nyx completou minha frase, parecendo tão em choque quanto eu. — Sim.— Andrew concordou novamente. Talvez ouvesse alguma esperança nessa guerra de poder.— Você sabe como mata-la?— perguntei. — Não.— Ok, sem esperanças. Eu o olhei, Andrew estava encostado em uma das pilastras do lugar, seus braços cruzados em frente de seu peito e sua expressão...Deus, eu não sabia descreve-la. — A morte dos deuses é um segredo que pertence somente a eles.— Iawy disse. — Nós estamos tão ferrados.— Eu choraminguei, deixando minha testa encontrar com a madeira


fria da mesa. — Nós estamos.— Andrew concordou, e eu, realmente, nunca esperava ouvir isso. — Não, não estamos.— Iawy começou a andar de um lado para o outro, me deixando ainda mais atordoada. Decidi que seguir Iawy com meu olhar não era uma boa opção no momento.— Hera disse que houveram deuses que revelaram seus segredos. Um deus revelar um segredo para outro não pode causar tortura ou um castigo, pois eles conhecem a verdade sobre o que são, mas quando é revelado para pessoas que não é permitido, eles são castigados.— — Eles contariam para humanos ou criaturas sobrenaturais— Andrew completou, seguindo seu raciocinio, mas eu e Nyx não haviamos entendido. — Exato.— Iawy concordou com Andrew.— Algo tão valioso, os humanos ou criaturas sobrenaturais jamais deixariam passar em branco.— — Eles registrariam para se previnirem no futuro, se os deuses os ameaçassem. Sendo assim, teriam algo contra os deuses.— Andrew murmurou. — Iawy, você é um gênio.— — Desculpe,— Nyx se proclamou.— Mas eu ainda não entendi.— — Livros antigos sobre nosso mundo, Nyx. Os segredos dos deuses devem estar em algum livro.— Iawy explicou. — Olha, isso tem nexo, mas onde acharemos livros sobre nós? Alias, se existiu alguém que escreveu sobre os segredos dos deuses, esse livro deve ter sido destruido.— Eu falei. — Ou ele foi muito bem escondido em um lugar abandonado, durante anos.— Nyx olhou para mim.— Como a divisão.— Ela concluiu. — Pierre.— Andrew sussurrou. Eu o encarei confusa, na verdade todos o encararam surpresos e confusos por soltar o nome do seu irmão.— Pierre gostava de poder.— Não me diga, pensei ironicamente.— Ele devia ter algo contra os deuses. Ele TEM que ter algo em sua biblioteca.— — Eu voto para não colocarmos fé em Pierre.— Eu votei, mesmo que aquilo não fosse uma votação. Afinal, mesmo não falando dele com Andrew, eu sabia que ele era um assunto de uma ferida não cicatrizada e...Caramba! Era de Pierre que estavamos falando, não tem como confiar nele nem mesmo depois da morte. — Andrew tem um ponto, Roxie.— Iawy disse. Andrew caminhou até a mesa, para ficar mais próximos de todos.— Pierre não temia os deuses, tanto é que descobriu como matar uma e teve audacia para não temer o resto deles.— — Tudo bem, você tem um ótimo ponto, Andrew.— concordei finalmente.— Mas nós estamos na Russia, a biblioteca e os pertences de Pierre estão na Inglaterra.— — Mas Lúcifer está em nossa casa.— — Eu voto para não botarmos fé em Lúcifer, então.— Eu murmurei e logo recebi um olhar repreensor de Andrew. — Quem é Lúcifer?— Nyx perguntou. Eu não sabia como deixei de mencionar Lúcifer a ela, geralmente eu amava falar mal dele... — O melhor amigo de Andrew.— — Andrew tem um melhor amigo?— Ela se fingiu de surpresa. — Se você acha Andrew terrivel, você não vai querer conhecer Lúcifer. Eles se dão tão bem por terem o genio parecido— Eu cochichei pra ela. — Estou com Roxie.— Ela disse.— Eu voto pra não botar fé no cara com o nome do diabo.— — Muito engraçado, estou rindo por dentro.— Andrew disse ironicamente.— Mas em quanto nós procuramos aqui na divisão, Lúcifer nos ajudará procurando em nossa casa.— — Seline pode ajuda-lo.— Eu apontei.— Pelo menos assim terei mais esperanças.— — Ótimo.— Iawy começou.— Então vamos descobrir o que Jake significa para Hebe e como matar uma deusa, em quanto os caçadores da divisão da o fim nas 'crianças' dela.— — Vamos conhecer a biblioteca!— Nyx exclamou em falsa alegria. Depois que saimos do refeitorio, combinamos em nos encontrar em meia hora, para que nesse meio tempo pudessemos nos trocar e depois começarmos nossa pesquisa. Andrew tambem falaria com Lúcifer quando chegássemos na biblioteca, agora apenas uma coisa me preocupava...


— Onde Jake ficará?— Eu perguntei, quando já estávamos caminhando no corredor do nosso quarto. — Ele pode ficar na biblioteca com a gente e nos ajudar.— — Isso não é meio perigoso?— Perguntei.— você sabe, o que nós vamos procurar envolve nossa vida tambem.— — Ele não precisa saber que o que estamos procurando é da nossa vida. Deixe que eu invente uma desculpa sobre isso, cherie.— Andrew abriu a porta do nosso quarto.— Eu não deixarei que Jake fique fora da minha vista.— — Certo...— Concordei.— Andrew, a quem Hebe se referia quando estava falando de seus “Bebês”?— — Eu ainda tenho duvidas sobre isso, cherie. Deuses podem fazer suas próprias criações, tanto é que criaram todas as criaturas sobrenaturais. Esses “bebês” são como os capangas de Hebe, a sua própria criação e o que os caçadores estão sendo treinados para caçar. Talvez minha mãe possa nos explicar melhor o que são eles depois.— — Sua mãe...Ela meio que parece ser a líder da clave.— Eu me virei de costas para Andrew e coloquei meu cabelo de lado. Ele entendeu o recado pois logo senti suas mãos agindo atras de mim para abrir o ziper do vestido. — Na clave não existe nenhum líder, mas Sophie é a mais antiga, então todos confiam nela para dar a primeira escolha.— Andrew pressionou um beijo na curva do meu pescoço, aquilo me fez estremecer. O frio em minha costas foi o aviso de que ele tinha terminado, mas seus labios continuaram no meu pescoço, suas presas saltaram da sua gengiva, afiadas e fortes como sempre. — Me morda.— Pedi em um gemido. Eu dei um passo pra trás, para que pudesse sentir o corpo de Andrew em minhas costas, tão firme quanto uma rocha... — Como desejar, cherie.— E no próximo segundo, suas presas romperam minha pele, enviando uma dor aguda e passageira por todo meu corpo, mas logo a gostosa e deliciosa sensação de cada gole do meu sangue que Andrew tomava apareceu, me deixando em puro êxtase. Eu agarrei suas mãos que estavam em minha barriga, que me seguravam cada vez mais firme conforme eu ia ficando fraca. — COMO VOCÊ SE ATREVE AMEAÇAR UMA DEUSA, ANDREW?— A voz de Sophie, totalmente, alterada, como um grito invadiu meus ouvidos, mandando embora qualquer sensação boa que eu estava tendo com Andrew. Ele se afastou de mim e eu segurei meu vestido para que ele não fosse ao chão, já que era Andrew que o segurava. Por favor, alguém nessa divisão me mande um caça vampiro, pois estou tendo sérios problemas com um, Pensei comigo mesma. — Eu estava me alimentando, acho que assuntos sobre como eu corro risco de perder minha vida podem ficar pra depois.— Ele falou sarcasticamente. — Você sabe o quão perigoso isso é, Andrew?!— Ela explodiu — Você deveria estar cuidando dele, Roxie.— Jogar a culpa na esposa desnaturada, regra numero 1 de toda sogra. — Bom...Eu...— Caramba, o que iria dizer? Não era minha culpa se Andrew tinha probleminhas! — Não a culpe só por que tenho um gênio dificil.— Ele rebateu, me interrompendo e salvando minha pele. — Eu espero que esse gênio dificil esteja planejando algo, Andrew, caso contrario Hebe o matará ou pior, o transformará nas criaturas que ela criou!— Eu olhei para Andrew, ele estava limpando seu queixo, sujo de sangue, com a manga da sua camisa. Tudo bem que Sophie estava exagerando em colocar a culpa em mim, mas ela estava certa em vários pontos... — Como são essas criaturas, Sophie?— Eu perguntei, mudando de assunto. Sophie me encarou, sua expressão de mãe preocupada mudando para algo ainda pior, talvez...medo. — Essas criaturas são criação de uma deusa furiosa atrás de vingança. A única palavra que pode descreve-los, é a morte. Eles agem como animais, matam os humanos e transformam nós, as criaturas sobrenaturais, em pessoas como eles. Em apenas uma mordida, você estará condenado para sempre.—


— Mas por que estão atacando na Rússia?— Andrew perguntou. Até parece que o local que uma chacina começa era importante... — Por que Jake está aqui.— Sophie o respondeu.— Hebe primeiramente quer seu humano e depois irá espalhar suas crianças por todo o mundo. Nós temos que impedi-la antes que isso aconteça.— — Eu não entendo o por que dessa fixação que ela tem com Jake.— — Nem eu. Mas como se já não bastasse todos esses problemas, agora tenho que me preocupar com você, Andrew.— — Mãe,— Andrew caminhou até ela, a segurando por seus ombros.— Se eu ganhasse uma munição de arma a cada vez que recebesse uma ameaça de morte ou perguntassem “ O que está fazendo aqui, Andrew?”, eu estaria muito mais sucedido que o Estados Unidos hoje em dia.— Dale apareceu na nossa porta, que estava aberta, mas acho que o que chamou nossas atenção até ele, não foi por ele aparecer e sim o seu olhar em mim. Eu segurei o vestido ainda mais forte contra mim, já que essa olhada vinda de Dale fez me sentir totalmente nua. Lentamente, eu caminhei até que pudesse ficar atrás de Andrew, não estava procurando proteção e sim algo para me esconder, já que eu não estava em uma boa situação para ser admirada por outro homem. Apesar que esse homem estava adorando me admirar. Tudo que eu precisava era o amante da minha sogra me olhando desse jeito! Eu nasci pra ser amada por Sophie, pensei ironicamente. Andrew entendeu que eu estava sem jeito sobre essa situação, pois não se importou de me ter enfiada em suas costas. — Dale.— Sophie o cumprimentou. Ele demorou mais alguns segundos até quebrar seu olhar em mim, atras de Andrew, para olha-la.— Jake está em seu quarto, dormindo.— Ele disse. — Claro, obrigada por cuidar dele, Dale.— Sophie agradeceu. Andrew arqueou uma sobrancelha.— Obrigado por olhar o garoto, Dale.— Ele agradeceu, quando Dale já estava saindo, ele acenou em resposta.— E por secar minha mulher.— Ele murmurou ironicamente, um murmuro tão baixo que eu quase não ouvi. Eu lhe dei um tapa em seu braço.— Ei!— — Ei?— Eu enfureci.— Eu estou com meu vestido aberto desde que Sophie entrou e você nem para me oferecer seu casaco! Eu acho muito bem feito pra você que me encarem desse jeito, pois assim você aprende a ser mais cavalheiro.— Eu olhei para Sophie, ela parecia nem se importar por seu amante ter me olhado daquela maneira, nem Andrew parecia se importar, mas eu me importava! Com minhas velhas booties, calça jeans e uma blusa comum, eu já estava pronta para enfiar a cara no meio de livros velhos e empoeirados. Nesse exato momento, eu estava sentindo como se tivesse minha antiga vida de volta. Apenas achando uma solução para um grande problema, sem ninguém se importar se eu era uma rainha ou não, sem ninguém me venerando. Não ter essas coisas em alguns momentos em minha vida as vezes, era ótimo. — No que está pensando?— Andrew perguntou em sussurro, provavelmente para não atrapalhar Iawy e Nyx que estavam a alguns passos em nossa frente conversando. Nós estavamos em um corredor, de um prédio longe da vistas de todos os caçadores, eu pelo menos nunca o tinha notado antes, mas era nele onde a biblioteca estava. — No passado.— Sussurrei de volta.— Você sabe que eu ainda não me acostumei com essa coisa de reis e rainhas, apenas estava pensando em como tudo era antes de descobrir sobre isso.— — Você gostava de quando sua vida era simples.— Ele não perguntou, mas afirmou sem nenhuma duvida. Era notavel um certo tom de magoa em sua voz, afinal, Andrew sabia que desde que ele apareceu em minha vida, desde que eu era uma humana, ele fez dela uma loucura. Primeiro me transformando em vampira e me abandonando e depois voltando trazendo seu irmão louco com seus planos ainda mais insanos. Sim, Andrew tinha a palavra tatuada “confusão” em sua testa ao mesmo tempo carregava uma placa em seu pescoço escrito “perigoso”, mas mesmo assim eu nunca tive ousadia de pensar em me afastar dele. — Sim, eu gostava.— concordei com ele.— Mas gosto ainda mais de te-lo comigo, mesmo que eu


tenha que correr risco de vida várias vezes.— Andrew se aproximou ainda mais de mim, aproximando sua boca da minha orelha.— Eu sei que você não consegue viver sem o meu charme, sem o meu sorriso...— Eu o empurrei. Andrew automaticamente parou de falar para rir. — Idiota!— O xinguei. — Você demorou para notar isso, Roxie.— Nyx se intrometeu em nossa conversa, somente por que nós fomos obrigados a parar de andar, já que uma porta atrapalhava o caminho. Iawy estava tentando abri-la. — Mantenha seu focinho longe da conversas do outros, licantropa.— Andrew a provocou. Nyx o ignorou, voltando sua atenção para Iawy.— Você precisa de ajuda?— Ela perguntou, notando a dificuldade do seu namorado com a porta e o rolo de chaves. — Estou bem.— Ele murmurou. — Não é mais facil testar todas as chaves em vez de insistir somente em uma, Iawy?— — Não quando essa é a chave.— — Você tem certeza de que essa é a correta?— Nyx arqueou uma sobrancelha.— Pois eu não acho que seja.— Iawy tirou a chave da porta e entregou para Nyx. Eu pensei que eles entrariam em uma crise de “Faça melhor”, quero dizer, eu jurava que isso aconteceria, mas Iawy somente lhe entregou as chaves para que pudesse destruir o trinco, sendo assim, a porta da biblioteca estava aberta.— Isso foi inteligente.— Nyx sorriu para o seu inccubus, o que me fez pensar que ela adorava quando ele perdia a paciencia. Nyx foi a primeira a entrar na biblioteca, quando isso aconteceu, depois de alguns passos ela congelou no lugar.— Caramba.— ela murmurou, totalmente chocada. Eu entrei no lugar para ver o que a deixou tão chocada, meus olhos chegaram a se arregalar quando me deparei com a biblioteca da divisão.— Isso é maior do que a nossa mansão!— Eu exagerei. E não era pra menos, afinal, haviam dois andar nessa sala, e muitas estantes de livros. E quando eu digo muitas, quero dizer muitas mesmos. Até mesmo nas paredes ao lado das duplas escadas haviam estantes cheias de livros. — Eu odiava ler quando estava na escola, nem ao menos lia os livros que os professores mandavam. Não posso acreditar que irei fazer isso por causa de Andrew.— Nyx indignou. — E por Jake.— Eu falei, para melhorar seu humor. — Tudo bem, eu posso fazer isso por Jake.— — Muito comovente.— Andrew disse, seu tom de ironia dominando sua voz.— Mas eu deixo você se iludir que está fazendo isso por Jake e ainda fingirei que você me odeia, mesmo que a verdade esteja clara, licantropa, você choraria muito mais que Roxie em minha morte.— — Nós temos muito o que fazer,— Iawy começou.— Se eu fosse vocês, não perderia tempo discutindo.— — Eu concordo com Iawy.— Me manifestei. — Eu tambem concordo,— Nyx começou a andar, indo até o centro da biblioteca.— Prefiro enfiar a cara em livros velhos e empoeirados do que olhar pra cara desse sanguessuga psicopata.— Ela murmurou em revolta. Andrew pegou meu pulso e começou a me puxar para o outro lado da sala, onde existiam computadores.— Você e eu, vamos nos comunicar com Lúcifer.— — Por que eu? Ele é seu amigo.— Tentei escapar, mas isso fez seu aperto ficar mais forte. — Ele poderia ser seu tambem, se você não tivesse tanto rancor por ele. Na verdade, eu não sei o por que de vocês não se darem bem.— — Bom, tente ver pelo meu ângulo, ele me acusa de ter roubado você dele e me chamou de chupim, isso são grandes motivos para uma guerra.— Eu olhei Iawy subindo as escadas, para chegar no segundo andar.— Eu serei mais útil ajudando Iawy carregando os livros.— Tentei arrumar uma desculpa. — Não se preocupe, Roxie, isso não é o trabalho de uma dama.— Iawy fez questão de responder por Andrew, em quanto ele me dava um sorriso ironico e continuava a me puxar. Maldito tempos antigos cheios de cavalheirismo!


Tudo bem, eu não tinha salvação, eu teria que encarar Lúcifer, pelo computador, e conversar com ele. A chamada pela web cam foi aceita e logo os olhos verdes que demonstravam terror e selvageria apareceram na tela. — Andrew, Roxie!— Ele exclamou.— Fico feliz em ver que ainda estão vivos.— — Olá Lúcifer.— O cumprimentei.— E eu fico feliz em ver que nossa casa ainda está inteira.— — Nós precisamos de um pequeno favor seu, meu amigo.— Andrew disse, cortando a possibilidade de Lúcifer me dar uma resposta arrogante.— Nós estamos com alguns....— O silencio atingiu Andrew e eu fiquei horrorizada. Atrás de lúcifer acabaram de passar duas mulheres somente de toalhas. Corrigindo, três mulheres agora. Eu não pude ver o rosto delas, já que a web cam de Lúcifer as cortou. Eu fiquei de boca aberta. — Bom,— Andrew suspirou ao meu lado.— Eu espero que você esteja se divertindo.— — E eu espero que uma orgia não esteja acontecendo no meu quarto!— Enfureci. — Você se preocupa com coisas inúteis, minha querida, chupim. Agora me contem o que aconteceu e do que precisam.— Pela primeira vez na vida, nas poucas vezes que eu estive com o melhor amigo de Andrew, eu não neguei esse pedido dele, muito menos Andrew. Nós dois resumimos tudo o que aconteceu, desde a deusa ameaçando a vida dos humanos e das criaturas sobrenaturais, até Jake e a pequena ameaça que Andrew recbeu. — Então...Você conhece alguma relação de deuses com humanos, que pode servir para algo em relação a Jake?— Eu perguntei, finalmente, depois de terminar de lhe dar as informações. — Não.— Lúcifer estava pensativo.— Exceto que eu tive um cachorro com esse nome. Má ideia ter animais de estimação, quando a fome ataca...— Os olhos de lúcifer estavam em mim e Andrew, mas estava claro que sua mente estava longe dali, o vampiro estava tendo seu momento de loiro... — Lúcifer!— Andrew o chamou, o trazendo de volta. — Eu irei procurar nas coisas do seu irmão por algo, entrarei em contato assim que achar algo. Tomem cuidado.— — Você tambem, meu caro.— — Até mais, Lúcifer.— Eu me despedi.— Eu pensei que ele tivesse uma namorada.— Falei logo que encerrei a chamada.— A não ser que você tenha esquecido de colocar a palavra 'amante' no plural.— Andrew deu de ombros.— Novamente Lúcifer provou que seu coração não pertence a ninguém.— — Ou ele novamente provou que é um pé no saco.— Andrew me lançou um olhar repreensor e eu sorri ironicamente com isso.— Agora vamos ver os livros que Iawy achou.— Falei, o puxando de sua cadeira.


08A mesa escolhida para nossos “estudos” ficava no segundo andar, apenas por que lá era mais confortavel, afinal, era no segundo andar onde havia um sofá e uma lareira enorme que esquentaria todos nós. Claro que Andrew, Iawy e eu não precisávamos disso, mas Nyx, com seus 97 anos, ainda estava no começo de sua imortalidade, ela ainda estava se acostumando sobre não sentir frio e nem calor. E claro, o sofá seria de ótima ajuda. Para começar, sobre a mesa existiam mais de 10 livros, mais grossos que as coxas de Andrew, e tenho que dizer que as coxas dele não eram pequenas. — Eu imagino que vamos ter que ler tudo isso?— — Está imaginando certo, Roxie.— Iawy me respondeu, a diversão em seus olhos. Estava obvio que em quanto Nyx e eu, até mesmo Andrew, estávamos morrendo por ler, Iawy estava fazendo apenas seu passatempo favorito. — Está quase amanhecendo, logo teremos que trazer Jake até aqui.— Andrew avisou. Jake estava dormindo no momento e Sophie ficou responsavel por ele, já que Dale tinha que descansar para treinar as caçadoras. E creio que Sophie tambem tinha seus afazeres com a clave. — Eu espero que você já tenha um plano sobre como explicar a Jake o por que de estarmos procurando essas loucuras.— Eu disse a ele. — Não ofenda a minha mente brilhante, cherie.— — Vamos ver o quanto ela é brilhante na hora H.— eu murmurei. — Bom,— Iawy começou.— Eu terei que treinar algumas caçadoras durante a tarde, durante a manhã Dale cuidará de tudo em quanto estou aqui com vocês.— — Andrew poderia conseguir permissão para que você ficasse conosco.— Eu falei. Os olhos de Iawy se encontraram com os meus.— Eu fico feliz por vocês terem conseguido tirar Nyx do meio dessa loucura, mas não posso sair...isso faz parte de quem eu sou.— — Não se preocupe, Iawy. Eu cuidarei de tudo em quanto você estiver fora.— Andrew falou. Nyx abriu sua boca para lhe dar uma resposta certeira, mas Iawy interrompeu a todos. Ele pegou três livros e entregou um para cada um de nós. Um sorriso sarcástico cortou seu rosto.— Se divirtam.— Para ver quem conseguia o sofá Nyx, Andrew e eu discutimos feitos crianças tentando pegar o brinquedo que agradava a todos. Infelizmente, Iawy como o mestre malvado, estragou nossa felicidade nos mandando para a mesa, em quanto ele ficava com o sofá. Maravilha. Horas depois, eu já estava quase na metade de um livro e apenas tinha lido coisas do tipo de como fazer rituais para os Deuses.— Eu desisto.— Quebrei o silencio.— Não tem nada nesse livro.— — Não se preocupe, Roxie, você pode ler mais aqueles.— Nyx apontou para uma pilha em cima da mesa. — Pelo menos estamos aprendendo coisas interessantes sobre nós mesmo.— Iawy tentou me animar.— Por exemplo, aqui mostra varias outras formas desconhecida como matar um ser sobrenatural. Vocês sabiam que podemos matar uma bruxa quando retiramos todos os seus órgãos e segundos depois, colocando fogo neles, ela morrerá?— Iawy falava aquilo como uma criança descrevia um brinquedo, em quanto meu estomogo revirava.


— Ok,— Nyx se levantou e puxou o livro das mãos de Iawy.— Eu acho que você já leu demais.— — Talvez sim, mas eu estava adorando minha leitura.— — Você gosta de muitas coisas chatas, Iawy.— Nyx falou. — Não me diga.— Andrew murmurou, deixando sua leitura de lado para se referir sobre Iawy ser apaixonado por Nyx. Eu lhe dei um chute em sua canela.— Ei!— Meu olhar caiu na janela, antes que eu pudesse mandar ele se comportar. O sol já havia nascido e isso significava que eu teria que ir buscar Jake, significava que mais uma mentira seria contada a ele. Eu sei que mentiras estaria sempre envolvida em nosso mundo, no mundo das criaturas sobrenaturais, mais eu não gostava de mentir para pessoas que me importava e Jake estava andando pra esse caminho.— Eu irei buscar Jake.— Falei, empurrando minha cadeira para me levantar. Andrew segurou meu braço, quando passei por ele, e um sorriso sem ironia, sem nenhum sarcasmo cresceu em seu rosto. Com isso, eu me curvei para que meus labios encontrassem os dele, em um estalinho.— Eu te amo.— Sussurrei. — Eu tambem te amo, cherie.— Antes de sair da biblioteca eu o encarei. Seus olhos frios e perfeitos chegavam até mesmo ter vida quando ele estavam olhando pra mim. — Eu já volto.— Avisei, lhe dando um beijo em sua bochecha antes de ir. Estar na divisão e poder caminhar pelo lugar durante o dia talvez fosse uma novidade para todos os vampiros quando descobrimos isso, mas na verdade, não era. Era como se nós estivemos dentro de uma casa com vidros que nos protegem dos raios solares, era como se estivessemos em um grande aquario aqui. Era apenas a luz, não os deliciosos raios solares que nos esquentavam, quando eramos humanos. Afinal, quando se torna um vampiro, os raios solares se tornam seu pior pesadelo. “Você não devia pensar assim sobre mim, Roxanny.” A voz de Sol invadiu minha mente. — E você devia aprender o que significa privacidade.— Eu retruquei. “ Isso não importa,” Ela falou. Claro que não importava, não era a mente dela que era invadida toda hora por qualquer deus. “O que importa é que as respostas que vocês procuram não acharam em qualquer livro.” — Creio que você não dirá qual é esse livro.— “Correto.” Ela concordou. “Mas as respostas estão bem em sua frente, Roxie. Prove que sua tintura não corroeu todo o seu cerebro.” — Ei! Não me ofe...— “ Adeus, Roxanny.” Ela me cortou para se despedir, seu tom de divertimento era claro. — Eu odeio os deuses.— murmurei. — Falando sozinha, Roxie?— O sotaque russo de Dale soou ao meu lado. — Não exatamente, mas isso não importa.— — Claro que não.— Ele sorriu.— Onde está indo?— — Buscar Jake.— respondi.— Mas agora que te encontrei, desejo conversar com você.— Dale arqueou uma sobrancelha, perfeitamente arqueada.— Bom...Tudo bem,— Ele disse.— Vamos para a sala dos caçadores, lá teremos mais privacidade.— Eu acenei com a cabeça e caminhei para que ficasse ao seu lado, o seguindo, em quanto caminhava para essa sala. Eu achava magnifica a cor do cabelo de Dale, era um vermelho tão brilhante, tão forte quanto o sangue e durante o dia, eles ficavam ainda mais chamativos. Seu cabelo era uma novidade para mim, eu nunca havia visto algo como essa cor. — Você usa alguma tintura, Dale?— Decidi perguntar. — Por mais que ele seja chamativo e diferente, eu não uso nada.— Ele disse.— Não acho que teria a mesma coragem que você para tingir meu cabelo, Roxie.— — Eu acho interessante como as pessoas descobrem que eu uso tintura sem ao menos falar.— — Seu cabelo tem um leve cheiro de quimica, todas as criaturas sobrenaturais nessa divisão sabe que você tinge.— Depois dessa resposta, eu peguei uma mexa do meu cabelo e levei até meu nariz, não havia nenhum cheiro alem dos produtos que eu usava durante o banho.— Você e as pessoas ao


seu redor, nunca sentiram nada diferente, todos estão acostumados com o cheiro que nem ao menos notam. É como o cheiro da poluição do mundo, ela existe, mas não sentimos.— Dale abriu a porta da sala, saindo da minha frente para que eu pudesse entrar. — Obrigada.— O lugar realmente era simples, não era grande como a biblioteca ou como a sala de reunião da clave, era apenas simples e confortavel. Atrás de mim eu escutei o click da porta se fechando e isso fez com que eu me virasse para encontrar Dale, que caminhou até uma mesa e se encostou nela. Seus olhos cinzas se encontraram com os meus depois disso.— Então?— — O assunto é um pouco constrangedor pra mim e eu espero que você não se ofenda.— Eu comecei.— Eu jamais falaria algo se eu não gostasse de você, Dale, mas eu gosto, por mais que seu passado com Andrew seja...complicado.— — Era.— ele corrigiu.— Era complicado. Andrew e eu temos uma promessa de paz. E você sabe que uma promessa para ele é ainda mais valioso do o respeito de todos os vampiros.— — Sim, mas não é sobre isso que eu quero conversar.— Eu o encarei.— Você está com Sophie, no momento e eu sou casada, aquele olhar que você me deu na noite passada, não foi nada certo, Dale. Isso não pode acontecer jamais, principalmente quando Andrew e Sophie estão por perto.— — Você devia usar seu conselho para você mesma, Roxie.— — Do que está falando?— — Eu estava pagando na mesma moeda.— Disse.— Você não devia me repreender por algo que fez tambem.— Só depois de alguns segundos que minha ficha caiu, Dale estava se referindo a noite em que ele estava apenas de toalha saindo do quarto para acompanhar Sophie.— O errado é sempre interessante, Roxie.— O timbre na voz de Dale mudou, para algo como...sensual. — Como eu disse, você está com Sophie e eu sou casada. A única pessoa que tem permissão para me olhar daquela maneira é Andrew.— — É uma pena, por que Andrew as vezes não parece aproveitar o que possui e você prova ser muito interessante.— Dale caminhou para longe da mesa, em minha direção, meus instintos fizeram com que eu desse um passo para trás, fazendo com que a parede ficasse contra minhas costas. — Do que está falando?— — Oh, você sabe que a fama de Andrew em ser romantico não existe.— — Bom, ele é romantico da sua maneira.— Eu o respondi, Dale se aproximou ainda mais.— E eu amo isso.— — Eu poderia lhe mostrar o que realmente é ser romantico, Roxie.— Mais um passo e Dale estava a alguns centímetros de mim, muito próximo para o meu gosto. Eu tentei me afastar, mas fui impedida quando as mãos de Dale me seguraram. — Andrew.— Eu sussurrei, o chamando. — Não, querida, eu sou Dale.— Seu labios se encontraram com os meus, eles eram fortes, muito mais quentes que seu toque em meus braços. Se fosse possível, ele estariam me queimando, como raio solares de tão quentes, mas não era preciso ser possível para que eu me sentisse assim. Eu estava queimando. Queimando de raiva. Eu tentei empurra-lo, mas como sempre, as pessoas eram muito mais forte que eu. Claro que eu pensei em morde-lo, mas se eu abrisse minha boca ainda mais, ele encostaria sua língua na minha e ninguém tinha esse direito alem de Andrew. E bom, pensar não estava no contexto já que minhas emoções eram uma mistura de raiva e choque. De repente, Dale não estava mais me beijando, muito menos me segurando, ele foi arremessado para o outro lado da sala, em direção da mesa em que supostamente deveria ter permanecido, a mesa que agora havia se partido no meio pelo peso de Dale. Andrew era o responsavel por isso. Agora, Andrew estava caminhando até Dale para levanta-lo, por seu pescoço.— Você deveria ter aprendido há muito tempo que quando algo me pertence, eu não divido com ninguém.— Ele rangeu entre os dentes. O cheiro de sangue logo invadiu minhas narinas, era o sangue de Dale. Andrew pretendia decapita-lo, exatamente como fez com Pierre anos atrás.


Claro que eu desejava mais que tudo que isso acontecesse, mas isso não poderia acontecer. Usando a bondade que ainda existia dentro de mim, eu a usei toda para caminhar até eles. Pois eu sabia que em Andrew, não existia nenhuma bondade. — Andrew, pare.— Pedi, o puxando para trás. Isso não adiantou, apenas fez com que o cheiro de sangue aumentasse, Dale tentava se livrar das mãos de Andrew, mas estava obvio que Andrew estava no poder. Eu me enfiei no meio deles, empurrando Andrew para que largasse Dale.— PARE! — Eu gritei, lagrimas rolaram por meu rosto dessa vez, o nervosismo tomou conta de todos os meus sentimentos. Ele o soltou, apenas por que sabia que eu acabaria me machucando no meio deles, já que Dale fazia qualquer coisa para se livrar. — Saia daqui,— Andrew disse, uma gota de sangue escorrendo por seu queixo causado por um golpe de Dale.— ou eu esquecerei totalmente sobre nosso tratado de paz feito anos atrás e o matarei sem nenhuma piedade.— As emoções de Andrew começaram a escapar da sua barreira, já que eu senti a Raiva cortando como um chicote em meu coração. — Seu irmão tinha razão, Andrew.— Dale disse, passando a mão por seu pescoço para limpar o sangue.— Você se torna um fracasso quando deixa seus sentimentos mandarem em você.— Andrew estava pronto para partir novamente para cima de Dale, mas eu o segurei. Tudo bem que meu corpo era como uma folha de papel em sua frente, mas o que valia era a intenção. Depois disso, Dale saiu. Meus braços estavam ao redor do corpo de Andrew e eu esperava que ele colocasse os seus no meu, me puxando para um abraço, mas isso nunca aconteceu. Minha única opção foi me afastar dele. Suas emoções ainda estavam machucando meu coração, mas eu sabia que não era de propósito, sua barreira estava totalmente intacta, o problema era que esse sentimento de raiva, ódio e...traição estavam escapando de tão grande que eram. — Andrew...— Eu sussurrei, esperando que ele falasse algo. Seus olhos encontraram com os meus, os olhos que eram somente frios, no momento estavam congelantes. Isso era algo para se preocupar.— Eu tentei...— — Não fale.— Ele me cortou.— Não fale se não quer perder seu coração, Roxie.— Andrew me ameaçou, sua voz, seu tom, era simplesmente impossivel de descrever. — Mas não foi minha culpa...— Uma lagrima me escapou. — Eu ignorei todos os seus caprichos, ignorei sua aliança com Pierre, eu ignorei quando você tentou acertar meu coração com uma estaca, eu ignorei sua falta de confiança em mim, ignorei todas as vezes que me culpou por sua irmã, ignorei por me culpar por tudo que aconteceu na sua vida. EU ignorei tudo por você, Roxie. Mas isso?— Andrew agarrou meus braços e me empurrou contra a parede e toda vez que eu tentava me moxer, ele me empurrava novamente.— Como quer que eu ignore isso?— — Eu nunca quis que isso acontecesse, Andrew.— Eu chorei. — Não?— seu aperto ficou mais forte.— Como posso acreditar nisso?— — ELE ME BEIJOU!— — E VOCÊ NÃO FEZ NADA.— Ele gritou em resposta.— E você podia, você já me derrubou mais de uma vez, você já conseguiu fazer Pierre se ajoelhar em sua frente quando ele envenenou seu sangue. Você podia.— Ele me puxou para frente para que pudesse me empurrar contra a parede, eu senti a parede tremer em minhas costas pelo excesso de força descontado. E sim, ele tinha razão, eu podia ter feito algo. O que havia acontecido comigo? — Tudo que eu faço, nunca está bom o suficiente pra você. Eu lhe dei meu coração, Roxie, e parece que não foi suficiente...— — Não, não desconte tudo em mim, por que você consegue ser ainda pior quando se tratar de amor, Andrew.— Eu rebati. — Eu ganhei uma maldita cicatriz por te amar, eu sofri por causa de você. Mas eu te devo dar meus parabéns, pois você conseguiu me manipular, conseguiu fazer com que eu fizesse qualquer coisa para ve-la sorrir. Mas você não se importa com o sofrimento das outras pessoas, desde que elas não


te prejudiquem. E eu não me importei com isso, e não me importava, afinal, depois de tudo que fiz a você, o minimo que podia fazer era deixa-la feliz e eu ficava bem com isso. Mais não passei de um tolo.— — Isso é mentira, Andrew, eu sempre me importei com você.— — Eu matei meu próprio irmão, Roxie,— Ele disse, novamente eu ganhei um novo empurrão.— E tive que superar isso sozinho...Então, não me diga que sou pessimo no amor, pois você, é pior.— Dessa vez eu fiquei sem palavras. Andrew me deu um sorriso amargo, cheio de ódio. — Sabe o que Pierre sempre falou sobre você? Quando ainda era uma humana? Que você era o tipico de menina que é sempre mimada pelos pais, criada pensando em ter um casamento magnifico, com o melhor homem, se tornando egoista...E eu acho, que pela primeira vez, Pierre tinha razão em algo.— Ele me soltou, se afastando. Dessa vez, as lagrimas nublaram meus olhos. — Sabe meu pior arrependimento?— Ele perguntou.— Ter matado meu irmão ao invés de você. Pierre podia ser insano, mas jamais havia me traido, diferente de você.— — Você não tem o direito de fazer isso comigo, Andrew.— Eu estava tremendo, mas isso não me impediu de tocar em seu braço. Ele tirou minha mão, que o segurava, de maneira rude.— E alguém como você, não tinha o direito de nascer.— Com apenas essas palavras, foi o suficiente para que minha mente ficasse vazia e voltasse ao passado. — Assassina!— Uma mulher com delicados traços e enormes cabelos da cor castanha me acusou. Seus olhos escuros me julgavam completamente. — Você é um animal selvagem, uma criação da besta.— — Não mamãe.— Neguei, não me importando com minhas lagrimas.— Eu não sou um animal, não me trate assim.— Eu tentei abraça-la, minha mãe sempre me confortava quando eu estava mal. — Fique longe de mim, filha do demonio.— Ela disse se afastando.— Eu sabia que devia te-la abortado. Mais seu pai insistiu dizendo que acharia uma maneira para ter condições de criar duas filhas, ambos erramos nessa decisão. Você será queimada na fogueira, como uma bruxa!— — Não.— Eu disse em protesto para que o passado saisse da minha mente, em quanto estava voltando para o presente. Andrew pareceu ficar um pouco confuso, mas isso não o impediu de dizer suas próximas palavras. — Fique longe de mim, pois eu não terei misericórdia a nada dessa vez, Roxie.— Um aviso. Um aviso de que o seu amor por mim nunca mais atrapalharia seu verdadeiro ser. Não atrapalharia o que ele realmente era: Um assassino. — Andrew...— minha voz falhou, o choro estava me atrapalhando. — Você precisa de mim, eu preciso de você...— — Eu não quero o seu bem, eu não me importo com a sua felicidade e eu não desejo que você tenha uma longa vida. E agora? Ainda acha que eu preciso de você? — Dessa vez, eu escolhi não falar mais nada, dessa vez eu não conseguiria mais falar pois as lagrimas me afogariam. Andrew saiu do local, batendo a porta atrás dele, e ver isso foi uma das coisas mais dolorosas que aconteceu, foi como se ele estivesse levando meus motivos de viver junto com ele. E Deus, essa sensação dóia tanto. Eu me sentei no chão, abraçando meus joelhos. Eu não tinha forças para caminhar até lá fora e procurar Nyx para me ajudar, não, eu não tinha forças nem ao menos pra parar de chorar. E o pior, era saber que depois dessas palavras horriveis, Andrew não voltaria para me abraçar e pedir desculpas. Era dificil só de pensar que ele poderia ficar bem sem mim, pois pra mim, ficar sem ele, era pior que a morte. Era dificil saber o que era maior no momento, se eram meus soluços ou a dor que apenas crescia dentro de mim. Eu perdi tantas pessoas na minha vida, algumas que foram por minha culpa, como a morte das


minhas irmãs...Mas o sentimento de perder Andrew, de perder a única pessoa que amei em toda minha vida, eu não acho que poderia suportar isso. Talvez pudesse esquecer o que ele me disse, mas jamais poderia sarar os sentimentos que ele feriu. E por mais horrivel que seja, ele tinha razão, talvez a dor fosse maior por causa disso. Tudo que ele disse era verdade, eu merecia isso. Eu teria que ser forte, novamente, sozinha e acreditar naquilo de que o tempo cura todas as feridas, mesmo eu não concordando com isso, afinal, sempre há feridas que nunca se fecham ou que depois de saradas, nunca deixam de provocar dores. Durante todo o tempo que permaneci sozinha naquela sala, todas as palavras de Andrew me assombravam...Ainda era dia lá fora, mas creio que dentre algumas horas o sol já estaria indo embora. Mas eu não me importava, tanto faz se lá fora ainda era dia ou noite. Mas pensar em quantas horas demoraria para a noite cair, fazia com que as palavras de Andrew sumissem da minha cabeça por algum momento. “Eu não quero o seu bem...eu não me importo com a sua felicidade... e eu não desejo que você tenha uma longa vida...” Eu fechei meus olhos com força, afastando as palavras da minha mente. Eu não choraria de novo por causa dessa frase, eu não podia me permitir chorar. Eu respirei fundo, uma, duas vezes. Doeu, porque eu ainda sentia o perfume de Andrew, porque era como se sua presença ainda estava ali. Eu tentava não pensar em quanto ele iria me fazer falta, mais era difícil. Minha única opção, no momento, era deixar a solidão me abraçar e deixar que tu acontecesse, o mundo não pararia por causa do meu sofrimento, os problemas não sumiriam apenas por que um ainda maior surgiu... — Eu não irei mais chorar.— Falei comigo mesma, limpando as ultimas lagrimas que escorreram em meu rosto. Pelo menos eu tinha uma primeira meta na lista de como suportar a dor. Não chorar, era isso que eu iria fazer, pelo menos tentaria. Eu decidi sair daquela, maldita, sala somente quando a noite chegou. Com a escuridão, eu não seria notada, poucas pessoas me veriam. Na minha caminhada até o quarto para o prédio da clave, eu mantive minha cabeça baixa, meus passos eram rapidos. Tudo que eu queria era me jogar na cama e esperar que as coisas melhorassem no dia seguinte, pelo menos eu tinha esperanças. — ROXIE!— alguém gritou meu nome, não muito distante de mim, mas estava longe. Eu me virei na direção do grito e logo vi Nyx caminhando até mim, eu fui ao seu encontro. Ela me abraçou logo que ficamos frente a frente. Bom, sobre a meta de não chorar, eu não usaria com minha melhor amiga. Eu não enganaria minha melhor amiga dizendo que estou bem, apesar de tudo, pois eu não estava. — Vai ficar tudo bem, Roxie.— Ela disse, afagando meus cabelos. — Nada vai ficar bem, Nyx.— Todos meus sentimentos eram como cartas de baralhos embaralhadas, isso fez com que eu parecesse desesperada a ponto de ter um surto.— Ele me disse coisas horriveis...— Eu apoiei minha cabeça no ombro de Nyx, falar sobre isso doía tanto... — Vamos sair daqui.— Ela sugeriu, provavelmente as pessoas estavam nos olhando. — Sair daqui...— Sussurrei, eu me afastei para que pudesse encara-la.— Eu quero voltar pra casa... Por favor Nyx, me leve pra casa.— Eu chorei. — Isso é complicado, Roxie.— Ela disse.— Por que você não dorme um pouco e amanha nós pensamos melhor sobre isso?— — Eu não posso ficar aqui. Eu não posso acordar todos os dias e saber que Andrew não estará comigo, eu não vou suportar que o acaso faça que nossos caminhos se cruzem. Eu não vou conseguir olha-lo e saber que tudo que ele deseja é me ver morta.— — Você tem que ser forte, Roxie.— — Eu não consigo.— Admiti em sussurro.— Perder Andrew...Deus, Nyx, isso vai fazer com que eu me perca tambem. Ele era minha vida.—


Nyx limpou minhas lagrimas com as costas de sua mão, em seguida, ela segurou minhas mãos.— Pense bem sobre o que você quer e amanhã, se for isso mesmo que deseja, ninguém vai lhe impedir. — Eu sorri ou pelo menos tentei.— Obrigada.— Minha decisão já estava tomada e mesmo que eu pensasse sobre isso, não adiantaria. Meus pensamentos pertenciam ao meu sofrimento, no momento. Depois que Nyx me convenceu a ir para meu quarto, ao abrir a porta, ver que as malas de Andrew não estavam mais no local, fez com que a dor em meu coração aumentasse. Por um momento eu me iludi pensando que aquela dor não fosse somente minha, que talvez Andrew tambem estivesse sofrendo comigo. Mas essa ilusão passou quando eu senti uma leve onda de puro ódio e eu sabia que aquele sentimento não pertencia a mim. Nyx não se afastou de mim pelo resto da noite, até mesmo na hora de dormir ela permaneceu no meu quarto. Ela tentava me deixar distraída contando historias sobre sua infância, sobre o seu povo, mas nada adiantava. Depois de algumas horas ela adormeceu e minha única companhia foi as lagrimas que ainda não se casaram de escorrer. E eu chorava, Deus, como eu chorava, grandes e grossas lagrimas me deixavam cega e altos soluços me sufocavam... Talvez amanha eu tivesse um pouco mais de esperanças para que cumprisse minha meta de não chorar. Eu não dormi, primeiro por que meu ultimo desejo era encontrar Andrew em meus sonhos, não queria ser mais humilhada e ter mais motivos para chorar. E a mete sobre não chorar? Bom, isso era complicado. Mas eu achei uma meta ainda melhor, transformar todo meu sofrimento em raiva e me afastar de Andrew, exatamente como eu fiz a três anos a trás. Claro que meu coração continuaria com Andrew, mas eu ainda tinha vários outros órgãos em meu corpo para continuar a vivendo. Um toque na porta fez com que eu abrisse meus olhos. Um segundo toque e eu me virei na cama para olhar Nyx, ela nem ao menos havia se mexido e continuava a dormir. No terceiro toque eu usei toda a minha força de vontade que me restava para me arrastar da cama e ir até ela. Ao abrir a porta, os olhos verdes e cansados de Iawy foram as primeiras coisas que encontrei. Novamente Iawy estava com sua roupa toda amassada, sua gravata estava desamarrada, mais em volta de seu pescoço e dobrado em seu braço, estava seu casaco. Uma aparencia de quem não havia dormido pelo resto da noite tambem. Eu dei um passo para frente para que pudesse fechar a porta atrás de mim, isso fez com que ele caminhasse para trás. — Eu nunca pensei que minha namorada me dispensaria para dormir com outra mulher.— Ele brincou, mas não era uma brincadeira por completo, Iawy sabia que eu não estava para brincadeiras...— Como você está, Roxie?— Iawy perguntou. — Eu não sei.— Admiti, minha voz totalmente rouca. — Tem uma parte de mim que finge estar bem, e outra parte que, sinceramente, eu não sinto nada...— — Ninguém nunca disse que o amor é um conto de fadas, Roxie.— — Eu sei. Mas tambem nunca disseram que seria tão doloroso.— Iawy me encarou, seu olhar era o mesmo de quando nos encontramos pela primeira vez a seculos atrás. O olhar de que ele iria fazer qualquer coisa para que eu ficasse bem, o olhar que me fez confiar nele por toda a eternidade.— Você sabe que Andrew não quis dizer aquelas coisas.— — Esse é o problema, eu sei que ele quis.— — Talvez isso seja verdade, Roxie. Mas ele estava fora de si, ele jamais falaria aquelas coisas se fosse em uma briga comum.— — Isso não importa agora. Andrew não voltará para se desculpar e muito menos quer que eu vá até ele.— — Então... O que vai fazer?— Iawy perguntou. — Eu voltarei para casa.— — Você estará fugindo, Roxie. Isso não é o certo.— Ele me repreendeu. — Eu sei, mas Iawy...Você me disse uma vez que seu dever era governar o Egito, mas isso não era seu desejo, você fugiu do seu destino. Talvez meu destino esteja me mandando ficar aqui e enfrentar todos os meus problemas... Mas já suportei muita coisa em minha vida, ISSO eu não consigo.—


— Sua decisão...ela é definitiva?— Eu acenei com a cabeça.— Então vamos comprar sua passagem. Mesmo que eu deseje que você fique, não passo para-la. Eu nunca tive esse poder sobre você.— — Obrigada, mas eu só preciso que me levem até o aeroporto dessa cidade e depois posso me virar sozinha.— Iawy concordou com um aceno, afinal, se dependesse dele, ele mesmo teria o prazer de colocar o cinto em mim quando embarcasse no avião, mas como estaria nos infiltrando no mundo dos humanos, o maximo que ele poderia fazer era me acompanhar até o aeroporto. Nyx acordou logo em seguida que nossa pequena conversa terminou, dessa vez ela foi embora com seu namorado, me deixando sozinha por algumas horas. Algumas horas, foi isso que Iawy havia me dado para arrumar minhas coisas e depois de duas horas nós nos encontraríamos no bar desse prédio. Eu mal havia me instalado naquele quarto, então usei as duas horas que tinha para tomar um banho e tirar todo o cheiro de Andrew de mim. Eu já havia terminado meu banho quando os carregadores de mala que Iawy havia mandando para pegar minha bagagem bateram em minha porta. Como havia pouco tempo eu decidi aproveitar que aqueles dois homens chamaram o elevador e desci com eles. Eu pensei em me despedir de Jake antes de ir até o bar, mas quando passei pelo seu quarto o silencio dominava todo o comodo e sua respiração demonstrava que ele estava dormindo. Eu não atrapalharia seu sono para lhe dar um simples tchau. Mesmo que esse tchau fosse importante pra ele ou pra mim. Achar o bar do prédio foi tão simples quanto Iawy me explicou, o problema, realmente, não foi chegar até lá e sim quem estava lá. Minha mente congelou em quanto meu coração batia por cada ponta de dor causada por ve-lo. Andrew estava sentando em uma das banquetas em frente do balcão, segurando um copo grande e redondo, o mexendo para que sua bebida fizesse movimento circulares dentro do copo. Meu maior desejo foi ter dado meio volta e sair desse lugar, mas quando eu estava prestes a fazer isso, seu olhar encontrou o meu. No mesmo instante que isso aconteceu, era como se tudo ao nosso redor tivesse congelado, era como que se as únicas pessoas que tivessem vidas dentro do bar fosse nós dois. Mas toda essa sensação passou quando ele quebrou essa conexão para voltar a olhar pro seu copo. Com um único gole ele terminou com tudo que estava no copo e com um aceno chamou o barman que estava lá para encher o copo novamente. Eu comecei a andar para pegar uma mesa, eu desejei pegar uma que fosse afastada do balcão, mas infelizmente todas que não ficavam próximas estavam ocupadas. Que sorte a minha, pensei ironicamente. Eu me sentei em uma mesa qualquer e notei que atras do barman havia um enorme espelho que cobria a parede inteira, o que fazia com que Andrew ficasse frente a frente de mim se estivéssemos olhando para o espelho. Eu evitei o olhar, mas quando ele começou a falar com o barman, foi impossivel. Principalmente por que Andrew estava olhando para mim, pelo espelho.— Quer um conselho, meu caro?— Ele perguntou, em quanto o barman lhe servia. — Claro, Sr. le Boursier.— — Nunca, nunca se apaixone.— Seus olhos ainda estavam nos meus, seu olhar tão gelado quanto a neve que caia la fora.— O amor é um atraso de vida.— Andrew tomou um gole do seu drink. Uma lagrima escorreu por meu rosto depois dessas palavras, infelizmente eu não consegui segura-la e acabou me escapando. Eu não me importei que Andrew visse isso, mesmo não vendo ele sentia o meu sofrimento por nossa ligação. Um sorriso ironico cresceu em seu rosto, aquele sorriso foi como a resposta para minha lagrima. O bastardo estava feliz por me ver chorar. Eu a limpei no mesmo instante que percebi isso. — Eu irei me lembrar disso, Sr.— O barman disse. Tudo bem, essa era a ultima vez que eu estaria vendo Andrew, talvez eu conseguisse relevar isso. Mesmo que meu principal motivo para voltar pra casa fosse para não ver mais Andrew, ainda era


dificil superar que essa era a ultima vez que o veria. Eu decidi aproveitar esse pequeno momento, mesmo que ele falasse coisas que me machucassem. Pelo menos eu pensava assim, até que uma mulher se sentou ao dele, perguntando se podia se juntar a ele e Andrew simplesmente concordou. Isso foi o suficiente para que eu me levantasse e fosse esperar Nyx e Iawy fora do predio. E minha meta de não chorar, acabará de começar a funcionar, eu não choraria por um canalha que horas depois de terminar comigo, ou me ameaçar de morte, aceitava a companhia de outra mulher. Não demorou muito para que Iawy e Nyx chagassem, de mãos dadas, depois que eu sai do prédio. Eles nem ao menos pergutaram por que eu estava os esperando lá fora, talvez estivesse em minha cara que eu tinha encontrando Andrew no bar. A viagem até o aeroporta da cidade, foi magnifica. O lugar era magnifico. Uma pequena cidade em cima das montanhas, no meio de bosques... Infelizmente meus pensamentos foram tomados por minha imaginação de como seria passear por toda essa cidade ao lado de Andrew, mas isso nunca aconteceria. Talvez isso acontecesse futuramente, mais não comigo e sim com aquela mulher com cabelos cor de chocolate do bar, pensei sarcasticamente, revirando meus olhos para a vista que a janela do carro me permitia ver. Por que me torturava pensando coisas como essas? — Olhe aqueles pequenos cervos brincando, Roxie.— Nyx falou do banco da frente, eu me posicionei mais para o lado dela, para que pudesse ve-los. Não muito longe da estrada, no meio do bosque haviam dois filhotes de veados brincando, se divertindo. Irmãos... “Sabe meu pior arrependimento? Ter matado meu irmão ao invés de você.” As palavras apareceram tão rapido quanto um tsunami destruindo toda uma cidade, na verdade, todas as palavras que Andrew me disse eram como um tsunami, pois elas me destruiam quando chegavam em minha mente.— Eles poderiam ser meu jantar.— Eu disse finalmente, quando afastei qualquer lembrança sobre a noite passada. — Insensível.— Escutei ela murmurar, fechando a cara ao mesmo tempo. Iawy apenas permaneceu em silencio, em quanto dirigia o jeep que pegou emprestado na divisão, mas mesmo assim, eu pude notar um pequeno sorriso pelo trocadilhos de palavras sensíveis que eu e Nyx tivemos. Eu achei que o silencio durante a viagem foi uma coisa excelente, mas quando o bosque terminou e uma area que parecia ser o centro da cidade começou, eu não consegui ficar calada.— Onde estão as pessoas? Parece que estamos em uma cidade fantasma.— Em quanto haviam os bosques, o lugar realmente era magnifico, como eu citei. Haviam casas, muitas flores, rios com cachoeiras e a neve que havia chegado aos poucos, cobria toda a natureza. Mas agora, as ruas eram desertas, todas as casas e lojas estavam fechadas. E bom, não haviam pessoas. — Os humanos estão passando por ataques sobrenaturais, Roxie.— Foi Iawy que me respondeu.— Eles tem costumes de agirem assim. Se trancarem dentro de suas casas e sair apenas quando é necessario.— — O mundo seria bem melhor se todos soubessem da existencia sobre as criaturas sobrenaturais, pelo menos assim eles saberiam como combater quando um deus louco tentasse se vingar do mundo com suas criações malucas.— Eu disse. — Talvez fosse melhor, mas a porcentagem dos humanos comparada com a das criaturas sobrenaturais é muito maior e se descobrissem sobre o mundo obscuro, o mundo tem grande chances de entrar em crise.— — Resumindo: Sangue iria cair em todos os lados.— Nyx falou. Sim, o sangue cairia por todos os lados. O horror e medo tomaria conta do mundo. Realmente, as coisas estavam melhores do jeito que estavam. A boa noticia de tudo isso era que o aeroporto não entrou em uma crise de ficar com as portas fechadas. Tudo bem que mal haviam passageiros, e eu esperava ter muitas pessoas, ter que enfrentar filas para chegar até o avião, mas acho que essas pessoas eram do tipo que preferiam se trancar em casa do que mudar de pais.


Eu me despedi de Iawy e Nyx com um longo e grande abraço antes de entrar no avião. Eu sentiria tanta faltas deles... Eu tinha tudo para que pudesse ficar próxima deles nessa viagem, desde que eles sairam de férias por todo o Egito e eu me casei com Andrew, nós nos afastamos. E novamente, eu estava fazendo isso. Me afastando das pessoas que amava. Durante toda a viagem de avião de volta para Inglaterra, como sempre, eu adormeci para esquecer meus medos sobre estar sobrevoando pelo ar, então, nem ao menos notei a demora da viagem e por sorte, eu não havia sonhado com Andrew ou ter tido uma daquelas ligações de sonhos que sempre acontecia. Agora, haviam apenas duas coisas que eu teria que enfrentar com minha volta para casa: Minhas dores e Lúcifer. Minha opinião sobre qual seria o mais complicado de lidar? É claro que não havia duvidas que seria com o vampiro loiro de olhos verdes.


09Inglaterra, ano 2014 - Século XXI Finalmente em casa. Eu pensei logo que um dos empregados deixou as malas ao meu lado e se retirou. Pelo menos a casa estava inteira e não havia uma orgia ocorrendo em qualquer lugar da mansão. Pensando bem, a casa em geral estava muito silenciosa, e eu não esperava isso. Afinal, era de Lúcifer que estava se tratando. Haviam apenas barulhos vindo da cozinha. Talvez uma conversa. Eu resolvi que achar Seline era mais importante no momento, mas o único que lugar que ela poderia estar era lá, então foi na cozinha o primeiro lugar que a procurei. Pelo corredor, antes de chegar até a cozinha eu pude ver Seline e Lúcifer. Em quanto Seline estava de pé, Lúcifer estava sentado em uma das cadeiras do balcão, seus cotovelos estavam apoiados no marmore, em quanto suas mãos seguravam sua cabeça. Suas costas nuas roubaram minha atenção, pois em seu lado esquerdo, chegando quase perto do seu quadril, havia um simbolo queimado. Era como uma cruz de cabeça para baixo. Era uma cruz de cabeça para baixo! — Eu nunca mais,— Ele estabeleceu, nem ao menos notando que eu estava chegando por suas costas.— usarei drogas para meu próprio divertimento.— — Claro que não.— Seline disse com uma certa ironia, empurrando uma xicara com café pra ele. Bebidas alcoólicas nunca faziam efeito em vampiros, nem mesmo as mais fortes e potentes. Nosso organismo nunca seria abalado por bebidas. Então era normal que vampiros optassem por usar drogas para ficarem um pouco fora do comum, como os humanos faziam isso com bebidas. Claro que as drogas não causariam os efeitos que causam nos humanos, mas sim, o que as bebidas fazem com eles. E bom, aparentemente Lúcifer era um desses vampiros que usavam drogas. Seline encontrou meu olhar quando eu entrei na cozinha. Lúcifer se virou para conferir o que Seline olhava. — Roxie.— Ele disse, surpreso. Seu olhar foi para trás de mim, acima de meus ombros.— Onde está Andrew?— — Ele não veio comigo, Lúcifer.— Logicamente eu teria que dar detalhes do por que Andrew não estar comigo a ele, mas não agora, não hoje. Eu me sentei ao seu lado do balcão. — Você veio para ajudar nas pesquisas aqui? Sem ele?— — Mais o menos isso.— Eu murmurei. — Eu não entendo. Por que...— — Roxie fez uma viagem muito longa, Lúcifer.— Seline o cortou, provavelmente pegando pequenos pensamentos da minha mente.— Vamos deixa-la descansar.— — Eu não acho que ela precisa descansar. Ela é uma vampira, vampiros não precisam disso.— Ele olhou pra mim.— Tudo bem que sua aparencia está como daqueles zombies de filmes.— — Obrigada, Lúcifer.— Sorri ironicamente.— Mas Lúcifer tem razão, pelo menos em algo...Mas enfim, nós precisamos continuar com as pesquisas, aquela deusa é doida o suficiente para querer matar Andrew hoje, e caso isso aconteça, nós não teremos nada. E aparentemente, pelo que eu pude ouvir, você não manteve seus olhos nos livros, certo Lúcifer?— — Não me olhe assim, Chupim. Um vampiro precisa viver!— — Você fala como se não tivesse uma eternidade pela frente.— murmurei novamente. — Pois eu tenho, mas gosto de aproveitar meus dias como se fossem únicos. A gente nunca sabe


quando vão mandar você enfiar a cara em livros antigos e chatos, lhe obrigando a parar de viver.— — Eu vou para o meu quarto. Mais tarde vamos continuar com as pesquisas.— Disse, ignorando seu comentário. Eu me levantei,em seguida, e quando já estava na metade do corredor Lúcifer me chamou.— Eu devo me preocupar com Andrew? Eu tambem nunca sei se meu amigo está envolvido com viuvas negras.— — Ele está vivo, Lúcifer, e muito bem.— O respondi, me lembrando da sua nova companhia. A mulher do bar, querendo ou não, ela era linda. Uma mulher, com rosto e corpo de uma, e não uma garota com a aparencia de adolescente, como eu. O cheiro de ervas molhadas, pela chuva, misturado com um leve aroma de terra molhada e de perigo estava impregnado por toda a casa. Era o cheiro de Andrew. Mas eu prefiria ter que aturar o cheiro dele do que correr o risco de encontra-lo em algum corredor, o que aconteceria todo dia lá na divisão. Tudo bem que pelo ar tambem existia outra fragrância. O cheiro de limão misturado com um veneno tão mortal quanto o de um escorpião. Era selvagem, cheio de perversidade. Claro que só podia pertencer ao pervertido do Lúcifer... No segundo seguinte, eu abri a porta do nosso...meu quarto. E para minha surpresa, ele não estava destruido como eu esperava. Para mim Lúcifer estaria fazendo sexo em cada comodo da casa, inclusive no orquidario que pertencia a Andrew, em quanto estavamos fora. Mas eu estava enganada. Meu olhar caiu no porta-retratos que estava em uma comoda do lado da nossa cama, quando dei alguns passos para me sentar na cama. Uma foto minha e de Andrew no Halloween estava lá. Eu estava com orelhas de gatinho e a maquiagem feita para combinar com as pequenas orelhinhas negras que destacavam nos meus cabelos. Andrew não possuia nenhuma fantasia, mas estava me abraçando por trás, se curvando para ter seu rosto colado ao meu e seu sorriso...Seu sorriso, era de um homem apaixonado. Aquele sorriso de quem só vive por ter a mulher da sua vida ao seu lado... Eu virei o porta-retratos para baixo. A felicidade, no momento, estava me enjoando. Eu me joguei na cama e antes mesmo que minha costas encontrassem o colchão gelado esperando pelo contato do meu corpo, Lúcifer, já vestindo uma camisa vermelha escuro, entrou no quarto, sem ao menos bater na porta. — Eu acho muito adequado que você bata na porta de uma dama, antes de entrar.— O repreendi, me sentando na cama. — Não existem mais damas no mundo, minha querida, então isso realmente não importa.— Ele disse.— Mas eu tenho algo que lhe interessa, achei uma coisa no meio das coisas de Pierre que pode ser valioso.— — O que pode ser tão interessante a ponto de você atrapalhar meu...— As palavras sumiram nos seguintes segundos, apenas por que, a dor em meu coração ameaço explodir qualquer coisa que estivesse perto dele. Raiva, pura raiva...Muito ódio. Tudo ao meu redor virou flashs, pois a dor estava consumindo todas minhas veias, subindo até a cabeça. Aos poucos fui notando que estava contorcida no chão. A escuridão querendo invadir minha mentenão me deixava pensar ou notar algo...— Bloque-o, Roxie.— Lúcifer disse, me segurando. — Bloque-o agora.— Ele mandou. — Vo-cê...— Eu suspirei, minha voz mal estava se formando.— não...manda...em...mim...— O que era estranho, foi que em um piscar de olhos essa dor sumiu e eu nem ao menos havia desmaiado, como era de costume. Em seguida, o celular de alguém tocou, um celular que não era meu. Lúcifer se remexeu no chão para que pudesse alcança-lo no bolso dianteiro da sua calça.— É Andrew.— Ele disse, antes de atender o telefone. É claro que era Andrew! Provavelmente ligando para conferir se eu havia morrido, já que deixou que a barreira se quebrasse! Explodi mentalmente. Lúcifer se retirou do quarto, em silencio, mas não havia desligado o celular.


Quando eu estava me levantando do chão, quase meia hora depois do ocorrido, superando que Lúcifer me deixou sozinha depois de quase ser morta para falar com seu melhor amigo, ele entrou no quarto novamente sem bater. Eu apenas o encarei. Sua expressão era dificil de descrever, era uma mistura de surpresa com inacreditavel.— Vocês dois separaram.— Ele murmurou em descrensa.— E você fugiu de Andrew, sem ao menos avisa-lo que estava voltando para casa.— — Sim.— Eu concordei, mesmo ele me acusando de fazer algo terrivel, era verdade.— E eu não fugi, não importa para Andrew onde estou. Ele deixou claro que não me queria mais em sua vida.— — E o que foi isso?— Ele apontou para o chão, apontando para onde eu estava. Obviamente Lúcifer sabia o que era aquilo, ele sabia que as emoções do seu criador podia lhe causar até mesmo a morte. Provavelmente ele estava perguntando do por que. — Eu não sei. Andrew tentando me matar, talvez?— — Não, Roxie. Ele não estava tentando lhe matar. Pois se estivesse, não estaria ligando para pergunta se você estava bem.— Andrew ainda se importava...— Então o que aconteceu?— Eu lhe perguntei. Afinal, se Andrew não fez aquilo de proposito, algum motivo havia. — Não sei, talvez isso tenha sido ele descobrindo que você não estava mais na Rússia. As vezes mesmo com barreiras, vampiros não sabem controlar a força dos seus sentimentos.— Lúcifer deu de ombros.— Não me olhe assim.— Ele criticou, provavelmente reclamando por eu estar o encarando. — Eu não sou o casal que está com problemas aqui. Nem um relacionamento estavel eu tenho por mais de seculos.— E antes que eu pudesse falar algo ou lhe pergunta sobre o que eles conversaram, ele saiu do meu quarto. Eu tive vontade de sorrir naquele momento, mas não. Eu não me permitiria fazer isso. Andrew disse coisas horriveis e momentos como esses, não mudaria nada. Pois eu sei que por baixo de tanto odio por mim, ainda existia pequenas linhas de amor, que sumiriam com o tempo, mas elas faziam diferença. O mesmo acontecia comigo, só que a situação era ao contrario. Por baixo de tanto amor, existiam linhas de puro odio, que estavam começando a fazer diferença, tomando conta do espaço do amor. Era por causa dessas linhas que eu não sorriria mais. — Lúcifer, espere!— Eu o chamei, correndo atrás dele no corredor dos quartos. — Eu não pretendo ser seu BFF só por que compartilharemos a mesma casa, chupim. Então pare de correr atrás de mim. Eu já tenho muitos fãns tambem.— Seu tom era arrogante, o mesmo de sempre, mas eu já havia me acostumado com isso. No mundo dos vampiros ironia e arrogancia são as principais personalidades de vampiros antigos como Ele e Andrew. Então, eu resolvi ignorar seu comentário. — Você disse que achou algo nas coisas de Pierre. Me mostre.— Pedi. — Certo.— Ele concordou.— Vamos até a biblioteca.— Eu caminhei com Lúcifer lado a lado, e as vezes o olhava pelo canto do olho. Tudo bem que nós haviamos nos odiados desde que nos vimos no dia do meu casamento, mas Lúcifer era capaz de fazer qualquer menina humana ou sobrenatural desmaiar. Lúcifer tinha algumas pequenas sardas pelo rosto, pela região do nariz, o que fazia um charme com aqueles olhos verdes como esmeraldas claras. Sem contar que seu cabelo loiro, como ouro, caido em seu rosto na frente dos seus olhos, fazia com que ele parecesse um modelo de revista feminina. Perfeito e sem nenhuma reclamação. É claro que por de baixo de toda essa perfeição havia o horror, a morte e o sofrimento. Seus olhos descrevia o seu passado, neles estavam claro que ele teve uma vida cheia de sofrimento e fez muitas pessoas sofrerem. Nem mesmo Andrew tinha esse olhar... Andrew. Esse nome nem ao menos saia da minha mente quando eu estava apreciando a natureza masculina que Deus criou. E para piorar, o pensamento “Ele é bonito, mas Andrew é ainda mais perfeito” tambem andava de mãos dadas com o nome quando surgia na minha mente. Lúcifer abriu as duplas portas da biblioteca e caminhou para o lado, abrindo passagem para eu entrar.— Pensei que, para você, não existissem mais damas.— O provoquei. Lúcifer arqueou uma de suas sobrancelhas. O engraçado era que todas as pessoas que eu conhecia, era sempre a sobrancelha direita que se eleva, com Lúcifer era ao contrario. Sua sobrancelha


esquerda estava arqueada. Sem nenhuma palavra, o vampiro loiro entrou na biblioteca e fechou a porta antes que eu pudesse xinga-lo ou entrar no comodo.— Muito Adulto, Lúcifer!— O repreendi, depois de emburrar ambas as portas com raiva. — Me desculpe, minha querida. Mas com a falta de damas, esqueço do cavalheirismo.— Ele me encarou, apenas para me dar um sorriso arrogante. — Isso se sua mãe lhe ensinou o significado do cavalheirismo.— murmurei. Lúcifer paralisou quando citei sua mãe, seus olhos ficaram vazios e mortos, cheios de pesadelos.— Lúcifer?— O vampiro parecia estar hipnotizado, mas depois de alguns segundos, ele deu suas costas a mim e começou a caminhar para um dos corredores. — Venha.— Foi sua única palavra depois de ver seus olhos cheios de pesadelos. As prateleiras pelos corredores, que eu pude notar, estavam todas bagunçadas. As duas mesas que haviam na biblioteca estavam ocupadas por livros maiores do que as coxas de Andrew, Iawy e Lúcifer juntas. E eu não estava exagerando. Em uma das mesas, Seline estava a ocupando, lendo alguns desses livros. Quando chegamos no final da biblioteca, parando por que a parede estava em nossa frente, Lúcifer caminhou até mais perto e tirou o quadro de uma paisagem de um campo, que tampava quase metade daquela parede. Eu me perguntei como ele foi capaz de carregar aquele quadro sozinho, mais ai me lembrei que ele tinha quase a idade de Andrew, então eu tive todas minhas respostas. — Um cofre.— Eu murmurei. Vendo aquela parede nua, sem nenhum quadro para esconde-la, um cofre ficou a mostra, ele era grande, mas não tão grande quanto o quadro. — Sim, um cofre.— Lúcifer bateu suas mãos em sua camisa de grife para que pudesse limpa-las da poeira.— Um cofre fechado a sangue.— — Fechado a Sangue?— — Em vez de combinações com números. Se usa o sangue.— Ele explicou — Deve ter algo muito importante ai dentro para ser selado a sangue.— Eu disse.— Como vamos conseguir o sangue de Pierre?— Estava obvio que esse cofre era de Pierre, então o sangue chave, devia ser dele. — Isso é uma boa pergunta, chupim.— Lúcifer concordou.— Mais pense bem, Pierre tinha muitos inimigos, caso ocorresse de alguém invadir a mansão atrás desse cofre e conseguissem capturar Pierre, seria muito fácil.— Muito fácil? Pierre era o vampiro mais antigo que eu conhecia! E foi muita sorte nossa te-lo morto nos dias de hoje, caso contrario, a humanidade e nós mesmo estáriamos ferrados.— Se não é o sangue dele, o que não acho que seja, é de alguém que o sangue nunca caísse ao chão, o sangue da pessoa que Pierre mais protegia...— Ele olhou para mim. — Andrew.— Eu sussurrei.— Andrew nem ao menos morava com ele, então se uma rebelião acontecesse nessa casa, ninguém poderia capturar ele, pois Andrew não morava aqui.— — E convenhamos que o sangue de Andrew é algo dificil de se ver.— — Sim.— Eu encarei aquele cofre dourado.— Mais ter o sangue dele tambem não será algo fácil.— Eu disse.— O lugar onde estávamos na Rússia, o aeroporto mal estava funcionando.— — Nós veremos o que vamos fazer sobre isso, primeiramente devemos falar com Andrew sobre isso.— — Você não pode simplesmente arrancar a porta?— Eu perguntei, não gostando muita de ideia de Lúcifer querer conversa com Andrew comigo por perto. Até imaginar o pior, eu imaginei. Andrew voltando para abrir esse cofre... — Eu sou um vampiro, Roxie, não o superman.— Lúcifer rolou seus olhos verdes. E havia alguma diferença? Eu me perguntei. Afinal, ele podia carregar esse quadro enorme em uma moldura grossa que parecia ser feita de ouro, mas não podia destruir um cofre?! Lúcifer saiu da biblioteca quando voltamos para o inicio dela, eu preferi fazer companhia para Seline. — Gostando da leitura, Seline?— Eu perguntei, puxando um dos livros em cima da mesa para ler.


— Acredite, Roxie, não há nada para ser apreciado nesses livros. Esse, por exemplo, diz em como ser bem sucedido em relações sexuais com criaturas sobrenaturais opostas da sua raça.— Ela disse, com uma expressão de nojo.— Fico me perguntando de quem pertence isso.— Ela fechou o livro e o colocou de lado. — Eu acho que isso não deve pertencer a Pierre. Ele era orgulhoso demais para se relacionar com outras raças.— Eu disse.— Talvez seja de Andrew.— — Talvez.— Ela concordou, quando seu olhar caiu em mim novamente, ela estava séria.— Ele não quis dizer aquelas coisas sobre você, Roxie.— Por um segundo me perguntei sobre o que ela estava falando, mais logo fico obvio que era sobre minha briga com Andrew. — Me desculpe por invadir sua mente, mais é realmente dificil ignorar-los quando são mais altos que os meus próprios pensamentos.— Ela disse. — Não tem problema.— Falei.— Mas sobre Andrew, eu não consigo acreditar que ele não quis dizer aquilo.— — Vampiros não acreditam no amor.— Seline pegou um outro livro para começar a ler.— Mais Andrew acreditava. Sei que está cansada de ouvir essa historia, mais quando dizem que vampiros passam a amar primeiramente sangue acima de tudo, não é mentira. Você sofreu com isso, você comparava seu amor humano por ele depois que se transformou por uma vampira. Ele apenas se tornou menor pois o sangue vinha em primeiro lugar. Com Andrew sempre foi diferente. Pode não parecer, mas para ele o amor por seus amigos, por sua família, por você sempre veio em primeiro lugar. Por isso que acho impossivel ele dizer que você nunca deveria ter nascido. E ele nunca diria algo assim se soubesse do seu passado.— — Ele nunca deveria ter dito algo assim sabendo do meu passado sim ou não.— — Realmente.— Ela concordou.— Mais é normal que as pessoas digam coisas desse tipo quando estão nervosas a ponto de matar alguém. Se você não tivesse trancado em uma caixa o seu passado depois que se transformou em uma vampira, ele não falaria isso.— — Ele conhece meu passado.— Eu rebati. — Não, ele não conhece. Pois até mesmo você tem medo de abrir essa caixa fechada a sete chaves, por ter medo de que todo seu odio por Andrew volte. Já tentou imaginar que metade das coisas que Andrew falou, pode ter sido influenciado por isso? Você tem medo de voltar ao passado e sentir raiva do grande amor da sua vida. Desculpe Roxie, mas eu conheço sua mente melhor que você mesma, querendo ou não aceitar, você não confia em Andrew completamente, exatamente por isso que exigi demais de Andrew e quer sempre que ele faça as coisas para deixa-la feliz, para que esse medo suma de dentro de você.— Eu fiquei em silencio, talvez estivesse em choque. Eu não aceitava tudo que essas coisas que Seline disse a mim, mas talvez fosse a verdade.— Eu queria tentar ajudala, mais apenas você pode se ajudar. Você tem que aceitar que o que aconteceu no seu passado, muitas delas foram culpa de Andrew sim, você tem que aceitar que ele já foi um assassino pior que Pierre, aceitar a natureza dele. Só quando isso acontecer, você vai ver que ele mudou e sendo assim passará a confiar nele com toda sua alma. E não se esqueça que Andrew é louco por você, ele faria qualquer coisa por você, então não me admira que tenha aceitado todas essas coisas até hoje.— Ótimo, agora alem de odiar Andrew, eu estava começando a me odiar. Lúcifer entrou na sala, com um notebook de baixo do seu braço, antes que eu pudesse falar algo a Seline. — Eu não posso acreditar!— Ele exclamou caminhando até a nossa mesa para pegar o livro que aparentemente era um kamasutra das criaturas sobrenaturais, um sorriso estampava seu rosto. Era primeira vez que o via sorrir sem ironia ou arrogancia.— É inacreditavel que meu livro esteve todos esses anos na biblioteca dessa mansão. Eu sabia que Andrew havia o pego!— — Suas “fãns” ficariam decepcionadas ao saber que seus truques vieram de um livro barato, Lúcifer.— Eu o provoquei. — Bobeira.— Ele deu de ombros.— Até hoje não recebi nenhuma reclamação delas e aparentemente você nunca reclamou do seu marido. Afinal, ele tambem era um grande fã desse livro.— Eu joguei o livro que estava em minhas mãos na direção dele, mas Lúcifer o pegou antes que pudesse causar algum dano. Malditos vampiros mais velhos. — Bom, eu peço minhas desculpas sinceras sobre ter que fazer a conecção com Andrew nessa


biblioteca, sendo que você está aqui, mais aqui é o único lugar onde a transferencia não ocorre nenhum dano, já que onde você estava na Rússia era o fim do mundo.— Ele me entregou o livro que joguei nele.— Mas caso você queira se retirar, juro que não sentirei sua falta.— Um sorriso ironico. Lúcifer estava arrumando seu notebook na outra mesa para começar a transferencia quando decidi que o melhor era eu ficar longe. Escutar Andrew seria muito doloroso, principalmente agora depois de ouvir as coisas que Seline disse. Mais antes que eu pudesse sair, escutei o inicio daquela conecção, Lúcifer mal havia dito uma palavra quando a voz de Andrew invadiu a biblioteca.— Eu esqueci de dizer algo pelo telefone,— Seu tom era ameaçador.— Eu acho bom que você cuide dela melhor que sua vida, Lúcifer, caso contrario, eu darei seu coração para vira-latas que vivem na rua. — Lúcifer olhou pra mim, que ainda estava paralisada na porta. Eu acenei com a cabeça, para que ele não falasse que eu estava lá. — É bom te ver tambem, meu caro.— Ele disse em resposta. Depois disso, fechei a porta e comecei a caminhar até um lugar que não havia ido a mais de anos. Um lugar que jamais pensei que voltaria. Talvez fosse perigoso demais andar hoje em dia nas ruas durante a madrugada. Na verdade, sempre foi perigoso, mais antigamente, eu era o perigo. Agora com os “bebês” de Hebe, era ainda mais perigoso. Afinal, eles eram uma ameaça não só para os humanos, para nós, criaturas sobrenaturais, tambem era. Se eu estivesse na cidade, onde havia movimento, acho que seria mais relevante, pois uma cidade grande como Londres nunca dormia, mas como eu estava no meio do nada, com árvores que tampavam a luz do luar...A verdade era única: Eu estava arriscando minha vida demais e a de Lúcifer tambem. Dessa vez eu fui obrigada a usar meus poderes vampiricos para entrar no lugar, tive que saltar o muro segurando um buquê de rosas vermelhas, e acredite, para mim, uma vampira considerada nova, não era algo facil. Geralmente eu estava acostumada a ter Andrew ao meu lado para destruir portões ou qualquer coisa que estivesse atrapalhando nosso caminho, mais eu não queria causar nenhum dano para o cemitério de Londres. Isso era o máximo que eu podia fazer para as pessoas que descansavam aqui por toda a eternidade, eu não iria causar dano a casa delas. Meus olhos estavam no caminho em que eu seguia, mas meus ouvidos estavam longe dalí. Sophie disse que Hebe estava atacando somente a Rússia primeiramente, mais eu aprendi uma coisa com essa viagem. Nunca confie em um deus, a não ser que ela seja uma das suas amigas. Como era o caso de Sol. Eu parei de andar somente quando estava frente a frente com a enorme lápide com um anjo debruçado nela, suas asas descansavam por todo o monumento. Era como se essas asas protegessem toda a lápide. A lápide era feita de marmore branco e cada detalhe tambem era dessa cor, somente as letras do nome da pessoa que descansava lá estavam em preto. Pierre le Boursier. Eu coloquei o buquê de rosas em um dos degraus que levava para ficar de frente com o anjo. — Eu não sei se um dia poderei perdoa-lo,— comecei, falando com o nada, pois eu nunca soube o que acontecia com vampiros ou qualquer raça depois que morrem. Talvez nem Andrew soubesse responder essa minha curiosidade.— Eu gostaria de te-lo conhecido na época em que todos se orgulhavam em ter você como rei e não o temiam. Na época em que Andrew o admirava. Eu sei que mesmo depois de ter ido a loucura, você amava Andrew e nada desse amor mudou quando todas essas coisas acontecerem e tambem sei que você nunca me considerou boa o bastante para ele. Acho que agora entendo o por que e posso aceitar que algumas coisas são verdades. O seu modo de reagir era diferente, era...insano, mais como pensava quando o assunto era Andrew, era como Seline. Você apenas queria protege-lo e eu destrui todas as barreiras que construiu em volta dele, e agora, eu o machuquei. Eu acho que você me mataria por causa disso. Eu te odeio e sinto tanta raiva quando escuto teu nome, mais em quanto estive com você, notei que mataria qualquer um que machucasse seu irmão, qualquer um que o fizesse sofrer. Então...Sinto muito por ter feito seu irmão mais novo sofrer tanto, Pierre, eu sinto muito...— — Você sabe...é quase impossivel que ele a ouça.— Uma voz masculina soou atrás de mim, o que fez com que eu saltasse dos meus joelhos e quase caísse no buquê cheio de espinhos que havia


comprado para Pierre quando me virei para ver quem era. Um homem vestindo roupas brancas, como de hippies, seus cabelos loiros, mais não loiros como o de Lúcifer que eram parecidos com ouro, era um loiro muito mais claro, um loiro que chegava a ser branco. Sua pele tambem era quase branca, tão palida quanto a minha e conforme a luz do luar batia em sua pele, ele brilhava, a única coisa que havia uma cor viva nesse homem, eram seus olhos verdes como uma selva. Apesar de se vestir com roupas de hippies, sua aparencia toda era como de um guerreiro, o guerreiro mais corajoso que já existiu. — David.— Eu sussurrei, em quanto deixava minhas presas escorregarem de volta para a gengiva. Ele sorriu. — Você não deveria estar aqui sozinha. Não quando os deuses estão quase entrando em guerra.— — Então somos dois que não deveriamos estar aqui. Acho que você deveria estar com os outros deuses para dar um ponto final na loucura de Hebe.— — Eu não sou um deus, Roxie, eu sofro de uma maldição.— David se aproximou, encarando o anjo da lápide de Pierre.— Você deveria pedir desculpa por tudo que aconteceu a Andrew, não para seu irmão morto.— Será que é tão dificil achar alguém na terra que não saiba da minha briga com Andrew?! Eu me perguntei. David olhou para mim e me deu outro sorriso simpático.— Todos os deuses sabem o que ocorre na vida de Andrew, Roxie, além de ser o rei dos vampiros, ele tem o respeito de todos os “chefões”, tanto lá de cima, como de baixo. Digamos que seu amado é o queridinho de todos eles.— — E para você, ele tem sua lealdade eterna.— Falei. — Sim.— Concordou.— Andrew salvou Sol, e continua salvando...isso é o maximo que posso dar a ele.— — Lealdade é o melhor presente que se pode dar a alguém.— — O perdão tambem é.— David disse, pegando uma das rosas do meu buquê. Uma indireta pra mim, claro...Eu havia me esquecido que os deuses tambem sabiam ser cretinos. Não se ofenda, David. Eu adicionei ao final da minha frase, pois tinha certeza que ele estava escutando meus pensamentos. David apenas me enviou uma careta. Em seguida, ele levou a rosa até a frente da sua boca e a assoprou, a rosa vermelha aos poucos começou a ficar manchada e continuou a ficar até que estivesse completamente branca. Mais não era uma simples rosa branca. Ela brilhava, brilhava como as estrelas, como a lua...— Para você.— Ele me entregou a rosa.— Arranque uma pétala e você terá todo o meu exército ao seu dispor.— — Eu te chamo de cretino e você me da uma rosa magica, caramba, isso que chamamos de cavalheirismo. Lúcifer deveria estar aqui para ver isso.— murmurei.— Obrigada.— Sorri. David colocou suas mãos dentro do bolso da sua camisa e deu de ombros.— Vá para casa, Roxie. Eu cuidarei do seu caminho até lá.— Ele começou a se afastar de mim, provavelmente indo embora. — David.— O chamei, virando para a direção que ele estava indo.— Nyx ficaria orgulhosa em saber o quão legal é o outro pai dela.— Eu disse, quando ele se virou para encontrar meus olhos. Ele me deu um sorriso torto.— Eu tambem ficaria orgulhoso em saber que ela pensa assim.— Depois disso, ele sumiu, não deixando nenhum rastro de que alguns segundos ele esteve conversando comigo. O melhor de tudo, é que pude caminhar para casa sem nenhum medo de ser atacada pela deusa insana. Ao mesmo tempo que fechei a porta em minha frente senti que havia alguém atrás de mim, não muito distante, nem muito perto. Eu não precisava me virar para saber quem era, o cheiro de veneno com limão estavam próximos demais para não saber que era Lúcifer.— Eu não preciso de um guarda costas. Terei cuidado para que seu coração não seja jogado para vira-latas, Lúcifer.— — Então não aja como se precisasse de um, você sabe que sempre foi a fraqueza de Andrew, Hebe estaria realizada em lhe causar sofrimento sabendo que isso atingiria ele. Mesmo que vocês dois estejam em uma guerra agora, ele se importa e sempre vai se importar com o que acontece na sua vida. E sobre meu coração, eu não tenho medo de Andrew, esse é o maior motivo por sermos amigos. Então, que venham ameaças...— — Desculpe-me.— Disse.— Eu sei que você está no dever de cuidar de mim, mais não seja super


protetor. Nós nunca vamos funcionar assim e eu, realmente, não pretendo ter que me mudar de casa por causa de você.— — Eu não sou sua babá, chupim.— Lúcifer me encarou.— Mas pelo menos tenho um pouco de decência para não sair sozinha durante a madrugada com uma deusa que deseja o sangue de Andrew por ai.— Por um momento, em quanto ele expressava sua raiva, eu imaginei ter visto pequenas fagulhas de chamas que estavam começando a se manifestar em seus olhos verdes. Eu não sabia se aquilo era minha imaginação ou era real, apenas encarei seus olhos profundamente. — Seus olhos estão diferentes.— No mesmo instante que murmurei isso, Lúcifer abaixou sua cabeça e fechou seus olhos. — Vá dormir, chupim.— Ele disse, olhando para mim novamente, com seus olhos completamente normais.— E tente não fazer com que meu desejo de mata-la se torne maior.— Eu comecei a caminhar para meu quarto, mais antes que eu pudesse sair da vista dele, lhe desejei boa noite. Lúcifer apenas continuou lá, parado na escuridão, somente com a luz do luar lhe fazendo companhia. Uma semana se passou desde que me encontrei com David, uma semana que eu estava evitando dormir nos mesmos horários que Andrew tinha costume, para evitar encontra-lo em meus sonhos, uma semana que a cada dia eu conhecia Lúcifer e descobria que ele era muito mais misterioso do que alguém possa imaginar. Uma semana lendo livros e sem nenhum resultado. Lúcifer havia me dito que Andrew já havia mandado seu sangue por carreio para nós, mais eu tinha razão, demoraria muito tempo até chegar em Londres. Mais eu tambem não podia me gabar sobre estar certa nesse assunto, pois estava completamente errada em outro. Eu pensei que ficando longe de Andrew, tudo ficaria um pouco melhor. Mais fui tão estupida em pensar assim, pois a verdade estava obvia demais e eu não quis enxergar...Depois de me transformar em vampira e ter perdido Andrew, mais de 300 anos passaram e eu nunca consegui supera-lo. Talvez eu nunca conseguisse. Agora com nossa separação, meu medo era de passar o resto da minha eternidade sofrendo por ele... Tirando meus olhos do livro, já que eu não estava lendo e sim pensando na vida, olhei para Seline sentada na outra mesa de frente com a minha.— Onde está Lúcifer?— Perguntei. — Provavelmente em seu quarto.— Ela disse, sem tirar os olhos da sua leitura.— Não o vi hoje ainda.— — Eu irei busca-lo. É muita folga que nós duas fiquemos nas pesquisa em quanto ele dorme.— — Eu não creio que ele esteja dormindo.— — Não importa o que ele está fazendo, o importante é ele estar aqui.— Me levantei da minha cadeira e saí da biblioteca. O quarto em que Lúcifer estava hospedado não era tão longe da biblioteca, então eu não precisei usar meu mapa mental do palácio real. Apesar de estar morando aqui durante três anos, eu ainda me perdia pelos corredores. Eu abri a porta do seu quarto antes mesmo em pensar em bater anunciando minha entrada. Apesar de Lúcifer fazer isso comigo de propósito, eu não fiz por mal, apenas não estava pensando na hora e eu me arrependi amargamente por isso. Como Seline havia dito, ele estava no seu quarto sim, mais estava muito bem acompanhado. Uma mulher com cabelos negros, ainda vestida, estava de joelhos na ponta da cama de Lúcifer, suas mãos escorregavam, arranhavam as costas nua do vampiro, em quanto ele se alimentava.— Eu disse que ela costumava ser chatinha.— Eu ouvi ele murmura, quando sua cabeça loira se movimentou no pescoço da moça. — Vá embora, depois conversamos.— Eu estava pronta para fechar a porta e voltar para a biblioteca quando notei que era com a mulher que ele estava falando. Provavelmente eu havia ganhado uma nova inimiga depois de ter atrapalhado essa pequena festinha, quando a mulher passou por mim e me deu um olhar fuzilante, eu tive certeza. — Eu acho que agora você entende a importância de bater na porta depois disso, certo Lúcifer?— Eu falei ironicamente, em quanto o vampiro limpava o sangue em seu queixo com as costas da sua mão.


— Depois de atrapalhar o jantar de um vampiro, qualquer um entende a importância disso.— Ele caminhou até o outro lado da cama, para pegar sua camisa. Novamente, eu vi o simbolo queimado em suas costas. A cruz de cabeça para baixo. Lúcifer quando se virou para mim novamente, notou que meus olhos estavam nessa queimadura.— Isso foi feito quando eu ainda era humano.— ele disse, colocando sua camisa.— As artimanhas para se fazer uma tatuagem que causasse menos dor, como hoje em dia, não existiam.— — Deve ter doído demais.— Eu murmurei. — Sim, doeu.— Ele concordou comigo.— Mas eu mereci isso.— — Então isso foi um castigo e não uma das suas loucuras?— — A parte vertical, significa Lúcifer e seu reino, a parte horizontal, significa o homem como deus, no lugar de Deus. Esse símbolo representa a adoração ao satanás, ao diabo.— Ele disse.— Você acha que isso foi uma das minhas loucuras ou um castigo?— — Carregar isso por toda a eternidade, com certeza é um castigo.— — No começo eu tinha repugnância, mais com o passar dos anos da minha imortalidade, isso serviu como uma lembrança de quem eu era.— — Quem era você, Lúcifer?— Eu perguntei, lhe encarando. Lúcifer se sentou na cama e me chamou para que se juntasse a ele. Eu acendi a luz antes de ir até lá, não por que era desagradavel estar no quarto, a sós, de um homem que não era o meu e sim por que estava muito escuro, eu mal podia ver o olhos do vampiro loiro. Apesar de ser estranho, Andrew confiava em Lúcifer, e mesmo não parecendo, eu estava começando a confiar nele. Não era como se eu me aproximasse dele e ele pulasse em cima de mim para me beijar. Era dificil de admitir, mais Lúcifer estava se tornando um amigo. Eu me sentei em sua cama, em seguida, ao seu lado. — Então?— Eu perguntei. — Meus pais, eles eram reis de tudo que hoje em dia costuma ser a Dinamarca. E eu era o príncipe, o próximo para assumir o trono.— Eu fiquei de cara, eu jamais imaginei que Lúcifer fosse um príncipe! Mais eu não iria me manifestar com isso, apenas deixei que ele continuasse.— Mais eu nunca fui digno desse título, muito menos o de um rei.— — Por que?— — Eles me temiam.— Um pequeno sorriso, um sorriso perverso.— Um bom rei nunca deve ser temido por seu povo. Alias, um bom rei nunca deve querer mais do que tem. Eu nunca fui bom, Roxie, o sofrimento das pessoas era minha alegria...O grito de dor de cada mulher ou homem, era a minha alegria.— Ele olhou para mim.— Eu matei meu pai para que pudesse assumir logo o trono, eu o matei com pequenas e lentas facadas, o sangue escorrendo pela lamina, me sujando. Eu cheguei a pensar que foi uma das melhores imagens da minha vida. Tendo o reino somente para mim, eu pensei que estaria satisfeito, mais não, eu queria mais, eu queria muito mais. Queria ser o novo Deus, eu queria ser lembrado e ser imortal. Por causa desse meu jeito de agir e pensar, eu ganhei essa queimadura de um bando de rebeldes que foram espertos o suficiente para me colocarem em uma cilada.— — Você não me parece ser uma pessoa que é pega facilmente, Lúcifer.— Eu disse, para tentar quebrar um pouco da tensão da conversa. — E eu concordo com você, mais aquele grupo foi comandando por uma mente brilhante. Uma mente brilhante, só é dada para uma criatura sobrenatural e eu era é apenas um humano.— — Você o matou? Depois que descobriu o mundo das criaturas sobrenaturais e se tornou uma?— — Não.— Ele discordou.— Ele se tornou o meu melhor amigo.— — Andrew?— Meus olhos se arregalaram. — Somente Andrew le Boursier é corajoso o suficiente para isso e eu sempre admirei isso dele. No final, quando tivemos um encontro pessoalmente, depois de me tornar um vampiro, viramos amigos.— Uau, o mundo conseguia ser mais estranho do que eu imaginava.— Nesse grupo, um dos humanos controlados por Andrew, havia um homem, ele foi uma das pessoas que criou o mito das dimensões serem divididas em duas partes, o céu e o inferno, e os reis dessas dimensões serem Deus e Lúcifer. Você sabe...Eu não o culpo por ter me colocado como o diabo nesse mito, como o rei do inferno, na historia dos humanos. Ele não falou nada que a verdade sobre a minha maldade.—


— Você está dizendo que você é O diabo?— eu fiquei de boca aberta.— Isso é impossivel...— — Apenas os gregos e os romanos seguiam a verdadeira religião do mundo, Roxie, o resto seguem as mentiras, as criações. E foi em base da minha historia que os católicos e outras religiões que surgiram com o tempo criaram o rei do inferno, o tão famoso diabo Lúcifer.— — Eu não posso acreditar.— — Eu entendo, você até pouco tempo acreditava na mesma coisa dos humanos. Mais acredite, minha querida, o que é real, é o que você vê hoje em dia. Os deuses são os criadores dos humanos, dos vampiros e das outras criaturas. Zeus é o rei do céu e pai de todos e Hades é o rei do inferno.— Eu estava em choque, isso era uma coisa que jamais imaginaria em toda minha vida! Lúcifer era o diabo dos humanos...Deus, aconteceria uma guerra se os humanos soubessem que o famoso anjo caído anda entre eles...Talvez agora eu concordasse com Iawy, era melhor que nosso mundo se mantesse em segredo, o sofrimento não existiria assim.— Lúcifer...O que aconteceu com sua mãe? — Eu perguntei, me lembrando que quando citei ela, seus olhos se transformaram em puro pesadelo. — Eu não sou um vampiro comum, Roxie.— Ele suspirou.— Eu não fui criado por outro, como é o que acontece. Eu sou conhecido por ser filho legitimo de Hades, depois de ter me transformado em um vampiro.— — Por que?— — Por que foi ele quem me transformou em um vampiro. Eu fui feito pelo verdadeiro diabo.— Ele disse.— Não sei se é do seu conhecimento, mais almas para todos os deuses são preciosas, principalmente as puras, as que não existem nenhuma malicia ou ódio. A minha mãe tinha uma alma pura...— — Você trocou a alma da sua mãe por sua imortalidade?— Eu perguntei, incrédula. Lúcifer abaixou sua cabeça e quando olhou para mim, seus olhos estavam vagos.— Apenas com um gesto a mim, ela conseguia demonstrar um amor incomparável por mim e eu troquei a alma dela por minha imortalidade. Você pode pensar que carregar essa queimadura por toda a eternidade é um castigo, mas eu discordo, não tem pior castigo do que viver com a verdade, de quanto eu fui sem coração, para sempre.— Até eu discordava! Um simbolo não era nada comparado a isso. Eu deitei minha cabeça no ombro de Lúcifer, uma maneira para conforta-lo.— Ninguém nunca provou que as criaturas sobrenaturais são boas, Lúcifer, muito menos que os humanos são bons.— falei.— E bem...eu fico feliz por você ser uma pessoa boa agora.— Ele riu.— Eu tambem, Roxie, eu tambem...— Lúcifer, assim como eu, apoiou sua cabeça na minha, um ato surpreendente pra mim, mais a melhor coisa que acontecia em uma amizade.— Você foi a primeira mulher a dizer isso em vez de me chamar de monstro.— — Você já amou alguma vez, Lúcifer?— — Sem ser eu mesmo?— Ele brincou, mas voltou a ficar sério.— Eu pensei estar apaixonado a algum tempo atras, mais ela preferiu estar com sua raça do que ficar comigo. Para mim, só existe amor quando ambos acreditam nesse sentimento e o sentem. Então não, eu nunca amei.— — As coisas ficam mais fáceis para superar quando você tem alguém ao seu lado.— Sussurrei. — Eu aprendi a superar sozinho.— Lúcifer sussurrou de volta. Eu nunca soube, exatamente, como é superar coisas ruins sozinha. Desde que me tornei vampira, sempre tive Iawy e logo em seguida ele colocou Nyx em minha vida. Quando eu julguei Andrew como o traidor, eu tive Pierre...E bom, talvez eu devesse pegar algumas dicas com Lúcifer de como superar certas coisas sem ninguém ao seu lado, pois eu não tinha mais Andrew... — Sinto muito por ter atrapalhado seu jantar.— Falei finalmente, tirando minha cabeça do seu ombro.— Mais temos que voltar para a pesquisa e rezar para que o sangue de Andrew chegue logo. — — Oh, tudo bem. Eu não estava me divertindo muito.— Ele disse. Lúcifer se levantou da cama e me puxou junto.— Vamos logo, pois eu prefiro lhe odiar do que ter momentos emocionais com você, chupim.— — A partir do momento que sairmos desse quarto, vamos voltar a nos odiar e esquecer desse momento.—


— Com certeza.— Lúcifer respondeu, soltando minha mão que acabará de pegar para me puxar.— Odiar em primeiro lugar, a amizade em ultimo lugar.— Ele sorriu, saindo do meu caminho para me dar passagem. Ele falava que não existiam mais damas, então, pouco lhe importava o cavalheirismo. Mais nem ele mesmo notava, que mesmo com essa ideia, continuava a ser um cavalheiro. Eu passei a sua frente, como as aulas de etiquetas me ensinou, nunca deveria perder a oportunidade de estar a frente, pois era esse o lugar das mulheres. No topo. Mesmo que essa mulher esteja com seu coração estraçalhado em diversos pedaços. Novamente na biblioteca, eu estava perdida nos livros, na leitura em busca pelo impossivel. O agradavel, era que não era somente eu que estava sofrendo com isso. Lúcifer e Seline tambem estavam. E no outro lado do mundo, na Rússia, tambem haviam pessoas sofrendo com isso. Era nesses momentos que eu apreciava o sadomasoquismo. — Interessante.— Eu ouvi Seline murmurar. Logo meus olhos e os de Lúcifer já estavam nela e no livro que ela estava lendo. — O que, Moranguinho?— Lúcifer perguntou e eu fiz uma careta, segurando o risso, pelo apelido dado por causa dos cabelos ruivos de Seline. Moranguinho com certeza era melhor que chupim, creio que ela deu sorte. — Aqui diz que a imortalidade dos deuses são muito mais frágeis do que a das suas criações, ou seja, a de vocês.— Ela falou, ignorando o apelido. Creio que essa era a parte facil, por que ignorar a mente pervertida de Lúcifer, não devia ser uma missão facil. — Interessante.— Eu murmurei tambem.— Mais por que?— — O livro termina nisso.— — Pelo menos isso é algo.— Lúcifer falou em quanto fechava o livro que acabará de começar.— Eu vou me retirar para dormir. O dia está nascendo e eu não pretendo perder minhas horas de sono olhando para a cara da Roxie. Isso é entendiante.— — Obrigada Lúcifer.— Sorri ironicamente. — Tenham uma boa final de noite, Miladys.— Lúcifer disse, antes de fechar a porta em suas costas e deixar Seline e eu para trás. — Boa noite, Lúcifer.— Eu murmurei para o nada.— Você deveria descansar um pouco, Seline.— Eu disse, afinal, ela estava mais empenhada nessa pesquisa do que eu. — Eu não vou negar essa oportunidade.— Ela sorriu, afastando o livro de suas mãos e se levantando.— Boa noite, Roxie.— Seline seguiu o mesmo caminho de Lúcifer, saindo da sala. Agora que estava sozinha, com o silencio reinando por toda a casa, todo o meu ritual de não dormir, começaria.


10Eu estava deitada em minha cama olhando meu quarto. Por todo o chão e lugares planos haviam xícaras de café, era ridículo o que eu estava fazendo apenas para não ver Andrew. Quando dizem que vampiros odeiam café, isso é verdade. O cheiro e o gosto são fortes até mesmo para humanos e nós que temos todos nossos sentidos avançados, isso é como o pior veneno para nós. Pelo menos o cheiro me fazia ficar acordada. Mas hoje, parecia que nem a tesoura que eu mantinha em minha pele para me manter acordada, estava funcionando. Meus olhos estavam criando vida própria e teimavam em ficar fechados. O subconsciente tambem teimava em tomar conta de mim. Eu não podia dormir, não nesse horario. Sei muito bem que ultimamente a ultima coisa que faço é ter uma boa noite de sono, mas...Era tão mais forte que eu. Se era possível brigar com o nosso subconsciente, todos poderiam me chamar de fraca. Pois eu perdi. O sono venceu e em questão de segundos eu já estava dormindo. Em questão de minutos, minha mente já havia produzido um sonho. Melhor dizendo, um pesadelo. Eu estava em casa, minha verdadeira casa. Novamente no lugar em que passei os dias mais desesperados da minha vida, onde tive meus piores pesadelos. No porão. Isso não era uma memória, não como aquelas que já tive na ligação com Andrew, era como se eu estivesse me vendo no passado. Eu estava vendo eu mesma sendo maltratada pela minha mãe e elas não me viam. Era como se eu estivesse assistindo um filme do meu passado. — VOCÊ É UMA CRIATURA DO INFERNO.— Ela gritou, aquelas palavras que faziam minha vida se tornar ainda mais tenebrosa.— Você foi um erro, um grande erro.— — Não, mamãe.— Eu chorei, ainda sentada no chão do porão, aquela poeira que me sujava, o sangue das minhas irmã em meu rosto, nas minhas roupas. Com medo que aquelas pequenas fagulhas da luz me machucassem, com medo da minha mãe...Com medo de mim mesma.— Me perdoe, por favor. Não foi minha culpa, foi culpa dele...— Eu implorei por perdão, mas na verdade, estava implorando por salvação.— Me ajude.— — Sua única salvação é ser queimada na fogueira, como uma bruxa.— Ela cuspiu em mim. O que fez com que meu choro ficasse ainda mais desesperador. Ela me empurrou contra a parede, suas unhas como facas, cortando meu braço. Mais eu não sentia dor, os arranhões sumiam e nenhum traço de que alguém me machucou havia deixado para trás. A não ser pela marca de presas no meu pescoço. A marcas que apenas me trouxeram dor.— Você vai ser queimada, demônio, queimada!— Ela gritou novamente.— Você nunca deveria ter nascido, nunca! Eu nunca desejei seu nascimento, mais mesmo assim seu pai disse que cuidaria de você como se fosse uma das suas filhas, suas filhas legitimas. Não de um simples empregado. É isso, Roxanny, você é filha de um pecado, de outro demonio, de uma tentação...— Ela deu um tapa em meu rosto. E então as próximas palavras que ela disse, me fez repetir junto com essa mulher que me chamava de monstro, a mulher que costumava ser a melhor mãe do mundo pra mim.— Pessoas como você nunca deveriam nascer.— Uma lágrima escorreu pelo canto do meu olho depois de dizer essas palavras que me machucaram duas vezes na minha vida. — Amanha vai ser o melhor dia da minha vida. Ve-la queimar, ouvir seus gritos...Eu não vou chorar, você apenas vai ouvir meus risos, Roxanny.— Ela riu, provavelmente imaginando a cena de terror, a minha morte...Eu dei um passo para trás quando ela começou a jogar aquelas velharias que


estavam no porão em mim, ainda no chão, com medo daquela mulher, me deixando ainda mais apavorada, me fazendo gritar de medo. Com meu passo, eu me debati contra a parede. Eu imaginava que a parede estivesse mais distante, mais esses sonhos era tão doidos que me fez pensar que estava tudo bem. Pelo menos pensei assim até ela se mover e vir para minha frente. Andrew. Nessa hora, parecia que eu ia desmar. Ele realmente conseguiu roubar meu ar, as batidas do meu coração e qualquer coisa que me pertencia apenas por ficar ali em minha frente, me encarando. Andrew parecia não ter mudado simplesmente em nada. Era como uma pintura que valia bilhões, mesmo antiga, mesmo com tudo que aconteceu nos seus anos de existência, ainda continuava bela e sem nenhum contraste de erros ou de que estava ficando acabada. Seus olhos penetravam o meu com frieza, a mesma frieza de sempre...Foi isso que aconteceu por vários e longos segundos, antes de eu começar a me mover, saindo do porão, passando por Andrew, por minha mãe e por mim mesma. Eu fui obrigada a parar quando Andrew me puxou por meu braço, quando já estavamos no jardim onde eu e minhas irmãs brincavamos.— Fique longe de mim.— Eu me livrei do seu aperto que foi forte o suficiente para me deixar roxa. Eu coloquei minha mão sobre meu novo hematoma e me afastei dele com alguns passos. — Você deveria ter me contado o que aconteceu no passado.— Ele disse, seu sotaque frances ainda vivo em sua voz.— Seu passado deveria fazer parte do meu conhecimento, Roxie.— — Eu não sou um livro para ser lida e conhecida, Andrew. Alias, meu passado não muda sua forma de pensar.— rebati. — Você costumava ser minha, você TINHA que ter me dito coisas como essas. E não fecha-las em um lugar bem obscuro dentro de você, Roxie.— As palavras no passado fizeram com que meu coração se apertasse. Você costumava ser minha... — O que aconteceu comigo não é mais da sua conta, Andrew.— Me defendi, novamente dando um passo para trás quando ele tentou se aproximar. — Pare de ficar na defensiva, Roxie. Não irei machuca-la.— — Você pode me machucar sem ao menos se mover. Provou muito bem ser daquelas pessoas que acabam com alguém com apenas palavras. Meu parabéns Andrew, você tem meu respeito.— Ironizei, em quando batia algumas palmas. Agora, eu não deixaria de ficar na defensiva, principalmente quando eu estava o irritando. Não me importaria dar alguns passos novamente, se fosse preciso. Andrew revirou os olhos. — Seu passado é parte de quem você é. Eu deveria conhece-lo. Eu deveria saber que você é filha ilegitima, eu deveria ser uma parte de você, não alguém que simplesmente que faz parte do seu presente.— Eu dei mais um passo.— Ótimo...minha paciencia acabou.— Dito essas palavras, em uma velocidade de vampiros, Andrew me jogou contra a parede do celeiro que não estava muito distante da gente. Quando eu estava me levantando e recuperando o equilibrio, ele apareceu em minha frente, me presando contra a parede. — Me solta!— Eu exigi. Bati meus punhos em seu peito e achei melhor não fazer isso, pois eu seria a única machucada.— Andrew!— — Você tem noção do quanto me fez sofrer, Roxie? E depois simplesmente ser informado de que você não estava mais divisão, que tinha fugido...Você acha que nossa historia é nada para agir assim?— Eu gritei, apenas um berro para expressar minha raiva.— Não adianta gritar, Roxanny, ninguem vai te salvar.— — Se eu pudesse voltar uma vez no passado, exatamente nessa época...Eu teria me deixado ser queimada como um demônio, como a criatura que eu realmente sou, para jamais ter que ouvir você dizer as mesmas coisas que ela disse, me tratar como ela fez.— — Você ouviu o que mereceu.— Ele disse, me soltando e caminhando para trás e seu tom se tornando puro gelo.— Mas eu jamais iria feri-la com seu próprio passado. Roxie,...— — Chega Andrew!— Eu o cortei, tambem cortando as lagrimas que já queriam sair dos meus olhos. — Eu posso ter errado sim em deixar Dale chegar tão perto de mim...Mas isso não significa que você precisa jogar toda a culpa em cima de mim. Não é minha culpa se nosso relacionamento foi uma droga e preferiamos deixar coisas que nos ferem no passado em vez de conversar. Não é minha


culpa se você preferiu dizer que tínhamos a eternidade para conversa. Pois bem, a eternidade nunca acaba e nós sempre continuariamos na ilusão de que eramos um casal perfeito.— Andrew me empurrou novamente contra a parede, fazendo com que a neve sobre o telhado caísse sobre nós. Era incrivel como ele conseguia ser o principe da historia e ao mesmo tempo o vilão que só machucava e tratava mal a mocinha. — Só existe apenas um culpado para os problemas que existem na vida. Dessa vez, nessa situação, eu não sou o culpado.— Ele me soltou, seus olhos indo para meus braços que se tornaram vermelhos com seu aperto.— Uma vez na sua vida aprenda a não colocar a culpa em mim.— — Andrew...— O chamei quando começou a se afastar, caminhando em direção da floresta. Ele se virou para mim novamente.— Por que você tem que ser tão...— Um barulho de explosão invadiu nossos ouvidos ao nosso redor, e aos poucos, pequenas gotas de sangue começaram a escorrer por várias partes da minha pele...Meus olhos se abriram e eu já estava de volta para a verdadeira realidade. A realidade sem Andrew, somente eu em nosso quarto. Eu olhei ao redor, pra saber o que aconteceu para ter sangue me sujando. As janelas do quarto, até mesmo as xícaras de café, tudo estava destruído...Os cacos em cima de mim, foram o motivo de ter sangue escorrendo por meu corpo...Eu me levantei e caminhei até minha porta cuidadosamente para que os cacos não me machucassem ainda mais. Quando abri a porta, eu realmente fiquei surpresa. Não só em meu quarto, mais em toda mansão, pelo que notei, havia acontecido uma explosão com as janelas. Os vidros estavam todos estraçalhados pelo chão... Isso séria algum efeito do sonho com Andrew? Eu não sabia exatamente o que estava acontecendo, a mansão inteira era puro silencio, nenhum sinal de vida...Nem mesmo os nossos guardas estavam fazendo algum barulho ou respirando...Isso não era um bom sinal e eu tinha que encontrar Lúcifer. Caminhar em silencio, quando a casa não emitia nenhum som para que eu pudesse me aproveitar, era simplesmente impossivel. Nem mesmo ouvir Lúcifer e seus movimentos eu estava, mais quando estava próxima da biblioteca uma mão cobriu a minha boca e me puxou para trás, para um dos corredores que acabará de passar. No momento em que fui puxada, eu sabia que era Lúcifer então não gritei ou fiz um escandalo quando o vampiro loiro me empurrou contra a parede e ficou muito próximo do meu corpo...Quando eu tive a oportunidade de ver seus olhos, foi então que meu coração decidiu criar vida como o de uma lebre. Por toda a íris dos olhos de Lúcifer, que costumavam ser verdes, se tornaram vermelhos, um vermelho sangue e isso era muito aterrorizante. — Fique calma.— Ele pediu em sussurro, foi então que eu vi suas presas e isso me fez ficar ainda mais apavorada. Suas presas eram normais, como a de qualquer vampiro, exceto em sua arcada inferior que haviam mais duas presas. Lúcifer havia presas exatamente como aquelas dentaduras de crianças que imitavam vampiros. A diferença que aquelas dentaduras de plasticos eram engraçadas, Lúcifer tornava isso horrivelmente assustador.— Você acabou de ouvir a historia de que não sou um vampiro comum,— Ele sussurrou novamente.— Mantenha seu coração em suas batidas normais ou as pessoas que estão nos atacando, vão nos encontrar.— Respirar fundo, era isso que eu precisava fazer. Tudo bem que era dificil respirar sendo que Lúcifer ainda mantinha sua mão em minha boca e quando o vampiro a tirou, foi somente para coloca-la em meu punho e me puxar. O que me fez ter mais vontade de gritar pois ele esqueceu de conter sua força. Nessa noite eu estava me sentindo exatamente como um brinquedinho de borracha para vampiros mais velhos...Afinal, será que nenhum deles se lembram que eu sou nova e ainda sofro com as dores que não significam nada pra eles?! — Quem está aqui?— Eu perguntei com a voz muito baixa que tive duvidas se Lúcifer havia escutado. — Eu não sei.— Ele me respondeu.— Mais seja quem for, está com muita raiva, pois explodiu todos os vidros das janelas do palacio.— Ótimo, mais dinheiro jogado fora para concertar isso...Será que ninguém podia mostrar sua revolta sem fazer estragos na minha casa? Pensei ironicamente. Lúcifer estava sendo extremamente cuidadoso para não fazer nenhum barulho, eu não sabia


exatamente onde estavamos indo, mas o vampiro de olhos verdes, que atualmente estavam vermelhos, só faltava me carregar em seus braços para que meus passos não fizessem barulhos. Eu pensava assim até o celular dele tocar em seu bolso.— Maldição!— Lúcifer murmurou, desligando o celular e então olhou ao redor.— Eles estão se aproximando....Se eu morrer hoje,— Ele olhou para mim.— Certifique-se de que Andrew se lembre que é culpado disso por ligar em horas erradas. Agora corra pra fora da casa e vá para a floresta.— Ele me empurrou pra frente, para o caminho que deveria seguir sem ele. — Lúcifer, eu não vou deixa-lo.— — Vá logo.— Ele mandou, a sua raiva tomando conta de seus olhos.— E não volte por mim, Roxie. — Ele me empurrou novamente e com esse ultimo empurrão, eu comecei a correr. Talvez correr quando estamos em perigo é a melhor coisa que pode acontecer. Afinal, não estamos encurralados, ainda temos esperanças de salvar nossas vidas em quanto corremos. Mais eu não queria correr. Minha vontade era estar junto com Lúcifer. Ele poderia morrer por tentar me proteger, e eu me culparia se isso acontecesse. Talvez eu tambem estivesse botando pouca fé na força de Lúcifer, afinal nunca o vi em uma batalha e em minha mente ele era o vampiro metido a besta que deixava outras pessoas fazerem o serviço dificil, nem sequer levantava o seu traseiro quando pediam por ajuda. E com toda essa historia de ser um príncipe, essa teoria ficou ainda mais forte. A porta central, estava somente a dez passos de mim, eu cheguei a imaginar que isso foi uma artimanha de vandalos e Lúcifer estava exagerando sobre morrer essa noite. Eu realmente gostaria de continuar pensando assim, mais minha ilusão se dissipou a partir do momento que senti que havia alguém em minhas costas.— Olá, docinho.— A voz rouca e cheia de ódio, a voz demoníaca, soou atrás de mim. — Hebe.— Eu disse, me virando para ela. Ela continuava a mesma, horrivel como sempre...Suas veias vermelhas, pulsantes sobre sua pele quase branca, seu vestido negro todo rasgados, as mordidas por todo seu corpo...— Por favor não machuque Lúcifer.— — Own.— Ela tentou sorrir.— Mais já começamos pela parte de que você implora por sua vida e pela as das outras pessoas?— Eu continuei em silencio, falar com essa deusa por perto era algo que meu medo não permitia.— Não se preocupe, eu jamais machucaria o filho de Hades. Ele consegue ser ainda mais assustador e poderoso que eu, uma guerra com ele, é a ultima coisa que desejo. Eu vim para matar seu amado.— — Andrew não está aqui.— Falei. — Quero dizer, ele acabou comigo...— — Sim, vocês terminaram...Mas o amor não acabou.— Ela disse.— Você é muito valiosa, Roxie. Sua morte pode trazer o que todos os deuses querem.— — O que os deuses querem?— Eu tentei não gaguejar, já que minha voz estava falhando. — Eles querem a alma de Andrew. Mas não aquela que existe a compaixão, a bondade. Eles querem somente o ódio, a vingança, o prazer em ver a dor...— — Mas nós não temos almas.— — Sim, todas as criaturas sobrenaturais tem suas almas. A única diferença é que elas pertencem a nós. A todos os deuses. Nós entramos em guerra quando uma alma é valiosa, para que ela pertença somente a nós. Ninguém gosta de dividir coisas valiosas.— — Espere um segundo...Tudo isso é sobre a alma de Andrew?— Eu perguntei incrédula.— E sobre seu filho morto?— — Quem se importa com crianças mortas?— Ela sorriu, dessa vez conseguiu sorrir.— Eu posso ter qualquer vingança, qualquer poder com a alma de Andrew. Isso é o que importa.— Fumaças negras começaram a aparecer ao redor de Hebe, elas rodopiavam e nunca paravam, elas estavam formando uma cortina negra. Eu paralisei quando pude ver o que realmente havia se formado por toda aquelas fumaças. — Ela não te lembra a alguém?— Hebe perguntou, seu tom ironico era evidente.— Olhos vermelhos... A falta da minha vida...O desespero por sangue...atitudes selvagens...— Hebe cantarolou em quanto rodopiava pelo ar em volta daquela criatura.— Meus bebês são exatamente como sua irmã...Aquela que você mesma a matou com uma estaca no coração.— Eu dei um passo para trás.— Você ainda tem trauma do seu passado, Roxie? Isso é uma pena...Eu queria tanto


conseguir a verdadeira alma de Andrew de volta sem jogar sujo...— Talvez eu fosse suicida, mas ficar parada e ver minha morte chegar, isso jamais aconteceria. Então com a única opção que tinha em mãos...Eu comecei a correr, mas antes que eu pudesse chegar até a porta, Hebe surgiu em minha frente. Por que eu tinha que ter deixado a rosa de David tão longe? — Não adianta fugir, docinho. Você será igual aos meus bebês, será um prazer ver Andrew a matando no futuro não tão longe.— Ela olhou por cima dos meus ombros, para a criatura ainda parada no mesmo lugar, que babava em desespero para me morder.— Pegue-a.— Hebe mandou, com um sorriso assassino. E como mandado, a criatura começou a correr em minha direção. Seria tão mais facil poder lutar contra esse monstro ou improvisar um plano mas Hebe estava usando seus poderes para me manter imovel no lugar e somente quando a criatura chegou até mim e me derrubou no chão ela parou de usar seus poderes em mim. Mais já era tarde demais para lutar ou fazer algumas coisa, aquele monstro acabará de enfiar seus dentes perto das minhas costelas esquerdas, rompendo a pele, sugando o sangue sem parar e me levando a um desmaios quando recuperei o comando do meu corpo. Ou seja, eu já estava morta antes mesmo de recuperar qualquer sentido de mim mesma. Quente, muito quente...A mansão estava muito quente. E eu estava começando a não ficar bem com esse excesso de calor. Era como se os raios solares estivessem invadindo a casa e me queimando. Talvez fosse isso, os vidros da casa foram todos explodidos. Tinha que ser isso...Novamente, eu abri meus olhos, somente para encarar a escuridão da noite. Não era a casa ou o sol que estavam me queimando, era eu mesma que estava pegando fogo por dentro. Levantei meu tronco para que pudesse me sentar e somente com isso senti uma dor de como se eu tivesse sido atropelada dez vezes por um caminhão perto das minhas costelas. Foi então que eu lembrei que tudo o que aconteceu foi pura realidade. Eu estava me tornando um monstro... Levantei um pouco minha blusa, pelo menos o que restou dela, para poder ver a mordida. Ela ainda estava lá, as marcas de dentes afiados como de tubarões, em sua volta estava vermelhao e preto de tão roxo. Uma frase que descrevia minha situação? Minha vida estava acabada e eu não sabia o que fazer. Eu peguei um caco de vidro, o mais grasso que havia encontrado e o pressionei contra meu coração...Morrer seria tão mais facil agora, resolveria todos os meus problemas. Mais a alma de Andrew voltaria a ser negra e eu não poderia morrer sabendo que isso aconteceria por minha culpa...Então, Roxie, levante e cotinue a viver em quanto sua mente pertence a você mesma e deixe de ser egoista uma vez na vida. Eu falei pra mim mesma. Quando eu me levantei, a sensação foi que haviam enfiado uma faca em uma queimadura recémfeito no meu corpo, mas eu tinha que me acostumar com essa dor, ninguém poderia saber dessa mordida, não em quanto minha situação com Andrew era de pura raiva...Eu estava perdendo minha vida sim, mas eu ainda tinha meu orgulho e não pretendia fazer ele ter pena de mim e nem ninguém. Eu senti o cheiro de sangue quando comecei a caminhar, o sangue não era meu, então só podia ser de...Lúcifer. O vampiro estava caído no chão e com um castiçal de prata atravessado por seu peito. Aquilo estava o queimando e muito perto do seu coração, não era pra menos por estar desmaiado sobre o chão. Eu corri até ele. Antes de chama-lo ou fazer qualquer coisa para acorda-lo abaixei o resto da minha blusa o maximo que podia e joguei meus cabelos na frente, para que pudessem tampar as partes que minha blusa estava rasgada.— Lúcifer.— O chamei, colocando minhas mãos em seu rosto gelado. Seus olhos se abriram, ainda vermelhos e selvagens, mais logos o verde começou a voltar. — Eu disse...— Ele murmurou, a dor era evidente em sua voz.— para não voltar por mim.— Eu sorri. — Eu jamais vou lhe obedecer, Lúcifer.— Falei.— Agora vamos tirar isso de você.— — Você está bem?— Ele perguntou, tentando se sentar. Eu o ajudei, colocando suas costas apoiadas


na parede com cuidado para que aquele castiçal não se mexesse.— Eu não terei meu coração dado para cachorros?— — Seu coração está em segurança.— Eu disse, apesar de ser uma mentira.— Hebe apenas pensou que Andrew estava aqui, ela deixaria que suas criaturas nos matassem se estivesse aqui a procura de outra coisa.— outra mentira. — Ótimo.— Sua respiração ficou pesada, provavelmente um desmaio estava chegando novamente. — Não perca os sentidos Lúcifer, eu não posso puxar essa coisa de você sozinha.— — Isso vai doer...Acho que estou gostando desse castiçal em meu peito. Qualquer coisa fica bonita em mim.— — Isso deve estar queimando até sua alma! Para de ser um marica e me ajude logo.— Eu coloquei as mãos na ponta do castiçal e apenas com isso Lúcifer fez uma careta de dor.— Ok, no três.— Eu suspirei. Ele colocou suas mãos sob as minhas para me ajudar a puxar.— Um...Dois...— Eu puxei o castiçal não me importando se estivesse trapaceando na contagem. Pelo menos assim Lúcifer não pensaria na dor por ficar com raiva de eu não ter comprido o que disse. O castiçal começou a se movimentar para sair de dentro dele, mas acho que Lúcifer não estava mais pensando, pois ele começou a gritar e não parava, seu aperto em minha mão se tornaram fracos. E em questão de meros segundos ele havia desmaiado de novo, mais a sorte foi que quando seu corpo chegou ao chão, o castiçal ficou em minha mão.— Eu só espero que você não acorde de mal humor.— murmurei pra mim mesma, já que ele estava desacordado. O celular dele voltou a tocar, eu sabia exatamente quem era então não pensei duas vezes antes de enfiar a mão em seu bolso e atende-lo. — Andrew...— Eu murmurei, me sentando perto de Lúcifer e colocando a mão sobre meu novo hematoma. Eu pensei que a única pessoa capaz de me dar hematomas seria Andrew e eu estava feliz por causa disso, de uma maneira bem masoquista, mas estava. Mas acho que estava enganada nisso. — Roxie?!— Ele chamou meu nome, parecendo um pouco sem paciencia.— O que diabos está acontecendo?!— — Nós fomos atacados por Hebe, Andrew.— Eu disse, respirando fundo para não chorar por meus dias estarem contados. Eu apenas escutei a respiração de Andrew do outro lado, o silencio havia chegado ainda mais rapido do que imaginei. Será que ele havia sentido algo em nossa ligação? — Você está bem?— Seu tom foi macio, o mesmo tom em que ele sempre me tratou antes da nossa briga...sem nenhuma frieza. — Sim.— Eu menti.— Mas Lúcifer nem tanto... Ele está muito machucado, Andrew, e desmaiado. — — Ele foi mordido?— Ele se preocupou. — Não, apenas foi ferido com prata e estava muito perto do coração dele.— — O alimente. Ele ficara bem.— Eu já estava pronta para cortar meu punho com o castiçal quando Andrew me chamou pelo telefone.— Roxie?— — Sim...?— — Não use seu sangue.— Ele ordenou. — Por que não?— — Lúcifer não ficara nada feliz em acordar e descobrir que terá uma ligação de sangue com você durante algum tempo.— Bem pensado...Alias, muito bem lembrado. Eu não sabia o que estava acontecendo comigo, era dificil saber se dando meu sangue a Lúcifer, eu acabaria o transformando em uma abominação. — Hebe explodiu todos os vidros da mansão e provavelmente matou todos nossos guardas...Eu não acho que estamos seguros, principalmente por que o sol nascera em algumas horas.— — Apenas de sangue a Lúcifer, ele saberá o que fazer. Agora vá até a cozinha pegue o sangue e não esqueça de procurar Seline.— Seline...Bom Deus, que ela esteja bem em seu quarto. — Eu não aguento carregar Lúcifer até a cozinha.— — Então o deixe onde está!— Ele disse, perdendo a paciencia, provavelmente, por não estar aqui e resolver as coisas. — Eu estou com medo.— Admiti em murmuro. — Eu estou aqui. Do outro lado do mundo, mais estou com você.— Eu não sabia exatamente o que


ele quis dizer, mais isso realmente não ajudava em nada. Era muito diferente ter Andrew no telefone e te-lo pessoalmente. Não era como se ele no telefone fosse salvar minha vida, a não ser que eu jogue o celular na cabeça do inimigo e isso lhe cause grandes ferimentos. E bom, de uma forma romantica isso não devia ser considerado, até pouco tempo atrás ele estava me culpando de tudo que aconteceu em nosso relacionamento...Alias, eu não sabia exatamente do por que estar com medo. Eu já estava morta, em todos os sentidos possíveis.— Lúcifer precisa da sua ajuda.— Ele disse. — Tudo bem.— Eu respirei fundo e me levantei, em nenhum momento tirando o celular de perto de mim. — Roxie...Só mais uma pergunta. Por que você está sentindo dor?— Eu congelei ao mesmo tempo que pressionava a mordida sob minha mão. Maldita ligação. — Meus ferimentos...Eles estão se curando ainda.— — Hebe machucou você?— — Sim. Quero dizer, mais o menos isso. Acontece que estou com hematomas.— — Os deuses são nossos criadores, é normal ter hematomas e dores maiores ao enfrenta-los. Ela disse o por que de fazer isso?— — Ela estava atrás de você.— — Mas ela sabe que eu nunca sai da divisão.— — Então Hebe fez isso para provoca-lo. Eu não sei, Andrew, não sou eu que sou a deusa insana.— — Não fique nervosa, eu apenas não entendo.— Claro, eu devia ter me lembrado que Andrew era um cão farejador melhor que Nyx, que era a licantropa. Antes de começar a caminhar olhei uma ultima vez para Lúcifer, ainda desmaiado. Ele ficaria bem sozinho, pensei finalmente. A mansão estava em puro silencio, nem sequer o som do vento eu estava escutando, a única coisa que ouvia era o som dos meus passos e a respiração de Andrew no outro lado da linha.— Andrew, eu não acho que Seline esteja na mansão. Não consigo escutar nenhum barulho alem dos meus.— — Ela está em segurança, não se preocupe.— Ou morta, adicionei mentalmente. — Como sabe que ela está bem?— perguntei.— Todos que estavam nessa mansão estão mortos. — Você e Lúcifer estão vivos.— Oh yeah, ele nem imaginava o quanto eu estava viva...— Seline é esperta, ela pode ouvir a mente de qualquer pessoa, ela deve ter escutado os pensamentos dos guardas e ter saido da mansão.— Muito esperta. Qualquer pessoa com o pensamento de “Antes eles do que eu” era esperta. Em quanto as que tinha a bondade no coração, como eu, estava caminhando sozinha por uma casa escura e totalmente aberta para qualquer coisa entrar para salvar a vida de um ser que a pouco tempo não me agradava. Antes de chegar na cozinha eu fui até o quarto de Seline que não ficava muito longe, ele estava vazio. E tudo indicava que Andrew estava certo.— Eu mandei você ir para a cozinha, não para o quarto da Seline.— Escutei Andrew resmungar no telefone. — Como você sabe que estou no quarto dela?— Quis saber. — Você é capaz de entrar em todos os comodo da mansão em cada meia hora para certificar-se de que não há nenhum perigo. Você acha que não vou saber onde está indo para sentir tanto alivio? Alias, eu posso escutar os barulhos que acontecem ai. Não me lembro da cozinha ter uma porta.— Eu podia me considerar esperta por ainda conseguir esconder a mordida dele por tantos minutos.— Nós estamos em um telefone, os barulhos podem ser uma interferia ou algo do tipo.— — Não subestime minha inteligencia, Roxie.— Eu sorri, um sorri para o nada, um sorriso bobo e inútil. Mas meu sorriso se foi quando a mordida fez questão de me lembrar que ainda estava ali, a queimação a cada minuto ficava pior. Eu a pressionei com mais força e isso me causou outra dor, mas a sensação de queimação foi substituída pela dor do aperto.— O que foi isso?— Só quando Andrew perguntou do outro lado da linha, eu percebi que em quanto tudo isso ocorreu, eu havia soltado um gemido. — Eu me cortei em uns dos cacos.— Outra mentira. — Você deveria tomar mais cuidado, não gosto da ideia de ter sangue sujando o tapete. Todas as janelas destruídas já é o bastante.— Ele brincou. — Você deveria dizer isso para Lúcifer, ele fez uma nova decoração nas paredes e no chão com


sangue.— Devido a minha situação com Andrew, eu jamais poderia me permitir a ter essa conversa, mas talvez essa fosse a ultima vez que poderia ouvir sua voz...Eu não sabia o que aconteceria comigo amanha ou depois, eu não sabia o que aconteceria no meu futuro. Então eu tinha que aproveitar as pequenas coisas que ainda tinha em mãos. E bom, tecnicamente falando, eu tinha em mãos o celular em que me permitia falar com o grande e eterno amor da minha vida. — Não me admira. Lúcifer é capaz de fazer uma tolice apenas por estar respirando.— Eu segurei o riso. Rir de Lúcifer era uma coisa totalmente fora de questão agora. O coitado estava quase morrendo por falta de sangue e desmaiado. Parecia até errado Andrew fazer piadas no momento sobre isso. — Mas mesmo assim você confiou minha vida em suas mãos.— Andrew se calou no outro lado da linha.— Estou na cozinha.— Decidi avisar quando cheguei no comodo para tirar o clima de tensão pela bobeira que eu acabei de falar. Logo caminhei até o freezer e peguei a bolça de sangue e comecei a dar meia volta para ir até o vampiro ferido a minha espera em alguns dos corredores perto da biblioteca.— Eu acho que a casa está segura, Andrew.— — Se você acha. Então acho que já podemos desligar.— Ele disse, seu tom frio voltando para sua voz. — Não.— Eu disse rapidamente antes que ele desligasse. — Não?— Ele deve ter ficado curioso.— Você só tem que dar o sangue para Lúcifer e tudo voltará ao normal, Roxie. Hebe provavelmente não voltará, ela já causou o que queria e eu mesmo certificarei que mandem mais guardas até a mansão.— Mas você não estará aqui para cuidar de mim... O respondi mentalmente. E claro, sobre a parte em que ele disse que tudo voltará ao normal, foi a dica que deixou bem claro que nós ainda estavamos em uma crise.— Oh, então...Até mais, eu acho.— — Tome cuidado.— Ele disse.— E Roxie?— — Sim, Andrew?— — Você tem certeza que não existe mais nada que deva me falar?— Dessa vez, eu demorei para responder. Somente depois que vários e longos segundos tomei coragem para dizer algo.— Não existe mais nada. Está tudo bem.— Eu não poderia contar a verdade. Não agora. Eu não queria que Andrew voltasse ser o mesmo de antes comigo apenas por que estava caminhando para a morte, tudo que ele fizesse agora, sabendo dessa mordida, seria por pena e eu não queria isso. Se ele voltasse a ser como antes e me perdoasse, seria com o tempo. Mesmo se eu não tivesse o tempo que precisava para tudo voltar ao normal. Eu guardei o telefone de Lúcifer no meu bolso depois que me agachei para lhe alimentar, provavelmente ele já estava querendo me matar por trapacear na contagem e ter o seu celular sujo de sangue não é o que um vampiro deseja depois de acordar. Logo que coloquei a bolça em sua boca e o sangue começou a escorrer, as duas presas de Lúcifer cresceram e furaram ainda mais o plastico e aos poucos o vampiro de olhos verdes começou a voltar para sua imortalidade. Lúcifer me assustou quando levantou em um simples pulo. Acredite, te-lo em minha frente com aqueles olhos vermelhos e suas presas totalmente diferentes da de um vampiro comum, não era algo tranquilizador.— Você trapaceou!— Ele me acusou. — Para quem preferia ficar com aquilo no peito, pareceu muito sensato trapacear.— Me defendi. — Isso não importa.— Ele murmurou se virando para ficar de costas para mim e verificando um pouco os corredores perto de nós. Quando ele virou novamente, seus olhos verdes e dentes perfeitos estavam de volta.— Você tem certeza que está bem?— Ele perguntou, me avaliando e parando seus olhos em meus braços. Provavelmente os hematomas de Andrew foi o que chamou sua atenção. — Eu estava com Andrew...Em meus sonhos.— Tentei explicar de uma maneira simples. Lúcifer arqueou sua sobrancelha e me deu um sorriso um pervertido.— Estavam guerreando pela paz?— — Oh, cale a boca.— Eu mandei, franzindo a testa, incrédula, pelo nivel do seu pervertimento. O vampiro loiro parado em minha frente riu, mas quando voltou a meu olhar, sua expressão se tornou seria.


— Nós temos que sair da mansão.— Ele disse.— O sol vai nascer em algumas horas. Durante o dia mandarei que concertem os danos que Hebe causou, pelo menos a maioria. Mas agora, não é seguro ficarmos aqui sem os vidros para nos proteger.— — Tudo bem.— Concordei. Lúcifer estava mais do que certo.— Nós podemos ir para...— —Nós iremos para minha casa.— Ele me cortou, fazendo com que me ficasse quieta. — Sua casa?— Eu perguntei. — O territorio deve ser muito bem conhecido quando estamos em guerra e eu a conheço o suficiente para não ser quase morto, novamente.— Eu o encarei. De jeito nenhum eu passaria o dia naquela masmorra.— Vamos logo. Não é como se ela fosse mal assombrada.— — Bem, eu não gosto de fantasmas.— — Não seja tola, eles não existem. Em que mundo você vive afinal?— Ele pareceu incrédulo. — No mundo das criaturas sobrenaturais.— Eu murmurei para mim mesma. — Pegue o que você precisar para passar o dia. Você vai, nem que eu tenha que arrasta-la até lá.— Uma ameaça. Eu pensei em rebater ela com algo, mais novamente o meu novo hematoma começou a latejar pela dor e queimação, então apenas achei melhor me virar e ir para o meu quarto sem mais nenhuma palavra.— E se apresse se não quer virar churrasco, não temos o dia todo, princesa.— Em quanto caminhava, pensei seriamente em levantar a mão e lhe mostrar o dedo do meio, mas ela estava muito ocupada pressionando a mordida para que a dor melhorasse um pouco. Eu apenas o ignorei. Minha respiração ficou pesada e isso foi o aviso de que lagrimas estavam prontas para descer. Eu não queria chorar, queria ser forte. Mas acho que isso era pedir demais no momento. O meu novo hematoma, aquele que me levaria a morte, ou quase isso, estava como da ultima vez...Ainda haviam as marcas de dentes apontados como agulhas, o vermelho mais forte do que sangue e o preto... Mais havia um novo detalhe, em volta desse hematoma, minhas veias começaram a ficar negras, pelo menos algumas delas que estavam perto da mordida.— A vida continua, Roxie.— Eu disse a mim mesma antes de tirar a blusa fora do meu corpo e começar a me trocar para passar o dia na tão horripilante mansão de Lúcifer. Depois de alguns minutos eu desci a escada principal da mansão para o encontro de Lúcifer com uma mochila, lá dentro haviam muitos mais remedios e curativos do que roupas. Eu não precisava de roupas, eu precisava manter essa mordida bem cuidada para ninguém notar. O curativo que fiz antes de me vestir estava mais parecido com um espartilho do que algo que acomoda uma ferida, mais foi apertando que a mordida parava de latejar em dor. Tudo bem que eu não conseguia respirar direito, mas era questão de costume. Uma dama sempre iria perder o ar por causa de roupas. Seja elas em uma vitrine ou em seus corpos. — Você está parecendo o próprio Rambo.— Eu disse para o vampiro loiro que parecia estar vestido pra uma guerra. Até mesmo uma arma ele estava carregando.— Eu pensei que você era velho o suficiente para proteger nós dois sem nenhuma arma.— — Milady, eu posso parecer ridículo, mas tenho muito amor ao meu coração para ve-lo sendo jogado a vira-latas. E sim, eu sou velho o suficiente para combater qualquer coisa sem nenhuma arma, mas sei ME proteger, no momento a situação envolve o plural nas palavras, isso já é mais complicado.— — Você está sendo muito protetor, eu disse que isso não funcionaria comigo. O próximo passo será você me acompanhar ao banheiro com uma metralhadora tambem?— — Andrew disse que a melhor forma de matar essas coisas é atirando balas de prata em seus corações. Estou apenas sendo cuidadoso para minha mansão não ter o mesmo destino que a sua.— — Você consegue amar uma casa, mas não uma mulher. Incrivel.— Revirei meus olhos. — Uma casa velha jamais irá sapatear em seu coração, chupim. Você pode entender o por que agora?— — Eu apenas entendo que você protege demais seu coração.— Ele olhou para mim quando comecei a descer as escadas, seus olhos se encontraram com os meus.


— E tambem estou protegendo o coração do meu melhor amigo.— Isso me fez parar no degrau que estava por alguns segundos. — Eu concordaria com você se isso fosse no passado.— Falei.— Mas acho que essa frase não se encaixa com a gente mais.— — Você tem certeza?— Ele sorriu, um sorriso ironico.— Andrew jamais ficou no telefone comigo durante meia hora apenas por que estava sozinho. O maximo que consegui foi ele dizendo pra me virar e não incomoda-lo mais.— — Nós estamos separados, Lúcifer.— Eu o lembrei, talvez isso fizesse que ele parasse de falar de Andrew. — Muito pouco orgulho para muito amor.— Ele murmurou. Decidi ignorar seu comentário, quando cheguei perto dele, lhe dei um tapa como sinal para irmos em frente. — Vamos logo antes que o dia chegue.— Avisei. O mais estranho foi que Lúcifer não me acompanhou quando passei por ele, ele apenas fechou os olhos e respirou fundo. Eu me virei para encara-lo.— O que está fazendo?— — Estou sentindo o cheiro do seu sangue.— Ele abriu os olhos.— Por que estou sentindo o cheiro do seu sangue?— Mil vezes merda de mordida. — Eu fui atacada por Hera, lembra? Acho que é muito normal que eu tenha alguma ferida ainda não cicatrizada.— Eu voltei a caminhar e estava quase saindo para o jardim quando Lúcifer segurou meu braço, no mesmo lugar onde Andrew havia me deixado um hematoma. Eu poderia ter sentido dor, mas a mordida doía muito mais, então era como se todo o resto do meu corpo estivesse anestesiado. — Você tem certeza que não me esta escondendo nada, chupim?— Apesar de usar meu apelido, que era de uma forma muito engraçado e ele apenas usava quando a situação era essa, Lúcifer parecia muito sério. — Não estou escondendo nada, eu juro.— Uma promessa em vão, apenas espero que Deus não me castigue por tantas promessas falsas e mentiras que estou falando, pelo menos merecia ir para o céu, mesmo fazendo essas coisas, eu acho. Quando já estavamos no carro, me lembrei que havia algo importante para Lúcifer saber.— Lúcifer? — O chamei, já que ele parecia tão concentrado dirigindo. — Não fale comigo, chupim. Estou em um momento de muita adrenalina, não tire minha concentração.— — Você está apenas dirigindo, não pilotando um submarino.— — Pelo menos tentei não começar um dialogo com você.— Idiota, o xinguei mentalmente, em quanto revirava meus olhos. — Hebe quer a alma de Andrew, para ficar mais poderosa, antes de fazer seu ponto final na sua vingança.— Decidi ir direto ao ponto.— Mas ela não quer a alma dele como está agora...Hebe quer que ele se torne como era antigamente, quando sua alma era completamente negra.— Lúcifer freou o carro no meio da estrada, o parando. Isso praticamente quase me fez voar pelo parabrisa. — O que?— ele se alterou. Eu olhei para trás pra ter certeza de que não havia nenhum carro vindo atras de nós, um acidente era o que menos queria. Mas a resposta era única, Lúcifer morava no meio do mato e do nada, era impossivel existir alguém de madrugada por aqui. — Você me ouviu. Hebe quer a alma dele somente para ela. E uma alma nada boa.— — Agora faz sentindo o do por que ela nos atacar. Provocação utilizando sua vida, isso com certeza deixa a alma de Andrew cheia de manchas negras.— — O que deixaria a alma dele completamente negra?— — Bom, eu não sei tecnicamente, isso vai de cada pessoa. O que faz me sentir com raiva, provavelmente não é a mesma coisa que ele...Então no caso do Andrew, provavelmente sua morte seria uma coisa muito ruim.— Eu engoli em seco, quando ele olhou para frente e ficou em silencio. — Ele precisa saber disso.— Lúcifer disse finalmente. — Sim.— Concordei. Eu olhei para ele e respirei fundo— Você acha que ele vai querer que eu volte pra divisão?—


— Não acho, apenas tenho certeza.— Ele disse, encontrando meus olhos.— Você tem que enfrentar seus medos, Roxie, eles apenas vão atrapalhar sua vida e nunca vai parar se você continuar fugindo. Não importe em que pais esteja, eles estarão com você.— — Enfrentar Andrew.— Eu murmurei — Andrew não é um bicho de sete cabeças, chupim...— Falou.— Ele é pior.— Lúcifer sorriu , depois ligou o carro e voltou a dirigir.


11A mansão de Lúcifer era a mesma, toda velha e com uma imagem de assombrada, era dificil achar respostas do por que um vampiro tão metido morava em algo tão...velho e empoeirado como essa casa dos anos antigos com gargulas assustadoras. A única que consegui chegar foi que ele gostava de manter a imagem que aquela casa era assombrada e seu morador era ainda mais assustador, mas a frente a mansão, alguns metros dos portões antigos, estava um jardim maravilhoso, então era dificil manter fé na resposta que cheguei.— Eu odeio sua casa.— murmurei depois que entrei, Lúcifer que estava a minha frente, se virou. — Ótimo.— Ele sorriu. Eu me sentei em um dos sofás que estavam a minha frente, para que pudesse aliviar um pouco a dor da mordida, que agora, estava voltando a ficar quente queimante. Eu olhei para onde estava e logo minha mente projetou uma imagem da ultima vez que estive aqui. Andrew sentava ao meu lado, nossas mãos juntas e eu não tinha esse sentimento de que estava sozinha. Eu sentia que estava protegida e com o homem que amava...Agora apenas sentia a solidão. — Você não precisa se sentir sozinha.— — O que?— Eu perguntei não pegando o seu raciocínio. — Eu já dormi com muitas mulheres durante minha existencia, humanas ou sobrenaturais, cada uma que me procura é por um motivo. Vingança, desejo ou solidão. Eu conheço essa expressão, você está se sentindo sozinha.— — Agora você vai dizer que eu tenho a você?— Eu arquiei uma sobrancelha. — Nem em sonhos, minha querida, nem em sonhos.— Ele disse. Lúcifer se sentou ao meu lado.— A solidão somente acontece por que quer.— — Eu acho agradavel me isolar do mundo.— murmurei.— O mundo inteiro parece saber das humilhações que Andrew disse a mim.— — Mesmo assim, você é a única que acredita no que ele disse.— Eu abri minha boca para lhe dar uma resposta, mas seu celular começou a tocar.— Eu diria que tocamos no nome do diabo e aqui está ele,— ele mostrou o celular quando tirou do bolso.— mas ninguém citou meu nome.— — Eu irei...— Para onde eu iria?! Nunca em minha vida havia feito uma tour pela mansão de Lúcifer...A única coisa que não desejava era ficar perto dele em quanto falava com Andrew. — No segundo andar existem vários quartos, escolha algum para descansar.— Ele me orientou. — Obrigada.— Agradeci, quando já estava no pé da escada, antes que ele atendesse o celular. Lúcifer apenas fez um sinal com a mão para que eu sumisse da sala. Os corredores do segundo andar era tão mais escuros quanto o restante da casa, pois todas as cortinas estavam fechadas, os tons dos moveis e paredes eram escuros. A única cor viva do lugar era o carpete vermelho, que me lembrava veludo apenas por olhar. Eu abri e entrei na primeira porta que encontrei para me livrar dessa tortura do corredor. Mas depois que fechei a porta atras de mim, minha vontade foi de voltar para o corredor. O quarto que acabará de entrar era simplesmente de um modelo medieval. Até mesmo havia uma lareira no local para deixar ainda mais parecido com os quartos das eras antigas. Mas o que me deu vontade de dar meia volta, não foi o estilo do quarto, e sim um quadro, que parecia ser pintado na própria parade, de frente com a cama. Era o inferno. O inferno que conhecemos descritos em qualquer lugar que é citado. Havia o fogo queimando pessoas que gritavam em desespero, a


escuridão onde não havia fogo predominava o restante do quadro e a cima de todos, havia a pintura de um anjo negro, como se ele fosse o rei daquele lugar. Esse anjo era apenas uma sombra, não havia detalhes, apenas uma sombra. Mas era obvio que ele gostava do sofrimento de todos queimando no fogo...Esse era o quarto de Lúcifer e o quadro servia para lembra-lo quem já foi um dia ou de quem é...Saí do quarto como um vento. Não pretendia ficar nesse lugar nem mais um minuto. Já achava que essa mansão era mal assombrada por esse estilo medieval, agora com essa coisa de inferno, era a mesma coisa que chamar a maldade. Preferia relaxar na sala onde estava perto da porta pra saída e onde havia mais luz. — Lúcifer, eu não acho que ficarei relaxada ness...— Eu parei de falar e paralisei no mesmo degrau que estava quando vi que ele estava em uma transferencia com Andrew. O silencio entre os dois apareceu rapido como um raio. De alguma maneira Andrew podia me ver, ou pelo menos alguma parte do meu corpo, já que seus olhos não estavam em Lúcifer. Eu não sabia o que fazer, se voltava para o corredor torturante e o quarto pesadelo ou...É, essa era a única opção que tinha em mente. Tudo bem que o vi a algumas horas em meu sonho, mas Andrew conseguia ser ainda mais perfeito em uma web cam. E seus olhos...Deus como eu sentia falta daqueles perfeitos olhos azuis frios me avaliando como se fosse a coisa mais perfeita que já existiu...Lúcifer pigarreou, nos trazendo para o tempo real e o olhar de Andrew para ele. — Como estava dizendo,— Ele continuou sua conversa, como se eu não estivesse lá e com essa forma de tratamento, foi o balde de agua que me fez caminhar até o sofá de frente para Lúcifer, para que não ficasse na area em que a cam capturava e muito menos vendo Andrew.— Era de se imaginar que isso era uma possibilidade. Os deuses jamais revelariam seus verdadeiros motivos para uma guerra. E claro, Hebe fará de tudo para me provocar. Atingindo principalmente...meu ponto mais fraco.— Os olhos verdes do vampiro nessa hora fizeram questão de se encontrar com os meus. Eu desviei meu olhar, fingindo estar interessada em uma mecha rebelde do meu cabelo e não na conversa deles, em que falavam sobre a alma de Andrew. — E o que pretende fazer?— Lúcifer perguntou.— Em quanto fazemos pesquisas, em quanto seu sangue não chega para abrirmos o cofre, Hebe pode acabar matando alguém com essas provocações.— — Eu pretendo continuar o que estou fazer. Pesquisando e continuar protegendo as pessoas que estão na divisão, já que Hebe decidiu que é divertido atacar aqui.— Ele o respondeu.— Mas você e Roxie estarão embarcando para Rússia ainda hoje. Não pretendo perder nenhum dos dois por causa de uma deusa maluca que deseja minha alma. E bom, se for preciso colocar Roxie amarrada dentro de um avião com correntes, você tem a permissão para fazer isso, Lúcifer.— Eu fiquei incrédula pela maneira tão seria de como falou. — Não fale como se ela não estivesse aqui, Andrew. Pois Roxie esta o ouvindo com muita clareza. — Um minuto...Lúcifer acabará de me defender? Ou só estava me entregando para Andrew dizendo que eu ainda estava lá?a — Eu sei que ela está ai. Exatamente por isso que estou dizendo isso. Aparentemente ela gosta de agir como um animal fugindo de uma presa ainda maior, então estou apenas agindo conforme pede. — Ele ironizou. — Vocês dois,— Lúcifer nivelou seu olhar entre mim e o notebook.— estão agindo piores do que crianças, e acreditem, esse papel não combina com vocês.— Em seguida o vampiro loiro virou o notebook para mim e ficou de pé.— Sejam educados e digam como estão um para o outro, pois não sou pombo correio. Eu sou um vampiro que odeia romances dramaticos, não se esqueçam disso!— — Onde você está indo, Lúcifer?— Eu perguntei quando notei que ele estava indo em direção a porta. — Tenho coisas a fazer.— — Mas o sol já nasceu.— Eu disse, tentando o parar. Não era normal um vampiro sair ao luz do dia, principalmente quando era Lúcifer, que odiava o dia. E não me admirava se ele tivesse aprovado a loucura de Pierre do quanto que ele odiava não poder estar na rua durante a metade de um dia. — Eu não tenho medo do sol, chupim. E por favor, tente não destruir minha casa em quanto estou


fora resolvendo alguns negócios.— Ele disse pegando seu casaco no braço do sofá. Ótimo, algumas horas atras fomos atacados e ele me deixava sozinha, belo protetor Andrew havia me arrumado.— Estarei de volta em questão de minutos, então não deixe nenhuma deusa louca aparecer por aqui.— Ele brincou. Tudo bem que eu estava exagerando, Hebe parecia ser do tipo que só atacava durante a noite, e bom, o que diabos ela iria querer comigo? Eu já estava infectada com essa nova raça de criaturas sobrenaturais zombies, não acho que alguém me atacaria agora. Meu único problema agora seria enfrentar Andrew. Eu devo ter respirado fundo umas duas vezes antes de voltar meus olhos para a tela do notebook, onde Andrew continuava a preencher com seu rosto. Tudo indicava que eu teria que começar uma conversa, já que Andrew continuava em silencio. O certo era encerrar a transferencia sem mais nenhuma palavra, mas... Eu tinha que aproveitar o que tinha. Tudo bem que eu estaria viajando de volta para ele em algumas horas, mais em algumas horas eu tambem poderia ter me tornado um monstro.— Andrew?— Eu o chamei quando seus olhos foram para longe de mim.— Por que você me quer ai?— — Prometi cuidar de você, Roxie, e quebrar promessas é algo que estou longe de fazer.— Sim, ele havia prometido diversas vezes isso, concordei mentalmente, em quanto passava meu dedo sobre minha cicatriz, que simbolizava de um modo vampiro, que eu era casada com ele. Fechei minha mão em punho, a apertando fortemente. — Você acabou de me chamar de animal. Eu não pretendo voltar para ser insultada por você toda hora, Andrew.— — Que seja. Você me ouviu e sabe que Lúcifer tem a permissão para fazer o que quiser para traze-la de volta.— Ele disse.— Aliás, existem coisas mais divertidas do que lhe insultar.— Claro que existia, como por exemplo ficar com outras mulheres...Isso devia ser muito divertido. Aparentemente, eu era a única que entrava em celibato por causa de amar em quanto os outros afogavam suas magoas praticando sexo com qualquer mulher. Eu senti uma pontada, uma pontada não, era como se estivessem me cortando com um machado cego pela dor que senti no meu novo hematoma. Mais eu não me permiti fazer careta ou algo do tipo, Andrew não me veria fraca. — Ótimo.— Eu murmurei alcançando a tampa do notebook de Lúcifer para fecha-lo. — Até daqui a pouco, Andrew.— Falei de maneira rude e, realmente, soei como uma criança. — Roxie!— Ele me chamou, mas dessa vez eu fiz questão de bater a tampa do notebook. Apenas não o estraguei pois não era meu, caso contrario... Se era guerra que Andrew desejava, era isso que ele teria. Talvez quando eu estivesse morrendo, nos meus ultimos minutos eu o perdoasse, mas não agora. Pra mim já bastava de ser tratada como uma pessoa qualquer que não merecia seu respeito. Eu seria respeitada por bem ou por mal. E como era Andrew envolvido, então seria por mal. Respirar fundo nunca resolveu nenhum problema, muito menos iria amenizar a dor de uma mordida cheia de veneno que estava consumindo e modificando meu corpo. A partir do momento que fechei a tampa do notebook na cara de Andrew, a queimação passou a se tornar algo gelado, tão gelado que chegava a queimar. E pelo espelho em um dos corredores do primeiro andar, notei que estava ficando muito pálida. O primeiro sintoma da mudança acabará de acontecer, eu estava ficando cada vez mais pálida e não era só isso, algo em minha cabeça estava acontecendo. Era como se estivessem explodindo minha mente. Se eu estava caminhando por cima da linha da morte e ela estava prestes a arrebentar, acreditem, eu não gostava disso. Eu escorreguei pela parede até o chão quando ficar em pé já não era uma boa opção e coloquei minhas mãos sob minha cabeça em uma tentativa inútil de amenizar a dor. Se essa dor não parasse logo Andrew estaria sentindo em nossa ligação que algo estava acontecendo comigo e isso era o que nunca devia acontecer. Mesmo com minha cabeça explodindo, meus olhos começaram a coçar e arder e quando levei minhas mãos até eles, sangue as sujou. Minha mente tambem não me pertencia mais, pois ela começou me fazendo ver coisas que não eram possíveis. Por exemplo, eu estava vendo Andrew e ele acabará de me carregar em seus braços.— Eu te amo, Andrew.— Sussurrei, mesmo não


querendo que essas palavras saissem da minha boca.— Eu te amo...— Repeti, antes que tudo se tornasse negro em minha visão e mente. Tum...Tum...Tum... Esse era o barulho que ouvia constantemente quando acordei do meu desmaio, mas não havia aberto meus olhos, pois mesmos fechados sentia que eles estavam sensíveis...Tum...Tum...Tum... Isso não era o barulho do meu coração, muito menos algo em mim. Eu conhecia esse som muito bem e no momento ele estava muito interessante. Tum...Tum...Tum... Dessa vez, eu não pude controlar, não era por defesa por alguém estar tão próximo de mim que podia ouvir o som de sua jugular e sim por que esse barulho delicioso estava me deixando com um desejo louco de sangue. Eu pulei para o lado, na direção em que vinha o som. No instante que abri meus olhos, em quanto me movia, meu desejo foi parar tudo. Na mesma velocidade que avancei para cima de Lúcifer, que sentava ao meu lado em uma poltrona, eu fui imobilizada por algo duro e grande na minha barriga. Isso foi o suficiente pra mim ter o controle do meu corpo de volta e da minha mente. Olhei ao redor apenas para notar que estava em um avião particular e depois meus olhos foram para Lúcifer, que estava completamente sujo de sangue. Eu o encarei depois que ele se levantou.— Roxanny?— — Não me chame assim.— Murmurei mal humorada. — O que diabos aconteceu com você, Lúcifer?— — Não se lembra? Você me atacou!— Eu fiquei incrédula com essa acusação. Como ele podia dizer isso se até agora eu estava desmaiada? Olhei para mim mesma, para ver o que havia em minha barriga que machucava a mordida de tão apertado. Eu estava acorrentada e suja de sangue tambem, provavelmente o sangue de Lúcifer. — Eu acho que você levo bem a sério sobre o que Andrew disse.— Franzi minhas sobrancelhas. — Você acha? Até pouco tempo antes de desmaiar novamente estava agindo como um animal tentando me atacar!— Ele apontou para seu pescoço, o lugar onde não havia nenhuma marca de presas, mas onde tinha muito sangue.— Eu não sei qual é o seu conceito de alimentação...Mas você quase me matou por falta de sangue!— — Oh Lúcifer, não seja tão dramatico. Olhe nossas idades, quem corria mais perigo de morrer era eu.— — Se vale de algo, você estava bem forte pra quem tem meros 332 anos.— — Você está bem?— Eu perguntei finalmente depois que me lembrei dos riscos por eu ter atacado Lúcifer, não conseguiria viver bem se o vampiro loiro tambem estivesse no mesmo caminho que eu. — Obrigado por perguntar.— Ele dramatizou.— Apesar do fato que você foi a primeira vampira a me morder, o que eu estava longe de desejar que fosse minha primeira, estou bem.— — Primeira?— Eu perguntei, com vontade de rir, mas eu fui obrigada a me controlar. — Sei que você me vê como um vampiro do disk sexo para qualquer criatura sobrenatural, o que pode até ter um pouco de verdade as vezes...Mas nunca deixei que alguém me mordesse. Nem mesmo quando fui criado recebi uma mordida.— — Me desculpe, eu acho.— Receber uma mordida de algum vampiro, era o mesmo que fosse como o primeiro beijo. Único e será lembrado para sempre... Claro que Lúcifer não pensava como as vampiras, no caso dele, era por questão de orgulho, era como ser o primeiro a perder a virgindade de um grupo. Já para as mulheres, era como se nossos amados fossem os únicos que pudessem encostar suas presas em nossos pescoços. Como Andrew. Ele foi o único vampiro que já me mordeu e eu era a única que o mordia, agora...antes. — Se meu sangue satisfez sua fome, fico feliz por ter ajudado. A última coisa que pretendia, era chegar na divisão com você se tornando algo como sua irmã por não se alimentar.— Minha mente ficou em branco. — Você conheceu minha irmã...— — Sim. Ela era adoravel com o seu jeito de boneca de porcelana.— Ele olhou para a janela ao seu lado e sorriu.— Muito diferente de você com esse jeito pré historico grotesco.— Lúcifer jamais elogiou nenhuma mulher dessa maneira, o que me fazia pensar que ela...Eu fiquei boquiaberta.— Você era apaixonado por minha irmã!—


— Com tantas mortes acontecendo nos dias de hoje por causa de Hebe, você realmente se importa com o meu passado?— — Sim, claro. Vamos falar de quantas vidas Hebe tirou em apenas 5 minutos...— Eu falei ironicamente.— Eu não posso acreditar que você se apaixonou pela mulher do irmão do seu melhor amigo.— — Ela, tecnicamente, não era mulher dele. Pierre havia muitas amantes, Annabelle não passou de outra diversão e depois virou um teste...Quando esse maldito sentimento começou a crescer dentro de mim, eu viajei durantes anos e quando voltei, ela já havia se tornado...naquilo.— — Tudo o que aconteceu foi culpa de Pierre.— Eu decidi falar, caso ele estivesse se sentindo culpado.— E só pra constar, eu preferia que minha irmã o amasse em vez de Pierre. Se isso tivesse acontecido, tudo hoje em dia seria diferente.— — Uma escolha feita somente pelo coração, pode mudar drasticamente o futuro.— Resumindo, o amor acabava com a vida de todos.— Me deixe tirar essas correntes de você.— Lúcifer disse finalmente, levantando para ficar em minha frente. O vampiro loiro, sem nenhuma chave, começou a tirar as correntes que estavam em volta do meu corpo, as quebrando. O que foi surpreendente, já que ele as quebrava como se fossem castanhas velhas, que eram fáceis de serem moídas .— Como sabe que eu não o atacarei novamente?— Decidi perguntar, já que ele estava muito calmo depois de tudo que aconteceu. — Bom, a algum tempo atrás você estava agindo feito um animal, até mesmo rosnava. E claro, você não está dizendo que me ama ou achando que sou Andrew.— — Dificil saber o que é mais chocante.— — Realmente.— Ele murmurou.— Mas eu já vi muitos vampiros se transformando em selvagens por falta de sangue...E você, minha querida, se transformou em algo muito assustador.— — Eu acho que...— — Não tente explicar.— Lúcifer me cortou, quando estava tentando pensar em uma mentira coerente.— Eu sei que você é anormal.— Ele sorriu ironicamente. Eu decidi ignorar isso.— Onde estamos, afinal?— Que já estavamos no avião a caminho de Rússia era obvio, mas gostaria de saber quanto tempo levaria para me preparar mentalmente, quando ver Andrew e não ficar com cara de pateta. — Nesse exato momento, se você olhar para a janela ao seu lado, verá os enormes prédios da divisão.— — Eu preferia ter estado acordada a viagem toda me torturando em como seria ver ele novamente, do que dormir e ter apenas alguns minutos para me torturar.— Lúcifer riu.— Eu adoro ver em como uma relação mal terminada pode se tornar atrapalhada e constrangedora. E veja que sorte tenho, verei uma situação dessa de camarote.— — Não está ajudando, Lúcifer.— O repreendi. — Se fosse para ajudar, eu seria um bom vampiro psicologo e não alguém que passa o dia inteiro sentado em uma poltrona com uma taça de sangue admirando as belezas femininas.— — Nojento.— Murmurei apenas por me permitir que minha mente planejasse uma prévia disso. — Nojento, Chupim, é chegar em um lugar onde existem várias mulheres e estar nessa situação deplorável.— Lúcifer retirou um lenço de seda do seu casaco que estava colocado sobre a poltrona. — Acredite, Lúcifer, elas não fazem seu tipo.— Falei quando me lembrei daquelas caçadoras que decidiram odiar Nyx e eu apenas por nossos estilos. Ele abriu os primeiros botões da sua camisa bordo e passou o lenço para tirar o sangue de seu pescoço.— Sendo mulher, milady, qualquer uma faz meu tipo.— Lúcifer disse.— Excepto por você, que definitivamente nunca fez meu tipo.— — Eu não sei se fico feliz ou ofendida por isso.— Falei em quanto Lúcifer sorria, um sorriso irônico. Em questão de minutos o avião começou a pousar, o que causou um inverno inteiro dentro da minha barriga de tão nervosa que estava. Era obvio que pousar sempre me causava um frio na barriga, mas justamente esse pouso, o que estaria me levando para ficar frente a frente com Andrew, me causou


uma tempestade de neve congelante dentro de mim.— Você está pronta?— Lúcifer perguntou quando estava abrindo a porta do avião para sairmos. — Não.— — Ótimo, mais diversão para mim.— Ele brincou, mas notou que eu realmente não estava pronta. — Vamos lá, Roxie. É apenas o Andrew, se ele tivesse com tanta raiva assim de você, jamais pediria para te-la de volta ao lado dele.— Lúcifer se virou para mim, deixando a porta de lado.— Eu não pretendo carrega-la para fora desse avião com correntes, então...Faça as honras da casa.— Ele ameaçou, o que foi longe de ser uma brincadeira e em seguida abriu a porta e saiu da minha frente. Eu obriguei a mim mesma a dar meus primeiros passos para fora do avião, mas quando meus olhos não encontraram Andrew em nenhum lugar, fiquei mais calma e não precisei me obrigar a andar. Mais alguns passos e nós ficamos de frente com o portão principal, aquele que haviam enormes siglas, H.S.S. Mas esse portão não era mais o mesmo de antes, ele estava totalmente sujo com mãos sujas de sangue. E até mesmos os muros estavam nessa situação, o que dava um ar de que o lugar estava abandonado e que não havia mais nenhuma vida lá dentro...Eu olhei para o lado e notei que Lúcifer parecia estar chocado com aquela imagem.— Esse lugar está muito silencioso e escuro.— Lúcifer murmurou. Quando saimos de Londres, o dia estava quase amanhecendo, mas aqui na Rússia, ainda era noite e eu concordava com Lúcifer sobre estar muito silencioso e escuro...A divisão era um lugar lindo quando cheugie, mas agora passou a ser pior do que a casa do Lúcifer de tão horrivel. — Vamos entrar, Lúcifer. Não quero ficar aqui.— Provavelmente quando chegamos com o avião, os guardas do lugar devem ter visto e não nos colocaram como monstros de Hebe, afinal, o portão da divisão acabará de abrir e vários guardas armados, ou caçadores, sairam de lá como se estivessem nos protegendo ou querendo nos matar. — Se identifiquem.— O caçador, que parecia comandar aquele grupo, falou de maneira rude. Eu o entendia pela maneira de agir, até mesmo de apontar uma arma para nós, ele estava apenas fazendo seu trabalho para proteger o lugar. — Não importa quem sou eu. Sou apenas um mero imortal acompanhando a rainha do vampiros.— Lúcifer disse com um certo sarcasmo. Ótima hora para fazer brincadeiras, pensei em quanto revirava meus olhos. — Meu... marido, Andrew, está a nossa espera.— Pude parecer um pouco hesitante sobre usar a palavra marido, mas não me importou, eu mal sabia do que poderia chamar Andrew agora. — Sinto muito, Sra. Le Boursier.— Ele abaixou sua arma e acenou para que todos.— Seja bem vinda novamente.— — Obrigado.— Lúcifer o respondeu, mesmo que as boas vindas não tivessem sido dirigida para ele. — Agora nos deem licença que não pretendo criar raizes aqui fora, como essas árvores.— — Lúcifer!— O repreendi. — O que?— Ele imitou minha maneira de falar, fazendo uma careta. — Entrem, por favor.— O caçador saio da nossa frente, abrindo passagem até o portão.— E Sra. Le Boursier, sinto muito pelo o que ocorreu.— Pelo menos esse caçador era educado...Muito diferente de Lúcifer que ordenou que eles pegassem nossas malas no avião antes que ele decolasse. — Você poderia ser mais educado com as pessoas, Lúcifer.— Disse quando nos afastamos do portão e dos guardas, em quanto caminhavamos para...algum lugar. — Eu sou educado quando não há nenhuma arma apontada para a minha cara, chupim.— — Eu sei, mas isso...— Eu me perdi nas palavras e parei de andar quando meus olhos encontraram Andrew. Meu coração acelerou de uma maneira muito frenética e parecia que não existia mais ar em minha volta ao ve-lo sentado, sozinho, no banco em que ficamos abraçados na primeira noite em que estavamos na divisão. — Merda.— Eu ouvi Lúcifer murmurar. — Eu preferia ter meu coração jogado a vira-latas do que passar por isso.— Sem tirar meus olhos de Andrew, que não havia nos vistos ainda, perguntei a Lúcifer.— Do que está falando?— Andrew estava com seus cotovelos apoiados em seus joelhos e sua cabeça em suas


mãos. Falando literalmente e não literalmente, eu nunca o vi de cabeça baixa... — De um pesadelo!— Ele exclamou e eu estava prestes a perguntar se ele estava ficando louco.— Você tem...— Nesse momento, eu decidi ignorar Lúcifer, ele continuava falando mas minha mente e ouvidos estava longe dele. Então não prestei atenção em nada. A partir do momento que Andrew olhou para trás e se levantou para olhar em nossa direção, era como se tudo ao meu redor estivesse dado um pause. Eu não sorri ou desviei o meu olhar. Apenas o avaliei seriamente e cheia de saudades. Ele vestia calças e um colete preto, por baixo do colete, havia uma camisa social branca que estava dobrada até metade do seus braços. Essa era a segunda vez que o via vestindo algo branco, por sua própria vontade. Ele estava lindo...Andrew era lindo. Quando decidi voltar minha atenção para Lúcifer, foi perda de tempo, pois Andrew começou a caminhar para nossa direção e tal ato me fez congelar. Principalmente quando ele chegou a uma distancia que deveria ter parado, mas não parou, eu realmente me perdi quando notei algo em sua expressão...algo como dor. Então foi ai que Andrew fez algo que surpreendeu a todos. Ele passou seus braços por minha cintura e me puxou contra seu corpo. Eu não sabia o que era maior, a dor que causou em minha mordida, pelo aperto, ou a surpresa e o choque.— Andrew...— Eu sussurrei, mais como um protesto do que algo bom. Por mais queresse que ele nunca me soltasse, parecia errado. O normal era que nós nos matassemos primeiro, para depois nos abraçar... Me chamem de boba ou orgulhosa sem coração, mas eu não iria deixar que isso continuasse para depois de alguns minutos ele me destruir em cada palavra. Eu coloquei minhas mãos sobre seu braços nus, uma iniciativa para quebrar esse abraço, mas antes que pudesse fazer algo, ele ergueu sua cabeça, que antes estava enterrada em meu ombro direito. Eu senti seus labios próximos da minha orelha em seguida. Ok, se Andrew me beijasse eu iria desmaiar... Mas não foi isso o que aconteceu, ele simplesmente disse três palavras.— Minha mãe morreu.— Seu tom foi gelado, mas cheia de sofrimento. Eu fiquei em choque e quando olhei para Lúcifer, que havia dado alguns passos para frente, para nos dar espaço, parecia ainda mais chocado. Minha atitude em seguida foi ficar nas pontas dos pés, uma maneira de deixar nossos corpos ainda mais próximos, e envolvi meus braços em seu pescoço. Dessa vez, não era Andrew que estava me segurando, como era de costume quando meu mundo estava cheio de pesadelos...Dessa vez, era eu que estava o segurando para não cair.— Eu estou aqui agora, Andrew.— Murmurei. Eu me afastei um pouco para que pudesse sustentar seu olhar, escorreguei minhas mãos para seus braços novamente, mas não para afasta-lo, dessa vez era para segura-lo.— Eu sinto muito...mesmo. — Eu não sabia o que falar, isso realmente era muito chocante. Sophie era praticamente mais velha que Andrew e agora...ela estava morta. E eu podia imaginar o que aconteceu... Hebe e seus planos para deixar a alma de Andrew negra. Os olhos de Andrew estavam muitos diferentes, eles não estavam frios ou gélidos, apenas...sem nenhuma emoção. Eu corri meus dedos por seu rosto, de forma delicada, tracejando cada detalhe como se estivesse o conhecendo novamente. Andrew fechou seus olhos e se curvou um pouco para que pudesse encostar sua testa sobre a minha, mas não quebrou meu contato com seu rosto. Quando Andrew abriu seus olhos, uma única lagrima escorreu do seu olho esquerdo, caindo lentamente em uma linha reta por seu rosto. Eu jamais o vi chorando, nunca em toda minha existencia. Ele era do tipo que mostrava que não existiam motivos para chorar...Essa lágrima significava muito mais do que um choro, significava muito mais que uma dor... Eu a beijei, antes que caísse no chão, a pegando na metade do caminho. Não deixaria que Andrew derramasse uma lagrima por causa de Hebe, não mesmo. O gosto salgado ficou nos meus labios, mas a sensação da minha boca gelada encostando em sua pele ainda mais fria, era muito mais gostoso. Andrew meio que sorriu, mas não foi um sorriso ironico ou alegre, apenas um sorriso sem nenhuma vontade. Foi nesse momento que me movimentei para encontrar sua boca, mas antes que isso acontecesse, ele subiu suas mãos por minha cintura e encostou na mordida. Apenas por um toque senti uma dor do diabo, e para amenizar isso apertei meu olhos.— O que foi?— Ele murmurou, se afastando, mas não me soltando.


— Ela não está bem, Andrew.— Lúcifer se intrometeu, Andrew olhou para seu amigo.— Roxie decidiu que se alimentar está fora de questão.— Quando o olhar de Andrew voltou para mim, foi apenas para me fuzilar. Ele olhou para minha blusa, que estava totalmente suja de sangue, então me afastou dele, ainda segurando minha cintura. E devo dizer que isso foi uma tortura pois seu aperto estava em cima da mordida. Minha vontade era de gritar, mas o que era mais obvio...Eu não podia ficar perto de Andrew.— Eu mando você cuidar dela e Roxie não se alimenta, bom trabalho, Lúcifer... E por que você tem o sangue de Lúcifer em sua roupa?— — Ela me atacou.— Lúcifer se defendeu. — Pelo menos você serviu de algo.— Andrew murmurou ironicamente. — Fico feliz em sempre sacrificar minha vida por minha rainha.— Lúcifer conseguiu ser ainda mais ironico. Por mais que eu me sentisse segura nas mãos de Andrew, meu próximo passo foi horrivel... Eu coloquei minhas mãos sob as dele e as retirei de mim, dando alguns passos para trás. E isso pareceu que eu estava me afastando por estarmos separados, não porque ele simplesmente estava me causando dor, fisicamente. Lúcifer olhou para mim.— Como eu disse...divertido.— sussurrou. — O que você disse?— Andrew perguntou. — Nada, simplesmente nada.— Lúcifer ficou sério em seguida.— Sinto muito por Sophie, Andrew. — Ele disse, dando um pequeno aceno com sua cabeça. — Eu sei...— Não muito longe de nós caminhando pelo gramado com uma enorme licantropa albina, estava o incubbus mais incrivel que já conheci em toda minha vida, o incubbus que me tornou quem sou hoje. Eu deveria ter percebido que hoje era lua cheia e era incrivel como Nyx passou a se comportar nos ultimos anos em sua verdadeira forma, não como uma selvagem, mas assumindo seu papel principal como uma princesa, a filha de dois deuses. Ela ficaria maravilhada em saber que conheci David. Nyx amava seus pais licantropos, jamais se revoltou com eles depois de descobrir a verdade de quem são seus verdadeiros pais. Eu não diria que ela amava Sol e David como seus pais, pois ela mal os conhecia, mais ela os admirava. Afinal, Nyx admirava qualquer rebeldia... Depois de mais alguns passos para se aproximar, eu comecei a ir em sua direção e o abracei.— Eu acho que você não se chamaria Roxie se deixasse de ir a algum lugar sem causar problemas.— Ele disse quando nos afastamos. — Sinto muito, mas você não me ensinou como ser invisivel.— Iawy sorriu e eu retribui com outro. — Você est...— — Quem é você?— Lúcifer interrompeu a fala de Iawy, falando de uma maneira...fofa e se agachando para fazer carinho em Nyx que balançava seu rabo animadamente para o vampiro.— Você é a coisa mais fofa que já em toda minha vida.— Nyx latiu para ele, mas não como se estivesse o ameaçando, e sim, como uma brincadeira. Ok, isso era assustador. Eu olhei para Andrew e Iawy e ambos pareciam surpresos com o comportamento de Nyx. — Ela se chama Nyx.— Eu decidi responde-lo, já que a licantropa albina conseguiu silenciar a todos. Lúcifer segurou a cabeça dela, para que ela parasse de se mover alegremente. — Ela é filha do eclipse.— Eu já tinha ouvido chamarem Nyx de varias coisas por ser filha de deuses, mas essa era nova para mim. E parecia ser o mais correto... — Eu pensei que você odiasse outras raças sobrenaturais, Lúcifer, principalmente aquela que pode lhe matar com apenas uma mordida.— — Chupim, você me ofende da forma como me enxerga.— Ele fingiu estar ofendido.—...Mas eu acredito que independente da raça que pertencemos, somos todos irmãos. Pelo menos nenhum licantropo tentou me morder em toda minha existencia, não tenho por que odia-los.— — Não é todo dia que vemos um vampiro pensar assim.— Iawy falou. Lúcifer se levantou para ficar de frente com Iawy.— Você deve ser Iawy.— Ele estendeu sua mão para o incubbus, que rapidamente retornou o ato educado.— É um prazer finalmente conhecer o tão famoso caçador de criaturas sobrenaturais.— — Eu digo o mesmo. Finalmente estou conhecendo o vampiro que mais me causou problemas.—


Lúcifer riu. — Eu estava apenas fazendo jus ao meu nome.— Eu me aproximei de Nyx em quanto os rapazes conversavam, quando estava pronta para acariciar sua cabeça, ela começou a latir pra mim. E dessa vez foi muito mais ameaçador do que uma brincadeira. Nyx estava se sentindo ameaçada por mim, provavelmente por que licantropos podiam sentir o cheiro da ameaça e ela não gostou nada da minha presença, não demorou muito para que seu comportamento mudasse. Iawy a segurou quando tentou me atacar e em um piscar de olhos, Andrew e Lúcifer estavam em minha frente, me empurrando para trás. Nem mesmo com Iawy a segurando, Nyx deixou de ficar nervosa. Isso era estranho e me fez pensar que tudo isso foi por causa da mordida. Nyx poderia ter sentido o cheiro dela... — Lúcifer, ajude Iawy antes que Nyx comece assustar as pessoas com esse comportamento selvagem.— Andrew mandou primeiramente.— Eu vou tirar Roxie daqui.— Sem me dar a chance nem ao menos de pensar em algo, Andrew pegou meu punho e puxou para que eu começasse a andar. Isso não foi muito gentil, mas foi muito melhor do que sua mão na mordida daquela aberração. Ele estava a alguns passos em minha frente, caminhando em silencio. Isso fez com que eu me sentisse tão pequena e sem sentido. Um rei e rainha caminhavam juntos, com suas mãos unidas, sorrindo e demonstrando o quanto felizes eram...Nós não eramos mais rei e rainha. Mas eu tinha que dar um desconto, Andrew havia perdido sua mãe e eu tinha que manter ele longe de mim para que não descobrisse da mordida e a opção de me tocar estava totalmente fora de questão...Mas ele ficava tão lindo de branco. Eu suspirei, mais para me controlar do que por ele. E provavelmente, nessa situação toda, reatar nossa relação seria a ultima coisa que ele iria fazer, então não ia ficar me iludindo. Eu não sabia onde exatamente Andrew estava indo, mas eu não conhecia a divisão muito bem, então não iria deixar de segui-lo. Somente quando entramos em um prédio, que reconheci onde estavamos. Andrew havia me levado até o refeitoria e agora estava indo direto para a cozinha. — O que estamos fazendo aqui?— Perguntei, quando minha curiosidade falou mais alto. — Você precisa de sangue.— Andrew empurrou as duplas portas da cozinha, que se fechavam automaticamente sozinhas, isso quase fez com que elas batessem em mim, já que eu esperava que ele segurasse para eu passar. Mas isso não aconteceu. Seu cavalheirismo foi embora junto com nosso bom relacionamento. Quando eu finalmente havia me acertado com as portas e entrado na cozinha, Andrew já estava segurando um copo e uma bolça de sangue em quanto me observava atrás do balcão. Eu caminhei até ele com a dignidade que me restava, ser atacada por portas não é algo para se orgulhar. Eu me sentei em um dos bancos do balcão, de frente com Andrew.— O que aconteceu com sua mãe?— Decidi perguntar. Andrew parou de colocar sangue no copo no mesmo instante, o que fez me arrepender por ter aberto a boca. — Hebe a matou, Roxie, isso é tão obvio.— Seus olhos encontraram os meus. — Você não precisa ser tão rude comigo, Andrew.— O repreendi.— Aqueles monstros devem ter lhe trazido muito sofrimento...— — Ela não foi infectada.— Ele me cortou, mas dessa vez ele não foi rude. Andrew estava tentando cooperar.— Hebe a atacou e tirou sua vida, foi apenas isso.— — O que acontece quando alguém é...infectado?— Mudei de assunto bruscamente, afinal, isso era do meu interesse, isso era o meu futuro.— Eu sei que aqueles que são mordidos se transformam naquelas criaturas...Mas como é a transformação?— Andrew empurrou o copo para mim, mas eu o ignorei. — Por que está perguntando isso?— Seus olhos frios ainda estavam em mim, me avaliando, esperando uma gafe minha para ter sua resposta formada. — Eu estou apenas curiosa.— Me segurei para manter minha voz calma e não sair gaguejando. Esse era o momento em que Andrew me botava contra a parede, no mal sentido, claro. — Quando se é mordido, os primeiros sintomas começam com a mudança do corpo. O tom da sua


pele muda, seus cabelos começam a ficar fracos, dentre outras coisas. Em alguns momentos você pode perder o controle da sua mente, mas não completamente, seu desejo por sangue se torna ainda maior, quando seus dentes se modificam, sua mordida se torna uma arma para os imortais e finalmente, você perde o controle da sua mente quando seus olhos se tornam completamente vermelhos.— Andrew falou.— É isso que acontece quando se recebe a mordida.— Eu respirei fundo, contando até 10 para que não desmaiasse. Eu não queria perder meus cabelos...— Por que você parece preocupada?— Eu congelei com a pergunta de Andrew.— Muitas pessoas morreram por causa disso e...— Ele começou a andar para sair de trás do balcão, para chegar até mim.— E eu me preocupo com isso.— Recuperei minha fala em quanto fechava meus olhos, buscando esperanças antes de me virar no banco para que pudesse ficar de frente com ele. — Você se preocupa com coisas inúteis, então.— — São vidas, Andrew, eles não são diferentes de nós.— Rebati, sentindo raiva crescer dentro de mim.— Desde quando se tornou tão arrogante a ponto de não se importar com as pessoas alem de você mesmo?— — Segundo você, eu sempre me importei comigo mesmo, sem exceções.— Usando minhas palavras contra mim mesma, ótimo... — Andrew, eu não...— — Não importa.— Ela me cortou, colocando um ponto final nesse assunto.— Se alimente e depois vá para o prédio onde a clave está hospedada, o recepcionista a levará até seu quarto.— Andrew começou se afastar, provavelmente indo embora. — Andrew.— O chamei, em quanto descia do banco para que a distancia entre nós não fosse tão longa. Ele se virou para mim novamente.— Eu sei que você está sofrendo, mas não esconda isso, não transforme esse sentimento em algo que as pessoas temem...— — Pessoas estão morrendo por minha causa, Roxie. Eu não posso fazer nada alem de não me importar.— Ele começou a andar novamente, virando suas costas para mim. — Mas você ainda se importa comigo.— Isso o fez parar.— Você se importa com muita gente. E agora, está agindo exatamente como Hebe quer.— — Não existem muitas opções de como agir. Não espere bondade em quanto uma chacina acontece. Piedade nunca vai existir em quanto sangue cair, Roxie. Eu não me importo com ninguém, não agora. Tudo que posso fazer é tentar salvar todos, mas nada acontecerá se eu ficar me reprimindo por tantas mortes que estão acontecendo em minha volta.— — Andrew...— — Pare de tentar dizer como eu me sinto.— Isso soou mais como uma ordem de um rei furioso do que um pedido.— Eu precisei de você, mas você não estava aqui. Agora sua ajuda não resolverá nada, Roxie.— Isso me calou e muito bem. Logo um silêncio constrangedor tomou conta de nós. E isso fez me sentir estranha, como se fosse eu a vilã da história. A expressão de Andrew estava perturbada e cheia de outras coisas como raiva. Eu levantei meu queixo, eu sabia que não existia mais nenhum pingo de dignidade dentro de mim, mas pelo menos eu podia fingir que havia.— Sinto muito então.— Falei em quanto caminhava de volta para o balcão, lhe dando as costas. Em seguida, eu escutei os passos de Andrew, mas eles não estavam se afastando, estavam se aproximando.— Você não sente.— — Eu não vou ficar discutindo com você, Andrew.— Disse de uma forma seca, tentando ignora-lo. Mas eu o sentia em minhas costas, ele estava muito próximo. Eu me virei, dando um passo para trás até sentir o balcão em minhas costas. O espaço entre a gente não era menos que metade de um braço. — Eu tambem não estou nem um pouco interessado em discutir.— O timbre da sua voz mudou, não deixava de ser fria, mas não estava cheia de raiva como antes. Andrew me olhou por alguns instantes, imóvel. Senti seu olhar me queimando. Lembrei de suas mãos em minha pele e senti uma série de calafrios percorrendo minha espinha. Ele passou, lentamente, a língua pelos lábios, me fazendo reviver novamente a sensação de ter sua boca quente em contato com meu corpo. Da forma


que ele me olhava, no fundo dos olhos, no fundo da alma, senti que estava conseguindo ler meus pensamentos e faltou coragem para eu desviar o olhar. Me faltou coragem para dizer “não” quando ele quebrou o pequeno espaço que existia entre nós e me levantou, de uma forma não delicada, até me sentar no balcão. Suas mãos geladas envolveram meu rosto enquanto seus lábios se encontravam com os meus. Andrew me beijou de forma possessiva, porém suave. Seus dedos deslizaram para minha nuca e engancharam-se nos fios dos meus cabelos. Ela pressionou sua boca de encontro à minha e buscou minha língua com a sua. Não foi preciso muito mais tempo para que gemidos tímidos começassem a surgir de mim. Tentando não desenrolar a língua da minha, eu passei a desabotoar seu colete, o deixando apenas com sua camisa branca. Quando Andrew deslizou suas mãos por meu corpo, quase esbarrando pela mordida, isso fez com que eu voltasse para a realidade.— Andrew...— Sussurrei, quando me afastei, isso soou como um protesto, o que estava acontecendo não podia ir mais longe.— Nós não estamos mais juntos.— o lembrei. — Nós ainda somos casados, não estamos cometendo nenhum pecado.— Ele disse, se aproximando novamente. Mas eu desviei meu rosto. — Mas...— — Fique quieta, Roxie.— Ele me cortou. Quando estava pensando em outra desculpa, sua língua voltou a dominar minha boca totalmente submissa. Quando ele finalmente se afastou, Andrew passou a atiçar-me o lóbulo da minha orelha com sua língua e imediatamente um breve espasmo enrijeceu meu corpo. Suas mãos seguraram-se em meus cabelos e um gemido escapou dos meus lábios. Não demorou muito para que eu caisse na tentação novamente, sendo assim, deslizei minha lingua por seu pescoço. Mas quando a passei por sua jugular, qualquer arrepio que estivesse sentindo por causa de Andrew, passou. Meu corpo não respondia mais a ele, e sim ao som da sua jugular. Minhas presas deslizaram da minha gengiva nesse momento e... — Para Andrew!— Eu o empurrei, para que pudesse escapar do seu aperto.— Não!— Eu pulei do balcão e caminhei para longe dele.— Você não vai me fazer passar por isso. Eu não vou me deixar cair na tentação para depois você me tratar como se não fosse nada, como se não existisse. Fique longe de mim.— Eu comecei a caminhar para a saida. — Roxie!— Ele me chamou, mas eu decidi ignorar.— Cherrie...— Isso foi jogo sujo. E muito. — O que você quer de mim, Andrew?— — Eu quero você.— — Por que?— Eu perguntei, segurando minhas lagrimas.— Você sabia que eu nunca desejei que Dale me beijasse e que eu tentei tira-lo de cima de mim. Mas mesmo assim você decidiu ignorar isso e falar todas aquelas coisas pra mim. Ter o seu perdão era tudo que eu queria, mas eu não sei se isso é a coisa certa mais...— Ele ficou em silencio e eu aproveitei isso para ir embora. Ter falado essas coisas para ele, doeu em mim tambem...Mas essa era a única maneira de deixa-lo longe de mim.


12Eu sabia que era algo totalmente errado tratar Andrew assim em um momento tão delicado como esse, mas ele não podia ficar tão próximo de mim. Se isso acontecesse, as coisas não seriam boas. Caminhando pela divisão e sozinha, indo para uma direção que até mesma eu desconhecia, decidi deixar meus pensamentos longe de Andrew...— Roxie.— alguém chamou meu nome, logo atrás de mim. Me virei somente para ver o adolescente que salvei a algumas semanas da morte fria e sangrenta. Eu sorri. — Jake.— Eu disse, no mesmo tom que ele usou, de uma maneira quase formal.— Você me parece bem.— Adicionei. — Eu estou... Mas não posso dizer o mesmo de você.— Nesse momento meu sorriso sumiu... — Nunca disseram que casamentos eram fáceis.— — Principalmente os que são eternos.— Eu congelei. Eu abri minha boca para dizer algo, mas Jake foi mais rápido.— Eu sei o seu segredo, Roxie. É meio dificil acreditar em certas coisas quando uma pessoa totalmente horripilante aparece de fumaças pretas do nada em seu quarto.— — Hebe tentou te matar?— Eu fiquei chocada. — Algo do tipo. Acho que ela não tem interesse em me matar. Mas... Depois desse ocorrido, foi complicado para alguém achar alguma desculpa.— — Sinto muito ter mentido.— Eu disse, mesmo não tendo motivo para me desculpar. Essa mentira era uma obrigação em minha vida.— Nós temos leis em que não podemos contar isso para humanos e você estava tão assustado. Eu não queria piorar as coisas.— Jake sorriu, um sorriso bem vindo.— Está tudo bem, Roxie. Não foi muito tranquilizador descobrir essas coisas, principalmente quando se recebe demonstrações desse mundo.— — Demonstrações?— Eu fiquei curiosa. — Andrew. Ele me jogou em uma sala cheia daquelas criaturas para que pudesse acreditar. E fez questão de matar algumas delas com suas próprias mãos. Tanta força e presas é algo totalmente diferente.— Eu fiquei revoltada. Tipico de Andrew. Grande ideia ele teve em jogar uma criança traumatizada em algum lugar com criaturas fora de controle! Tipico! — Sinto muito por não estar pra impedir isso.— — Eu tambem sinto. Mas está tudo bem. Acredito que antes era muito mais facil dormir sem saber esses segredos, mas minha vida se tornou algo irreconhecível. Então, só me resta superar.— — Superar é algo dificil, Jake.— Decidi falar. — Ele sentiu sua falta.— Seus olhos escuros como de jabuticabas encontraram os meus.— Eu não acho que Andrew seja uma pessoa que demonstre suas emoções, ele parece uma pedra quando se trata disso. Mas em quanto você esteve fora, era notável que algo estava faltando para ele.— — Você deveria estar o odiando depois do que fez contigo, não tentando melhorar nossa situação— Eu tentei rir. — Eu estou falando sério.— Ele riu.— Ele realmente demonstra não sentir nada, mas quando seus olhos encontram você, é como se uma explosão de emoções estivessem acontecendo dentro dele. Isso é mais poderoso do que amor.— — Obrigada, eu acho.— Eu, uma pessoa de 332 anos, recebendo conselhos de um menino de 15 anos. Era incrivel em como minha vida estava se tornando uma bagunça.— Já é tarde, muito tarde, quero dizer... Acho melhor irmos dormir.—


— Pra você está apenas começando o dia.— Eu me aproximei de Jake e passei meu braço por seus ombros, era raro encontrar alguém quase do meu tamanho, eu tinha que aproveitar isso. — Sim, mas eu gosto muito mais de dormir do que ficar andando por cemitérios com névoas.— Jake colocou sua mão em minhas costas.— Você não quer que eu acredite nisso de que vampiros são felizes onde existem pessoas morta, certo Roxie?— — Eu sou uma pessoa morta, Jake. — — Não tecnicamente,— nós começamos a caminhar em direção do prédio da clave.— Você ainda respira. É algo como morto e vivo.— — Você está me chamando de zombie, Jake?— Eu fingir estar ofendida. — Talvez.— Ele sorriu. — Eu, realmente, preferia quando você era mais quieto.— — Não é minha culpa se você me deixou em companhias que me deixaram assim.— Claro, Andrew no meio era o mesmo que confusão pronta. Nossa caminhada foi totalmente calma e silenciosa. Eu pude sentir que Jake sentiu minha falta e isso foi uma coisa maravilhosa, no momento.Eu gostei de saber que o primeiro humano que sabia sobre o meu segredo, e que eu não tinha desejo de matar, não me temia...Isso tinha um valor enorme pra mim. E mesmo ter que afastar Andrew de mim, eu estava feliz aqui na divisão e me sentia protegida. Claro que ver Andrew todos os dias, tambem tinha um grande valor...Mesmo que eu não pudesse beija-lo e fazer outras trocas de carinho, isso era o suficiente com minha situação atual. E ao meu ver eu não era a única feliz. Em nosso caminho, acabei me deparando com Lúcifer em uma rodinha de mulheres, todo exibido como sempre. Pelo menos as caçadoras eram bonitas e não algo como mulher-homem...O que tinha bastante por aqui. Lúcifer era bonito demais para apanhar na cama com tanta brutalidade desse tipo de caçadoras. — Eu preciso achar meu quarto, Jake. Você pode ir para o seu, acho que vou demorar um pouco.— Disse, quase o soltando, mas antes de fazer isso, eu o abracei.— Foi bom te ver.— — Até amanhã, Roxie.— Ele se despediu, indo em direção do elevador. Sozinha novamente, eu caminhei até o lugar onde o recepcionista estava sentado atrás balcão e sorri para ele quando fiquei próxima.— Boa noite.— Ele me cumprimentou. — Eu preciso de um quarto. Sou Roxie le Boursier.— — Roxie,— Ele sorriu.— Estava a sua espera, suas malas já foram encaminhadas para seu novo quarto.— Ele passou a chave para mim.— É no segundo andar, quarto 10.— Por incrivel que pareça, esse era o mesmo quarto que eu estava antes de ir embora da divisão, eu fiquei um pouco surpresa por Andrew não estar mais lá. — Obrigada.— Peguei a chave de sua mão, com um sorriso pela educação dele. — E Sra. Le Boursier, sinto muito pela perda de vocês.— Eu tambem. Adicionei mentalmente, em quanto acenava com a cabeça para o rapaz que continuou sentado em quanto eu me afastava para pegar o elevador quase ao seu lado. Depois que entrei no elevador, minha mente foi diretamente para o sonho com Andrew em que ele me mostrou uma nova sensação, isso me fez sentir ainda mais falta dele. Não por falta de sexo, eu cheguei a ficar mais de 300 anos sem que um homem me tocasse, isso não era um problema pra mim. Mas Andrew sempre inventava uma novidade para nossas noites romanticas não perderem a graça e ficarem chatas, e era disso que eu sentia falta, da sua criatividade... E do seu corpo. Quando as portas do elevador estavam quase fechadas, elas se abriram novamente, mostrando o vampiro loiro de olhos verdes em minha frente, caminhando para entrar no local.— Eu devia te matar.— Ele disse calmamente, quando ficou ao meu lado.— Eu, realmente, quero lhe matar.— — Você me daria a honra de saber o por que de querer me matar?— Perguntei um pouco sarcastica. — Não se esqueça que você, chupim, tem meu sangue em suas veias sanguineas.— Eu congelei e fiquei boquiaberta ao mesmo tempo.— Sim, isso mesmo, minha querida.— — Nós temos uma ligação agora.— Eu falei incrédula.


— Infelizmente.— — Eu não acredito.— — Eu queria me matar até momento atras por sentir suas emoções, mas cheguei a conclusão que o mundo não deve chorar pela minha morte e sim pela sua, o que seria muito mais facil, pois seriam menos choros.— Bom Deus, esconder as coisas de Andrew já estava se tornando dificil, agora de dois...O que eu fiz contra os deuses para merecer isso?! — Andrew vai lhe matar.— — Eu sei.— Ele concordou, parecendo consolado.— Eu mereço isso, melhor do que sentir suas emoções. Eu só pude ter sido amaldiçoado...— — Veja pelo lado bom, quando você tiver sua segunda mordida, já saberá como é sentir as emoções de alguém.— — Com tanto que não seja alguém com emoções emos, como você, ficarei feliz.— Ele ficou emburrado. — Boa noite, Lúcifer.— Eu disse em quanto apertava o botão para que o elevador parasse no meu andar. — Boa noite, chupim.— Ele me respondeu, ironicamente, depois que sai. Eu sorri para ele antes das portas se fecharem, um sorriso sincero apesar de tudo. A resposta de Lúcifer foi mostrar o dedo do meio...Muito educado. Mesmo não gostando, agora eu tinha o que esfregar em sua cara para provoca-lo. Nossa ligação mesmo não sendo bem vinda, seria útil para algo. Mas existia algo que era mais gostoso do que provocar Lúcifer no momento, e isso era uma cama. Eu abri a porta do meu quarto louca para me jogar no colchão e dormir, mas quanto a visão ampla do quarto veio aos meus olhos, eu fiquei chocada. Andrew estava lá. No meu quarto. E sem nenhuma camisa para tampar seu magnifico peitoral. Isso quase me fez babar. Ele parecia um anjo da noite quando vestia somente suas calças pretas, o tom da sua pele entrava em uma combinação perfeita com suas roupas negras...E claro que seu abdomen era pura perfeição de tão bem definido...— Eu perguntaria se perdeu algo, mas sei que está admirando minha beleza de um deus.— Eu decidi ignorar o seu comentário ironico quando voltei para a realidade.— O que está fazendo aqui?— Eu perguntei, em quanto ele não parecia nem um pouco surpreso por minha presença. Andrew caminhou para mais perto da cama e jogou uma toalha branca enorme em cima dela, então me olhou. — Estamos voltando para o passado em que você usa essas perguntas “O que está fazendo, Andrew?” Quando me encontra?— Ele disse, sarcastimente. Eu lhe mandei uma carranca.—Aqui é o meu quarto.— Andrew falou como se fosse a coisa mais obvia do mundo. Eu mostrei a chave em minha mão.— Acho que pensaram que nós ainda estávamos casados.— — Nós ainda somos.— Andrew disse logo em seguida. — Mas não estamos juntos.— Eu o corrigi. E acho que seriamos casados por toda a eternidade, não acho que aquela cicatriz em nossas mãos, que marcava nossa união, fosse sumir com o tempo. Eu fechei minha mão esquerda em punho, para aperta-la. Eu não queria que essa cicatriz sumisse. — Você pode ficar com esse quarto.— Ele disse finalmente.— Existem muitas caçadoras que desejam me hospedar na divisão.— Isso doeu, realmente, machucou. Andrew me encarou e soltou um suspiro.— Eu estou brincando, Roxie.— — Eu não me importo com quem passa a noite.— Soltei a primeira defesa que me veio em mente. O que foi ridículo. Como diabos eu não me importaria? Isso estava escrito em minha testa. “Eu me importo” — Mesmo?— Um sorriso ironico. Deus, eu senti falta desse sorriso. Eu quase sorri por causa disso, mas não deveria, dei um passo para trás, deixando que minhas costas se encontrasse com a porta, que eu havia fechado. Como se a distancia, me deixasse imune aos encantos de Andrew. — Eu me encontrei com Jake.— Mudei de assunto, fechando meus olhos por alguns segundos me preparando para voltar a olha-lo e não demonstrar nenhuma emoção.— Ele me disse o que você fez, isso foi errado. Ele já estava traumatizado, você poderia ter piorado as coisas.—


— Eu não gosto que duvidem da minha palavra.— Ele deu de ombros. — Jake me disse que você o colocou em uma sala com essas criaturas...Por que na divisão tem uma sala assim?— — Quando alguém daqui é infectado, encaminham para o laboratorio para passar por uma fase de estudos e quando a transformação se completa, juntam todas as criaturas para serem executadas.— Ele me explicou, colocando uma camisa preta, mas não a fechando.— Isso acontece sem nenhuma exceção com quem esta na divisão. Até mesmo com um membro da clave chegou a acontecer.— Nessa hora, eu senti meu coração congelar. Mais um motivo para mantar essa mordida escondida, virar uma pessoa para ser estudada, trancafiada em uma solitaria e depois ser executada sem nenhum respeito... eu não queria isso.— Por que você sente tanto medo, Roxie?— Andrew perguntou, seus olhos me avaliando cheios de curiosidades. Eu amaria saber que a minha nova ligação com Lúcifer teria tirado o sangue de Andrew do meu sistema, mas acho que a sorte não estava caminhando comigo ultimamente... Quando meus olhos voltaram para os de Andrew, eu tive a impressão de ver preocupação neles, mas não, não devia ser nada alem do que impressão. Andrew le Boursier jamais ficaria preocupado com algo que não seja ele mesmo. — Você não sente?— Minha voz saiu um pouco nervosa.— Se Hebe quisesse, você receberia uma mordida. Você não tem medo?— — Não é isso que ela deseja.— Ele rebateu. — Mas isso pode acontecer com qualquer pessoa, inclusive comigo.— Andrew em um piscar de olhos, apareceu em minha frente, tão próximo que eu podia sentir sua repiração. — Isso não vai acontecer.— Ele rangiu entre os dentes, mostrando sua completa raiva por essa ideia. — Você não sabe.— Eu murmurei, calmamente para acalmar minha dor.— Boa noite, Andrew.— Eu disse como despedida, esperando que ele saisse. Quando ele não se moveu, eu o encarei com uma carranca. — Eu sairia se você deixasse de bloquear a porta.— Ele me lembrou ironicamente. Andrew não se moveu nem um centimetro de perto de mim, então quando eu me movi, nossos corpos entraram em contanto. Eu evitei olha-lo para evitar que toda essa situação ficasse pior, mas quando o vi pelo canto do meu olho, ele estava sorrindo. Claro, eu devia saber que ele estava se divertindo. Em seguida o vampiro abriu a porta, mas antes que ele saisse, eu agarrei seu pulso. Eu sei que isso foi totalmente tolo, mas minha ação foi mais rapido do que meus pensamentos, então não tive como me controlar.— Onde vai passar a noite?— Eu perguntei. — Eu não sei. Talvez no quarto que era de Sophie...— — Isso é tortura.— Eu o interrompi. Soltando seu pulso tão rapido quanto o peguei.— Existem vários outros quartos disponiveis na divisão, não vá para lá.— — Tem razão, será muito mais divertido fazer Lúcifer dormi no tapete do que arrumar outro quarto disponivel... Ou você vai conceder sua cama para que vire nossa?— Seu tom foi ironico, e eu revirei meus olhos em respostas. — Boa noite, Roxie.— Ele disse finalmente, saindo do quarto. Sua expressão ironica era evidente em seu rosto.— Amanha mandarei que os empregados busquem minhas coisas. Eu sei que poderia leva-las comigo agora, mas gosto que os eles exerçam seus devidos trabalhos...— Eu fechei a porta em sua cara. Ele permitiu que isso acontecesse, pois se não quisesse Andrew detonaria a porta em questão de segundos como uma criança detonava um papel. Agora a melhor parte do meu dia aconteceria, eu finalmente iria dormir e esquecer todas as coisas que descobri hoje. Como seria minha transformação, como seria minha vida se descobrissem sobre minha mordida...Eu sei que isso tornaria pesadelos em minha mente, mas dormir era a melhor opção no momento. Até para esquecer Andrew, isso ajudava, quando ele não invadia meus sonhos, claro. A pior parte, quando me deitei, foi que a cama estava impregnada completamente com o cheiro de Andrew, somente o cheiro dele. E isso foi bom, pois deixou claro que somente ele dormiu nessa cama depois que fui embora. Muito bom saber que nada de ruim acontecerá nessa cama.


Provavelmente amanhã quando eu acordasse, tambem iria estar com o cheiro dele em mim novamente e não farei questão de tira-lo de mim, as caçadoras da divisão, que desejavam passar uma noite com Andrew, tinham que saber que a rainha do rei dos vampiros estava de volta. Eu senti uma dor aguda no centro da minha testa em quanto estava dormindo, na verdade, agora que estava sentindo todos os meus sonhos indo embora, eu estava quase acordada. Essa dor repetiu uma, duas vezes, na terceira abri meus olhos. Primeiramente eu pensei que fosse algo relacionado a transformação, mas quando vi os olhos azuis de oceanos de Nyx em minha frente, descobri quem estava causando essa pequena dor.— Você acordou!— Ela exclamou. — Com você batendo em minha testa, Nyx, acho impossivel manter-se dormindo.— Eu a respondi em quando me sentava. Nyx continuou de pé ao lado da cama, em quanto me observava calmamente.— Você parece diferente...— — Aconteceram muitas coisas depois que você foi embora, mas isso não importa agora. Iawy me contou sobre meu comportamento da noite passada. Sinto muito por tentar lhe atacar.— Ela se desculpou. — Oh, está tudo bem. Não seria primeira vez que você tenta me atacar.— Eu disse, como se não significasse nada. Tudo bem que se ela encostasse seus dentes em mim, eu morreria...Nada demais. — Isso foi estranho, de todas as pessoas, você é a que eu estou mais acostumada...Mas isso tambem não importa.— Ela se sentou ao meu lado, sorrindo.— Se arrume pois nós vamos fazer compras!— — Compras?— Eu perguntei um pouco incrédula.— Como você pode...— — Blá blá blá.— Ela me cortou, revirando os olhos.— Eu sei, eu sei. Fazer compras está fora de opção com essa guerra mundial acontecendo lá fora. Eu tambem não queria, mas as mulheres da clave, estão organizando um baile à fantasia para nós. Até mesmo Sophie, estava participando...Mesmo com a morte dela, eles decidiram não cancelar, todos acham que os caçadores merecem um descanso e uma diversão. Então nós vamos comprar nossas fantasias. Hebe não ataca durante o dia, então estamos em ótima hora para gastar nosso dinheiro.— — Eu não acho que estou com vontade de ir a um baile, Nyx.— — Olha, eu sei que você e Andrew não estão bem e que deve doer muito ir a um baile sem sua companhia... Mas é o seguinte: ele vive sem você. Então mostre que você sabe viver sem ele.— — Mas eu não sei viver sem ele.— — Você não estará sozinha. Iawy e eu estaremos com você. Chega de fugir, Roxie.— — Ficar entre um casal, muito divertido.— Eu falei um pouco ironica.— Mas você está certa, chega de fugir.— Por mais que fosse certo me afastar das pessoas, para que não suspeitassem da minha mordida, eu não podia fazer isso. Ficar apenas fechada no quarto daria mais motivos para Andrew achar que algo estava errado... — Ótimo.— Nyx sorriu.— Me encontre em meia hora lá em baixo.— Ela se levantou e saiu alegremente do meu quarto. Era bom ver alguma felicidade no meio de tanta tristeza, pelo menos haviam esperanças para o mundo. Eu me joguei na cama novamente, desejando que a noite voltasse para que eu pudesse voltar a dormir...— Estou falando sério, Roxie, meia hora ou eu a deixarei para trás!— A escutei novamente, em seguida o barulho da porta se fechando. Dessa vez eu me levantei. Mesmo morrendo de sono, pois eu cheguei durante a madrugada na divisão e não tive nem ao menos 5 horas de sono, tomei um banho rapido, para acordar, e quando fui abrir uma das minhas malas para pegar alguma roupa, raiva explodiu em mim. Minha mala era como a noite, somente escuridão...Sem nenhuma roupa alegre, somente preto. E a maioria eram vestidos. Eu mataria Lúcifer, definitivamente. Eu deixei que a raiva em mim consumisse todo meu corpo, aquele vampiro loiro mesquinho, metido de olhos verdes sentiria minha fúria... Eu sei que não foi Lúcifer quem fez minha mala, mas seja lá deus quem foi, recebeu ordens dele. Meu Deus, vestidos pretos! Eu mal usava vestidos, somente quando haviam festas ou coisa do tipo. Eu peguei o primeiro trapo preto que estava no topo para vestir. Sinceramente, eu não tinha muitas escolhas. Vestidos, pretos...Todos iguais. O que eu escolhi, era simples, sem nenhum detalhe somente agarrado da cintura para cima e para baixo era solto e todo rodado até meus joelhos. Ele


combinaria perfeitamente com minhas booties. Eu olhei para minha mordida e decidi que ela não precisava de curativos. Pois não sangrava mais, ela apenas continuava uma mistura de negro com vermelho e as veias ressaltadas e azuis, mas sem nenhum liquido desagradável escorrendo. Para finalizar, prendi meu cabelo em um alto rabo de cavalo e tomei uma bolsa de sangue inteira que estava no frigobar. Minha sede por sangue estava, realmente, se tonando maior. Eu não sentia fome, apenas estava me alimentando por prazer e quando eu senti o gosto do sangue em minha boca, não consegui parar até que a bolsa estivesse fazia. Eu deixei para me preocupar com isso mais tarde, no momento, iria me divertir com minha melhor amiga e nenhuma transformação idiota iria atrapalhar isso. ______________ — Você tem certeza que nessa cidade minuscula existem vidros protetores?— Eu perguntei a Nyx, ao meu lado no banco traseiro.— Ainda é dia e fora da divisão não existe aquela camada de magia. — — Roxie,— Ela disse calmamente, virando sua cabeça em minha direção.— Antes mesmo de você nascer, esses vidros já eram vendidos. É obvio que atualmente, o que é velho, já tem toda essa proteção para vampiros caminharem durante o dia.— — Tudo bem.— Eu suspirei, olhando para a vista da janela. Realmente, não tivemos nenhum problema em sair da divisão. Ninguém tinha nenhum problema, afinal, não estávamos em uma prisão. Mas havia um pequeno detalhe, quando eram pessoas importante envolvidas nessa saídas, dois caçadores tinham que nos acompanhar...E bom, como eu era a rainha dos vampiros, existiam mais dois carros atrás de nós, no total, haviam dez caçadores para garantir nossa segurança. O caminho até a cidade, era o mesmo que fiz antes de pegar um avião para Inglaterra, então não havia novas novidades. Ele continuava belo e me deixava com a leve vontade de caminhar por todo esse caminho com Andrew. — Qual foi a última vez que Hebe atacou?— Eu resolvi perguntar, para distrair minha mente. — Quando ela tentou capturar Jake.— Ela disse.— Mas então Hera, como é toda poderosa, ela conseguiu que Hebe não entrasse mais na divisão. Ela apenas ataca por fora.— — Isso explica toda aquelas manchas de sangue.— Eu murmurei, pensativa. — Sim,— Ela concordou.— Mas não acho que todo esse poder de Hera em volta da divisão irá deter Hebe por muito tempo. Você sabe, em um feitiço sempre existe um ainda maior para destruir tal que o atrapalha. Eu não conheço muito sobre feitiçarias, quando Iawy começa a falar costumo a prestar mais atenção em seus músculos do que em sua fala, mas resumidamente, é isso que pode e vai acontecer.— Eu ri com o seu comentário sobre Iawy.— Eu nunca conheci uma feiticeira e essas coisas de Deuses começaram a acontecer depois de Pierre...É tudo uma novidade essa parte da escuridão.— — Eu sei que feiticeiras são as favoritas dos Deuses. As bruxas não nascem com nenhum dom, não são transformadas. São escolhidas a dedos por eles e lhe dão o dom da magia. É como se os deuses retirassem 1% do seus poderes e colocassem nos corpos dos feiticeiros. Então como é uma quantia pequena de poder, chamam de magia.— Eu fiquei surpresa por duas coisas, a primeira foi de como as tão famosas feiticeiras eram criadas e a segunda, de como a sabedoria de Nyx estava maior depois de começar um relacionamento com o inccubus egipcio. — Eu não acho que você só presta atenção nos músculos de Iawy, Nyx.— Brinquei com ela. — Há. Muito engraçado, Roxanny.— Nyx falou secamente, mas seu tom de brincadeira não ficou tão escondido quando ela imaginava. — Então...O baile é em um dia e você não tem uma fantasia.— Decidi mudar de assunto. Nyx deu de ombros.— Eu não tenho nenhuma pressa.— — Você decide em não ter pressa em uma cidade fantasma, Nyx... Se conseguirmos fantasias de vendedoras de sorvete, ainda vai ser bonito.—


— Não seja exagerada.— Ela resmungou em seu assento. Antes que eu pudesse abrir minha boca novamente, um dos caçadores, o que estava dirigindo, estacionou o carro. — Já chegamos, Sra Le Boursier e Lupicínio.— Apesar da secura em sua voz, o caçador foi até que educado.— Nós manteremos no carro em quanto vocês fazem suas compras, para não chamarmos muita atenção dos humanos. Não se preocupem com a segurança de vocês que estaremos cuidando disso.— Ele nos avisou e em meu reflexo eu pude ver Nyx imitando o caçador com sua boca e movimentando sua mão perto da sua orelha. Eu lhe dei um pequeno tapa na perna. — O que?— Ela perguntou, se fazendo de inocente. — Vamos logos.— — Ok, Roxie.— Nyx se aproximou de mim.— A loja das fantasias é aquela com a cobertura solar roxa. Fique na sombra dele até que suas queimaduras tenham curado, pois é uma loja simples e pequena. Você não pode entrar lá em quanto tiver se curando. Eu estarei logo atrás de você— — Ok.— Eu disse, em quanto abria a porta do carro, antes que saisse de uma vez, desmanchei meu rabo de cavalo e joguei meus cabelos em frente do meu rosto para que não sofresse tantas queimaduras nele. O carro não estava tão longe da loja, então cheguei lá em questão de dez passos em uma velocidade desumana. Mas mesmo assim, eu senti os raios solares calarem em minha pele como se eu estivesse caminhando em uma velocidade muito baixa. Finalmente em baixo da cobertura da loja, eu me encostei na parede, para não correr nenhum perigo de sofrer ainda mais com os raios solares na sombra. Minhas queimaduras começaram a se curar, lentamente. Nyx se aproximou de mim, ficando em minha frente para tampar os poucos dos raios que ainda me machucavam.— Você está bem?— Ela perguntou. — Estou. Por que?— — Suas queimaduras estão demorando para curar e você está parecendo uma morta.— — Eu não tenho me alimentado direito.— Menti. Uma mentira para minha melhor amiga. — Você sabe o que acontece quando não se alimenta. Já sofreu disso, Roxie, devia evitar.— Eu sorri, praticamente sorrindo para o nado.— Nas duas vezes em que deixei de me alimentar, eu fui para a cama com Andrew e foi seu sangue que me alimentou.— — Isso é algum tipo de simpatia para chamar a atenção do vampiro amado?— Ela perguntou parecendo confusa.— Aqui...— Nyx tirou seu wayfarer e colou em meu rosto. Eu não achava que esse oculos tão grande combinava com meu rosto, mas...ok.— Use isso para disfarçar um pouco sua imortalidade ou vão acabar te confundindo com uns dos bebês da Hebe.— Eu congelei, até as batidas do meu coração começaram a bater com uma frequencia menor. Será que eu já estava com a aparencia de um monstro? Perguntei para mim mesma. — Eu devo estar parecendo uma gótica.— comentei para ela, abrindo a porta da loja para finalmente entrarmos. — É...Você parece que saiu do seu próprio funeral, se ajuda em algo para não se comparar com uma gótica.— — Obrigada, Nyx.— Agradeci ironicamente. Quando entrei e olhei para a loja, eu fiquei totalmente surpresa.— Tem certeza que isso aqui é uma loja de fantasias?— cochichei para ela, para que a senhora no balcão não nos escutasse. Essa loja era mais do tipo de brecho de fantasias do que algo divertido e maravilhoso. E devo deixar claro, que o cheiro de velharia estava entupindo minhas narinas. Haviam algumas fantasias sim, mas acho que toda a divisão já havia comprado suas fantasias e eu e Nyx, obviamente, ficamos com o resto. — De uma olhada antes de reclamar.— Ela se separou de mim, entrando em um dos corredores. Da loja. Eu entrei no outro, olhando no no enorme cabideiro para não deixar nenhuma fantasia passar aos meus olhos sem ser vista. No final do corredor, achei a única coisa que me agradou. Era um vestido da minha época. Ele era inteiramente rosa com detalhes em branco e haviam varias perolas para enfeita-lo. Eu o toquei para sentir que tipo de material era...Seda. A minha favorita. — É incrível como você nunca deixa de gostar desse estilo de vestidos.— Eu ouvi a voz de Nyx atrás de mim, mas não me virei para encontra-la, apenas fiquei admirando o vestido.


— Quando eu era pequena,— Eu sorri.— Não se podia usar vestidos desse tipo e usa-los sempre foi meu sonho. Não via a hora que minha adolescência chegasse para ter um armario somente deles. — — Mas você realizou esse sonho há muito tempo atrás.— Nyx caminhou até mim e puxou minha mão para segui-la.— Você não acha que não está na hora de deixar seu passado para trás?— — Eu gostei dele e considerando as outras coisas, irei leva-lo.— — Existem um catálogo com fantasias novas de outra loja, na cidade vizinha. Essas coisas são antigas e mostruários.— — Eu apenas irei com você, pois o vestido não é do meu tamanho. Já fiz minha escolha.— Nyx parou de andar, me obrigando a parar tambem. — Qual era o numero da etiqueta dele?— Ela perguntou. — O tamanho era 48 e havia outro numero que era 242.— Eu disse. — Você pode para o carro, esses vendedores sempre gostam de acompanhar seu único cliente na loja até a porta, eu pedirei seu vestido.— Eu sorri.— Quanta gentileza, Nyx.— Disse ainda sorrindo, o sorriso mais sincero que derá nesses ultimos dias.— Me deixa pegar o cartão e...— — Não se preocupe.— Ela me cortou.— Será um presente meu por acompanhar a mim e Iawy no baile.— Dessa vez eu não aguentei e a abracei. Nyx estava fazendo de tudo para que eu ficasse feliz e isso era algo que valia ouro pra mim. Eu não estragaria esse momento dizendo que fazeria questão de pagar o que era meu...Eu nunca gostei de gastar dinheiro mesmo. — Obrigada, Nyx.— Sussurrei, em quando me afastava dela e caminhava para a saída da loja e a deixava sozinha para comprar nossas fantasias. Quando saí da loja, minha sorte foi que o lado que eu estava da rua, estava totalmente coberta por sombra, então foi obvio que minhas queimaduras até o carro foram muito menores do que na minha chegada até aqui. Acho que a sorte estava comigo novamente, por alguns minutos, pelo menos. Nyx demorou em média de uns 10 minutos para voltar, ela provavelmente já tinha sua fantasia em mente e a minha já estava escolhida, então não demoraria muito. E como ela disse, a senhora a acompanhou até a porta para se despedir. Nyx era tão esperta... Já a nossa volta até a divisão foi rápida e silenciosa, acho que assim como eu, Nyx não se sentia confortável em conversar com esses caçadores perto da gente. Eu sei que criaturas sobrenaturais sempre ouviriam as conversas dos outros por terem sempre suas audições aguçadas...Mas pelo menos elas faziam de tudo para não prestar atenção na conversa dos outros, já que se tornava algo irritante. Mas em um carro, era impossível os dois se distraírem. Uma vez eu disse para Andrew que tinha vontade de ler mentes e não via a hora que isso acontecesse, mas não acho que aguentaria isso...Claro que eu não chegaria mais a mil anos de idade, no máximo, teria um mês de vida daqui para frente e... — Nossas fantasias chegarão amanhã, durante a tarde.— Nyx cortou meus pensamentos, me trazendo de volta para o presente.— Como há várias encomendas daqui, uma única pessoa buscará as fantasias. Você não precisará se queimar mais.— Ela disse, abrindo a porta do carro para descer. Somente quando ela desceu, notei que já estávamos de volta. — Ainda bem. Acho que o sol nas montanhas são mais fortes. Essas queimaduras doeram pra valer hoje.— Eu disse quando dei a volta no carro para encontra-la. — E não se esqueça que você está sem se alimentar direito.— Nyx enganchou seu braço no meu e passou a caminhar comigo, mas de repente, ela parou como se fosse uma estatua. Nem ao menos respirava.— Esse cheiro...— Ela murmurou, fechando os olhos e respirando fundo. — O que foi?— Lhe perguntei curiosa. Nyx não me respondeu, ela simplesmente se virou para o lado das arenas masculinas e começou a correr. Eu fiquei parada por alguns segundo de boca aberta com essa reação dela, sem saber o que fazer. Então decidi fazer o mesmo que ela. Correndo, com dificuldade por estar de vestido, eu a segui. Eu não poderia esquecer mais tarde de matar Lúcifer por mais motivo por apenas ter me


arrumado vestidos. Os portões do estadio masculino estavam abertos e ele estava completamente lotado. Principalmente por mulheres. Eu procurei Nyx, passando pelos pequenos vão entre as caçadoras para chegar até ela quando a encontrei em cima de uns dos bancos mais alto do lugar. A licantropa loira simplesmente se destacava lá. Antes de chegar até ela, pude ouvir murmurios e não os ignorei. Eles foram bem vindos, principalmente quando eram tal como: “Quem é o loiro?” e do outro lado do estadio era: “Dizem que o próximo membro que se juntará a clave será ele.”. Eu parei de caminhar até Nyx quando esse ultimo chegou aos meus ouvidos e então, olhei para trás. Como eu estava perto de Nyx, não havia mais ninguém para atrapalhar minha visão e vi então o motivo de tanto alvoroço. No meio do ranking estavam Andrew e Lúcifer, ambos estavam sem camisas e seguravam espadas floretes, as famosas espadas de esgrime. Eles duelavam severamente e estavam sujos de sangue tambem, o que me fez imaginar que não era somente como o esporte que em um toque já se fazia ponto. Ambos as vezes sorriam, Lúcifer e Andrew estavam se divertindo, no final das contas...Outro murmurou roubou minha atenção. “ Eu ouvi dizer que Andrew toda noite procura uma caçadora para diverti-lo”. Com isso, eu senti uma tempestade dentro de mim começar, mas não era raiva...Era como quando uma chuva chegava durante a tarde, estragando todos os planos de crianças que planejavam brincar no jardim com seus brinquedos... Eu estava perdendo Andrew. E doía saber que isso era a melhor opção. — Ignore-as.— Eu ouvi a voz de Nyx atrás de mim, ela não estava muito distante agora.— Elas não sabem o que dizem.— Eu olhei para baixo, deixando meus cabelos cobrirem meu rosto. Estava olhando fixamente para minhas booties, mesmo que ninguém pudesse ver meus olhos, já que estava usando oculos escuros, eu me sentia muito pequena para agir como grande. — Os meus planos para o futuro sempre os fiz nos incluindo juntos. Agora sem ele... Eu estou tão perdida.— Quando ergui meus olhos novamente, para o ranking, era como se Andrew estivesse olhando para mim, mas seus olhos não haviam me encontrado ainda. Com sua distração, Lúcifer aproveitou para dar seu golpe final, atravessando toda a lamina da espada pelo estomago de Andrew, parando somente quando o guarda-mão chegou a encostar em sua barriga. Todos ficaram horrorizados com a vitória de Lúcifer, afinal, o vampiro loiro fez com que a lamina aparacesse nas costas de Andrew...— Touché.— Lúcifer disse em um tom alto, mas não gritou. Seu sorriso era muito maior do que a a ponte de manhattan. Mas ele merecia isso, vencer Andrew nunca foi uma coisa facíl. — Quem é ele?— Nyx perguntou. Nyx nunca se lembrava das coisas que aconteciam quando estava transformada e Iawy evitava falar o que acontecia para que não se sentisse totalmente humilhada, já que quando estava como licantropa, Nyx se tornava a criatura mais agradavel que já existiu. — Ele é Lúcifer. O melhor amigo de Andrew...— — O seu cheiro... Eu o acordei com ele em minha língua, como se tivesse o provado. Por que?— — Você não vai querer saber sobre isso, acredite.— Meus olhos foram para o ranking novamente, Lúcifer estava em nossa direção, se dependurando nas cordas grossas e fortes, mandando beijos para as caçadoras que o aplaudiam animadamente. Já Andrew estava de costas para nós, recebendo ajudas de algumas pessoas que eu não conhecia. Seu corpo com certeza havia começado a cicatrizar com a lamina ainda dentro dele...Tirar aquilo com certeza iria doer.— As vezes nem mesmo eu gostaria de me lembrar que o conheci.— No momento, Lúcifer saltou do ranking e começou a caminhar em minha direção. As caçadoras abriam espaço para ele como se fosse o próprio deus passando por elas. Eu estava começando a odia-las sem ao menos conhece-las. Eu pedi licença milhares de vezes e ainda levei cotoveladas, pisadas para chegar até aqui. Agora o vampiro loiro de olhos verdes... — Chupim.— Ele me cumprimentou em um reverencia real.— Você está totalmente agradavel hoje.— Ele me provocou, falando sobre minhas roupas.— E você deve ser Nyx.— — Fique longe de mim, vampiro.— Nyx disse rudemente, caminhando para longe de nós. Lúcifer


arqueou sua sobrancelha esquerda. Ele com certeza não sabia que Nyx era mais ruim que o próprio diabo. — Eu a preferia quando ainda era uma cachorra.— Ele disse, ao meu lado.— Literalmente.— Eu resolvi ignorar seus comentarios sobre Nyx, ela era melhor em se defender de pessoas como Andrew e Lúcifer.— Eu vou mata-lo.— Falei, me virando para ele.— Ataques estão acontecendo e você me coloca em vestidos, Lúcifer?!— — Apenas a coloquei no seu lugar, como uma donzela.— Ele disse ironicamente. Em seguida, o vampiro puxou os oculos de Nyx do meu rosto e o colocou.— Isso, foi por ter me feito dormir no tapete.— Ele começou a explicar do por que pegar meus oculos.— Aquilo,— apontou para o ranking.— Foi eu imaginando você no lugar de Andrew.— — Eu vou fazer você sofrer amargamente com minhas emoções por me vestir como uma gótica.— Eu disse, contendo minha voz para não gritar. Lúcifer sorriu, sarcasticamente. — Nenhuma emoção sua irá tirar minha diversão de ve-la como uma verdadeira vampira.— Lúcifer olhou a cima de mim e depois voltou seu olhar para meus olhos.— Andrew está vindo em nossa direção, acho que essa é a hora em que vou receber o carinho das minhas fãs.— — Lembre-se, Lúcifer,— Eu comecei, em quanto ele caminhava para longe.— Elas são apenas suas fãs por estar sem camisa.— O vampiro de olhos verdes, cobertos pelo wayfarer de Nyx, não disse nada. Apenas deu as costas para mim e passou a caminhar. Mesmo não vendo seu rosto, eu sabia que ele havia sorrido. Agora, respirando fundo e me preparando mentalmente pra falar com Andrew, rodei meus calcanhares para que pudesse ficar de frente com ele. Andrew ainda estava sem camisa, ele a usava para outra coisa no momento. A pressionando contra a ferida que Lúcifer causou, que ainda estava cicatrizando. O vampiro que eu costumava chamar de meu parou a alguns passos de mim. Seus olhos azuis me avaliaram completamente e ele parecia surpreso.— O que aconteceu com você?— Andrew franziu suas sobrancelhas após a pergunta. Por instinto levei minha mão até meu rosto, para conferir que tudo ali estava normal. Eu pensei que algo sobre a transformação estava acontecendo ou que ainda haviam queimaduras em mim. Mas não era disso que Andrew se referia, meu rosto estava liso e macio como sempre.— Suas roupas, seu cabelo.— Ele me ajudou.— Eu pensei que você não gostasse de se vestir como a maioria dos vampiros.— — Eu não gosto.— disparei em defesa. Vampiros sempre usavam cores escuras, as principais eram preto e vermelho. Eu não gostava dessas cores... para usar sempre. Meu guarda-roupa era como um arco-iris, eu podia estar morta, mas não tinha perdido o gosto pelas cores...—Lúcifer mandou fazerem minhas malas, não eu. Ele colocou apenas vestidos de cores escuras, para me provocar. E quando saí com Nyx havia muito sol e soltei meus...— comecei a explicar, mas Andrew passou a me avaliar novamente e então se aproximou, fazendo me perder em minhas palavras sobre a explicação dos meus cabelos estarem tampando meu rosto. A proximidade de Andrew fez com que eu olhasse para baixo, manter minha cabeça erguida com seus lábios próximos de mim, não iria ajudar em nada. Até mesmo minha respiração passou a ficar mais pesada por te-lo a centímetros de mim. Em seguida Andrew passou uma de suas mãos por meu rosto, para colocar as mechas, que eu fiz questão de joga-las para frente pra esconder meu rosto, atrás de minha orelha. Eu não me importei que o seu sangue em sua mão sujasse alguns fios loiros. Claro que ele tomou cuidado para não me sujar, mas era inevitavel tudo sair a salvo. Eu abri meus lábios para dizer algo, mas faltaram palavras.— Muito melhor.— Andrew sussurrou perto do meu ouvido antes de passar por mim. — Andrew.— Eu segurei seu braço com as pontas dos meus dedos, para impedi-lo de andar.— Você ainda está sangrando.— Ele retirou sua camisa da ferida para olha-la ou pra me deixar ver. Não era um machucado muito grande, estava mais para um furo que escorria sangue do que algo pior e feio. — Quando são órgãos se recuperando, eles atrasam toda a cicatrização. Eu vou ficar bem.— Ele começou a se virar, para ir embora, mas antes de isso acontecer completamente, ele disse.— Claro que se você quiser se oferecer para cuidar de mim, não me importarei de fazer um drama básico


para lhe comover.— Ele disse, seu tom irônico que antigamente me irritava, mas que agora sentia falta, era evidente em sua voz. — Eu acho que você pode se virar sem mim, Andrew.— Ele sorriu. Não foi um sorriso ironico ou sarcastico, foi por vontade própria e sincero. Isso deixou minhas pernas bambas. Andrew olhou para a saída, onde várias pessoas faziam fila para ir embora e então seu olhar voltou para mim. Só então me toquei que meus dedos ainda estavam em seu braço, rapidamente cruzei meus braços sobre meu peito. Eles não eram confiaveis quando Andrew estava por perto. — Eu preciso conversar com você, Roxie.— Ele disse.— Mas não aqui, em um lugar privado.— — Andrew, eu...— Ele balançou sua cabeça em discórdia, me fazendo parar de falar sobre o quanto era melhor não conversamos. — Prometo não lhe atacar e ficar a 10 passos de você.— Andrew falou calmamente e eu vi a sinceridade em seus olhos. Andrew jamais quebrava uma promesa. Eu mordi meu lábio inferior em quanto pensava se me permitiria ter essa conversa ou não... — Tudo bem.— Eu falei, começando a andar para ficar a seu lado. Talvez eu me arrependesse dessa decisão, mas não agora. Agora eu e Andrew iriamos tentar ter uma conversa civilizada...Ninguém nunca disse que tentar era uma coisa fácil, afinal.


13Nós caminhamos lado a lado, de um modo que nossos braços se tocavam as vezes, durante a trajetória até uma pequena, o que me parecia ser, uma enfermaria. Eu não perguntei o que estávamos fazendo lá, pois era obvio. Andrew ainda sangrava e precisava de um curativo para manter o sangue em seu corpo.— Não tem ninguém aqui.— Eu disse depois que entrei atrás dele na pequena sala que parecia ser uma pequena area de hospital simples. Claro que Andrew queria ter uma conversa particular comigo, mas ele precisava de ajuda com seu corte primeiramente...— Eu sei me virar sozinho, Roxie.— ele usou minha defesa contra mim mesma, seu tom sarcastico foi evidente; — Tudo bem.— O respondi, um pouco irônica, curiosa em saber onde Andrew se auto tratando, iria dar. Me sentei na maca que estava atrás de mim, em quanto Andrew revirava um dos armarios em busca de algo.— Tem certeza que não precisa de nenhuma ajuda?— Perguntei quando notei que sua dificuldade era grande. — Eu estou bem.— Ele perdeu a paciencia, não sabia exatamente se foi comigo ou por não encontrar o que desejava. Quando Andrew finalmente achou o que procurava, ele deu suas costas a mim, para usar o apoio do balcão como ajuda. Meus olhos passaram por sua cicatriz, causada um dia por minha culpa. Ela me causava revolta até hoje em dia. Automaticamente, minha cabeça se virou para o lado, para poder ver com o que Andrew estava lidando. Só então vi que ele estava colocando linha em uma agulha...— Precisa mesmo dar pontos nisso?— — Por algumas horas, sim. Meu sangue precisa se manter no meu corpo e não no chão.— Realmente, ele precisava manter-se em seu corpo. Desde que Andrew tirou sua camisa da ferida, os pisos brancos da enfermaria passaram a se tornar pintados com vermelho. E o cheiro...era tão tentador. Andrew pareceu ficar um pouco hesitante quando estava a ponto de colocar a agulha em sua barriga. Ele respirou fundo duas vezes e...— Eu não consigo fazer isso.— — Qual é o problema?— — Enfiar uma agulha em mim...Eu amo demais meu corpo para costura-lo.— Eu revirei meus olhos. Andrew era a pessoa mais masoquista que já conheci em minha vida e agora estava hesitando por causa de uma agulha. — Aqui.— Eu falei em quanto descia da maca e caminhava para ficar de frente com ele.— Deixeme ajuda-lo.— Andrew olhou para mim cautelosamente e depois que vários e longos segundos passaram, ele entregou a linha com a agulha. Admito ter ficado nervosa na hora em que toquei na agulha, as mãos de Andrew estavam totalmente sujas de sangue, do seu sangue. Era provavel que aquele pequeno metal se sujaria...Isso apenas fez com que minha sede por sangue aumentasse. E fiquei ainda mais nervosa quando passei algumas gases em volta da ferida, primeiramente por sentir sua barriga dura e gelada, como sempre. Sem mais delongas, enfiei a agulha e Andrew gemeu alto. Eu a soltei, a deixando onde estava, assusta pelo barulho que ele fez. — Você pretende costurar meus órgãos tambem?— Seu temperamento estourou. — Desculpe, eu não...controlei minha força.— Eu olhei sua barriga, para a agulha. Eu havia mesmo


perdido o controle da minha força? — Eu não quero deixa-la nervosa...Mas existe uma agulha em minha pele e estomago.— Ele me apressou, de uma forma gentil até. Eu não podia esperar mais gentileza do que isso quando se tratava de Andrew. Eu retirei a agulha do seu corpo e em seguida a enfiei novamente, de uma maneira mais gentil. Em minha adolescência minha mãe ensinou a mim e minhas irmãs a costurar, acho que isso era a mesma coisa, mas com um tipo de pano mais duro, mole molhado... Eu decidi ignorar que a coisa molhada era o sangue de Andrew e que ele atiçava minha fome. Apenas mantive meus pensamentos e atenção nos pontos para não machuca-lo. — Roxie...— Ele disse meu nome, com seu sotaque frances perfeito.— Eu a trouxe aqui para falar sobre o nosso sonho, antes do ataque de Hebe.— — Esqueça isso, Andrew.— Eu murmurei, não deixando de fazer os pequenos pontos em sua barriga. — Eu sei que lhe magoei falando muitas coisas que envolviam o passado e que tudo que aconteceu com você a anos, é seu pior pesadelo.— Ele disse, movendo seu corpo para trás encontrando meu olhar finalmente.— Eu não sei a sua história completa desde que se tornou uma vampira, apenas pedaços... Ao mesmo tempo que penso que a conheço, sinto que desconheço metade de você. E quando é você envolvida, fiz e disse muitas coisas que me arrependo, Roxie. Não posso pedir desculpas por todas aquelas que disse naquele dia, pois tudo aquilo foi algo que quis botar para fora, — Andrew me olhou mais profundamente dessa vez.— Mas jamais repetiria cada palavra que lhe disse.— — Andrew...— Eu tentei começar um argumento, mas acabei sendo interrompida. — Não me importa quantos séculos eu tenha que escutar você dizendo que não estamos mais juntos para cada coisa que acontecer entre nós. Jamais permitirei que sinta por mim, o mesmo que sente por sua mãe.— Eu fechei meus olhos, mantendo minha cabeça baixa, fingindo que estava olhando para sua ferida. Andrew mal imaginava que me restava um mês, talvez, de vida... — Eu já acabei.— Murmurei e ignorando tudo o que ele disse para mim, pegando a tesoura no balcão da pia para cortar a linha grossa. — Obrigado.— Ele disse seguindo o meu ritmo, para fugir do assunto em que nos meteu. Lógico que eu queria falar sobre isso, eu queria abraça-lo, beija-lo e pedir milhões de desculpas...mas eu não podia. Andrew tinha que aprender a conviver sem minha presença. Eu olhei para minhas mãos e acabou que elas não eram mais brancas e sim vermelhas. O sangue de Andrew acabou as cobrindo e até mesmo sentir a temperatura daquele liquido grosso e vermelho eu estava. Minhas presas começaram a formigar em minha gengiva, formigar tanto que elas criaram vidas próprias e saltaram para fora. Andrew estava olhando para mim em quanto tudo isso ocorreu, eu olhei para baixo me repreendendo mentalmente por essa falta de controle. Mas não adiantava fazer nada, elas não voltavam de onde saíram, elas não me obedeciam mais. A única coisa que obedeciam, era o chamado do sangue em minhas mãos. Rapidamente fechei minha boca e olhei para Andrew. O vampiro estava com sua sobrancelha perfeitamente arqueada, com uma expressão de quem achou isso divertido...— Eu não lhe darei nenhuma explicação sobre isso.— Falei, tentando abrir minha boca o minimo possível. — Tudo bem, eu entendo.— Andrew se virou de frente com o balcão para pegar sua camisa.— Eu sei que nunca falará que sente minha falta, mas o seu corpo fala por você...E ele sabe o quanto irresistível eu sou.— Eu balancei minha cabeça em discórdia, não acreditando no que estava ouvindo. Andrew sorriu ironicamente ao ver minha reação e então seu próximo passo me deixou surpreendida. Andrew se aproximou e curvou sua cabeça até que meus lábios estivessem nos seus, os pressionando juntos. Me dando um rápido, mas ao mesmo tempo longo, selinho. Algo gelado e nada bem vindo, mas que deixava minha alma em fogo. Eu movimentei meus lábios varias vezes depois que ele se afastou, tentando retirar algo da minha mente para falar.— Tchau Roxie.— — Você quebrou sua promessa.— Eu finalmente consegui dizer, quando Andrew estava se


afastando de mim. — Eu?— ele se fingiu de desentendido.— Não fui eu que caminhei em sua direção, quebrando a promessa dos dez passos.— — Você está dizendo que eu quebrei a promessa por nós dois?— Fiquei incrédula. — Sim.— — Mas eu estava apenas lhe ajudando!— Andrew sorriu, um sorriso enorme e irônico.— Não me lembro de ter pedido sua ajuda.— Ele disse calmamente.— Até mais, Roxie.— Ele se despediu, saindo da enfermaria e levando sua camisa em suas mãos. Ele poderia muito bem te-la colocado... Mas não, talvez ele iria atiçar a próxima caçadora com seu belo corpo. Eu olhei para minhas mãos, ainda sujas, o sangue ainda fazia questão de ficar me provocando e não pude resistir. Pressionando um dos dedos sujos sobre meus lábios, encostei minha lingua no liquido grosso e saboroso que havia saído de Andrew. Ele era rico, fino, ao mesmo tempo era selvagem e cheio de raiva... Eu movi outro dedo para minha boca e a escuridão me atingiu. Era como se um flash preto tivesse tomado conta da minha mente e quando a imagem branca e real apareceu, minhas mãos não estavam mais sujas de sangue. Outro flash invadiu minha mente. Quando abri meus olhos novamente, para ver o que estava acontecendo em meu presente, nem mesmo o chão estava mais sujo com os pingos de sangue. __________________________ Eu estava aterrorizada depois que saí da enfermaria. Andrew havia me dito que perder o controle era normal durante a transformação, mas eu não sabia que era tão ruim assim. Tipo, lamber o chão? Eu não queria chegar nesse nível novamente. Alem de ser nojento era assustador. Em minha caminhada até meu quarto, onde pretendia passar o dia inteiro chorando por minha vida estar acabando, acabei encontrando Iawy na metade do caminho. Iawy estava diferente desde que chegou na divisão. O inccubus que geralmente usava apenas ternos no dia a dia, passou usar a roupas mais comuns para treinar as caçadoras que gostavam de se atirar para Andrew. Ele sorriu pra mim a partir do momento que seu olhar encontrou o meu.— Você fica extremamente linda sob a luz do dia, Roxie.— — E você é muito gentil quando está de bom humor, Iawy.— Eu disse. Eu o avaliei em minha frente, franzindo minhas sobrancelhas.— Você e Nyx estão muitos diferentes desde que voltei.— — Mesmo?— Ele sorriu, mostrando seus dentes perfeitamente brancos.— Deve ser apenas impressão.— Eu fiz uma careta.— Acho que sim.— — Gostaria de me acompanhar?— Iawy perguntou. — Eu não tenho nada melhor para fazer, mas se estiver indo para a biblioteca, onde provavelmente Andrew está, vou preferir ficar em meu quarto.— — Provavelmente ele estará lá sim. Mas eu não estou indo para a biblioteca.— Iawy passou seu braço quente e musculoso por meu ombro, me virando para a direção de onde acabará de vir.— Vamos fazer algo divertido, Roxie.— Iawy não se afastou de mim por nenhum momento durante nossa caminhada, por mais estranho que fosse dizer isso, eu adorava ter Iawy junto a mim, sempre. Algumas caçadoras me encaravam com um olhar fuzilador. Eu sabia o por que. A mulher do rei dos vampiros, a mulher que tinha um tratamento digno de um vampiro com o nome do diabo e a mesma que conseguia quebrar a seriedade do inccubus, estava de volta. Realmente, com tantos homens lindos em minha volta e ser tratada com respeito, eu tinha que ser invejada mesmo. Mas eu invejava


todas aquelas que passavam uma noite com Andrew. Nós caminhamos até um lugar que eu ainda não conhecia, mas acabou que nós começamos a descer uma escada subterrânea. — Você disse que era algo divertido,— o recordei, descendo os degraus cuidadosamente.— Isso não é bonito.— Iawy olhou para mim.— A divisão nunca foi um lugar muito bonito, Roxie. Desde que a H.S.S. Foi aberta, apenas sangue escorreu por aqui.— Um arrepio surgiu por minha espinha inteira, me dando a sensação de que Iawy não era feliz em quanto esteve aqui. — As vezes eu olho para você e penso que não o conheço inteiramente.— Murmurei. — Ninguém nos conhece melhor que nós mesmos. Mas você conhece minha melhor parte e isso que importa.— Ele me respondeu, com sua calma e seriedade de sempre.— Não existiria amor se todos conhecessem nossos verdadeiros seres do passado.— — Você não gosta daqui.— Falei minha suspeita.— Por que?— — Lembranças podem ser piores do que pesadelos.— Seus olhos que antes eram verdes, que agora estavam tão negros quanto a noite em um dia de inverno, foram para longe de mim.— Os humanos nunca nos aceitaram, todas as criaturas sobrenaturais capturadas eram mandadas para cá, para servir o governo dos humanos. As pessoas aqui eram tratadas como cachorros em trabalho de adestramento.— Eu não conseguia imaginar Iawy sendo capturado, então resolvi perguntar. — Como você foi capturado?— — Não fui.— A voz de Iawy se tornou fria e ele mal havia começado.— Meus pais...Juntos com os humanos, eles criaram esse lugar. Eles trataram criaturas sobrenaturais exatamente igual a eles, como se fossem animais. Nós, como os antigos, eramos respeitados pelos homens como se fossemos deuses. E eu treinei várias pessoas como caçadores para se tornarem leais aos humanos. E o treinamento não eram fáceis, eles tratavam mulheres e homens como iguais, os treinavam como se estivessem partindo para guerra. Uma guerra fria e mortal. Eu nunca concordei com isso e acabei tendo meu castigo por falar demais e na hora errada.— Ele ergueu sua mão para nossos olhos, aquela mão que havia uma cicatriz como se o tivessem queimado. — Eu pensei que você tivesse ganho isso quando era criança.— Eu murmurei a única coisa que consegui falar. — Magia, Roxie.— Ele disse.— Como a sua cicatriz de união, mas muito mais dolorido, acredite. Enfim...Quando os deuses, finalmente, decidiram tomar partido do planeta, criando outras criaturas sobrenaturais... meus pais tiverem o que mereceram por trair sua própria raça e aos deuses.— — Eu não sabia que sua raça foram os primeiros a existir.— — Nós somos criaturas do Egito, minha raça existe há muito tempo por causa disso. Nossos deuses precisavam de pessoas fortes para governar a terra.— Eu coloquei minha cabeça no ombro de Iawy, não parando de caminhar no extenso corredor que pegamos depois da escada. A resposta de Iawy com o meu ato, foi me puxar para mais perto do seu corpo.— Eu sinto muito por você ter feito outras pessoas sofrerem e pelo que aconteceu com seus pais.— — Isso foi há muito tempo, Roxie. As cicatrizes já se tornaram transparentes.— Nós paramos em frente de uma enorme porta de metal, como se fosse portas de um elevador. Ao lado dela, havia uma pequena caixa onde se deveria colocar uma senha ou suas digitais, isso não impediu Iawy de abri-la. — Espere.— Eu disse antes que pudéssemos entrar no local.— Se a divisão era propriedades dos seus pais...Isso tudo lhe pertence?— — Não mais. Eu passei esse lugar pra clave, para que eles continuassem a treinar os caçadores que gostariam de ser leais ao nosso mundo e o dos humanos. Mas eles preferiram mante-la fechada e escolher a dedos os melhores caçadores para terem seus próprios negocios.— Ele me explicou, virando seu rosto pra mim e finalmente me dando um sorriso.— Pronta para se divertir?— Perguntou. — Prontissima.— Retribui seu sorriso. O interior desse lugar não era muito diferente da porta. As paredes, os chãos eram todos de metais e


haviam muitas outras portas que pediam senhas e digitais. Por um momento pensei que Iawy havia descoberto meu segredo e iria me colocar em confinamento...Mas o inccubus que cuidou de mim em quanto minha imortalidade existiu, jamais faria isso comigo. Finalmente, nos paramos de andar pelo amplo corredor e pegamos uma porta a minha esquerda, que nos levou até uma sala grande e cheias de Armas. — Você pretende me matar, Iawy?— Eu brinquei quando cheguei perto de uma das prateleiras e notei que as balas eram de pratas. Dei as costas para as prateleiras e em minha frente havia um enorme retangulo com aquele mesmo metal das portas, como uma janela.— O que é isso?— Perguntei, me aproximando do metal. Mesmo próxima, não ouvi nenhum barulho ou senti cheiro de algo. Iawy se aproximou de mim e novamente se direcionou para a caixa eletronica de senhas. Lentamente aquela janela passou a se abrir e os barulhos selvagens e cheiro de sangue vieram a mim. Quando finalmente aquela janela se abriu totalmente, horror passou por mim. Abaixo de nós, como se fosse um enorme galpão, estavam todos as aberrações de Hebe. Não, eles não eram as criações de Hebe, esses eram os caçadores que foram infectados em quanto serviam a divisão. O ar fugiu de mim apenas por imaginar que esse séria o meu futuro.— Horrivel, não?— Iawy falou ao meu lado, mesmo não o vendo, sabia que seus olhos avaliava aqueles selvagens que tantavam escapar daquele galpão quando essa janela foi aberta. Os infectados agiam como cachorros em um canil. Não se auto atacavam, apenas latiam para as pessoas que os observava, mas as vezes acontecia de brigar uns com os outros. Horrivel e triste. Eu poderia ter conversado com cada pessoa que estava aqui, mortos agora. Meu coração se apertou ainda mais por saber que eles eram exatamente como minha irmã agora. O passado não demorou muito para invadir minha mente...Pierre me entregando uma estaca, eu a enfiando diretamente no coração da minha irmã mais nova em quanto ela tentava me atacar, mas impedida por correntes... Foi difícil manter minhas lágrimas em meus olhos, quando minha mente projetou Andrew passando o mesmo que eu passei com minha irmã, só que no lugar dela, seria ele me estacando. Eu senti algo duro e gelado tocar meu braço, apenas um puxão do presente para me tirar do futuro e do passado. Eu olhei para o que havia encostado em mim e era uma arma. Iawy segurava duas em suas mãos, com luzes vermelhas em seus topos que chegava até o outro lado do galpão. Eu não sabia que tipo de armas eram aquelas, pois nunca me interessei, mas sabia que poderiam fazer grande estragos. Eu olhei da arma para Iawy e franzi o cenho.— Isso é algo como tiro ao alvo?— Perguntei. — Irei ensina-la como usar uma arma. Isso não é um jogo.— Ele disse. — Eu pensei que séria divertido.— murmurei.— E eu não me sinto bem os usando como alvo.— — E é divertido. Lidar com armas sempre foi, acerte seu primeiro tiro e você se sentirá maravilhada.— Ele me entregou a arma e eu a peguei.— Não se sinta mal em atirar neles. Eles não são mais pessoas, Roxie. E se todos vissem seus futuros, eles desejariam a morte do que viver assim.— Hebe merecia ter sua própria raça morta, eu pensei finalmente. Deixei que a raiva consumisse meu corpo por estar sofrendo por culpa dessa deusa insana.— Tente acerta-los no coração. Essa luz vermelha facilitará para você e de maneira nenhuma, feche seus olhos quando disparar.— Iawy me instruiu dando um sorriso calmo para mim. Eu coloquei a arma em minha frente e mirei diretamente no coração de um homem que estava completamente sujo de sangue, rosnando para mim. Quando a pontinha vermelha estava em cima de seu coração, eu atirei. — Não consegui.— Falei para Iawy que estava me observando. O meu tiro teria derrubado um humano, com certeza. — Na próxima, quem sabe.— Ele disse.— Minha vez.— Iawy posicionou a arma em sua frente, aproximando seu olho dela , ele a disparou três vezes em seguida e acertou todas. Pouco a pouco os corpos foram caindo. — Você não precisava me humilhar tanto assim.— Falei, chocada com sua habilidade ao usar uma arma. — Tente mais uma vez.— Ele mandou.— Ninguém acerta nas primeira vezes. Nunca.— Eu tentei uma vez, duas vezes, na terceira vez eu desisti e passei a vez para Iawy. Toda vez que vi um filme


de ação sempre imaginei que era a coisa mais fácil do mundo acertar alguém com um tiro, mas não era tão simples assim. — Não existe nenhum perigo dessas criaturas fugirem daqui?— Eu perguntei, me preocupando. Iawy continuou a atirar nas criaturas, mas não deixou de me responder. — Considerando toda essa segurança é quase impossivel. Mas considerando que o impossivel sempre vira possível...— Eu fiquei tensa. Tensa demais apenas em imaginar novamente ter uma criatura dessa perto de mim. Eu senti movimentos atrás de mim e como a adrenalina ainda corria em minhas veias e a tensidade sobre essa pequena revelação ainda estava presente, eu me virei apontando a arma para o que quer que fosse que estivesse atrás de mim. Um vulto preto invadiu meus olhos e antes mesmo de identificar exatamente o que era, apertei o gatilho. Um grito de pura dor soou em meus ouvidos. Quando meus olhos pararam de pregar uma peça em mim mesma, e reconheci de quem era aquele grito, eu os abri. Andrew estava ajoelhado em minha frente, com Iawy em suas costas o segurando por seus ombros. — Eu vou mata-la, Roxie!— Ele rosnou em quanto pressionava uma de suas mãos sobre o seu peito direito. Eu fiquei paralisada com a cena tanto quanto ao ouvi-lo me ameaçar. — Qual é o seu problema, afinal?!— Ele explodiu, fechando seus olhos pela dor. Não havia mais sangue, pois sua ferida já havia se fechado. Mas uma bala de prata dentro do seu corpo, não era uma coisa muito bonita de acontecer com vampiros... — Me desculpe, Andrew, me desculpe.— Eu choraminguei, jogando a arma no chão. — Nós temos que tira-lo daqui e remover essa bala de seu peito.— Iawy disse.— Você precisa me ajudar a carrega-lo.— — Deixe-a longe de mim.— Ele rosnou novamente. — Não seja criança, Andrew.— Rebati afiadamente. — Eu não posso levanta-lo sozinho.— Iawy disse caminhando até mim para fechar a janela de metal atrás de nós.— Eu preciso da ajuda de Roxie.— — Faça sua fama de ser o incubbus mais antigo e poderoso ser real.— Ele nós respondeu sarcasticamente. Iawy arqueou sua sobrancelha e lhe lançou um olhar ironico. Era primeira vez em minha vida que via Iawy tendo essa reação.— Então faça sua fama de ser o vampiro mais antigo e homem alfa ser real, se virando sozinho.— Sua resposta foi tão irônica quanto sua cara, Iawy segurou em meu pulso.— Vamos, Roxie.— Nós começamos a andar e somente quando passamos pelo corpo ajoelhado de Andrew, que ele se pronunciou.— Esperem.— Seu tom de orgulho quebrado era obvio.— Preciso da ajuda de vocês, isso está doendo pra caramba para me virar sozinho.— Eu sabia que Iawy jamais o deixaria sozinho aqui, mas antes mesmo que Iawy continuasse com esse fingimento, eu já estava ao lado de Andrew colocando seu braço em cima do meu pescoço. Em questão de segundo Iawy estava fazendo o mesmo. — Por que essa maldita bala está afetando tanto meu corpo?— Ele perguntou, demonstrando que sua raiva ainda não havia ido embora. — Essas balas não são normais, foram criadas para matar os infectados. Elas são de plasticos com pó de prata por dentro, assim que recebem um grande impacto ao atravessar o corpo, o plastico se dissolve e toda a prata dentro se espalha por seu sangue.— Iawy explicou.— Foi uma grande sorte não ter acertado seu coração, caso contrario, você não aguentaria.— — Compreendo. Agora me explique...— Ele pausou, para soltar um suspiro dolorido.— O que diabos Roxie estava fazendo com uma arma?!— Nós o levantamos e seu peso em mim, quase me derrubou. Andrew estava sofrendo demais para manter todos seus escudos sem nenhuma rachadura. — Eu sinto muito.— Me desculpei, com sinceridade. A culpa estava tomando conta de todo o meu corpo. — Você deveria começar a se desculpar por todas as pessoas chorarão em meu tumulo.— murmurou com seu mal humor, mas que era bem vindo. — Vamos leva-lo para o hospital da divisão.— Iawy falou terminando de colocar a ultima senha na caixinha que nos levaria até a escada que descemos para chegar até aqui. Nós sofreríamos um


bocado nessa escada. Andrew soltou um gemido quando chegamos no topo dela, em quanto eu, estava quase desmaiando de carregar algo que pesava como um navio.— Você está bem?— Perguntei. — Oh,— Ele começou, seu tom irônico era tão afiado quanto seu sarcasmo.— Estou me sentindo como se tivesse caminhando nas nuvens em quanto proclamam meu nome como o deus da beleza... — Ele olhou para mim.— O que você acha, Roxie?— — Você não precisa ser tão arrogante.— Rebati furiosa. — Nós estamos quase chegando, se mantenha acordado, Andrew.— — Eu não posso fechar os olhos em quanto minha vontade é de derramar o sangue de certas pessoas.— Ok, ok...Eu admitia que era totalmente culpada, mas não precisava ser tratada como uma criminosa. Preferi me manter calada. E para melhorar a situação, nós acabamos encontrando Lúcifer no caminho. — O que aconteceu?— Ele perguntou, nos encarando. — Roxie me deu um tiro com balas de prata.— Andrew disse, sem nenhuma hesitação de jogar isso na minha cara. Lúcifer olhou diretamente para mim. — Sempre soube que mulheres eram traiçoeiras, mas não no ponto de usar algo mortal para vampiros.— Ele falou irônicamente. Maravilha, minha vida era um ponto de irônia e sarcasmo hoje. As coisas não podiam ficar melhor... — Nós precisamos leva-lo até o hospital. Você se importa se ficar no lugar de Roxie?— Iawy lhe perguntou e Lúcifer não hesitou em nenhum momento sobre trocar de lugar comigo, muito menos eu. Provavelmente era a ultima pessoa que Andrew gostaria de ter ao seu lado e eu estava cansada tambem... Até o hospital, eu me mantive caminhando em silencio atrás dos três, Andrew podia sentir minhas emoções e sabia que eu me sentia culpada. E ele poderia querer me matar o quanto que fosse, mas eu não precisava ter o tratamento de uma pessoa qualquer. Quando entramos no hospital, que era muito mais luxuoso do que aquela enfermaria que Andrew e eu entramos, Iawy e Lúcifer sumiram com Andrew dentro de um quarto e o médico fechou a porta do local logo em seguida, me deixando para fora. Mas eu preferi ficar pra fora, o que ocorresse lá dentro, não me interessava nem um pouco. Talvez eu visitasse Andrew mais tarde. Agora a poltrona de frente com o quarto, era o suficiente pra mim. Meia hora depois eu ainda estava me remexendo na poltrona, tentando encontrar uma boa posição, mas parecia que nada me agradava no momento. Mas somente depois de meia hora que alguém saio daquele quarto. Lúcifer estava com as mangas da sua camisa bordo escura dobradas até seus cotovelos e não deixava de estar amassada. Até mesmo seu cabelo estava desarrumado. Ele se jogou na poltrona ao meu lado, exausto.— Andrew está bem?— Me virei para ficar de frente com seu corpo cansado. — A prata chegou em seu coração.— Lúcifer falou, deixando meu coração apertado.— Ele não está muito bem...Mas é de Andrew que estamos falando, se vaso ruim não quebra, ele jamais passará perto da linha da morte.— Os olhos verdes esmeraldas de Lúcifer encontraram os meus e pela primeira vez, ele me deu o sorriso mais sincero que já virá.— Ele vai ficar bem, chupim.— — Eu vou acreditar em você, Lúcifer.— — Você pode...— — NO QUE ESTAVA PENSANDO QUANDO ATIROU EM ANDREW, ROXIE?— Nyx apareceu no corredor, interrompendo Lúcifer.— DESDE QUANDO FICOU LOUCA?— Ela parecia nervosa. — Nyx, eu...— — Olha, eu sei que essa coisa de mulher traída faz com que seus hormônios retornem a vida, mas isso não quer dizendo que você deve sair atirando no seu ex!— — Mulher traída?— Lúcifer cochichou ao meu lado. — Nyx, eu não atirei de proposito!— Me defendi.— Por mais que minha situação seja... complicada, eu jamais tentaria mata-lo.—


— Oh, ok.— Ela se acalmou, se sentando na terceira poltrona ao lado de Lúcifer.— O que aconteceu, então? A divisão está um caos por causa disso. Principalmente as mulheres.— Ciumes correu por mim, mas eu a deixei de lado. — Eu estava aprendendo a atirar com Iawy, acabou que Andrew me pegou de surpresa e disparei nele.— Expliquei da forma mais resumida que existia, ficar contando tudo, apenas me faria lamentar ainda mais.— Foi só isso que aconteceu— — Belo trabalho, chupim.— Lúcifer murmurou ironicamente. — Chupim?— Nyx perguntou, mas antes que Lúcifer ou eu pudesse responde-la, ela nos cortou.— Eu prefiro não saber, sendo amigo de Andrew, boa coisa não é.— Lúcifer revirou os olhos.— Muito educada.— — Obrigada.— Ela o respondeu com pura irônia.— Mas Andrew está bem?— — Ele ficará.— Lúcifer a respondeu. Eu me virei para a porta novamente e vi os movimentos de baixo dela que eram como sombras rapidas. Andrew, seu vampiro estupido e egocêntrico, comecei a falar comigo mesma, o ameaçando, se você não ficar bem...Eu juro que o matarei. Horas se passaram, foi tanto tempo que eu acabei perdendo a conta do tempo. Meu corpo novamente entrou em uma grande batalha com minha mente, pois eu não queria fechar os olhos para dormir, mas ele, meu corpo, necessitava disso. Acabou que meu corpo venceu a minha mente, novamente. Eu estava esperando encontrar Andrew em meus sonhos, mas não, isso não aconteceu em quanto estive dormindo, apenas a escuridão e minha mente brincando com imagens antigas. Quando eu acordei, foi somente para ver que Nyx e Lúcifer não estavam mais sentado no meu lado, as luzes do hospital inteiro foram apagadas e a noite já havia chegado. A luz do quarto de Andrew ainda estava acessa e haviam pessoas lá dentro, pelo menos eu não era a única nesse lugar abandonado. Eu pensei seriamente em retornar para meu quarto, já que o hospital, com apenas a luz do luar, estava me dando arrepios. Mas antes sequer de eu me levantar, a porta do quarto que Andrew estava foi aberta, revelando Iawy. Ele estava com uma expressão cansada e sua blusa estava suja de sangue. Seu olhar foi de surpresa quando me viu.— Eu não imaginei que você esperaria tanto tempo.— Iawy falou, quase sussurrando. — Ele está bem?— Foi a única coisa que consegui pensar a dizer, depois de tanto tempo em silencio e dormindo. Iawy sorriu para mim.— Eu não acho que uma simples bala derrubaria Andrew, Roxie.— Eu sorri com a noticia, mas logo meu sorriso se desmanchou. — Bem, eu acho que agora poderei ir para meu quarto e ter uma boa noite de sono em paz.— — Você pode ve-lo se desejar, ele está acordado.— Iawy avisou. — Eu não acho que ele queira me ver.— Por mais que esse fosse o meu desejo, era provavel que o desejo de Andrew era me ver enterrada. — Seu bom humor, quase inexistente, está com ele agora. E mesmo com tanto orgulho, ele adoraria ver a pessoa que ama.— Eu olhei para a porta que estava entreaberta, eu não vi quem estava procurando, pois a cama não estava até onde a porta me permitia ver.— Boa noite, Roxie.— Iawy falou, sabendo a decisão que tomei. Depois que Iawy sumiu do corredor, sem mais hesitação, eu empurrei a porta e entrei no quarto, a fechando logo atrás de mim. Em seguida, meus olhos varreram o quarto atrás de Andrew. Ele estava sentado, com suas costas apoiada na cama do hospital, e seu olhar para mim, não foi nem um pouco diferente do de Iawy. Surpresa por me ver ali.— Hei.— Eu murmurei, permitindo que meus olhos fossem até seu peito nu, mas ao mesmo tempo escondido por curativos. — Hei.— Ele murmurou de volta, de uma maneira simpática e bem vinda.— Eu não imaginei que você ficaria tanto tempo aqui.— — Eu me sinto culpada, não poderia estar em outro lugar sem ser aqui.— Seus olhos azuis, que não deixavam de ser frios, passaram por mim, encontrando os meus olhos no final.— Iawy me disse que vocês estavam conversando sobre as criaturas e isso a deixou tensa o suficiente para que agisse sem pensar. Eu não deveria ter aparecido em silêncio, sabendo que você


já teve uma experiencia ruim com elas. Sinto muito por meu comportamento.— — Tudo bem, Andrew.— Eu desviei meus olhos, olhando para minhas booties.— Eu atirei em você, talvez merecesse esse tratamento no final das contas. Você que deve me perdoar por ter estragado seus planos desse dia.— Afinal, uma mulher ficaria sem a companhia dele, já que ele estava na cama de um hospital. — Meus planos?— Eu o olhei novamente.— Hoje foi um pessimo dia, primeiro Lúcifer, depois você. Não acho que estou em uma boa situação em pensar no que perdi.— — Acho que não.— concordei com ele.— Mas eu poderia ter acertado seu coração e...— — Você ficaria ainda mais perdida do que já está no futuro?— Ele me interrompeu com um certo tom irônico, me deixando surpresa ao mesmo tempo. — Você estava ouvindo?— — Foi inevitável.— Andrew falou.— Eu a senti entrando no estadio e procurei por sua voz, quando a ouvi, deixei minha atenção no duelo para encontra-la...— — E Lúcifer teve sua vitória.— Eu completei sua frase, sem que ele pedisse. Seus olhos foram para a janela, quebrando qualquer ligação que nossos olhos estavam tendo. Eu sabia que Andrew era extremamente orgulhoso e que ele passava por cima disso quando o assunto era sobre nós e nossa complicada relação, mesmo que isso fosse dificil as vezes, mais era uma coisa que eu não fazia. Talvez estivesse na hora de começar a deixar de ser um pouco orgulhosa.— Você ouviu todos os comentários depois que entrei no estádio?— — Talvez. Você tem algo para perguntar?— — E você não tem nada para dizer?— Rebati sua pergunta com outra. Eu sei que decidi deixar o orgulho de lado, mas sua irônica me irritava. — Minha consciência está completamente limpa.— — Claro que sim.— Usei toda a ironia que existia em meu corpo, não lhe poupando um sorriso.— Tenha uma boa noite, Andrew.— — Roxie.— Ele me chamou, mas ignorar o seu chamado estava virando rotina.— Roxanny.— Ele quase nunca me chamava por meu verdadeiro nome... Mesmo eu o odiando, ele ficava muito lindo em seus lábios. Eu decidi dar uma chance a ele antes de ir embora.— Você prefere acreditar em uma pessoa que não conhece do que vir até a mim e perguntar se tal coisa é real. Você deveria se desculpar por essas coisas, não por atirar em mim.— — Você não dormiu com outras mulheres?— — Não, Roxie.— — Então se sabia que eu desconfiava disso, por que não disse nada antes?— — Porque eu queria saber quanto tempo você ficaria me apedrejando por um boato.— Seus olhos foram para longe de mim, novamente.— Por quanto tempo me culparia sem eu realmente ter feito algo.— A culpa me atingiu como se fosse uma onda atingindo as areias secas de uma praia. Novamente Andrew estava provando ter razão nas coisas horriveis que me disse naquele dia. — Eu sinto muito, ok?— Fiquei nervosa.— Sinto muito se eu não sou a adolescente tola que você conheceu há seculos.— — Eu não me importo que mude, Roxie. A cada minuto que você muda, eu a amo ainda mais.— Ele disse, me calando.— Mas não espere meu silêncio quando sua confiança em mim não existe.— — Nós nem temos mais um relacionamento, por que estamos discutindo isso?— — Por que eu me importo com você.— Seus olhos demonstrava raiva, mas um tipo de raiva que passaria se eu parasse de ser uma vadia.— E não trate tudo isso como se todo o seu amor por mim tivesse passado.— — Você sabe que eu o amo.— Eu disse.— Mas se prefiro acreditar em um boato do que ir até você, eu não posso voltar a ter um casamento normal, não agora.— E nem nunca.— Me desculpe novamente pelo tiro, mas agora estou indo para o meu quarto.— — Não vá.— Ele pediu.— Passe a noite comigo.— — Isso não é o certo.— Falei em quanto me aproximava dele, para lhe dar um beijo de boa noite antes de ir. — Pelo menos uma vez, dê uma trégua a tudo isso. Por favor.— Seus olhos encontraram os meus


quando estava ao lado da cama, eu permaneci em silencio por vários segundos em quanto pensava nessa proposta. Não resistindo, passei os dedos por sua testa, para tirar alguns cabelos que incomodavam minha visão em seus olhos que eram azuis perfeitos. Andrew pegou minha mão quando a afastei, passando seu polegar por ela, em uma forma de carinho.— Eu preciso de você agora.— Ele sussurrou. Fechei meus olhos e suspirei fundo. Manter minha mordida escondida, ainda era prioridade, mas eu estava morrendo e perderia Andrew para sempre... Eu tinha que desfrutar dele as vezes. Mesmo que o certo séria eu virar as costas e ir embora, mas eu não conseguiria.— Não me faça me arrepender sobre isso.— — Eu prometo que não irá, cherrie.— Andrew olhou nos fundos dos meus olhos e isso fez com que minhas pernas tremessem, de tal forma que não me importei de ser chamada com o meu velho e lindo apelido. Sem mais nenhuma palavra e com minha decisão tomada, sentei em sua cama e em seguida deitei ao seu lado, usando seu ombro de travesseiro. Andrew passou seu braço por trás de mim, para que sua mão ficasse em minha cintura. Eu permiti que meu corpo ficasse virado para ele e ainda coloquei uma das minha mãos em seu abdómen. Andrew ficou rigido ao meu toque. Admito ter ficado feliz em saber que meu toque o afetava tanto quanto sua mão em minha cintura, que estava quente, forte e me protegendo de uma queda. Eu deixei que ele sentisse minhas unhas, o que fez sua rigidez ficar ainda mais forte. — Não provoque se não quer ser provocada.— Ele avisou e eu tomei isso como um conselho. Nada poderia acontecer. Apenas isso. Mas eu não deixei de sorrir e quando ele olhou para mim, eu escondi meu sorriso sob seu peito, exatamente como uma criança fazia quando estava brincando. — Você irá para o baile?— Perguntei, quando ele afastou seus olhos de mim com um sorriso tambem. — Se você não tentar me matar amanhã, talvez.— — Talvez?— Metade de mim gostaria de aparecer no baile para se divertir, a outra metade para ver Andrew...Oh, quem eu estava tentando enganar? Eu só estava indo para ve-lo, somente isso. — Eu gosto que sintam minha falta...Isso me faz sentir amado, não que eu precise disso para saber que todos me idolatram.— Ele usou uma desculpa. Andrew tinha um motivo para não ir, apenas não queria me dizer. Eu preferi seguir no assunto de sua desculpa do que tentar arrancar a verdade dele. — As pessoas poderiam odia-lo por tanto amor que sente por si mesmo.— — Me odiarem por amar muito a mim próprio? — Ele fez uma careta.— Ótimo, que continuem odiando.— Eu levantei meu rosto e encostei meus lábios em seu peito, somente para que em seguida ele sentisse meus dentes em sua pele. Andrew se arrepiou.— Cherrie...— Eu senti que isso era seu ultimo aviso antes de me atacar, caso eu o provocasse novamente. Era extremamente errado provoca-lo, mas ele mesmo sugeriu uma trégua, eu estava apenas aproveitando isso. — Desde pequena,— Eu comecei, deixando minha voz séria.— Minha mãe e eu nunca nos demos bem. A maior parte de amor que recebi em minha casa foi de meu pai e das minhas irmãs. Quando você apareceu em minha vida, ela fez questão de me dar a você como uma recompensa por ter salvado minha vida, pois queria se livrar de mim. Sua presença, foi um presente para ambas. Eu fiquei desesperada para me casar, para sair de casa por uma inútil ideia de que sentindo minha falta, ela me amaria mais um pouco... E quando você me transformou em vampira, ela passou a me odiar por completo.— Eu decidi contar uma parte do meu passado, pois estava seguindo o conselho de Seline.— Tudo que ela fez para mim depois de ter me transformado, não me chocou. Apenas deixou a verdade clara e isso foi o que mais doeu.— Andrew estava olhando para o teto, mas eu sabia que ele estava me ouvindo, pois senti seu aperto em minha cintura ficar ainda mais forte, em quanto ele trazia meu corpo para mais perto do dele. — Por que está me contando isso?— Ele sussurrou. — Eu não sei.— soltei um risso nervoso.— Talvez porque eu saiba que se sinta culpado pela relação que eu e minha mãe tivemos.— Andrew não disse nada, ele apenas virou sua cabeça e pressionou seus lábios fortemente em minha testa. — Obrigado.— Ele murmurou, ainda com seus lábios próximos de mim. Eu o abracei fortemente,


como uma criança assustada abraçava seu ursinho de pelucia na hora de dormir. Como se aquela pequena coisa de algodão fosse a proteger de todas as maldades da noite, mas Andrew era mais que isso...Andrew era muito mais que qualquer coisa. ___________________ Eu abri meus olhos quando a luz do dia clareou todo o lugar, inclusive a minha vista, ainda fechada. Mesmo acordando, eu não me movimentei, pois fiquei chocada em como Andrew e eu mudamos de posição em quanto dormimos. O abdomen de Andrew que antes apoiava minha mão, agora estava em minhas costas, seus braços fortes que exalava segurança, um me segurava e outro servia de travesseiro para minha cabeça. Nossas pernas estavam estranhamente enroladas. Eu respirei fundo lentamente apenas por senti-lo em minhas costas, isso era uma coisa maravilhosa. Sabia que dependendo do meu movimento, Andrew acordaria. Com ele não existia essa coisa de sair em quanto dormia, pois Andrew era pior do que cão de guarda, nem mesmo em quanto dormia parecia que estava dormindo. Levantei minha cabeça lentamente, ao mesmo tempo que erguia meu tronco, meus cabelos loiros varreram pelo braço de Andrew e... Eu sufoquei um grito ou um choro. Uma mecha do meu cabelo não havia acompanhado as outras, uma mecha loira havia ficado nos braços de Andrew. A transformação... Meu coração começou a acelerar, rapidamente. Os olhos azuis e totalmente selvagens, de Andrew, se abriram rapidamente. Eu me sentei na cama, ainda buscando meu ar para não cair ao choro. Meu cabelo não...— O que foi?— Ele perguntou se setando, apenas quando moveu seu braço ele viu a mecha. — Meu cabelo...Seu braço...— Eu me confundi toda, eu não poderia arrumar uma desculpa para isso. — Eu lhe machuquei?— Ele perguntou, pegando a mecha para leva-la até seus olhos.— Me desculpe, eu não tinha intenção.— — Não.— Eu o olhei.— Não é sua culpa.— Andrew pegou minha mão e colocou a mecha nela.— Eu deixei que minha barreira se quebrasse mais que o normal, não deveria ter permitido isso sabendo que você estava comigo.— Ele parecia aborrecido. Andrew estava me segurando fortemente quando acordei e mesmo assim não senti diferença...Santo Deus. Eu não sabia o que doía mais, saber que a transformação estava ocorrendo ou a perda do meu cabelo... — Está tudo bem.— Eu sorri, fazendo com que as lagrimas que se formaram em meus olhos voltassem da onde saíram. Eu passei as costas da minha mão em seu rosto.— Eu não me importo em ganhar hematomas de você.— Andrew sorriu, um sorriso verdadeiro.— Talvez se passarmos cola resolva o problema...— Eu franzi o cenho e mantive minha voz séria, muito séria.— Não seja louco de pensar em uma coisa dessa.— Nós rimos juntos. Uma coisa realmente rara de se acontecer. Principalmente vindo de Andrew. Depois desse momento, ele se aproximou de mim, colocando suas mãos em minhas costas para me segurar e roçou seu nariz ao meu, fazendo com que meus olhos se fechassem e minha alma derretesse em mil pingos.— Eu acho que nossa trégua acaba aqui.— Ele sussurrou, não se afastando de mim. Oh, para o inferno com essa maldita trégua, ela apenas terminaria quando eu quisesse. Eu puxei sua cabeça com minhas mãos, deixando a mecha de lado, e beijei seus lábios com toda a delicadeza que consegui. Andrew não podia notar que minha força estava aumentando. Quando ele correspondeu, puxei meu corpo para mais perto do dele e o beijei com mais vontade. Ainda me controlando. Andrew começou a me puxar pela cintura e eu passei a ficar ofegante com a minha própria abordagem. Eu senti algo explodindo dentro de mim quando sua língua roçou na minha, algo tão grande que tive que controlar tudo para não avançar em cima dele. Somente quebrei o beijo quando notei que aquilo dentro de mim ficou ainda maior e eu não poderia mais me segurar. Talvez isso fosse apenas a necessidade de ter Andrew de uma maneira que


somente eu poderia ter, era impossivel que isso fosse parte da transformação...— Eu acho que agora a trégua acabou.— Falei ainda ofegante. Andrew abriu seus olhos e para que eu não ficasse perdida naquele oceano frio, pulei da cama e comecei a sair do quarto. — Roxie.— — Sim, Andrew?— Eu me virei para ele, não deixando de andar até que minhas costas encontrasse a porta e minha mão o trinco. — Como estará vestida no baile?— Ele perguntou. Eu sorri, sabendo que essa pergunta era um sim para a minha na noite anterior, de que se ele apareceria no baile.— Nada que não seja uma novidade.— Eu o respondi abrindo a porta. Meus olhos apenas se desconectaram com os dele, quando sai do quarto, com um ultimo sorriso. O que havia acontecido era tão errado quanto vampiros saírem para tomar um banho de sol. Isso jamais poderia voltar a acontecer. Eu ainda estava viva e tinha que viver, mas não podia sair prejudicando os outros em quanto respirava. Tinha que manter Andrew longe de mim e fazer com que quando eu morresse, ele não sentisse tanta raiva. Isso era impossivel, eu sei. Todos nos conheciam por sermos os vampiros que deixamos o sangue de lado por causa do amor, mas... Eu não podia partir e deixar sua alma negra para o deleite de Hebe. Várias caçadoras me encararam em quanto estava saindo do hospital e eu me sentia tão pequena, tão horrivel e estranha que não pude revidar o olhar feroz. A transformação estava acontecendo tão rápido que parecia que elas me enxergavam como o monstro que eu me tornaria, por tanto ódio por causa desse maldito boato. Elas não entendiam que ele era meu. Que Andrew pertencia somente a mim, e talvez, sempre pertencesse. Antes imaginar o futuro sem ele, eu me sentia perdida. Mas agora imaginar minha vida sem um futuro...era mais facil admitir que meu passado, depois de ser transformada em uma vampira, era um sonho. Depois que entrei em meu quarto, me joguei em minha cama e fechei os olhos, deixando que uma boa memoria do passado viesse até a minha mente, para me acalmar. Eu estava em cima de uma árvore, sentada em um tronco, com minhas pernas colocadas uma de cada lado da velha parte que pertencia a enorme árvore. Não me importava de estar com vestido ou que essa arte me sujasse toda. Agora o que importava era a vista noturna para o enorme campo de flores com um lago ainda maior, que se tornava brilhante por causa do reflexo das estrelas e da lua.— Cherrie, você vai se machucar.— A voz masculina invadiu meus ouvidos, com um sotaque frances ainda maior que o meu. — Você precisa ver isso, Andrew.— Falei, ignorando essa pequena possibilidade.— É incrivel.— — Incrivel é sua capacidade de subir em uma arvore com esse vestido.— Eu desviei meu olhar do campo e o olhei, admito que minha visão de agora era ainda mais linda do que a de um campo durante a noite.— Você não esperava que o tirasse para subir até aqui, certo?— — Considerando as outras coisas que se demonstrou ser capaz...— Ele ergueu suas sobrancelhas ao final da sua frase. Revirei meus olhos, apesar do meu noivo ter um ponto de razão. Se meus pais soubessem do meu comportamento diante de uma pessoa que estava preste a me casar, eles me matariam. Talvez eu devesse passar a agir como uma verdadeira dama e deixar as travessuras da minha adolescencia de lado, afinal, meu casamento já estava marcado. Eu não poderia ser mais uma adolescente.— Se me permite, me agrada muito o seu comportamento. — Ele disse, como se tivesse lido meus pensamentos. Eu sorri para ele.— Agora desça dai, cherrie.— Eu me virei no tronco para permitir que minhas pernas se encontrassem novamente e de repente a altura que estava, parecia ser grande demais. Eu, realmente, fiquei com medo de saltar agora. Escalar uma árvore era divertido, mas eu nunca gostei muito da descida. — Você está com medo agora?— Novamente ele fez isso...Novamente Andrew falava como se estivesse em minha mente. As vezes isso se tornava assustador, mas a maioria delas era algo...interessante. — Eu não estou com medo.— Uma mentira.— Apenas tenho uma leve impressão de que minha queda não será muito adequada.— Nós nos olhamos por vários segundos e então Andrew ficou mais próximo da árvore.


— Vamos lá, salte que eu a pegarei.— — Eu não acho que você aguentara o meu peso e mais o do meu vestido.— Arrumei uma desculpa. Eu não pretendia machuca-lo tambem. Um rosto tão lindo não poderia ser estragado... — Oh, cherrie,— Ele começou com um tom um pouco irônico.— Não é como se você fosse ficar viuva antes de casar. Não pretendo morrer tão cedo.— — Você brinca com a morte como se ela fosse sua amiga.— — Talvez.— Andrew disse.— Agora, pule.— Eu engoli em seco e fiquei hesitante. Isso não seria uma boa coisa de se fazer, mas talvez isso envolvesse confiança... Eu tinha que confiar em Andrew, ele era o homem que se tornaria meu marido e cuidaria de mim. E se nós nos machucarmos , Andrew estava disposta a ganhar hematomas comigo.— Tudo bem.— Coloquei minhas mão ao lado do meu corpo e as usei para empurra-lo à frente. Mas antes de saltar, fiz questão de fechar os olhos, eu não gostaria de ver minha própria morte acontecendo. Eu ouvi um risso baixo vindo de Andrew. Claro, ele estava se divertindo. Sem mais nenhuma excitação, eu saltei. Sem nenhum aviso prévio, sem nenhum alerta...Apenas pulei do tronco ainda de olhos fechados. Como Andrew havia falado, ele me pegaou. Mas não foi tão perfeito assim. A partir do momento que senti suas mãos em minha cintura, fortes e protetoras, nós dois fomos ao encontro do chão. Eu abri meus olhos finalmente, encontrando uma imensidão de um azul puro e frio. O corpo de Andrew estava em baixo do meu e suas mãos ainda seguravam minha cintura. Parecia que seu corpo foi criado para ter o encaixe perfeito do meu corpo quando estavam juntos...— Bem,— Eu comecei, tentando tirar a tensão de ficarmos tão próximos um do outro.— Olá.— Sorri, mas não deixando de ficar nervosa. Eu nunca havia sentido o corpo de Andrew como estava sentindo agora. O olhar de Andrew estava diferente, uma expressão que nunca havia visto antes. Seus olhos sempre me mostravam que ele me via apenas como uma adolescente, mas agora... Eles estavam me avaliando como uma mulher.— No que está pensando?— Perguntei, já que não tinha o mesmo dom que ele tinha em adivinhar o que se passava por minha mente. Ele sorriu, um sorrisso irônico.— Seus pais me colocariam na fogueira se soubessem o que penso sobre você.— Eu senti minhas bochechas ficarem quentes como brasas. — Me desculpe, não queria constrangê-la.— Eu rolei de cima dele até o chão ao seu lado, se ficasse mais tempo sentindo seu perfeito e real corpo em baixo de mim, eu não não ligaria mais se ficasse constrangida. Posicionei minha cabeça em seu peito, mas meu corpo não ficou tão próximo do dele, pois meu vestido não permitia que isso acontecesse. Isso era ótimo. Andrew passou seu braço por mim, me deixando ainda mais confortavel. Era primeira vez que me deitava assim com um homem e essa sensação era ótima. — Você nunca me respondeu o por que de ter aceito essa loucura da minha mãe que fez de mim sua noiva.— Eu falei, esperando uma resposta. Andrew soltou um suspiro e então começou a falar.— Minha mãe dizia que a partir do momento que encontrasse uma mulher que me recordasse algo que realmente amo, ela seria perfeita para mim.— Eu levantei meu tronco para olha-lo melhor.— O que eu te recordo?— Perguntei. Andrew não se moveu, ele apenas continuou deitado no gramado, mas seus olhos estavam em mim e então sorriu. — Talvez um dia te conte.— Eu lhe fiz uma careta, uma careta de quem não havia gostado da resposta.— Você não confia em mim?— Ele perguntou sarcasticamente. — Eu sempre irei confiar, Andrew.— Eu abri meus olhos e deixei o passado de lado apenas por que uma batida na porta do meu quarto havia soado fortemente em meus ouvidos. Eu me levantei para ir até a porta e a abri somente para ver o rosto sorridente de Nyx segurando uma caixa.— Boa tarde, Roxie.— Ela entrou no meu quarto, sem ser convidada. Mas Nyx não precisava de convite para ser bem vida. — Por que você está com uma cara de morta pior que o normal?— Perguntou. — Nada muito importante.— Falei, não querendo perder o resto do dia falando de Andrew e de como sou uma vadia por completo. — Uhum.— Ela foi sarcastica, me olhando com seus olhos azuis de uma noite calma.— Eu vou fingir que acredito, pois estou cansada de ouvir as caçadoras falando de Andrew e Lúcifer. Ainda bem que não tocam no nome de Iawy por saberem que estou as vigiando, caso tentem devorar meu homem com os olhos.— Eu gostaria que todas tivessem


medo de mim como tinham de Nyx, pelo menos assim não haveria boatos de que sou uma chifrada. Por mais que não fosse verdade, era um saco viver com isso. — O que é isso?— Perguntei sobre a caixa que segurava, mudando de assunto. Esquecer meus estresses, era isso que tinha que fazer para ter um baile perfeito. — Sua fantasia.— Ela sorriu e eu nivelei meu olhar entre Nyx e a Caixa. — Por que essa caixa me parece tão pequena pelo tamanho do vestido que eu escolhi?— — Eu acho,— Ela deu de ombros.— que você viu o numero na etiqueta errada.— Ela entregou a caixa para mim e começou a sair do meu quarto. — Onde está indo?— — Acho que você vai precisar de privacidade para experimentar a sua fantasia.— Nyx falou e fechou a porta logo que saio. Eu deixei que ela saisse, pois sabia que a partir do momento que abrisse essa caixa, mataria a licantropa albina. Eu a coloquei na cama e sentei ao lado da caixa. Quando abri, eu tive certeza que hoje seria o ultimo dia que Nyx respiraria na terra. E eu pensando que minha melhor amiga estava deixando de ser uma cachorra e se transformando em uma gatinha. Mas não, tudo que aconteceu foi eu caindo nas garras dessa louca que chamava de amiga. Uma roupa de odalisca, foi isso que Nyx comprou pra mim em vez de um vestido antigo. Eu já estava agindo como uma vadia, agora me vesteria como uma. Maravilha. Eu tirei a roupa para avaliar e tive ainda mais vontade de morrer. A saia era enorme, provavelmente, chegaria até meus pés. Ela tinha duas aberturas frontais saindo do quadril, era inteiramente vermelha cor de sangue. Provavelmente se eu rodasse, a vestindo, ela se tornaria maior do que um guarda-sol. O cinturão, servia para tampar até acima das minhas coxas, já que as aberturas eram indecentes. Ele era todo bordado, fazendo listras simples com miçangas douradas e o bustiê, vermelho, não era muito diferente dele, bordado com desenhos árabes, tinha as miçangas douradas e algumas prateadas. A franja saindo do meio do bustiê combinava com os bordados em geral. Havia tambem uma diadema, ela era dourada com pedras vermelhas em volta e na lateral uma folha, bordada com as mesmas miçangas do cinturão. Com certeza essa vestimenta era divina, mas não para mim. Nunca em minha vida usei uma fantasia vulgar, nem mesmo realizar algum fetiche de Andrew...E agora eu iria me opor para todos. Eu tinha um bom corpo, realmente, mas raramente o valorizava usando roupas que demonstrasse minhas curvas. Quando era Andrew que escolhia algo para eu vestir, ele fazia questão de pegar uma coisa agarrada para que elas, minhas curvas, ficassem ressaltadas...Mas isso, uma roupa de odalisca, era demais. Ela apenas cobria minhas partes intimas e nada mais. E a mordida, essa maldita mordida ficaria inteiramente exposta. Eu não poderia ir ao baile com essa roupa, de jeito nenhum. Eu guardei tudo dentro da caixa, me conformando de que eu não veria Andrew nesse baile, já que eu não apareceria. E arrumar uma desculpa para Nyx, seria complicado, pois não poderia fazer algo como os humanos faziam. Dizendo que estavam com dor de cabeça ou que não estavam bem...Sendo uma vampira, era impossivel usar isso como ajuda para se livrar de algo. Caminhei até a janela, pensando que a vista, para o nada, clareasse minha mente e viesse uma ideia magnifica do por que não aparecer no baile... Mas isso não aconteceu, simplesmente quando cheguei na janela, no banco em que Andrew estava sentado quando cheguei na divisão, com seus braços esticados pelo encosto e com seu cabelo ainda mais vermelho por causa do sol, estava Dale, o inccubus que ajudou meu casamento a se tornar um furacão de confusão. Sem pensar duas vezes, eu fechei meu quarto e fui ao encontro dele. Eu sei, isso era insano. Mas Andrew não foi o único próximo a perder Sophie.


14— Dale.— Eu o chamei, quando fiquei próxima do banco, mas não tão próxima. O incubbus de cabelos vermelhos, com uma cicatriz perto do se olho feito por Andrew, olhou pra mim por cima do seu ombro e rapidamente ficou de pé, se afastando, como se eu fosse uma coisa ruim. — Roxie.— Ele me cumprimentou educadamente. Eu engoli em seco, tudo isso era tão estranho... mas agora que eu já havia feito a insanidade de caminhar até aqui, tinha que continuar com a loucura.— Eu fiquei sabendo sobre Sophie logo que cheguei e acho que quase ninguém sabe do seu pequeno caso com ela... Então, sinto muito por sua perda.— Dale me avaliou com seus olhos cinzas por um longo minuto, eu fiz o mesmo. E, aparentemente, ele parecia abalado. — Você não deveria estar aqui, Roxie.— Ele disse finalmente. É, eu não deveria. Se alguém me visse aqui e isso fosse para os ouvidos do Andrew, eu estaria morta antes da transformação acontecer. — Eu sei.— Eu disse.— Mas...— Eu tentei começar algo, mas Dale me interrompeu antes mesmo que isso acontecesse. — Eu estraguei seu casamento por bobeira, você deveria me odiar e não estar aqui falando que sente muito por causa da minha perda por Sophie.— — Por que me beijou, Dale?— Eu perguntei, fugindo totalmente do assunto do por que estar aqui. Ele me encarou, surpreso. Claro, nenhum homem esperava isso de uma mulher. Geralmente elas partiam no tapa por ter feito a vida delas um inferno. — Você não pode negar que é uma pessoa interessante e com toda essa coisa de vampiros não sentirem amor, eu não pensei que você fosse diferente.— Ele explicou, não era uma boa explicação... mas para um homem, isso era o suficiente. — Meu casamento era uma tempestade muito antes disso acontecer, nós apenas nos escondemos da chuva conforme se passaram os anos.— eu olhei para Dale.— Lógico que eu quis lhe matar, mas agora...Com tantas coisas acontecendo, não vejo o por que virar a cara pra você.— Ok, muito insano. Mas eu estava morrendo e Dale era uma boa pessoa, eu não queria ir embora com uma má situação com alguém. — Você está me perdoando?— Ele franziu suas sobrancelhas, totalmente confuso. — Criaturas sobrenaturais não perdoam, Roxie.— — Eu sou uma criatura diferente, então. Eu gosto de você, Dale, como um amigo.— Eu falei.— Você salvou minha pele daquelas caçadoras quando cheguei aqui, apenas estou pagando a divida.— — Obrigado, Roxie.— Dale sorriu, mas era um sorriso triste. Ele estava sofrendo por causa de Sophie, talvez eu falaria que era por toda a situação... mas não, eu vi essa mesma expressão nos olhos de Lúcifer quando estava falando da sua amante, esse era olhar de uma pessoa orgulhosa que não admitia que estava sofrendo. Meu próximo passo, foi algo que nunca deveria ter acontecido, pois era totalmente errado. Eu abracei Dale, não da forma que abraçava Andrew ou Iawy... De uma forma quando estranhos estavam mostrando que sentiam muito pelo o que aconteceu. A resposta de Dale foi a mesma. — Eu sinto muito mesmo por causa de Sophie, ela era adoravel.— Murmurei. Dale não disse nada, mas quando voltou a falar, foi apenas pra parar meu coração. — Eu acho que joguei novamente seu casamento em uma tempestade.— Ele disse, me soltando. Eu


me virei, dando as costas para Dale. Na verdade, meu desejo era de empurra-lo morro a baixo, no momento e dizer para Andrew, que estava parado a metros de nós com um olhar que dava medo em qualquer pessoa, que ele virá apenas uma miragem. Mas não, eu não poderia fazer isso, pois logo uma pequena e calma onda, cheia de raiva e ciúmes invadiu meu coração. A barreira estava se quebrando, mas não de proposito. Isso não me machucou, foi algo realmente leve, mas isso acabou machucando outra pessoa. Eu respirei fundo, me preparando para enfrentar meu novo problema, mas antes mesmo de pensar em começar andar até ele, Andrew se virou e foi embora. Eu iria atrás dele, com certeza. — Você vai para o baile?— Perguntei, antes de me despedir. — Não dessa vez. Ficarei de olho em Jake, ele tambem não quer participar dessa festa, me ofereci para cuidar do garoto.— — Por que ele não quer?— — Sua família foi morta em uma festa, Roxie. Ele não participara de uma por um bom tempo.— Ele explicou.— Agora vá logo antes que as coisas piorem.— — Até mais, Dale.— Eu sorri para ele antes de começar a andar na mesma direção que Andrew foi. Lógico que quando eu comecei a andar, nem mesmo o rastro do cheiro do vampiro que costumava ser meu marido havia mais. Haviam tantas pessoas caminhando pela divisão, algumas até histericas, que eu não poderia rastrea-lo por seu cheiro. Uma mão forte se passou por meu braço, me segurando e impedindo que continuasse meu caminho. Essa pegada não estava me machucando, então cortei a possibilidade de ser Andrew, mas o jeito que segurava o meu braço, não era maneira correta de alguém me segurar. Eu me virei na direção de quem havia me impedido de andar, apenas para ver a mesma mulher de cabelos chocolates, que havia se juntado a Andrew no bar no dia em que eu fui embora da divisão. — Hei, pequena caçadora com cabelos oxigenados.— Ela disse de forma arrogante. — Me solte.— Eu exigi, puxando meu braço em uma tentativa inutil dela me soltar. Mas isso não foi o suficiente, a unica coisa que aconteceu foi que ela tornasse o aperto mais forte e me puxasse para perto. — Você deveria escolher com que homem vai para cama e não ficar se esfregando em todos como uma meretriz.— Eu fiquei chocada com o modo que ela falou. Eu sei que Andrew e eu não estavamos mais juntos, mas não oficializamos isso publicamente para eu deixar de ser rainha...Seja qual for a raça dela, ela deveria me respeitar. — Eu sinto muito se nem todas tem a sorte de encontrar um homem que agrade o mundo inteiro e te faça sentir magnifica por saber que aquilo lhe pertence.— Eu rangi entre os dentes. Ela soltou um riso amargo e ironico.— Nem todas podem agir se um indivíduo está cegando todos os homens desse lugar. E o seu marido é o único esperto nessa laia e oh... Ele é incrivel.— Eu não iria cair no jogo dela, não mesmo. Andrew mesmo disse que não dormiu com ninguém e ela era a pessoa suja aqui, não ele. — É uma pena que eu não possa lhe deixar um hematoma, ver a cor do seu sangue não seria o suficiente pra mim.— Falei. Ela apertou ainda mais meu braço, com uma força que nem mesmo Andrew chegará a usar em mim. Eu gemi com isso. — Há algum problema acontecendo aqui?— Ouvi uma voz masculina, com um sotaque que até hoje não havia conseguido distinguir. A voz que eu tinha vontade de matar as vezes, mas agora, era bem vinda. A mulher me soltou e deu algum passos para trás. — Nada está acontecendo, Lúcifer.— Eu disse indo até ele, no caso dela querer me atacar novamente. — Claro que não.— Ele disse com um tom irônico.— Devo estar imaginando coisas.— Eram nessas horas que eu passava a ama-lo... — Vamos.— Eu o puxei por seu braço e ele sorrio irônicamente para a mulher, que apenas se manteve em silencio. Nós começamos a andar para longe do caminho que eu estava indo, eu decidi procurar Andrew depois, com essa matilha de caçadoras tentando me pegar, eu preferia ficar fechada no meu quarto.


— Você está bem, chupim?— Lúcifer perguntou, com seus olhos verdes no braço que aquela louca havia segurado. — Você salvou minha pele, Lúcifer. Obrigada.— Agradeci. — Não me agradeça. Eu gostaria de ter visto vocês duas brigando, sangue rolando... Mas ela estava sendo muito arrogante e estupida.— Ele disse.— Quem pode pensar que eu dormiria com você?— Ele franziu o cenho, agindo como se isso fosse seu pior pesadelo. — Inveja faz com que as pessoas acreditem no ridículo.— Murmurei. — Você não está desesperada como as outras mulheres para ficarem prontas para o baile...Por que? — Lúcifer perguntou, mudando de assunto. — Eu não vou para o baile, Lúcifer.— Disse.— Nyx fez a façanha de trocar minha fantasia, decente, por uma roupa de odalisca.— Lúcifer riu, realmente riu. Eu lhe lancei um olhar fuzilante.— Roxie, essas caçadoras estão querendo lhe deixar para baixo, você não aparecendo, fará que isso tenha mais sentido ainda pra elas.— Ele disse— E não tem por que ficar envergonhada por causa da roupa, você tem um belo corpo. Aproveite isso.— Lúcifer me olhou seriamente agora.— Chega de fugir, chupim.— — Sim,— sorri para Lúcifer.— chega de fugir.— Essas caçadoras não poderiam pensar que o MEU homem estava no mercado dos solteiros. E sim, minha roupa era escandalosa, mas era com ela que eu teria os olhos de Andrew apenas em mim. E sobre a mordida? Quem se importava?Maquiagem existe para casos como estes.— Eu te vejo lá?— Perguntei. — Com certeza, milady.— Me respondeu.— Você precisará de uma segurança extra se quiser sair de lá viva.— Depois que Lúcifer me deixou no meu prédio, para que nenhuma caçadora, ou a mesma, viesse para cima de mim novamente. Eu corri para meu quarto pra me arrumar. A noite estava quase chegando e eu tinha muito o que fazer. Principalmente a parte de ter que esconder minha mordida. Depois de uma hora fechada do no meu quarto, eu estava com meia fantasia posta e em frente do espelho passando diversos tipos de pó e corretivos ma mordida. Não estava ficando perfeito mas dava para o gasto, aquelas franjas do bustiê tampariam a maquiagem, dando um disfarce perfeito. E a noite era perfeita para se esconder. Sempre. Quando dei meus últimos toques na maquiagem que cobria um grande e horroroso hematoma em cima das minhas costelas, eu acabei de colocar minha fantasia. Depois de pronta, eu me admirei no espelho. Eu ainda não gostava dessa roupa, principalmente agora que fui obrigada a tirar minhas booties e colocar uma sapatilha simples que veio junto com a fantasia. Mas fora isso, eu estava bem. Com todos esses acessórios dourados por meu corpo e a maquiagem extremamente exagerada, eu estava me sentindo a própria rainha do Árabe. E o tom do vermelho com o dourado combinaram bem comigo. Principalmente com meu cabelo, que estava caindo aos poucos... Eu me encarei no espelho, olhando diretamente em meus olhos que eram azuis gelo, destacado hoje pelos delineadores pretos. Não importava quanta maquiagem usasse na mordida, eu não poderia esconder que a morte estava próxima de mim, em meus olhos. Uma batida na porta fez com que minha conecção comigo mesma acabasse. Eu pensei que fosse Nyx, mas nós combinamos de nos encontrar no baile... E era impossivel ser Andrew, ele provavelmente queria me ver no caixão, no momento. Quando abri a porta, fiquei surpresa por quem estava lá e não por sua fantasia. — Chupim.— Lúcifer disse com um sorriso irônico quando nossos olhos se encontraram. O vampiro loiro, que já tinha fama de demonio, estava fazendo jus a isso. Mas não era uma fantasia do diabo que todos estavam acostumados a ver. Ele vestia um smonking, com o paletó e gravata borboleta vermelhas, tendo sua camisa branca e sua calça preta. Não faltaram tambem uma cauda e seus par de chifres. — Isso combina com você, Lúcifer.— Ele acenou com a cabeça.— O que está fazendo aqui?— — Acompanhando a vossa majestade ao baile.— Lúcifer se curvou, em uma reverencia. Eu arqueei minha sobrancelha.


— Quem te obrigou a fazer isso?— Eu brinquei, mas de repente Lúcifer ficou sério. — Eu acho que não sou mais o mestre em mentiras como antes.— Falou.— Contei a Andrew sobre a caçadora de hoje mais cedo e ele disse para ficar de olho em você no baile, já que não se sente muito animado para ir até lá hoje.— — Ele não vai?— — Ele disse “talvez”.— Lúcifer deu um passo para trás quando eu caminhei para frente, me dando espaço.— Provavelmente ele aparecerá. Você sabe como ele é, sempre gosta de exibir sua imagem em um lugar que existem varias pessoas reunidas, nem que seja uma volta pelo salão.— — Eu não entendo por que ele não quer ir.— Fechei a porta do meu quarto atrás de mim e em seguida passei a caminhar com ele. — Eu tambem não, mas não deixe que isso estrague sua festa.— Eu dei de ombros, ainda existia esperanças. — Você não ficará em cima de mim, certo, Lúcifer?— Eu perguntei, caso eu quisesse um guarda costas, ele com certeza não seria o escolhido. — Minha querida chupim, prometo manter um olho em você, mas não garanto muito pois estarei me divertindo com algumas caçadoras.— Eu revirei meus olhos. Realmente, Lúcifer não podia ver um rabo de saia que já corria atras para que o pano fino não se arraste mais pelo chão. — Claro que vai.— Eu fui ironica. — Vamos logo.— Ele ofereceu seu braço e eu enganchei o meu no dele. Nós caminhamos em silencio até o baile, que eu não fazia ideia na onde seria. Se tivesse esperado e feito o que Nyx planejou, eu teria que fazer um milagre para encontrar onde a festa estava ocorrendo. Apesar de que não era tão dificil achar, diversas pessoas fantasiadas estavam indo somente para um caminho. A divisão estava com varias lanternas redondas e vermelhas, com uma luz branca dentro, penduradas em vários lugares. E havia mais as enormes tochas com fogo, as mesma que estavam acessas no dia que chegamos aqui. E bem, as fantasias existiam de vários estilos. As sostificadas, como de Lúcifer, as mais simples e as vadias, como eu. Pelo menos eu não havia visto ninguém com uma igual a minha... Durante nossa trajetoria, varias caçadoras nos olharam e sim, eu vi inveja em seus olhos. Lúcifer apenas respeitava as mulheres quando estava em sua cama, fora dela, ele raramente era agradavel. Elas deviam estar morrendo por me verem ser tratada tão bem pelo vampiro loiro de olhos verdes. — Você está mais pequena que o normal.— Lúcifer murmurou pra mim, não deixando de olhar para frente. O vampiro sabia ser digno aos olhos das pessoas. — Não tire uma com a minha cara, Lúcifer.— O repreendi, vendo uma mulher gato passar em nossa frente. Roupas de couro extremamente agarradas... Rosalie. Por algum motivo, essa gata sarnenta veio a minha mente. Apenas os deuses sabiam o quanto eu a odiei. Ficava se gabando de ter dormido com Andrew e com Pierre, não passava de um vadia. Eu fui digna de dormir apenas com um. Mas sim, na minha situação agora, ela teria motivo para se gabar, pois quem estava morrendo era eu. — No que está pensando?— Lúcifer perguntou.— Sua raiva com uma mistura de tristeza está me incomodando.— — No passado.— — Você vive demais no passado.— Foi a ultima coisa que Lúcifer disse, antes de entrarmos no salão em que a festa acontecia. O prédio em que a festa ocorria era simplesmente enorme, acho que ele era o maior da divisão inteira. Mas a festa acontecia somente nos dois primeiros andares, onde o segundo não deveria ser considerado um andar, pois era somente uma escada que levava para o outro nivel, nada mais, o elevador do predio ficava no primeiro andar. O primeiro andar era a pista de dança e o bar, no segundo já haviam lugares para se sentar onde a coisa estava calma. A festa já havia começado, pois o som estava quase trincando o chão de tão alta e as pessoas dançavam loucamente na pista... Realmente, eu teria adorado isso quando era humana, mas não hoje em dia. Meu lugar era no segundo andar, definitivamente. Eu recebi vários olhares quando entrei aqui, tanto de mulher como os dos homens...Principalmente


os dos homens. As mulheres provavelmente estavam vendo a mim e Lúcifer, os caçadores já olhavam para meu corpo, mas não era os olhares deles que me interessava. Eu vi Nyx e Iawy, eles estavam na escada meia lua que levava até o outro andar, abraçados e sussurrando coisas em seus ouvidos, que eu não pude ouvir por causa da musicas. Eles estavam fantasiados de Faraó e Cleópatra. Até mesmo uma peruca da cor negra Nyx estava usando. E bem, eles dariam ótimos reis no Egito, pois o poder estava ao redor deles. Antes mesmo de dizer para Lúcifer que ele estava liberado, o vampiro loiro já havia partido. Eu olhei ao redor e o encontrei dançando no meio de duas mulheres com fantasias de diabinhas, elas estavam fazendo sanduíche dele em quanto dançavam. Foi inevitavel não revirar os olhos vendo essa cena. Depois caminhei até Nyx e Iawy, dessa vez eu realmente me senti como um chupim, pois estava roubando todo o romantismo do casal.— Roxie!— Nyx exclamou com um sorriso enorme.— Eu sabia que você viria.— — Eu devia lhe matar, Nyx!— A ameacei e depois sorri para Iawy. — Você está magnifica, Roxie.— Iawy disse. Nyx encostou no peito do seu incubbus e ele passou seu braços por ela.— Tudo graças a mim.— — Nyx, o que você fez... Irá se arrepender por isso um dia.— — Você deveria me agradecer, pois... UAU.— Seus olhos foram para longe de nós e sua expressão realmente era de algo que gostou do que havia visto. Eu me virei, dando as costas para eles. Meu coração, simplesmente, parou de bater. Na entrada conversando com algumas pessoas e até mesmo rindo, isso mesmo, RINDO, em quanto andava estava Andrew. E eu fazia das palavras de Nyx as minhas, UAU. Andrew estava com uma fantasia do fantasma da opera, com todo o seu charme andando com aquela enorme capa em volta dele até a escada. Ele nunca pareceu tão vampiro como estava agora. E esse maldito vampiro podia tirar vários suspiros de mim, até mesmo se estiver com uma roupa de palhaço, mas toda essa escuridão e beleza combinava perfeitamente com ele. Essa memoria eu levaria por toda a eternidade, quero dizer, até o ultimo dia da minha vida. Andrew parou somente de andar quando subiu alguns degraus da escada. Ele não parou, o vampiro congelou e eu sabia o por que. As pessoas em nossa volta, a musica e tudo mais ainda continuavam, mas para mim, se tornou como uma camera lenta e os únicos em play, era Andrew e eu. Andrew me avaliava dos pés a cabeça, nunca encontrando meus olhos. No momento, era meu corpo que o interessava. Não demorou muito para que uma onda de desejo invadisse o meu corpo. Sim, eu tinha conseguido impressiona-lo, sua barreira estava se quebrando. Seus olhos se encontraram com os meus, e mesmo que eu não tivesse sentido sua emoção, o que estava em seu olhar, não dava para enganar. Aproveitando que os olhos de Andrew estavam no meu rosto, eu passei a língua por meu labio e em seguida o mordi, sensualmente e o provocando. Eu me virei dignamente para meus amigos, não abaixando minha cabeça por nada. — Vocês estavam se comendo com o olhar ou coisa do tipo?— Nyx fingiu estar confusa e eu lhe lancei um olhar fuzilador.— Eu pensei que ele não viria até aqui hoje.— Ela mudou o rumo da conversa, para algo que me interessava. — Por que não?— — Porque,— Ela começou e eu olhei por cima do meu ombro para ver se Andrew ainda estava na escada, mas ele não estava.— foi Sophie que organizou todo esse baile, antes de morrer. Isso provavelmente faz com que Andrew lembre dela.— Agora eu entendia o por que dele não querer vir, Andrew já estava sofrendo por causa de tudo que estava acontecendo e ainda tinha que aguentar isso...— Ele está muito bonito hoje, Roxie.— Nyx tocou em meu braço.— Não deixe que o sofrimento estrague a beleza dele.— Ela sorriu e então puxou o braço de Iawy.— Vamos dançar, inccubus.— Depois que Nyx e Iawy se foram para o andar de baixo, eu me virei na escada para me segurar no corrimão e procurar por Andrew. Meus olhos varreram o lugar cuidadosamente, para não deixar nenhum rosto escapar. Eu não o achei.


Quando desisti de ficar apenas olhando, eu fui até Lúcifer. O vampiro agora estava com três mulheres, todas com fantasias diferentes. Eu o puxei da rodinha onde ele estava e isso fez com que os quatros me olhassem de forma fuziladora.— Você realmente merece ter seu nome trocado para chupim.— Ele disse e eu decidi ignorar isso. — Você viu Andrew?— Lúcifer apontou para o elevador.— Ele disse que estaria no terraço se precisassem dele.— Eu comecei a me movimentar, mas ele segurou meu braço.— Andrew está com um humor negro, Roxie, se prepare.— Acenei minha cabeça e Lúcifer me soltou. O humor negro de Andrew nunca foi um problema pra mim, mesmo que isso fizesse ter a vontade de sair correndo para longe. Eu entrei no elevador e apertei o botão para ir até o terraço, graças a Deus o elevador era um pouco a prova de som, pois estava começando a ficar surda com toda aquela barulheira. Eu não deveria ir atrás de Andrew, isso era totalmente errado. Mas depois do ocorrido com Dale, eu tinha que fazer isso e havia mais o detalhe de que ele estava sofrendo por causa da sua mãe. Me doía demais ele passar por tudo isso e ainda sofrer por não estar comigo... Talvez eu devesse falar para ele sobre a mordida. Sei que eu prometi a mim mesma que não falaria pois não queria que eçe sentisse pena, mas era de Andrew que eu estava falando no final das contas... Ele jamais sentiria pena de mim, Andrew apenas moveria o mundo se fosse preciso para achar uma cura, mesmo que ela não existisse. E sobre sua alma... uma hora ou outra ele ficaria sabendo, talvez eu consiga deixalo em paz quando minha hora chegar. Então, estava decidido, Andrew saberia dessa mordida e nós voltariamos a ficar juntos. As portas do elevador se abriram para me mostrar um pequeno corredor, que no final dele, havia uma porta que levava até Andrew. Eu caminhei até ela e a empurrei, ainda determinada. Eu olhei ao redor do terraço e meus olhos logo acharam Andrew. Havia um pequeno muro em volta de todo o terraço, o mesmo que empedia alguém de uma queda, Andrew estava em cima dele, em quando o vento batia nele sua capa ganhava vida se movimentando para o lado ou para trás. Eu não deixei de andar para alcança-lo. — Se você caísse daqui de cima, seu corpo se quebraria todo e com sorte algum osso atravessaria seu coração.— Eu congelei no lugar antes mesmo de chegar até Andrew. Seu tom foi frio, totalmente frio e assustador. — Você pretende me jogar daqui de cima, Andrew?— Eu perguntei, com meu coração mais assustado do que um gato quando chegava em uma casa nova. Ele olhou para mim e um sorriso irônico veio a seus labios, se virando em minha direção saltou e passou a caminhar até ficar próximo do meu corpo.— Nunca.— Andrew respondeu. Seus olhos corriam por todo o meu corpo e ele nunca se cansava de me admirar. Uma rajada de vento bateu contra nós, fazendo com que sua capa fosse para ao lado do corpo dele. Um cavaleiro e rei da noite, era isso que Andrew me lembrava com essa roupa.— O que está fazendo aqui, Roxie?— Ele perguntou, de uma maneira como se não quisesse que eu estivesse lá. — Você deveria estar no baile.— — Você não estava lá.— Eu murmurei. Andrew balançou sua cabeça e sorriu sarcasticamente.— Eu não a entendo,— Ele começou.— Você me beija, suas emoções dizem que tudo o que mais quer é estar ao meu lado, mas ao mesmo tempo existe uma barreira inquebrável dentro de você para que isso não aconteça. Não sou um brinquedo para receber esse tratamento, Roxie, eu sou o seu marido.— — Andrew...— — Não.— Ele me cortou.— Já chega de dizer que isso é errado e que não confia em mim. Eu lido com o mundo inteiro dizendo que tudo o que acontece é por minha culpa, com vários olhares desconfiados por eu ser o irmão de Pierre, o monstro que chegou a fazer loucuras proibidas em nosso mundo. Eu aguento todas as pessoas aqui dentro cochichando que tudo o que Hebe esta fazendo é por minha culpa, por causa da minha alma e minha mãe morreu por causa disso, mais eu estou aguentando, tudo. Mas eu não posso aguentar quando todas essas coisas vem de você.— — Eu sei que você está irritado por causa do que viu hoje mais cedo com o Dale, mas não pense isso de mim. Pois você acreditar que eu estou agindo assim por causa dessas coisas, dói tanto


quanto sabe que estou sendo uma vadia.— — Você não é uma vadia.— — Bom, você fez com que minha escala de quão vadia estou sendo aumentar loucamente, agora.— — Você está sendo sarcastica comigo, Roxanny?— Ele pareceu ficar surpreso e eu estava prestes a lhe dar uma resposta, mas então seus lábios se transformaram em um sorriso.— Eu não sei o que está acontecendo com você e amaria saber o que se passa, mas se não está pronta para isso... Nós temos a eternidade pela frente.— Andrew passou a costas da sua mão por meu rosto carinhosamente e em seus olhos eu pude ver que Andrew sabia que pertencia somente a ele. — Andrew...— Eu tentei começar novamente, em quanto me afastava dele. Antes mesmo de começar a falar sobre a mordida, Andrew se aproximou de mim e colocou seu dedo indicador sobre meus labios. — Não estrague isso.— — Isso o que?— Eu perguntei. — Eu estou cansado de brigar, Roxie. E é isso que acontece quando você vem com os seus argumentos.— Ele tinha razão, era isso que acontecia. Eu sei que a mordida era um assunto importante, mas... Eu não queria enfrentar isso, justamente, agora.— Dance comigo, Andrew.— Eu pedi, aproveitando que uma musica lenta estava começando a tocar na festa, total eclipse of the heart se não me engano. Uma musica linda e apaixonada... Eu fiquei feliz que o som da festa chegasse até nós, pois não gostaria de estar no meio de tantas pessoas para dançar com a pessoa que eu amava. Eu sei que meu maior motivo de estar aqui era para me exibir a todas as caçadoras, mas isso não importava. Não quando Andrew estava comigo. Eu poderia provar isso para elas outra hora. — Como a vossa majestade desejar.— Ele disse em quanto fazia uma reverencia. Andrew pegou uma das minhas mãos e colocou em seu ombro e a outra ele segurou em cima do seu peito, em cima do seu coração. Eu apoiei minha cabeça perto do seu ombro já que não o alcançava e Andrew fez o mesmo, apoiando sua cabeça na minha. Nossos corpos começaram a se movimentar lentamente no ritmo da musica e ficamos assim por vários e longos minutos, quando a musica passou a ser menos lenta, Andrew me afastou e fez com que eu girasse em quanto ele segurava minha mão para cima. E quando eu voltei para encontrar seu corpo, ele me levantou do chão. Por instinto eu passei minhas pernas por sua cintura e segurei em seu pescoço, o abraçando. Andrew nos girou rapidamente, mas não tanto. Não consegui me segurar e passei a rir.— Nós somos péssimos dançarinos.— Eu murmurei em seu ouvido. Andrew voltou a se movimentar lentamente, não diminuindo nem um pouco o aperto no meu corpo. — Não,— Ele discordou, seu tom irônico mal havia começado.— Tudo que é péssimo se torna perfeito quando sou eu fazendo.— Eu segurei meu riso para não conven-lo. Ficar ali, abraçada a ele, era maravilhoso... — Andrew.— — Sim, Roxie?— Eu afastei meu rosto de sua cabeça, para encontrar seu olhar.— Uma vez você me disse que contaria o que eu te lembrava, o por que de ter aceitado aquela loucura da minha mãe.— Eu falei.— Você está em divida comigo.— Ele sorriu e passou a me segurar apenas com uma mão, pois a outra veio até meu rosto e colocou uma mecha rebelde para trás da minha orelha. Por um momento eu fiquei tensa, com medo de que essa mecha caisse, mas nada aconteceu. — Seus olhos,— Ele disse calmamente.— o brilho deles me lembram as estrelas.— Depois que Andrew disse essas palavras, eu o encarei por vários segundos e senti que tudo dentro de mim estava derretendo como um sorvete exposto ao sol. Deus... Como eu o amava. — Obrigada.— Falei tentando ser firme, mas minha voz me traio, em quanto Andrew me deixava encontrar o chão novamente. Claro que eu não queria ir para o chão, meu desejo era continuar em seus braços. Andrew, mesmo tendo me colocado no chão, se aproximou de mim e deixou nossos corpos colados,


curvando um pouco a cabeça para encontrar meu ouvido, automaticamente meus olhos se fecharam. — Vous êtes si belle ce soir, ma cherrie.— Ele sussurrou com um tom rouco e inteiramente sexy. Você está tão linda hoje, minha cherrie,Andrew disse em minha língua de origem. Quando abri meus olhos novamente foi apenas para ver Andrew em cima do muro de novo, e então, ele deu um passo para frente. Meu coração de calmo passou a bater nervosamente, eu corri até a borda. Claro que Andrew jamais se quebraria por um salto desse, mas isso era uma coisa insana de se fazer comigo perto. Quando cheguei até o pequeno muro Andrew havia acabado de chegar ao chão e passou a andar como se saltar de um prédio de vários andares fosse uma coisa normal do mundo. Somente ele para fazer uma coisa dessa... e eu estava o perdendo. Uma lagrima escorreu por meu rosto em quanto Andrew caminhava para longe do prédio, para longe de mim. Exatamente como minha vida estava fazendo. ____________________________ Depois que Andrew me deixou sozinha, minha única escolha foi voltar para meu quarto. A festa mal havia começado, mas para mim, ela já havia acabado. Sem o Andrew, dificilmente eu me animava para fazer algo, ainda mais sabendo que esse hematoma estava me levando direto para a morte. Dormir e esperar que a transformação acontecesse era a melhor opção, pois eu não sofreria tanto. Claro que eu queria viver meus ultimos dias, mas viver sabendo que não há esperanças é algo, totalmente, decepcionante. Quando me joguei na cama, meus olhos foram diretamente para o meu dedo anelar, onde o anel, que Andrew me deu em nosso noivado, estava ocupando quase metade do meu dedo. Rubis e diamantes, minhas pedras favoritas. Era estranho pensar que a alma de Andrew já foi completamente negra, eu sei que até hoje em dia a maldade ainda anda com ele, mas Andrew sempre a usa por coisas justas... Imaginar que ele era algo parecido com Pierre, que machucava as pessoas por seu próprio prazer, era dificil. Andrew chegou até mesmo fazer maldade com seu melhor amigo no passado, tudo bem que Lúcifer poderia ter merecido, mas não era uma coisa normal de se fazer... Alias, Andrew e sua maneira de agir quando o assunto era sangue caindo, nunca era normal. Mas ele conseguia ser o melhor principe de um conto de fadas quando se tratava de mim. E tentar adivinhar o que aconteceria quando eu morresse, realmente me deixava nervosa. Se a alma de Andrew se tornasse negra, ele mataria muitas pessoas sem nenhuma piedade e caso isso não acontecesse, Andrew sofreria durantes séculos e quando superasse minha morte, talvez até mesmo sentir um novo amor por outra mulher, era capaz de acontecer e eu seria apenas uma memoria. Por esse pensamento eu revirei na cama pelo resto da noite, pensando em como seria Andrew me esquecendo. Aparentemente escutei todas as musicas que rolaram na festa e conformes as horas foram passando, elas acabaram. A festa tinha acabado. Eu apenas consegui pregar os olhos depois que o sono me venceu. Quando abri meus olhos novamente, eu estava em um campo inteiramente verde com tulipas roxas. Elas estavam por todos os lados que fiquei com medo de movimentar e quebra-las. Nenhuma flor merecia ser machucada por erros humanos, ou não humanos. Perto do campo, havia um castelo. Ele era o maior e o mais lindo que já vi em todo minha vida e era interessante, pois nunca havia visto um da cor branca. O castelo combinava perfeitamente com o campo em sua volta. Isso era um sonho de ligação sanguinia, caso não fosse, eu não estaria tendo tanto controle da minha mente e provavelmente estava na mente de Andrew, pois nunca havia visto esse lugar. Agora só restava ele aparecer.— O que está fazendo aqui?— Uma voz arrogante e que eu conhecia muito bem veio de trás de mim, me fazendo congelar por não acreditar no pesadelo que isso havia se tornado. — O que VOCÊ está fazendo aqui?— eu perguntei me virando para o vampiro loiro de olhos verdes, que amava me provocar.


— Esse é o meu sonho, Roxie, não queira rouba-lo!— Lúcifer exclamou, parecendo furioso.— Saia daqui.— — Eu só vou poder sair quando acordar.— Eu disse, ignorando sua arrogancia.— ninguém mandou deixar que eu mordesse seu pescoço.— — Ah, claro, como se eu tivesse tido alguma escolha.— Ele foi irônico. — Olha, nós vamos ficar presos aqui até que alguém acorde, seja educado por algum tempo.— Lúcifer revirou seus olhos.— Ótimo.— ele murmurou. Eu me virei novamente para a direção do castelo e observei.— Onde estamos?— Lúcifer caminhou até ficar próximo de mim e suspirou.— Em casa.— Ele sussurrou. Meus olhos quase saltaram dos meus olhos.— Esse castelo é SEU?— Eu perguntei totalmente pasma. — Uma pequena herança de família.— Pequena herança?! O vampiro realmente sabia ser humilde. — Vamos lá.— Lúcifer começou a andar e eu caminhei logo atrás dele. Eu pensei que passariamos duas horas tentando passar por aquela enorme fortaleza que chamamos de muro. Mas Lúcifer sabia todos os segredos de como entrar ou sair sem nenhum problema. Eu nunca havia visto um castelo, em minha época eles não existiam mais, estar vendo assim em primeira mão era incrivel. Principalmente um que é tão lindo. Parecia que todos os detalhes dourados eram feitos com ouro verdadeiro e combinava perfeitamente com o tom do castelo que em geral era branco. Eu parei de caminhar quando meus olhos encontraram uma pintura que, praticamente, tinha o comprimento do teto até o chão. Haviam nela, uma mulher e um homem sentados em seus tronos, com coroas cheias de pedras e suas capas vermelhas que chegavam até os dois degraus que levava até seus assentos. A mulher tinha cabelos ruivos, como morangos e olhos cinzas que demonstravam qualquer sentimento que ela estava tendo. Ela era toda delicada como uma boneca, cada traço de seu rosto parecia ter sido pintados com o pincel mais fino que existira, de tão linda que era. Já o homem tinha cabelos loiros e olhos tão verdes quanto esmeraldas, com um jeito que não podia enganar ninguém que um dia fora um grande guerreiro. Em seu colo tambem havia uma criança, um pequeno bebê de olhos azuis e cabelos loiros como areia. Uma pintura de Lúcifer e seus pais.— Você tinha olhos azuis quando pequeno.— Eu murmurei. — E com o tempo passou a ser iguais do meu pai.— — É uma cor bonita, Lúcifer, muito diferente dos verdes que já vi.— — As vezes eu prefiro meus olhos vermelhos do que os verdes. Eles se tornam um pesadelo quando me encontro melancólico.— — Sua mãe era linda.— Eu senti Lúcifer ficar em minhas costas depois desse comentário, provavelmente observando o quadro. — Sim,— ele concordou.— ela era.— Nós ficamos em silencio por vários segundos. Os pais do vampiro, pareciam ser pessoas tão amadas e queridas por todos e seu povo que era fiel a eles. Era dificil acreditar, vendo essa pintura, que Lúcifer conseguiu fazer tudo o que fez. Agora eu conseguia entender o por que de tanto sofrimento.— Venha conhecer o meu quarto.— Lúcifer falou atrás de mim. Eu me virei para encara-lo incredulamente.— Lúcifer!— O repreendi.— Não se leva uma dama casada para seus aposentos.— — Quando eu estiver com uma dama, me lembrarei disso.— — Muito engraçado, Lúcifer.— Eu fui irônica. — Vamos logo, chupim.— Lúcifer me deu um pequeno empurrão com suas mãos, me fazendo ir para frente e pegar um corredor perto do quadro. Eu abri as portas duplas que ficaram em minha frente no final do corredor, apenas para ficar chocada. — Sua cama chega ser maior do que a minha.— E eu não estava brincando. Ela realmente era enorme. E, realmente, costumava a achar que minha cama era grande, já que Andrew adorava ser espaçoso. O quarto de Lúcifer era digno de um rei. Todo com detalhes vermelhos com prata e dourado, um


quarto como geralmente se via nos filmes. Havia até mesmo uma armadura dourada montada perto da janela. — Imagine quantas mulheres couberam nessa cama apenas de uma vez só.— Ele disse, me deixando incrédula.— É uma pena que não as façam mais desse tamanho.— Lamentou. Eu caminhei até a armadura e puxei a espada ao lado dela, que descansava na mão de metal da capa de um guerreiro. Era uma espada muito pesada, quase não dei conta dela, mas quando minha curiosidade veio à tona, eu consegui segura-la. Na lamina, bem a cima do cabo estavam duas iniciais.— L.H.— Eu disse em voz alta.— O que significa?— Perguntei a ele. Lúcifer caminhou até mim e pegou a espada da minha mão, a mirando para outro lado como se estivesse em combate.— Oh, eu senti falta dela.— Ele murmurou.— L.H. É meu nome. Lúcifer Hannibal.— — Hannibal?— Fiquei surpresa, ao mesmo tempo que arqueava uma sobrancelha.— Eu desconfiava que você e Hannibal podiam ser as mesmas pessoas.— — Muito engraçado, Roxanny.— Ele foi ironico. O som da porta se abrindo invadiu meus ouvidos e rapidamente me virei para aquela coisa de madeira e cheia de pregos grandes. Era estranho ter mais uma pessoa no sonho...Mas esses sonhos eram estranhos. Eu havia visto uma cena do meu passado com Andrew ao meu lado, como se estivéssemos em um cinema, não me admirava que outra pessoa, da mente de Lúcifer, estivesse aqui. — Lúcifer.— Uma voz tão fina e macia quanto uma seda, calmamente soou pelo quarto. Seu tom era de alegria e cheia de saúdades. Eu dei alguns passos para frente até meus olhos alcançarem quem estava lá já que Lúcifer parecerá congelar. Não deu muito tempo para que eu congelasse tambem. No batente da porta, com um vestido digno de uma rainha, estava a mulher ruiva e delicada como uma boneca do quadro. A mãe de Lúcifer. Eu dei alguns passos para trás, ficando na mesma direção de Lúcifer.— Lúcifer...— Eu sussurrei. — Está tudo bem, Roxie. É apenas minha mente.— Ele sussurrou de volta.— Mãe.— Ele respondeu ao chamado dela, até mesmo lhe dando um sorriso. Eu não entendia o por que de Lúcifer deixar que esse sonho ocorresse. Eu estava em sua mente, ele poderia ter acabado com isso. Mas nem eu mesma teria coragem de acabar com esse sonho, se tivesse a historia de Lúcifer. — Você finalmente escolheu uma esposa, Lúcifer?— A mãe dele perguntou, com seus olhos, cinzas como uma fumaça clara, que chegava quase ao tom do branco, em mim. — Ela é minha amiga, apenas isso.— — Você nunca foi do tipo que tinha amigos, principalmente se eram mulheres.— Típico como nada mudava com o tempo. — Roxie é diferente.— Ela sorriu para mim, um sorriso que conseguiu me transmitir paz de tão sincero.— Você é sempre bem vinda ao meu reino, Roxie.— — Obrigada, vossa majestade.— Eu disse em uma reverencia. Lúcifer ao meu lado ainda parecia tenso, então tomei um decisão.— Eu irei lhe esperar lá fora, Lúcifer.— — É tão cedo, Roxie. Por que não se junta a nós nessa noite?— Ela perguntou, em quanto eu passava por ela. — Me perdoe, mas hoje terei que recusar.— — Está tudo bem, querida.— Ela se virou para mim.— Você que deve me perdoar se Lúcifer as vezes não é imprudente...— — Não.— Eu discordei rapidamente, meus olhos indo para Lúcifer.— Você deve se orgulhar dele, Lúcifer é incrivel em tudo.— A mãe de Lúcifer olhou diretamente para seu filho.— Bem,— ela começou.— Fico feliz em saber disso.— Por ultimo, fiz uma reverencia e passei a caminhar, mas não resisti dar uma ultima olhada para ver o reencontro falso de uma mãe e um filho. Lúcifer havia caído em seus joelhos e havia abraçado sua mãe, deixando sua cabeça apoiada em sua barriga em quanto ela acariciava seus cabelos loiros como raios de sol. Eu sorri com essa cena.


Novamente no campo das tulipas, meu desejo era acordar pois ficaria ali plantada durante horas... Talvez eu devesse tentar fazer isso. Pensar em Andrew era como jogar um balde de agua no meu rosto quando estava no mundo real, talvez aqui fosse igual... E se fosse, me ajudaria a acordar. Eu fechei meus olhos e passei a imaginar seu cheiro em minha volta. Ervas perigosas, molhadas por uma tempestade de verão, deixando uma mistura maravilhosa no ar de terra molhada junto com o veneno daquelas plantas... Logo veio em minha mente o seu toque em minha pele, algo tão afiado e cortante como uma adaga, mas que ao mesmo tempo era como uma pena varrendo delicadamente meu corpo. Tudo naquele homem era perfeito pra mim. Até mesmo os seus piores defeitos, como quando sua maldade e frieza dominavam seu coração e conseguia fazer que eu o temesse, tudo isso se tornava perfeito agora por que no final de tudo, ele era Andrew, o vampiro que guardava meu coração como seu melhor tesouro. Um vento forte bateu contra o meu corpo, fazendo com que meus cabelos voassem para longe das minhas costas. Eu senti que a temperatura do ambiente estava mudando, que o solo tambem estava se alterando a baixo dos meus pés e quando abri meus olhos novamente, tudo havia mudado, mas não havia conseguido chegar no meu objetivo. Pois não estava no meu quarto. Tudo indicava que vim parar em uma floresta. Uma floresta horripilante, vazia e durante a noite. Eu poderia ter ficado quieta no meio do campo de tulipas, aquilo era muito mais agradavel que aqui. Quando dei meus primeiros passos ao redor daquela mata imensa, reconheci a floresta... Eu estava em casa. Essa era a floresta em que separava a mansão real da casa de Nyx, onde tambem havia o parque de diversão abandonado e os calabouços que eu prendia Nyx durante sua transformação. Essa era a floresta que grandes fatos da minha vida ocorreram e por algum motivo, depois que me casei, não voltei mais para visita-la. — Ela é linda e magnifica, meu irmão.— Um sotaque totalmente frances invadiu meus ouvidos, a voz vinha de trás de mim e eu a conhecia muito bem. Girei meus calcanhares apenas para encontrar duas pessoas que fizeram parte da minha vida. Logo a frente de algumas arvores e arbustos estava Pierre caminhando com seus braços em suas costas, Andrew estava logo atrás dele.— É uma pena que um rostinho bonito seja sua fraqueza, caso contrario, eu permitiria seu casamento.— — Ela não é minha fraqueza.— — Oh, não?— Pierre foi ironico, e virou de frente para seu irmão mais novo. Ambos exalavam poder, ambos pareciam reis de tão belos e dignos que se demonstravam ser...Era uma pena que Pierre não valia o que comia.— Não minta para mim. Eu posso ver em seus olhos sua furia apenas imaginando o que fiz com sua amada em apenas um mês.— — Eu não me importo.— Andrew cuspiu essas palavras rapidamente, soando verdadeiras.— Não tenho inveja do que faz com os meus restos.— Restos?! Muito cavaleiro, Andrew. Eu pensei ironicamente. — Roxie poderia ter lhe matado com aquela estaca.— Pierre mudou o assunto, deixando sua ironia de lado.— Aquele pedaço de madeira chegou muito perto do seu coração, se você não estivesse aqui hoje, sabe que eu a mataria.— — Você deseja a morte de todos, Pierre.— — Principalmente daqueles que desejam a sua, meu irmão.— Pierre se virou e voltou a caminhar. — É evidente que mesmo Roxie não podendo lhe causar uma cicatriz, ela lhe causou uma de grande tamanho em seu coração. Se junte a mim novamente e você terá outra chance com ela.— — Não.— Andrew lhe deu sua resposta.— Ela não sabe o que realmente aconteceu sobre Annabelle, quando souber, é para mim que ela voltará.— Pierre, antes mesmo que eu pudesse piscar, estava segurando o pescoço de Andrew, o levantando do chão. — Não to que no nome de Annabelle.— — Você a matou por causa de sua loucura, não existem mais culpados nisso e Roxie não deve pagar pelo que aconteceu.— Andrew rebateu.


— Se não fosse pela sua vampirinha, Annabelle teria tido uma vida normal. A única culpada é Roxie.— — Ela estava se acostumando a ser uma vampira, você não pode negar isso.— Pierre largou Andrew. — Você teve a chance de escolher um lado,— O ex rei dos vampiros olhou para Andrew.— Não se arrependa das suas escolhas no futuro.— — Eu digo o mesmo a você, meu irmão.— Sem mais nenhuma palavra, Pierre desviou seu olhar de Andrew e passou a caminhar em direção dos arbustos, que levava até sua mansão.— Pierre.— Andrew o chamou. Seu irmão olhou por cima do ombro, esperando que ele falasse.— Cuide do meu coração.— Pierre soltou um riso ironico e antes que pudesse voltar a andar, ele o respondeu.— Tentarei fazer o meu melhor.— Logo as duas figuras que se vestiam de preto e tinham algumas semelhanças desapareceram na floresta e eu ouvi passos logo atrás de mim. Sabia exatamente quem era, somente uma pessoa poderia ter tido essa lembrança.— Por que tantas lembranças?— Eu murmurei. — Por que,— Andrew começou, com sua voz, com sotaque frances, extremamente calma.— é isso que sua mente deseja. Lembranças para deixar o presente de lado.— — Desde quando eu posso mandar na mente de Andrew le Boursier?— Perguntei ao mesmo tempo que era sarcastica. — As vezes é preciso fazer alguns agrados aos meus amadores.— Eu sorri e me virei para ele...somente para encontrar seus olhos azuis frios, da mesma cor de um céu durante a manhã em um dia de verão. Andrew deu um passo para trás, devido a proximidade que estavamos. Isso de não ficar em cima de mim, era uma droga. Por mais que eu quisesse me livrar do vampiro, eu ia sentir falta de Andrew fazendo o impossivel para ter meu corpo somente para ele. — Eu estava tentando acordar e acabei vindo até você.— Eu disse, quando notei que Andrew não iria falar nada. — Você estava com Lúcifer?— Ele perguntou e eu acenei.— Era notavel. Lúcifer estava gemendo feito cachorro no sofá. Gemidos de pesadelos.— — Lúcifer ainda está dormindo com você?— Dessa vez quem acenou foi Andrew.— Por que?— — Por que gosto de ve-lo sofrer.—Andrew olhou em meus olhos.— Mas...Você quer acordar, certo? — Não.— Sim.— Era incrivel como eu não conseguia concordar nem comigo mesma. Andrew abriu um sorriso ironico e não entendi o por que. Provavelmente minha expressão passou a mensagem, já que ele me respondeu.— Aqui, no meu sonho, nunca se esqueça que se eu quiser posso ler sua mente, cherie.— Merda. — Você disse que não iria mais correr atrás de mim.— Decidi lembra-lo, já que ele acabará de se aproximar de mim. — Mas eu não sabia o tamanho da sua repugnância por mim.— — Eu nunca senti repugnância por você, Andrew.— Falei a verdade.— Mas... Nós temos que conversar sobre o que aconteceu. Sem com que me ataque para levar até a sua cama.— — Se quiser podemos ir até a sua.— Ele foi irônico e eu lhe fiz uma carranca.— Você promete que quando eu lhe procurar amanhã, vai tentar fazer com que essa conversa aconteça?— — Eu prometo.— Estava na hora de Andrew saber e eu não iria desistir de falar como hoje, ou ontem no baile. Os dentes brancos e perfeitos de Andrew apareceram em um sorriso, não um sorriso ironico ou sarcastico, apenas isso...um sorriso. — Posso lhe abraçar, cherie?— Eu sorri com isso, por mais estranho que essa pergunta fosse, Andrew estava falando serio. — Você não precisa perguntar para fazer algo desse tipo, Andrew.— O vampiro não se aproximou, pois já estava bem próximo, o maximo que ele fez foi passar seus braços por mim e trazer meu corpo para mais perto do dele. Andrew apoiou seu queixo no topo da


minha cabeça e eu deixei meu rosto em seu peito.— O cachorro sempre volta para o seus restos no final de tudo.— Eu fui ironica, lhe dando uma pequena vingança por ter me chamado de restos. — Oh, Cherie,— ele começou murmurando.— Eu amo quando é ironica.— Tendo meu apelido vindo a tona, não pude resistir. Eu alisei cada milímetro do seu antebraço com as pontas do meu dedo, apreciando a textura de sua pele que era perfeita. Andrew não aguentou por muito tempo com meu toque nele e se movimentou mudando a posição dos nossos corpos. Seu rosto estava tão próximo do meu que eu podia sentir seu hálito. Ele me puxou para mais perto, segurando minha cintura, firmemente. Levei uma das mãos até sua nuca e enganchei os dedos entre seus cabelos, ao mesmo tempo em que Andrew aproximava sua boca até encostar na minha. Eu não poderia resistir, pois até meu corpo estava me traindo. Minhas mãos, por vontade própria, alisavam suas costas e minha língua correspondia à dele, faminta. Andrew mordia meus lábios, sugava-os para dentro de sua boca, como se quisesse arrancá-los, sem me machucar. Depois de muito tempo que nossas línguas insistiram em ficar juntas, Andrew afastou seu corpo do meu, fazendo com que uma expressão de decepção e interrogação se formasse no meu rosto. — Acho que,— Andrew tomou um pequeno folego antes de continuar.— você quer adiantar o finalmente em paz?— Ele sorriu ironicamente. Balancei minha cabeça negativamente em quanto olhava em seus profundos olhos azuis— Não.— Andrew encostou sua testa na minha, ainda me segurando, e beijou a ponta do meu nariz. Tal ato fez com que meus olhos se fechassem.— Eu sinto sua falta.— Sussurrou. Meus olhos se abriram com essa declaração e um pequeno sorriso tambem.— E eu te amo.— — Hunh.— ele murmurou de uma maneira ironica.— Eu sei disso.— Em seu antebraço, onde meus dedos ainda varriam sua pele, eu lhe dei um beliscão. Andrew não disse nada ou gemeu, em uma velocidade anormal ele se afastou de mim. Eu não entendi o por que, pois ele nunca agia de tal maneira comigo. Depois que ele tirou a mão de cima da onde eu tinha apertado, eu entendi o por que. Sangue. — Me desculpe, eu não pretendia machuca-lo dessa maneira.— — Cherie, você pode desejar meu sangue, mas eu lhe ensinei bons modos para não agir feito animal quando quiser degustá-lo.— — Eu não...controlei minha foça.— Ótimo, agora eu teria que agir como um elefante no meio de um jardim para não esmagar todas as plantas, por causa dessa estupida mordida.— Me desculpe, Andrew.— — Esta tudo bem, Roxie.— Ele disse.— Fico feliz em saber que sua força está normal e crescendo. Para vampiros isso significa muito. Você está se alimentando bem e evoluindo.— Evoluindo para a morte, só se for.— Venha,— Ele estendeu sua mão para mim.— Vamos dar um jeito para tira-la daqui.— — Você não sabe?— Eu fiquei surpresa. — Sei como eu posso sair e fazer os outros sairem, mas minha mente não deseja que você fique longe. Existem certas coisas que não posso controlar, já que meu desejo é o oposto.— Bem, nem eu mesma queria que ele ficasse longe de mim, então isso entendia. Eu peguei em sua mão e deixei que Andrew me levasse para o meio da escuridão. Era incrivel como tudo mudava, anos atrás eu jamais deixaria que ele me guiasse em uma floresta escura, mas agora... Deixaria que Andrew me guiasse até no inferno. — Andrew, por que você e Pierre ainda se encontravam?— Eu perguntei depois de um tempo, quando minha curiosidade e o silencio ao nosso redor estava me irritando. — Ele era meu irmão, Roxie, apesar de tudo.— Ele me deu uma meia explicação.— E eu precisava saber como você estava, já que fui proibido de ir até a mansão real.— — Você nunca foi do tipo que cumpria ordens, por que obedeceu Pierre?— — O que eu poderia fazer? Me ver era a ultima coisa que você desejava. E me atingiu com uma estaca, Roxie, não se esqueça sobre o meu amor próprio.— — E você demorou três meses para ir atrás de mim.— Rebati. Por mais errada que eu fosse, tambem tinha minhas reclamações.— Deixou que Pierre mentisse para mim três meses seguidos,


sabendo que eu poderia morrer nas mãos dele.— Andrew deu de ombros.— Você merecia isso.— Eu parei de andar e fiz com que ele tambem parasse. Quando Andrew olhou para minha expressão incrédula, ele falou.— Não me olhe assim. Todos sabiam que confiar em mim era o que nunca aconteceria se eu a procurasse. Prende-la no calabouço tambem não iria ajudar em nada, já que Pierre estava te usando como isca.— Andrew voltou a andar, me obrigando a fazer o mesmo.— Afinal, iscas nunca morrem até que o plano se realize.— — E você pede por confiança ainda.— Eu murmurei. Dessa vez quem parou de andar foi Andrew, ele se virou para mim e atrás dele eu vi um penhasco e não tirei a moral dele por ter parado de andar.— Entenda uma coisa Roxie.— Ele pediu calmamente.— Eu posso deixa-la quantas vezes for preciso na linha da morte, mas jamais deixarei que ninguém a machuque e é nisso que deve confiar.— — Isso é um pouco complicado, não acha?— — Eu jamais,— Andrew começou, seu tom era de promessa com uma mistura de raiva, talvez.— permitirei que alguém a mate.— — Eu...— Não pude terminar minha frase, pois quando Andrew segurou meus braços de uma forma apertada e em seguida me jogou em direção do penhasco. Isso mesmo, me jogou no penhasco, a única coisa que saiu da minha boca foram gritos.


15Eu acordei com meu próprio grito, com meu coração acelerado mais do que de uma lebre assustada e uma imensa vontade de matar Andrew. Demorou mais do que minutos para que minha mente pudesse voltar ao presente, Andrew me jogando de um penhasco e ainda pedindo confiança antes disso era o cumulo e eu não conseguia aceitar o que aconteceu. Muito menos acreditar que amava essa criatura. E deus como eu o amava... Depois de muito tempo deitada me levantei para enfrentar a realidade, começando por um banho e vendo meus cabelos caindo. A única coisa que me alegrava era que pedi a Nyx uma blusa e uma calça emprestada, por sorte alguma coisa acabou ficando bem em mim, já que Nyx era muito mais alta que eu, mas tudo bem que moda de hoje em dia ajudou muito. Essa coisa da barra de calça parecer que está dobrada, realmente ajudou muito no momento e ajudaria por vários dias em quanto minha mala continuasse cheia de vestidos. Tudo estava mudando comigo, por causa da transformação, meu corpo estava diferente, meus cabelos estavam cada vez mais fracos, minha sede por sangue preferia nem comentar e havia mais a força... Tudo mudava, mas a mordida ainda estava lá. Aquela coisa preta e roxa com veias ressaltadas e marcas de dentes de tubarões ainda continuava ali. Bom, pelo menos meus olhos continuavam azuis e sem nenhuma mudança de cor. Apenas aqueles azuis tão claros como gelo. Em seguida, antes de caminhar para fora do quarto, fiz um rabo de cavalo. Com ele preso seria menos notavel aos olhos de todos que estava caindo. Quando deslizei meus dedos gelados e palidos no trinco da porta e a abri, fui surpreendida com a presença de Andrew com sua mão pronta para bater na porta. — Timing perfeito.— Ele sorriu.— Bom dia, Cherie.— Focalizando todas minhas forças, inclusive as novas, em minha mão eu o esbofeteei em seu rosto. Com o impacto do tapa, o rosto de Andrew se virou e as marcas vermelhas do meus dedos aos poucos foram sumindo. Maldita lei de não poder causar cicatrizes em vampiros que não eram criados por você. Andrew estava sem nenhuma barba rala, como costumava a usar, no momento seu rosto estava lisinho como o de uma bebê e isso apenas ajudou nessa pequena dor se tornar um pouco maior. Ele colocou uma de suas mãos onde um hematoma era pra ter se formado.— Talvez eu merecido isso. — — Talvez?— Eu arqueei minha sobrancelha deixando minha voz sair totalmente ironica. — Um pouco.— Ele disse.— Uma criação tão bela de Deus não foi criada para ter seu lindo rosto marcado.— — Uma criação de Deus não joga pessoas de um penhasco.— — Oh!— ele exclamou.— Você esta brava comigo por isso?— — E por quais motivos seria, Andrew?— Eu fiquei totalmente pasma com sua ingenuidade. Ele deu de ombros.— Eu não sei. Se eu respiro perto de outra já é motivo para você pensar que estou dormindo com ela e virar a cara pra mim.— Andrew estava certo...— Mas você me jogou de um penhasco!— — Você queria acordar, a assustando teria o seu desejo realizado.—


— E se eu não acordasse?— — Bem...— Ele ficou pensativo.— As coisas seriam mais complicadas.— — Ótimo.— Eu fui irônica ao mesmo tempo que ficava frustada.— Nunca mais faça isso, Andrew! — Eu me alterei.— E o que está fazendo aqui?— exigi. — Você prometeu conversar para resolvemos nossa situação.— — Oh,— eu deixei que minha alteração passasse.— Certo.— Eu respirei fundo, me preparando mentalmente para essa conversa. Estava na hora de Andrew saber que estava me perdendo, me perdendo para a morte. — Andrew!— A voz de Lúcifer apareceu no corredor antes mesmo que ele pudesse entrar em meu quarto, Andrew se virou para seu amigo, o encarando. — Eu espero que você esteja nos interrompendo por um belo motivo se não deseja ter outra queimadura no seu corpo.— Lúcifer chegou até nós e pareceu ficar um pouco confuso sobre a ameaça de seu amigo antes de falar.— Tecnicamente, você não pode me lhe causar uma queimadura.— — Tecnicamente, os deuses adoram fazer favores a mim.— Ele foi irônico. Lúcifer sacudiu a cabeça.— Dormir no sofá já está de bom tamanho.— Ele olhou para nós, ficando sério.— Enfim...o cofre chegou.— — O cofre?— Eu perguntei, sabendo exatamente de que cofre ele estava falando, mas não entendendo o que ele estava fazendo aqui. — Eu mandei que o tirassem da parede e mandassem até mim, já que meu sangue decidiu se perder no caminho.— Andrew explicou. — Vocês conseguem arrancar um cofre da parede mas não a porta dele?— Eu perguntei, franzindo o cenho.— São nessas horas que vocês deveriam provar a força de vocês.— — Não é tão simples assim.— Lúcifer se defendeu. — Ele está certo, Roxie. É selado a sangue, somente o sangue da pessoa escolhida por Pierre pode abri-lo.— Andrew olhou para mim, seus olhos azuis mostrando a decepção de não poder conversarmos agora era evidente. Eu peguei em sua mão, entrelaçando nossos dedos.— Depois nós conversamos.— — Tudo bem.— Ele concordou.— Vamos resolver um problema maior.— Lúcifer nos encarava com curiosidade, sua sobrancelha esquerda arqueada.— Vocês voltaram ou coisa do tipo?— Andrew lançou um olhar irônico para seu melhor amigo.— Cuide da sua vida, Lúcifer.— Nós começamos a andar e ouvi Lúcifer resmungar.— Eu não sei como aturo isso.— Andrew tambem escutou pois segundos depois estava dando uma resposta para o vampiro de olhos verdes.— Você deveria dar graças aos deuses por eu lhe aturar.— — Muito educado, Andrew.— O repreendi.— Não fale assim com Lúcifer.— — Eu não preciso de proteção, chupim.— Lúcifer, atrás de nós, foi mal agradecido.— Não queire roubar minha dignidade tambem.— Eu revirei meus olhos e fechei minha boca pelo resto do caminho, deixando que Lúcifer e Andrew se matassem com suas respostas mal educadas. Quem não os conhecias, não pensava que eram melhores amigos, e sim, inimigos. Quando chegamos na biblioteca acabamos atrapalhando Iawy e Nyx que sorriam um para o outro em quanto conversavam. Ao entrarmos na biblioteca, eles passaram a se tornar sérios, pois agora o assunto seriam de várias vidas que iriamos salvar, se Pierre tivesse as repostas. Nós fomos até atrás da mesa, ao lado do casal, para ficarmos de frente ao cofre em cima da dela. — Reze para ser seu sangue, Andrew.— Nyx disse depois que Iawy entregou uma adaga a ele, fazendo com que soltasse minha mão. — Considerando ao estrago que sua mansão está,— Lúcifer ao lado de Nyx começou,— Reze para que seja mesmo.— Andrew cortou seu dedo com a ponta da adaga e antes que o pequeno rasgo se curasse, ele deixou que algumas gotas pigassem na fechadura do cofre. O cheiro do sangue fez com que minhas presas


acordassem, mas dessa vez eu as obriguei a ficar para dentro. O pior que não era só isso, parecia que todos os meus dentes estavam doendo ao sentir o cheiro do sangue de Andrew.— Nenhum resultado.— Ele pareceu ficar aborrecido, quero dizer, todos pareciam aborrecidos com isso. — Andrew, vai ficar tudo bem.— Eu toquei seu braço, falando uma inutilidade. Nada estava bem e não iria ficar. Os olhos azuis e frios de Andrew cairam em meu toque e depois foram para mim.— alguém impossivel de capturar até mesmo para Pierre.— Murmurou. — Do que está falando?— Foi Lúcifer que tirou as palavras da minha boca. — Tente o sangue dela, Andrew.— Iawy disse, me deixando confusa e fazendo com que eu tirasse minha mão rapidamente de perto de Andrew. — Pierre era esperto Roxie, seja lá o que existe nesse cofre, ele escolheria a chave que fosse intocavel. E ele sabia que por você meu sangue iria cair, mas o seu nunca cairia por ser minha protegida. Por seu meu coração.— Ele sussurrou essa ultima parte. Andrew pegou minha mão e eu a puxei novamente para longe dele. Se meu corpo estava sendo modificado, era obvio que meu sangue tambem estava. Ele insistiu mais uma vez, deixando seu aperto mais forte.— Espere, Andrew.— Eu pedi, mas a adaga já estava começando a cortae minha pele. — Santo Deus.— Eu ouvi Nyx ao lado de Andrew murmurar, olhando fixamente para frente e incrédula. Lúcifer e Iawy tambem olhavam para a mesma direção que ela, só que menos chocados. Andrew parou de me cortar e nós no viramos de frente para ver o homem de cabelos loiros vestindo roupas brancas, com sua pele quase brilhante. — David.— Eu disse surpresa. E bom deus, vendo Nyx e David na mesma sala, era muito notavel suas semelhanças. Os olhos azuis oceanos do licantropo estavam em minha amiga, essa era primeira vez que ele a via pessoalmente, a primeira vez que estava frente a frente com sua filha. Seus olhos foram para todos nós, esperando que ele falasse e nos explicasse o por que de tanta tensão. — Há um infectado nessa sala.— David falou e dessa vez, eu realmente fiquei tensa em quanto o encarava, com meu coração quase parando de bater. Nesse momento, parecia que até ar me faltava. Todos, inclusive Andrew, se viraram para Lúcifer depois que David falou isso. — Oh, ótimo,— Lúcifer parecia estar revoltado.— culpem o vampiro com o nome de demonio.— — Não ele,— David falou novamente.— Ela.— Seu olhar estava em mim, me encarando sem nenhuma expressão. Eu olhei para os meus amigos agora, tentando não deixar que as lagrimas formassem em meus olhos. Todos estavam olhando para mim, como David, sem nenhuma expressão. E parecia que até mesmo respirar estava fora de questão. Menos Andrew, ele continuava de costas para mim. — Roxie...— Nyx começou, com algumas lagrimas escorrendo por seus olhos. — Saiam.— Andrew disse em um tom baixo, ele ainda não havia se mexido, estava duro como uma pedra. — Andrew, nós...— Iawy tentou começar, mas foi interrompido. — SAIAM!— Ele ordenou dessa vez, deixando sua voz dura e alta. Aos poucos Iawy, Nyx e Lúcifer começaram a se movimentar. David já não estava mais na sala, eu não sabia se ele havia saido ou simplesmente sumido. Não importava. Nyx acabou sendo empurrada por Iawy, de uma forma delicada e protetora, para que saisse já que começará a chorar. Ela realmente chorava pouco e eu ser um motivo de um choro, doia tanto. E Lúcifer... Ele não deixou meu olhar em quanto caminhava para a porta, sua expressão era como uma mistura de que não estava acreditando e de traição...Eu sabia o por que. — Lúcifer...— Eu sussurrei, já que minha voz decidiu fugir de mim. O vampiro parou de caminhar e olhou em meus olhos.— Eu sinto muito.— — Você mentiu pra mim quando eu perguntei se estava tudo bem.— Foi a única coisa que ele falou e o que fez meu coração se desmoronar. Lúcifer cuidou de mim durante a semana que passei com ele e fez o possível para que ninguém fizesse mal a mim, mas havia falhado e de quebra foi feito de idiota por minha mentira...


— Lúcifer.— Andrew disse seu nome, seu tom tão afiado que se pudesse, jogaria seu amigo para fora e fecharia a porta com sua mente. O vampiro loiro caminhou para fora, mas antes de sair, me olhou profundamente e em seus olhos eu pude ver decepção. Depois que as portas da biblioteca foram fechadas, minha atenção passou a ser inteiramente de Andrew. Andrew ainda estava de costas, nenhum musculo havia se mexido, mas era notavel que sua respiração estava pesada.— Andrew...— Eu sussurrei, com meu coração deliberado a se desmanchar. Ele se virou e em seus olhos havia somente crueldade, esse olhar, tão diferentes e horripilantes, fez com que meus instintos fizessem que eu desse um passo para trás. — Mostre-me.— Foi a única palavra que Andrew falou e seu tom estava combinando com a mensagem de seus olhos: morte. Com meus dedos trémulos, os encaminhei até a barra da blusa de Nyx e depois levantei até que a mordida ficasse exposta aos olhos de Andrew. Andrew a encarou por muito tempo, em um silencio matador. O único movimento foi esticar sua mão em direção daquele maldito hematoma, mas ele recuou. Em seguida, com a mesma mão que pretendia encostar em mim, ele socou a mesa ao nosso lado em punho. A mesa antiga se partiu ao meio e em questão de segundos tudo que estava em cima dela foi de encontro ao chão. Meus olhos se fecharam apertados pelo barulho e pelo modo em que Andrew estava me assustando. Ao fechar meus olhos, lágrimas começaram a escorrer por meu rosto. Eu tentei ser forte desde que recebi essa mordida, mas eu não podia nem ao menos pensar o quanto ser forte quando se tratava de Andrew... — Andrew.— Eu sussurrei seu nome dando um passo para frente, só que quem se afastou dessa vez foi ele. Andrew em nenhum minuto tirou seus olhos dos meus depois que eu abaixei minha blusa. E não sabia como descrever o que via em seu olhar. Seus olhos azuis pareciam tão vazios... Eu olhei para baixo, mordendo meu lábio inferior com força, eu preferia uma dor fisica no momento do que pensar que Andrew queria manter distancia. — Tudo...— Sua voz falhou e ele respirou fundo para recomeçar.— Tudo o que estava acontecendo, sua indiferença comigo, aquela mecha de seu cabelo... Você se descontrolando ao ver meu sangue e sua força somente aumentando...— Ele passou a mão em seus cabelos, em total frustamento agora. — Era tudo parte de uma...transformação.— Dessa vez eu tive certeza de que meu coração não era o único se desmoronando. O pior de tudo, foi que ouvi as batidas fortes do coração de Andrew... Eu nunca o ouvi quando estava a uma distancia pequena dele. Um coração imortal tão velho de um vampiro jamais mostrava vida para as pessoas longe dele. Mas agora... Eu estava o escutando. Batidas fortes e lentas... O mesmo som que um coração fazia quando lagrimas de tristeza estavam caindo, mas os olhos de Andrew estavam secos e seu olhar ainda continuava vazio, só que sua alma demonstrava outra coisa. — Eu sinto muito.— murmurei baixando minha cabeça de novo. Eu não queria que ele visse minhas lagrimas.— Eu sinto tanto, Andrew...— Em seguida, eu senti alguns dedos em meu queixo, fazendo com que eu olhasse para cima até encontrar os olhos azuis e frios de Andrew. Ele estava tão próximo agora...— Você não vai morrer. — Seu tom era ameaçador, mas havia promessa nele.— Eu não posso perder você tambem.— — Me desculpe.— Eu chorei.— Mas.... Eu vou me tornar um deles e não existe uma cura.— Ele se afastou, mostrando claramente a revolta que havia surgido nele pela verdade dita. Andrew jamais aceitaria isso. — HERA!— Ele gritou ao mesmo tempo que caminhava até o meio da biblioteca.— APAREÇA, HERA.— Hera apareceu atrás de Andrew em questão de segundos, ele se virou para ela quando perceberá sua presença.— Exigir algo de soberanos apenas o levará para a morte, Andrew.— — Mate-me e o mundo infeliz que vocês criaram morrerá junto.— Ele lhe deu uma resposta rude e infeliz a ela. Hera o encarou com uma sobrancelha arqueada, um pouco surpresa pela arrogância do vampiro tão


desejado pelos deuses. Eu não entendia o por que de todos os deuses desejarem a lealdade de Andrew... Ele não foi uma boa pessoa no passado, mas mesmos assim o viam como uma pessoa grande.— Posso saber o motivo de tanta raiva, Andrew?— Ela perguntou. — Claro que pode.— Ele se aproximou dela em uma velocidade anormal, a encarando nos fundos daqueles olhos cor de âmber. Andrew apontou para mim e a cada palavra que começará a sair de sua boca, o movimentava em minha direção.— Roxie está infectada, pois sua filha a atacou.— ele rosnou.— E você vai cura-la.— — Você não é ninguém para me dar ordens, vampiro.— — Não?— Ele soltou um riso irônico e se afastou.— Eu sou a única criatura sobrenatural que está ajudando os deuses já que eles são tolos o suficiente para não matarem aqueles que enlouquecem ou que não revelam seus segredos quando se é preciso. Em quanto eu tenho que limpar toda a sujeira da sua filha e proteger as pessoas que eu amo, vocês, deuses, apenas se reunem no tão real salão e lamentam a perda de tantas criaturas sobrenaturais ou sobre o que está acontecendo com a minha alma. A única coisa que estou lhe implorando e suplicando... Me ajude a cura-la.— Andrew desviou seu olhar por alguns segundos, mais logo seus olhos voltaram até os de Hera.— Não aja como uma inútil agora.— Hera o encarou com uma expressão de uma rainha, por mais humilhada que estivesse, ela não deixou o seu nivel.— Você me ofende, ofende todos os deuses e ainda implora por ajuda. — — Estou fazendo o mesmo que você, apenas não usando palavras gentis.— Hera riu em deboche, provavelmente jogar na cara dela que pediu ajuda a ele, era um ponto fraco. — É inacreditavel que os deuses o respeitem tanto, e que até mesma eu o respeite.— Hera olhou para mim.— Eu jamais permitiria que uma pessoa amada de alguém leal a mim morresse. Ainda mais quando se trata de você, Andrew. Mas serei inútil novamente quanto a isso. Os infectados são uma criação de Hebe e somente ela sabe a cura. Nós criamos as criaturas sobrenaturais, todos os deuses juntos, sabendo cada segredo de uma criatura...Mas, minha filha, guarda a cura somente a ela.— Andrew olhou para Hera e então para mim. — Ótimo.— Ele disse e então rapidamente começou a andar para fora da biblioteca. — Ela irá mata-lo, Andrew.— Hera o alertou, caminhando atrás dele e somente com a proclamação de Hera, que pude entender o que Andrew estava prestes a fazer. Eu comecei a fazer o mesmo caminho que a rainha dos deuses e o rei dos vampiros fez. Já fora do prédio, Andrew ainda continuava em disparada a nossa frente. Eu estava caminhando rapidamente ao lado de Hera.— Andrew.— Eu o chamei, mas foi inútil, ele não estava me ouvindo. — Saiam da minha frente.— Andrew ordenou para todos os guardas que estavam em posição no portão. Devido a fúria dele, todos os obedeceu. Certamente ninguém tentaria lutar contra Andrew Le Boursier nesse humor — Você não pode chama-la— Eu agarrei seu braço com força, quando me aproximei dele. Ele se virou para mim, com suas presas expostas como se fosse me atacar, na verdade ele iria atacar, mas acabou desistindo vendo que a pessoa que tentou para-lo era eu. Isso vez com que eu soltasse seu braço.— Andrew...— Uma lágrima escorreu por meu rosto.— Por favor.— — Fique aqui.— Ele mandou. Andrew abriu o portão e saiu, eu tentei segui-lo mas uma mão quente segurou meu braço. Eu olhei para Hera, que acabará de me segurar, e ela balançou sua cabeça. — Você não é tão importante para Hebe como Andrew é.— — HEBE!— Ele gritou.— SUA DESGRAÇADA, VENHA AO MEU ENCONTRO JÁ QUE SE DIZ SER TÃO TENEBROSA. HOJE VOCÊ ENCONTRARÁ UMA FÚRIA COMO A SUA, VENHA ME ENFRENTAR.— — Uau.— Ela apareceu em sua frente, com um sorriso irônico, pairando no ar.— Nunca pensei ver essa fúria novamente depois que decidiu virar o bem feitor do mundo.— Andrew agarrou Hebe pelos ombros e a jogou no chão de joelhos.. Ela havia deixado que ele fizesse isso, provavelmente, pois começara a rir.— Você vai cura-la.— Ele disse. Hebe não se levantou, mas olhou para ele.— O quão ruim deve ser perder todos aqueles que ama...


Primeiro o irmão, depois sua querida mãe... e agora seu coração. Eu avisei que o mataria, meu senhor.— Ela foi irônica, fazendo uma reverencia com a cabeça.— Só me sinto decepcionada por não poder mexer com o filho de Hades... Seria tão emocionante ver seu único e leal amigo morrer. — — Cure-a ou matarei seu humano.— Ele ameaçou. — Morto ou vivo, não importa...— ela disse.— Não faz diferença, ele pertence a mim.— Eu não entendia, por que Jake era tão importante...— Agora veja.— Hebe se levantou novamente, seus pés não tocavam o chão. Ela movimentou seus braços, fazendo um circulo como se estivesse segurando uma bola imaginaria. Aos poucos uma luz passou a surgir... ela brilhava e haviam tantas cores... Mas aquela que dominava metade do circulo era negra. A alma de Andrew.— Veja como a escuridão a domina, filho dos deuses. Veja a cor que ela ficará quando sua única rosa adorada morrer.— — Aproveite seus dias pois eu a matarei. Não importa se tenha que mover o planeta de lugar, mas eu a matarei e me deliciarei com seu sangue no meu jantar.— Andrew se aproximou dela.— Eu posso perder quantas pessoas for preciso, pois sempre irei superar. Mas você mexeu com a pessoa errada agora. E sim, perder a mulher que é minha vida está em opção e minha alma poderá se tornar negra, mas eu a matarei em seguida e todas as suas criaturas. Não existirá nenhum rastro seu nesse mundo para que ninguem um dia lembre que você nasceu e minha alma estará livre para pertencer a Hades novamente. Só que a morte de Roxie não acontecerá, apenas a sua.— — Você fala bonito para quem sofre.— Ela o respondeu com sarcasmo. — Não tenho culpa se nasci para ser o significado da perfeição.— Andrew foi seco e irônico.— É uma pena que não possa mata-la agora, nesse minuto... A sua imortalidade está em jogo, Hebe, não faça mais jogos comigo ou você perderá ela.— — E você seu coração.— — Veremos.— Hebe agora olhou para Hera e se aproximou de nós, não entrando na divisão.— Oh, minha querida mãe, você não se sente feliz por eu estar no poder?— Ela perguntou com sarcasmo.— Você deveria se sentir tão orgulhosa por eu não ser rebelde como Sol.— — Não compare Sol com você.— Hera a alertou.— Você não é digna de uma maldição, apenas da morte.— — É uma pena que o irmão de Andrew não conseguiu mata-la... Eu ficaria tão feliz.— Ela sorriu.— E você, minha mãe, limpará o chão que eu piso quando for rainha do mundo.— Claro, dominar o mundo novamente... Será que os vilões nunca tinha outro por que?— Tome cuidado com o que pensa, infectada.— Ela me ameaçou se aproximando, mas por algum motivo foi parada. Caso contrario, eu nem ao menos teria tempo de respirar.— Você não entende o que é perder um filho, ter seu filho matado pela sua própria mãe... Dominar o mundo não é nada para mim, eu matarei todos os filhos dos deuses. Todos.— — Você é louca.— Eu rebati.— E irá se arrepender.— — Ver sua morte? Ver a alma do vampiro mais poderoso se tornar negra? Apenas ver a cor do sangue? Essas coisas não me trazem arrependimento.— — Acho digno que seu filho esteja morto, ele não merecia vir ao mundo e encontrar uma mãe tão suja como você.— Peguei em seu ponto fraco e novamente Hebe tentou avançar, mas a magia de Hera por toda a divisão estava me protegendo. — Quando descobrir, o que não me falta pouco, como quebrar essa maldita muralha você se arrependerá dessas palavras. Seu protetor e sua amiga serão os primeiros a morrer e você assistirá a morte deles e depois eu a sua.— E em um piscar de olhos, Hebe não estava mais entre nós. Andrew ainda continuava no mesmo lugar, olhando para nós. Então, seu próximo passo me surpreendeu. Ele deu as costas a divisão e passou a caminhar até a floresta.— Andrew!— Eu o chamei, mas fui ignorada e novamente segurada por Hera quando tentei segui-lo.— O Sol...— Eu tentei começar. — Ele precisa pensar e você sabe disso.— Ela disse.— Eu o protegerei de sol, não se preocupe.— Eu olhei para direção que ele forá e não existia mais nenhuma sombra dele lá.— Eu sinto muito que tudo chegou a esse nivel, Roxie. Eu não sei como salva-la e...talvez nem tenha como.—


— Ele nunca aceitará minha morte.— Eu murmurei, sentindo a derrota vencendo todos os sentimentos que existiam em mim... ou talvez fosse os sentimentos de Andrew... Dificil explicar, pois talvez estivéssemos sentindo o mesmo. Eu olhei para Hera agora, depois que soltou meu braço. — Por que Andrew é tão importante pra vocês?— — Tendo a morte de Sophie e Pierre,— Ela começou.— Andrew passou a ser o vampiro original, o primeiro a ser criado e o mais poderoso.— — Mas Lúcifer... Ele é diferente.— — Lúcifer é como os infectados de Hebe, uma criação única de Hades.— Ela disse.— Ele não é considerado um vampiro, mesmo parecendo.— — O que ele é?— Eu fiquei curiosa. — Ele é o filho de um demonio, não uma criação. Lúcifer é um demonio. Ele age como um vampiro, seu alimento é o sangue, mas não é um vampiro. Talvez de uma raça diferente e única... Lúcifer não é como você, mesmo sendo considerado como um de vocês.— — O que faz com que Lúcifer seja menos importante que Andrew?— Eu perguntei, sabendo o que realmente Lúcifer é, era pra ele ser o mais poderoso. — Almas, Roxie.— Uma palavra tão pequena e complicada.— Almas são nossas maiores armas, todas as almas das criaturas sobrenaturais pertencem a nós, os deuses, e existem aquelas que são raras. Existem aquelas que são puras completamente e as negras. A alma de Andrew tanto negra ou não, ela é rara para nós.— Uma alma rara, como a de mãe de Lúcifer... Era uma pena que as porcentagens da escuridão vencessem, caso contrario eu ficaria tão feliz em saber que ele tinha uma alma pura...— O que ele quis dizer falando sobre pertencer a Hades?— — É aquela velha lei do mundo quando alguem morre, se ela permitiu que a maldade invadisse seu corpo, seu caminho é o inferno... Caso contrario, ela vai para o céu.— Hera desviou seu olhar do meu, para o nada.— Uma guerra muito maior pode acontecer se Hebe conseguir que a alma de Andrew se torne negra... Hades vai querer aquilo o que é dele e soltará todas suas almas negras para o seu poder ser maior.— — Uma complicação leva a outra muito maior.— murmurei.— Me explique, se o inferno é o lugar das almas negras... Por que Hades gostaria de uma pura?— Hera me olhou surpresa, provavelmente se perguntando como eu sabia dessas coisas... Mas lendo minha mente, ela saberia que Lúcifer contou sua historia.— Com tanta escuridão em sua volta, até você mesma gostaria de ter uma luz para iluminar seu caminho.— Eu desviei meu olhar, olhando para o ultimo lugar onde havia o visto...Eu era a Luz de Andrew. A luz que estava sendo apagada por toda a eternidade. Meus olhos foram para Hera novamente e ela não estava mais do meu lado. Muito educado sair sem se despedir... mas não importava, acho que nada importava agora que os sentimentos de Andrew estava escapando da sua tão forte barreira. Era dificil explicar os sentimentos que apareceram em mim como um vento forte, mas que era lento ao mesmo tempo. Era como uma briga entre a raiva, tristeza e... perda. Na minha caminhada, atenta caso visse meus amigos, não deixei de pensar em nenhum minuto que explicação daria para todos. Afinal, era isso que eles iriam querer. E havia Lúcifer, ele estava de uma certa forma...magoado. Eu acho que o vampiro loiro raramente confiava em alguém e depois que nos conhecemos, passei a ter sua confiança. E agora havia acabado com isso, mas Lúcifer me entenderia, eu estava desesperada e não sabia como contar isso... Ainda mais quando era a alma de Andrew em jogo. Deus, eu estava arruinando com todos. Andrew não era o único sofrendo, Nyx e Iawy... Eles eram minha família e não sei como superariam isso. Mais alguns passos e eu havia encontrado Lúcifer encostado em uma árvore da divisão, eu caminhei até ele.— Lúcifer.— Sussurrei, ficando em sua frente. Os olhos verdes encontraram os meus, mas logos se desviaram para a paisagem que as montanhas lhe proporcionava.— Você sabe o que acontece com minha alma quando o ódio a domina?—


— O que acontece?— Perguntei. — Ela dá muitos trabalhos a Hades.— Ele me respondeu, sem que seus olhos encontrassem os meus.— Geralmente ela se torna selvagem quando mentem.— — Lúcifer...— — Não.— Ele me cortou.— Eu preferi sacrificar minha vida para salvar a sua e mesmo assim você mentiu. Essa transformação pode se completar daqui alguns dias e mesmo assim você preferiu esconder de todos. Quando é a sua vida em jogo, não se cria mentiras, Roxie.— — Eu não sabia como lidar com isso.— — Andrew é meu único amigo depois de tantos anos da minha existencia e de alguma maneira estranha você conseguiu ter minha amizade. Vocês são meus únicos amigos... E agora você está morrendo.— — Eu sei que toda essa situação machuca, Lúcifer. Principalmente por que você foi responsavel por mim e deve estar sentindo que falhou.— — Andrew confiou em mim para cuidar da sua vida e você tambem.— — Não se sinta culpado.— Eu me aproximei e peguei suas mãos.— Realmente, a principio nós nunca nos demos bem, mas eu o tenho como um amigo tambem. Alguém que faz parte da minha família aberração, como diria Andrew.— Eu sorri.— Não havia o que fazer, Lúcifer. Você não poderia ter impedido Hebe e talvez se estivesse lá, seria infectado tambem.— Uma lágrima escorreu pelo meu rosto e meu sorriso reapareceu em frustamento.— Acho que se eu não me envolvesse em algum problema, não me chamaria Roxie.— A resposta de Lúcifer me surpreendeu, ele puxou minhas mãos e me abraçou. Isso mesmo, abraçou! Eu jamais o vi deixando que seus sentimentos falassem por ele.— Me perdoe.— Ele murmurou. — Vai ficar tudo bem, Lúcifer.— Palavras tolas... Ele se afastou, mais ainda me segurava, agora seus olhos estavam nos meus.— Andrew irá para outro planeta se for preciso atrás de uma cura... E eu o ajudarei.— Ele disse.— É uma promessa.— — Uma promessa de Lúcifer Hannibal, o filho do tão temido Diabo. O quão honrada eu deveria ficar?— — Mesmo morrendo, você não muda, Roxanny.— — Isso é uma boa coisa, não?— Eu sorri.— Mesmo com a morte vindo me buscar, meu humor continua vivo.— Ainda olhando para Lúcifer, eu beijei em sua bochecha e o abracei.— Não se culpe, ok?— Murmurei.— Sempre serei grata por ter cuidado de mim quando estive longe de Andrew, Lúcifer.— — Caso o pior aconteça....— Ele suspirou.— Eu vou cuidar dele tambem. Mas isso não vem ao caso, você não vai morrer, Chupim.— Ele se afastou.— A morte não chegará até seu corpo.— — Lúcifer...— Eu tentei começar alguma coisa de que nós não poderiamos nos iludir, estava morrendo e dessa vez não havia salvação, mas antes que eu falasse algo, o vampiro de olhos verdes balançou sua cabeça. — Sua transformação... Nós ainda temos 3 semanas antes que ela se complete. A derrota somente acontecerá se ela for completada, não antecipe isso.— — Você tem razão.— Eu concordei. Afinal, ainda estava viva e com muitas coisas para fazer. Eu não podia me deixar cair na morte sem que ela tenha vindo me buscar.— E eu tenho que lidar com Andrew.— Olhei em direção do portão, muito longe de mim... O quanto ruim seria lidar com ele e seu humor negro? — Bom,— Lúcifer começou, sua irônia muito bem vinda aparecendo em sua voz.— Lembre-se que ele pode ser muito pior que a morte.— — Você é um ótimo ombro amigo, Lúcifer.— o respondi afiadamente. — Oh, obrigado, chupim.— O vampiro de olhos verdes me respondeu como se não tivesse se sentido ofendido, a única coisa que pude fazer foi ignorar. Mas em um certo ponto Lúcifer tinha razão. Desde que recebi essa mordida meu maior medo era enfrentar Andrew e não a morte. E bem, não era somente ele que eu teria que conversar... Havia Nyx e Iawy. Infelizmente eu não teria coragem de enfrenta-los hoje, talvez eu tivesse a gastado para me desculpar com Lúcifer e bom, Andrew poderia aparecer a qualquer momento... Eu teria que me


preparar mentalmente pra isso. — Eu vou para meu quarto, gostaria de me acompnhar?— Perguntei para Lúcifer, que agora estava encostado na arvore novamente. — Você sabe o caminho.— Disse o vampiro.— É adoravel ver como o sol vai embora.— — Eu pensei que você não gostasse do sol.— — E pensei que você não gostasse de mim, veja como as coisas são.— Lúcifer brincou.— Mas, realmente, é impossivel gostar de algo que me machuque. Então em quanto não estiver me prejudicando, a natureza pode receber minha admiração.— Eu o encarei por mais vários e longos minutos, somente depois de um tempo que decidi ir embora. Sem me despedir, passei a andar de cabeça baixa até meu prédio e continuei assim até chegar em meu quarto. Depois que entrei fui diretamente para a janela e fechei a cortina de vermelho escuro, tampando qualquer claridade do dia e em seguida apaguei as luzes, deixando que somente as velas aromaticas, que acabará de acender, iluminasse o quarto. Não eram tantas, exatamente por isso o quarto ainda continuava escuro. “ A sua única rosa adorada.” Hebe havia dito. Única e infelizmente a última, eu me torturei mentalmente. Meus olhos cairam na comoda logo ao lado do enorme espelho que cobria quase uma parede do quarto. Sob ela, havia um pequeno abridor de cartas antigo, inteiramente prata e com aparencia de uma espada. Eu a peguei entre meus dedos e encarei fixamente aquele metal. Rapidamente, o empunhei sob meu estomago, usando toda a força que existia em minha mão, que ainda lutava contra a essa loucura. Talvez eu me arrependesse disso e me auto chamaria de louca, mas eu precisava disso. Precisava saber que tudo isso não era um sonho, uma brincadeira da minha mente. Quando a dor me atingiu e o sangue começou a sujar minha roupa e meus dedos, tive certeza que isso não passava da realidade. A dura e horrorosa vida, que mesmo imortal, podia caminhar na linha da morte. Vendo minha mão suja de sangue, a elevei até minha boca. Não havia nenhum desejo pelo meu próprio sangue, o que era normal entre vampiros e aparentemente para as criações de Hebe tambem. Mas isso não me impediu de experimenta-lo... tão diferente agora... Novamente eu enfiei a pequena espada em meu corpo, só que dessa vez sob a mordida. A dor nem se igualava a outra, nem mesmo queimaduras do sol se igualava a dor. Eu não pude conter o grito em minha garganta depois de esfaquear o hematoma. Eu deixei que a pequena espada caisse sob meus pés, se deixasse isso perto de mim, agora que eu estava deixando a raiva me consumir, eu não pararia de me machucar. Se Andrew e Lúcifer estavam sentindo a minha dor em nossa ligação? Com certeza estavam. Mas não me importava, não agora. Controlei tanto toda essa dor para que eles não soubessem, que agora eu não controlaria mais nada. Como havia dito antes, me arrependi profundamente por me auto torturar. Agora a dor era insuportavel... Eu tirei minhas roubas, que apenas de ralar levemente no hematoma já me causava dor, e coloquei um robe de seda. Deixei que o cheiro das velas me acalmassem em seguida, em quanto me sentava no chão, de costas com o espelho. Pois, me admirar, realmente não fazia partes dos meus planos. Aos poucos, como era de costume quando eu sucegava, minha mente e subconsciente foram tomando conta de mim, me levando a um sono profundo. E claro, aproveitando o momento, que o passado veio à tona em meus sonhos. Eu estava sentada no sofá de casa, com minhas costas retas e minhas mãos presas uma nas outras. Elas estavam suadas e um pouco trémulas. Meu coração batia aceleradamente dentro de mim e isso somente acontecia quando me deixavam sozinha com ele. Andrew le Boursier estava de frente com a janela, admirando a vista lá fora. Esse homem que havia salvado minha vida e que agora era meu noivo sempre se vestia de preto. Desde suas botas até os detalhes de seus roupas, como os botões, mas hoje havia outra cor em sua roupa divina. Em volta do seu pescoço estava um lenço vermelho sangue, que sumia no meio de suas vestimentas negras. Eu me levantei do sofá, ficar parada em quanto estava nervosa não funcionava para mim, tão rapido


como eu me movimentei, ele se virou para mim. Logo seus olhos azuis se encontraram com os meus. Seus olhos tão perfeitamente azuis que demonstravam exatamente como ele via o mundo as vezes... Mas não era só isso, havia algo a mais nesses olhos. Eles eram terrivelmente frios. Olhos frios e azuis, isso apenas o deixava com uma imagem ainda mais de severo. E meus pais haviam me jogado nos braços de uma pessoa com essa imagem, uma imagem de que deixaria qualquer um com medo. Mas se eu tinha medo dele? Obviamente que não. Pois quando seus labios se contorciam em um sorriso, como agora, toda essa imaginação maligna sumia. Andrew le Boursier era perfeito, mesmo sendo estranho as vezes.— Me acompanhe em um passeio pelo jardim.— Foram as palavras dele depois que sua avaliação por mim acabou. Andrew estendeu sua mão em minha direção. Calmamente, eu coloquei minha mão sob a dele e seu pequeno aperto em meus dedos veio à tona. Claro que um cavalheiro como ele, não deixou de beijar o topo da minha mão. Nós saimos de dentro de casa e fomos até o jardim na frente dela. Estava escuro e Andrew teve que ter muita paciencia comigo, pois diversas vezes enrosquei meu salto em algum canto. Eu não entendia o por que dessa necessidade de ve-lo somente a noite e raramente durante o dia.— Eu posso carrega-la se tiver algum problema.— Ele disse, parecendo que dessa vez, sua paciência acabará. — Eu não preciso de ajuda. Tente andar com um vestido desse tamanho e salto e você entenderá.— Rebati. Arrependimento passou por mim rapidamente. Fazia apenas um mês que haviamos nós tornados noivos e eu estava falando assim com ele. Mamãe me mataria se escutasse sendo rigida com alguém, principalmente se esse alguém fosse meu noivo.— Me perdoe por isso.— Me desculpei finalmente. — As vezes se demonstra não estar contente com esse noivado. Posso lhe perguntar se estraguei algum romance pequeno e tolo quando entrei em sua vida?— Eu abri minha boca para lhe dizer algo do tipo que meu passado não lhe interessa, mas acabei desistindo.— Vou tomar isso como um sim.— Andrew respondeu por mim, não deixando meus olhos. O que foi estranho, geralmente com uma descoberta dessa, era motivo de me deixar sozinha aqui e ir embora para sua casa. Não me enfrentar com esse olhar de um grande felino planejando sua refeição. — Não importa. Isso faz parte do passado.— — Quem era?— Ele perguntou, parecendo ficar curioso. Era verdade, havia alguém em minha vida antes e quando Andrew entrou nela, tudo que imaginei para o meu futuro se tornou, simplesmente, nada. — Barão Windsor.— O respondi.— Mas eu não estava apaixonada por ele.— Pelo menos eu achava que estava, até Andrew aparecer e deixar tudo confuso. — Um barão,— Ele sorriu ironicamente.— que agradavel.— Eu o encarei.— Algum problema com Barões, Sr. Le Boursier?— — Nenhum. Apenas acho que pequenos deslizes podem os levar a falencia.— Ele disse e o que causou minha revolta. Eu senti minha respiração ficar pesada e meus olhos choravam para se revirarem, mas a educação tinha que estar em primeiro lugar.— Não acho que daria uma boa vida a uma dama.— — Não estou com você por causa de dinheiro, Sr. Le Boursier. Eu nem ao menos sei qual é a posição... Mas não ofenda a baronia apenas por estar em um nível maior.— Disparei. Andrew sorriu e elevou uma de suas mãos até meu rosto, o acariciando. Eu não amoleci por causa disso... Se ele queria ofender a concorrência, tudo bem... Mas não ofenderia minha família tambem. — Me chame de Andrew.— Ele disse finalmente, ainda acariciando meu rosto.— E me desculpe por ofender sua família em meu comentário.— Balancei minha cabeça.— Está tudo bem.— Afinal, eu ainda estava o conhecendo, tinha relevar, certo? Eu encontrei seus olhos novamente e decidi perguntar.— Qual é sua posição, Andrew?— Dei enfase em seu nome. — Eu sou um duque.— Meu futuro marido tirou a mão do meu rosto e a colocou em suas costas,


juntamente com a outra, depois que me respondeu. E uau... Sua posição era tão maior do quanto eu podia imaginar.— Isso é bem grande.— — Maior que seu tamanho, com certeza.— Ele foi irônico e então piscou para mim. Eu queria ter me fingindo de ofendida, mas minha vontade de rir foi maior. — Não brinque com o meu tamanho.— Eu o repreendi depois. Andrew mordeu seu labio inferior, se tornando sério depois. Infelizmente, seus lábios roubaram minha atenção agora. Eles eram tão avermelhados, provavelmente por causa do frio, não muito cheios mais o suficiente para ser tentadores e macios...— Você já beijou alguém antes, Andrew?— — Você não?— Ele arqueou uma sobrancelha e logo senti minhas bochechas ficarem quentes... Andrew fez uma careta.— Certo... Você nunca beijou alguém.— Já fazia um mês desde que nos tornamos noivos e considerando que eu tinha 18 anos e nunca havia beijado ninguém...— Você gostaria de me ensinar?— Perguntei, não me importando que minhas bochechas queimassem com isso. Andrew sempre se mostrou ser muito respeitador em questão de...namoro. Quando tocava em mim era somente em minha mão. Talvez estivesse na hora de passar para o próximo nível. — Não acho que sua mãe ficaria feliz em saber nas coisas que andei lhe ensinando, mas...Acho que é o meu dever.— Eu sorri com sua resposta e quando ele se aproximou do meu corpo, uma de suas mãos vieram até meu rosto, para tirar algumas mechas que atrapalhariam essa nova novidade em minha vida. No primeiro momento em que senti sua respiração quente sob minha boca, os cabelos em minha nuca se eriçaram. Em seguida, seus lábios estavam nos meus. Ele os pressionou juntos, de uma forma leve, e os movimentou somente uma vez antes de se afastar. Era inevitavel não ter ido a procura de mais.— Deliciosos.— Andrew me encarou com seus olhos azuis perfeitos em quanto murmurou, seu olhar era diferente... Talvez surpresa ou outra coisa do gênero. Depois que segundos se passaram, ele me segurou por minha cintura e meu queixo fortemente. Um beijo verdadeiro aconteceu em seguida. Andrew mordeu meus lábios, de leve e meu corpo gritou seu nome. Quando seus lábios envolveram os meus, foi como se eu estivesse entrado em outra dimensão. Sua boca macia sugava a minha, sua língua parecia dançar em minha boca, se entrelaçando com a minha, seus lábios eram tentadores, como eu havia dito antes. Eu não sabia o que estava fazendo, exatamente, mas Andrew estava fazendo um belo trabalho em me guiar. Senti uma coisa gostosa na barriga, eram como borboletas voando, como aquilo que sentiamos quando estavamos apaixonados... Mas isso não era paixão, eu já era apaixonada por ele, mesmo não querendo admitir. Eu abri meus olhos antes mesmo que Andrew afastasse seus lábios de mim novamente no sonho. A dor já havia passado, provavelmente havia acordado dessa linda lembrança por estar emocionada e não pela queimação...Eu ainda estava sentada no canto do quarto, sozinha. Geralmente quando eu dormia fora minha cama, eu acordava nela. Andrew fazia um ótimo trabalho quando se tratava em cuidar de mim... Por mais que quisesse distancia dele...esse sonho só me fez deseja-lo ainda mais. Eu abracei meus joelhos novamente, os pressionando contra a mordida quando ela voltou a despertar aquela dor latejante e queimante que só continuou almentando, eu pensei em me mover até a cama, mas não parecia valer o esforço, então me contentei em só continuar abraçada aos meus joelhos enquanto memórias faziam a dor parecer fraca. Não importa o quanto algo doa em você, nada pode superar a dor de um coração partido. Eu encostei a cabeça no espelho, fechando os olhos e mordendo meus lábios tão forte que o gosto do meu próprio sangue me deixou tonta, eu havia perdido a noção do tempo, e do espaço também. Por isso, quando eu ouvi uma batida forte e abafada na porta, eu resolvi me dizer que tinha imaginado. Pelo menos era uma opção melhor do que levantar. Mas eu não tinha imaginado, e isso foi provado quando uma batida mais forte soou, eu abri os olhos e vi o mundo girar no escuro em minha volta antes de voltar para o seu lugar, a dor continuou, mas na terceira batida, eu resolvi ignorá-la. Me colocar de pé foi algo mais doloroso do que eu pensei, meu longo robe de seda vermelha


arrastava suas pontas pelo chão enquanto eu tentava não me curvar pela dor até chegar na porta. Assim que eu a abri, a fraca luz do corredor iluminou o interior do quarto como um enorme farol, o que me fez recuar quando atingiu meus olhos. Porém, outra coisa também estava lá. Eu não tinha certeza sobre aquela coisa de “lei da atração”, sabe aquela que quando você quer muito uma coisa, ela vem até você? Mas se ela era a responsável por isso, seria a primeira lei que teria meu respeito. Ele estava lá, parado a centímetros de mim, encostado no vão da porta. Seus preciosos olhos azuis me encaravam daquele jeito que só ele sabia fazer, daquele jeito que me fazia sentir a unica pessoa no mundo, e o escuro cabelo desgrenhado mostrava que eu não era a única que tinha dormido recentemente. Nossos olhares se encontraram por uma fração de segundos, e antes que uma pergunta pudesse chegar aos meus lábios, ele deslizou para dentro, passando uma das mãos pela minha cintura, o que me trouxe perigosamente perto enquanto ele fechava a porta atrás dele com o pé. O escuro voltou como um balde de tinta preta sobre uma pintura de Michelângelo. Mas olhos azuis me encaravam com tanta força que o escuro parecia completamente insignificante. O toque tão leve quanto se estivesse tocando em algo de vidro, um mero roçar de dedos em minha cintura, mas fez com que uma onda quente e fria que começava em todas as partes do meu corpo e terminava no meu estômago me invadisse tão rápido quanto um tsunami, a dor desapareceu junto com a distância quando eu senti os lábios dele tomarem os meus no escuro. Meu coração bateu tão forte que quase doía por si mesmo, milhares de sensações diferentes ao mesmo tempo me deixavam desnorteada enquanto a língua quente dele invadia minha boca com uma delicadeza e lentidão possessivas e seus dedos deslizaram até minhas costas, envolvendo toda a minha cintura com um braço e me trazendo tão perto quanto possível sem me machucar. Sua outra mão acariciava lentamente com os dedos meu ombro por cima do robe, cada movimento calculado, nossos lábios e línguas se moviam em uma sincronia lenta e envolvente como se fossemos um só. Ele subiu os dedos suavemente sobre meu ombro, e até meu pescoço, e então, os envolveu em meu cabelo. Eu estava tão perto, depois de tanto tempo longe, era como voltar para casa. Mas eu não podia estar em casa. Cada célula do meu corpo doía pelo que eu ia fazer, mas eu sabia que isso –nós- simplesmente não podia acontecer. Eu finalmente me movi, colocando ambas as mãos sobre o peito dele, e usando a força que eu não tinha para afastá-lo. Ele não forçou o beijo a continuar, assim que o toquei ele afastou seus lábios de mim, eu quase podia sentir dor novamente por isso. Tomei fôlego duas vezes antes de levantar os olhos e encontrar os dele. Tinha algo neles, uma firmeza, que eu não me lembro de ter visto antes, e quase fiquei hipnotizada por isso. Quase. Passei a língua sobre meus lábios, sentindo o gosto dele que ainda estava neles e meu estômago recebeu outra corrente elétrica. Força. - O que você está fazendo? – eu perguntei finalmente, não consegui achar minha voz então isso saiu como um sussurro baixo, ele franziu as sobrancelhas. –Andrew, o que pensa que está fazendo? Ele sorriu. E em seguida, a boca dele estava na minha denovo. Dessa vez eu podia avaliar tudo, eu podia sentir a força de cada investida lenta de sua língua, a pressão dos lábios dele sobre os meus, o jeito que ele me segurava perto, o cheiro de seu perfume se espalhando por mim, os frios músculos de seu abdomen sobre a camisa preta, seus dedos brincando com meu cabelo, sua pele em contato com a minha e a reação que cada centímetro dele me causava…e eu tinha a minha resposta. Eu era dele. E ele estava me tomando devolta. - Cherie – Meu antigo apelido veio em um sussurro fraco quando ele afastou os lábios, se divertindo em roçá-los em minha pele. Foi como, para um masoquista, levar um chute no estomago. Eu precisava dele, eu precisava sentí-lo, mais do que isso: eu precisava que ele sentisse. Mas quando inclinei a cabeça para frente, querendo resolver o pequeno espaço entre nós, ele desviou, movento a boca até o canto da minha. Minha respiração estava tão irregular, que eu nunca nem imaginei que pudesse soltar e puxar o ar tão rápido sem que estivesse correndo da morte. E aqui estava eu,


abraçando-a. A boca dele fez um percurso lento até o meu queixo, descendo pelo meu pescoço enviando calafrios por todo o corpo. Muito lentamente ele desenrrolou os dedos do meu cabelo, os usando para afastar o robe o suficiente para que ele beijasse meu ombro esquerdo, eu estremeci com a sensação. Com a outra mão, ele fazia círculos com os dedos em volta da minha cintura. E nesse ritmo, ele foi me guiando para trás. Eu só percebi o que ele estava fazendo quando senti ele desenroscar seus braços de mim, e subitamente me pegar no colo, como um noivo em lua de mel. Mas o jeito com que ele me colocou na cama, foi tão diferente, tão devagar, como se ele tivesse medo que eu fosse despedaçar. Mais do que qualquer outra coisa, aquilo me fez ver o quanto eu o queria. Assim que minhas costas tocaram o colchão, eu estendi as mãos para tocá-lo, como uma criança pedindo colo. Mas era mais do que isso o que eu estava pedindo. Ele se aproximou do meu toque, se mantendo em cima de mim, apoiando o peso sobre os cotovelos. Meus dedos encontratam seu abdomen, o que me fez ter raiva de sua camisa por escondê-lo de mim. Mas cada pensamento que eu tinha se foi, quando os lábios dele me tomaram outra vez. Dessa vez mais devagar do que antes, como se ele estivesse aproveitando cada segundo daquilo tanto quanto eu estava, uma leve mordida no meu lábio inferior, e em seguida sua boca estava em meu queixo. Mantive os olhos fechados e arqueei o pescoço, o convidando a beijar onde quizesse. E ele o fez. Sua boca desceu em um rítmo de mordidas e beijos lentos pelo meu pescoço até a minha clavícula, sua respiração pesada em minha pele me dava arrepios enquanto sua boca me dava choques. Com um só puxão, ele removeu o cinto do robe, apoiou uma mão na base da minha coluna, levantando e me levando junto o suficiente para que o robe deslizasse pelos meus braços enquando beijava minha clavícula. Eu não sei onde o robe foi para depois disso, e muito menos me importo. Tudo que eu usava por baixo, era calcinha e sutiã, ambos de renda preta, e que agora eu desejei ter escolhido algo menos simples. Mas quando ele realmente olhou para mim pela primeira vez sem o robe, eu percebi que podia estar usando qualquer coisa, ele não acharia nenhum defeito. Ele olhou para mim uma vez, e então, dirigiu sua boca para o meu colo, deslizando até os meus seios por cima do sutiã, eu estremeci, finalmente me lembrando do motivo pelo qual não devíamos fazer isso. Eu abri a boca para protestar no exato momento em que ele rasgou meu sutiã como se fosse uma folha de papel e fechou as presas sobre um dos meus mamilos. Eu gritei. Uma onda enorme de prazer, como a mesma força de um orgasmo tomou conta de todo o meu corpo, me fazendo me contorcer sobre um calor que se fechava no meio das pernas, minhas palavras se tornaram gemidos quando ele deslizou e fez exatamente a mesma coisa com o esquerdo. Era como se derrepente, me mexer fosse um luxo que eu não queria nem considerar. Meu corpo respondia ao dele como se fosse dependente, e eu senti sua risada me aquecer ainda mais. Era como se eu estivesse sendo consumida por fogo puro. E quando toda a sensação de flutuar começava a me deixar consciente denovo, o medo me atingiu. Andrew havia parado com as carícias, e olhava fixamente para aquele ponto próximo às costelas que eu tanto tentei esconder nos ultimos dias. Eu não podia ver seus olhos, estava muito escuro para eu detectar qualquer emoção neles, e eu não podia dizer também pelos movimentos, pois ele parecia uma estátua de anjo no meio das sombras. Foi como um belo e grande balde de água fria. Eu queria chorar, eu queria culpar Hebe, culpar o mundo, culpar Andrew por tudo, mas eu não podia fazer isso, eu não podia chorar. – Eu sinto muito –Eu disse, minha voz tremeu, e pigarreei tentando clarea-la –Isso foi um erro, eu não devia ter deixado… – Shh– meu coração deu outro salto. E no segundo seguinte, Andrew estava abaixando a cabeça em direção à mordida. Uma pontada de dor e mais duas de algo não identificado me atingiram em cheio quando seus lábios tocaram a marca que eu tanto odiava com a delicadeza que alguém beijaria um bebê, eu engoli o resto das minhas palavras junto com o choro, e uma unica lágrima conseguiu me escapar. Andrew voltou para cima, e seu rosto estava a milímetros do meu outra vez, os olhos azuis queimavam os meus com a intensidade, ele catou a única lágrima que me escapou com a língua. Cada parte dele estava sobre mim agora, meus seis nus contra o tecido fino de sua camiseta, eu podia sentir a pele quente por debaixo dela, junto com sua respiração quente se misturando com a


minha –Cherie, o que estava dizendo? – Jesus, o que eu estava dizendo? Ele não me deu tempo de pensar, sua boca encontrou o caminho para o lóbulo da minha orelha, onde aparentemente ele achou interessante me desconcentrar com leves mordidas e lambidas. Um dia, ele me mataria. O que eu estava falando? – Estou esperando, Cherie. – Eu disse, –comecei, tentando achar algum ponto de foco – Que isto era errado. Ele riu baixinho, o som gostoso e tão próximo me fez ter calafrios que terminavam onde o fogo começava. – Então me prenda –ele sussurrou enquanto passava a língua pela ponta da orelha, antes de mordê-la, me arrancando um gemido – Aponte o crime. Eu podia sentir claramente o fino tecido de sua camiseta roçando em meus mamilos eriçados, minhas mãos em seu abdomen me permitiam sentir os músculos embaixo da fina malha preta, quando ele começou a roçar os dentes pelo meu pescoço e clavícula, foi o ponto final. As ondas de calor queimaram dentro de mim como se fogo líquido tivesse substituido o sangue, e pulsava em todos os lugares em que eu o queria, em que queria Andrew. Foi como se o fogo me dominasse, pois no momento seguinte, sem saber exatamente como eu tinha feito aquilo, eu estava por cima de Andrew, e sua camiseta estava completamente rasgada com marcas de unha vermelho vivo em seu peito embaixo. Ele parecia surpreso, mas logo a expressão de surpresa se transformou em um sorriso tão cheio de malícia que foi como jogar gasolina em meus instintos. Eu arranquei os restos de sua camiseta dele, jogando em algum lugar em que eu realmente não me importo, os arranhões que antes eram marcas, agora sangravam, manchando de carmesin seu peito de mármore. O cheiro do sangue, o lugar onde estava, foi como se minha mente ficasse em branco por um minuto enquanto eu tentava me lembrar do por que de não fazer aquilo. Em um sussurro baixo, Andrew me trouxe devolta para a realidade. - Faça. – a palavra baixa e quente deixou seus lábios e eu levantei os olhos para ele para ver se não tinha ouvido errado. Andrew continuava imóvel embaixo de mim, me olhando como se eu fosse a melhor coisa que ele já tinha visto. Os arranhões começaram a se fechar, mas o sangue continuava lá. –Faça. Vamos. E eu fiz. Meu corpo respondeu a ele antes que minha mente tivesse uma resposta, e quando minha língua tocou os músculos frios e definidos de seu abdomen ele estremeceu embaixo de mim. Eu movi uma das mãos para baixo, em direção ao volume que eu podia sentir em sua calça. Eu o percorri seu abdomen com a língua, até seu peito, onde os arranhões começavam, enquanto deslizava uma das mãos fácilmente por dentro de sua calça de moleton. Quando eu finalmente encontrei o que procurava, senti um suspiro da parte dele, e o ar se foi completamente de mim. Ele não usava uma boxer por baixo da calça. Não havia nada me impedindo. Eu agarrei seu membro com uma das mãos em movimentos firmes, exatamente como eu me lembrava que ele gostava que eu o tocasse. E quando o sangue em seu peito havia desaparecido completamente, minhas presas latejaram a procura de mais. Andrew moveu suas mãos até o meu cabelo, me puxando pra cima com força e trazendo sua boca à minha tão rápido que meu fôlego falhou. Eu continuei com os movimentos, o que o fazia gemer enquanto sua língua me invadia com uma fome cega. No meio de tudo, eu comecei a sentir o sangue pulsando em seus lábios, e em todas as outras partes do corpo dele. Não consegui me impedir de morder o lábio dele com força, cravando minhas presas, e sugando com tanta força quando sua língua continuava a me provocar. Ele não me afastou, e o sabor de seu sangue em minha boca era tão fabuloso que eu não conseguia me impedir de continuar. Minha mente ficou em branco por um breve momento, e no seguinte, Andrew me empurrou bruscamente contra a cama, impedindo que eu pudesse continuar a beber e subiu em cima de mim, segurando meus pulsos acima da cabeça quando a fome falou mais alto e eu o tentei morder denovo. Era mais forte do que eu, e a pressão de sua ereção contra minha carne me deixava com um tipo de fome tão forte que eu não sabia como saciar. Me contorci embaixo dele, roçando meu quadril contra seu


membro, ao mesmo tempo em que tentei alcançar qualquer parte de sua pele em que eu pudesse cravar os dentes e romper. Ele me levantou brevemente só para empurrar denovo mais forte do que da primeira vez, um flash de suas presas foi a ultima coisa que eu vi antes de ambas serem cravadas no meu pescoço. Foi aí que eu caí na real. A névoa que me impedia de ver claramente se desfez tão rápido que me deixou tonta. Se ele bebesse, ficaria como eu. “NÃO!” a unica palavra deixou meus lábios, e ele rosnou contra minha pele antes de olhar diretamente nos meus olhos, ele sabia o que se passava em minha mente, mas ou ele era muito estúpido, ou sabia mais do que eu, por que antes que eu pudesse me assustar pelo meu sangue correndo pelos cantos da boca dele, ele grudou os lábios no meu, me puxando para uma posição sentada em seu colo. A fricção de seu membro mais forte sobre minha carne me apagou novamente, e nenhum pensamento coerente me pertencia. Eu o queria, eu o queria TANTO que era uma dor quase física. Um sussurrado “Por favor” foi tudo que deixou a minha boca antes de Andrew me puxar para baixo e me invadir de uma só vez. Dor, prazer e fome me invadiram como nunca enquanto ele continuava com movimentos tão fortes quanto sua força permitia. Ele nunca tinha me pego com tanta força antes, e enquanto ele entrava e saía de mim voltando com uma estocada mais forte do que a anterior, sua boca se fechou sobre meu seio, e suas mãos estavam cravadas em minha cintura tão forte, que eu senti o cheiro do meu próprio sangue em suas mãos. Gritos altos misturados com gemidos invadiam meus ouvidos, eu demorei para perceber que os sons saíam de mim, e quando percebi, foi quando minha garganta doía tanto que eu não conseguia mais pronunciar nada. Andrew moveu a boca do meu seio para o colo, e continuou subindo, roçando as presas em minha garganta sem diminuir o rítimo ou a força das estocadas um minuto sequer. Se for para morrer, já sei o que quero como ultimo desejo. Nos movíamos em uma sincronia perfeita, como duas partes de um só, e a dor era tão forte em vários lugares de mim que eu nem sabia de onde ela vinha, mas para o inferno, eu queria que ela continuasse! “Mais” eu sussurrei. Ele não hesitou, antes de me jogar com tanta força contra a cama sem sair de mim que o barulho de algo se quebrando foi seguido pelo impacto do colchão atingindo o chão. Ele me penetrou mais forte e eu gritei tão alto que duvidava que conseguisse falar algo por uma semana depois disso. Sua mão apertou minha coxa quando ele movia sua boca cheia do meu próprio sangue para a minha e me invadia com sua língua em todos os lugares possíveis. Eu senti como fogo queimando gasolina em minhas veias antes de uma onda enorme de prazer me invadir por inteiro, me deixando completamente tonta. Tudo que eu notei, foi que Andrew teve a mesma onda ao mesmo tempo quando ondas vindas de mim e dele se misturavam em meu centro. A ultima coisa que me lembro, é de ter visto seus olhos azul gelo no escuro, me olhando como sempre olhou. Meu principe das sombras, me tirando delas.


16Eu ainda estava dormindo quando senti dedos, em minha pele nua, tracejando por minhas curvas. Conforme o toque me deixava ainda mais despertada, fui obrigada a abrir meus olhos. Os olhos da cor do oceano claro, que estavam raivosos em dias de chuvas, foi a primeira coisa que registrei em minha mente depois. Pois a segunda foi sangue, muito sangue. O colchão chegava a estar úmido por causa da nossa noite juntos.— Hei.— Andrew sussurrou quando nossos olhos se encontraram novamente. O quarto ainda estava escuro, pois as cortinas ainda estavam fechadas, mas pela claridade que escapava delas, era obvio que já era dia. Andrew e eu estavamos abraçados um de frente com o outro, seus braços estavam por volta do meu corpo de uma maneira que me sentia segura...— Você está sujo de sangue.— Murmurei. — Você tambem, cherie.— Ele murmurou de volta, beijando o topo da minha testa em seguida. — Nós estamos juntos novamente, Andrew?— Ele sorriu.— Você adiantou os finalmente em paz, como posso saber?— Sua irônia apareceu e só Deus poderia saber o quanto eu sentia falta dela, como eu sentia falta de tudo nele... — Quem veio até meu quarto foi você.— Decidi lembrar essa parte da trama. Andrew revirou seus olhos frios.— Até parece que você não desejava minha companhia, todas as mulheres daqui desejam isso.— Falou.— Mas... Se quiser aceitar esse pobre homem com uma beleza invejada até por deuses de volta, juro que pensarei com carinho na sua resposta.— Eu não consegui segurar o riso.— Você é um canalha.— acusei descaradamente. — Eu senti falta disso.— — De que?— — De ser xingado por você.— Eu franzi o cenho.— De ter você em meus braços... Eu jamais deveria ter permitido tudo o que aconteceu entre nós. Mais até mesmo imortais cometem erros.— — Tudo o que aconteceu, teve um motivo.— — Você está morrendo e eu não vejo motivo pra isso.— Ele rebateu e conseguiu tirar qualquer palavra da minha boca.— Eu não deveria ter deixado-a longe de mim. Por dois motivos. Eu a amo demais para viver sabendo que não a veria todos os dias e, longe, não poderia protege-la.— — Você não é menos perfeito por causa disso, Andrew.— — Eu sei.— Ele foi irônico.— Mas isso não justifica o meu erro. Então...— Andrew olhou diretamente para os meus olhos antes de começar a dizer suas próximas palavras.— Roxanny Le Boursier, você aceita ser minha novamente?— — Nunca deixei de ser, Andrew.— Sussurrei.— Eu te amo tanto que meu coração bate somente por você. E gostaria de dizer que temos toda a eternidade para resolver cada problema que deixa nossa relação em uma linha fina, mas não temos...— Andrew interrompeu qualquer coisa que eu estava prestes a dizer aproximando seus lábios dos meus, me beijando para calar a boca. — Sua imortalidade ainda não acabou.— Ele disse depois que se afastou.— Você não irá morrer, cherie. Isso é uma promessa e eu nunca falho nelas.— — Andrew...— — Não estou sendo iludido. Está aceitando uma morte que não pertence a você, Hebe não vai me derrotar e muito menos tira-la de mim.— — Nós não tivemos nenhum progresso nas pesquisas, mal sabemos como matar uma deusa, quem dirá afastar a morte.—


— Se tiver que fazer um acordo com o diabo ou busca-la no inferno, eu irei. Não permitirei que a morte arranque tudo que faz sentido na minha vida e...— Ele parou de falar, parecendo ficar congelado por alguns segundos. — O que foi?— Eu perguntei. — Seus olhos,— Andrew suspirou e elevou sua mão até meu rosto, jogando meus cabelos para trás. — Estão com pequenas pintas vermelhas.— Eu desviei meu olhar, olhando para seu peito. Maldição...— A transformação não irá parar de ocorrer em quanto procuramos respostas. Andrew, é muito mais importante matar Hebe do que salvar minha vida.— — Eu não acho.— Ele discordou.— Eu disse antes, não espere piedade, da minha parte, quando uma chacina está acontecendo, muito menos espere qualquer sentimento se estou lhe perdendo.— Eu o olhei novamente, para dizer algo do tipo que ele estava errado em pensar assim, mas Andrew foi mais rapido.— Mas considerando que somente Hebe pode ter a cura, eu irei fazer uma 'troca' depois que descobrir como mata-la.— — Você acha que a resposta está no cofre?— Perguntei. Andrew ficou um pouco pensativo, mas não deixou de uma dar uma resposta.— Eu acho que Pierre daria um jeito de ser útil em minha vida mesmo depois de morto. Reis nunca morrem, afinal.— Eu toquei sua cicatriz, de uma forma delicada, com as pontas dos meus dedos e a acariciei. Eu a odiava, passei a odiar ainda mais quando soube que foi causada por minha culpa, mas eu passei a me acostumar com ela, como todos se acostumavam com as novidades da vida. E ela era algo que fazia parte de quem era Andrew, tinha obrigação de amar tudo que fazia parte dele tambem.— Por que você sempre vê o lado bom de Pierre?— — Porque eu conheci esse lado.— Respondeu Andrew.— Era um bom lado pra ser esquecido no meio de tanta maldade.— — Eu visitei seu tumulo quando estive em Londres.— Decidi dizer.— Ele está descansando em um belo lugar. Acho que ladrões de tumulos não tentariam passar por ali, aquele anjo é assustador.— Andrew riu.— É um anjo, Roxie, não um demonio.— — Eu pensei que você não acreditasse na religião dos humanos.— Afinal, anjos eram coisas deles. — Anjos existem. Cada um deles são responsaveis pelas estrelas dos deuses. Digamos, que são seus ajudantes.— Andrew explicou. — Eu sinto muito... Sobre Pierre.— Pareci hesitante, pois aquele diabo merecia a morte mais do que ninguém, mas eu sabia que para Andrew foi uma grande perda. Os olhos de Andrew mudaram, eles foram pra algo como... Ternura e compreensão. — Obrigado.— Ele sussurrou, em quanto deixava seu aperto em mim ainda mais forte. Muito mais tarde quando decidimos enfrentar a realidade saímos da cama e fomos tomar banho. Andrew foi para seu quarto depois, suas roupas estavam lá e com isso foi impossivel com que ficasse colado em mim. Agora, era hora de conversar com a minha melhor amiga. — Roxie.— Nyx disse surpresa, quando abriu a porta do seu quarto depois que eu bati. Ela me olhou profundamente por um momento, antes de se posicionar de lado para que pudesse entrar. Eu estava, completamente, tensa. Não sabia exatamente o que dizer ou fazer, minha primeira reação foi me virar para encontrar Nyx com olheiras de quem não dormiu a noite inteira e olhos inchados de tanto chorar. — Não me olhe assim.— Eu choraminguei quando vi em seus olhos a mensagem da alma dela, a mensagem de que tudo havia acabado. — Anos atrás, quando estava indo morar com Andrew,— Ela começou, com o tom de quem estava segurando o choro.— você disse que aquela era a primeira e ultima vez que estava me deixando. Por que isso não é mais verdade?— — Eu não queria quebrar minhas promessas com você, novamente. Mas não existe luta contra a morte.— Nyx respirou fundo e desviou seu olhar.— Nyx... Iawy vai cuidar de você.— — Iawy não é minha melhor amiga.— Ela rebateu rigidamente.


Nyx não estava com raiva, não de mim pelo menos. Ela estava triste e por causa disso, seus mais fortes escudos eram levantados para que ninguém a fizesse sofrer. Mas acho que nem ela mesma estava botando fé nos seus escudos hoje. — Me desculpe.— Eu disse finalmente, buscando seus olhos.— Eu não queria deixa-la novamente. — — Eu te amo, Rox.— Ela disse, voltando a chorar e cortando meu coração. Eu abracei Nyx como se esse fosse nosso ultimo encontro. Tinha vontade de mata-las as vezes, a maior parte do tempo, por ter o pior gênio do mundo. Mas não importava quantas vezes ela poderia ser uma anta de tão orgulhosa, a licantropa, a maior arma mortal dos vampiros, jamais deixaria de ser minha melhor amiga. — Eu tambem te amo, Nyx.— Falei.— Vai ficar tudo bem.— — Não, não vai.— Nyx discordou rapidamente.— Você vai me deixar com Iawy, Andrew e aquele diabo do Paraguai. Como acha que eu vou ficar bem entre eles?— Ela foi sarcastica. Eu sorri, somente brincadeiras poderiam ajudar nesse momento onde a salvação não existia. — Eles conseguem serem melhores do que eu as vezes.— Nyx se afastou e me encarou com aqueles olhos da cor do céu durante o anoitecer.— Eles não são você.— Ela disse.— Alem do mais, eu acredito em Andrew e sei que não deixará você morrer.— Eu ficava feliz em todos acreditarem que eu não iria morrer, mas isso não passava de ilusão. Hebe, literalmente, preferia perder sua imortalidade do que dar a Andrew o que ele queria... Mas eu não podia discordar de ninguém, pois isso causaria uma guerra se descobrissem a minha falta de fé em tudo isso. Nyx e eu estavamos saindo de seu prédio quando acabamos encontrando Andrew entrando no local, provavelmente indo atrás de mim.— Veja quem arrumou um cão perseguidor.— Nyx disse em um tom alto e claro para que ele escutasse. — Sempre soube que você perseguia minha mulher, licantropa. Só me resta saber se era por causa da minha beleza ao por sua necessidade de atenção da parte de Roxie.— Ele disse irônicamente.— O que ele está fazendo nesse prédio?— Andrew falou novamente, antes que Nyx o respondasse. Eu e Nyx nos viramos na direção em que ele estava olhando, apenas para ver Lúcifer caminhando com seu casaco no ombro, o segurando somente com um dedo, em quanto andava alegremente assobiando. — Meus caros amigos!— Ele exclamou quando nos encontrou, sorridente. Tudo indicava que o vampiro de olhos verdes e cabelos loiros havia tido uma bela noite.— E Poodle gigante.— Lúcifer disse para Nyx. — Por que eu tenho que aturar isso na minha vida?— Nyx se perguntou em murmurou, mas nós todos pudemos ouvir. Um grupo de caçadoras, não muito distante de nós, que se aproximavam secaram Andrew e Lúcifer com seus olhares e quando passaram por nós, não perderam tempo de se insinuarem para os dois.— Hei Lúcifer e Andrew.— Elas disseram em coral, algumas enrolando os cabelos com o dedo, outras apenas sorrindo. Isso fez com que minha raiva acordasse de um sono profundo. Andrew sentiu isso em nossa ligação, pois segundos depois, ele me puxou para seus braços, os colocando em minha volta.— Eu pertenço somente a você, cherie.— Ele murmurou no meu ouvido, atrás de mim. — Bom dia garotas.— Lúcifer disse se virando para elas, as secando tambem.— Não se esqueçam de me dizer onde estão hospedadas.— — Vamos sair daqui antes que eu vomite.— — Não fale assim Licantropa. Me levará a crer que sente inveja das minhas noites.— Ótimo, Lúcifer havia pego na ferida de Nyx agora... Falar da sua vida sexual era o mesmo que essas caçadoras mexerem com o seu inccubus. Mas sua resposta foi surpreendente. Realmente chocante. Nyx sorriu para Lúcifer, um sorriso até que sincero.— Eu somente invejo os deuses, por conseguirem tudo o que querem. Mas sexo, não é algo impossivel. Então a única coisa que sinto em relação a suas noites é nojo por deitar em uma cama de mulheres que mal conhece. É uma pena que criaturas sobrenaturais não possam ter doenças em relação a isso, eu ficaria feliz em saber o


resultado das suas noites.— Andrew tocou no ombro do seu amigo, com um olhar irônico.— É melhor fechar a boca se não quer morrer hoje.— Nyx lhe lançou um sorriso sarcastido e irônico, jogando sua cabeça levemente de lado na direção de Lúcifer. — Ok, você venceu dessa vez. — Nyx deu de ombros.— Eu sempre venço.— Lúcifer não deixaria isso quieto, ele era do tipo de Andrew e o vampiro de olhos azuis frios, jamais baixava a cabeça para provocações. Os olhos de Lúcifer se tornaram vermelhos e suas presas cresceram no meio de seus dentes. Ele estava tentando assustar Nyx, mas isso não funcionou. Ela o encarou por alguns segundos e em seguida o socou no meio do nariz. Andrew atrás de mim começou a rir. Andrew le Boursier que quase nunca ria, agora estava quase chorando de rir, se fosse possível. A face humana de Lúcifer veio à tona e ele colocou a mão sob seu nariz, pelo jeito aquilo havia doído. — Você vai querer me assustar novamente?— Nyx perguntou. — Sua louca.— Lúcifer a acusou em um murmurou doloroso. — Largue de ser uma menininha, Lúcifer.— Andrew disse atrás de mim. — Não foi você que levou um soco. Pra uma magrela ela é bem forte.— Então, Lúcifer tirou sua mão do nariz e havia... sangue. O cheiro daquele liquido que havia escorrido de seu nariz logo invadiu minhas narinas. Tão doce, tão rico... Eu finquei minhas unhas nas mãos de Andrew, em minha barriga, de uma forma que ele gemeu. Lúcifer me olhou e cada vez mais o meu aperto nas mãos de Andrew eram maiores. O vampiro de olhos verdes tirou um lenço de seu bolso e passou onde o sangue havia o sujado.— Eu vou...— Ele começou, parecendo perdido para ficar longe de mim. Não por medo, não. Lúcifer estava tentando uma saida para não causar problemas. — Não.— Eu disse antes que ele saísse. Essa coisa não dominaria minha mente e muito menos afastaria meus amigos de mim.— Está tudo bem.— Andrew saio de trás de mim quando eu o soltei, se colocando em minha frente. Ele colocou suas mãos geladas em torno do meu rosto e o elevou para cima, para a luz.— Andrew, está tudo bem agora.— — Sim, está.— Ele concordou comigo, deixando que eu movimentasse meu rosto, mas não o soltando. Eu beijei sua mandíbula em seguida e me afastei para encontrar Lúcifer. — Me perdoe.— Eu disse, um pouco constrangida. — Está tudo bem, chupim. Apenas se controle, não pretendo prolongar essa ligação.— Ele disse.— Não me torture mais.— Eu sorri para ele e Lúcifer piscou, com seu olho esquerdo, sem nenhuma dificuldade. Eu não entendia... Por que o vampiro que deu a fama do tão poderoso diabo era ao contrario de tudo que conhecia? — Eu vou para biblioteca agora.— Nyx disse.— Não vi Iawy ontem durante toda noite e nem hoje, talvez ele esteja lá.— — Nós vamos com você.— Andrew falou.— E você tambem Lúcifer.— Disse antes que Lúcifer tentasse escapar. O vampiro revirou seus olhos, de cores incomum, tão verdes quanto esmeraldas. — Mais alguma ordem, meu mestre?— Ele perguntou ironicamente, fazendo uma reverencia. — Sim.— Andrew passou seus braços por meus ombros e eu passei meu braço por ele tambem, para começarmos andar.— Feche a boca.— — Lúcifer faça isso, Lúcifer faça aquilo.— Ele murmurou baixo, mas era impossivel não ouvir, depois que começamos a andar com ele e Nyx atrás de nós. — E você não me soque novamente, caso contrario será uma licantropa banguela.— Ele a ameaçou. Nós já estavamos na metade do caminho para a biblioteca quando Nyx decidiu se manifestar em um silencio perturbador.— Esperem.— Ela pediu, nos fazendo parar na frente dos enormes portões do estadio feminino.— Iawy pode estar aqui.— — Certo,— Andrew começou.— Então vamos entrar e procura-lo.—


— Por que estamos o procurando? Vamos apenas colocar alguns explosivos em volta do cofre e BOW!— Falou Lúcifer depois que entramos no local. — Esse é o motivo por estarmos procurando por Iawy.— Andrew o respondeu ironicamente. — Então vossa majestade, que exibi sua inteligencia todos os dias, não sabe como abri-lo?— — A vossa majestade vai exibir seu sangue para alimentar a inteligencia que aprecia a diversão de ver o liquido vermelho caindo em direção do chão.— — Você deve se sentir tão amado, Lúcifer.— Nyx provocou o vampiro loiro, não deixando o seu velho amigo sarcasmo de lado. Meus olhos varreram a divisão em procura de Iawy, mas tudo que eu vi foram apenas caçadoras treinando com Dale e duas garotas, que pertenciam a central de Iawy e até mesmo já chegaram a lutar comigo, estavam na arena lutando. Eu olhei para meu lado, onde Andrew estava, e ele não estava mais lá. Meus olhos o procuraram apenas para ve-lo na arena com as duas caçadoras, que conheciamos, lutando com elas. Logo todas as caçadoras pararam o que estavam fazendo e foram assistir o Deus grego da divisão, exibir sua imagem. Eu revirei meus olhos. No minuto seguinte duas figuras femininas foram ao chão tão rapido, que tudo parecia ser um borrão, Andrew havia vencido as duas guerreiras de Iawy. Grande novidade. Todas as caçadoras começaram aplaudir sua vitória e Andrew começará a fazer reverencias. Era incrível como ele amava ter a atenção de todos. Era mais incrível ainda o desejo imenso que crescia dentro de mim para mata-lo. — Alguém mais teria o prazer de encontrar o chão dessa arena?— Andrew perguntou, convidando mais pessoas para se divertir. Em questão de segundos, as caçadoras ficarem em pura euforia. Claro que ficaram. Esse era o desejo de todas, serem tocadas por Andrew le Boursier, o rei dos vampiros. — Bom, acho que ninguém tem coragem suficiente para subir até aqui...— — Eu tenho.— Me manisfestei, antes que qualquer caçadora subisse lá. Andrew me olhou, se virando em minha direção. — Eu não pretendo quebrar a pessoa que irei para cama essa noite.— — Você está blefando.— Eu disse.— Realmente tem medo que eu o derrube?— — Roxie.— Lúcifer disse meu nome, tentando me parar. Eu sabia o por que, mas não pararia, não até essas caçadoras saberem seus lugares. Decidi ignora-lo e caminhei até a arena, subindo com a ajuda de Andrew. Na última vez que estive aqui, ele realmente tinha quebrado meu corpo e me deixado humilhada, mas hoje séria diferente. As únicas pessoas humilhadas seriam essas mulheres que achavam que meu homem eram delas. — Eu não posso fazer isso.— Andrew sussurrou.— Você está...machucada.— — Eu sobrevivi a você noite passada...— Comecei, o olhando em quanto dava voltas, lentas, por seu corpo. — Com tanta fome, tanto desejo...— Sussurrei. Eu passei minhas unhas por suas costas, por cima da sua camisa, de uma forma atrevida e nada delicada. Andrew ficou tenso com isso e em seguida se virou para encontrar meus olhos. — Cherie. — Um alerta de perigo. Passei minha língua por meus labios e deixei que minhas presas aparecessem. Andrew as adorava. — Seu sotaque é tentador, muito sensual quando fala em sussurros no meu ouvido.— Dei um passo a frente, quebrando nosso espaço.— E seu cheiro... É como o aroma de sangue para um carnívoro enlouquecido pela fome.— Meus dedos tocaram seu abdómen, novamente escondido por sua camisa.— Sempre negro...— Murmurei sobre a cor que usava.— Como seu humor.— Os pressionei sobre o tecido, para sentir as curvas da sua barriga que estava ficando cada vez mais rígida, deslizei meu dedo por cada linha ou curva do seu glorioso abdomen. — Não brinque com fogo se não deseja se queimar.— Avisou Andrew. — Quem disse que não quero?— Levantei meus olhos, admirando cada parte do seu corpo ao caminho antes de encontrar seu olhar.— Adoro receber avisos prévios antes de uma fera faminta me atacar.— — Por que?—


Meus dedos correram pelos musculos de seus braços dessa vez, tão gelado...— Porque,— comecei, sussurrando em um tom sensual, em quanto deixava que sua pele sentisse minhas unhas.— o perigo é excitante.— Eu peguei seu rosto com uma de minhas mãos, o trazendo para perto do meu. Passando minha língua, lentamente, por sua bochecha em seguida, para sentir seu gosto. Tão parecido como seu cheiro... Ervas perigosas para qualquer vida, mortal ou imortal, o gosto de terra molhada envenenada pela tempestade....Andrew estremeceu.— Você não acha, Andrew?— Sussurrei em seu ouvido. — Eu acho,— Ele disse, seu tom irônico afiado como uma adaga.— que você está tentando me matar.— sussurrou a ultima parte. Virei meu corpo para que pudesse ficar de costas para Andrew, encostando-me nele. Meu quadril se movimentou para provoca-lo.— Não vejo motivo para fazer isso. Noites solitárias, me iludindo em te-lo na minha cama... Seria tão triste.— Eu peguei em suas cochas, para que se pressionassem ainda mais contra as minhas.— Não gosto de ficar triste.— Disse em um tom mimado, em quanto subia minha mãos até suas nádegas. Onde sua calça jeans as marcavam muito bem e se preenchiam. — Você gostaria de me ver triste, rei dos vampiros?— — Uma rainha nunca deve se sentir assim.— Suas mão varreram meus cabelos para o lado e seus labios encontraram a curva do meu pescoço depois. Pecaminosos e exigentes. — Isso era para ser uma luta ou alguma dança de acasalamento?— Ouvi Nyx perguntar para Lúcifer na pláteia, a plateia que nos assistia em silencio e com muita inveja. Eu sorri com isso. Andrew segurou meus braços, somente para nos deixar frente a frente novamente.— Já chega.— — Não.— Eu discordei, o encarando com fúria.— Já chega de pensar que tem alguma autoridade sobre mim. Eu mando em você.— O puxei pela gola de sua camisa com uma das minhas mãos e fui a descendo, somente com um dedo encostando em seu corpo, o acompanhando com meus olhos.— Já chega de agir como se fosse meu dono.— Minha mão, agora, estava no botão da sua calça, eu a tirei do seu corpo somente para usar uma certa brutalidade quando peguei em seu sexo. Pulsante e rígido, como eu imaginava que estaria. Andrew reagiu a isso. Ele pegou meu braço e o torceu para trás, fazendo com que minha costas encontrasse seu abdomen, novamente.— Tão selvagem...— — Isso é algo muito, muito pessoal.— Ele murmurou na intimidade do meu ouvido, de uma maneira que senti seus labios encostando em mim. — Por que?— — Porque somente uma pessoa pode aprecia-lo.— — Diga-me quem é.— Ordenei antes de estremecer, já que Andrew decidiu mordiscar minha orelha. — Você, cherie.— Um sorriso cresceu no meu rosto, isso bastava. Eu me virei para o lado do braço que Andrew não estava me segurando e atingi seu estomago com meu cotovelo. Isso doeu em mim, mas nele provavelmente não, minha salvação foi que Andrew não esperava por isso e antes que ele reagisse, enganchei meu pé atrás de seu tornozelo e puxei com todas minhas forças, principalmente aquela que estava crescendo em mim nesses ultimos dias. Andrew não havia me soltado até então, nossos corpos encontraram o chão juntos em um impacto rapido. Eu não sofri com a queda, pois tive o corpo de Andrew a baixo do meu para amenizar a dor. — Bem,— Ele disse com um sorriso irônico estampando seu rosto, seus olhos diziam que se sentia orgulhoso. Provavelmente ele sentia orgulho de qualquer pessoa que conseguisse o derrubar. — Olá.— Andrew permitiu que sua barreira se rachasse, apenas para sentir um enorme tsunami de puro amor. Ele me amava e eu nunca teria duvidas sobre isso. — Eu te amo tambem.— Sussurrei o mais baixo que podia, essas palavras, pequenas e com um significado enorme... Somente Andrew podia ouvir. — Bom garotas,— A voz de Lúcifer se manifestou no meio da plateia. Eu me sentei nas cochas de Andrew para encontrar o vampiro de olhos verdes, ele fez o mesmo depois que dei espaço para se movimentar.— É assim que se faz para derrubar um vampiro antigo. Mas por favor, não tentem usar a tática de sedução nos infectados da Hebe quando não conseguirem derruba-los. Obrigado pela atenção de todas e não se esqueçam que estou hospedado no prédio da clave e...Ai!— Nyx o


beliscou antes que pudesse terminar sua frase.— Você, realmente, quer perder seus dentes?— — Eu não o soquei, arrume outra ameaça para isso.— Andrew riu por um momento.— Acho que agora entendo o por que de você amar tanto essa garota. — — Você é maldoso.— Acusei. — Não tanto quanto você.— Ele disse.— Você estava ótima, Roxanny.— Seus lábios se pressionaram contra meu queixo.— Poderia fazer isso novamente?— — Mais tarde, eu prometo.— Me levantei em seguida e o puxei junto. Claro que Andrew levantou por sua vontade, caso contrario, eu voltaria para o chão ao tentar ergue-lo.— Agora vamos procurar Iawy.— Nós decidimos que Iawy não estava em outro lugar a não ser na biblioteca, então fomos direto para lá depois que saimos do estadio feminino. Quando estavamos próximos eu respirei fundo para ter certeza de que Iawy estava por perto. Claro que vários aromas vieram até minhas narinas, mas aquele que eu procurava, era o mais forte. O cheiro de caramelo e de orquídeas de uma floresta selvagem, cercadas por plantas carnívoras, que era vivido e mortífero. Com certeza Iawy estava na biblioteca.— Eu gostaria de falar com Iawy sozinha por alguns minutos.— Falei antes que Nyx abrisse a porta e todos entrassem na biblioteca. Andrew me olhou por alguns segundos antes de soltar minha mão. Ele sabia o quanto importante isso era pra mim.— Não demore,— Falou gentilmente.— pois sentirei sua falta.— — Bléh.— Lúcifer murmurou atrás de nós, mas ignorei isso. Andrew cuidaria dele, pois eu, iria conversar com a pessoa que foi mais que um amigo pra mim, mais que um pai tambem... Não existia nenhuma palavra para descrever o que Iawy significava pra mim. Depois que entrei, meus olhos encontraram Jake sentado em uma das mesas com um livro em frente de seus olhos. Eu apenas acenei para ele, não querendo atrapalhar sua leitura. E afinal, meu ponto era encontrar Iawy. Na metade da escada, meia lua, que me levava até o segundo andar, eu pude ver Iawy. Ele estava de costas para mim e de frente com uma estante de livros, com seus braços cruzados ao peitos. Iawy vestia as mesmas roupas de ontem e tudo indicava que ele não havia dormido, muito menos saido dessa biblioteca. Ele não se moveu, mesmo sabendo que eu estava lá... Apenas ficou parado, como uma estatua observando aqueles livros em sua frente. — Iawy.— Eu disse seu nome antes de chegar perto dele. A primeira coisa que aprendi com minha imortalidade foi que ao chegar perto de alguém distraido ou em silencio, se devia fazer algum barulho, caso contrario voaria até a parede em seguida.— Você não saio da biblioteca essa noite...Por que?— Eu perguntei minha adivinhação. — Porque,— Iawy se virou para mim, seus olhos tão negros quanto um veludo.— eu vi muitas pessoas que não mereciam a morte irem embora desse mundo... Humanos e criaturas sobrenaturais que conheci ao longo do tempo, pessoas que deveriam permanecer na historia como heróis. Você está morrendo, Roxie.— Ele disse, a única pessoa que tinha dito a verdade tão dura na minha cara, acho que a falta de esperanças me doeu mais do que ouvir daqueles que ainda achavam um pingo de salvação.— E talvez não aja cura... Eu não estou preparado para perde-la e acho que jamais vou estar.— — Eu não queria que isso acontecesse.— Murmurei. — Eu prometi cuidar de você e lhe ensinar tudo que aprendi em toda minha existencia... Sinto que falhei com você, pois não posso ensina-la como sair da fila da morte. Estou tentando, mas não consigo.— Iawy não conseguir algo, isso era realmente raro para os meus olhos... Mas devido a situação, não me admirava que isso aconteceria.— O dia que a encontrei, totalmente suja de sangue e com medo de você mesma, tremendo por todas suas atitudes, com fome... Eu dividi meu sangue com você, pois sabia que estava encontrando uma filha, não uma caçadora.— — Eu sei.— sussurrei, tetando vencer a minha vontade de chorar com um sorriso.— E você fez um ótimo trabalho.—


— Eu te amo, mas não sei o que fazer.— Ele disse.— Não sei como isso é um ótimo trabalho.— — Sempre serei agradecida por tudo o que fez por mim, Iawy... Você não só faz parte da minha história, como tambem faz parte de mim. Eu provavelmente teria me matado se não tivesse me encontrado naquela rua sem saída e escuro da França... Se você não tivesse me criado, jamais saberia que o amor de Andrew era real e que poderia ter uma família que não desejava minha morte. — Iawy soltou sua respiração, em pura frustração, e por um momento desviou seus olhos dos meus, mais no minuto seguinte, voltaram até mim.— Um pai nunca desiste de um filho, Roxie.— — Eu sei,— Caminhei até ele e o abracei.— Eu sei que ninguém vai desistir de mim até verem o meu fim.— Iawy passou seus braços por meu corpo e segurou minha cabeça em seu peito. Perto dele eu me sentia tão pequena e frágil...— Minha menina.— Ele sussurrou.— Pequena boneca apaixonada.— Palavras antigas. Palavras ditas no passado e que fizeram com que minhas lágrimas viessem até meus olhos agora. — Obrigada, Iawy.— Disse ao meio do choro.— Obrigada por tudo.— Agradeci. Por mais que eu já tenha falado isso diversas vezes, dessa vez foi real... Afinal, seria a ultima vez que estaria dizendo isso ao homem que poderia ter o titulo de melhor pai do mundo.


17Andrew e os outros entraram na biblioteca logo depois que parei de chorar e sequei meus olhos. Todos ficaram em silencio, pois novamente estavamos em frente, de uma nova mesa, com o cofre. — Eu ainda voto para colocarmos explosivos nele.— Lúcifer disse, no meio do silencio. — Eu voto para você calar a boca, Lúcifer.— Andrew falou, fazendo com que o silêncio voltasse para torno de nós. Eu já estava ficando, totalmente, impaciente. Claro que abrir o cofre era importante. Talvez minha vida dependesse disso... Mas a demora nunca me agradou. — Se o sangue de Roxie que precisamos, vai ser impossivel de abri-lo. O sangue dela está modificado.— Nyx decidiu nos lembrar de um fato importante. — Há uma possibilidade.— Iawy olhou para Andrew e eu.— Se nós colocarmos o sangue dela, mais do que precisa apenas de uma vez, o cofre pode descartar aquele que está invalido e abrir, já que em uma porcentagem, apenas 50% do sangue de Roxie está modificado.— — Então o outro 50% pode abrir o cofre?— Lúcifer pareceu curioso.— Mas isso é perigoso, teriamos que tirar muito sangue de Roxie e isso nunca é uma boa coisa para vampiros.— — Eu não disse que seria algo fácil.— — Eu acho que deveriamos tentar.— Andrew falou. — Andrew.— Lúcifer o repreendeu por sua decisão. — Sei que é algo ruim, Lúcifer. Mas eu jamais colocaria a Roxie em algo se soubesse que a mataria. — Uhum, comecei a pensar ironicamente, alem de me deixar como isca para Pierre e me jogar de um penhasco...Fora isso, ele jamais me colocaria em algo que caminharia ao lado da morte. — Pelo menos pergunte a opinião dela, não faça escolhas por ela.— Lúcifer parecia revoltado.— Roxie está fragilizada, se isso normalmente já é perigoso...nós não sabemos o que vai acontecer agora.— Andrew encarou seu amigo por alguns segundos e em seus olhos, eu vi que ele havia mudado completamente de ideia sobre essa loucura que me machucaria. — Não.— eu protestei antes que alguém tomasse mais alguma decisão por mim.— Nós temos que tentar.— — Lúcifer está certo, Roxie.— Andrew disse.— Nós não sabemos o quão fragilizada você está.— — Eu quero fazer isso.— Senti a raiva crescer em mim.— Pare de fazer escolhas por mim quando elas são perigosas, Andrew.— Ele se virou para mim, seus olhos frios estavam cheio de furia, como uma piscina ficava em um tornado... Só então eu percebi, que não deveria ter falado isso. Não na frente de todos, pelo menos. Andrew sempre cuidava de mim, não importava o quão ruim estava a situação ele sempre dava um jeito para me proteger. Sempre e sempre.— Desculpa.— Eu murmurei, desviando meus olhos dos seus. — Nós vamos fazer isso.— Ele tocou minha mão e virou para os outros.— Eu não posso fazer isso. Roxie vai sofrer mais se fizer.— — Eu faço.— Lúcifer se ofereceu. — Realizando um sonho, não Lúcifer?— O vampiro de olhos verdes sorriu e seu sorriso disse que estava completamente feliz por poder arrancar meu sangue. Andrew olhou para seu melhor amigo e acenou, eu não gostei muito da ideia de não ter ele fazendo isso, mas Andrew tinha razão. Caso ele fizesse, seria muito mais sofrido, pois meus hematomas não curariam e a dor seria maior.


Iawy, ao lado de Lúcifer, entregou uma adaga para o vampiro loiro. Mesmo aquilo não estando em minha pele ainda, eu já tive calafrios. Isso com certeza iria doer. Andrew se aproximou de mim e passou um braço por mim, me arrastando para perto do seu corpo em um abraço. Em quanto o outro, ele usou para estender meu braço e segura-lo.— Eu acho que não quero fazer mais isso.— Murmurei para ele. — Pensei que você tinha virado uma mulher decidida.— Andrew me respondeu ironicamente.— Mas acho que eu devia ter notado que sua mera existencia não passa de nada sem minha opinião.— Eu o mordi, levemente, em seu braço.— Não me provoque.— — E você, não me morda.— Andrew encontrou meus olhos quando ergui minha cabeça.— Não tenho tempo para testes de raiva.— Eu revirei meus olhos. — Muito engraçado, Andrew.— Andrew antes que pudesse me dar uma resposta, provavelmente irônica, viu que Lúcifer se aproximou de nós e preferiu se calar. Ele escorregou sua mão, que segurava meu braço, mais para cima e Lúcifer segurou minha mão, seus dedos tão gelados como a lamina, que acabará de pressionar contra minha pele, me deram calafrios.— Não olhe.— Lúcifer disse para mim e eu segui seu conselho. A lamina foi pressionada ainda mais sob meu braço e quando a dor veio, eu sabia que tinha começado. Eu tentei puxar meu braço, talvez por instinto, mas Andrew não deixou que isso acontecesse. Minha única opção foi me espremer ainda mais contra seu corpo e evitar olhar para meu sangue que caia em cima do cofre, o cobrindo como uma cachoeira fazia com um rio. Quando notei que Lúcifer não estava nem perto de terminar, escondi meu rosto no peito de Andrew. Sua mão, em volta da minha cintura, se tornou mais protetora. — O cofre está quase abrindo.— Iawy disse finalmente. Mas no minuto seguinte, eu senti meu mundo girar. Tudo estava ficando tão embaçado... — Andrew, eu não estou bem.— — Aguente mais um pouco, Cherie.— Ele encostou seus lábios em meus cabelos.— Está quase acabando.— Eu não sentia mais dor, pra falar verdade, não sentia mais nada que acontecia com meu braço. Acho que minha mente havia se acostumado com e por isso não estava sofrendo tanto... Mas a falta de sangue, fazia com que cada vez me sentisse mais fraca.— Andrew, já acabamos.— Lúcifer disse, retirando a adaga do meu braço. Andrew me carregou em seus braços e a única coisa que pude fazer foi passar meus braços por seu pescoço. Nem ao menos lutar com minha curiosidade e ficar para ver o que havia no cofre, eu pude. — Voltamos já.— Andrew avisou a todos e passou a caminhar em um dos corredores do segundo andar da biblioteca e somente parou quando me colocou sentada em uma mesa. — Eu não quero seu sangue.— Falei quando Andrew começou a abrir os primeiros botões da sua camisa negra. Ele arqueou sua sobrancelha e então suas presas apareceram. Andrew levou seu pulso até sua boca e o mordeu, em seguida, em movimentos rapidos, ele segurou minha cabeça e enfiou o lugar perfurado por seus dentes na minha boca. Muito delicado, eu pensei comigo mesma, antes que o desejo de sangue, a fome crescesse dentro de mim e atacasse Andrew por isso. Ele me afastou depois de alguns minutos, mas avancei novamente em direção do seu pescoço, onde eu estava antes de ser afastada. Não me lembrava como havia chegado até lá...mas era lá onde eu estava quando minha mente acordou. Andrew me segurou e impossibilitou que eu tomasse mais sangue dele. — Me desculpe.— Sussurrei quando o sangue não afetava mais minha consciência. Seu aperto em meus braços se tornaram mais leve agora, como um carinho. — Eu te amo.— Suas palavras me surpreenderam. Não, exatamente, as palavras e sim o momento em que foi dito. Andrew encostou sua testa na minha, deixando que nossos narizes se encontrassem. — Eu te amo.— Ele repetiu, em um sussurro calmo.


— Por que você está dizendo isso agora?— Sussurrei tambem, mas em uma brincadeira inocente. — Nunca é tarde para dizer que a amo.— Andrew fechou seus olhos.— Uma guerra pode acontecer daqui alguns minutos ou somente a minha derrota... Mas não importa o quão derrotado eu esteja, cherie, nunca irei parar de dizer que a amo.— — Eu tambem te amo, Andrew.— Eu falei.— E para mim, você é meu principe encantado...não alguém que aceita a derrota.— — Sua vida, a vida das criaturas sobrenaturais e dos humanos dependem, praticamente, do meu irmão, do que ele tem naquele cofre.— Andrew se afastou um pouco, para encontrar meus olhos.— Não importa o que aconteça daqui pra frente, cherie, quero que nunca esqueça do quanto eu a amo. E nunca deixarei que esse sentimento seja esquecido.— Eu toquei seu rosto com as pontas dos meus dedos, como uma pequena criança fazia para conhecer o rosto de uma pessoa amada.— Eu pensei que teriamos a eternidade...— — E nós teremos.— Andrew me cortou, impedindo de continuar minha frase.— Esperei mais de 300 anos para reencontra-la, Roxanny e não vai ser a morte que vai me impedir. Esperarei quanto tempo for preciso para ve-la novamente. Nesse mundo ou em outro universo. Eu encontrarei sua reencarnação se for preciso... Mas eu não abandonarei meu coração. NISSO, a derrota não irá me vencer.— Eu o abracei e puxei para mais perto de mim, enterrando meu rosto na curva de seu pescoço.— Eu nunca desistirei de você tambem.— murmurei.— Mesmo que as vezes eu seja uma idiota e completamente tapada.— Andrew riu, um pequeno riso que não conseguiu segurar.— Realmente, as vezes tenho vontade de mata-la por esses pequenos e meros defeitos.— Ele foi ironico.— Mas nós sempre acabamos dando certo no final e isso é o que importa.— — Você acha que nos seriamos mais felizes se tudo fosse diferente? Se nós nunca tivessemos nos separados...— — Tudo o que acontece tem um motivo, nós apenas somos lentos o suficientes para nunca descobrirmos a moral do final da historia.— Ele se afastou e pegou em minhas mãos, me puxando da mesa.— Agora vamos ver se Pierre me deixou uma boa herança.— — Eu nunca coloquei muita fé em Pierre, mas realmente espero que tenha algo de util lá dentro. Principalmente por que Lúcifer quase arrancou minha alma junto com meu sangue.— — Não seja dramatica.— — Dramatica?— Perguntei incrédula.— Você viu o quanto de sangue tiraram de mim? Meu sangue em cima daquele cofre poderia encher o rio Nilo.— — Eu posso ajuda-la a encher o rio nilo se desejar, majestade.— Lúcifer se intrometeu em nossa conversa quando chegamos até o cofre. — Você pode me ajudar se matando.— Lúcifer abriu sua boca para me dar uma resposta, mas Andrew mandou que ele ficasse quieto. Afinal, agora o assunto seria sério. Todos aqui estavam esperando por Andrew para abrir o cofre e agora que ele já estava... Era apenas rezar para que Pierre tenha escondido o maior segredo dos deuses ai. Andrew segurou no topo do cofre como apoio para abrir a porta, sujando inteiramente suas mãos com meu sangue que cobria aquela caixa feita de metal. Assim que ele abriu, não pareceu ficar muito surpreso ou contente.— É apenas uma carta.— — Então abra.— Nyx falou, a única que teve coragem para dizer algo no meio de tanta tensão. Andrew olhou para mim em sua frente, do outro lado da frente, eu não consegui ler sua expressão, mas não estava gostando muito da situação. Minha curiosidade estava me matando. Os dedos sujos de Andrew com meu sangue mancharam um pouco a carta com um papel velho. Ela parecia ser muito antiga, considerando que desde que o irmão mais velho do homem que eu amava havia morrido apenas 3 anos atrás.— “O sangue é a chave de tudo...”— Andrew leu depois que abriu o envelope. Me deixando totalmente confusa. — Eu não acredito que nós quase tiramos a alma da sua mulher para ter isso dentro desse cofre.—


Lúcifer se revoltou. Mas Andrew parecia...diferente. Até mesmo sua respiração tinha se tornado pesada.— Oque mais tem ai, Andrew?— Eu perguntei. — “Me perdoe, meu irmão. Perdoe-me por meus erros e acertos que foram considerados insanos durante os anos da minha existencia. Nossos maiores idolos nem sempre foram considerados heróis.”— — Impossivel ser herói mandando uma carta sem inutilidade como essa.— Ouvi Nyx murmurar. — Não, ela não é inútil.— Iawy saio do lado de sua amante e pegou a carta das mãos de Andrew.— Tudo o que vimos, pequenas coisas que descobrimos, formam um enorme quebra-cabeça com um magnifico desenho. Tais coisas magnificas, são sempre complicadas de se completarem.— — Então nós temos mais uma dica.— Nyx dee ombros.— Acho que precisamos de respostas, não dicas.— — Sol me disse que tudo estava em nossa frente, apenas não queremos enxergar a verdade.— — No livro que Seline estava lendo,— Lúcifer começou.— falava que as imortalidades dos deuses eram tão frágeis quanto as de suas criações e Hebe disse que Jake não tem nenhuma importância para ela, vivo ou morto.— Os lábios de Andrew se entre abriram, ele realmente estava parecendo como um aluno nerd escutando toda a explicação de uma lição que perdeu.— O sacrifio de Nyx... Séria feito com magia e veneno, uma magia que faria com que o veneno se espalhasse por todo o corpo dela.— Ele disse. — O sangue é a chave de tudo...— — Os deuses tem receptáculo para suas imortalidades!— Lúcifer disparou em seguida.— Nyx é o receptáculo de Sol... E o garoto é o de Hebe.— Andrew sorriu para seu amigo.— Eu poderia beija-lo agora se isso não estragasse minha honra, Lúcifer.— — Um muito obrigado já me basta, meu caro.— — Certo, agora vamos montar um plano...— Andrew começou a dizer, mas foi interrompido pois uma explosão aconteceu em seguida. As luzes da biblioteca, igualmente como todas as janelas do lugar, se tornaram apenas cacos. Algo muito, muito pesado estava em cima de mim depois que me joguei no chão para evitar que mais sangue caisse do meu corpo. Meus olhos foram para cima e tudo indicava que a divisão inteira estava sem luz e com todos os vidros detonados.— Hebe.— Um sussurro veio de cima de mim, o que me fez descobrir que aquilo pesado em cima do meu corpo, era Andrew. — Andrew, o Jake...— Eu disse tentando me mexer, mas vários cacos me machucaram quando tentei fazer isso, então decidi ficar imovel. — Lúcifer está com ele, não se preocupe.— Andrew se levantou e me ajudou a levantar tambem. Meus olhos varreram toda a biblioteca e ela, simplesmente, estava destruida. Meu olhar foi para umas das janelas e a noite estava quase chegando, o único brilho que existia pela divisão, era o sol indo embora, mas aos poucos luzes reservas começaram a se acender, assim como gritos começaram a surgir. Hebe e suas criações estavam atacando a divisão.— Todos estão bem?— Andrew perguntou. — Uma estante de livros caiu em mim, o que você acha?— Lúcifer, resmungando, apareceu na escada com Jake ao seu lado. Iawy saio de uns dos corredores de livros com Nyx em seus braços, ela estava desacordada. Isso já foi motivo suficiente para mim entrar em desespero.— Ela está bem, Roxie.— Iawy disse.— Apenas bateu a cabeça.— No minuto seguinte, eu estava tirando os cacos de cima de uma das mesas que ficava no segundo andar para que Iawy deitasse Nyx lá. Eu sabia que eu teria que ficar aqui sozinha com Nyx desacordada. Sabia que Iawy iria ter que exercer seu papel de chefe de uma central de caçadores e que Lúcifer e Andrew atacariam Hebe. Eu tive mais certeza ainda disso tudo depois que Iawy beijou a mim e Nyx, e saio da Biblioteca.— Roxie,— Andrew se aproximou de mim.— Eu estarei cuidando de você, não fique assustada.— — Eu sei.— Ele sempre cuidava, não importava o quão longe estavamos um do outro, Andrew


sempre cuidaria de mim. Apoiei minhas mãos em seu peito quando ele se aproximou de mim e nossos olhos se encontraram.— Eu sei.— repeti em sussurro. — Eu estarei de volta quando você menos notar minha falta.— Ele se afastou. — Andrew.— Eu disse seu nome em protesto, para para-lo. Claro que eu não havia gostado de ficar presa aqui em quanto tudo acontecia, mas isso era a melhor coisa no momento. Era outra coisa que me incomodava.— Você não pode matar Jake.— Eu sussurrei o mais baixo possível para que ele não escutasse.— Por favor.— — Farei meu melhor, cherie.— — Andrew!— Eu o chamei, mas ele resolveu me ignorar. Farei meu melhor? Isso não era uma promessa. E considerando que morte estava envolvida, eu precisava escutar ele dizendo “prometo”, mas isso não aconteceu. Antes que Lúcifer e Andrew saissem da biblioteca com Jake, o ar do lugar se tornou mais gelado. Tão gelado que eu podia ver fumaças saindo quando eu respirava. Isso só podia ser arte de Hebe. Eu estava segurando a grade da escada, no segundo andar, quando a deusa que estava apenas causando tragedia no mundo apareceu, fazendo com que as portas voassem para longe.— Onde os dois mosqueteiros pensam que vão com o meu humano?— Ela perguntou ironicamente, avançando para dentro, pelo ar. Seus cabelos negros, abaixo de sua cintura voavam para todos os lugares, mesmo que não houvesse vento.— Me deem ele ou esse lugar até o final da noite será um rio de sangue.— — Por que fariamos o que você deseja, Hebe?— Andrew deu um passo a frente.— Você é quem deveria temer. Eu sou irmão de Pierre, o único vampiro que sabia como matar deuses. Acha realmente que meu irmão não compartilharia seu segredo?— — Andrew le Boursier salvando o mundo.— Ela redopiou no ar e riu malignamente. —Você é um bom homem, afinal— — Não, não sou.— ele sussurrou.— Mas gosto de me sentir idolatrado pelos outros. E no final, quem ganha os créditos é o mocinho de toda a trama. Acredite ou não, Hebe, eu amo isso.— Os olhos de Hebe se tornaram vermelhos inteiramente e após isso, Lúcifer e Andrew voaram em direção da parede, causando um tremor pelo lugar. — Veja, Roxie...— Ela olhou para mim.— Veja como a derrota é agradavel. Você está se tornando aquilo que mais odeia, se tornando algo parecido com sua irmã... E seus amados, irão morrer nessa noite.— Eu abaixei meu olhar, com a intenção de procurar Andrew e Lúcifer. Eles não estavam mais caídos, pelo contrario, Lúcifer estava caminhando em silencio até Jake e Andrew estava pegando uma corrente enorme que estava em volta do lustre, no chão. E novamente, eu estava em problemas. Eles tinham um plano e eu estava envolvida para ser a distração de Hebe.— Me explique Hebe... Eu nunca perdi uma pessoa amada, ao contrario de você que perdeu um filho. Como é a dor?— Eu fui irônica e temi por minha vida ao mesmo tempo. Hebe voou até mim e sem nenhum palavra elevou suas mãos até meu pescoço. Eu não pude lutar, pois novamente ela havia me deixado imovel. Ela me puxou para fora do segundo andar e me levou até o meio da biblioteca. Mantive meus olhos nos delas, nunca tive medo de altura, mas no momento, o medo me consumia pois eu sabia que ela me soltaria daqui de cima para encontrar o chão.— Você saberá o que é isso quando Andrew morrer.— Hebe sussurrou e soltou uma mão do meu pescoço, somente para enfia-la em meu hematoma da mordida. Ela provavelmente estava fazendo algo ali alem de pressiona-la, pois a dor foi tanta que não pude segurar o grito.— Vamos adiantar um pouco essa transformação.— Disse.— Já cansei de esperar por divertimento.— Hebe sorriu e então me soltou. Acho que por puro instinto, meus olhos se fecharam e eu esperei que a queda terminasse, meu coração estava palpitando igualmente ao de uma lebre assustada. Mas a dor não veio depois de segundos, apenas braços que se envolveram em mim, impossibilitando que eu me machucasse e me deixando em pé. Eu abri meus olhos... somente para encontrar os olhos azuis de Andrew.— Eu disse que estaria cuidando de você.— Meus lábios se contorceram em um pequeno sorriso.— Fique atrás


de mim, cherie e tome cuidado.— Ele mandou.— Lúcifer, agora.— Eu me virei em direção de Lúcifer, sem entender o que estava acontecendo. E foi como se tudo ao meu redor tivesse se tornado camera lenta. Lúcifer estava prendendo Jake em um de seus braços, em quanto puxava sua cabeça para o lado e suas presas, totalmente anormais, se aproximavam do pescoço do garoto. Eu me virei na direção de Andrew para dizer que transformar Jake em um vampiro, poderia mata-lo. Afinal, existia aqueles que não eram fortes o suficente para aguentar a transformação. Mas foi inútil, Andrew e Hebe estavam em um tipo de combate. A filha de Hera tentava subir no ar cada vez mais, mas ela não conseguia. E a cada momento que ela chegava mais perto do chão, Andrew a acorrentava e a puxava em sua direção. O cabelo de Hebe, que era negro, passou a se tornar branco aos poucos... Aquela escuridão passou a se tornar uma gosma e foi escorrendo por seu corpo. A imortalidade de Hebe estava acabando. Assim como a minha. Depois que minha mente registrou tudo e o tempo voltou a ser normal, eu corri até Lúcifer e Jake. — Esse era o plano de vocês?!— Eu enlouqueci.— Vocês podem te-lo matado.— Lúcifer, agora, estava de joelhos e com Jake deitado em sua frente.— Ele está bem, Roxie.— O vampiro de olhos verdes falou com uma certeza que até mesmo me convenceu.— Amanha um novo vampiro acordará nesse inferno que chamamos de mundo.— Eu toquei o rosto de Jake e parecia que ele havia morrido. Essa criança tão importante para uma Deusa, a chave de uma morte tão importante para nós, estava prestes a conhecer o que era eternidade. Uma lagrima escorreu por meu rosto, isso era uma injustiça sem comparação... Jake não merecia se tornar uma criatura sobrenatural... Por mais que eu amasse minha vida, eu sabia que Jake não deseja isso, ele apenas queria ser como qualquer garoto da sua idade. Mas o destino não desejou isso.— Nós vamos cuidar dele, chupim.— Lúcifer pegou meu ombro.— Jake não irá sofrer aquilo que ocorreu com você no passado.— Ele sorriu Um grito feminino fez com que meus olhos encontrassem Andrew e Hebe agora, antes que desse uma resposta para Lúcifer. Andrew estava segurando a corrente do lustre e arrastando Hebe pela biblioteca. Aqueles cacos estavam penetrando em sua pele como se fossem pequenas coisas que não nos machucassem. Mas pelo grito e desespero dela, aquilo devia estar doendo pra caramba. E meu marido, parecia estar se divertindo com isso. A cena me lembrava como um dono puxando seu cão mal acostumado com coleiras. — Então Hebe...— Ele a puxou até que o corpo de Hebe ficasse em pé.— Como é ser humana?— Andrew estava com um caco em sua mão e passou pelo braço da deusa que gritava de dor. Sua pele foi cortada, sua carne tambem... Eu iria vomitar.— Acho que isso deve doer, certo?— — Me mate logo.— Ela ordenou ou implorou, mas não perdeu o tom da sua ironia. — Por que tanta pressa?— Andrew a jogou contra a parede e a puxou quando seu corpo encontrou o chão.— Nós estamos nos divertindo tanto.— — Você não terá o que deseja, Andrew.— ela murmurou.— Eu não direi como salva-la. Você vai conhecer a maldade novamente e irá ama-la como antes. E não me importo se não estiver mais aqui, pois sei que os deuses irão sofrer com a sua fúria.— — Eu não irei amar a maldade novamente. Existem coisas melhores que isso e uma delas é olhar para aquela vampira e ver em seus olhos o quanto me ama, mesmo sabendo que o nível de bondade em mim é baixa. E o quanto isso significa para uma pessoa, você nunca irá saber, pois você vai morrer— — E você tambem nunca mais ira ver esse olhar novamente. Ela está morrendo.— Hebe riu, suas ultimas palavras antes de Andrew colocar seu pé direito em cima de sua cabeça, de seus cabelos que eram brancos, agora que perdeu sua imortalidade. — Eu descobri como matar uma deusa...Veremos do que sou capaz agora.— Em seguida, os gritos de Hebe voltaram a soar pela sala e eu sabia o por que. Andrew estava esmagando sua cabeça lentamente com seu pé e os gritos daquela, agora, humana eram como melodia para seus ouvidos. Quando som de “ploc” surgiu, eu fechei meus olhos. Isso era demais para mim. Eu não precisava ver a cabeça de Hebe explodindo e tudo que havia dentro dela sujar


Andrew. Não mesmo. — Por que a matou?— Lúcifer perguntou em minha frente.— Você poderia te-la torturado até ela contar como curar Roxie.— — Não existe uma cura.— Andrew estava olhando para o corpo de Hebe.— Seus pensamentos diziam aquilo que ela não queria falar.— — Ela adiantou minha transformação.— Eu disse, encontrando os olhos verdes de Lúcifer.— Ela pode acontecer daqui algumas horas, talvez.— — Os infectados estão morrendo.— Ouvi a voz de Andrew, mas não tão perto como antes. Eu olhei para ele e tive minha explicação. O vampiro, sujo de sangue, estava na janela da biblioteca.— Eles estão morrendo sem que sejam atacados.— — Talvez eles estivessem interligados com ela.— Lúcifer se levantou e pegou Jake em seus braços. Mas eu não levantei, quero dizer... Não por falta de vontade, eu realmente não estava conseguindo me movimentar. Uma pontada forte atingiu minha cabeça e isso foi o suficiente para tirar minha consciência ou até mesmo minha vida. Eu voltei para o presente assustada e com minha respiração totalmente alterada. As vezes até mesmo parecia que não conseguia respirar. Meu corpo tremia e eu sentia muito, muito frio. Mas consegui acalmar todas as sensações que eu estava sentindo, quando vi os olhos azuis e frios, que eu tanto amava.— Hei.— Andrew sussurrou, sentado ao meu lado. — O que está acontecendo comigo?— Tentei me mover, mas isso não aconteceu. Parecia que vários tijolos haviam caido em meu corpo, formando uma parede, e eu estava sofrendo com o peso. Sem contar que ao mesmo tempo que o frio me atingia, a queimação me deixava com queimaduras pela minha pele, literalmente falando.— Faça isso parar.— Chorei. — Cherie...— Andrew suspirou.— Seus olhos estão quase, inteiramente, vermelhos.— Uma pontada de dor surgiu em meu coração. Só não sabia se pertencia a transformação ou se era a dor da verdade. Meus olhos se fecharam, era uma tortura para mim e Andrew ter que lidar com isso.— Não faça isso.— Eu senti seus dedos em baixo do meu queixo.— Você está linda, cherie.— Isso saio mais como um sussurro e quase não notei a mentira atrás da sua frase. — Eu estou me tornando um monstro, Andrew.— Eu abri meus olhos, não por vontade própria, pois minha vontade era de arranca-los para fora do meu rosto...— Você tem que me matar, Andrew. — — Não...— Ele balançou sua cabeça. — Por favor. Não faça isso comigo.— Implorei.— Dói muito.— — Eu não posso perde-la, Roxie, não novamente.— Seus lábios encontraram com os meus. Eles eram tão quentes agora, seu sangue pulsava por eles, eu podia sentir a pulsação... — Por favor.— Sussurrei na intimidade de seus lábios.— Se me ama, não faça o mesmo que seu irmão.— Eu jamais, jamais gostaria de ter o mesmo destino de Annabelle. Minha transformação estava se tornando algo parecido com o que ela se tornou e Pierre não a matou, apenas a deixou presa, acorrentada em uma cela escura e cheia do mofo. Entre viver como uma selvagem e a morte, eu preferia morrer. Pois sabia que morrendo, não faria mal a ninguém. Inclusive a aquelas pessoas que eu amava. Andrew deitou ao meu lado e apoiou sua cabeça em meu peito, da forma que sempre me deitava sob ele, mas hoje era o inverso. Sempre me sentia protegida quando me deitava em seu peito e seus braços ficavam em volta do meu corpo, talvez agora quem precisava de proteção era ele, o rei dos vampiros precisava de mim. Meus dedos foram até seus cabelos macios e finos como agua negras.— Sinto muito por não te-la protegido quando precisou de mim.— — Não foi sua culpa.— — Me perdoe, cherie.— Andrew falou.— Me perdoe por todas as vezes que a machuquei e a fiz chorar. Nunca tive intenção de fazer com que lagrimas escorressem dos seus olhos, que me


lembram o brilho das estrelas. E me perdoe por não ter sido perfeito, como eu imaginava que era. Você é minha vida, minha estrela e aquilo que tenho mais de precioso.— Em sua mão, apoiada na cama, que passava por cima do meu quadril, pude ver que havia uma estaca em volta de seus dedos. Lágrimas escorreram por meu rosto. Não podia acreditar que depois de tudo que sofri por causa da imortalidade, depois de tudo que abominei Andrew por ter estragado minha vida... Aqui estava eu, implorando por uma segunda chance. Apenas esperava, que a moral desse final de historia, fosse que o amor ainda podia existir depois da morte. Pois esse pensamento, era o que me dava forças agora para aguentar aquela estaca atravessando meu coração, que batia lentamente dentro do meu peito. — Eu te amo, Andrew Le Boursier.— Sussurrei. — Eu tambem te amo, Roxanny Le Boursier.— Ele sorriu para mim e elevou a estaca até o meio do meu peito, depois que movimentou sua cabeça um pouco para o lado, onde meu coração passou a acelerar. Talvez medo de deixar esse mundo? — Obrigado por ter me feito feliz.— A estaca se pressionou ainda mais contra meu peito e minha pele começou a rasgar, o cheiro de sangue invadiu minhas narinas. Andrew se apoiou no seu braço e beijou minha testa antes de continuar. Seus olhos encontraram os meus depois que seus labios afastaram da minha testa e ele balançou sua cabeça.— Eu não posso fazer isso.— Andrew tirou a estaca de perto de mim e a jogou para longe. — Que bom!— Uma voz feminina e alegre soou por cima de nós. Eu conhecia aquela voz... E como conhecia. A maior estrela do universo, a estrela que dava vida a todos os seres humanos.— Fico feliz em ter chegado em tempo.— Sol sorriu para nós. Andrew se sentou novamente e encarou sua protegida.— Não me olhe assim, enfezadinho.— — Sol...— Andrew tentou começar e até soou de uma maneira educada. — Andrew.— Ela disse seu nome no mesmo tom que Andrew falou o seu.— Eu não estaria aqui, sendo que sou proibida de pisar na terra no ano da lua, se não fosse por algo realmente importante. — Andrew se levantou da cama, para ficar de frente com Sol.— Algo que nasce da morte, não sobrevive a vida.— Ela sussurrou, se balançando em seus calcanhares como uma criança feliz. Seus olhos verdes agua vieram até mim.— A imortalidade acabou, mas a vida não.— Andrew soltou um riso de pura felicidade. — Eu sabia que estava fazendo uma boa coisa quando salvei sua vida, Sol.— Ele pegou na cintura de Sol e a rodopiou no ar e em seguida a abraçou.— Obrigado, Sol.— — Eu não entendo...— — O veneno, das criações de Hebe, sempre foi imune para seres humanos, Roxie.— Sol se aproximou de mim.— Você está se transformando em uma criatura diferente, pois sua imortalidade está afetada. Mas existe uma maneira de salva-la e eu sei como.— Sol sorriu e encostou a palma da sua mão em meu peito, em cima do meu coração.— Diga olá para uma vida mortal.— A deusa sussurrou. E isso foi a última coisa me lembro de ter ouvido antes que o sono me atingisse, minha mente foi para outro mundo, outra dimensão... Antes apenas a escuridão e a dor participavam dos meus sonhos, agora tudo estava se tornando claro e macio... Talvez isso fosse ser mortal. Claro e macio. Sem nenhuma maldade ou morte circulando pelos meus instintos... Acho que jamais pensei que seria humana novamente, muito menos que sentia falta disso. Considerando que isso traria problemas algum dia, não me importava. Tudo que me deixava feliz era que meu tempo com Andrew não era mais baseada em questão de minutos. Agora seriam anos... Eu não teria mais uma vida eterna com o rei dos vampiros, não por agora. Mas eu tinha apenas 19 anos e pretendia amar Andrew a cada dia, cada ano que ficasse mais velha. Por que ISSO, não seria abalado. Meu amor por esse vampiro que me deixava louca, sendo uma imortal ou mortal, jamais iria mudar. Pois é como dizem, toda vez que um coração encontra sua outra parte para completá-lo, dura para sempre... Mesmo que o para sempre seja limitado pelo destino.

Inglaterra, ano 2014 - Século XXI Dois meses haviam se passado desde que a H.S.S foi fechada e todos os caçadores voltaram para casa. Dois meses que haviam se passado depois que Jake se tornou um vampiro e estava


acostumando com essa vida com a ajuda do filho do diabo. E bem, eu estava aprendendo a ser humana novamente com a ajuda do vampiro que jamais pensei poder dizer que o amava tanto que considerava esse sentimento mais importante que minha vida. — Andrew?— Chamei seu nome mais uma vez pelos corredores da mansão real, da nossa casa. Se ele estava brincando de esconde-esconde, isso não havia graça. Aquele maldito vampiro podia ler minha mente e ao se mover, nem ao menos fazia barulhos.— Eu irei mata-lo quando lhe encontrar. — Eu caminhei por outro corredor e as luzes da mansão se apagaram, todas. Talvez fosse falta de luz em alguns lugares de Londres. Até mesmo vampiros importantes como Andrew sofriam com a queda de energia. Pois é, isso passou a ser terrivel já que eu não enxergava mais na escuridão. Só que algo surpreendente aconteceu em seguida, pequenas luzes, como aquelas de natal, da cor branca se acenderam no chão e elas formavam um caminho. Não tive escolha a não ser segui-las, afinal, minha curiosidade ainda existia dentro de mim, tão grande quanto minha humanidade. Aquelas luzes me levaram até o outro lado da mansão, até uma sala que estava em pura escuridão. Eu ficaria feliz se ao menos fosse dia para poder ver alguma coisa, pensei comigo mesma.— Andrew?— O chamei novamente, com esperanças de que ele respondesse. Andrew não me respondeu, mas algo parecido aconteceu. As luzes da sala se acenderam, mas elas não eram no teto. Pelo contrario, elas vieram do chão. As luzes cobriam o chão inteiro, mas elas eram fracas de um modo que não alcançavam o teto. Exatamente por isso que no teto haviam mais luzes em formato de estrelas espalhadas por toda a sala. Eu sorri. Andrew havia projetado um céu em nossa casa. — Você realmente deseja matar uma pessoa tão bela e magnificava como eu, cherie?— Ele perguntou ironicamente, aparecendo no meio da sala. Eu, literalmente, fiquei de boca aberta. Andrew vestia um smoking branco e não havia nada de preto por seu corpo alem de seus cabelos negros e sua gravata borboleta. Ele ainda segurava um buquê de rosas brancas e cor-de-rosa. Andrew estava fazendo tudo o que odiava, por mim...— Seria tão tristes para todos viverem nesse mundo sem minha imagem gloriosa.— — O que é isso tudo?— Perguntei, não conseguindo pensar em outra coisa. Eu caminhei até ele, com um certo medo de quebrar o chão que parecia ser de vidro. Depois que me tornei humana, realmente ficou mais facil reconhecer vampiros. Andrew, por exemplo, era tão mais palido do que qualquer pessoa comum e a única coisa em destaque eram seus olhos azuis. Os azuis frios que nunca deixariam de ser perfeitos em quanto estivessem olhando para mim.— Você anda me mimando demais.— — Ultimamente, mimá-la se tornou algo interessante e divertido.— Ele entregou aquelas flores para mim.— Rosas do campo, como seu cheiro. Estrelas, como seus olhos e branco, para dizer que fico como uma arma mortal para as todas as raças que existem e me proibir de usar essa cor, pois sei que odeia a morte ou mulheres em cima de mim.— Idiota, o xinguei mentalmente. A resposta de Andrew foi sorrir, um sorriso verdadeiro.— Estou amando ter em minha mente os seus pensamentos.— — Eu sei que mais tarde, minha vida mortal trará problemas para nós, Andrew. Mas, realmente, estou feliz que esteja aqui, com você.— Andrew passou seus braços por minha cintura e me puxou em direção do seu corpo.— Eu tambem estou feliz, cherie.— Seu sorriso novamente apareceu.— E muito.— — Sinto falta de ser vampira, não vou mentir. Pois você ainda é imortal e me sinto diferente por causa disso...— — Eu te amo, Roxanny. E não importa se virar um dragão ou se transformar em um craken,Você sempre será a estrela que eu mais amo.— — Eu não acho que seria facil manter um dragão aqui dentro.— Brinquei e Andrew soltou um riso. — Eu daria um jeito, certo?— Ele fez uma careta, muito fofa.— Sempre dou um jeito para você, cherie.— Ele se aproximou da minha boca para encontrar meus labios.— Sempre e sempre.— Andrew murmurou na intimidade dos meus labios, com um sorriso travesso tambem. Sim, ele sempre daria um jeito para nós.


E aqui estamos nós, esperando o futuro e o presente aparecer, novamente em problemas que nem o mais velhos dos deuses acreditariam no que passamos por causa do nosso amor. Talvez fosse irônia, mas tudo se tornava mais perfeito conforme o tempo passava. Andrew e seus defeitos se tornava cada vez mais perfeito, o que fazia meu amor apenas crescer. Cada dia eu conhecia uma nova sensação de como era acordar ao seu lado, cada dia uma explosão de sentimentos aconteciam dentro de mim por causa desse vampiro que era chamado de rei. Agora eu pergunto... Poderia ter vida melhor que a minha? Acho que não, pois somente eu conhecia o que era perfeição.

Fim


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