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Curitiba, terça-feira, 6 de outubro de 2009 - Ano XI - Número 534 Jornal-Laboratório do Curso de Jornalismo da Universidade Positivo
Ônibus recebem novos mecanismos visando mais segurança
L BRASI
jornalismo@up.edu.br
Paraná Sem Bolsa Família
João Pedro Schonarth / Lona
11,5 mil benefícios foram bloqueados no Paraná. O principal motivo é a falta de informações de frequência escolar no primeiro semestre de 2008 e do acompanhamento de junho e julho.
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Especial Síndrome das Pernas Inquietas Muitas vezes confundida de ansiedade, quem sofre com a SPI também lida com o preconceito da população e de especialistas desinformados.
Depois de recorrentes acidentes envolvendo passageiros, fabricantes de ônibus, Urbs e Ministério Público firmam acordo e mais de 500 coletivos recebem mecanismos que dão mais segurança no controle das portas. Usuários sentem-se mais confortáveis com a medida, mas afirmam que o medo é constante quando os ônibus estão lotados. Página 3
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Jornalismo
Desde quinta-feira, a estufa do Jardim Botânico tem iluminação rosa. Trata-se da campanha “Outubro Rosa”, que está sendo realizada em cidades de diversos países, que tem por objetivo chamar a atenção sobre o câncer e mama. Confira as imagens no ensaio de Rafael Sanson.
“Corremos atrás da bala perdida que vai em direção a zona nobre, mas não fazemos o caminho inverso indo atrás da bala de fuzil que vai em direção aos morros”. Caco Barcellos fala da profissão de jornalista e da sua experiência em “Profissão Repórter” para estudantes de Curitiba, na 9ª Feira de Gestão da FAE.
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Rafael Sanson / Lona
Ensaio Jardim Botânico rosa
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Opinião Olimpíadas
Futebol
Sete anos com barreiras Pedro Braga Talvez o dia 2 de outubro do ano de 2009 seja um dos dias mais marcantes na história do Brasil. Talvez no dia 2 de outubro do ano de 2009 o Brasil tenha começado uma nova história. Talvez a partir do dia 2 de outubro do ano de 2009 a vida no Brasil e, principalmente, no Rio de Janeiro nunca será mais a mesma. É, esse assunto é cercado por inúmeros “talvezes”, mas, mesmo assim, é o que mais orgulha a maioria dos brasileiros no momento. Finalmente, depois de muita discussão e dúvidas, foi revelada qual a cidade que será sede das Olimpíadas de 2016. Em um placar totalmente inesperado, a nossa cidade maravilhosa, o Rio de Janeiro, foi a grande escolhida. No placar o Rio de Janeiro ocupava o topo, e a grande concorrente e uma das favoritas, Chicago, logo abaixo de todas as cidades. Madri mais uma vez deixou os espanhóis tendo que esperar alguns anos para saber se serão sede de alguma olimpíada. “Cidade maravilhosa, cheia de encantos mil. Cidade maravilhosa, coração do meu Brasil!” Se esse hino nunca foi ouvido, com certeza, será ouvido e totalmente levado ao pé da letra em 2016. Uma nação, um povo, e um só pensamento. A espera que a cidade se transforme e seja um modelo, ou apenas faça jus ao seu cognome, é muito grande e instigante. Agora há muito trabalho a fazer até que chegue o grande dia. Construção de uma vila olímpica, ginásios e toda a estrutura de uma olimpíada são as mínimas peças deste grande quebra-cabeça.
Problemas de transporte, trânsito e a violência, que a meu ver não é maior do que nas outras cidades do Brasil, mas, sim, uma violência explícita, são os problemas que mais pendem nessa balança. Lembremos que dois anos antes do início das Olimpíadas, em 2014, o Brasil será sede da Copa do Mundo. Temos um gráfico crescente de melhorias e uma corrida contra o tempo para colocarmos tudo no seu devido lugar. O que mais me preocupa em o Rio de Janeiro ser sede das Olimpíadas é o investimento feito na estrutura e acontecer o que aconteceu no Pan. Instalações esportivas inutilizadas e se deteriorando. Tal como aconteceu nas Olimpíadas de Atenas, onde os únicos lugares utilizados após o término dos jogos eram os estádios de futebol, e, somente quando havia partidas dos times mais fortes de lá. Outro problema é acontecer como aconteceu nas Olimpíadas de Barcelona. Depois de todo investimento e toda a estrutura montada, a cidade ganhou o título de ter um dos metros quadrados mais caros do mundo. O custo de vida subiu bastante, mas em compensação a qualidade de vida também. Problemas todos sabem que haverá. Como em toda caminhada para a evolução, buracos e obstáculos estarão pelo caminho. O que não devemos esquecer é que um esforço, mesmo sendo em função de algo comercial, feito para melhorar uma situação sempre é válido. Que a cidade chamada de “Maravilhosa”, tão manchada pelo sangue de seus conflitos e mal dita por tantas pessoas, brilhe e mostre toda sua verdade e seu pontencial.
Parar a “paradinha”? Rafael Sanson Recentemente, o presidente da Fifa, Joseph Blatter, condenou as “paradinhas” nas cobranças de pênaltis e anunciou que elas estão com os dias contados. Segundo o presidente, as cobranças com paradinhas devem ser proibidas e advertidas com o cartão amarelo. Há algum tempo essa discussão tomou conta do meio futebolístico, mas só agora é que a Fifa parece estar se posicionando a respeito. A verdade é que as “paradinhas” são um recurso para fazer o gol e não deveriam ser proibidas. O grande objetivo no futebol é fazer o gol, todos sabem. Então, por que, segundo o que declarou Blatter, a “paradinha” seria um roubo? Alguns especialistas falam que ela é injusta porque desfavorece o goleiro. Se fosse para favorecer o goleiro, por que existiriam os pênaltis? O goleiro pertence ao time que cometeu a infração, aquele que está sendo punido com a penalidade máxima. Segundo o ex-árbitro José Roberto Wright, que é contra a proibição, a equipe infratora não merece este benefício. Se a falta máxima existe, é justa-
Missão do curso de Jornalismo “Formar jornalistas com abrangentes conhecimentos gerais e humanísticos, capacitação técnica, espírito criativo e empreendedor, sólidos princípios éticos e responsabilidade social que contribuam com seu trabalho para o enriquecimento cultural, social, político e econômico da sociedade”.
mente para que possa acontecer o grande momento do jogo, o gol. A “paradinha” só deve ser proibida nas cobranças de pênaltis de desempate. Porque aí sim, tanto o lado que cobra quanto o que defende estão em igualdade e os atacantes ficam em vantagem se usarem a “paradinha”. Nesses casos o pênalti não é uma punição, mas uma forma de decidir quem vence. Alguns atacantes usam a “parada” muito bem e é como se fosse um drible, ou até uma jogada ensaiada como as que acontecem nas faltas. Mas não são todos que conseguem usar bem este recurso. Alguns tentam, sem saber
como fazer, e nessas horas o goleiro que for esperto se consagra. Eles até estão treinando para tentar defender cobranças com paradinhas e os que evitam o gol deixam os atacantes que erram com a cara no chão de vergonha. Portanto, as paradinhas não são uma forma de prejudicar o goleiro, mas de beneficiar os atacantes que sabem usá-las. Se estes estão ali para fazer a cobrança, é porque seu time sofreu a falta máxima e merece a chance de marcar. Esse é o objetivo do jogo, e ao proibir a “paradinha”, o presidente da Fifa está fazendo justamente ao contrário do que se espera: uma forma para que se evite o gol. Divulgação
Expediente Reitor: Oriovisto Guimarães. Vice-Reitor: José Pio Martins. Pró-Reitor Administrativo: Arno Antônio Gnoatto; Pró-Reitor de Graduação: Renato Casagrande; Pró-Reitora de Extensão: Fani Schiffer Durães; PróReitor de Planejamento e Avaliação Institucional: Renato Casagrande; Coordenador do Curso de Jornalismo: Carlos Alexandre Gruber de Castro; Professores-orientadores: Ana Paula Mira e Marcelo Lima; Editoras-chefes: Aline Reis, Camila Scheffer Franklin e Marisa Rodrigues.
O LONA é o jornal-laboratório diário do Curso de Jornalismo da Universidade Positivo – UP, Rua Pedro V. Parigot de Souza, 5.300 – Conectora 5. Campo Comprido. Curitiba-PR - CEP 81280-30. Fone (41) 3317-3000
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Geral Estado
Segurança
11,5 mil benefícios do Bolsa Família bloqueados no PR Principal motivo do bloqueio é a falta de informações sobre a frequência escolar no primeiro semestre dos estudantes Naiane Rossini O Programa Bolsa Família bloqueou 11.528 benefícios no Paraná por falta de informações da frequência escolar no primeiro semestre de 2008 e do acompanhamento de junho e julho. Caso a situação não seja regularizada até o final do ano, os benefícios serão cancelados em fevereiro de 2010. Dos 377 municípios paranaenses atendidos pelo Bolsa Família, apenas Boa Esperança e Guamiranga não registraram irregularidades na frequência escolar dos cadastrados. A informação da frequência escolar das crianças e jovens de 7 a 17 anos é responsabilidade dos gestores municipais de Educação e os operadores da frequência escolar do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate e Fome (MDS). Em todo o Brasil, 401.321 famílias tiveram o benefício bloqueado.
da da situação das famílias em descumprimento das condições de uso do Programa é fundamental para um trabalho socioassistencial adequado, com envolvimento amplo da rede de proteção social. Pedimos aos agentes sociais para entrarem em contato o mais rápido possível com as pessoas que tiveram o benefício suspenso, evitando o agravamento da situação socioeconômica das famílias”, lembra Zabot. No Paraná, Ramilândia é o
município que teve mais benefícios bloqueados. Dos 345 cadastros, 75 estão congelados, o que representa 16% de inadimplência. Palmas também registrou números abaixo das demais regiões, sendo 12% da ajuda bloqueada, seguido de Campo Bonito, com 11%. Segundo Zabot, é preciso reverter esses números o quanto antes, pois todo jovem tem direito ao acesso a educação, e o valor referente a ajuda do Bolsa Família faz falta no complemento da renda familiar. Arquivo / Lona
Notificação Segundo o coordenador Estadual do Bolsa Família, Nircélio Zabot, as famílias atingidas pela medida receberão notificação pelos Correios orientandoas a procurar a gestão local do Programa. “Para manter o benefício, a população atendida precisa cumprir as condições nas áreas de educação e saúde. Se a falta de dados for justificada, a família terá de volta o benefício, inclusive o que ficou bloqueado”, explica. “A investigação aprofunda-
As famílias receberão a notificação sobre o corte da bolsa pelo correio
“Para manter o benefício, a população atendida precisa cumprir as condições nas áreas de educação e saúde. Se a falta de dados for justificada, a família terá de volta o benefício, inclusive o que ficou bloqueado” NIRCÉLIO ZABOT,
COORDENADOR
ESTADUAL
DO
BOLSA FAMÍLIA
Ônibus recebem mecanismos para evitar acidentes Expira prazo para que as empresas que fabricam os ônibus ofereçam mais segurança aos passageiros Aline Reis Maria Carolina Lippi O último dia 28 de janeiro foi marcado por uma tragédia que poderia ter sido evitada. Isso porque a auxiliar de serviços Cleonice Ferreira Golveia morreu quando fazia o percurso entre Araucária e Curitiba. O óbito deu-se aproximadamente às 7h10, no cruzamento das ruas José Schaffemberg com a Rua das Araucárias, no município de Araucária. Cleonice caiu do ônibus ligeirinho linha Araucária, sentido Curitiba. No momento do acidente, o coletivo estava lotado, e a auxiliar foi pressionada contra a porta, que não aguentou e abriu. Depois desse acidente, ainda aconteceram outros, que deixaram em sinal de alerta os responsáveis pelo transporte coletivo na capital paranaense. Nesse sentido, o Ministério Público Federal intimou as empresas que são responsáveis pela fabricação dos ônibus a fazerem algumas adaptações – sobretudo nos biarticulados – a fim de oferecer mais segurança aos usuários. Entre as orientações, o MP direcionou às empresas instalassem um sistema diferenciado de trava nas portas dos biarticulados, articulados e ligeirinhos para evitar acidentes como aquele. Ontem, o MP enviou à Urbanização de Curitiba (Urbs) bem como às empresas que fabricam os ônibus (Busscar, Comil, Induscar e Marcopolo) ofícios que pediam relatórios que tratavam dos ajustes feitos pelas fabricantes. O documento faz alusão a
um termo de ajustamento feito entre as fabricantes, a Urbs e o MP, em 1º de julho. O tratado mencionava as adaptações nos coletivos e as empresas tinham três meses para cumprirem o combinado. O prazo expirou no último dia 1º, quinta-feira. De acordo com a Assessoria de Imprensa da Urbs, todos os 522 ônibus que precisavam do equipamento chamado “Pino Trava Moeda” já foram equipados pelas próprias montadoras dos veículos. “O número só não foi maior, porque os novos ônibus que estão entrando em circulação esse ano já possuem a trava”. Ainda de acordo com a assessoria, essas travas possuem um mecanismo que não pode ser ativado ou desativado por qualquer passageiro. “Somente os motoristas, fiscais e técnicos sabem como usar”, disse a assessora de imprensa da Urbs. Se as orientações não forem cumpridas, o MP pode mover uma ação civil pública para agilizar os trâmites. A medida foi aprovada pela população que utiliza o transporte público quotidianamente. “Acho importante porque às vezes o ônibus está cheio e acaba sendo perigoso”, salienta o estudante de Jornalismo Diego Sarza. Outro estudante, Danilo Georgete, que utiliza o Inter 2 e o biarticulado para chegar até a faculdade, analisa a medida como sendo positiva. “Acho importante porque muitas pessoas morreram por falta de segurança nos ligeirinhos e biarticulados da capital”.
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Especial Saúde
Síndrome das Pernas Inquieta entre os brasileiros e nem se A falta de informações dos profissionais e o preconceito dificultam o tratamento
Silvia Guedes É 1h da manhã. Luciana ainda não consegue dormir. Já rezou, andou pela casa e ainda sente a sensação ruim de dormência nas pernas. Deitou de novo e ligou a televisão. Logo desligou, pois não havia nada de bom passando, afinal a programação está cada vez pior, ainda mais de madrugada. Eder, seu marido, já se acostumou com as noites agitadas de Luciana. Agora ele consegue dormir mesmo com o chacoalho na cama. Porém, já dormiu algumas vezes em um colchão no chão ao lado da cama, pois tinha que acordar cedo no outro dia. Dor nas pernas, sensação de incômodo, formigamento, pontadas, repuxões, câimbras ou uma mistura de todos esses sintomas quando a pessoa está relaxada podem ser mais do que um simples desconforto, pode ser caracterizado como a Síndrome das Pernas Inquietas (SPI). Pouco conhecida, essa síndrome às vezes não é entendida pela sociedade. Ela pode ser confundida com ansiedade quando as pessoas ficam balançando e tremendo as pernas quando estão nervosas, o que é bastante comum. Mas a SPI é bem mais que isso. A sensação de incômodo é tão grande e indescritível que o paciente que sofre com ela fica com problemas no sono. “É como se tivesse um saco de cimento em cima das pernas”, conta Luciana Zavan, que descobriu há três anos que sofre com essa síndrome. Ela sofria de fortes enxaquecas e procurou um neurologista. Por acaso, comentou das dores
nas pernas. Logo foi encaminhada para fazer o exame de polissonografia, que é a análise do sono. Nele, a quantidade e a qualidade do sono são medidas. Com o exame, ficou comprovado, era Síndrome das Pernas Inquietas. “Aproximadamente 80% dos indivíduos que sofrem de pernas inquietas apresentam movimentos periódicos de membros inferiores durante o sono. São breves abalos musculares envolvendo as pernas que causam fragmentação do sono e consequentemente queixa de sonolência excessiva e fadiga diurna”, explica Márcia Assis, neurologista especializada em distúrbios do sono. Essa sonolência durante o dia pode prejudicar a atenção, a concentração, o humor e até mesmo os relacionamentos. Os movimentos involuntários podem acontecer em vários níveis que classificam a intensidade do problema. São contrações dos músculos, como por exemplo, na extensão do dedão do pé, na articulação do tornozelo e movimentos diversos do joelho e quadril. O alívio para os pacientes está em esfregar as pernas uma na outra e andar pela casa. Os graus da SPI variam de acordo com a quantidade de movimentos que a pessoa faz durante o sono. Se for de 5 a 25 movimentos por hora, é considerada leve. Se for entre 25 a 50 movimentos por hora, já é um grau moderado. E se passa de 51 movimentos por hora, o tratamento deve ser mais específico, pois a Síndrome passa a ser grave. Não se sabe exatamente o que ela afeta no corpo, qual é sua origem. Desconfia-se que seja um
Marisa Rodrigues / Lona
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Especial Saúde
as é uma realidade empre é detectada problema no Sistema Nervoso Central. O cérebro continua a mandar impulsos nervosos quando a pessoa está relaxada como se estivesse em atividade com as pernas. É como se fosse uma confusão do cérebro: a pessoa está se preparando para dormir e descansar e ele entende que ainda é preciso estímulos e impulsos nervosos para continuar o movimento. Em quase metade dos casos não há uma causa definida, mas existe um histórico familiar da Síndrome, o que sugere que ela seja hereditária ou genética. Para Luciana, é esse o seu caso, já que esse ano mais duas de suas tias tiveram o diagnóstico da SPI. Também existem casos secundários de pernas inquietas, com deficiência de ferro, vitamina B12, insuficiência renal e por uso de medicamentos (por exemplo, antidepressivos e dietéticos). A SPI pode aparecer em crianças, mas piora quanto mais idade tiver a pessoa.
O tratamento se baseia no uso de medicamentos que aumentam a quantidade de dopamina no Sistema Nervoso Central. Exercício físico e uma boa higiene do sono também são recomendados para que diminua a sensação ruim. Mas o desconhecimento dos profissionais e o preconceito com a doença atrapalham o tratamento. Alguns médicos tratam como se fosse uma frescura ou como se o paciente fosse “um ser do outro mundo”, como diz Luciana. Algumas pessoas fazem piadas e chacotas. Outras não acreditam. Luciana mesmo diz que tinha preconceito com o problema dela. “Eu não acreditava que existia SPI, achava que era mais uma desculpa para os médicos se livrarem de mim. Confesso que só acreditei quando há uns dois meses vi uma reportagem na televisão e quase morri de rir. Era mesmo a tal da SPI. Foi aí que caiu minha ficha: eu tinha preconceito também”.
“Eu não acreditava que existia SPI, achava que era mais uma desculpa para os médicos se livrarem de mim”. LUCIANA ZAVAN, PORTADORA DA SÍNDROME Luciano Sarote
O desconforto e a dor causada pela Síndrome das Pernas Inquietas podem ser aliviados pela prática de atividades físicas
Você pode ter síndrome das pernas inquietas. Se você tem algum desses sintomas procure um neurologista: *
NECESSIDADE DE MOVIMENTAR
PERNAS OU BRAÇOS POR SENSAÇÃO DE DESCONFORTO, FORMIGAMENTO, DORMÊNCIA OU DOR;
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URGÊNCIA DE MOVIMENTAR-SE PARA ALIVIAR AS SENSAÇÕES INCÔMODAS;
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OS SINTOMAS PIORAM OU ESTÃO PRESENTES SOMENTE DURANTE O REPOUSO E SÃO TEMPORARIAMENTE ALIVIADOS POR MOVIMENTOS E ATIVIDADES;
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OS SINTOMAS PIORAM AO ANOITECER OU NA HORA DE DORMIR; E
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FALTA DE COORDENAÇÃO MOTORA (DE MOVIMENTOS).
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Colunas
Foto: Divulgação
Televisão
A invasão das crianças na TV Camila Picheth Willian Bressan Elas podem ser fofas, estranhas, engraçadas ou assustadoras. Alguns dizem que são o milagre da vida, outros não as veem de forma tão romântica. Não importa em qual categoria você se encaixa, as crianças estão por todo mundo, e 12 de outubro é o dia delas. Já dizia Abelardo Barbosa, o Chacrinha: “Na TV brasileira nada se cria, tudo se copia”. Partindo disso, em meados dos anos 60, as emissoras da época, “inspiradas pela TV americana”, passaram a investir num público novo: o infantil. Datam dessa época os clássicos de “Vila Sésamo”, e as primeiras adaptações do “Sítio do Picapau Amarelo”. Nos anos 80 e 90, surgem os verdadeiros clássicos infantis: de “Balão Mágico” a “Xou da Xuxa”, de “TV Colosso” a “Angel Mix”, de “Castelo Rá Tim Bum” “Mundo da Lua” e assim por diante. Todas as gerações tiveram o seu programa infantil preferido, como “Capitão Furacão”; “Capitão Aza”; “Pullman Jr.”; entre outros. Não podemos esquecer as apresentadoras: Xuxa, Mara Maravilha, Angélica e Eliana, que marcaram nossa infância de um modo único e especial. Cada um tem, até hoje, a sua rainha dos baixinhos e é injusto dar o título a apenas uma delas. Além dos programas propriamente infantis americanos, há várias personagens mirins dentro das séries que fizeram ou ainda fazem história, seja ela uma criança que passou oito anos sendo amada pelo público, um trio que faria da vida de qualquer pessoa uma dor de cabeça, ou um bebê que queira conquistar o mundo. Entre em contato com a sua
criança interior e reveja alguns dos programas e personagens infantis que fazem parte da televisão brasileira e americana.
Sítio do Picapau Amarelo A adaptação mais famosa do universo de Monteiro Lobato para a televisão é a de 1977 pela Globo. Com a saudosa Zilka Salaberry vivendo a vovó Dona Benta, o seriado conquistou e encantou gerações por décadas com as aventuras de boneca de pano Emília.
Desperate Housewives Porter, Preston e Parker Scavo. Três razões para pensar duas vezes antes de ter crianças. Os filhos de Lynette não paravam um minuto, e se metiam em várias confusões. Na temporada atual, os três já são adolescentes, mas aposto que Lynette ainda se lembra daqueles dias sem fim.
Balão Mágico A turma do balão mágico conquistou a criança dos anos 80. Apresentado inicialmente por Simony, Fofão e outros, as crianças viraram febre de norte a sul do país. E quem não se lembra de um trecho de uma das famosas músicas? “Super Fantástico...amigo, que bom estar contigo no nosso balão...”
Medium Bridgette e Marie são as crianças da família DuBois. Além das brigas normais com a irmã mais velha, elas ainda levam seu pai à loucura toda vez que suas habilidades mediúnicas herdadas de Allison se manifestam.
TV Colosso “Quem diria o meu cãozinho/ Chegaria de mansinho/ E seria o novo astro/ Da tele-
visão/ Ele é um colosso/ Eu não largo o osso/ E de dona já virei fã/ Ele é um colosso/ E vem me acordar de manhã...” Cantada pelas Paquitas, ela abria os trabalhos da TV COLOSSO, uma TV dirigida e apresentada por cachorros das mais diversas raças, sendo que a principal delas era sheepdog Priscila, que apresentava os desenhos e as atrações.
Buffy – A Caça Vampiros Esse é o tipo de menino que não ganharia presente no Dia das Crianças. Na primeira temporada da série, o “Mestre” precisa da ajuda do “Messias”, um ser com grandes poderes obscuros. Tal criatura era Collin, uma criança vampiro bizarra. Vamos combinar, não tem nada mais medonho que uma criança com olhar maléfico.
Mundo da Lua “Alô, alô, planeta Terra chamando, planeta Terra chamando, essa é mais uma edição do diário de bordo de Lucas Silva e Silva, falando diretamente do Mundo da Lua, onde tudo pode acontecer”. Quando essa saudação era posta no gravador de Lucas, a tela se transformava, e realidade e ficção se misturavam para ensinar brincando, num seriado que conquistou todas as gerações.
Três é Demais Em Full House, as irmãs gêmeas MaryKate e Ashley Olsen interpretavam a caçula da família Tanner, Michelle. Quando a série estreiou, as irmãs tinham apenas
seis meses de idade e, ao fim, tinham oito anos. Sempre em situações engraçadas, Michelle é uma das crianças mais fofas da televisão americana.
mais famoso entrar em cena e tomar seu banho. Sem dúvida o melhor programa que ensinava brincando.
Castelo Rá Tim Bum
Sim, tecnicamente ele é um bebê, mas dado seu intelecto e todas as aventuras que já passou, acho que Stewie Griffin merece seu lugar na lista. Sua personalidade ambígua faz com que, ao mesmo tempo em que constrói um controle para viajar por universos alternativos, faz citações pop culturais e tenta matar sua mãe, ainda goste de assistir Teletubbies e não largue do seu ursinho de pelúcia.
Dr, Vitor, Morgana, Nino, Pedro, Biba, Zequinha, Mau, Penélope, Dr. Abobrinha, Tíbio, Perônio...Quem não se lembra do infantil mais inteligente da década de 90? Ambientado num castelo, ciência, amizade, diversão e companheirismo se misturavam. “Meu querido pé, que me aguenta o dia inteiro...” todos sabiam que era a hora do ratinho
Uma Família da Pesada
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Curitiba, terça-feira, 6 de outubro de 2009
Geral
Fotos: Divulgação
Comunicação
Caco Barcellos coloca em xeque o papel da mídia Jornalista fala sobre violência e critica o comportamento dos veículos de comunicação no tratamento do tema Daniel Castro O jornalista e escritor Caco Barcellos participou na última sexta-feira do encerramento da 9ª Feira de Gestão das Faculdades Associadas de Ensino (FAE), que foi realizada no Shopping Crystal, em Curitiba. O repórter da Rede Globo comentou sobre os problemas da violência e como eles são retratados pela mídia. A violência no trânsito foi o ponto de partida da palestra. Caco Barcellos criticou a atenção que os noticiários dão para determinados temas que, em sua opinião, seriam menos relevantes. “O trânsito matou 60 vezes mais que a gripe suína que está frequentemente na mídia”. O jornalista comentou sobre as Olimpíadas 2016, que teve o Rio de Janeiro escolhido como sede poucas horas antes da palestra. Ele disse ter esperança de que o legado seja positivo, mas alertou para os problemas encontrados no último grande evento esportivo realizado na cidade. “Não conheço um único morador da favela que tenha sido beneficiado pelo Pan 2007”, afirmou. Para o jornalista, o comportamento da polícia é influenciado pelo preconceito de classe. “Por que será que só matam gente fraca? É fácil ser valentão contra os fraquinhos”, questionou. Caco expôs o trabalho que fez, onde identificou 4200 indivíduos que foram mortos pela polícia. Desses, 2300 eram inocentes. Para ele, a mídia também tem culpa nessa situação. “Os veículos onde eu trabalhava divulgavam apenas o discurso da polícia”. Ainda sobre a mídia, Caco
Barcellos comentou o comportamento padrão dentro dos veículos de comunicação. “Corremos atrás da bala perdida que vai em direção a zona nobre, mas não fazemos o caminho inverso, indo atrás da bala de fuzil que vai em direção aos morros”. O discurso da mídia é incorporado pela parcela mais rica da sociedade, que não tem outra fonte de conhecimento sobre a realidade das favelas. Segundo o repórter, o trabalhador desce o morro para trabalhar, mas o rico não sobe o morro para conhecer a realidade desses lugares. Caco Barcellos contou a sua
experiência com o “Profissão Repórter”, que vai ao ar nas noites de terça- feira. No programa, Caco comanda jovens jornalistas em reportagens investigativas pelo Brasil. Para ele, os repórteres tiveram que trabalhar muito para superar a falta de experiência, já que não passaram pelo processo de seleção tradicional que acontece na Rede Globo. A estudante de administração Camilla Vitoria aprova o resultado obtido. “Acho demais. Não é um estilo de programa que eu assistiria normalmente, mas ele não é formal e, como ele disse na palestra, mostra todas as camadas da sociedade”.
O jornalista e escritor Caco Barcellos encerrou a 9ª Feira de Gestão das Faculdades Associadas de Ensino (FAE) realizada no Shopping Crystal
“Por que será que só matam gente fraca? É fácil ser valentão contra os fraquinhos. (...) Os veículos onde eu trabalhava divulgavam apenas o discurso da polícia”. CACO BARCELLOS, JORNALISTA E ESCRITOR
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Ensaio
Estufa rosa contra o câncer Texto e fotos: Rafael Sanson Na última quinta-feira, Curitiba aderiu à campanha de conscientização e prevenção ao câncer de mama no evento mundial conhecido como “Outubro Rosa”. Vários monumentos e locais públicos estão iluminados com a cor rosa, como o Museu de Arte Moderna, em São Paulo, e o Cristo Redentor, no Rio de Janeiro. Na França, o monumento escolhido foi o Arco do Triunfo, em Paris. Por aqui, a iluminação da estufa do Jardim Botânico foi toda adaptada para deixar o monumento todo rosa durante a noite. A campanha vai até o dia 10 de outubro. Além da iluminação, está prevista a instalação de um cartaz gigante na Secretaria Municipal de Saúde e a distribuição de material informativo sobre a doença.
Os responsáveis pelo “Outubro Rosa” e voluntários estão realizando inúmeras palestras, ações, inaugurações e alerta para diminuir os casos de câncer de mama no Brasil.