LONA OLÍMPIADAS - EDIÇÃO 1016

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Lona Reitor Acadêmico Roberto Di Benedetto

Professores-orientadores Felipe Harmata Katia Brembatti

Coordenadoria de Integração da Escola de Comunicação e Design Marcelo Catto Gallina

Editores-Chefes LuanFernandes Victória Gobbo

Coordenadoria do Curso de Jornalismo Maria Zaclis Veiga Ferreira

Equipe de Reportagem

O LONA é o jornal-laboratório do curso de Jornalismo da Universidade Positivo. O veículo integra a Rede Teia de Jornalismo. Acompanhe o curso de jornalismo pelas redes sociais. Caso tenha dúvidas sobre o curso, entre em contato.

João Ferreira, Lennon Andrade, Tiago Carraro, Janaína Drongek, Maria Eugênia Zarpellon e Eloíza Marques

EDITORIAL As Olimpíadas são uma competição que reúne diversas modalidades esportivas, que com atletas do mundo inteiro. E para celebrar este evento, esta edição do Lona é dedicada a mostrar sobre os jogos olímpicos.


O Japão está preparado para sediar as Olimpíadas de Tóquio Saiba como o país se preparou para o evento e quais serão os protocolos de segurança e o que os japoneses acham da realização das Olímpiadas. Por: Janaína Drongek, Maria Eugênia Zarpellon e Victória Gobbo

(Reuters/Athit Perawongmetha)

Os jogos Olímpicos e paralímpicos de Tóquio 2020 ganharam mais um capítulo. No dia 14 de maio foi proposto no Japão o cancelamento das disputas e a união ganhou força. Uma petição com mais de 350 mil assinaturas foi enviada ao governo local. O documento solicita que as Olimpíadas sejam canceladas para evitar mais um surto global de Co-

vid-19 e o surgimento de novas variantes, visto que o evento reúne atletas de todas as partes do mundo. A petição intitulada como “Pare as Olimpíadas de Tóquio - para salvar nossas vidas” foi elaborada no início do mês por Kenji Utsunomiya, advogado que já foi candidato a governador de Tóquio, e tem como principal argumento o fato de

que a capital japonesa ainda não se encontra em condições de sediar os jogos, o que só deve acontecer quando todos os moradores da cidade, turistas e atletas estiverem vacinados. Outro fator muito destacado pelo jurista é a necessidade de alto investimento na área da saúde e auxílio para aqueles que perderam seus empregos, verbas essas que se-

riam destinadas para a realização dos Jogos. Segundo o governo japonês, a quantia gasta até o momento excede 29 bilhões de dólares, quase 10% desse montante foi investido em medidas para impedir a disseminação do coronavírus, o que foi severamente criticado por Kenji. “Se o princípio fundamental do governo é proteger a vida e o bem-estar dos


(Reprodução/Pixabay)

cidadãos, o mesmo deve declarar o cancelamento dos Jogos Olímpicos o mais rápido possível e destinar os recursos limitados para proteger as vidas em dificuldades afetadas pela pandemia”, afirmou o advogado em sua petição. Na data que antecede o envio do requerimento ao governo, o Sindicato dos Médicos do Japão declarou em um comunicado, que seria impossível realizar os Jogos Olímpicos de uma forma segura durante a pandemia. Além disso, uma pesquisa feita pelo Blossom Project, com quase 10 mil cidadãos japoneses, mostrou que 90,2% dos entrevistados acreditam que os jogos olímpicos deveriam ser cancelados, 7% defendem o adiamento do evento e os outros 2,8% acham que as olimpíadas devem acontecer na data já marcada. Para a estu-

dante de Sociologia Ayu Yamamoto, 20, a realização dos jogos contradiz muito com o que a OMS está orientando desde o início da pandemia. “ Os atletas irão se aglomerar, nós que moramos aqui teremos que mudar toda a nossa rotina. Fomos orientados a não chegar perto dos atletas e dos locais onde as competições irão acontecer. Será que vale a pena fazer tudo isso por um evento esportivo que acontece de quatro em quatro anos enquanto o governo poderia estar gastando toda essa energia e esse dinheiro com algo que realmente possa ajudar o país a salvar vidas?” Por outro lado, a advogada Wakana Nagatani, de 40 anos, acredita que os jogos devem acontecer em respeito aos atletas que já estão se preparando para isso há muito tempo e que os protocolos implantados devem sempre

priorizar a segurança dos atletas e de todos os envolvidos. Já para o estudante de administração Mai Kato, de 25 anos, as olimpíadas deveriam acontecer, mas de outra forma. “As olimpíadas têm um papel importante para a economia do Japão, como alguns dizem, entretanto, deveria ser feita de outra forma. O mais importante que devemos fazer primeiro é prevenir a disseminação do vírus. Como Super Bowl nos Estados Unidos, se os jogos adotassem o estilo online seria uma boa ideia para o jogo. Tenho certeza, e acredito que os oficiais do Japão estão fazendo o seu melhor para isso, mas do ponto de vista do cidadão comum, não é suficiente para manter o jogo presencialmente.” Apesar das pesquisas opinativas mostrarem que a população prefe-

re o adiantamento das Olimpíadas, e mesmo com os números de infectados pela COVID-19 aumentando, o Comitê Organizador De Tóquio e o COI consideram um novo adiantamento impossível. Por isso, com o auxílio da Organização Mundial da Saúde (OMS), a equipe responsável pela organização do evento estabeleceu protocolos rígidos de segurança descritos no Playbook, um código de conduta para atletas, jornalistas e todos os envolvidos no evento, tendo como principais premissas o uso de máscara e álcool em gel, distanciamento social, e monitoramento da saúde, com testes frequentes do tipo PCR, medição de temperatura e o uso de um aplicativo utilizado para monitorar a saúde e o deslocamento, rastreando possíveis focos de infecção.


A expectativa de levar os protocolos de segurança ao primeiro lugar do pódio A OMS espera que além dos atletas os protocolos de segurança também cheguem ao primeiro lugar e sejam cumpridos corretamente. Por: Carol Maltaca

Após o Comitê Olímpico Internacional (COI) anunciar em março do ano passado o adiamento dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Tóquio 2020 para julho deste ano, parlamentares e burocratas de Tóquio se mostraram cada vez mais céticos quanto à viabilidade dos Jogos em meio à pandemia do novo coronavírus. Mesmo com a posição oficial do Governo japonês de que seguiria em frente com o novo cronograma, a esperança de que realmente o evento seria sediado no país só se tornou mais concreta quando Yoshihide Suga tomou a posição do antigo primeiro-ministro, Shinzō Abe. “É mais fácil propor formas alternativas de sediar os Jogos sob Suga. Há uma sensação mais forte de que, embora possa não ser

do estilo usual, definitivamente haverá Olimpíada no próximo ano”, declarou um funcionário do Governo Japonês à Agência de Notícias Reuters. Diante da mudança política ocorrida em setembro de 2020, os próximos passos dados pelo Governo em parceria com o Comitê Olímpico Internacional (COI) foram realmente traçar os protocolos de segurança que irão moldar o evento. Entre os primeiros pronunciamentos feitos pelo COI foi a divulgação de que os atletas não seriam forçados a receber a vacinação contra a Covid-19. De acordo com o presidente do Comitê, Thomas Bach, apesar da vacinação ser uma demonstração de respeito para com os japoneses, fazer com que os atletas furassem a fila para receber a imuni-

(Reprodução/Istock)

zação antes dos Jogos não seria o certo, já que a prioridade deveria ser os profissionais de saúde. “Incentivaremos os atletas para que, sempre que possível, recebam a vacinação, porque é melhor para sua saúde, e também é uma demonstração de solidariedade com seus colegas atletas e também com o povo japonês”, afirmou Bach aos repórteres no Estádio Nacional. Depois das festas de

fim de ano, e os altos índices de casos ativos da doença pelo mundo, o evento chegou a ser questionado se de fato ocorreria. Diante da fala expressiva do presidente da Tóquio 2020 em fevereiro, Yoshiro Mori, de que o Japão realizaria a Olimpíada independentemente da situação da pandemia, os questionamentos se voltaram completamente aos protocolos ainda mais intensos que o COI iria aderir. “Faremos a Olimpíada,


independentemente de como esteja [a situação do] coronavírus”, disse Mori, acrescentando que o debate deveria se concentrar em como, e não se, os Jogos ocorreriam. Medidas propostas Entre as primeiras regras estabelecidas pelo Comitê para os Jogos Olímpicos de 2020 foi a proibição de brados e cantos durante as competições, e a obrigatoriedade do uso de máscaras o tempo todo, sendo liberado a retirada em locais ao ar livre e para o consumo de alimentos.Outra medida prevista pelo COI foi a proibição de autoridades e equipes de federações internacionais de usarem o transporte público sem permissão oficial. “Haverá uma série de limitações e condições que os participantes terão que respeitar e seguir, que terão um impacto em sua experiência, particularmente quando se trata do aspecto social do que a experiência olímpica pode ser”, disse Pierre Ducrey, diretor de Operações dos Jogos Olímpicos do Comitê Olímpico Internacional (COI). Até março deste ano, a questão do público ainda não tinha sido

definida. De acordo com a governadora de Tóquio, Yuriko Koike, a situação ideal para a Olimpíada de 2020 seria ver os locais de competição repletos de torcedores. Entretanto, diante do descontentamento da população japonesa e a lentidão da entrega de vacinas obrigou que a organização do evento fechasse as portas para os estrangeiros. Após o anúncio feito pelo presidente da Tóquio 2020 em uma coletiva de imprensa, cerca de 600 mil ingressos comprados por pessoas que moram no exterior foram reembolsados, assim como outros 30 mil ingressos para a Paralimpíada também. Conforme os meses foram passando, novas medidas foram sendo implementadas. Entre elas, a obrigatoriedade de exames diários da Covid-19 durante a estadia na cidade-sede. De acordo com o Comitê, os atletas, e aqueles em contato próximo com eles, serão examinados todos os dias. Já os participantes terão que fazer dois exames negativos antes de chegarem. A venda de álcool também foi limitada dentro e ao redor de Tóquio após autoridades de saúde alertaram

(Reprodução/Istock)

que beber incentivaria contatos próximos e interação em bares.

trevistados apontaram um contentamento em relação ao cronograma.

Boicote

Alerta

No início de abril, a Coréia do Norte informou que não participará da Olimpíada de Tóquio devido ao temor da Covid-19. Pela primeira vez, o país se ausentará de uma Olimpíada desde que boicotou a edição de Seul de 1988 em meio à Guerra Fria. Além de tal posicionamento contrário a realização do evento, uma pesquisa realizada pela agência de notícias Kyodo News apontou que mais de 70% do povo japonês desejava que a Olimpíada fosse cancelada ou adiada. Outros dados mostraram que 39,2% diziam desejar que os Jogos fossem cancelados, enquanto 32,8% se mantiveram a favor de outro adiamento. Apenas 24,5% dos en-

Após o sindicato de médicos japoneses alertar em junho que a realização dos Jogos Olímpicos em Tóquio no verão, com dezenas de milhares de pessoas de todo o mundo, poderia provocar o surgimento de uma linhagem “olímpica” do coronavírus, o conselheiro médico governamental Shigeru Omi, veio a público e afirmou que sediar a Olimpíada durante uma pandemia “não é normal” e que os organizadores deveriam explicar ao público por que estão seguindo adiante. A ex-judoca e membro do Comitê Olímpico do Japão, Kaori Yamaguchi, informou que o país foi “encurralado” para levar adiante os Jogos


de 2020, apesar da crise mundial causada pela Covid-19. “Para que e para quem será esta Olimpíada? Os Jogos já perderam o sentido, e estão sendo realizados só para serem realizados. Acredito que já perdemos a oportunidade de cancelar”, escreveu ela em um artigo de opinião para a agência de notícias Kyodo. Outros campeonatos A decisão de proibir torcedores estrangeiros nos jogos olímpicos ocorreu antes dos campeonatos de futebol começarem. Enquanto o COI reduzia drasticamente o público, a Eurocopa, por exemplo, mantinha suas dezenas de milhares de torcedores se reunindo em estádios ao redor do continente europeu ao longo do espetáculo que durou um mês. Após o campeonato ter

permitido a presença de 67 mil pessoas na estreia, a imprensa japonesa divulgou que o Governo, o qual havia proibido a presença de espectadores estrangeiro, estava cogitando permitir até 10 mil torcedores locais nos estádios durante o evento. “Existe um risco de a movimentação das pessoas e as oportunidades de interagir durante a Olimpíada disseminarem infecções e pressionarem o sistema médico”, informaram especialistas japoneses. Apesar do alto índice de reprovação, os organizadores da Olimpíada estabeleceram em 10 mil o número de espectadores em cada local de competição dos Jogos de Tóquio de 2020 no final de junho. Entretanto, diante dos efeitos negativos da Eurocopa e outros campeonatos pelo

(Reprodução/Istock)

mundo como a Copa América, sediada no Brasil, a Organização Mundial da Saúde (OMS), aconselhou o COI que mantivesse cautela para conter a disseminação da doença. Maria van Kerkhove, principal autoridade técnica da OMS para a Covid-19 na sede global da agência, afirmou em uma coletiva de imprensa que a Organização aprendeu com a Euro 2020. “O COI e outros delineiam seus planos para a abordagem da Olimpíada, e estamos interagindo com eles e os aconselhando sobre o melhor uso destes planos”, disse Van Kerkhove.

e em pubs e bares das cidades-sede. Diante de tal cenário, a proibição de público nos Jogos foi formalizada. Primeiramente, a ausência de público total e logo em seguida a parcial. De acordo com especialistas médicos do Japão, a decisão tomada foi de grande importância para a realização da Olimpíada de Tóquio. Com essa medida, a expectativa de renda de ingressos foi reduzida para menos da metade dos U$S 817,14 milhões esperados anteriormente, informou o presidente-executivo da Tóquio 2020 em uma entrevista coletiva. De acordo com a agência de avaliação de Gastos risco Fitch estima que o custo total da OlimSegundo a OMS, o píada ficará em torno aumento de casos em de US $2,5 bilhões. junho e julho se deu Isso entre as várias devido às multidões áreas necessárias para a nos estádios de futebol realização do evento.


Entenda como um esporte chega às Olimpíadas e o caminho que precisam percorrer

É preciso passar por vários órgãos e dar entrada anos antes para oficializar o esporte dentro dos jogos. Por Eloíza Marques

O primeiro passo para um esporte ingressar nas olimpíadas é ser reconhecido pelo Comitê Internacional Olímpico. O COI é uma organização não-governamental que engloba tudo sobre todos os jogos. É o administrador central das olimpíadas, tomando frente às regulamentações, decisões e burocracias. Qualquer alteração relacionada aos jogos deve passar por ele. A caminhada para chegar às Olimpíadas é longa. Para que o Comitê reconheça o esporte, é preciso seguir alguns requisitos, sendo o principal deles a ampla prática por homens em, pelo menos, 75 países e quatro continentes, e por mulheres em 40 países e três continentes. Após isso, o esporte deve passar a ser regido por uma federação internacional, seguir o código antidoping e a Carta Olímpica. Para que assim o esporte possa ser disputado em uma olímpiada.

olimpíadas. Devido à grande quantidade de esportes no evento, pode se tornar inviável a realização de todas as categorias, visto que quanto mais esportes, mais atletas, e isso pode causar problemas na organização. E também, para que um novo entre, um velho precisa sair. MODALIDADES (Reprodução/Olímpiadas de verão)

CARTA OLÍMPICA Documento com o conjunto de normas e regras, direitos e deveres para a organização dos jogos. Na carta,que pode ser atualizada sempre que necessário, contém direções que o COI, as federações, comitês e atletas devem seguir. É dividido em cinco capítulos: O Movimento Olímpico, O Comitê Olímpico

Internacional, As Federações Internacionais, Os Comitês Olímpicos Nacionais, Os Jogos Olímpicos. Dado isso, é necessário que os órgãos internacionais dos esportes interessados busquem dar entrada no processo, pelo menos, sete anos antes dos jogos ocorrerem. Mesmo passando por todas as exigências, não é garantido que a modalidade estará presente nas próximas

Hoje há 67 esportes reconhecidos como olímpicos, incluindo os de inverno e verão. Uns irão fazer sua estreia nos jogos de Tóquio (surfe, skate, karatê, escalada, beisebol), outros somente nos jogos de Paris, em 2024 (como o breakdance); Para este ano, os atletas irão disputar em 46 modalidades. Como há uma oscilação dentro das modalidades esportivas escolhidas, e dificilmente seguirá com os mesmos esportes em


todos os anos, além dos tradicionais, o Comitê Olímpico prioriza os que mais chamam a atenção dos jovens e que sejam populares no país-sede. Dois casos seriam o beisebol/ softbol e o karatê, que irão ser disputadas nos jogos de 2020/2021 somente por serem apreciados no Japão, mas não irão permanecer para os jogos de Paris em 2024. EM BUSCA DAS OLIMPÍADAS Há esportes que, por mais que sejam reconhecidos pelo COI, ainda não são olímpicos. Contudo, pode ser adicionado aos próximos jogos após uma recomendação da Comissão de Programa Olímpico e votação da Assembleia do COI. Um exemplo de esporte reconhecido mas não olímpico é o Cheerleading. A mistura de elementos da ginástica, dança, acrobacias e pirâmides humanas fez com que, em 2016, o Comitê acrescentasse à lista olímpica. Muito mais que pompons e animações de torcida para outros esportes, o cheer tem suas próprias competições, que passam das regionais, nacionais e até o mundial. Possui órgãos regulamentadores, sendo o maior deles o International

Cheer Union (União Internacional de Cheer). Em 2016, o Comitê Olímpico Internacional votou em admitir o esporte como olímpico, porém com status provisório, já que o esporte não atende a um dos pré-requisitos para entrar nos jogos, por causa de um conjunto de movimentos e acrobacias baseados na ginástica olímpica, chamado de tumbling. O tumbling se torna o vilão do processo de oficialização porque quebra a regra de que nenhum esporte pode conter elementos de outros esportes dentro de si. Assim, Ingrid Hirisch atleta, treinadora e integrante da Seleção Brasileira de Cheerleading, acredita que seja necessário alterar esses movimentos para que o esporte possa entrar efetivamente nos jogos. “Nesses últimos anos esse foi um assunto bastante conversado no meio, principalmente quando o Comitê reconheceu o Cheerleading como esporte olímpico, mas hoje não acontece tanto.” conta Ingrid, porém, ela também afirma que por enquanto, o foco principal ainda é o mundial de Orlando, já que a entrada do Cheerleading nos Jogos Olímpicos ainda não foi oficializada e também devido a falta de

(Ingrid/ foto do acervo pessoal)

conversa sobre as alterações necessárias para que o esporte entre nos jogos. E ao falar sobre o Brasil, contamos ainda com certa desvantagem, já que a maior parte dos atletas entram no esporte só depois de adultos. “Não é a mesma coisa quando se pratica o esporte desde pequeno. Em outros países há ginásios que treinam crianças a partir dos quatro anos de idade, e no Brasil ainda há pouquíssimos locais que possuem a categoria mini. Essa ampliação de categorias veio do interesse dessas pessoas que conheceram o cheerleading nas universidades, e gostariam que seus filhos também praticassem. Não só os filhos, como também primos

e parentes mais novos. Ginásios em São Paulo e Rio de Janeiro são os que mais treinam essa faixa etária, e no Paraná, há somente um local em Ponta Grossa que também possui a categoria mini.” comenta Ingrid. Outra questão que também é importante abordar é a infraestrutura que o esporte tem no Brasil. São poucos os ginásios adequados que têm um ambiente com todos os equipamentos necessários para a prática do Cheerleading. Por conta disso, as lesões nos atletas brasileiros são mais altas, então o principal a se fazer seria garantir a segurança através de ginásios bem equipados. Portanto, um patrocínio também seria importante para melhorar o esporte.


Seleção nacional de basquete do Japão tem esperança de uma boa campanha nas olimpíadas por uma estrela em ascensão da NBA Jogadores japoneses tem esperança de levar para casa alguma medalha, principalmente por estarem com um bom time. Por João Ferreira, Lennon Andrade e Tiago Carraro

(Reprodução/Rui Hachimura Instagram)

Os japoneses voltam a entrar em quadra pelos jogos olímpicos após 45 anos, a última vez em que os anfitriões deste ano entraram em quadra nesta competição foi em 1976 em Montreal, onde o time obteve a 11.ª colocação no campeonato. Esse ano, em sua casa, a equipe tende a garantir uma posição melhor no torneio, pois

o time conta com Rui Hachimura, jogador do Washington Wizards da NBA. Rui Hachimura tem 23 anos, nascido em Toyama no Japão é filho de mãe japonesa e de pai beninês tem em seu nome o significado ‘’base’’ por causa do beisebol, esporte que seu avô era aficionado. O japonês chegou na NBA como 9.ª escolha

do draft de 2019, sendo escolhido pelo Washington Wizards. Com 2,03 metros de altura e pesando 104 quilos, antes de ir para o time da capital dos Estados Unidos,Hachimura sempre foi tratado com um alto teto de evolução, e um atleta polivalente, podendo jogar tanto quanto ala-armador espaçando a quadra para seus com-

panheiros tanto quanto ala de força próximo ao garrafão. Antes de chegar na NBA, todo seu potencial foi mostrado pela Universidade de Gonzaga, tendo sua melhor temporada2018-19 onde foi o principal jogador, atingindo as médias de 19,7 pontos por jogo e 6,5. Rui foi o MVP do campeonato universitário, Maui Invitatio-


nal, ganhando de Zion Williamson atualmente no New Orleans Pelicans e primeira escolha do mesmo draft de Hachimura. O ala do Wizards, além de ser uma grande promessa nas quadras, fora delas já é motivo de grande sucesso nas vendas e em patrocínios. Hachimura em seu ano de novato pela NBA, foi o jogador que mais vendeu regarepresentara. De acordo com a própria NBA, camisetas com o nome e número do jogador representaram 24% das vendas no site oficial da NBA no país, Rui lidera o ranking seguido por Lebron James. Outro sucesso do japonês é seu contrato com a Jordan Brand, do Michael Jordan em colaboração com a Nike, o contrato aconteceu em 2019 pouco depois de sua chegada a NBA, e se tornou o primeiro atleta nascido no Japão a ter contrato com a marca do astro do Chicago Bulls. Conversamos, com Time, torcedor do Wizards de Tokyo e consequentemente fã do Hachimura. Ele nos conta sua relação com a equipe e disse começar torcer por ter dois de seus jogadores favoritos, ‘’Sempre apreciei o time, mas nesta tem-

porada, dois dos meus jogadores favoritos, Russ (Westbrook) e Rui, estão na mesma equipe, então desde essa época eu comecei a torcer’’ ele ainda diz sobre a relação do Wizards com o Japão ‘’é um time muito amado em todo pais’’ ‘’Rui é um tesouro do Japão! Era muito distante a ideia de que algum japonês pudesse ser ativo na NBA, e é claro que o Japão todo iria o apoiar’’. A idolatria em cima de Hachimura é grande, Time afirmou que todas as vezes que ele vai ao seu país é atencioso com fãs ‘’Ele é um grande jogador, com uma alta habilidade defensiva, e no arremesso de meia distância, se adicionar bolas de três pontos em seu jogo, será um jogador imparável e poderá a levar o seu time nacional longe este ano junto com Yuta Watanabe’’. As expectativas dentro da quadra são altas, mas Time afirmou ter receio em relação ao coronavírus e como isso pode atrapalhar a experiência ‘’Eu estou muito animado para o jogo, mas eu estou com medo do vírus, se as coisas melhorarem eu irei aproveitar ao máximo’’ Ele ainda nos contou que gostaria de assistir um jogo de seu

(Divulgação/NBA)

time na sua cidade mas não conseguiu por ser muito concorrido, ‘’Eu realmente queria ver um jogo mas eu não consegui um ingresso por ser caro e por medo do vírus’’ A equipe japonesa se encontra no grupo C, ao lado de Argentina, Espanha e mais outra seleção que vencer o pré-olímpico, entre essas seleções poderá ser a Lituânia do pivô Kristpas Porzings ou a Eslovênia do armador Luka Doncic, ambos do Dallas Mavericks. A equipe japonesa é comandada pelo argentino Julio Lamas,

ex-treinador da seleção argentina, do Real Madrid e do Boca Jrs, que já disse estar tentando formar uma base com entrosamento e química forte para as olimpíadas desse ano, o time de Julio Lamas e Hachimura, já teve o feito de jogar a copa do mundo de basquete FIBA, após 13 anos em 2019. O 5 inicial da seleção baseado em jogos anteriores deve ser: Ryusei Shinoyama armando o jogo, Yudai Baba de ala-armador, Rui Hachimura de ala, Yuta Watanabe de ala-pivô e Nick Fazekas de pivô nos jogos.


Como o fuso horário afeta atletas de alto rendimento Como as Olimpiadas aconteceram em Tóquio, atletas podem sentir o famigerado Jet Leg, que pode interferir na sua performance. Por João Ferreira, Lennon Andrade e Tiago Carraro

As olimpíadas desse ano acontecerão em Tóquio, no Japão, e umas das maiores adversidades é o fato de ter um fuso horário muito distante de alguns países, devido a sua localização no globo terrestre. O fuso horário japonês é de 9 horas a mais em relação ao fuso horário universal o UTC (em inglês, (Reprodução/Pixabay) coordinated universal time), medido do Me- em relação ao horário de bia Saudita, no horário ridiano de Greenwich, Chicago e 13 horas ao de Brasília. As finais do seu ponto inicial. A de Nova Iorque. Essas vôlei acontecerão 1:30 diferença de fusos condições de diferenças da manhã no horário para o Japão é alta em no tempo, podem causar de Brasília, no atletismo muitos países. No caso desconforto, o chamado as competições deverão do Brasil, o horário de Jet Lag, que nada mais ser realizadas entre 7 Tóquio está 12 horas é que uma descompenhoras e 9:55 da manhã. à frente do horário de sação horária do nosso Em atletas de alto Brasília, ou seja, enorganismo causada pela nível, o Jet Lag, pode quanto o relógio mar- mudança de meridianos e ser sentido psicologica meia-noite no Bra- dos fusos, o nome ciencamente, como o caso sil no Japão ele estará tifico do termo é dissindo jogador Nikão, meio marcando meio-dia. cronose. Obviamente isso campo do Athletico PaEm outros países a di- afetas os atletas, os jogos ranaense, que ao chegar ferença ainda é maior, da seleção masculina de ao Japão para disputa nos Estados Unidos futebol serão realizados de um torneio no país, em que o horário as 8:30 da manhã, contra relatou em entrevista á japonês se encontra a Alemanha, e por volta ESPN, dificuldades em 16 horas à frente de das 5 da manhã contra relação ao fuso horáLos Angeles, 14 horas Costa do Marfim e Arário e se sentiu perdi-

do ‘’Acordei ontem achando que era hoje’’ relata o meia, e fisicamente como por exemplo o caso do goleiro Weverton do Palmeiras e da Seleção Brasileira, em entrevista para a Globo, logo após derrota para o Tigres no mundial de clubes no Catar com fuso horário de diferença de 6 horas para o horário de brasilia, o atleta desabafou e disse, ‘’Para ser sincero, ontem fui dormir 9h da manhã. Alguns companheiros também, sabemos como é importante dormir para um atleta. Não é fácil viajar tanto tempo, 6h de diferença, demora para se adaptar.’’ Conversamos com a psicóloga Thaynara Alves, e os médicos de medicina esportiva, Doutor Dallys Gama e o Doutor Vitor Moreira, graduado em medicina pela UFMS e residente em medicina do exercício e do esporte


pela UNIFESP. A psicóloga Thaynara Alves, nos contou um pouco dos efeitos psicológicos em atletas de alto nível, ‘’Todos nós temos um relógio biológico, que é a forma como nosso corpo funciona e realiza as atividades diárias. Quando existe uma mudança de fuso horário muito brusca, esse relógio biológico fica desorganizado causando danos no nosso funcionamento. Desorganiza nosso sono, nossa alimentação fica desregrada, podemos ter o desempenho físico diminuído, temos danos na regulação emocional, que é a forma como lidamos com as nossas

emoções, podemos por exemplo, ficar mais irritados, mais apáticos etc. Além disso, nosso cognitivo também é afetado pois podemos ter dificuldade de foco e concentração.’’ Essa piora no desempenho físico citado pela psicóloga, também é explicado pelo Doutor Vitor, que diz que o maior impacto nos atletas é a perda de performance esportiva, ‘’por ter principalmente implicações no sono, memória, raciocínio e alterações gastrointestinais, o indivíduo que participa de alguma competição com alguma dessas perdas, esses são os maiores impactos e

(Divulgação/ Haneda Aeroporto, Tóquio)

com certeza estará em desvantagem e com rendimento abaixo do habitual.’’ A adaptação a essas dificuldades pode ser feita de diferentes maneiras, um dos exemplos recentes de adaptação ao fuso horário foi o realizada pela equipe de natação da Alemanha, para disputa das provas no Rio em 2016, que chegavam a ser realizadas às 22h do horário da capital fluminense. Os Alemães utilizaram luz artificial simulando a luz solar do verão europeu, para ter mais qualidade do sono e diminuição do Jet Lag.

Para amenizar os efeitos do fuso horário, o Doutor Dallys, nos informa que baseado em estudos do Colégio de Medicina esportiva dos Estados Unidos, para cada hora de fuso horário é necessário um dia para cada hora de diferença do fuso horário, ‘’Por exemplo, se você sair do Brasil e ir competir em Tóquio, no caso dos atletas, que totaliza 12 horas de diferença você necessita de 12 dias de adaptação, para chegar e ter um rendimento equivalente ao que teria no Brasil’’. Afetando assim os atletas.


Seleção Brasileira de skate vai com força total para Tóquio Um esporte que por muito tempo foi discriminado, promete trazer medalhas para o Brasil. A delegação brasileira, formada por 12 atletas, vai com o que tem de melhor em busca da medalha inédita. Por: Janaína Drongek, Maria Eugênia Zarpellon e Victória Gobbo

(Reprodução/André Durão)

As Olimpíadas de Tóquio 2020/2021, pela primeira vez na história, apresenta o Skate como esporte olímpico. Devido ao preconceito ainda ser constante em relação a esse esporte, os praticantes da modalidade relatam a empolgação para o evento. Para a skatista Juliana Moreira o esporte ainda é muito marginalizado, porém acha que isso deve mudar com os jogos

deste ano. “ A visão de ir para as olimpíadas muda o conceito mas ainda não vimos um reconhecimento e uma mudança grande. Quebra alguns paradigmas, por exemplo skatista só picha muro ou quebra as coisa, então eu vejo que hoje já nos veem como atletas igual aos outros. O fato de ter se tornado um esporte olímpico deu mais visibilidade à modalidade, fez com que as pessoas

ouvissem mais sobre e quebram aquela ideia de ser uma coisa ruim”. Já para Bruno Lopes, praticante da modalidade, o preconceito ainda existe principalmente para quem pratica o Skate Street. “Olha em questões da modalidade street não achei muita diferença com ele sendo agora um esporte olímpico, ainda há essa questão do skate ser para marginais, porém em alguns

lugares mudou sim esse pensamento. Em outras modalidades o skate tomou mais respeito pelo fato de ter um certo lugar para praticar o esporte. Então na minha percepção o skate está deixando de ser para “marginais” e está conquistando seu espaço porém ainda haverá um certo preconceito sobre”. A competição será dividida em duas modalidades. Inspira-


do em vias urbanas de cidades, o Skate Street é formado por obstáculos, que obrigam os 20 skatistas classificados, em grupos de 5, a utilizarem a criatividade para elaborar 5 manobras com os elementos presentes na pista, como escadarias, corrimãos e rampas. Já o Skate Park combina características de vários tipos de pistas, como Half-Pipes, Bowls e Banks, apresenta inclinações verticais de 3 a 4 metros, com alguns obstáculos conectados entre si, para que os skatistas busquem executar sua melhor “linha” contínua de manobras “air” em sequência. Cada seleção levará 12 skatistas, sendo 6 em cada modalidade dividido entre 3 homens e 3 mulheres. A seleção brasileira de skate já foi definida e vai para os jogos com força total. Entre os destaques da Seleção Brasileira de Skate estão:

skatista profissional. O paulista possui 6 títulos mundiais pela World Cup Skateboarding, foi campeão da Street League Skateboarding e ainda coleciona mais de 25 prêmios ao redor do mundo. No X Games, principal campeonato de skate do mundo, conquistou duas me(Breno Barros/rededoesporte.gov.br) dalhas de ouro, uma de prata e dois bronzes. Kelvin é uma das principais promessas de medalhas para o Brasil. Pâmela Rosa - 20 anos

É a melhor do mundo na categoria street e uma das favoritas para subir ao pódio nas Olimpíadas de Tóquio. Ganhou seu primeiro skate com 9 anos e com (Reprodução/ Eduardo Braz) apenas 15 disputou os X-Games e foi a atleta mais jovem a subir no pódio na competição. Conquistou uma prata em Austin, nos Estados Unidos, em 2014. Atualmente, já acumula 6 medalhas nos X Games, sendo duas de ouro. Em setembro de Kelvin Hoefler - 27 2019, aos 20 anos, Paanos mela se tornou campeã mundial de skate na Considerado um dos modalidade street. melhores skatistas do mundo na modalidaLeticia Bufoni - 27 anos de Street. Incentivado pelo pai, começou a Considerada uma andar de skate aos 8 das maiores autoridaanos e aos 9 participou des do skate no mundo, pela primeira vez de Letícia é conhecida por um campeonato em desbravar as fronteiras São Paulo e venceu. da modalidade quanEm 2011, tornou-se do ainda diziam que (Paulo Macedo/Street League Skateboarding)


mulheres não podiam praticar o esporte e por tornar o skate feminino brasileiro uma potência mundial. Ela é a única mulher no mundo que conseguiu 3 medalhas de ouro em apenas um ano; é primeira e única recordista do Guinness Book por ter mais medalhas no X Games, principal campeonato de skate do mundo – com 5 medalhas de ouro, 3 de prata e 3 de bronze – foi a primeira skatista a ganhar de uma marca um shape com seu nome, e a primeira mulher a entrar para o time da Nike Skateboarding.

fazer história na categoria Park nos Jogos de Tóquio. Pedro Barros - 26 anos

Influenciado por grandes nomes do skate, como Sandro Dias e Bob Burnquist, Pedro começou a deixar sua marca no cenário mundial com apenas (Vans Park Series/Dan Mathieu) 14 anos quando ficou em terceiro lugar no X Games de Los Angeles, em 2009. A partir daí, foi acumulando conquistas importantes no skate internacional. Em 2013, chegou ao tetracampeonato mundial de bowls e, em 2014, festejou outro tetra, no Yndiara Asp - 23 anos Red Bull Skate Generation. Desde que o skate Aos 7 anos, Yndiara foi aprovado para entrar ganhou um skate de nos Jogos Olímpicos de (Dan Mathieu/Red Bull Content Pool) presente de Natal de Tóquio, Pedro Barros já seu pai e assim coacumulou nada menos meçou a paixão pelo do que 12 títulos, enesporte. Aos 15 anos, tre eles o Campeonato após três meses de prá- Mundial do skate park ticas e treinos diários, em Nanjing, na China, venceu seu primeiro em 2018, mesmo ano campeonato, o Tigela em que ganhou o prêSk8club. A ascensão da mio, dado pelo COB, atleta foi meteórica. Em como melhor skatista 2016, participou pela do ano. primeira vez do Campeonato Vans Park Se- Dora Varella - 19 anos ries realizado na Suécia e cravou a 6ª posição Quando tinha apenas entre as 10 melhores 17, tornou-se skatista skatistas do mundo. profissional pela ConEm 2018, Yndiara en- federação Brasileira trou para o time seleto de Skate e em junho, da Vans e tornou-se profissional nos EUA. a primeira skatista Atualmente é a nona mulher profissional colocada no Ranking (Divulgação/ Anthony Acosta) brasileira a realizar tal Olímpico da World feito. A atleta promete Skate.


Quais são os atletas e esportes com mais chances de medalha em Tóquio? O Brasil, mesmo não sendo uma potência olímpica tem grandes atletas e muitas chances de subir no pódio. Por Leandro Georgete

Ahh os Jogos Olímpicos… tão mágico e tão sonhado por tantos atletas. Porém o desejo maior de alguns atletas não é só participar do maior evento esportivo do mundo, mas também conquistar a famosa medalha, subir ao pódio e ver a bandeira do seu país subindo para o alto da arena. Sem contar a Rio 2016, onde o Brasil tinha vaga em todas as categorias e modalidades, tendo uma equipe maior, os Jogos de Tóquio terá a maior a delegação brasileira, com 301 atletas, sendo 161 homens e 140 mulheres. Além dessa equipe, o Comitê Olímpico do Brasil ainda anunciou mais 18 atletas substitutos, mas só vão fazer parte da delegação olímpica caso façam parte também das disputas substituindo algum atleta. Mesmo não sendo uma potência nas Olimpíadas, assim como os Estados Unidos ou a China, o Brasil tem

grandes chances de talvez até mesmo ultrapassar o número de medalhas conquistadas na edição em 2016, com 19 medalhas, sendo sete de ouro, seis de prata e seis de bronze, chegando a inédita 12ª colocação no quadro geral de medalhas, empatado com a Holanda. Com a chegada de esportes como o Surfe e o Skate a delegação do (Reprodução/Pixabay) Time Brasil conquistou mas são atletas que chega também como mais algumas esperan- fizeram um ótimo ciclo um dos favoritos ao ças de medalha. Espor- olímpico e tem um his- ouro. Provavelmente tes tradicionais como tórico importante para veremos um dos dois o Judô, Vôlei de Praia chegar como favoritos subindo ao pódio em e de Quadra, Futebol à medalha até mesmo Tóquio. masculino e feminino, na gringa. Outra aposta brasileira Ginástica Artística, no Surfe é a Tatiana Natação e entre outros, Surfe: Weston-Webb, que se tem muitas chances de mantém sempre no trazerem a “bolacha” Com a estreia do Surfe topo e brigando pelas para casa. nos Jogos Olímpicos, primeiras colocações o Brasil ganhou fortes nas competições do Atletas com chances de candidatos à conquiscircuito mundial. conquistar medalhas: ta de uma medalha. Gabriel Medina, mun- Skate: Aqui está uma lista, dialmente conhecido não muito extensa, de e duas vezes campeão Outra estreia no Japão alguns nomes e apostas mundial, chega como será a do Skate, e com para subir ao pódio um favorito para a brasileiros podendo em Tóquio. Claro que medalha de ouro. Já conquistar uma medanão é uma certeza, e Ítalo Ferreira, que lha. E por que não três podem não chegarem venceu Medina na final na mesma categoria no nas primeiras posições, do mundial em 2019, feminino? Pâmela Rosa


chegou no top 3 em praticamente todas as competições no street skate. Foi campeã mundial em 2019, vencendo a compatriota de apenas 13 anos, Rayssa Leal. A “Fadinha”, como é conhecida, chega muito forte para a briga por medalha, apesar da pouca idade. Campeã mundial em 2015, Letícia Bufoni teve um ótimo ciclo olímpico, conquistando a prata nos mundiais de 2016, 2017 e 2018, mas ficando fora dos últimos dois por lesão. Do mesmo jeito chega como uma candidata a faturar uma medalha também. No masculino Pedro Barros que foi vice-campeão mundial em 2016 e 2017 chega como um candidato a subir no pódio. Assim como Kelvin Hoefler, atleta ranqueado pelo Guiness Book como o skatista com mais conquistas na modalidade, entra forte na briga por medalha, subindo no pódio em quase todas as competições do circuito mundial nas últimas duas temporadas.

colocações em quase todas as competições do ciclo, e ainda por cima foi campeã da Liga das Nações neste ano, vencendo fácil equipes fortíssimas como França e Polônia. A seleção feminina já não chega muito forte, mas como sempre pode surpreender e conquistar uma medalha. A equipe comandada pelo técnico José Roberto teve altos e baixos durante o ciclo, e suas principais adversárias são: Sérvia, Estados Unidos, China e Itália, com Turquia e Rússia correndo por fora. No vôlei de praia, Ágatha e Duda, formam em termos técnicos, talvez a melhor dupla do mundo atualmente. Potencial é o que não falta para as duas subirem no pódio em Tóquio. Judô:

Tradição em Jogos Olímpicos, o Judô é o esporte que mais trouxe medalhas individuais para o Brasil em todas as edições, 22 até agora. Mesmo não vivendo em boa Vôlei: fase, há esperanças de medalhas. A gaúcha de A seleção de vôlei 29 anos, Mayra Aguiar masculina chega como é a maior aposta para a favorita para levar o conquistar a medalha ouro para casa. Ficou e talvez até mesmo o entre as três primeiras ouro. Ela já conquistou

(Reprodução/Pixabay)

dois bronzes olímpicos (2012 e 2016) e está indo para sua quarta Olimpíada. A judoca foi campeã mundial em 2017, mas voltou de uma lesão muito séria no joelho. A mesma lesão a deixou fora dos tatames em 2014 e quando voltou, foi campeã mundial no mesmo ano. Outra aposta no Judô é a peso pesado Maria Suelen Altheman que subiu ao pódio em todas as competições disputadas neste ano, incluindo o mundial, última competição antes dos Jogos. Rafael Silva, o Baby, dono de dois bronzes (2012 e 2016), também chega como candidato a subir ao pódio mais uma vez. Além disso, com a estreia da competição por equipes, o Judô tem mais uma chance de medalha. É atualmente o 3º no ranking mundial, ficando atrás de Japão e França respectivamente.

Ginástica Artística: Na Ginástica Artística nomes como o campeão olímpico em 2012, Arthur Zanetti, e o medalhista de bronze em 2016, Arthur Nory, são algumas das esperanças de medalha na modalidade. Apesar de ter pelo menos seis grandes atletas de outros países brigando por medalha nas argolas, Zanetti é o atual vice-campeão olímpico e deve trazer uma apresentação digna para tentar subir ao pódio. Já Nory foi campeão mundial nas barras fixas em 2019 e é nesse aparelho onde deve brigar mais forte pela medalha. Na última Copa do Mundo ficou com a prata, com a nota de 14,400. Rebeca Andrade também é uma grande esperança de que brigue pela medalha em Tóquio. Rebeca se classificou no mês passado para as Olim-


píadas quando venceu o Pan-Americano no Rio de Janeiro. Apesar das lesões terem atrapalhado um bom ciclo de Rebeca, a brasileira chega forte para brigar pelo pódio no aparelho do salto.

ciclo. Diversos outros brasileiros, como Darlan Romani no Arremesso de Peso, Nathalie Moellhausen na Esgrima, Um dos esportes que Milena Titoneli no mais trouxe medalha Taekwondo, Bruno Boxe: para o Brasil não pode- Fratus na Natação e ria ficar de fora dessa Ana Marcela Cunha Canoagem: No Boxe a Beatriz lista. Por último, mas na Maratona Aquática Ferreira deve ser o não menos importante, tem chances de subir O principal nome bra- grande nome brasileiro a Vela traz uma chance ao pódio em Tóquio. sileiro na Canoagem é e esperança de uma gigantesca de medalha Agora resta torcer e o de Isaquias Queiroz. medalha. Foi campeã em Tóquio. Martine acompanhar as disputas O baiano de 27 anos Mundial em 2019, ven- Grael e Kahena Kunze deste evento tão granconquistou três meda- cendo a final por 5 a são as atuais campeãs dioso e tão importante lhas na Rio 2016, mas 0. Um nome que pode olímpicas e venceram para qualquer atleta que neste ano só vai brigar surpreender e brigar os dois eventos-testes sonha em disputar uma por duas, já que uma pelo pódio nos Jogos é mais importantes do olímpiada.

(Reprodução/Pixabay)

das provas que disputou saiu do programa. Foi campeão Mundial em 2019, na prova do C1 1000m, e chega com uma motivação a mais para Tóquio.

Hebert Conceição. Hebert é cabeça de chave número 5 e conquistou o bronze no Mundial. Vela:


De fora das Olimpíadas Entenda alguns dos critérios levados em conta para uma modalidade ser considerada olímpica. Por Eloíza Mendes Marques

Após serem adiados por um ano, em função da pandemia, os Jogos Olímpicos ocorrerão em Tóquio e contarão com 46 modalidades, dentre as quais esgrima, ginástica artística e natação. Mas, afinal, quais os requisitos principais que definem um esporte como olímpico? Confira a seguir três pontos para entender. 1- Arte vs Esporte Uma das modalidades não inclusas mais discutidas entre os praticantes é o balé clássico. Apesar de ser uma arte, muitos apontam as similaridades com a ginástica artística ou, até mesmo, a patinação, modalidade dos jogos de inverno. Alguns pontos em comum são as coreografias e as roupas. Todavia, a maior diferença é a dos requisitos específicos de pulos, giros e outros elementos a serem avaliados na patinação e ginástica, enquanto o balé possui coreografias específicas sem a presença de todos os

3- Motores e esportes “intelectuais” Os dois são proibidos. Por isso o automobilismo e o xadrez não estão presentes nas olimpíadas, mesmo sendo considerados, por muitos, como esportes. A questão do xadrez diz respeito (Reprodução/Istock) elementos. Além disso, Internacional) define ao atletismo físico, ou em danças, os passos um dos fatores para um seja, um esporte olímcostumam ter o mesesporte ser considerado pico deve exigir esforço mo peso, ou até menor, olímpico em: “ser amdo corpo, e não apeque as emoções expres- plamente praticado por nas da mente. Já sobre sas. Ou seja, arte não é homens em pelo menos automobilismo, o COI esporte, os requisitos 75 países e quatro con- reforça que os jogos diferem, e para estar tinentes e por mulheres devem alimentar a presente nas Olimem pelo menos 25 paí- “competição entre atlepíadas a modalidade ses e três continentes”. tas, não equipamentos”, precisa ser um esporte. Uma curiosidade innas palavras de Jacques teressante, todavia, é o Rogge em 2012. Na 2- Parcela de pratican- vôlei de praia. Apesar ocasião da fala o frantes da modalidade não cês presidia o COI. preencher o requisiNos Jogos de 2021, Polo, críquete, sumô, to, está nos jogos por poderemos apreciar dardos, bilhar e boliser considerada uma seis novas modalidache. São apenas seis subdivisão do vôlei. O des recém-incluídas: o dos esportes não-ofutsal é outro exemplo caratê, skate, escalada, límpicos, sendo a lista de modalidade que surfe, beisebol e sofcontemplada por mais poderia ser inclusa, no tbol. Sendo a estreia de trinta. Um ponto caso como subcategoria de cinco, e o retorno importante para enten- do futebol, entretanto, a de um — o beisebol. der como esportes são FIFA não apoia a ideia, A disciplina 3x3 do inseridos na categoria por acreditar que faria basquete também esolímpica é o número o Mundial de Futsal, o tará presente. Ou seja, de praticantes. qual ocorre, geralmen- todas as modalidades O estatuto do COI te, no mesmo ano das cumprem os requisitos (Comitê Olímpico Olimpíadas. acima de tudo.


O que esperar do Judô nos tatames da Budokan em Tóquio? Jogos Olímpicos de Tóquio, e o Judô, como sempre, chega com esperanças de medalha na edição. Por Leandro Georgete

Faltam pouquíssimos dias para entrarmos nos tatames olímpicos em Tóquio junto com os atletas de Judô. Mas mesmo indo com uma equipe de 13 pessoas em 14 categorias, o que podemos esperar do Brasil? Quais são as chances de medalhas em cada categoria? Vem comigo que vou falar quais podem ser as medalhas e as surpresas brasileiras na edição japonesa das Olimpíadas.

tas de medalha provavelmente irá enfrentar um forte candidato ao pódio e poderá sofrer para ganhar. Apesar disso, o judoca de 30 anos talvez possa chegar a uma disputa por medalha, mas o caminho será bem complicado. Já a estreante em Olimpíadas, assim como Takabatake, Gabriela Chibana, de 27 anos, ocupa a 26ª posição no ranking e corre o risco de enfrentar judocas fortes e experientes logo na sua primeira luta. O caminho também será bem difícil.

(Reprodução/Istock)

tem um Judô agressivo e é o 13º do ranking. Em 2017 Cargnin foi camPeso Ligeiro: peão Mundial sub 21, e no ano seguinte ficou Nos pesos ligeiros teem quinto lugar no mos representantes no Mundial sênior. Infelizmasculino, até 60kg e Peso Meio-Leve: mente perdeu o último no feminino, até 48kg. Mundial por ter contraDois atletas do Clube Na categoria meio-leve, ído Covid-19 durante a Pinheiros de São Paulo, no masculino até 66kg preparação. que nas últimas sema- e no feminino até 52kg, Já no feminino, a judoca nas foram treinados os dois representantes Larissa Pimenta, de 22 por dois super atletas do Brasil são jovens e anos, chega como a 14ª e bimedalhistas olímpromessas para o futu- do ranking. Apesar de picos, Tiago Camilo e ro. Daniel Cargnin, de não ter se dado muito Leandro Guilheiro. 23 anos, chega para seu bem nos últimos CamEric Takabatake ocuprimeiro Jogos Olímpeonatos Mundiais, pa a 14ª posição no picos podendo surPimenta é uma promesranking e não entra preender e chegar nas sa do judô brasileiro e como cabeça de chave. disputas de medalhas. pode sim surpreender Para chegar nas dispu- O judoca da Sogipa e brigar por medalha já

em sua primeira Olimpíada. Peso Leve: No peso leve, infelizmente, só teremos um representante, que é no masculino, até 73kg. Eduardo Barbosa é atual 34º do ranking e só conseguiu garantir a vaga em Tóquio através da cota continental. No último Campeonato Mundial enfrentou em sua segunda luta o georgiano Lasha Shavdatuashvili, atual campeão mundial e medalha de bronze na Rio 2016. O caminho para o pódio será bem


complicado, já que pode enfrentar grandes atletas, como Shavdatuashvili logo em seu primeiro confronto. No feminino não teremos representantes, já que a jovem judoca, Ketelyn Nascimento não conseguiu a classificação. Vale lembrar que mesmo sem lutar desde outubro de 2019, a atual campeã olímpica, Rafaela Silva estaria classificada para Tóquio, ocupando a 21ª posição no ranking mundial. Se não fosse condenada a dois anos de suspensão por doping, Rafa estaria defendendo seu título na Budokan.

e bater de frente com alguns fortes judocas. Mesmo sem nenhum resultado expressivo nos últimos anos, Eduardo está sempre fazendo ótimas lutas com atletas de ponta e top 10 do ranking. No feminino pode ser a primeira chance verdadeira de medalha para o Brasil. A primeira brasileira medalhista individual em Olimpíadas, Ketleyn Quadros, volta a disputar um Jogos depois de conquistar o bronze em Pequim 2008. A experiente judoca de 33 anos teve bons resultados nas últimas competições. Uma prata em Grand Slam Peso Meio-Médio: e um 5º lugar no Campeonato Mundial. A No peso meio-médio brasileira chega como a podemos ter surpresas 8ª do ranking mundial e talvez uma esperan- e 5ª no ranking olímpiça de medalha. No co, sendo uma candimasculino, até 81kg, o data a subir no pódio. Eduardo Yudy Santos, Esperamos que não só atual número 24 do repita o feito de 2008, ranking, que nasceu mas também suba dois no Japão e vai lutar em degraus e alcance o casa, pode surpreender ouro olímpico e assim

(Reprodução/Pixabay)

aumentar o rank do país na competição. Peso Médio:

sendo a 7ª no ranking olímpico. Então provavelmente chegará nas quartas de final, onde No peso médio temos pode enfrentar adverdois brasileiros vinsárias mais duras, que dos diretamente do até mesmo já venceu. Rio Grande do Sul, Ela ficou em 7º lugar mais precisamente dos no último Mundial, tatames da Sogipa. No mas chega forte para masculino, até 90kg, brigar por medalha em Rafael Macedo, e no Tóquio. feminino, até 70kg, Maria Portela. Peso Meio-Pesado: Rafael Macedo, que foi campeão Mundial sub No peso meio-pesado 21 em 2014, não acu- teremos Rafael Buzacamula muitos resultados rini, no masculino até expressivos no circuito 100kg, e no feminino a adulto. Está sempre experiente, bimedalhisenfrentando judocas ta olímpica (bronze em duros, chegando para 2012 e 2016) e bicamseu primeiro Jogos peã mundial (2014 e Olímpicos como o 19º 2017), Mayra Aguiar do ranking, por isso o até 78kg. Buzacarini caminho para a mechega para a sua sedalha em Tóquio será gunda edição de Jogos mais difícil. como o 17º do ranking No feminino, a exmundial, podendo periência de Maria fazer fazer com fortes Portela pode contar adversários, mas tendo muito para conseguir seu caminho bem comalcançar a sua primei- plicado para conquistar ra medalha olímpica. a medalha. Em sua terceira Olim- Já a gaúcha Mayra píada, Portela chega Aguiar chega para a como cabeça de chave, sua quarta edição de


Jogos Olímpicos com apenas 29 anos, sendo a 8ª no ranking mundial e uma forte candidata a subir no pódio, podendo fazer história. Na opinião do colunista, uma das, senão a maior judoca de todos os tempos do Brasil, juntando masculino e feminino em termos de título. Mayra pode se tornar a primeira judoca a conquistar três medalhas olímpicas, feito que só pode ser igualado ou superado por Rafael Silva nesta mesma edição. A gaúcha vem de uma cirurgia no joelho, e mesmo lutando apenas o Campeonato Mundial e perdendo na segunda rodada, Mayra é forte candidata até mesmo para levar o ouro. Esperamos que suba no lugar mais alto do pódio e complete

sua coleção de medalhas. Peso Pesado: Nos pesos pesados o negócio fica mais sério e a chance de medalha aumenta no último dia de competições no individual. No masculino teremos o experiente e também bimedalhista (bronze em 2012 e 2016) olímpico, Rafael Silva, o Baby, na categoria mais de 100kg. O judoca de 34 anos chega para talvez a sua última Olimpíada como 7º colocado do ranking mundial. Baby ficou em 5º lugar no último Mundial, mas é uma grande esperança de medalha, já que seu ciclo olímpico foi muito bom, com medalhas em Grand Prixs, Grand Slams e no Mundial de 2017, apesar de ter bri-

(Reprodução/Istock)

gado por medalha em 2019 e 2021 também. Rafael pode conquistar sua terceira medalha olímpica no individual, e caso isso aconteça e ele conquiste uma medalha na competição por equipes, pode se tornar o único judoca a ter quatro medalhas em Jogos Olímpicos. No feminino seremos representados por Maria Suelen Altheman, na categoria mais de 78kg. Chega para sua terceira edição de Olimpíada como a 5ª no ranking mundial e na melhor forma, segundo ela. Conquistou a medalha de bronze no último Mundial, vencendo sua rival e líder do ranking pela primeira vez em diversos confrontos, a cubana Idalys Ortiz. Além do Mundial, a judoca de 32 anos conquis-

tou o bronze em três Grand Slams apenas neste ano de 2021. Chega como uma fortíssima candidata para subir ao pódio e trazer uma medalhas. Por Equipes: Como em todo esporte coletivo, o brasileiro une forças e se supera. No Judô não seria diferente! Na estreia da competição por equipes no Judô em Jogos Olímpicos, o Brasil chega forte e pode brigar por uma medalha. Lutam no torneio as categorias femininas, até 57kg, até 70kg e mais de 70kg. Como a prova é mista, no masculino teremos as categorias até 73kg, até 90kg e mais de 90kg e sendo uma das favoritas para conseguir medalhas.


Os 15 países mais vitoriosos das últimas quinze edições das Olímpiadas Veja quais foram os países que mais ganharam medalhas nas últimas edições das olímpiadas. Por Gabriel Accioly e Daniel Victor

(Reprodução/Arquivo pessoal Gabriel Accioly)

Já entrando no clima de Olimpíadas, fizemos uma análise dos quinze países mais vitoriosos do evento esportivo, com dados das últimas quinze Olimpíadas de Verão que aconteceram ao redor do mundo. Qual país conseguiu manter a melhor média de medalhas? Quais os números de cada nacionalidade desde o evento olímpico de 1960? Você confere a resposta para essas e mais perguntas aqui mesmo. Vamos lá? Na tabela criada por

nossa equipe você confere os números de cada uma das quinze nações que mais venceram as Olimpíadas. Disponibilizamos quantas medalhas de ouro, prata e bronze cada país conquistou desde os jogos Olímpicos de 1960, que aconteceu em Roma, Itália. Perceba que no primeiro ano da tabela, alguns países ainda não participavam. Outros apareceram apenas depois de muitos anos, como a Rússia, que até 1988 ainda participava

das olímpiadas como União Soviética e teve fim em 1991. 1980 foi um ano caótico para os Jogos Olímpicos de Verão. O evento sofria boicote por questões políticas. Foi a edição que contou com o menor número de nações participantes. Muitos temeram o ano, pois havia um grande risco das Olimpíadas serem extintas. Para aprofundar você um pouquinho mais sobre cada país, confira só o desempenho geral

deles nessas últimas quinze edições de Olimpíadas: Estados Unidos (EUA): É o país que mais conquistou medalhas olímpicas. Nas últimas 15 Olimpíadas, seu menor ranking foi um terceiro lugar em 1988, na Olimpíada de Seul. Liderou o quadro de medalhas das últimas 7 edições, e nos últimos quinze jogos, ultrapassou a marca de 100 medalhas conquistadas em oito deles, bem à frente da URSS que


conseguiu o feito quatro vezes, e da China, que atingiu essa marca uma vez.

conquistadas.

França (FRA): Paris já foi sede das Olimpíadas duas vezes UniãoSoviética (USO): (em 1900 e 1924) e será Venceu seis das nove novamente em 2024. A Olimpíadas que parmaioria de suas medaticipou. Foi uma das lhas vieram da esgrima maiores medalhistas e do ciclismo. até a Olimpíada de 1988, a última antes Itália (ITA): de sua dissolução em Um dos poucos países 1991. Rivalizou a com- que participou de topetição com os Estados das as Olimpíadas, sem Unidos durante muitos exceção. A maioria de anos, o que também suas medalhas vêm simbolizava a disputa do esgrima. Sediou a entre os dois países em Olimpíada de 1960, em outros âmbitos. Roma, onde obteve seu melhor resultado com Grã-Bretanha (GRA): 36 medalhas (empataNação que vem consdo com seu desempetante nas últimas nho em 1932, em Los quinze edições, e desde Angeles. a Olimpíada de Sydney em 2000 apresenta um Alemanha (ALE): constante crescimento É o terceiro país com no total de medalhas. mais medalhas de De 1960 a 1996 apreouro, com 283, atrás sentou uma média apenas de Estados Unide 22.1 medalhas por dos e União Soviética. edição; de 2000 a 2016, Entre 1968 e 1988, se essa média saltou para dividiu em Alemanha 48.2 medalhas. Ocidental e Oriental, até a reunificação aleChina (CHI): mã de 1990. Por questões políticas, neste recorte a China Hungria (HUN): só começou a particiÉ o país com mais par dos jogos de 1984 medalhas olímpicas a em Los Angeles. Mes- nunca sediar os jogos. mo assim obteve muito Por mais que as suas sucesso nos jogos, fiparticipações de maior cando no top 3 em cin- sucesso tenham sido co edições diferentes. em 1972 com 35 meFoi a grande vencedora dalhas, ainda vence dos jogos que sediou um bom número de em Pequim (2008), modalidades, tendo na atingindo nesse ano a esgrima seus maiores marca de 100 medalhas sucessos. E conquistan-

é a única nação a vencer pelo menos uma medalha em todas as OlimAlemanha Oriental (AOR): píadas desde 1908. Era bastante forte dos anos Participou de cinco de 1900 até os anos 50. edições (entre 1968 e 1988, mas ausente nos Entre as edições de 1908 jogos de 1984) e ficou na até 1952, teve uma média segunda colocação três de 36.6 medalhas por vezes. O comitê olímpico participação. Nos últimos 15 jogos essa média da Alemanha Oriental é bem menor: de 8.3 foi unificado, em um acordo, ao da Alemanha medalhas. após a reunificação do país em 1990. Teve maior Japão (JAP): destaque no Atletismo e Já foi sede das Olimpíadas de Verão uma vez Natação. em 1964, quando ela foi disputada em Tóquio, e Rússia (RUS): a cidade receberá mais Após a dissolução da União Soviética, partici- uma vez os jogos agora em 2021. Com bastante pou dos jogos de verão de 1996, já vencendo 63 tradição, venceu 361 medalhas, a maioria delas medalhas nesta primeino Judô. ra participação. Desde então, ficou no top 5 Finlândia (FIN): em todos os jogos que Uma das poucas nações participou, assim se tornando o décimo país a participar de todos os mais vencedor após seis Jogos Olímpicos, e já foi edições. Tem mais desta- sede dos Jogos de 1952 que nas Lutas, Ginástica em Helsinque. Parecido com a Suécia, também e Atletismo. teve seus melhores momentos antes dos Austrália (AUS): anos 60. A última vez O país foi sede dos que chegou a marca de 5 jogos com a cidade de medalhas em uma ediMelbourne em 1952, ção foi na Olimpíada de onde terminou na 3a colocação, e em 2000 na Barcelona em 1992. capital Sydney, onde foi Coréia do Sul (CSU): quarta colocada. PartiTem 267 medalhas, cipou de quase todas as sendo a maioria no Tiro Olimpíadas, e tem sido com Arco, Lutas e Judô. consistente nas suas participações, tendo seus Sua melhor participação foi quando sediou os melhores resultados na Jogos em Seul, no ano Natação. de 1988, onde conseguiu uma quarta colocação Suécia (SUE): com 33 medalhas. Junto com a Finlândia, do muitas medalhas.


Nas águas japonesas, surfistas brasileiros buscam as primeiras medalhas do surfe Esporte estreia no programa olímpico; atletas brasileiros são os grandes favoritos. Por Alessandra Becker

(Reprodução/Istock)

A modalidade olímpica do surfe fará sua estreia nos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020, que por conta da pandemia da COVID–19 será realizado neste ano, 2021. O maior evento esportivo do mundo acontecerá de 23 de julho a 08 de agosto. Os campeões mundiais Gabriel Medina e Ítalo Ferreira, além de Silvana Lima e Tatiana Weston-Webb são os atletas que representarão o Brasil no surfe, os quatro surfistas brasileiros conseguiram a classificação através dos índices obtidos no

Circuito Mundial da WSL, a Liga Mundial de Surfe. Em 2016, o Comitê Olímpico Internacional (COI) incluiu o surfe na modalidade de esporte olímpico visando o rejuvenescimento do programa esportivo e buscando um contato amplo do público jovem com a competição. Além do surfe, também foram incluídos o beisebol, o caratê, a escalada e o skate. Atualmente, o surfe é um dos esportes mais praticados no cenário mundial, e é uma das modalidades que mais

contempla a participação de brasileiros nas disputas, principalmente, na elite mundial. A geração contemporânea de surfistas brasileiros foi definida pela imprensa norte americana como “Brazilian storm”, a Tempestade Brasileira, por conta da excelente qualidade e do sucesso dos atletas. A inserção do surfe no programa olímpico amplia as possiblidades de opções esportivas para além das clássicas modalidades presentes a cada edição da competição. Para o profes-

sor doutor de Educação Física da UNIBRASIL e surfista recreativo, André Brauer, esse aspecto é positivo, pois há a oportunidade de “sair do eixo de esportes (...) mais midiáticos, trazendo mais opções para a população”. Águas japonesas A disputa olímpica do surfe será realizada nas ondas de Tsurigasaki, cidade de Chiba, localizada a pouco mais de 60 km de Tóquio. A praia escolhida para receber o evento esportivo está situada na costa leste japonesa, e como conta Douglas


Nemes, Oceanógrafo e Engenheiro Costeiro PhD, estão expostas aos principais fenômenos meteorológicos capazes de gerar ondas no Oceano Pacífico. Com isso, as ondas nas praias japonesas são geradas por ventos de ciclones subtropicais, ciclones extratropicais, tufões, tempestades tropicais, anticiclones e ventos alísios. A previsão é de que as provas de surfe aconteçam de 25 a 28 de julho, com possibilidade de adiamento caso haja necessidade devido aos fatores climáticos. O hemisfério norte, o qual o Japão faz parte, está na estação do verão, e nesta época há o predomínio de ventos menos intensos do que em relação ao inverno,

(Reprodução/Istock)

tal fato, não torna o período tão propício para o surfe. “Os ciclones subtropicais são a esperança para gerar as melhores condições de ondas durante as competições de surfe”, fala o Oceanógrafo e Engenheiro Costeiro PhD, Douglas Nemes, que ainda complementa que o posicionamento do ciclone e as características da sua área de geração – intensidade, duração e tamanhos da pista de vento – irão definir a qualidade das ondas para o surfe. Formato Olímpico A primeira etapa da competição será disputada com cinco baterias, cada uma composta por quatro atletas, os dois melhores de cada bateria se classificam para a

terceira fase, e os que tiveram as notas mais baixas seguem para uma repescagem, a fase 2, formando duas baterias com cinco surfistas, desses, classificam-se os três melhores colocados de cada bateria. A fase três será composta por quatro baterias cada uma com quatro atletas, os dois melhores avançam para as disputas eliminatórias. As etapas posteriores serão decididas com a disputa atleta por atleta, até que se chegue a(o) campeã(o) olímpica(o). Chances de Medalha As grandes favoritas a medalha no surfe feminino são as americanas e as australianas, mas as brasileiras

Silvana Lima e Tatiana Weston-Webb vêm com muita motivação para tentar o pódio. Enquanto no masculino, Gabriel Medina e Ítalo Ferreira, melhores colocados no ranking mundial, respectivamente, são os grandes favoritos da competição. André Brauer, professor doutor de Educação Física da UNIBRASIL e surfista recreativo, confia em uma dobradinha brasileira no pódio masculino, caso não haja cruzamento entre os surfistas na disputa atleta x atleta “são dois atletas que se caracterizam por ter um preparo psicológico muito forte, uma vontade de vencer muito grande e isso conta muito, na busca pela medalha.


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