RIO Á I D do
Curitiba, sexta-feira, 9 de outubro de 2009 - Ano XI - Número 537 Jornal-Laboratório do Curso de Jornalismo da Universidade Positivo
L BRASI
jornalismo@up.edu.br
Diploma e democracia na comunicação são temas de Conferência Divulgação / proconferenciaparana.com.br
Na última quarta-feira (7), Curitiba sediou a etapa preparatória para a primeira Conferência Nacional de Comunicação, que acontece em dezembro. A principal intenção do encontro foi discutir temas que podem ser levados à Conferência Nacional, a partir de sugestões de todos os setores da sociedade. Tanto aqui quanto em outras cidades do país, onde acontecem as etapas municipais, estaduais e regionais, as conferências são abertas ao público. Entre os temas debatidos, estão a retomada pela obrigatoriedade do diploma para jornalista, a democratizaçào da comunicação e a criação do Conselho Nacional de Jornalismo.
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Ensaio
Internet
Chamado pela crítica de “menino gênio do rock”, o cantor Connor Oberst visitou o Brasil para alguns shows em parceria com a banda Mystic Valley Band. Entre as cidades que receberam a turnê, estavam São Paulo e Porto Alegre.
Autores buscam novas alternativas para a publicação de suas obras. Agora, muitos livros que não tinham espaço no mercado editorial tradicional podem ser adquiridos pela internet, sem que os direitos dos autores sejam prejudicados.
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Opinião Futebol
Cinema
“Grupo dos 6” Cinema velho, briga por 3 vagas personagem conhecido Felipe Arnoso A briga pelas últimas três vagas para a Copa do Mundo de 2010 fica cada vez mais acirrada. Faltando apenas dois jogos para as 10 seleções que disputam as eliminatórias sulamericanas, seis equipes duelam por três vagas. Dos postulantes ao mundial da África, o Chile é o que se encontra em melhor posição, já que com 27 pontos, está a uma simples vitória de retornar a uma Copa, depois de 12 anos. As partidas restantes da seleção comandada pelo treinador Marcelo Bielsa, são contra a Colômbia em Bogotá e Equador em Santiago. A disputa aumenta ainda mais do Equador para baixo. A seleção equatoriana, atual quarta colocada, está a apenas três pontos à frente da Colômbia, na oitava posição. O Equador precisa vencer seus dois jogos, Uruguai em Quito e Chile em Santiago, para garantir uma vaga direta ao Mundial. Se as eliminatórias sul-americanas terminassem hoje, a Argentina, atual quinta colocada, enfrentaria na repescagem a seleção da Costa Rica, quarta da Concacaf. Presente em todas as Copas desde 1974, a equipe comandada por Don Diego Armando Maradona, corre sérios riscos de ficar de fora dessa vez. Os “hermanos” estão com 22 pontos, e para se classificarem direto, precisam bater o Peru em Buenos Aires e vencer o Uruguai em Montevidéu, além de torcerem
Camila Rodrigues
c o n t r a
Chile e Equador. Das seis equipes que ainda estão na briga, talvez a que tenha o caminho mais complicado até a África do Sul, seja o Uruguai. A seleção dirigida por Óscar Tabárez, encara o Equador fora de casa e fecha a sua participação contra a Argentina em Montevidéu, que garante uma árdua missão da celeste olímpica até a sua 11º Copa do Mundo. A Venezuela vem a seguir e pela primeira vez na história, pode se classificar. Com 21 pontos, a seleção venezuelana joga contra o Paraguai em Assunção, e o Brasil em Campo Grande (MS), dependendo de duas vitórias e uma combinação de resultados, para alcançar o sonho de quase 80 anos. Fechando o “grupo dos seis”, a Colômbia aparece com poucas chances, mas ainda viva na disputa. A equipe dirigida pelo treinador Eduardo Lara, precisa vencer seus dois últimos compromissos, contra Chile em Bogotá e Paraguai em Assunção para voltar a uma Copa depois de 12 anos. Bolívia e Peru, com 12 e 10 pontos respectivamente, já aparecem eliminados da disputa.
Depois de mais de 30 anos Rajmund Roman Liebling foi preso sem ao menos colocar os pés na Suiça, terra de desembarque planejado. Roman Polanski, como se nomeou, é franco- polonês, produtor, roteirista, ator e acusado de abuso sexual de uma menina de 13 anos, na banheira do ator Jack Nicholson, que se encontrava ausente. O mandato de prisão é de 1978, quando o cineasta já não estava mais na terra do Tio Sam. Ele foi preso quando desembarcava rumo ao Festival de Cinema em Zurique, que realizava uma retrospectiva sobre sua carreira. O que ninguém podia imaginar é que receberia um presente de grego. Polanski foi personagem de sua própria trama. Na época do crime, Polanski fugiu para evitar a sentença, seu destino foram as terras maternas da França. Samantha Geimer, a menina de treze anos que, de acordo com as acusações, teria sido drogada e violentada, também envelheceu. Casou-se, tem filhos e há muito já pediu que as acusações contra o cineasta fossem retiradas.
Missão do curso de Jornalismo “Formar jornalistas com abrangentes conhecimentos gerais e humanísticos, capacitação técnica, espírito criativo e empreendedor, sólidos princípios éticos e responsabilidade social que contribuam com seu trabalho para o enriquecimento cultural, social, político e econômico da sociedade”.
Polanski pode enfrentar o resto de seus dias na prisão, caso seja condenado. Mas com toda certeza, não é isso que alguns politicos da França e da Polônia querem. O ministro das Relações Exteriores da Polônia, Radoslaw Sikorski, disse que irá apelar diretamente as autoridades norte-americanas, diz também que está considerando a possibilidade de solicitar a Barack Obama a proclamação de um ato de clemência que resolva de uma vez por todas esse caso. Foi o mesmo que disse o Ministro das
Relações exteriores da França, Bernard Kouchner, em relação as autoridades suíças. Mas não foi só a política que o diretor de O pianista mobilizou, o presidente da Associação dos Produtores de Cinema também se indignou, ele diz estar perplexo com a sitiação. Ainda sim, seu pedido de libertação sob fiança foi negado na Suiça. Fato é que Polanski, hoje com 76, cometeu um crime, fugiu de cena, como o personagem cretino dos filmes de terror. Violência é violência, independe do tempo. Divulgação
Expediente Reitor: Oriovisto Guimarães. Vice-Reitor: José Pio Martins. Pró-Reitor Administrativo: Arno Antônio Gnoatto; Pró-Reitor de Graduação: Renato Casagrande; Pró-Reitora de Extensão: Fani Schiffer Durães; PróReitor de Planejamento e Avaliação Institucional: Renato Casagrande; Coordenador do Curso de Jornalismo: Carlos Alexandre Gruber de Castro; Professores-orientadores: Ana Paula Mira e Marcelo Lima; Editoras-chefes: Aline Reis, Camila Scheffer Franklin e Marisa Rodrigues.
O LONA é o jornal-laboratório diário do Curso de Jornalismo da Universidade Positivo – UP, Rua Pedro V. Parigot de Souza, 5.300 – Conectora 5. Campo Comprido. Curitiba-PR - CEP 81280-30. Fone (41) 3317-3000
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Geral Jornalismo
Primeira Conferência Nacional de Comunicação propõe democracia na comunicação Na última quarta-feira, jornalistas e sociedade civil também debateram diretrizes para definir políticas públicas e retomada do diploma Camila Scheffer Franklin Durante o 17º Encontro Nacional de Jornalistas em Assessoria de Comunicação, que aconteceu de 1 a 4 de outubro, em Goiânia, a luta pela obrigatoriedade do diploma de jornalismo para exercício da profissão foi retomada. Como resultado do encontro, a Comissão Organizadora Nacional expôs a proposta de realizar a Primeira Conferência Nacional de Comunicação, que foi aceita pelas participantes. Ela é a primeira oportunidade para a sociedade discutir a criação de políticas públicas e para que os profissionais de comunicação debatam junto com a população o que aflige suas profissões e a democracia da comunicação. A Conferência vai acontecer do dia 3 a 5 de dezembro, em Brasília. Até a data, etapas preparatórias municipais, intermunicipais, estaduais e regionais vão acontecer. Foi definido que a partir da Conferência Nacional de Comunicação e suas edições regionais, medidas pela exigência do diploma e pela democratização da comunicação devem ser apresentadas para a população. O Sindicato dos Jornalistas do Paraná (Sindijor) faz parte da Comissão da Conferência do Paraná junto de outras 28 entidades. As etapas preparatórias já começaram no Estado. As cidades sedes foram Francisco Beltrão, Foz do Iguaçu e Curitiba. Na etapa preparatória de Foz do Iguaçu, a proposta pela volta do diploma foi aprovada. Na etapa de Curitiba, que aconteceu na última quartafeira (7), foram feitas moções que repudiam a decisão do Supremo
Tribunal Federal (STF) contra o diploma e apoiam as Propostas de Emendas Constitucionais (PEC). Durante os encontros, foi reivindicada uma política pública que regularize toda profissão em comunicação, não só o jornalismo. “Para trabalhar com informação de interesse público, a qualificação é necessária”, diz Aniela Almeida, Diretora de Finanças do Sindijor. Ontem, as etapas preparatórias para a Conferência Nacional chegaram à Londrina. Elas ainda vão passar por Campo Mourão, Cascavel, Guarapuava, Maringá, Pinhais, Ponta Grossa e Toledo. Em Pinhais, a etapa preparatória vai unir todos os interessados de Curitiba e Região Metropolitana, no dia 17 de outubro. O Sindijor vai oferecer ônibus até o local do evento com saída da frente do Sindicato às 7h. Aqueles que participarem das etapas preparatórias terão prioridade para participar da Conferência Estadual de Comunicação que acontecerá em Curitiba de 6 a 8 de novembro.
Conselho Nacional de Jornalismo A criação de um Conselho Nacional de Jornalismo foi um dos projetos aprovados na etapa preparatória da Conferência Nacional realizada em Curitiba na última quarta-feira. Aniela espera que o mesmo aconteça na Conferência Nacional. “Com ele, a aplicação do código de ética seria verificada na publicidade das mídias e do governo e em programas de entretenimento. Quanto ao
jornalismo, uma estância profissional controlaria todas as áreas que o jornalismo envolve. Não é censura. É um controle para manter a qualidade no jornalismo. É uma garantia de uso dos preceitos éticos e garantia de informações verídicas”.
Democracia da comunicação A concessão pública é um dos temas selecionados. Hoje, a concessão dos veículos de comunicação está na mão de grandes empresários e políticos, sem participação pública. Tanto a programação quanto a publicidade e a audiência são definidas pelos patrões. Consequentemente, a produção regional independente não chega até a população, uma vez que pertence aos canais fechados a que nem todos têm acesso. Com a concessão pública, o sistema público de comunicação seria complementado, auxiliando na democratização da comunicação. Para que possa acontecer, são necessários investimentos, garantia de acesso popular e fiscalização. O controle social é outro ponto a ser defendido. Não existe nenhuma instituição ou conselho de defesa contra a violação dos direitos humanos na comunicação. Por exemplo, se uma mulher sente-se ofendida pela maneira que o seu gênero foi representado em um programa de televisão ou propaganda, ela não tem para quem reclamar. Com a criação de um conselho de defesa, ela teria a quem recorrer e o veículo ou empresa seria fiscalizado e as devidas medidas tomadas. As novas tecnologias também entram em pauta. Para os organizadores da Conferência, a universalização da banda larga é um tópico importante. Eles
defendem que o Estado forneça o acesso de qualidade sem ônus, garantindo a inclusão digital de todas as camadas da sociedade. Eles propõem, também, um marco regulatório para a convergência de mídias como televisão digital e internet. Afinal, a regulamentação vigente é da década de 60.
Empresas de Comunicação Quando a Conferência
Nacional de Comunicação foi proposta, oito grandes entidades faziam parte da sua Comissão Organizadora Nacional. Durante a primeira reunião, seis desistiram. “Eles se retiraram pensando em deslegitimar a organização da Conferência”, acredita Aniela. Os organizadores e as outras duas entidades não se abalaram e tudo está acontecendo como o previsto. “Nossa comissão é forte e as nossas conferências serão realizadas em todo país”.
PEC a favor do diploma pode ser votada quarta-feira “Os proprietários dos veículos de comunicação não têm interesse pelo diploma de jornalismo. Inclusive, foram eles que entraram com as resoluções para queda do diploma”. Roger Azevedo Costa Pereira, Diretor de Formação do Sindijor, é firme em sua afirmação. Mas ele acredita na aprovação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) do deputado Paulo Pimenta, PT-RS, que derruba as afirmações do ministro Gilmar Mendes quanto à profissão de jornalista. A PEC de Pimenta foi tramitada e está em pauta no CCJ, podendo ser votada na próxima quarta-feira. Além da PEC do deputado rio-grandense, a deputada Rebecca Garcia, do PP-AM, montou uma Frente Parlamentar em defesa do diploma. Já aderiram à frente 215 parlamentares. Seus integrantes têm realizado audiências públicas junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) para explicar a necessidade do diploma. A principal luta dos jornalistas é o convencimento dos deputados quanto à necessidade de possuir uma formação superior para exercer a profissão. Pereira enfatiza que, independente do que acontecer na votação da PEC, os sindicatos e seus jornalistas continuarão na luta. “Um bom profissional tem que ter formação técnica”. Divulgação
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Especial Ação Social
A transformação feita pel Entre diversão e responsabilidade social, jovens dedicam seu tempo a atitudes que podem transformar suas comunidades
Betina Ferreira Alguns jovens não têm, necessariamente, uma preocupação com a sociedade. A maioria se preocupa mais em ir à baladas e se divertir. Porém, existem jovens que mostram que podem se divertir e ao mesmo tempo ter responsabilidade social. E ainda procuram a conscientização de mais jovens para fazer a diferença no mundo. Thiago Senden, de 23 anos, é um dos responsáveis por manter a ONG Grande Roda de Tambores, que faz trabalhos com pessoas carentes de todas as idades. “Nós temos dois projetos, um é o ‘Pra quebrar’ que lida com crianças da moradia do Cajuru com aulas de percussão, na qual eles fazem os próprios tambores. Nesse projeto fazemos a interação das crianças carentes com jovens e ambos ensinam coisas um para o outro, nós criamos uma ligação com as crianças. O outro projeto é ‘Cirandeiro’, nele o grupo de voluntários é maior e de várias idades, nós fazemos visitas em instituições como hospitais, asilos e orfanatos, levando doações e carinho”, explica Senden. Os jovens que trabalham nas ONGs têm a oportunidade de entrar em contato com um mundo que pouco é visto por eles. A maioria dos voluntários é de classe média desconhece a realidade de uma favela ou de pessoas que possuem dificuldades e nas ONGs eles podem mudar seus valores, adquirir uma consciência social e vontade de mudar a realidade do mundo. “Vemos muito jovens esperando a semana toda para a
Thiago Senden
balada de sábado, porém existem coisas mais importantes para se pensar. Têm muita gente esperando uma atenção, carinho, comida e roupa, e esses jovens têm a possibilidade de serem úteis para essas pessoas carentes”, diz Thiago Senden. Thiago é percussionista na banda Real Coletivo, na qual faz músicas que fazem refletir e por meio da banda divulga a ONG. “Eu posso dar o exemplo que se divertir é bom, mas que também pensar em ajudar os outros também pode ser gratificante”. Caio Palmieri é um dos fundadores da instituição GOA – Grupo Olhos Abertos, na qual traz na sua constituição o alerta para questões ambientais. Com 20 anos já quer fazer a diferença aonde vive. “Pensamos que podemos fazer a nossa parte no mundo conscientizando as pessoas sobre aquecimento global e preservação da natureza. Também ajudamos pessoas carentes com doações de roupas, livros e cadernos. Acreditamos que com um pouco de atitude de cada um, podemos fazer a diferença no planeta”, afirma Palmieri. Abrir uma Organização nãogovernamental exige muito tempo e dedicação das pessoas. É preciso muita vontade e colaboração. Luis Gustavo Machado é um exemplo de jovem com vontade de ajudar os outros, porém com poucas condições de abrir sua própria organização, por isso optou por participar da Entidade Vó Durvina que dá aulas de cursos profissionalizantes para pessoas carentes. Luis conquistou seu espaço e hoje é o gerente administrativo da ONG. Sua
A banda Real Coletivo faz músicas para refletir e divulga a ONG Grande Roda de Tambores. vontade de ajudar o próximo vem que chame mais atenção de carentes sentem maior liberdade de várias gerações. “As famílias jovens carentes para que de conversar comigo por conta de meu pai e minha mãe são participem das entidades da minha idade, eles confiam e muito religiosas e sempre também. “Os jovens falam a eu gosto de poder ouvi-los”, diz passaram esses valores para mesma linguagem, se sentem à Siqueira, que tem contato diário mim. Eu com diversos também já jovens, inclusive precisei da “Acreditamos que, com um pouco de com Bruna ajuda de outros atitude de cada um, podemos fazer a Vargas, de 17 quando a anos, que é minha casa foi diferença no planeta” aluna dos cursos destruída por CAIO PALMIERI, UM DOS FUNDADORES DA INSTITUIÇÃO GOA – profissionalizantes uma enchente. GRUPO OLHOS ABERTOS da ONG. “Eu Então, criei acho que a dentro de mim conversa é muito um sentimento de compaixão vontade com pessoas da mesma mais fácil com pessoas da mesma perante o próximo muito grande, idade e consequentemente se idade, me sinto à vontade para quero sempre poder ajudar”, envolvem mais nos trabalhos”, falar dos meus problemas com o conta Machado de 23 anos. conta a presidente da entidade Luis Gustavo, com certeza mais A presença de jovens Vó Durvina, Carmen Ferreira. do que com pessoas mais trabalhando em ONGs faz com “Eu sinto que os jovens velhas”.
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Especial Ação Social
los jovens Thiago Sender
Além de facilitar o contato, os jovens contribuem de outras formas nas instituições. “Os voluntários mais novos ajudam com ideias inovadoras, vontade e vigor de mudarem as coisas. Eles têm disposição de sobra e são entusiasmados na hora de praticar a responsabilidade social”, conta a presidente Carmen. É muito importante que as pessoas consideradas o futuro do país tenham ideias inovadoras que possam desenvolver o Brasil. Com a dedicação, esperança e comprometimento, aos poucos a realidade vai se transformando e se tornando um ambiente melhor de se viver. Os jovens se enriquecem conhecendo e ajudando em ONGs, porém também ganham na hora de apresentar currículos que apresentem trabalhos voluntários. A coordenadora de Recursos Humanos da empresa Inepar, Denise Ribeiro, orienta os jovens a procurarem esses trabalhos. “Hoje em dia o jovem tem que se envolver. Pois, quando o jovem tem essas atitudes fora da empresa ele também terá boas atitudes dentro dela. Isso conta muito na hora de contratarmos. Os candidatos ao cargo que já foi um voluntário trazem para o trabalho na empresa valores humanos de participação e comunidade, isso motiva os outros seguirem este exemplo e participarem também”, afirma Denise. Thiago Senden percebeu em sua ONG que os jovens estão mais interessados nas questões sociais. “Acredito que principalmente nas cidades grandes as pessoas se
A experiência em conhecer e ajudar ONGs é enriquecedora para os jovens; o interesse pelas questões sociais faz com que os futuros adultos desenvolvam consciência e responsabilidade interessem mais pela sociedade por conta da solidão em que vivem. Nas metrópoles as pessoas estão cada vez mais individualistas e essa realidade faz com que as pessoas procurem atividades mais humanas. É impossível alguém que está em seu carro confortável e quente, ver uma criança deitada na calçada na rua passando frio e não se sensibilizar”, comenta Senden. Com o crescimento do
capitalismo, globalização e desigualdades sociais, é preciso que mais pessoas estejam ligadas à questões sociais. É necessária uma conscientização mundial de ajuda ao próximo e atitudes que desenvolvam os países. Os jovens, por serem os adultos do futuro, têm uma responsabilidade ainda maior e quanto mais cedo terem atitudes para ajudar melhor. Várias pessoas mudam
muito depois de se tornarem voluntários. Sônia Bório participou de visitas em hospitais e orfanatos e percebeu que sua vida se transformou após conhecer essa realidade. “Nós aprendemos a valorizar o que temos depois de ver o sofrimento das outras pessoas. É muito gratificante saber que apenas com um sorriso nós mudamos o dia de uma criança com dificuldades, é
uma sensação única saber que com apenas um carinho aliviamos um pouco a dor de alguém que sofre”, relata Sônia.
Serviço Grande Roda de Tambores: www.granderodadetambores.com.br Grupo de Olhos Abertos: goa.blogger.com.br Vó Durvina: 3338-6364
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Colunas “Chama o garçom!”
Cinema
Tambaquis e namorados:
O amor em sua forma mais poética
Luiz Felipe Marques
Raphael Moroz
Bar Baroneza Luz baixa, ótimos petiscos e uma arquitetura que chama atenção (até para quem não entende nada disso) são os principais itens que diferenciam o recente Bar e Choperia Baroneza dos demais bares. Como prometido há poucas semanas, hoje é dele que o Chama Garçom! dedica suas breves linhas. Para perceber o que está escrito acima, basta entrar no bar. Mesmo ganhando destaque pela localização, cercado praticamente apenas por residências, de fora ele não chama tanta atenção quanto poderia. Com a porta aberta, tudo muda, porém. A intenção dos donos era recriar o ambiente de antigas estações ferroviárias. Na decoração acertaram em cheio, usando muita madeira e dedicando um longo balcão de madeira em “L” ao bar. Quase em sua curva, uma grade dá ares de bilheteria ao caixa do bar. Se numa estação de verdade, porém, as despedidas são comuns, no Baroneza os encontros de pares, sem pressa nem tristeza, chamam a atenção. Com as três características que iniciam o texto, não poderia ser diferente, fazendo com que ele se encaixe perfeitamente na categoria “para ir a dois” de qualquer revista de bares e restaurantes. Um dos pontos
que mais contribui a isso é o seu “segundo andar” - na realidade, praticamente um mezzanino, estreito, porém bastante aconchegante. Mas não só de amor vive um casal, e por isso, vamos aos petiscos. Quanto visitar o Baroneza, você verá: a comida é excelente e por vezes muito diferente do que se está acostumados a pedir nos bares. Para ter uma ideia, se bolinho de aipim já é bom e carne de siri, e queijo coalho não ficam para trás, imagina os três juntos. Pois esse é o Siri na Toca da Mandioca, já apresentado pela coluna há poucas semanas. Impressionantemente, os três juntos formam um dos melhores petiscos da cidade. Tão bom quanto é a Costelinha de Tambaqui – que vem empanada e com molho de ostra, num quê de “popular brasileiro refinado”. As duas sugestões ganham a mesa e alimentam bem, ainda mais acompanhadas de uma Bohemia, sempre gelada, ou de uma das cachaças que a casa dispõe, entre algumas boas opções. Caipirinhas diversas, com misturas criativas e drinques que vão no mesmo caminho fecham o bom cardápio da casa. O Baroneza funciona de segunda a sábado, das 11h à 1h e não abre domingo. O bar fica na Rua Conselheiro Carrão, 279, no Juvevê. Divulgação
Duas crianças, dois conflitos de naturezas completamente diferentes. Oskar, de 12 anos, sofre calado com o assédio violento de alguns colegas de escola. Para não aparentar nenhum tipo de sofrimento, tanto para a mãe, quanto para os colegas, ele levanta, dentro de si, um muro invisível, que o faz reagir com indiferença ao conflito. Mesmo assim, em alguns momentos de seu dia-a-dia, quando está completamente sozinho, ele acaba sendo influenciado pelo triste contexto escolar que em que está inserido, deixando transparecer uma vida solitária e infeliz. A vida da menina Eli, assim como a de Oskar, é conflituosa e triste, mas envolve problemas diferentes. Por ser uma vampira, ela tem que conviver diariamente com um intenso sentimento de culpa. Culpa por não ser “humana”, como os outros, e por não ter outra escolha senão se apossar do sangue alheio para se alimentar, levando várias pessoas à morte. Vizinhos de apartamento, os dois personagens acabam se aproximando de maneira natural, tornando-se cada vez mais próximos. A menina, no começo, faz o possível para impedir qualquer laço de amizade, mas é vencida por uma ligação inexplicável, que une a sua vida à de Oskar de uma maneira mágica. Apesar de possuir sequências que o poderiam enquadrar como um filme de terror (As cenas em que Eli ataca suas vítimas são perturbadoras), “Deixe Ela Entrar” (Låt den Rätte Komma In, Suécia, 2008) é, na verdade, um drama lírico e realista que fala sobre o amor e sobre as
Divulgação
circunstâncias que fazem com que duas pessoas se aproximem. Ao abordar o relacionamento entre Oskar e Eli, o diretor Thomas Alfredson discorre também sobre as consequências do amor que um nutre pelo outro. Durante o filme, as duas crianças se ajudam e se fortalecem juntas. Compreensivo, Oskar se porta como o defensor de Eli diante de situações difíceis. O mesmo acontece com ele, que conta com os conselhos e o apoio da menina. Tecnicamente, o “Deixe Ela Entrar” é simplesmente impecável. Ele é prova de que, ao contrário do senso comum
de que filmes não-americanos não são bem estruturados tecnicamente, um filme estrangeiro pode ter um altíssimo nível técnico. Dentro desse aspecto, a fotografia de “Deixe Ela Entrar” é um dos elementos que faz a história do filme sueco parecer tão bela e poética. Recheado de tomadas claras (prova de que um filme com aspectos de histórias de terror não precisa ser, necessariamente, escuro) e inteligentes, “Deixe Ela Entrar” choca, assusta, perturba e enaltece o espectador no decorrer de seus 110 minutos de duração, algo que um único filme raramente consegue fazer.
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Geral Show
Tecnologia
Rogéria Holtz recebe convidados no palco do Teatro Positivo Show contou com as presenças de Alice Ruiz e Zeca Baleiro Eli Antonelli Na última quarta-feira (06) a cantora Rogéria Holtz recebeu Alice Ruiz e Zeca Baleiro no palco do Teatro Positivo. O show baseado no cd “Rogéria no País de Alice” homenageou a poetiza paranaense, que há poucos dias teve seu trabalho mais uma vez reconhecido. Alice venceu o prêmio Jabuti 2009 com o livro de poemas “Dois Em Um”. Antecedendo a apresentação de Rogéria, o público pode conferir o talento do cantor e intérprete Wellinton Wella. A delicadeza do cenário contrastava com a força da voz da cantora, que consegue traduzir a alma dos textos de Alice Ruiz. Para intensificar mais esta parceria, Rogéria chamou Alice ao palco. “É um prazer cantar o repertório de Alice, e tem muita coisa para cantar ainda e espero ter esta oportunidade”, afirmou diante da plateia.
especialmente por estarmos prestando um tributo a uma das maiores poetas deste país, Alice Ruiz, até rimou!”, brincou. A advogada Vera Bittencourt aprovou as parcerias. “Gosto muito da Rogéria a conheço há muitos anos e achei a combinação Rogéria e Zeca muito interessante. Gosto muito trabalho da Alice Ruiz, li muito Leminski. Já havia visto uma parte deste trabalho da Rogéria com essas músicas da Alice Ruiz e ficou uma combinação muito boa a voz dela traduz muito o texto da Alice”, afirma Vera. O publicitário Gabriel Machado de Souza, fala que conhece a maioria das canções de Rogéria e que sua música já uma tendência ao estilo do
Zeca Baleiro. “Ele é um cara que eu admiro, essa combinação de Zeca e Rogéria não tem como não ser um ‘baita’ show. Acho que eles se entrosam muito bem. Também pelo fato da Rogéria conhecer Alice há muito tempo e o também Zeca sempre está junto”. O cantor Mauro Barbosa também elogiou a cantora. “Rogéria é nossa deusa, ainda mais agora homenageando a Alice Ruiz que é nossa grande poetiza. É uma emoção participar deste encontro. Eu acho bacana tudo que ela faz, ainda mais agora que ela esta encostando um pouco da alma flamenga, eu acho divino. Nota mil para ela”. Divulgação
Zeca Baleiro Com pouco menos de 1 hora após o início do show. O cantor maranhense Zeca Baleiro surgiu no palco cantando “Avesso” de Alice Ruiz. Música e poema estão no sangue de Zeca, até na hora de falar da importância e alegria do encontro com os amigos “Estou feliz por esse encontro,
Projeto Despertar promove atividades em comemoração ao Dia das Crianças A ação que nasceu em 2008, arrecada brinquedos novos e usados para serem distribuídos às crianças da comunidade Três Pinheiros, no bairro de Santa Felicidade. Ano passado, cerca de 200 meninos e meninas foram beneficiados com o projeto. Além de brinquedos, eles receberam doces e participaram de atividades recreativas. Contudo, este ano Luzimary Cavalheiro, organizadora do projeto, afirma que faltam voluntários para colaborar com o evento de comemoração do Dias das Crianças. A ideia é que visitas sejam feitas nas residências da comunidade para divulgar o evento e aumentar as contribuições. O projeto conta com a colaboração da Comunidade Cristã Reviver e da academia Body Center, que arrecadam donativos. As pessoas interessadas em ajudar devem entrar em contato com a organizadora pelo telefone: (41) 8493-9720.
Lançamento de livro agoraé virtual Internet ajuda autores que não obtiveram êxito no mercado editorial tradicional Erika Baccin Furukita Tamyres Antunes “Ao acordar, pela manhã e em cima da hora de ir para a loja, Isabel tateou a cama a procura de Otávio e percebeu que estava sozinha. Levantou-se e foi até a cozinha, de repente me deu uma fome. Chegando lá, viu que a foto que tinha na porta da geladeira estava virada e tinha algo escrito: ‘Foi ótimo enquanto durou. Te amo pra sempre. Milhões de beijos. Otávio’. (…)”. Este é um trecho do conto “Um Segredo e Um Amor o Uninvited”, da obra “Livro dos Dias ou Postcards From Heaven” do autor Flávio St Jayme. A obra foi concluída em 2000, mas sua publicação só foi possível no início deste ano. Há nove anos o escritor e empresário tenta publicar esta obra e seus outros volumes em editoras tradicionais, mas devido ao alto custo do processo, que exige muita burocracia – como registro na Biblioteca Nacional – aprovação de editores, diagramação do texto, impressão, o autor não conseguiu por à venda seus livros. A alternativa que Jayme encontrou para publicar seu trabalho foi o site Clube de Autores. O que mais chama atenção é a simplicidade do processo. Qualquer escritor, ou estudante pode publicar seu trabalho no site, basta o autor mandar o arquivo de texto e o site se responsabiliza pelo resto do processo, oferecendo sugestões de capa, valor base e impressão do livro. Outro aspecto interessante do site, é que tudo acontece virtualmente. No caso de Flávio Jayme ele fez um convite por meio do site de relacionamentos Orkut e via email para que todos os seus amigos comparecessem ao chat de vídeo. O processo é simples – pois não há necessidade de deslocamento – porém gerou
confusão entre os convidados. “Muita gente não entendeu, achou que o livro estava disponível para download mas que o lançamento seria físico, disseram que não poderiam comparecer”, conta Flávio Jayme. Quem resolver publicar seus trabalhos pelo site não tem gasto algum, pelo contrário, quando o livro é vendido o autor recebe seus direitos autorais e obtém lucros com a obra, o livro é entregue impresso na casa do comprador. Flávio Jayme colocou o primeiro conto do seu livro disponível para download, para dar um gostinho de “quero mais” aos leitores. O retorno de vendas não foi exorbitante, mas Jayme justifica, “eu acho que muita gente ainda tem preconceito com compras pela internet. E é claro que um livro em uma livraria tem muito mais visibilidade do que no site, que as pessoas precisam conhecer, acessar e se interessar”. O site esclarece as dúvidas dos interessados em viabilizar suas obras, como: que os direitos autorais são totalmente revertidos ao escritor, a empresa Clube de Autores não exige qualquer tipo de exclusividade e o autor tem o direito de se responsabilizar pela edição completa da obra sem interferência da equipe técnica do site. Na página virtual o autor cadastra seus dados bancários para que o pagamento de seus direitos seja realizado sem maiores problemas, acumulando cem reais em direitos autorais, após 30 dias, o escritor recebe essa verba via transação bancária. “O que eu acho ótimo no site é que o autor não precisa de aprovação prévia de uma editora ou editor, somente do público que vai ler o seu livro” diz Jayme. Para ver quais as obras disponíveis para compras no site, e para mais informações acesse: www.clubedeautores.com.br.
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Ensaio Texto e fotos: Tamyres Antunes
Conhecido
por
suas
músicas melódicas e letras marcantes o músico, cantor e compositor Conor Oberst já embarcou em várias aventuras e parcerias musicais. Já fez shows
com
a
banda
americana Desaparecidos que tem como influência musical o punk
rock,
estilo
completamente diferente do folk feito desde 1998 pela
Constante Constante transição transição
banda Bright Eyes fundada por Oberst. Em junho deste ano para desespero total dos fãs
de
Bright
Eyes
o
compositor declarou à revista Rolling Stone americana que: “Deve parar em algum ponto. Eu gostaria de limpar tudo, trancar a porta e dizer adeus”. Uma das mais recentes aventuras musicais de Oberst foi a parceria com a Mystic Valley Band, que gerou turnê mundial
com
direito
a
passagem pelo Brasil. Com dois CDs lançados, o primeiro Gentlemen´s Pact e segundo Other South. Outro produto que enlouqueceu os fãs do músico foi o documentário One of My Kind, também fruto da parceria com os músicos Jason Boesel (bateria e voz) e Nate Walcott (teclado e trompete), integrantes da Mystic Valley Band.