Lona - Edição nº 466

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RIO DIÁ do

L BRASI

jornalismo@up.edu.br Curitiba, sexta-feira, 20 de março de 2009 - Ano X - Número 466 Jornal-Laboratório do Curso de Jornalismo da Universidade Positivo

Festival de Curitiba chega à 18ª edição Divugação

Edição especial

Economia

O que a crise mundial tem a ver com a cultura? Página 7 Sugestões

Indicações da Mostra 2009 e do Fringe Páginas 4 e 5

Prêmio

Troféu Gralha Azul e os espetáculos em destaque Página 7 O evento que acontece tradicionalmente durante o mês de março na capital paranaense completa 18 anos. Em 2009 são mais de 300 espetáculos de vários gêneros que prometem agradar a todos os gostos. Nesta edição, o Lona traz matérias sobre o Festival de Curitiba, considerado o maior da América Latina. As matérias foram produzidas por alunos do primeiro ano do Curso de Jornalismo da Universidade Positivo nas duas semanas que antecederam o início dos espetáculos. Desde terça-feira (17) as peças estão sendo apresentadas em vários locais de Curitiba e seguem até o dia 29. Neste período, os repórteres do Lona cobrirão as principais peças. Confira na próxima semana a segunda edição sobre o Festival. Página 3

Artigo

A cultura é para todos? Página 8


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Curitiba, sexta-feira , 20 de março de 2009

Opinião Artigo

Ingressos

Festival de Curitiba

Serviço

Tamyres Antunes

Shopping Mueller

Em 1992 houve a primeira edição do antigo Festival de Teatro de Curitiba, atual Festival de Curitiba. O Festival de Curitiba, desde sua primeira edição, conta com a presença de grandes nomes do teatro brasileiro. Grandes nomes como Gerald Thomas, Cacá Rosset, José Celso Martinez Corrêa – o famoso “Zé Celso”- já passaram pelos palcos curitibanos. Curitiba é referência nacional quando o assunto é cultura. Sua cena sempre com novidades, divulgando trabalhos de artistas, tenta popularizar a cultura, algo que costumava ser elitizado. No Festival de Curitiba de 2009, a Mostra Oficial oferece ao público vinte e cinco espetáculos nacionais e internacionais. A categoria Fringe oferece 290 espetáculos vindos de todo Brasil. Os preços dos ingressos são dos mais variados, existindo uma gama enorme de peças ofertadas ao público gratuitamente em pontos turísticos da cidade, como as Ruínas do Largo da Ordem e a Praça Santos Andrade. Além dos lucros financeiros que o Festival traz à cidade de Curitiba, com seus turistas, patrocinadores e companhias de teatro, ele possibilita aos curitibanos uma relação estreita e acessível com o mundo teatral. A valorização das artes em geral deve e vem sendo estimulada há alguns anos. O evento, com todas as suas superproduções e mesmo com as produções mais simples, busca valorizar o trabalho de artistas paranaenses, como os grupos de

teatro universitários da Faculdade de Artes do Paraná (FAP) e a Universidade Federal do Paraná (UFPR), além de pequenos e grandes grupos teatrais brasileiros. A edição atual conta com novidades como o evento Gastronomix, que consiste numa quermesse, com barraquinhas de renomados chefes de cozinha no Museu Oscar Niemeyer. O público também poderá conferir o lançamento do conjunto da obra do poeta José Gaspar Chemim, do livro “O Teatro da Rainha de Duas Cabeças – Volume II” e de alguns títulos da coleção Aplauso, uma iniciativa da imprensa oficial do Estado de São Paulo. Outro evento especial será a obra “Escultura Urbana”, do artista plástico Diego Bachmann, que irá expor esculturas e grafites em manilhas. Há 17 anos o Festival de Curitiba é um sucesso pelo seu formato dinâmico, que traz peças que agradam a todos os gostos e bolsos como os clássicos infantis “A Bela e a Fera”, “A Dama e o Vagabundo” e peças de terror e trash. A cada edição, a arte e o teatro contemporâneo vêm sendo mais valorizados e novos formatos teatrais surgem. Um exemplo atual desse movimento são as polêmicas peças da transex Léo Glück. Seus textos densos têm a intenção de fazer o espectador terminar o espetáculo sozinho, analisando o que foi dito e representado. Essa interatividade com o público deixa as peças mais interessantes e instigantes, o que incentiva o espectador a voltar e conferir outras produções.

“O Festival traz à cidade de Curitiba, com seus turistas, patrocinadores e companhias de teatro. Ele possibilita aos curitibanos uma relação estreita e acessível com o mundo teatral”

R. Cândido de Abreu, 129 - Centro Cívico. Horários de funcionamento: Segunda a sábado, das 10h às 22h, e domingo das 11h às 22h. Forma de pagamento: Dinheiro ou cartão Mastercard (crédito) e Redeshop (débito). Um dia antes do espetáculo, os ingressos para as apresentações infantis e do Fringe deixarão de ser vendidos na bilheteria central e passarão a ser vendidos na bilheteria do espaço ou teatro até o início da peça. Na Mostra de Teatro Contemporâneo os ingressos deixarão de ser vendidos na bilheteria central duas horas antes do iní-

cio da apresentação e só voltarão a ser vendidos uma hora antes do início, na bilheteria do teatro. Na bilheteria dos teatros a única forma de pagamento aceita é dinheiro.

Ingresso rápido em todo o Brasil:

Callcenter Para comprar pelo telefone, ligação local de todo o Brasil: 4003-1212 De segunda a sábado, das 9h às 22h. Domingos e feriados, das 11h às 19h. Formas de pagamento: Cartões de crédito Visa, Mastercard, Diners e Amex. www.ingressorapido.com.br

Preços: Mostra Oficial 2009 Inteira: R$ 40,00, meia entrada: R$ 20,00. Fringe: de entrada franca a R$ 50,00. Risorama e Mish Mash: inteira: R$ 40,00, meia entrada: R$ 20,00.

Descontos Estudantes, pessoas com idade acima de 60 anos, associados ao SATED, clientes Itaú, Unibanco e Petrobras, assinante de Gazeta do Povo e Folha de S. Paulo. Não serão aceitas devoluções ou trocas em hipótese alguma. Fonte: Assessoria de imprensa do Festival de Curitiba.

Expediente RIO Á I D do

BRASI

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Missão do curso de Jornalismo “Formar jornalistas com abrangentes conhecimentos gerais e humanísticos, capacitação técnica, espírito criativo e empreendedor, sólidos princípios éticos e responsabilidade social que contribuam com seu trabalho para o enriquecimento cultural, social, político e econômico da sociedade”.

Reitor: Oriovisto Guimarães. Vice-Reitor: José Pio Martins. PróReitor Administrativo: Arno Antônio Gnoatto; Pró-Reitor de Graduação: Renato Casagrande; Pró-Reitora de Extensão: Fani Schiffer Durães; Pró-Reitor de Pós-Graduação e Pesquisa: Luiz Hamilton Berton; Pró-Reitor de Planejamento e Avaliação Institucional: Renato Casagrande; Coordenador do Curso de Jornalismo: Carlos Alexandre Gruber de Castro; Professores-orientadores: Ana Paula Mira, Elza Aparecida e Marcelo Lima; Editores-chefes: Antonio Carlos Senkovski, Camila Scheffer e Marisa Rodrigues. Esta edição especial do Lona foi idealizada e produzida pelos alunos do primeiro ano do Curso de Jornalismo da Universidade Positivo. O LONA é o jornal-laboratório diário do Curso de Jornalismo da Universidade Positivo – UP, Rua Pedro V. Parigot de Souza, 5.300 – Conectora 5. Campo Comprido. Curitiba-PR - CEP 81280-30. Fone (41) 3317-3000

FALE CONOSCO Participe do LONA você também. Envie o seu comentário sobre o Festival de Curitiba para o jornal. Fale conosco pelo e-mail mandaprolona@yahoo.com.br ou pelo entrelona@gmail.com.


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Cultura Festival de Curitiba 2009

Tudo o que você vê Profissionais da área do teatro mostram diferentes visões sobre o Festival de Curitiba Felipe Rocha O Festival de Curitiba chega a sua 18ª edição trazendo uma programação diversificada que abrange não somente o teatro, como em outras edições, mas também tem em sua programação gastronomia, música, mágica e humor. O evento acontece em toda a capital paranaense, até mesmo nas praças da cidade, onde são encenados os espetáculos gratuitos. O festival é muito importante no âmbito cultural paranaense, como cita o ator, diretor e coordenador do curso técnico de Produção Cênica da UFPR, Alaor de Carvalho: “O Festival é importante, pois fomenta a cultura no Paraná e a cada ano que passa, ele cresce mais e hoje é o maior da América Latina. Durante o evento, o Brasil inteiro, e até o mundo, volta os olhares para a capital paranaense. Curitiba se destaca entre outras cidades de eixo cultural como Rio de Janeiro e São Paulo.” Não existe um público-alvo específico, pois sua proposta é justamente integrar a cultura na vida das pessoas, fazendo com que muitas delas voltem ao teatro no decorrer de temporadas, como espera a diretora de teatro e da Escola Pé no Palco, Fátima Ortiz.: “Esperamos que o público possa se emocionar e se reconhecer naquilo que vai acontecer nos palcos. O que se espera é que esta platéia continue presente

no teatro o resto do ano.” Para Fátima, é importante que os artistas e produtores se comprometam com a qualidade do que vai ser mostrado para efetivamente formar plateias.

Categorias O Festival consiste em três categorias: Mostra Oficial (em que os espetáculos são selecionados por uma comissão), Fringe (qualquer companhia profissional pode se inscrever) e Mostra Infantil (destinado ao público infantil). O ator, diretor e produtor João Luiz Fiani destaca a importância da Mostra Inafntil. “Levando as crianças para os teatros, estamos ensinando cultura para elas e formando nosso público para o futuro.” Muitos espetáculos serão apresentados pela primeira vez no Festival de Curitiba. Existe um mito de que o público curitibano é exigente: se aprova aqui, o resto do Brasil aprovará também. O ator e diretor curitibano Marino Jr concorda com essa ideia: “O público curitibano, além de ser mais crítico e exigente com os produtos culturais que se apresentam aqui em nossa cidade, é um público que não tem vergonha de demonstrar sua verdadeira opinião sobre o trabalho do artista. Por isso, muitas companhias estreiam aqui para ter uma avaliação de seu trabalho antes de partir para outras capitais do Brasil por nos considerarem exigentes e sinceros”.

“Levando as crianças para os teatros, estamos ensinando cultura para elas e formando nosso público para o futuro” JOÃO LUIZ FIANI,

ATOR, DIRETOR E PRODUTOR

Vida longa Não é qualquer festival que consegue se manter como o maior festival de teatro da América Latina durante 18 anos. Afinal, qual é a fórmula para tanto sucesso? Para o ator, diretor e cineasta André Wormsbecker, é simples. “Em seus 18 anos, o Festival passou por mudanças, adaptações, altos e baixos; porém, sempre esteve inserido na sociedade como uma referência nacional e internacional de teatro e performances artísticas”. Wormsbecker também afirma que o Festival nasceu com algumas barreiras, entre elas o preconceito, mas se firmou como um dos grandes eventos culturais do Brasil. “Creio que o Festival, nos últimos anos, tem conseguido se adaptar às novas estruturas, tecnologias e tendências mundiais, principalmente às visões e exigências do público e meio artístico – tornando-se mais criativo e curioso. O diretor ressalta, ainda, o impacto que o Festival causa nas pessoas que trabalham com a arte. “Vejo o Festival hoje como uma grande explosão cultural que renasce a cada ano – com pessoas trabalhando pela cultura e pela arte. Muitos, sem perceber, acendem aquela chama de paixão que existe em cada um que vive artisticamente e sabe do que estou falando.”

Ilustração: Divulgação

Acompanhado de uma boa refeição Talvez você que goste do Festival de Curitiba não conheça a verdadeira origem do evento que se tornou referência no Brasil. O tema surgiu em um jantar, após os amigos Leandro Knopfholz e Carlos Eduardo Bittencourt terem assistido à peça New York – de Edson Bueno - no Teatro Guaíra. Eles não sabiam, no entanto, a proporção que aquela ideia, a princípio informal, iria tomar. Em dezembro de 1991, a produção do Festival começou e contou com reforços de Cássio Chamecki e Victor Aronis. Naquele mesmo mês, ocorreu a festa de lançamento do evento, que iria estrear apenas em março de 1992. Ninguém imaginaria que tal ideia seria tão bem sucedida. Hoje o Festival está em sua 18ª edição e reúne as maiores e melhores peças brasileiras. Sem se limitar apenas ao teatro, ainda são organizadas festas, exposições, apresentações de variedades, humor e até gastronomia.


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Sugestões Mostra 2009

Sucesso de bilheteria Do primeiro ao quinto lugar, peças mais procuradas abordam desde amores avassaladores até a história de duas rainhas européias Textos: Jessica Leite Fotos: Divulgação A organização do Festival selecionou 25 espetáculos para a Mostra 2009. Entre eles estão montagens de todo o país e uma peça internacional. Algumas peças apresentam-se pela primeira vez em Curitiba, mesmo tendo passado por diferentes cidades brasileiras. Outras têm sua estreia nacional durante o Festival. O Lona especial selecionou as cinco peças mais procuradas segundo a bilheteria do Festival.

A cabra ou quem é Sylvia? O espetáculo apresenta um amor tão avassalador quanto absurdo e desconcertante, capaz de provocar o riso, mas também a incredulidade. Uma comédia que coloca em questão temas como a tolerância e a compreensão, o limite entre a irracional natureza do amor e a perversão, o medo e o desejo. Mas o casamento perfeito é abalado por um fato inesperado. Martin confessa a um amigo que está completamente apaixonado por Sylvia, após conhecê-la durante uma temporada no campo. Esta poderia ser mais uma história de relação ameaçada por um novo amor. Se não fosse um detalhe fundamental: Sylvia é uma cabra! Ficha Técnica: SAO PAULO - São Paulo - Autor: Edward Albee | Adaptação e Direção: Jô Soares | Elenco: José Wilker, Denise Del Vecchio, Gustavo Machado e Francarlos Reis | Duração: 95 minutos Datas: 23/03 - 21h, 24/03 - 21h Gênero: Comédia Preços: R$ 40,00 e R$ 20,00 Local: Teatro Guaíra (Guairão) - Rua Conselheiro Laurindo, s/nº - Centro

Maria Stuart Maria, rainha católica da Escócia, e Elizabeth, rainha protestante da Inglaterra, são protagonistas de um drama que envolve sexo, poder, ambição, intriga política e rivalidade. Na condição de regentes, enfrentaram o preconceito de um mundo dominado pelos homens. Foram deploradas por sua feminilidade, comparadas uma a outra e cortejadas pelo mesmo homem. Em toda sua vida, Elizabeth revestiu-se de coragem para provar ao mundo que tinha o coração e a mente de um homem. Já Maria era vista como imprudente, emocional e suscetível a colapsos nervosos. De temperamentos diferentes, elas se igualavam no vigor das ambições. Ficha Técnica: RIO DE JANEIRO - Rio de Janeiro - Texto: Friedrich Schiller | Direção: Antonio Gilberto | Elenco: Julia Lemmertz, Clarice Niskier, André Correa, Henri Pagnoncelli, Mário Borges e grande elenco. Datas: 25/03 - 21h, 26/03 - 21h, Gênero: Drama, Preços: R$ 40,00 e R$ 20,00. Local: Teatro Positivo (Grande Auditório) - Rua Professor Pedro V. Parigot de Souza, 5300 – Mossunguê.

Inveja dos Anjos Ficha Técnica: Armazém Companhia de Teatro - Direção: Paulo de Moraes | Elenco: Marcelo Guerra, Patrícia Selonk, Ricardo Martins, Simone Mazzer, Simone Vianna, Thales Coutinho e Verônica Rocha | Datas: 20/ 03, 21/03 e 22/03 às 21h Drama. Preços: R$ 40,00 e R$ 20,00 | Teatro da Reitoria - Rua XV de Novembro, 1299 - Centro

A peça conta a história de três núcleos: do pai e da filha, Tomás e Natália; da mãe e da filha, Luísa e Branca; e de um casal, Rocco e Cecília. Cada qual atravessa uma crise precipitada por mortes ou nascimentos de fato ou simbólicos. Contradições, desesperos, perseveranças, humores e inclusive algumas epifanias pontuam cada um dos núcleos que também possuem células intercomunicantes. Desde o início do espetáculo, expõem-se os códigos da fragmentação para convidar o espectador à conversa cênica. São tempos, lugares, pensamentos, diálogos, climas e até personagens em suspensão, literalmente.

Aquela Mulher O monólogo tem como tema principal a relação da mulher com o poder. Ao enfocar os dilemas de uma mulher prestes a assumir a presidência da nação mais poderosa do mundo, a peça busca refletir sobre as possíveis novas formas de poder, no caso, um poder feminino que repõe a utopia de uma humanidade mais justa e solidária. Trata-se de um assunto que acende vivas discussões nos mais diversos meios, da psicologia à sociologia. Na política, no meio empresarial, nos esportes, as mulheres buscam protagonismos. Cada vez mais, ocupam cargos de decisão. São cada vez mais presentes nas cúpulas de poder.

Ficha Técnica: Autor: José Eduardo Agualusa | Direção: Antonio Fagundes | Elenco: Marília Gabriela | Realização : Marília Gabriela e Fernanda Signorini | Datas: 21/03, 22/03 e 23/03 às 21h. Drama. Preços: R$ 40,00 e R$ 20,00 Local: Teatro Positivo (Pequeno Auditório) - Rua Professor Pedro V. Parigot de Souza, 5300 - Mossunguê

Calígula Gaius Caesar Germanicus, Calígula, terceiro imperador romano, reinante entre 37 e 41, ficou conhecido pela sua natureza cruel. Ele irrompe em cena após a morte de Drusilla, sua irmã e amante, para expressar seu desejo impossível - a lua, ou a felicidade, ou a vida eterna - e sua descoberta do que acarretará como sendo a verdade absoluta: os homens morrem e não são felizes. Calígula constata o absurdo e leva-o às últimas consequências, perdendo os limites do poder, da liberdade, da razão, negando todos os laços que o prendem ao gênero humano.

Ficha Técnica: Autor: Albert Camus | Direção: Gabriel Villela | Elenco: Thiago Lacerda, Pascoal da Conceição, Magali Biff, Rodrigo Fregnan, Pedro Henrique Moutinho, Jorge Emil e Ando Camargo | Duração: 100 minutos Datas: 19/03 - 21h, 20/03 - 21h Drama. Preços: R$ 40,00 e R$ 20,00 |Teatro Guaíra -Guairão


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Sugestões Fringe

Agulha no palheiro Cada vez com mais peças, Fringe representa um desafio na hora de escolher entre 290 montagens Textos: Jessica Leite Fotos: Divulgação O Fringe é a mostra aberta do Festival e apresenta 290 espetáculos de todo o país, contando também com várias montagens internacionais. Em constante crescimento, em oito anos passou de 104 peças para o número atual, ganhando prestígio do público e maior disputa pelos seus ingressos.

Sexoterapia - AnangaRanga, Kama Sutra etc e Tao Comédia que mostra a vida de um casal que convive há mais de 20 anos. A diversão fica por conta do relacionamento desgastado e estressante ao qual eles estão submetidos. Tudo isso e mais a falta de sexo entre o casal faz com que procurem ajuda de um psicoterapeuta sexual, que lhes passa algumas lições para que voltem a ter prazer na relação em cenas hilariantes de fracasso total. Ficha Técnica Direção: Agui Campos. Elenco: Bia Bernardo, Juscelino Antuns.I Datas: 19/03 - 21:00, 20/03 00:00, 25/03 - 00:00, 26/03 00:00, 27/03 - 21:00, 28/03 21:00. Comédia Preços: R$ 20,00 e R$ 10,00 Local: Teatro Reikrauss Benemond - Praça Tiradentes, 106 - Galeria Pinheiro Lima - Centro

Drácula e a Dança Dos Vampiros Ficha Técnica: Cia Máscaras de Teatro - Texto E Direção: João Luiz Fiani. Com: Marino Jr., Joel Vieira, Rogério Bozza, Maicon Santini, Guilherme Osty, Sonia Bacila, Jeruza Quadros, Claudinho Castro, Daniel Marcondes, Marcyo Luz, Marcelo Dinapoli e grande elenco. I Duração: 75 min Datas: 20/03, 21/03, 26/03, 27/03, 28/03 às 23:00 I Comédia Preços: R$ 30,00 e R$ 15,00 I Teatro Fernanda Montenegro

Sátira do filme “A Dança dos Vampiros”, de Roman Polanski, e do livro “Drácula”, de Bram Stoker, peça mistura terror e comédia. Na história, Abronsius é um professor especialista em vampiros que viaja acompanhado de seu fiel discípulo, Ali Magal, até a Transilvânia, dispostos a matar o conde Drácula. Mas os fatos tomam um rumo diferente criando situações inesperadas e hilariantes.

De graça, mas tem que pagar Katiuscia Canoro e Fabiula Nascimento revezam várias personagens do nosso cotidiano. Com esquetes humorísticos, aborda situações que vão desde problemas domésticos a falta de sorte. Duas atrizes comediantes produzem espetáculos populares, mas sem cair nos lugares comuns.

Ficha Técnica: CURITIBA – Paraná - Cia Colapsico - Com Katiuscia Canoro e Fabiula Nascimento I Datas: 21/03 20:30, 22/03 - 22:30 Gênero: Comédia Preços: R$ 50,00 e R$ 25,00 Local: Teatro Espaço Regina Vogue - Av. sete de Setembro, 2775

O Vampiro Contra Curitiba O universo da Curitiba de Dalton Trevisan é proposto através de trechos de 18 contos escolhidos pelo próprio autor e dirigidos por João Luiz Fiani. Drama, erotismo, comédia e tragédia são visitados a partir de personagens marcantes criados por Trevisan, como Nelsinho e a Polaquinha. No Festival desde 2006, promete sucesso mais uma vez.

O Conto da Ilha Desconhecida A peça trata da trajetória de um homem obstinado, que desafia um rei para realizar seu maior sonho: sair pelo mundo em busca de uma ilha que ninguém conhece. Vencedor do trófeu Gralha Azul.

Ficha Técnica: Cia Pé no Palco - Direção: Fátima Ortiz | Com Alexandre Bonin, Daniel Kleiber, Giselle Lima, Janaina Matter, Otavio Linhares, Maíra Lour, Pedro Bonacin e Vanessa Corina. Datas: 19/03, 20/03, 21/03 e 22/03 às 18:00 Drama | R$ 20,00 e R$ 10,00 - Pé no Palco Rua Conselheiro Dantas, 20 - Prado Velho

Ficha Técnica: Metáfora Cia de Teatro - Texto: Dalton Trevisan Adaptação e Direção: João Luiz Fiani Com: Marino Jr, Jader Alves, Marcyo Luz, Adriana Sottomaior , Mônia Sartor, Caroline Mammarella, Glaudiane Krul, Sonia Bacila e Andressa Marques. Datas: 21/03 e 22/03 18h. Comédia. Preços: R$ 30,00 e R$ 15,00 | Local: Teatro Paulo Autran - Rua Coronel Dulcídio, 517 - Centro


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Cultura Fotos: Divulgação

Eventos Especiais

De capitão a cantor Textos: André Rosas Wagner Moura volta a Curitiba para o Festival, mas desta vez não é para atuar. Agora ele mostrará seus dotes como vocalista da banda Sua Mãe na festa “Brega é sua mãe!”, que faz parte do circuito especial do evento. O fechamento no dia

Faltando dinheiro... Para quem não pode ou não quer pagar os ingressos, o Festival de Curitiba oferece peças gratuitas que começaram a ser apresentadas dia 18 e terminam dia 29. Muitas delas são encenadas em monumentos da cidade, como é o caso de “Romeu e Julieta”, que estará na Praça da Espanha. Recebe destaque também a peça “Ubu rei”, que já esteve em cartaz no ano passado e agora volta para a maratona de apresentações, que totalizam 28 montagens. Interessados podem encontrar esses e outros espetáculos na página 146 do Guia de Programação ou no site oficial do evento: (www.festivalde curitiba.com.br).

28 ficaria sob responsabilidade do grupo performático Scissor Sisters, fundado em Nova York, mas a banda cancelou sua turnê pela América Latina; no lugar entra a banda Vanguart. É possível adquirir um passaporte que dá direito a entrada às duas últimas festas, já que uma delas ocorreu no dia 18. Até o fechamento desta edição, ainda havia ingressos disponíveis para as duas últimas festas. Mais informações no site oficial do Festival.

A regra é dar muita i s a d a !

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Um dos eventos mais aguardados do Festival chega a sua 6ª edição. O Risorama fará seis noites com o melhor da “stand-up comedy”, em que é necessário apenas um comediante e um microfone para fazer o espectador rir muito. Como nos últimos anos, a “drag queen” Nany People será a mestre de cerimônias ao lado de mais vinte pessoas já conhecidas e consagradas pelo Brasil. Alguns merecem destaque como Marcelo Adnet, famoso pelo seu programa “15 Minutos”, exibido pela MTV, Danilo Gentile (CQC – TV Bandeirantes), Katiuscia Canoro (Zorra Total – Rede Globo), Robson Nunes (Zapping Zone – Disney Channel), Dani Calabresa (Quinta Categoria – MTV), entre outros. A cada noite, cinco nomes da comédia brasileira interagem com Nany People no palco do Centro de Convenções do CIETEP. Os ingressos para o Risorama já estão esgotados.

Para quem gosta de uma surpresa Em seu segundo ano, o MishMash, programação de variedades que mescla performances de ilusionismo, teatro de improviso, teatro físico, dança e humor, mostra que veio para ficar. Quem comanda a festa é Célio Amino, ilusionista e físico, que ainda conta com mais sete convidados para o time. Entre eles, o ator ca-

nadense Derek Scott, que já integrou o Cirque du Soleil e protagonizou produções na Broadway, além de participar em programas de canais americanos. Ao todo serão três dias (26, 27, 28) de muita diversão. Para conferir datas e horários, basta acessar o site oficial do Festival de Curitiba.

É de dar água na boca Coisas novas são sempre boas, e claro que este ano tinha que ter pelo menos uma. Os fãs do garfo e da faca não vão ficar de fora. O Gastronomix vai promover uma quermesse da alta gastronomia com grandes chefes brasileiros. O evento ocorre nos dias 28 e 29 no Museu Oscar Niemayer, das 11h às 16h. A entrada é franca e você só paga o que consumir. A lista com os nomes dos chefes responsáveis está no site oficial.


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Geral Montagem: André Rosas/LONA

Prêmio

Do Paraná para o Brasil Destaques paranaenses no Troféu Gralha Azul estarão em cartaz no Festival Felipe Rocha e Jessica Leite No último dia 10, a Fundação Teatro Guaíra acolheu um dos eventos mais importantes da cultura paranaense. A entrega da premiação Troféu Gralha Azul, que chegou em 2009 a sua 29º edição, consagrou os melhores artistas paranaenses de 2008. A comissão julgadora assistiu a 60 espetáculos, mas somente 27 foram indicados para receber o troféu. Entre as peças que conquistaram o primeiro lugar em categorias como Melhor Espetáculo, Melhor Direção e Melhor Texto, entre outras, muitas estão em cartaz no Festival de Curitiba (veja quadro). É a chance que os espectadores têm de rever ou de ver pela primeira vez montagens indicadas e premiadas pelo prêmio Troféu Gralha Azul.

A entrega da premiação Troféu Gralha Azul chegou a sua 29º edição em 2009 e consagrou os melhores artistas paranaenses do ano passado Segundo o Centro Cultural Teatro Guaíra, o objetivo do Troféu é premiar os destaques do Teatro Paranaense em 2008. Ele é uma copromoção do Teatro com o sindicato dos artistas (SATED/PR) e dos produtores teatrais (SEPED/PR). Sônia Bacila, que recebeu o troféu de melhor atriz pelo espetáculo “A Gorda e o Anão”, conta a experiência de receber um prêmio como o Gralha Azul. “[Receber o prêmio] me deixou extremamente feliz pelo reconhecimento do meu trabalho. Penso que para um espetáculo suscitar o interesse e a comoção

é importante que este faça pensar e/ou rir e/ou chorar”. Sonia falou também sobre as surpresas do espetáculo pelo qual foi premiada. “Durante tantos anos no palco eu ainda não tinha feito um espetáculo em que, sem exceção, cada um que assiste, ama. Não é fácil falar de ‘diferenças’, ou seja, de um assunto sério e polêmico, de modo leve e muito divertido, que provoca total identificação com a plateia”. A atriz alerta que a última oportunidade de assistir à peça “A Gorda e o Anão” será no Festival, já que o grupo vai encerrar a temporada de apresentações.

Confira os espetáculos paranaenses indicados ao Troféu Gralha Azul e que estão em cartaz no Festival de Curitiba 1. A Gorda e o Anão (Melhor Atriz 2008 – Sônia Bacila) 2. Entre Lágrimas e Cutículas (Melhor Atriz Coadjuvante 2008 – Giovana de Liz; Melhor Direção 2008 – George Sada, Indicado a melhor espetáculo) 3. Habitués - O Longo Caminho de Dois Frequentadores de Boteco (Melhor Sonoplastia 2008) 4. Macho Não Ganha Flor (Melhor Iluminação

2008 - Beto Bruel, Indicado a melhor espetáculo, melhor direção – João Luiz Fiani, melhor sonoplastia 2008 – Jader Alves) 5. Teimosinho e Mandão - Dois Idiotas Sentados cada qual no seu Barril (Melhor espetáculo para criança 2008, melhor direção de espetáculo para criança – Edson Bueno, indicado a melhor adereço 2008 – Adriana Esposito) 6. Tropeço (Melhor espetáculo) 7. A Dama e o Vagabundo

(Indicado a melhor espetáculo para criança, melhor figurino – Camila Barreto) 8. Aladim e a Lâmpada Mágica (Indicado a melhor ator coadjuvante – Joel Vieira, melhor coreografia – Deborah Kramer) 9. Árvores Abatidas ou Para Luís Melo (Indicada a melhor atriz – Rosana Stavis) 10. O Evangelho Segundo São Mateus (Indicado a melhor cenário 2008 – Gelson Amaral)

Economia

Crise influencia orçamento do Festival André Rosas

da hora”, pelo fato de que a reunião da estatal, que estava marOs últimos meses têm sido cada para outubro do ano pascomplicados não só para sado, foi adiada para janeiro grandes empresários, ou aci- deste ano, quando foi realizaonistas da bolsa mundial de da a discussão das ações de valores, mas para o cidadão patrocínio. O prejuízo atingiu comum. Grandes eventos a programação do Festival, que como o Festival de Curitiba contaria com grandes nomes também foram afetados pela internacionais para acompacrise econômica. Com uma nharem de perto o evento. Dos participação de 22% no orça- quinze profissionais aguardados, apenas mento total dos últimos onze Grandes eventos quatro virão. Peças que serianos, a Petrocomo o Festival am apresentabras deixa de das em outros patrocinar o de Curitiba como Festival de Cutambém sofrem lugares, a do grupo Os ritiba. Em enSatyros, que trevista ao jor- com cortes de utilizaria nal O Globo, gastos da crise como cenário a Leandro Knopfholz, criador econômica Cidade Indusdo evento, afirtrial, também ma que, por enforam cortaquanto, o patrocínio não vai das. Algumas produções tamcausar prejuízo, uma vez que bém baixaram o preço dos eso banco Itaú cobriu boa parte petáculos e alguns artistas, do valor que era dado pela Pe- como Antonio Fagundes, vêm trobras – quantia que gira em para a capital sem direito a retorno de R$ 350 mil. Ele res- galias como escolha de hotel, salta que a edição de 2010 já serviços cinco estrelas, entre está mais do que confirmada. outros. Segundo os organizadoEm entrevista à FolhaPress, a res do Festival de Curitiba, o púempresa afirmou que “falta blico esperado é de 230 mil pestempo hábil para contratar o soas. (Com informações de O festival”. A decisão pode se Globo, FolhaPress, Gazeta do dar como “tomada em cima Povo).


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Opinião Luma Francisco Bendini

Artigo

Opção para muitos, preço

para poucos O olhar crítico sobre o acesso à cultura proporcionado pelo Festival de Curitiba

Luma Francisco Bendini Com uma divulgação para ninguém colocar defeito, é difícil que algum curitibano não esteja a par do Festival de Curitiba. Esse é, para muitos moradores da capital, um dos únicos momentos em que o interesse pelo teatro é despertado, seja por alguma peça em particular ou pelo espetáculo ocorrendo nas praças e ruas, que reúne pequenas multidões e chama a atenção dos transeuntes. Assim, o evento é, além de uma oportunidade, um incentivo à arte. Algo, porém, ainda deixa a desejar. Não o número de peças ou a qualidade das produções, mas o preço cobrado, que tem afastado muitos espectadores.

Os espetáculos que deram origem ao Festival, que são os 25 aprovados na Mostra Oficial, custam R$ 40. Já a mostra paralela, Fringe, vai do gratuito até R$ 50. Além do valor da bilheteria e da publicidade, o FC recebe incentivo de Lei Federal para ser realizado. As leis de incentivo à cultura, como a Lei Rouanet, pela qual o Festival capta recursos, existem desde 1991 e preveem um abatimento do imposto de renda de até 100% da quantia que a empresa patrocinadora destina ao produto cultural. Na prática, o esquema funciona assim: existe um proponente, ou seja, alguém que tem a ideia e elabora um projeto cultural que deve incluir os valores que são necessários para execução do

As leis de incentivo à cultura, como a Lei Rouanet, pela qual o Festival capta recursos, preveem abatimento do imposto de renda de até 100% da quantia que a empresa patrocinadora destina ao produto cultural

evento e suas especificações técnicas (quantidade de material, pessoal que será contratado etc.). Depois dessa primeira fase, o projeto é enviado para o Ministério da Cultura, num processo que desde 2008 é totalmente on line, e aguarda aprovação. Depois de aprovado, segue a fase mais difícil, na qual muitos produtores e artistas acabam falhando. É a parte de captação de recursos. Entra em cena a figura do captador, que vai até as empresas explicar e oferecer o projeto. Por desconhecimento do empresariado e também da classe artística, muitos ficam com um “pé atrás” na hora de investir e acabam pagando regularmente seu imposto de renda, sem reverter nada aos projetos culturais. Para se ter uma ideia do volume de dinheiro que alguns projetos envolvem, no ano passado, para custear a vinda do Cirque Du Soleil para o Brasil, a empresa proponente Time For Fun (antiga CIE Brasil) inscreveu um projeto no valor de R$ 22,3 milhões. Desses, porém, apenas 9,4 milhões foram aprovados fazendo os ingressos custarem mais,

Mesmo com as leis de incentivo à cultura, ingressos custam caro aos espectadores do Festival de Curitiba

chegando a R$ 450. Mesmo que pareça razoável, a justificativa para o absurdo cobrado nas bilheterias não é suficiente, pois uma conta de matemática básica mostra que os preços arrecadados com ingressos dos mais de 2 milhões de espectadores chegam muito próximos ao valor solicitado no projeto. É exatamente a mesma coisa que acontece no Festival de Curitiba. A diretoria executiva justificou os preços de R$ 40 nos ingressos da Mostra Oficial, dizendo que boa parte do montante pedido no projeto foi vetada e, como o evento não tem fins lucrativos, as bilheterias são apenas para completar as despesas. Todos os números - quanto o proponente solicitou, quanto conseguiu aprovar e o que já foi captado - devem estar no site no Ministério da Cultura, num processo bastante simples e claro. No caso do Festival de Curitiba, todos esses valores aparecem zerados na página, o que o Ministério

informou por e-mail ser apenas “um erro causado pelo constante acesso e atualização do projeto na internet”. Mas estranho mesmo é o nome do proponente do Festival de Teatro de Curitiba: Sociedade Junina Turma de São João Batista, do Maranhão. Quem quiser conferir os detalhes do projeto é só acessar o site; o número do PRONAC é 0710843. Sabendo o motivo, ou não, só é possível assistir aos espetáculos da Mostra comprando o ingresso a R$ 40. Mesmo que a maioria das peças tenham um preço acessível, o que o próprio Festival chama de “um rico panorama do teatro brasileiro contemporâneo”, ainda são destinadas a um público seleto. Seja ele formado pela classe artística que, assim como os estudantes, tem direito à meia entrada, ou pelas classes sociais mais altas, que podem gastar mais de R$ 80 nos ingressos, deliciandose com o que há de melhor na produção teatral nacional.


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