Lona - Edição nº 493

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RIO DIÁ do

BRASI

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Edição especial Curitiba, terça-feira, 26 de maio de 2009 - Ano XI - Número 493 Jornal-Laboratório do Curso de Jornalismo da Universidade Positivo

jornalismo@up.edu.br

Curso de Jornalismo da UP promove debate sobre a busca da beleza

Acontece amanhã, no Auditório do Bloco Azul da Universidade Positivo (UP), a terceira edição dos Grandes Debates da Rede Teia. Desta vez, o tema será: “Culto ao corpo: busca de saúde ou ditadura da moda?”. Os publicitários Ernani Buchmann e Erika Herkenhoff estarão na mesa para debater sobre o assunto, além do coordenador do curso de Design – Projeto Visual da UP, Renato Bertão; da coordenadora do Curso de Psicologia da UP, Fernanda Gutierrez; e do coordenador do Curso de Medicina da UP, Ipojucan Calixto. O mediador será Alexandre Castro, coordenador do Curso de Jornalismo da UP. As discussões acontecem em dois horários: das 7h30mim às 11h10min e das 19h às 22h30min. Nesta edição, o LONA faz uma prévia do que será exposto e discutido pelos convidados e participantes no debate.


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Opinião

Foto: divulgação

Comportamento

Não põe mesa

A relatividade da beleza

Há inclusive quem faça loucuras, bizarrices e cometa exageros em nome da beleza, como a cantora Cher, que serrou algumas costelas

Roberto Hammerschmidt

Aline Reis

“Vai no cabeleireiro, no esteticista, malha o dia inteiro...” Como já diz Seu Jorge, “tem vida de artista!” A brasileira e o brasileiro são mesmo muito vaidosos. Pudera, só em 2006 foram gastos mais de R$16 milhões com produtos cosméticos no Brasil. Os consumidores são variados: homens, crianças... mas quem lidera o ranking de consumidores desses produtos são as mulheres. Mais de 59% das cirurgias plásticas feitas no Brasil por mulheres são para fins estéticos. Aumenta seio, diminui barriga, arruma o nariz.... Meu Deus! Será que existe uma cirurgia para “arrumar” o cérebro? No último 17 de abril, dois adolescentes foram internados na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) em um hospital de Goiás após injetarem anabolizantes veterinários. Ora, eles apenas queria ficar bonitos, fortes, atraentes. Ser musculoso, porque malhar é legal, ser musculoso, porque gosta também. Mas se a pessoa não gosta de malhar não tem por que

ficar forte. Foi exatamente o que aconteceu com os meninos. Dois adolescentes alienados pela “sociedade”, que os faz pensar que serem bonitos, sarados e fortões pode lhes trazer alguns benefícios. Ao contrário do que dizem as revistas especializadas ou as grandes marcas de cosméticos, o culto ao corpo, em grande parte, não é porque o “dono do corpo” se sente bem por isso, mas porque a sociedade lhe impõe sentir-se bem por isso. Temos que ser magros, ter cabelos lisos, usar esta ou aquela roupa, usar acessórios legais... Há inclusive quem faça loucuras, bizarrices e cometa exageros em nome da beleza. É o caso da cantora Cher, que serrou algumas costelas para não ficar com o “estômago alto”. Quanta babaquice! Que me perdoem os vaidosos ou aquelas que não vivem sem chapinha, mas cá entre nós, é bem mais vantajoso pagar R$ 30 num livro ou numa entrada para um jogo do Brasileirão que realmente deixe a pessoa feliz do que numa chapinha que demora duas horas para ser o que a sociedade cobra. E como já dizia o ditado... Beleza não põe mesa.

Conta a história que um imperador chinês encantado por uma concubina com os pés pequenos lançou uma moda em seu reino: enfaixar os pés das mulheres para ficarem menores. A prática foi aceita forçadamente, já que, para arranjarem um marido, elas foram obrigadas a manterem seus pés com tamanho menor que o normal. Por mais de mil anos, de geração em geração, as mulheres chinesas enfaixaram seus pés para evitar que eles crescessem e para não correrem o risco de ficar sem marido. Hoje, em várias áreas rurais da China, algumas mulheres idosas ainda têm os pés deformados pela prática de amarrá-los com faixas. Apesar de ser proibido pelo governo comunista desde 1912, nessas regiões os pais ainda enfaixam os pés das filhas por muitos anos. O motivo é a cultura antiga: alegam

que isso as torna mais bonitas. Por séculos, essas mulheres tornaram-se referência do modelo de beleza e postura femininas chinesas, mas foram deixadas de lado por representar um pensamento ultrapassado. O que uma vez disseram que era bonito tornou-se tão ridicularizado, quanto repulsivo. Mulheres que tinham suportado a dor para encaixar-se a ideais de perfeição eram, repentinamente, objeto de menosprezo. O exemplo chinês mostra que, além de existirem padrões de beleza para determinadas culturas, dentro da própria cultura esse padrão se transforma. No padrão de beleza brasileiro, por exemplo, há um modelo que não reflete a realidade sociocultural. A indústria cultural caracteriza como modelo de beleza a mulher alta, de olhos claros, branca e magra, com grandes chances de ser loira. Esse é um conceito imposto pela mídia e reforçado pelos

meios de comunicação. No entanto, não existem tantas loiras de olhos azuis no país, mas, pelo que a mídia apresenta, o Brasil possui mais loiras que a Suécia. Na Inglaterra do século 19, boca pequena era o máximo da beleza. Hoje, no entanto, a aparência de botão de rosa deu lugar, nas culturas ocidentais, à preferência por bocas grandes e volumosas. Atualmente, estamos passando por uma transição do modelo de beleza. Por questões de saúde, a magreza excessiva de modelos está dando lugar a um biotipo corporal normal e saudável. As fotos de revistas de beleza ainda mostram um padrão de modelos magras, mas isso será alterado aos poucos. O poeta Vinicius de Moraes já disse uma vez: “As feias que me desculpem, mas beleza é fundamental”. Porém, a história nos ensina que não existe beleza absoluta. Por isso, as bonitas que me desculpem, mas beleza é relativa.

Expediente Missão do curso de Jornalismo “Formar jornalistas com abrangentes conhecimentos gerais e humanísticos, capacitação técnica, espírito criativo e empreendedor, sólidos princípios éticos e responsabilidade social que contribuam com seu trabalho para o enriquecimento cultural, social, político e econômico da sociedade”.

Reitor: Oriovisto Guimarães. Vice-Reitor: José Pio Martins. Pró-Reitor Administrativo: Arno Antônio Gnoatto; Pró-Reitor de Graduação: Renato Casagrande; Pró-Reitora de Extensão: Fani Schiffer Durães; Pró-Reitor de Planejamento e Avaliação Institucional: Renato Casagrande; Coordenador do Curso de Jornalismo: Carlos Alexandre Gruber de Castro; Professores-orientadores: Ana Paula Mira, Elza Aparecida e Marcelo Lima; Editores-chefes: Antonio Carlos Senkovski, Camila Scheffer Franklin e Marisa Rodrigues.

O LONA é o jornal-laboratório diário do Curso de Jornalismo da Universidade Positivo – UP, Rua Pedro V. Parigot de Souza, 5.300 – Conectora 5. Campo Comprido. Curitiba-PR - CEP 81280-30. Fone (41) 3317-3000


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Geral Estética

Espelho, espelho meu Preocupação com padrões de beleza está presente na sociedade, mas nem sempre eles foram dominantes Lucimeire Martins Oi, tenho 1,75, 72k, branco, cabelos pretos, corpo em forma, tipo atlético. Sou descendente de italianos com espanhóis e me considero bonito. Busco pessoas que cuidem do corpo, da mente e do espírito, para um relacionamento sério. Mande uma foto. Quem é que não gostaria de ter um namorado como este? Este anúncio foi tirado de um site de relacionamentos e o candidato a namorado, em menos de uma semana, já tinha recebido respostas de mulheres de todo o país. Mas o que será que pode ter atraído as interessadas? O fato de ele querer um relacionamento sério ou as características físicas apresentadas? A beleza é fator dominante na construção de relações afetivas na sociedade, principalmente nas relações amorosas. Não estar dentro dos padrões de beleza, entre outras coisas, pode significar ter dificuldades para encontrar um bom emprego, ser motivo de desaprovação de determinados grupos sociais ou até mesmo a causa de ficar solteiro para o resto da vida.

Que padrão? Os padrões de beleza, geralmente impostos pela sociedade e difundidos pela mídia, não foram e nem serão sempre os mesmos. Eles variam de acordo com a época e cultura. O que foi belo ontem pode não ser belo hoje, e o que é belo hoje não significa que o será amanhã. Os padrões também não foram sempre dominantes. Na Idade Média, por exemplo, praticamente não existia o conceito de beleza feminina. E em outras

épocas, algumas tentativas femininas de melhorar o visual eram condenadas. No século II, uma lei na Grécia proibia que as mulheres escondessem a sua verdadeira aparência com maquiagem antes do casamento. O noivo tinha o direito de conhecer a aparência natural da noiva antes de se casar. O parlamento britânico, em 1770, também resolveu garantir ao noivo, antes do casamento, que ele estaria fazendo um “bom negócio”. A legislação permitia a anulação do casamento se a noiva usasse qualquer artifício para parecer mais bonita, como maquiagem, dentadura ou cabelo falso. Hoje em dia, é praticamente impossível uma noiva casar-se sem estar maquiada. Durante a Renascença, muitos artistas pintaram mulheres gordinhas, que eram as belas da vez. As mulheres chegavam a posar sem roupa e o artista valorizava todas as curvas de sua musa, que tinham cada uma um significado. Uma mulher acima do peso era considerada boa reprodutora. Os seios fartos eram sinal de que amamentaria bem o filho e os quadris largos indicavam que a mulher teria um bom parto. Ter o peso acima da média e a pele exageradamente clara também não eram problemas. Isso significava que ela fazia parte da classe nobre da sociedade, que se alimentava bem e que não precisava se expor diariamente ao sol no desempenho de algum trabalho. Durante o Renascimento, o padrão de beleza greco-romano, que se preocupava principalmente com o equilíbrio das formas, imperou. O ideal era ter um corpo harmonioso, na medida certa. A partir daí, os inte-

ressados em se adaptar aos padrões de beleza começaram a enaltecer o corpo perfeito. No século XIX, o padrão de beleza feminino era o corpo em forma de violão. Para conseguir o corpo ideal, caracterizado por uma bela silhueta, as mulheres da época recorriam aos espartilhos, que geralmente eram feitos de arame revestidos em tecido, e tinham cordões ou colchetes atrás e na frente. A dificuldade de respirar era um problema, e algumas mulheres grávidas chegavam a abortar devido ao uso de espartilho.

Sacrifício desde sempre

Durante a Renascença, muitos artistas pintaram mulheres gordinhas, que eram as belas da vez. As mulheres chegavam a posar sem roupa e o artista valorizava todas as curvas de sua musa, que tinham cada uma um significado. Uma mulher acima do peso era considerada boa reprodutora. O s seios fartos eram sinal de que amamentaria bem o filho e os quadris largos indicavam que a mulher teria um bom parto Divulgação: “As Três Graças” - Peter Paul Rubens

Os sacrifícios pela beleza não são recentes. A depilação, por exemplo, já era preocupação entre as mulheres dos séculos passados. As gregas arrancavam os pelos pubianos com a mão ou queimavam com chamas ou cinzas quentes. Também em busca de uma pele lisinha, as mulheres árabes já pensavam na praticidade da cera. Elas preparavam um xarope feito com açúcar e suco de limão, espalhavam sobre a pele, deixavam secar e depois arrancavam os pelos – técnica parecida com a depilação mais usada atualmente.

Beleza masculina Apesar de elas estarem no alvo da beleza, as vítimas dessa “ditadura” não são só as mulheres. O homem grego, por exemplo, era comparado à perfeição das esculturas dos artistas quando se pretendia definir beleza. O povo grego era visto como um povo guerreiro, corajoso e forte, portanto, o homem grego deveria possuir características que remetiam a essa identidade, ou seja, um corpo belo, forte e escultural.

Os padrões de beleza mudam com o tempo. Estar acima do peso, na Renascença, não era problema


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Geral

Fotos: divulgação

Estética

O país da vaidade Mercado movimenta mais de R$ 24 bilhões por ano no Brasil; país ocupa segunda posição em cirurgias plásticas

Clarissa Ferreira Luis Gustavo Fonseca Há anos o mercado da beleza já não é mais o mesmo. Os avanços tecnológicos tomaram conta deste segmento e até um simples corte de cabelo pode ser realizado com o que há de mais moderno no mercado. Essa afirmação não precisa ser necessariamente compreendida ao pé da letra. A modernidade, neste caso, está associada ao uso de materiais rústicos como cacos de vidro e estiletes para cortar cabelos e até o fogo pode ser usado para incendiar a cabeça dos mais corajosos. E é na movimentação do mercado brasileiro que a indústria da beleza “bota fogo”. Segundo uma pesquisa realizada pelo Instituto Superior de Ciências da Saúde (Incisa), hoje o mercado

de estética movimenta mais de R$ 24 bilhões por ano no Brasil. Dessa forma, ocupa a segunda posição no ranking mundial do setor, abaixo apenas dos Estados Unidos (em terceiro lugar vem o Japão). Para a fisioterapeuta e proprietária de uma clínica de estética Patrícia de Oliveira, esse crescimento é muito favorável. Além disso, em um momento de crise, nota-se a importância do mercado. “Pode-se dizer que a estética é um dos setores que menos sofre, as indústrias de cosméticos são as que mais cresceram, faturaram e faturam nesses últimos anos. As clínicas de estética, cirurgias plásticas, salões de beleza e segmentos também tiveram expansão”. Para se ter uma ideia, em 2007, segundo a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), foram realizadas mais de 11 milhões de intervenções estéticas no país, e quase 20% delas cirúrgicas. Isso corresponde a mais de 2,2 milhões cirurgias para fins estéticos em apenas um ano. Para o cirurgião plástico Fernando Tenius, a cirurgia é um bem de consumo que muitas

pessoas buscam. Mesmo com a crise mundial, a procura por esses métodos cirúrgicos teve um aumento significativo. Uma das influências que resultam em novos pacientes para as clínicas de estética, atualmente, é a mídia. “Existe uma apelação da mídia. Todo mundo quer aparecer bonito, mas o que deve ser levado em conta na hora de realizar a cirurgia é o que incomoda de verdade a pessoa”, ressalta o cirurgião. Quem pretende realizar algum tipo de cirurgia plástica deve tomar cuidado na hora de escolher um profissional. Fernando lembra que o profissional e o local onde será feito o procedimento deve ser analisado com cuidado. “O profissional qualificado realiza um treinamento de dois anos em cirurgia geral e três anos em cirurgia plástica. Só depois disso ele pode pensar em exercer a função. No entanto, o paciente deve tomar cuidado quando verificar as clínicas e o local onde será realizada a cirurgia. É importante ter boa estrutura. E quem ainda acha que esse mercado e esses números são exclusivos para o público feminino está enganado. As clínicas de estéticas voltadas ao sexo masculino estão se proliferando em um ritmo acelerado. Dados da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica apontam que mais de 55 mil homens se submeteram às cirurgias plásticas entre 2007 e 2008. As campeãs da lista escolhidas são lipoaspiração, rinoplastia (plástica de nariz) e colocação de prótese de silicone nas pernas e no peito. Em Curitiba, uma novidade para todos os tipos de homens, desde mais modernos até os mais os tradicionais, é a Barbe-

aria Clube, um salão que buscar “preservar” o homem, mas oferece todos os cuidados e tratamentos que eles procuram e precisam. A proprietária da Barbearia, Meire Ferreira, comenta que muitos vão até o salão para contar o cabelo ou fazer a barba. Mas começam a ver os outros serviços como fazer a unha, massagens ou podologia (cuidados com os pés) e acabam realizando um tratamento adicional. Porém, lembra que muitos têm receio em realizar algum tipo de tratamento. Na barbearia os cosméti-

cos são todos específicos para os homens, desde esmaltes até cremes para pele. Hoje, as empresas já estão fabricando produtos direcionados ao público masculino. Por que a textura da pele deles e os hormônios são diferentes das mulheres. Eles necessitam de tratamentos específicos que levem em conta estes fatores. No Brasil não há tanta opção em produtos e marcas, mas existem algumas como a Nívea, L’Occitane, Boticário, OX, Dermage, Natura, Avon, que oferecem uma boa e até vasta variedade de produtos para escolher.

“Pode-se dizer que a estética é um dos setores que menos sofre, as indústrias de cosméticos são as que mais cresceram, faturaram e faturam nesses últimos anos. As clínicas de estética, cirurgias plásticas, salões de beleza e segmentos também tiveram expansão” PATRÍCIA OLIVEIRA, FISIOTERAPEUTA E PROPRIETÁRIA DE CLÍNICA DE ESTÉTICA


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Geral Economia

A beleza que se compra Com um padrão de beleza imposto pela mídia, muitas pessoas, mesmo com poucas condições financeiras, optam por cirurgias

Camila Pagno Gabrielle Souza Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostra que a população brasileira em 2007 era de aproximadamente 184 milhões de habitantes. Desse total, apenas 1% representa a elite do país. São aquelas pessoas que têm a maior concentração financeira, as quais, inclusive, a maioria da população usa como espelho. A preocupação com a aparência física e a beleza estética faz com que muitas pessoas queiram se adequar aos padrões estabelecidos pelo topo da pirâmide. Mas os tratamentos estéticos custam caro e não estão disponíveis para os orçamentos apertados da maioria da população.

Pouco antes de casar, a diagramadora Adriana de Andrade Rodrigues pesava 51 quilos e com a gravidez ultrapassou os 80 quilos. Com o aumento de peso repentino, surgiram muitas estrias em sua barriga. Passados dez anos, Adriana ainda convive com os problemas da gestação. Segundo ela, para eliminar as estrias só fazendo uma cirurgia plástica. Ela chegou a fazer consultas com médicos, mas o valor da cirurgia que deseja fazer (lipoaspiração, redução de seio e abdominoplastia) ultrapassa os R$ 10 mil. “É um valor alto, por isso vai precisar de muito planejamento”, afirma. Antes do procedimento, são indispensáveis exames pré-operatórios como os de sangue, teste de esforço, eletrocardiograma e ecocardio-

Fotos: divulgação

grama. No caso de implante de silicone ou redução de seios, é necessária a realização de mamografia. Se um dia Adriana fizer a cirurgia sabe que vai ter todos esses gastos. Quem quer se submeter a uma cirurgia plástica também precisa ter disponibilidade de tempo, pois a recuperação leva em torno de um mês.

Custos da beleza A maioria dos clientes da esteticista Jucélia Cavallin é de pós-operatório, e o tratamento mais procurado é a drenagem linfática, para moldar o corpo e eliminar líquidos. Um pacote de 10 sessões custa em torno de R$ 250 e para um tratamento eficaz a massagem deve ser feita num período mínimo de dois meses, todos os dias. Na área de estética, existem outras técnicas para quem fez cirurgia plástica, como a massagem localizada e a lipo localizada, ambas para perda de gordura e celulite. As pessoas que não têm condições financeiras de fazer cirurgias ou tratamentos estéticos muitas vezes acabam escolhendo alternativas que não são corretas. A dona-de-casa Ivone* tomou inibidores de apetite para emagrecer durante 13 anos consecutivos, pois tem prédisposição para engordar e não tem condições financeiras de fazer uma lipoaspiração. “Em um mês cheguei a perder 10 kg, a sensação era de bem-estar e muita disposição, mas um dia sem tomar já ficava extremamente nervosa, e muito inchada. As pessoas me elogiavam pela minha forma física, mas elas não sabiam que por trás de mim havia um

combustível”, comenta. Quando consumia o medicamento, Ivone tinha entre 50 e 52 kg. Após parar de tomar chegou a pesar 70 kg, e atualmente está com 68 kg. Também apareceram várias doenças, como alteração do diabetes, da tireóide, colesterol e muita retenção de líquidos. A farmacêutica Eliete Cyz explica que, a partir de 2007, as “fórmulas milagrosas” contendo moderadores de apetite, substâncias antidepressivas, diuréticas, laxantes e ansiolíticas foram proibidas pela Anvisa após a publica-

ção da RDC n° 58. “As anfetaminas agem sobre o centro de controle do apetite no hipotálamo resultando na redução da fome. Causam dependência e alguns efeitos colaterais como irritabilidade, nervosismo, hipertensão pulmonar, insônia, entre outros sintomas”, conta. Como no caso das cirurgias plásticas, o Brasil ocupa as primeiras posições no ranking dos países que mais consomem inibidores do apetite.

* A entrevistada preferiu não ser identificada.


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Perfil Anorexia e bulimia

Quando emagrecer vira

obsessão

Marcos Saddock sofre de anorexia e prova que a doença também é recorrente em homens Cristiane Kulibaba Quando se fala de anorexia, a primeira coisa que vem à cabeça é a imagem de modelos femininas extremamente magras. Dificilmente alguém imaginaria que um homem possa desenvolver esse distúrbio, até mesmo pelos padrões que a sociedade impõe de que ele deve ter o corpo definido e musculoso. Mas se engana quem pensa que esse distúrbio alimentar só acomete mulheres. Hoje em dia, o número de homens que sofrem com esse problema é grande. Segundo dados do Ambulatório de Bulimia e Transtornos Alimentares (Ambulim), do Instituto de Psiquiatria da Universidade de São Paulo (IpqUSP), só no ano passado foram atendidos aproximadamente 563 pacientes. Dos quais, 104 deles eram homens, representando 18% dos atendimentos. O supervisor de recursos humanos Marcos Saddock, 49, já enfrentou a anorexia e também

a bulimia. Ele conta que a moda teve grande influência no desenvolvimento desses distúrbios alimentares, principalmente na época de sua adolescência, em que as calças apertadas dos anos 70 “exigiam” que quem quisesse usar aquele modelo de roupa estivesse “em dia com a balança”. Sua alimentação nunca foi feita de maneira exagerada, sempre comia controladamente. A vida atarefada acabou interferindo diretamente em sua alimentação, e como consequência, seu peso foi diminuindo. Ao final da faculdade, ele pesava 49 kg com 1,80m de altura. Mas isso nunca o incomodou. Quando passava mal, nunca achava que era por causa da anorexia, que, até então, era uma doença desconhecida por ele. Imaginava que fosse decorrente da pressão baixa ou mesmo por causa do estresse. “Desmaiar e ter tonturas sempre foram parte do meu dia, achava que eram apenas problemas de pressão baixa. Eu me sentia absolutaArquivo pessoal

Marcos Saddock enfrentou a anorexia e a bulimia, consideradas por muitos como doenças que só atingem as mulheres

mente saudável, com exceção de uma depressão decorrente de alguns problemas profissionais”. Em 2001, com a mudança de cidade por causa do trabalho (de Curitiba para São Paulo), sua vida foi ficando cada vez mais corrida. O cansaço e o estresse faziam com que ele dormisse muito e comesse pouco. Um verdadeiro “veneno” para sua saúde, já fragilizada. Certo dia, enquanto estava trabalhando, Saddock passou muito mal e teve uma parada cardiorrespiratória. Acordou em um hospital, todo “entubado”, com os médicos ao seu lado dizendo que sua saúde estava extremamente frágil e que se não fizesse tratamento para a anorexia, a partir daquele momento, suas chances de viver seriam poucas. “Minha primeira reação foi espanto, nem imaginava. Mas não senti culpa, medo ou qualquer coisa assim, fui meio apático. A reação de todos que me rodeavam foi: ‘Viu? Isto tinha que acontecer, a gente avisou’. Só que aconteceu depois de trinta anos. Em compensação, no trabalho, teve muita gente que achou que não tinha nada a ver. Para eles, o trabalho e a correria sempre estão em primeiro lugar e o resto é resto”, comenta. Na época, ele tinha 42 anos. O peso? 38 kg. Foram oito meses de tratamento numa clínica para fazer reeducação alimentar. No início, mesmo recebendo medicação e soro nas veias, ele perdeu mais quatro quilos. Já apresentava, além da anorexia, bulimia atípica. Ficou internado só no começo, depois recebeu autorização médica para dormir em casa, desde que tivesse alguém ao seu lado para manter “vigi-

“Não me arrependi de fazer o tratamento e nunca relutei em fazê-lo, mas depois de certo tempo, comecei a entender uma série de deformações na maneira como as coisas são resolvidas” MARCOS SADDOCK, SUPERVISOR DE RECURSOS HUMANOS

lância”. Sua tia o levava todos os dias de manhã para a clínica e o buscava no fim do dia. Lá dentro, tanto para ele quanto para os demais pacientes “era quase um ‘Big Brother’, como Saddock mesmo descreve. Recebiam as refeições durante o período da manhã, no almoço e lanche ao fim da tarde. Sempre vigiados por uma enfermeira. Nas horas vagas, sempre tinha alguém olhando para ver se ninguém ia vomitar o que havia comido. Nos corredores e até mesmo nos banheiros, existiam câmeras, como forma de controlar os que estavam em tratamento de transtornos alimentares. Mas a forma com que eram tratados o incomodava. Preferiu continuar o tratamento sozinho. “Não me arrependi de fazer o tratamento e nunca relutei em fazê-lo, mas depois de certo tempo, comecei a entender uma série de deformações na maneira como as coisas são resolvidas à revelia do paciente e como ele passa a ser tratado mais ou menos como um ‘idiota’. Foi quando saí da clínica sem receber alta e procurei alternativas de manutenção do tratamento sem me afastar de minhas atividades normais”. Marcos nunca aceitou a nu-

tricionista. Quando alguém que não fosse ele mesmo tentava controlar o que comia, seu organismo reagia mal. “Vômitos, diarreia, dores de cabeça, depressão, irritabilidade, enjoos e até mudanças clínicas como "surtos" de colesterol alto ou lípase alterada. Houve inclusive fases em que meu equilíbrio hormonal foi comprometido pelos ‘regimes’ impostos”, acrescenta. Foram cinco anos de luta contra a anorexia entre altos e baixos. Hoje, aos 49 anos, pesa 69 quilos. A comida da mãe e da avó são fundamentais em sua recuperação. Ainda toma medicamentos para controlar o peso e a hiperatividade. São cinco ao todo. Mas, além dos remédios, o apoio da família e dos amigos tem sido indispensável. Ainda não aceita a comida “numa boa”, come socialmente, odeia espelhos e diz que no fundo quer emagrecer. Para ele, anorexia não é doença, é um sintoma. “Sintoma de muitas coisas que a sociedade, a família, a igreja e toda a estrutura social não querem mudar. Isto vale para muita coisa taxada de ‘perigo’ em nossa sociedade. Estas coisas só são problema porque o contexto em que vivemos leva a isto, só que ninguém quer mudar”, diz Saddock.


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Saúde Alimentação

Sem limites à beleza Dietas sem acompanhamento e interrupção da alimentação são alguns exemplos dos excessos cometidos para se conquistar a forma Divulgação

Diana Axelrud “Eu comia de duas a três vezes ao dia. Na maioria das vezes, salada ou um pedaço pequeno de alguma outra coisa pra enganar as pessoas, para que elas pensassem que eu estava comendo normalmente. Era ótimo ouvir as pessoas dizendo: ‘Nossa, como você está magra’! ou ‘Está linda, continue assim!’. Eu queria ver os números da balança diminuírem cada vez mais. Era uma espécie de competição comigo mesma. Mas, depois de um tempo, ganhei tudo o que havia perdido. Além das alterações hormonais e de saúde em geral, tive consequências psicológicas consideráveis. Me afastei dos meus amigos, passei a me esconder em casa e embaixo de roupas largas e casacos para que eles não vissem como eu estava”. O depoimento acima é da estudante de medicina Laura*, que, aos 14 anos, por sentir-se gorda, iniciou por conta própria, e sem ajuda profissional, um regime. A realidade de Laura atinge inúmeras outras pessoas que tentam colocar em prática métodos ortodoxos de emagrecimento. Em todos os casos, vários

podem ser os motivos, conforme explica a psicóloga comportamental Juliana Gavazzoni. Um deles é nossa herança genética. “Talvez a aparência importe tanto porque seja nosso primeiro contato com o outro, e também por ser algo culturalmente enfatizado”. A sociedade é a grande impositora de padrões de beleza e quem não se encaixa sente-se excluído. “As imposições estéticas funcionam como regras para as pessoas (por exemplo, se você for magra e bonita terá sucesso e felicidade). Dessa forma, estas imposições acabam funcionando como estímulos para que as pessoas invistam cada vez mais na beleza”, explica Juliana. A estudante de direito Liziane D’Almeida, 21, tem uma história parecida com a de Laura. No Ensino Médio, na companhia de uma amiga, sempre realizava dietas inconsequentes. “As dietas eram sempre radicais, pois ficávamos sem comer quase o dia todo e ainda fazíamos esteira ou bicicleta. Era sacrificante mesmo, e sempre que comíamos um doce, algum pedaço de bolo ou pizza, nos sentíamos muito culpadas”, relembra. Ao contrário de Laura, Liziane não se arrepende: “Não me arrependo, pois no

“As dietas eram sempre radicais, pois ficávamos sem comer quase o dia todo e ainda fazíamos esteira ou bicicleta. Era sacrificante mesmo, e sempre que comíamos um doce, algum pedaço de bolo ou pizza, nos sentíamos muito culpadas” LIZIANE D´ALMEIDA, ESTUDANTE

Depois de consumir doces, quem opta por um regime forçado pode sentir arrependimento fundo nós nos divertimos bastante. Hoje não faço mais isso, eu não tenho tempo de ficar me analisando se estou gorda ou magra. E também não tenho mais a mesma força de vontade”. Como resultado da falta de alimentos no organismo, às vezes Liziane tinha dores de cabeça ou tonturas. Ouvir o comentário: “Eu estou gorda” é extremamente comum entre as mulheres, mesmo que elas estejam na mais perfeita forma. Um estudo da Universidade de Harvard e da London School of Economics revela que 87 % das mulheres do mundo se sentem acima do peso, mesmo apenas 16% da população possuir uns quilinhos a mais, segundo dados da Organização Mundial de Saúde. A nutricionista Rafaella Jugend alerta para as consequências de realizar dietas sem o acompanhamento profissional. “Pode ocorrer uma redução do ritmo metabólico e também carências nutricionais”. No início, as dietas rígidas que muitas mulheres fazem, trazem re-

sultados rápidos e constantes. Mas após um período, acaba se tornando difícil continuar e a perda de peso é cada vez menor. “Quando há uma grande privação, pode ocorrer a compensação. A pessoa come tudo o que tinha vontade, mas de maneira exagerada, e ganha todo o peso novamente”, explica a nutricionista. Para perder peso de uma maneira responsável e saudável, Rafaella dá a dica: “O correto é reduzir o tamanho das porções e aumentar o fracionamento das refeições, ou seja, o número de vezes que nos alimentamos por dia. Devemos fazer de cinco a seis refeições por dia, com um intervalo de três horas entre uma refeição e outra, desta forma mantemos o metabolismo funcionando regularmente e evitamos o excesso de apetite nas refeições.” Além disso, a nutricionista relembra que o acompanhamento de um profissional é indispensável, já que cada pessoa tem suas particularidades que são estudadas pelos profissionais.

Outros métodos Por que motivo o ser humano faz tantas loucuras pela beleza que nem o risco de vida o intimida? Para Juliana Gavazzoni, a resposta é a associação entre beleza e sucesso. “Algumas pessoas aprendem na sua história de vida que a beleza física está vinculada com felicidade, sucesso. Essa percepção errônea de que a imagem é tudo faz com que estas pessoas não percebam suas verdadeiras qualidades e foquem toda sua vida em busca da belezam o que acaba prejudicando a própria saúde em virtude disso”. Para a psicóloga Juliana, há cura para esses exageros na busca pela beleza. “Diria que são pessoas com padrões de comportamento disfuncionais, mas que foram aprendidos e dessa forma poderiam ser mudados”. O tratamento deve ser feito com uma equipe multidisciplinar, que englobe nutricionistas, médicos, psicólogos e psiquiatras. * A entrevistada preferiu não ser identificada.


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Saúde

Lediane Filus/LONA

Tratamento

É chegada a hora de mudar Dieta balanceada e programa de exercícios ajudam na recuperação da saúde Fernando de Castro Lediane Filus Pizza aos sábados, almoços em restaurantes todos os domingos, muita fritura e, principalmente, doces. Praticar esportes, nem pensar. Essa era a rotina da confeiteira Waldelis Franco até fevereiro de 2004. Foi nesta data, quando estava com 39 anos, que ela teve que repensar seus hábitos alimentares e de prática de exercício físico. A confeiteira começou a sentir fortes dores no estômago e teve que procurar um médico. Depois de fazer uma investigação completa, descobriu que estava com pedra na vesícula em um estágio avançado, chamado de “saturado”. “O médico disse que eu teria que fazer uma cirurgia em, no máximo, uma semana. Fiquei um pouco assustada, porque não achava que fosse tão sério”, conta. A vesícula é um dos órgãos que compõem o aparelho digestivo do corpo humano. Ela tem a função de armazenar a bílis, que é produzida no fígado, além de auxiliar na digestão de gorduras. Quando há colelitíase (nome específico para o distúrbio das pedras na vesícula), o órgão não funciona com perfeição. Assim, aparecem os sinto-

mas, como dor, vontade de vomitar e empachamento. Não há certeza sobre os fatores que causam a doença. No entanto, a formação de pedras é favorecida pelo excesso de peso e de calorias ingeridas, predisposição genética, idade e longos períodos de jejum. A única forma de tratamento é a partir de cirurgia. O caso de Waldelis ainda tinha mais um agravante. Como seu organismo estava inchado, além da colelitíase, houve a formação da chamada hérnia de hiato, uma fraqueza do músculo diafragma que faz com que uma parte do estômago “deslize” em direção ao tórax, causando refluxo e, posteriormente, inflamação no esôfago. Depois da cirurgia, vieram as mudanças na vida da confeiteira. O tratamento exigia diminuição da quantidade de comida ingerida no dia. Nos primeiros sete meses, todos os alimentos deveriam ser batidos no liquidificador antes da ingestão. “Emagreci 11 quilos ao longo desse período e até hoje tenho que me cuidar”. A nova rotina trouxe caminhadas três vezes por semana, menos doces e menos gordura. “Todas as mudanças me fizeram muito bem, me sinto mais disposta e minha autoestima também aumentou.

“Quando eu era fumante, geralmente precisava sair dos ambientes quando estava fumando, porque a maioria dos meus amigos, familiares e colegas de trabalho não fumavam” ANDRÉA BROTO DA SILVA, ANALISTA DE INFORMÁTICA

Mas se não fosse pelo problema de saúde, não teria conseguido tudo isso”. Em dezembro de 2001, a analista de informática Andréa Broto da Silva passou pelo mesmo problema. Porém, sentia muitas dores e certo desconforto, principalmente quando fumava. Esse foi o empurrão que precisava para abandonar o vício. Andréa, que fumou dos 15 aos 25 anos de idade, logo percebeu os benefícios de uma vida mais saudável. “Minha capacidade respiratória melhorou bastante e também minhas crises de rinite diminuíram”, conta a ex-fumante. O hábito, que começou como método calmante, tornou-se um vilão com o passar do tempo. “Eu costumava fumar quando estava muito nervosa, e em princípio isso me acalmava, mas na verdade eu acabava precisando fumar mais e mais para me manter calma”, confidenciou. Ela afirma ainda que hoje consegue se controlar sem qualquer auxílio artificial. Quando se fala nos malefícios do cigarro, normalmente são abordados apenas os aspectos referentes à saúde. Contudo, com o aumento do número de campanhas anti-tabagistas, o convívio social passou a ser bastante prejudicado pelo hábito. Há quase oito anos sem fumar, Andréa acredita que hoje sua integração familiar e social é muito melhor. “Quando eu era fumante, geralmente precisava sair dos ambientes quando estava fumando, porque a maioria dos meus amigos, familiares e colegas de trabalho não fumavam”, conta Broto. Para ela, o preconceito contra os tabagistas é evidente, mesmo que de forma dis-

Waldelis Franco teve problemas de saúde e depois disso passou por uma mudança drástica nas suas atividades físicas

“Todas as mudanças me fizeram muito bem, me sinto mais disposta e minha autoestima também aumentou. Mas se não fosse pelo problema de saúde, não teria conseguido tudo isso” WALDELIS FRANCO, CONFEITEIRA

creta. “O cheiro do cigarro incomoda bastante, até mesmo quem fuma se incomoda”. Para a coordenadora do curso de Nutrição da Universidade Positivo, Eda Maria Arruda Scur, para alcançar uma vida saudável é preciso manter o equilíbrio. “A base de tudo é o equilíbrio. Uma alimentação saudável deve conter todos os grupos de alimentos, espalhados em pequenas porções ao longo do dia”, afirma. Segundo ela, o ideal é comer alimentos de todos os grupos a cada três horas. “Uma alimentação saudável evita doenças, aumenta a força do sistema imunológico e faz com que a pessoa esteja sempre dentro do seu peso ideal”.

A publicitária Angela Vilanova Xavier concorda com a nutricionista. Desde que começou a trabalhar, há três anos, passou a comer muitas bolachas, doces e chocolates. Assim, todos os dias, depois de almoçar, sentia uma acidez no estômago. “Era uma sensação de peso no estômago”, lembra. Depois de procurar um médico, descobriu que seu fígado não estava trabalhando direito em função do excesso de açúcar. A orientação do especialista foi uma reestruturação na alimentação. “Parei de consumir doces, bolachas e outras gorduras em exagero. Em pouco tempo meu peso diminuiu e minha digestão voltou ao normal e o mal estar de antes sumiu”.


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