Lona - Edição nº575

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RIO DIÁ do

Curitiba, sexta-feira, 11 de junho de 2010 - Ano XII - Número 575 - Especial Jornal-Laboratório do Curso de Jornalismo da Universidade Positivo

BRASI

L

redacaolona@gmail.com

Análise

Articulistas do LONA comentam pontos de todos os grupos da Copa Págs. 4,5,6 e 7

Coluna especial

Saiba sobre os bares curitibanos que entraram no clima do mundial Pág. 8

Rumo ao

HEXA


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Curitiba, sexta-feira, 11 de junho de 2010

Marisa Rodrigues

Reitor: José Pio Martins. Vice-Reitor: Arno Antonio Gnoatto; Pró-Reitor de Graduação: Renato Casagrande; Pró-Reitor de Planejamento e Avaliação Institucional: Cosme Damião Massi; PróReitor de Pós-Graduação e Pesquisa e PróReitor de Extensão: Bruno Fernandes; Pró-Reitor de Administração: Arno Antonio Gnoatto; Coordenador do Curso de Jornalismo: Carlos Alexandre Gruber de Castro; Professores-orientadores: Ana Paula Mira e Marcelo Lima; Editoreschefes: Aline Reis (sccpaline@ gmail.com), Daniel Castro (castrolona@gmail. com.br) e Diego Henrique da Silva (ediegohenrique@ hotmail.com).

Missão do curso de Jornalismo “Formar jornalistas com abrangentes conhecimentos gerais e humanísticos, capacitação técnica, espírito criativo e empreendedor, sólidos princípios éticos e responsabilidade social que contribuam com seu trabalho para o enriquecimento cultural, social, político e econômico da sociedade”. O LONA é o jornal-laboratório diário do Curso de Jornalismo da Universidade Positivo – UP Redação LONA: (41) 33173044 Rua Pedro V. Parigot de Souza, 5.300 – Conectora 5. Campo Comprido. Curitiba-PR - CEP 81280-30. Fone (41) 3317-3000

Opinião

Expediente

Vai começar o maior espetáculo da Terra Danilo Georgete danilo_georgete@hotmail.com

Já se passaram 1.431 dias, cerca de 34.344 horas, desde o dia nove de julho de 2006, data da final da última Copa do Mundo, que foi disputada entre Itália e França; e hoje, onze de junho de 2010, a bola volta a rolar em um mundial. O jogo entre África do Sul e México é aguardado com muita expectativa, principalmente por todo o continente africano, que tem a honra de receber o maior evento futebolístico do mundo e, uma honra maior ainda por ser sede no ano em que a competição idealizada por Jules Rimet completa 80 anos. Antes mesmo da competição começar, polêmicas já foram criadas. A bola Jabulani vem recebendo criíticas dos jogadores, que a chamam de “patricinha” e “jabumonstro”, mas a verdade é que a única coisa que nunca mudou na história do futebol é a forma da bola. Ela continua redonda. Detalhes à parte, a festa está pronta para acontecer. Só um quesito faz o mundial da África perder parte do charme: o número de craques dentro de campo, que não vai ser tão grande como em outros mundiais, afinal de contas, Beckham, Ballack, Ronaldinho Gaúcho e Benzema não vão desfilar seus talentos no mundial. Uns por lesão, outros por opção do treinador. Independente disso, a elegância vai estar presente nos pés de Kaká, Xavi e Messi. O maior espetáculo da terra começa, e junto com ele vem as mesmas perguntas de todos os mundiais: quem vai ser o artilheiro? Qual a zebra desse ano? Quando a Argentina vai cair fora? No mundial da África, o primeiro a quebrar um recorde será o técnico dos Bafana Bafana, Carlos Alberto Parreira. Esse ano, ele treina a quinta seleção diferente em mundiais. Outro recorde que pode ser quebrado em campos africanos é o de maior artilheiro da história das copas. O posto atualmente é de Ronaldo fenômeno, com quinze tentos em quatro mundiais, porém o alemão Miroslav Klose, com dez gols, pode tomar o título do brasileirão caso balance seis vezes as redes adversárias. Outra pergunta intrigante é se as maldições serão quebradas no mundial deste ano. Maldições como aquela, que diz que o melhor jogador do mundo nunca sai campeão da Copa, assim como aconteceu com Baggio em 1994, Ronaldo em 1998, Figo em 2002 e Ronaldinho Gaúcho em 2006. A torcida brasileira espera que essa maldição continue, pois assim, a Argentina, que conta com Messi - o melhor jogador do mundo na atualidade - não irá tão longe. Por outro lado, a nação canarinho espera que a maldição que segue o campeão da Copa das Confederações seja quebrada, pois o país vencedor do torneio nunca ganhou o mundial seguinte. Já que o Brasil ganhou no ano passado, a reza é brava para que essa maldição seja quebrada. A bola começa a rolar hoje, às 11h, e torcemos para que a seleção canarinho voe em campos africanos, pois somos 190 milhões unidos em um só coração torcendo pelo hexa!

Um ritual Daniel Castro castrolona@gmail.com

A Copa do Mundo não acontece de quatro em quatro anos. O ritual que envolve a competição começa logo após a final de uma edição e dura 48 meses, até o momento mágico que o capitão da seleção campeã protagoniza ao levantar o troféu, símbolo máximo da glória no futebol. Vamos usar o caso da seleção brasileira como exemplo. O ciclo começou após a decepção da Copa de 2006, quando perdemos para a França nas quartas de final. O nome de Dunga causou surpresa quando foi anunciado como técnico da equipe, e as suas primeiras convocações não foram diferentes nesse sentido. Nomes como Afonso Alves e Vagner Love assustavam os brasileiros a cada lista anunciada pelo herói do tetra. A seleção foi ganhando entrosamento aos poucos, conquistou a Copa América e a Copa das Confederações, mas toda essa trajetória se resume a alguns aperitivos, que servem como distração enquanto o prato principal insiste em demorar. Demora, mas chega. Dura um mês. 30 dias de alegrias e tristezas. Pouco? Talvez seja. Mas como disse, o processo não se limita à bola rolando nos gramados. Vários momentos são marcantes em época de Copa do Mundo. O primeiro deles acontece no último mês do ano que antecede o evento. O sorteio dos grupos é emocionante. Pois é, eu também não entendo como meia dúzia de artistas e esportistas famosos abrindo bolinhas com os nomes das seleções possa ser tão genial, mas essa não é a melhor hora para compreender essas coisas. O que importa é que cada bolinha aberta causa frio na barriga; sorrisos ao saber que você enfrentará a Coreia do Norte são prontamente interrompidos por um certo medo quando o objeto esférico se abre e você descobre que o Brasil terá um duelo contra Portugal. Ano de Copa é ano de fazer álbum de figurinhas do evento. “Você vai gastar dinheiro com essa bobagem?”, perguntam os sensatos. A oportunidade de reviver os bons momentos de infância responde o questionamento. A sensação de completar a página de alguma das equipes é indescritível; o que falar do momento em que você completa o álbum, então? É um gol, marcado nos acréscimos do segundo tempo de uma final contra a Argentina. É lindo. O dia da convocação separa os seres humanos entre aqueles que vão, ou não, disputar uma Copa do Mundo. Você se prepara, senta em frente à televisão e durante dois minutos assiste à exibição de alguns slides com os nomes dos convocados. Xinga quando aparece o Josué e vibra com o Kaká. Mas, sabe que o volante pode ser o herói do título e o craque pode voltar para o Brasil com algum rótulo pejorativo: gordo, arrumador de meias ou algo parecido. Juntamente com a lista de convocados, temos acesso à numeração dos atletas. “E o que eu quero com os números dos atletas? Eu quero que eles joguem bola e tragam o hexa”, vocês podem afirmar indignados. Concordo, mas em época de Copa toda esquisitice pode e deve ser respeitada. A partir de hoje, todo o clima de pré-Copa se desfaz, dando lugar aos 30 dias que servirão para conhecermos o campeão do mundo. A Copa terá o sabor doce de um gol de Pelé ou o amargor de Paulo Rossi será predominante em 2010? Perguntas que só o desfecho do ritual poderá responder.


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Seleção Brasileira espera voltar da África com o

hexa e mais moral

Histórico recente mostra falta de interesse da torcida nos momentos que antecedem a Copa; torcedores opinam sobre a Seleção em 2010

Miguel Basso Locatelli

Divulgação

Lúcio levanta a taça da Copa das Confederações em 2009; capitão espera repetir o gesto na África do Sul

A Copa do Mundo começa hoje, mas o torcedor brasileiro perdeu boa parte do entusiasmo que tinha antigamente. Talvez esse “desânimo” tenha começado depois do que aconteceu na final de 1998, na goleada, de 3 a 0, com show do craque Zinedine Zidane, da seleção da França. O problema começou antes mesmo de aquela Copa começar, quando Romário fora cortado e ficara fora da competição. O Brasil foi bem e chegou à final, a qual seria disputada contra a dona da casa. O Brasil contava com excelentes jogadores e, principalmente, com Ronaldo, o melhor jogador do mundo na época. Já a França contava, e muito, com a força da torcida para levantar a taça. O lado francês venceu. Antes mesmo de começar a partida, o “Fenômeno” teve problemas e nem em campo entraria. Porém, foi para o jogo e, nitidamente, aparentou estar mal. Os motivos até hoje geram dúvidas e comentários de que a Copa poderia ter sido “vendida”. No Mundial seguinte, em 2002, a torcida brasileira estava desconfiada, pois não sabia o que poderia acontecer. A equipe se classificou na última rodada e o torcedor não tinha esperanças. Porém, o técnico Luiz Felipe Scolari, o Felipão, não cedeu à pressão

popular, deixou Romário de fora e mostrou toda seriedade que exibiu por onde passou. A equipe venceu os sete jogos e conquistou o pentacampeonato, com dois gols do “Fenômeno” na final, se redimindo do que havia acontecido quatro anos antes. Em 2006, quando a Seleção foi bem nas Eliminatórias, se classificou em primeiro, conquistou a Copa América e também a Copa das Confederações, a torcida brasileira voltou a ter uma motivação, mas não como antigamente, pois o futebol não era bonito e os jogos da equipe aconteciam, normalmente, fora do país, o que distanciava o torcedor do time. Na hora da Copa, sofrimento e mais uma derrota para a França, desta vez, nas quartas-de-final. Mais uma Copa que chega, agora na África do Sul. O técnico é Dunga, que já foi jogador e capitão da Seleção. Inclusive, foi Dunga que levantou a taça no tetracampeonato em 1994. O estilo Dunga parece muito com o de “Felipão” e, para os supersticiosos, ele também não cedeu à pressão popular, deixando nomes como Ronaldinho Gaúcho, Paulo Henrique “Ganso” e Neymar fora da Copa. Com o vexame em 2006 e toda a “revolta” da torcida por não convocar os “meninos” que apresentavam bom futebol, além de o futebol ser cada vez mais tratado como um negócio, a empolgação da torcida vai diminuindo. Entretanto, isso acontece até a bola rolar, depois disso, os mais de 190 milhões de brasileiros param para assistir ao espetáculo da Copa e aos jogos da Seleção. Histórico nas Copas O Brasil é a única seleção a participar de todas as Copas, além de ser a mais vitoriosa, com cinco títulos. Tudo começou em 1930, no Uruguai, onde a equipe acabou sendo eliminada ainda na primeira fase. Quatro anos depois, na Itália, os dirigentes prejudicaram a Seleção, que foi eliminada ainda na primeira partida. Em 1938, o melhor resultado, um terceiro lugar na França, vencendo a Suécia na disputa de terceiro lugar, com destaque para Leônidas da Silva, que foi o artilheiro. Depois disso, a Copa só voltou a ser disputada em 1950, e justamente no Brasil. A equipe era a grande favorita, jogava em casa, goleou as fortes equipes da Suécia e Espanha, mas na final, quando um empate daria o primeiro título ao país, sofreu uma virada doída para o Uruguai, 2 a 1. O

Maracanã silenciou. Em 1954, na Suíca, comemorando os 50 anos da FIFA, a Copa do Mundo teve, pela primeira vez, cobertura da televisão. Foi também a primeira Copa em que o Brasil usou o uniforme com a camisa amarela e o calção azul, já que, na Copa de 50, a camisa branca e o calção azul foram considerados um azar para a Seleção. O primeiro título mundial veio em 1958, na Suécia. A final foi contra a dona da casa e a Seleção teve que jogar com camisas azuis. Goleada. Brasil 5 a 2, com um menino chamado Pelé – apenas 17 anos -, começando a se destacar. A Copa seguinte marcou o bicampeonato, no Chile. Venceu a Tchecoslováquia na final por 3 a 1. Em 1966 a expectativa em cima da Seleção era grande, principalmente à espera do tri. Não aconteceu e só veio em 1970, quando a Itália sofreu e foi goleada por 4 a 1, no estádio de Azteca, no México. Depois do Tri, a Seleção “parou”. Conquistou um quarto lugar na Alemanha Ocidental em 1974, um terceiro lugar na Argentina em 78 e, em 1982, tudo parecia que iria mudar. A Seleção contava com jogadores como Zico, Falcão, Sócrates e apresentava um futebol bonito, considerado o melhor do mundo. Porém, o italiano Paolo Rossi fez os três gols na vitória por 3 a 2 e acabou com o sonho brasileiro. Novamente no México, em 1986, a França apareceu no caminho brasileiro e desclassificou o Brasil nos pênaltis. A Copa de 1990 era o começo de Romário na Seleção, mas o “baixinho” sofreu uma lesão e acabou sendo um dos motivos da eliminação da Seleção, além da falta de união do grupo. Vinte e quatro anos se passaram e o brasileiro não sabia mais o que era ganhar uma Copa do Mundo. Voltou a comemorar nos Estados Unidos, em uma final dramática contra a Itália, que acabou nos pênaltis. O italiano Roberto Baggio chutou a bola na arquibancada e provocou a festa do povo brasileiro, que comemorava, agora, o seu tetracampeonato. As três Copas seguintes, já analisadas, levaram o Brasil a duas finais e uma conquista, o pentacampeonato. Após o vexame da última Copa, a esperança é que a seriedade de Dunga seja transferida para os jogadores e que eles possam demonstrar um bom futebol, tornando possível a conquista do tão sonhado Hexacampeonato.


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GRUPO

A

Lucas Kotovicz Um grupo com dois países campeões mundiais e um paíssede não pode ser considerado fácil. E definitivamente não é. Embora a África do Sul tenha participado pela primeira vez de uma Copa do Mundo em 1998 (o movimento apartheid impediu a criação de uma seleção nacional oficial até 1991), os Bafana Bafana obtiveram sua melhor colocação em 2002, quando a equipe ficou criteriosamente empatada com o Paraguai na segunda colocação do grupo, perdendo a classificação no número de

GRUPO

B

- África do Sul Número de participações: 3 Melhor colocação: Primeira fase em 1998 e 2002 Craque da equipe: Pienaar (M) – Everton - ING

- México Número de participações: 14 Melhor colocação: Quartas de final em 1970 e 1986 Craque da equipe: Rafa Márquez (D) – Barcelona - ESP

- França Número de participações: 13 Melhor colocação: Campeã em 1998 Craque da equipe: Franck Ribery (A) – Bayern Munique - ALE Divulgação

cartões amarelos. Se o México ainda não é campeão mundial, a equipe atual certamente buscará uma boa colocação, isto porque venceu em seu último amistoso a atual campeã mundial, Itália, por 2x0 e sobrando em campo. O maior título do México é a Copa das Confederações de 1999, mas em Copas a sua melhor colocação são dois sextos lugares: em 1970 e 1986. Há muito tempo nossos vizinhos uruguaios não são campeões mundiais. Os títulos são dois: na primeira Copa, em 1930, e contra o

Brasil, naquele fatídico dia 16 de Julho de 1950, quando as 170 mil pessoas presentes no Maracanã se calaram. E precisamos mesmo falar da seleção francesa? Carrasca da seleção brasileira, a França possui um titulo mundial, o de 1998. Não passou da primeira fase em 2002, mas chegou novamente à final em 2006. A indefinição cerca o grupo A. Todos veem a França como potencial líder, mas após a vitória do México contra a Itália, a certeza virou “talvez”. E a segunda colocação? Fica com a sede da Copa, fica com o forte México ou fica com o bicampeão Uruguai? É esperar para ver.

- Coreia do Sul Número de participações: 8 Melhor colocação: 4º lugar em 2002 Craque da equipe: Park JiSung (M) – Manchester United - ING

- Grécia Número de participações: 2 Melhor colocação: Primeira fase em 1994 Craque da equipe: Sotirios Kyrgiakos (D) –LiverpoolING

Pienaar - Argentina Número de participações: 16 Melhor colocação: Campeã em 1978 e 1986 Craque da equipe: Messi (A) – Barcelona - ESP

- Nigéria Número de participações: 4 Melhor colocação: Oitavas de Final em 1994 e 1998 Craque da equipe: Obi Mikel (M) – Chelsea – ING

presa, a Nigéria foi às oitavas como a primeira colocada de seu grupo, enquanto a Grécia não somou um único ponto sequer. Aliás, a Grécia nem ao menos balançou as redes do gol adversário. Resultado: última colocação em 1994. Naquele ano, a Nigéria encarou a Itália na fase seguinte, e foi só na prorrogação que a equipe europeia conseguiu vencer. Na Copa seguinte, em 1998, lá estava a seleção nigeriana. E novamente, classificada em primeiro lugar num grupo que tinha Espanha, Paraguai e Bulgária. Porém, mais um tropeço nas oitavas-de-final. Em 2002, a Nigéria decepcionou,

e acabou na última colocação de seu grupo, não passando da primeira fase junto com quem? Argentina, terceira colocada daquele grupo. Este rápido histórico mostra que a seleção de Maradona tem tudo para se classificar em primeiro no grupo, com sobras. Bicampeã polêmica (partida contra o Peru em 1978 e classificação às semifinais com um gol de mão de Diego Maradona em 1986, ano do bicampeonato), a equipe argentina possui um ótimo elenco, mas há quem diga que Messi não rende o esperado quando veste a camisa de seu país.

Divulgação

Lucas Kotovicz

Messi

- Uruguai Número de participações: 11 Melhor colocação: Campeão em 1930 e 1950 Craque da equipe: Diego Forlan (A) – Atlético de Madrid - ESP

O grupo B é, teoricamente, um caminho fácil para a Argentina. Nossos hermanos, bicampeões mundiais, encaram países sem bom histórico em Copas do Mundo. Dentre os três restantes, a Coreia do Sul é quem possui a melhor colocação: quarto lugar, na Copa do Mundo de 2002, jogando em casa e eliminando, nas quartasde-finais, a poderosa Itália. Já a seleção grega participa pela segunda vez de uma Copa do Mundo. Na primeira, em 1994, a Grécia caiu, coincidentemente, no grupo da Nigéria. Naquela época as duas equipes eram estreantes em Copas. Sur-


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GRUPO

C

Humberto Frasson Há 44 anos, a seleção inglesa não chega a uma final de Copa do Mundo e, por incrível que pareça, o título ganho quando o país foi sede da Copa é o único dos criadores do futebol. A seleção também não ganhou nenhuma Eurocopa. Dessa vez, o céu da Inglaterra vem sem algumas estrelas, como o maestro do time, David Beckham, que se machucou sozinho em março deste ano

GRUPO

D

Klose

- Inglaterra Número de participações: 14 Melhor colocação: Campeã em 1966 Craque da equipe: Wayne Rooney (A) – Manchester United - ING

- EUA Número de participações: 8 Melhor colocação: 3º lugar em 1930 Craque da equipe: Landon Donovan (M) – Los Angeles Galaxy – EUA

- Eslovênia Número de participações: 2 Melhor colocação: Primeira fase em 2002 Craque da equipe: Samir Handonovic (G) - Udinese ITA

- Argélia Número de participações: 3 Melhor colocação: Primeira fase em 1982 e 1986 Craque da equipe: Nadir Belhadj (D) – Portsmouth – ING Divulgação

e o chefe da zaga, Rio Ferdinand, que se contundiu as vésperas da Copa. Mesmo sem os principais jogadores, o English Team é considerado um dos favoritos, mas deve chegar no máximo à uma semi-final. A disputa para o segundo lugar também não deve trazer muitas surpresas. As três outras seleções não possuem grande histórico nas copas; a melhor colocação foi a dos norteamericanos na primeira

Copa, em 1930, e hoje eles são considerados favoritos para ficar com a segunda vaga. O time possui nomes como Landon Donovan e Carlos Bocanegra, que dão sustentação à equipe. A Argélia pode aparecer como grande surpresa, visto que sua melhor participação foi em 1982 , com um 13º lugar. Por baixo corre a Eslovênia, que ficou apenas em 30º lugar na única vez que disputou uma Copa, em 2002.

- Alemanha Número de participações: 18 Melhor colocação: Campeã em 1954, 1974 e 1990 Craque da equipe: Miroslav Klose (A) – Bayern de Munique - ALE

- Sérvia Número de participações: 11 Melhor colocação: 4º lugar em 1930 e 1962 Craque da equipe: Nemanja Vidic (D) – Manchester United - ING

- Gana Número de participações: 2 Melhor colocação: Oitavas de final em 2006 Craque da equipe: Asamoah Gyan (A) – Rennes - FRA

- Austrália Número de participações: 3 Melhor colocação: Oitavas de final em 2006 Craque da equipe: Tim Cahill (M) – Everton - ING

Humberto Frasson

isto não impede que o time venha lutar pelo quarto titulo mundial, e os números indicam que o sonho é possível. Desde que estreou em mundiais, a Alemanha não passou mais de 20 anos sem levantar a taça. Correndo pelo segundo lugar ou para surpreender a todos vêm Austrália, Sérvia e Gana; a última chegou às oitavas-definal na Copa de 2006, quando foi eliminada pelo Brasil.

A Austrália chega depois de ter escolhido disputar as eliminatórias com o continente asiático, e não mais com a Oceania; isto para que fosse possível aumentar o nível de seu time. E por fim a Sérvia, que está estreando como independente, visto que é sucessora da ex-Iugoslávia e Sérvia e Montenegro. Este deve ser o segundo grupo mais disputado do Mundial, atrás apenas do grupo G.

Rooney

Divulgação

A Alemanha é uma das seleções que sempre aparece como favorita ao título; desta vez não é diferente. Mas, como nesta copa a bruxa está solta, o pragmatismo alemão não escapou das contusões e acabou perdendo seu principal nome, Michael Ballack, um mês antes do início da competição. Ainda assim,


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GRUPO

E

- Holanda Número de participações: 9 Melhor colocação: Vicecampeã em 1974 e 1978 Craque da equipe: Arjen Robben – Bayern de Munique - ALE

Mesmo sendo um dos grupos mais equilibrados da Copa, o grupo E não deve apresentar surpresas. A Holanda surge como grande favorita para conquistar o primeiro lugar. A boa campanha nas eliminatórias reacendeu a confiança do povo holandês de ver a seleção nacional disputando o título mundial no dia 11 de julho em Johannesburgo. A laranja mecânica foi uma das primeiras a se credenciar para o mundial, vencendo to-

GRUPO

- Camarões Número de participações: 6 Melhor colocação: Quartas de Final em 1990 Craque da equipe: Samuel Eto’o – Internazionale - ITA

- Japão Número de participações: 4 Melhor colocação: Oitavas de Final em 2002 Craque da equipe: Shunsuke Nakamura – Yokohama Marinos - JAP Divulgação

Sidney da Silva

F

- Dinamarca Número de participações: 4 Melhor colocação: Quartas de Final em 1998 Craque da equipe: Nicklas Bendtner – Arsenal - ING

das as oito partidas disputadas nas eliminatórias. Vice-campeã em 1974 e 1978, a Holanda tenta sair da “sina do quase”, e para isto conta com o talento do meio de campo Arjen Robben, destaque do Bayer de Munique e principal jogador da seleção nacional. Resta saber se ele se recuperará de uma lesão. A Dinamarca de longe mostra o bom futebol apresentado na Copa de 1998, quando fez sua melhor participação em Copas até ser eliminada nas quartas de final pelo Brasil. Porém, o to-

que de bola rápido do meio de campo que arma com facilidade o contragolpe deve credenciar a equipe a disputar o segundo lugar do grupo com Camarões. A seleção camaronesa não é das piores e sempre chega com força em Copas do mundo. Os japoneses não atravessam um bom momento e perderam os últimos quatro jogos antecedentes ao mundial. O destaque da equipe é o talentoso e experiente Shunsuke Nakamura, que será responsável por conduzir a equipe a uma improvável classificação à segunda fase.

- Itália Número de participações: 17 Melhor colocação: Campeã em 1934, 1938, 1982 e 2006 Craque da equipe: Cannavaro (Z) – Juventus ITA

- Paraguai Número de participações: 8 Melhor colocação: Oitavas de final em 1986, 1998 e 2002 Craque da equipe: Roque Santa Cruz (A) – Manchester City – ING

Robben - Nova Zelândia Número de participações: 2 Melhor colocação: Primeira fase em 1982 Craque da equipe: Christopher Killen (A) Middlesbrough - ING

- Eslováquia Número de participações: 9 Melhor colocação: Vicecampeã em 1934 e 1962 Craque da equipe: Hamsik (M) – Napoli - ITA

paraguaia chega forte a esta Copa do mundo. Roque Santa Cruz e o volante Vera são os destaques da equipe guarani, que junto com a Itália deve carimbar o passaporte para próxima fase. Duas vezes vice-campeã mundial. É tentando relembrar estes bons momentos que a hoje Eslováquia tentará uma façanha na Copa da África do Sul. Antes de se tornar independente da República Checa e ainda sob o nome de Tchecoslováquia a seleção havia disputado as finais de 1934 na Itália e 1962 no Chile, sendo derrotados então por italianos e brasileiros,

respectivamente. A missão dos eslovacos é tentar parar os paraguaios no jogo que deve decidir o segundo lugar do grupo F. Um dos times mais fracos da Copa, a Nova Zelândia tenta o que seria a sua maior glória no futebol. Eliminada em 1982 ainda na primeira fase, a seleção tenta o improvável, surpreender as boas seleções de Itália e Paraguai e garantir uma vaga na próxima fase. Tarefa difícil para o time comandado pelo técnico Ricki Herbert. A equipe neozelandesa deve ser uma das presas mais fáceis desta Copa.

Divulgação

Sidney da Silva

Cannavaro

Eleito o melhor jogador da última Copa, o zagueiro Cannavaro comanda a sempre forte defesa italiana. No meio, o experiente Pirlo é o responsável por abastecer o ataque com o sempre perigoso Gilardino. Em um grupo com Paraguai, Eslováquia e Nova Zelândia, os italianos não devem ter dificuldades para alcançar o primeiro lugar. Resta saber se eles terão fôlego para chegar às finais e tentar igualar o número de títulos mundiais do Brasil. Com um ótimo esquema tático e apresentando um futebol surpreendente a seleção


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GRUPO

G

Danilo Georgete A seleção brasileira é a mais forte do grupo, já que o técnico Dunga deu um padrão de jogo consistente ao time. O Brasil certamente vai chegar classificado na última rodada. Só um desastre para que a seleção seja eliminada na primeira fase. Portugal é uma filial do Brasil, já que possui três atletas nascidos no país (Liédson, Deco e Pepe). A se-

- Brasil Número de participações: 19 Melhor colocação: Campeão em 1958, 1962, 1970, 1994, e 2002 Craque da equipe: Kaká (M) - Real Madrid - ESP

GRUPO

- Costa do Marfim Número de participações: 2 Melhor colocação: Primeira fase em 2006 Craque da equipe: Didier Drogba (A) - Chelsea - ING

- Coreia do Norte Número de participações: 2 Melhor colocação: Quartas de final em 1966 Craque da equipe: Jong TaeSe (A) - Kawasaki Frontale JAP Divulgação

leção portuguesa depende muito de Cristiano Ronaldo e tudo vai depender dele. Não vejo Portugal com muitas chances, vai chagar no embate contra o Brasil lutando pela permanência no mundial. A seleção africana tem talento de sobra para rivalizar com os portugueses o segundo lugar. Apesar do seu melhor jogador, o atacante Drogba, correr o risco de não jogar, a Costa do Mar-

H

- Portugal Número de participações: 5 Melhor colocação: 3º lugar em 1966 Craque da equipe: Cristiano Ronaldo (A) - Real Madrid ESP

- Espanha Número de participações: 13 Melhor colocação: 4º lugar em 1950 Craque da equipe: Xavi (M) – Barcelona - ESP

fim tem outros craques, como Yaya Touré e Eboué. É a melhor seleção africana e deve chegar na última rodada brigando com Portugal pela vaga nas oitavas. A Coreia do Norte é a mais enigmática de todas as 32 seleções. Pouco se sabe dos norte coreanos, assim como aconteceu em 1966, quando eliminou a Itália e caiu só nas quartas de final. O time de novo pode ser tanto coadjuvante, quanto uma zebra.

- Chile Número de participações: 8 Melhor colocação: 3º lugar em 1962 Craque da equipe: Humberto Suazo (A) - Zaragoza - ESP

Kaká

- Suíça Número de participações: 9 Melhor colocação: Quartas de Final em 1934, 1938 e 1954 Craque da equipe: Frei (A) – Basel - SUI

- Honduras Número de participações: 2 Melhor colocação: Primeira fase em 1982 Craque da equipe: Suazo (A) Genoa - ITA

nial (Marcelo Bielsa). O Chile aposta no futebol leve e ofensivo e rivalizará com os espanhóis. Se ficar em primeiro pode surpreender e chegar entre os oito melhores do mundial. Se a Suíça estivesse em outro grupo poderia almejar com mais facilidade uma vaga nas oitavas. O eterno

ferrolho suíço pode complicar os favoritos latinos, e se conseguir arrancar um empate com algum deles, entra na briga do grupo. Como patinho feio, a seleção hondurenha não vai passar de mera participante. O objetivo é não passar vergonha; estar na Copa já está de bom tamanho para eles.

Divulgação

Danilo Georgete

Xavi

A Espanha é a melhor seleção da atualidade, mas em copas sempre sente a pressão. No jogo contra o Chile vai brigar pelo primeiro lugar e deve passar fácil pela primeira fase. A seleção chilena é um bom time e tem um técnico ge-


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Fernando de Castro e Luiz Felipe Marques Escrevem semanalmente sobre bares; sempre às sextas-feiras castro.jorn@hotmail.com | lfmarques@gmail.com Divulgação

Chama o Garçom

Uma copa pra levantar os canecos!

Futebol e bar têm tudo a ver. Reunir os amigos, pedir aquela gelada e torcer (ou simplesmente apreciar) é um ritual quase unânime entre os fãs do esporte. Imaginem, então, no período de uma – tão bem quista, tão desejada e só realizada após longos intervalos de cada quatro anos – Copa do Mundo. Este sentimento cresce muito mais, assim como tudo que se refere ao esporte. Os bares oferecerem promoções, criam horários especiais e decoram seus ambientes: tudo para atrair seus clientes nos horários nada ortodoxos em que as partidas costumam ser transmitidas por aqui. Portanto, a coluna Chama o Garçom não poderia ficar de fora dessa edição especial e oferece aos leitores um pequeno guia – para todos os gostos e bolsos – de alguns dos bares de Curitiba que prepararam novidades para os torcedores. Comecemos pelo Kaes Bar, que passou por ampla reforma recentemente e equipou os dois ambientes internos com televisores que exibirão todos os jogos do mundial. Isso mesmo, nunca houve uma

desculpa tão boa para ir ao boteco às oito e meia da manhã! Para atender as necessidades dos fanáticos, o bar oferecerá um cardápio diferenciado de café da manhã, assim como ‘shots’ personalizados e coloridos para várias seleções participantes (os quais indicamos que sejam consumidos apenas à noite, mas a escolha, é sempre do cliente/leitor). O ‘shot’ brasileiro, por exemplo, virá em uma mistura heterogênea nas cores da bandeira, composto por licor de menta, licor de banana e Curaçao Blue. Para os jogos da nossa seleção o bar também preparou uma ótima promoção: cliente que tiver a caneca do Kaes (vendida por R$10), ganha uma rodada de chope grátis a cada gol do Brasil. Mais um motivo para torcer por goleadas (contamos com vocês, Luis Fabiano,

Grafite e Kaká). O Kaes Bar fica na rua Manoel Pedro, 715, o telefone de lá é (41) 30395671. Com uma proposta diferente, para quem acha que época de Copa é tempo não só de torcer, mas também de gastar muito, o Aos Democratas é outra opção. O bar lançou pacotes especiais para os jogos do Brasil na primeira fase e tem a expectativa de casa cheia, pois recomenda que as reservas sejam feitas antecipadamente. São três possibilidades setorizadas: a do ‘Ambiente Democratas’ é a mais “humilde” – R$50 por jogo, que incluem a entrada no bar e uma camiseta especial. Um pacote intermediário é oferecido no ‘Ambiente Lapa’, R$120 por partida (ou R$100 por jogo, se adquiridos em pacote com as três partidas da primeira fase). Esse pacote inclui, além da entrada e da camiseta – água, refrigerante,

suco, chope Brahma e petiscos à vontade. Finalmente, o ‘Camarote Brahma’ , que possivelmente é o mais custoso de toda a cidade – R$250 cada partida (R$200 com os três jogos). Além de tudo que os anteriores já oferecem inclui também buffet de comidas quentes e frias, espumante e caipirinha. Para garantir seu lugar no Democratas, o telefone de lá é o (41) 30244496 e o endereço, é rua Dr. Pedrosa, 485. Por sua vez, o Clube do Malte, bar especializado em cervejas premium e na gastronomia para sua harmonização, traz três atrativos principais. Começa pelas “Barganhas do Clube”, que apresenta cervejas especiais em promoção durante os dias dos jogos; passa pelo “Palpite Campeão”, um bolão que dará kits da casa aos acertadores; e finaliza na gaveta com o “Desce Mais uma Rodada”, dando de bandeja,

Os bares oferecerem promoções, criam horários especiais e decoram seus ambientes: tudo para atrair seus clientes nos horários nada ortodoxos em que as partidas costumam ser transmitidas por aqui.

literalmente, uma rodada de chope a todos os clientes a cada gol marcado. O Clube, que fica na Av Desembargador Motta, 2200, ainda contará com pratos especiais para cada dia dos jogos. Mais informações pelo telefone (41) 3014-9313. Para fechar a conta e passar a régua, ou para o final dos 45’ do segundo, gol de placa da Mercearia Fantinato. Com a informalidade que vem ganhando clientes e deixando a casa sempre cheia, o bar não terá grandes modificações para a Copa. De maneira geral, só passará a atender no turno matutino e colocará mais uma televisão para seus clientes não perderem detalhe algum dos jogos. O clima ameno, a simpatia da equipe e os pratos mais que brasileiros, já dão o sabor a mais para a torcida pelo hexa. O Fantinato não irá cobrar entrada para a copa, apenas um adiantamento de 10 reais por pessoa (depois convertido em consumação), que servirá como reserva para os jogos. O endereço do bar é rua Mateus Leme, 2553 e o telefone: (41) 3023-1953. Aproveite a época, vá aos bares e torça! De volta, só daqui a quatro anos...


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