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Curitiba, quartafeira, 29 de setembro de 2010 - Ano XI I - Número 599 Jornal-Laboratório do Curso de Jornalismo da Universidade Positivo
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redacaolona@gmail.com Lucas Kotovicz/ LONA
Chance de segundo turno na Presidência movimenta política Pesquisa divulgada pelo Datafolha mostra que a candidata à Presidência da República Dilma Roussef (PT) caiu três pontos na última pesquisa de intenção de voto. A notícia animou os candidatos José Serra (PSDB) e Marina Silva (PV), que tentam as últimas cartadas para levar a eleição para o segundo turno. Pág. 3
Especial
Opinião
“Inimigos” no esporte, parceiros na dança. Brasil e Argentina têm muita história para contar quanto o assunto é samba e tango
Para articulista, Partivo Verde (PV) é incoerente
Págs. 4 e 5
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2 Expediente Reitor: José Pio Martins. Vice-Reitor: Arno Antonio Gnoatto; Pró-Reitor de Graduação: Renato Casagrande; Pró-Reitor de Planejamento e Avaliação Institucional: Cosme Damião Massi; PróReitor de Pós-Graduação e Pesquisa e PróReitor de Extensão: Bruno Fernandes; Pró-Reitor de Administração: Arno Antonio Gnoatto; Coordenador do Curso de Jornalismo: Carlos Alexandre Gruber de Castro; Professores-orientadores: Ana Paula Mira e Marcelo Lima; Editoreschefes: Daniel Castro (castrolona@gmail.com), Diego Henrique da Silva (ediegohenrique @hotmail.com) e Nathalia Cavalcante (nathalia. jornal@gmail.com) .
Missão do curso de Jornalismo “Formar jornalistas com abrangentes conhecimentos gerais e humanísticos, capacitação técnica, espírito criativo e empreendedor, sólidos princípios éticos e responsabilidade social que contribuam com seu trabalho para o enriquecimento cultural, social, político e econômico da sociedade”. O LONA é o jornallaboratório diário do Curso de Jornalismo da Universidade Positivo – UP Redação LONA: (41) 3317-3044 Rua Pedro V. Parigot de Souza, 5.300 – Conectora 5. Campo Comprido. Curitiba-PR - CEP 81280-30. Fone (41) 3317-3000
Curitiba, quarta-feira, 29 de setembro de 2010
Opinião
Não à classificação indicativa
A moda verde das passarelas eleitorais
Willian Bressan
Aline Reis
Brasília, 1976. Sala da censura.De um lado, Gilberto Braga, autor da novela “Escrava Isaura” e representantes da emissora. Do outro, a chefe da censura federal e representantes do governo ditatorial. Em pauta, os primeiros capítulos da história escrita por Bernardo Guimarães e adaptada por Gilberto Braga para a TV Globo. “Se eu não tivesse de férias, não tinham aprovado essa sinopse”, diz. “Mas por quê?”, indaga o autor. “Essa história...é perigosa. Falar de negro? Escravidão? Na televisão? Não pode!”, esbraveja. “Mas por quê? Uma história de amor! Um tema que está nos livros de história!”, argumenta o jovem autor. “Uma página que deveria ser retirada dos compêndios!”, diz a censora levantando-se da cadeira. “Não sei...só a palavra escravo. Isso já coloca ideias na cabeça do povo”, continua. Esperto, o jovem autor se pronuncia novamente: “Mas o problema é a palavra ‘escravo’? Então eu não escrevo mais a palavra escravo!”, anuncia com um sorriso maroto. Nos capítulos restantes, “Escrava Isaura” passou a tratar os negros como “peça” ao invés de “escravo”. Um joguete de criatividade do autor para driblar a censura e manter sua novela no ar. Rio de Janeiro, 2010. Vinte anos após o fim censura autores, diretores e atores começam um movimento com apoio da Associação dos Roteiristas (ARTV), para negociar com o governo os padrões rígidos da classificação indicativa, a censura velada que está ameaçando a criação artística da televisão brasileira. É inacreditável que um país que passou por mais de 20 anos de ditadura e censura rígida estabeleça padrões tão absurdos para que um programa seja aprovado para determinado horário e, pior, este estar sujeito à reclassificação devido ao humor de seus responsáveis. Por exemplo, uma novela é uma obra aberta que, geralmente, possui mais de 200 capítulos. Em uma única cena de “TiTiTi”, atual trama das 19h, a personagem Thaísa (Fernanda de Souza) apareceu vestida em trajes íntimos numa cena que era totalmente voltada para a comédia. No dia seguinte, a Globo recebeu um comunicado que a novela havia sido reclassificada de livre para todos os públicos como “não recomendada para menores de 10 anos”! Critica-se o fato de a atual censura velada analisar apenas uma determina cena – fora de contexto – e, com isso, exigir que a obra seja exibida em determinada horário. Além de ser um processo errado, já que uma novela dura muitos capítulos, essa rigidez interfere constantemente no processo criativo dos autores. “Barganhar” o que se pode e o que não pode em uma obra é voltar aos tempos mais duros da censura. As emissoras não são irresponsáveis de colocar conteúdo com temática adulta às seis da tarde, nem um filme do estilo “Cine Band Privê” às 20h, quando a família está reunida. A responsabilidade deve ser das emissoras junto com os produtores de conteúdo, como diretores e autores. Exigir analisar uma obra pela sinopse os capítulos para que ela seja liberada é voltar a um passado não muito distante e que foi marcado pela repressão da liberdade artística e individual.
Reta final. Menos de uma semana para que ocorra o pleito presidencial. E a moda verde segue crescendo, com oportunismo peculiar do Partido Verde. A sustentabilidade é o pedido da vez. O desenvolvimento sustentável pregado por Marina Silva, que diz sobre a importância de se preservar a Mata Atlântica e cuidar melhor da Amazônia, se contrapõe com os cofres verdes do partido. Uma das empresas patrocinadoras da campanha de Marina Silva é a Natura. A Natura, por sua vez, é propriedade do empresário Guilherme Leal. Este último é vice na chapa de Marina Silva, candidata ao Planalto. Até aí, tudo bem. O problema que permeia esta questão é apenas um: Guilherme Leal, por meio da Natura, está com graves problemas junto ao Ibama e ao Instituto do Meio Ambiente (IMA). Explico o problema. Guilherme Leal usou 80 hectares de uma área de preservação ambiental para construir um luxuoso condomínio residencial na Bahia. Além disso, a abertura de estradas para a construção também foi feita sem autorização dos membros competentes.
As emissoras não são irresponsáveis de colocar conteúdo com temática adulta às seis da tarde, nem um filme do estilo “Cine Band Privê” às 20h, quando a família está reunida.
A incoerência do Partido Verde é aterrorizante. O partido se gaba por ter dissidências do PT, por ter novos membros e por ser o único a pensar no meio ambiente O impasse, logicamente, foi utilizado pelos oponentes de Marina Silva durante a campanha eleitoral. Marina Silva, como sempre, usou de demagogia e jogo de cintura para, dessa forma, ficar ao lado de seu vice. A incoerência do Partido Verde é aterrorizante. O partido se gaba por ter dissidências do PT, por ter novos membros e por ser o único a pensar no meio ambiente. O meio ambiente é uma bandeira fraca. Marina Silva é uma mulher fraca. Olhe que fraca não é o contrário de incompetente. Marina foi bastante competente no Ministério do Meio Ambiente, mas, como era de se esperar, não aguentou a pressão. O oportunismo e a demagogia do Partido Verde têm duas motivações: 1) conquistar pequenos burgueses que não se assumem de direita porque acham feio e 2) para conquistar os votos de pessoas que usam “eco-bags” do Wall Mart, que por sua vez, faz parte de um dos grupos que mais poluem na América. Marina Silva: a grande oportunista. Quando questionada sobre polêmicas como o aborto e a maconha, Marina, novamente, usa de uma educação terna para despistar sua posição. “Sou a favor do plebiscito”, diz. A questão não é como ela vai agir acerca destes temas se eleita e sim QUAL A POSIÇÃO DELA. Basta dizer: contra. Ou a favor. A moda verde está posta na passarela eleitoral. Não vai vingar, sabemos disso. Mas daqui quatro anos, na próxima eleição, talvez o Partido Verde esteja mais coerente com aquilo que prega.
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Eleições 2010
Possibilidade de segundo turno na Presidência agita últimos dias da campanha eleitoral Pesquisa aponta queda no desempenho de Dilma Roussef a cinco dias das eleições Daniel Castro Fotos: Divulgação/ Sites oficiais dos candidatos
A mais recente pesquisa do Instituto Datafolha mostrou queda de popularidade da candidata à Presidência da República Dilma Roussef (PT). Segundo a pesquisa, a petista tem 51% dos votos válidos. Em segundo lugar aparece José Serra (PSDB), com 32%. O terceiro lugar fica por conta de Marina Silva (PV), com 16% da preferência do eleitorado. A margem de erro é de 2%, o que deixa Dilma entre 49% e 53% dos votos. Na pesquisa anterior, a petista aparecia com 54%, portanto, a queda foi de três pontos. A rejeição à candidata atingiu seu ápice levando em conta o período de campanha, chegando aos 27%. Os dados permitiram a especulação de um possível segundo turno, que pode pegar de surpresa muita gente que considerava a eleição ganha por parte de Dilma. Antes da divulgação da pesquisa o colunista de política da Gazeta do Povo, Rogério Galindo, já havia apontado as razões pelas quais ele acreditava na existência de um segundo turno. Após a publicação dos dados, Galindo confirmou as suas expectativas. Segundo o colunista, não foram apenas as denúncias sobre a corrupção na Casa Civil as responsáveis pela baixa no desempenho, já que uma queda da candidata petista já era prevista, tendo em vista que ela atingiu o teto de popularidade quando todos os eleitores passaram a associá-la ao presidente Lula. Por essas e outras, ele acredita na possibilidade de segundo turno. “Acho que mesmo com os atuais índices (se estiverem
certos, claro), já haverá segundo turno. A abstenção no Nordeste e entre os mais pobres prejudica Dilma. A exigência de dois documentos para votar, mais ainda”, afirmou o jornalista no blog Caixa Zero, da Gazeta do Povo. O colinista de política da Folha de Londrina e da CBN Luiz Geraldo Mazza concorda que a queda de Dilma já deveria ser esperada pelo partido. “Quando o candidato chega ao ápice, tem que estar preparado para a queda livre”, afirma. Para Mazza, o trabalho e o envolvimento do atual presidente na campanha assemelham-se ao de um chefe de facção, o que ele coloca como absurdo para a democracia. O fato de os votos de Dilma estarem se transferindo para Marina, e não para Serra, é consequência de um comportamento específico do candidato do PSDB, criticado por Mazza. “A insistência do Serra em respeitar uma possível santidade do presidente Lula não é condizente com o papel de um oposicionista”, explica. Mazza ainda aponta que o PT sentiu a diminuição da diferença entre os candidatos. “O pavor é tão grande que estão usando artimanhas tipicamente fascistas sobre o que chamam de terror midiático”, dispara. Diante deste quadro, aumenta a expectativa para as últimas pesquisas antes das eleições, que acontecem no próximo domingo. Até o final dessa semana outros institutos devem divulgar os seus resultados.
Curiosidade Dados divulgados pelo Datafolha indicaram que 42% dos eleitores não sabem o número do seu candidato para a Presidência da República. 62% dos que votam em Dilma conhecem o número da candidata, enquanto 52% dos eleitores de Serra sabem o seu número. Apenas 32% dos que votam Marina Silva conhecem o número da candidata do Partido Verde.
José Serra (PSDB) conta com a conquista de votos de Marina Silva (PV) para levar as eleições para o segundo turno
Evento promovido pela Kaiser promete eleger a melhor banda de Curitiba Amanda Queiroz Começa hoje a primeira etapa eliminatória do concurso de bandas Kaiser Sound. Trata-se de um festival que vai eleger as melhores bandas de rock, pop, reggae, black e sertanejo de Curitiba e Região Metropolitana e Ponta Grossa. O concurso terá etapas eliminatórias para cada estilo. Assim todos poderão chegar à grande final e concorrer aos prêmios oferecidos pelo Kaiser Sound Festival. O Kaiser Sound Festival 2010 teve suas inscrições abertas até o dia 13 de setembro. Para participar des-
te projeto cultural, que tem aprovação da Lei Rouanet e apoio do Ministério da Cultura, poderiam se inscrever bandas no estilo pop, rock, reggae e Black que possuíssem composições próprias, todos os integrantes com idades acima dos 18 anos e, pelo menos, um dos músicos cursando o ensino superior. A premiação para as bandas vencedoras é um back line (dois amplificadores com cabeçote para guitarra e um cubo com cabeçote para baixo) para a me-
lhor banda do festival, 20 horas de gravação em estúdio profissional para a segunda melhor e 10 horas de gravação em estúdio profissional para o terceiro colocado. As bandas classificadas para a primeira etapa e que irão se apresentar hoje são: Audio Pub, MRVN, Spirax, Uh La La e Trem Fantasma. Haverá sorteio de brindes e instrumentos musicais. O show acontecerá no Ambiental Bar, a partir das 20h e a entrada custará R$ 5, levando uma Kaiser de brinde.
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Dança
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Tango
Samba
Luana Marques Talita Lima Quando falamos de um país, logo lembramos de alguns aspectos de sua cultura. Em se tratando de Argentina e Brasil, a primeira coisa que nos vem à cabeça é o futebol. Porém, dessa vez vam o s f a la r d e dança. D u a s danças sensuais são as principais características desses países: quem falou de tango e samba, acertou! O tango é feito para dançar em par; a mulher é submissa e o homem sofre pelo seu amor, porém a culpa sempre é dela. Tem forma musical de dois tempos e seu compasso é de dois por quatro, seu ritmo intercala o fraco e batidas fortes. Sua coreografia é dançada em linha (ronda), em uma posição cerrada, peito com peito ou face encostada (cara a cara). O tango é um diálogo da sedução: roçar os sapatos, fazer carícias, movimentos de ir e vir. Os bailarinos precisam de habilidade, boa postura, um passo estável e muita coordenação. A mulher bem vestida, geralmente trajando vestidos longos e belos para festas. É uma dança triste, difícil, em que pode se envolver a paixão, o desejo, o agressivo e o drama, com os corpos entrelaçados, sempre repletos de sexualidade. O samba é considerado o ritmo nacional, presente em todas as manifestações populares e culturais, já que é uma dança urbana. Pode ser
Divulgação
dançado em par ou sozinho, mas é necessário muita coordenação nos pés e sem dúvidas muito gingado e molejo. Tocado com instrumentos de percussão como tambores, surdos e timbau, e acompanhado por violão e cavaquinho. Os homens com sapato de bico fino e camisa de linho, e as dançarinas geralmente trajando vestidos curtos ou pequenos biquínis, que normalmente são acompanhados de fantasias exuberantes com muitas plumas e brilho. Em suas letras encontramos frases melódicas muitas vezes de criadores anônimos. As letras também contam sobre a vida e o cotidiano de quem mora nas cidades, dando destaque para a população pobre. No tango há diferentes tendências para o estilo. Inicialmente era chamado de tango criolo. Nos últimos anos, os estilos são diversificados: tango de salão – que é estilo americano e internacional –, tango finlandes, chinês. Há ainda o tango-canção, canyengue, orillero, milonga, romanza e o jazz. No entanto, a maioria destes estilos já não se dançam, e são considerados parte da evolução do tango argentino. Hoje em dia é possível encontrar estilos como tango rock e eletrotango – tango eletrônico. O tango brasileiro era moda no início do século XX na cidade do Rio de Janeiro. Muitos dizem que ele nada mais era que uma denominação do
maxixe, outros contestam essa história, dizendo que há diferença entre as duas danças. A diferença está presente na pausa da primeira semicolcheia do primeiro tempo, que o tango não possui. O tango argentino é considerado o “autêntico”, já que é o mais parecido com o que se dançou originalmente em Buenos Aires. Atualmente, o tango argentino consiste em: tango de salão, milonguero, Novo Tango, show tango ou fantasia. Os
O tango é feito para dançar em par; a mulher é submissa e o homem sofre pelo seu amor, porém a culpa sempre é dela
dançarinos de tango argentino também praticam duas outras danças relacionadas: vals e a milonga. As festas de tango também são chamadas de milonga. O samba surgido no Brasil deriva de um tipo de dança com raízes africanas. O termo tem seu significado ligado às danças típicas tribais do continente africano. Os principais estilos são: samba- enredo, de partido alto, pagode, samba-canção, carnavalesco, samba-exalta-
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conhecido apenas pelo carnaval. Conforme foi se tornando uma expressão urbana, passou a tocar nas rádio s , e s p a l h a n d o -se p e l o s morros e pela zona sul carioca. Inicialmente visto com preconceito, passou a conquistar a classe média. A partir de então foi sucesso em outros países, como Estados Unidos, Europa e Japão. Charles Romuald Gardés, nascido em 11/12/1890 em Toulouse, França, cantor, compositor, mais conhecido como Carlos Gardel, é sem dúvidas o mais lembrado quando se trata de tango, em especial para os apreciados argentinos de música. "Mi Noche Triste", de sua autoria, é o marco inicial do movimento. Faleceu em 24/08/ 1935 no auge da carreira, em um desastre aéreo na Colômbia. Astor Piazzolla, nascido em 1921, em Mar del Plata, morou nos Estados Unidos, onde estudou bandeon, piano e harmonia. Ao voltar para seu país de origem sua carreira deslanchou e, em 1946, formou sua primeira orquestra. Suas composições foram por várias vezes premiadas e ganhou bolsas de estudos para a França. Fundou o Octeto de Buenos Aires e a Orquestra de Cordas, que revolucionaram a música. Correu o mundo com seu grupo, compôs mais de 300 obras e cerca de 50 trilhas para filmes. Morreu em 4/ 07/1992. Além destes, Alfredo Le Pera, Ángel Villoldo, Aníbal Troilo, Carlos di Sarli, Edgardo Donato, Eduardo Arolas, Enrique Santos Discépolo, Francisco Canaro, Gerardo Matos Rodríguez,
Horacio Salgán, Hugo del Carril, Juan de Dios Filiberto, Julio Sosa, Mariano Mores, Osvaldo Fresedo, Osvaldo Pugliese, Juan D'Arienzo, Julio de Caro, Roberto Firpo, Francisco Lomuto, são alguns dos tradicionais compositores. Perto da primeira música conhecida de samba temos destaque para Sinhô Ismael Silva e Heitor dos Prazeres. Na década de 1930, os grandes sambistas e compositores são: Noel Rosa, autor de Conversa de Botequim; Cartola, de As Rosas Não Falam; Dorival Caymmi, de O Que É Que a Baiana Tem?; Ary Barroso, de Aquarela do Brasil; e Adoniran Barbosa, de Trem das Onze. Entre 1970 e 1980, começam a surgir novos sambistas, com destaque para Paulinho da Viola, Jorge Aragão, João Nogueira, Beth Carvalho, Elza Soares, Dona Ivone Lara, Clementina de Jesus, Chico Buarque, João Bosco e Aldir Blanc. Há ainda importantes sambistas como Pixinguinha, Ataulfo Alves, Carmen Miranda (sucesso no Brasil e nos EUA), Elton Medeiros, Nelson Cavaquinho, Lupicínio Rodrigues, Aracy de Almeida, Demônios da Garoa, Isaura Garcia, Candeia, Elis Regina, Nelson Sargento, Clara Nunes, Wilson Moreira, Elizeth Cardoso, Jacob do Bandolim e Lamartine Babo. Em 1977, a prefeitura de Buenos Aires deu ao dia 11 de dezembro o título de Dia do Tango; a data é uma homenagem a Carlos Gardel e Julio De Caro, músico e compositor; os dois nasceram
O samba é considerado o ritmo nacional, presente em todas as manifestações populares e culturais, já que é uma dança urbana
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ção, de breque, gafieira e sambalanço. A origem do tango não é muito clara. Originou-se nos prostíbulos, bordéis e cabarés, lugares que eram frequentados apenas por homens, na área do Rio da Prata, em Buenos Aires e Montevidéu no final do século XIX com violinos, flautas e guitarras. Há lendas que dizem que em seu início era dançado em prisões por dois homens, daí o fato dos rostos virados, sem se fitar. Fato é que ele nasceu nos subúrbios, depois passou a ser dançada nos bairros mais pobres, um tempo depois foi aceito nas familias mais tradicionais, após a dança ser sucesso na Europa, principalmente em Paris. O batuque transformouse em samba de roda e tem sua origem no Reconcâvo Baiano. Na metade do século XIX foi levado ao Rio de Janeiro pelos negros que vieram da Bahia. Lá nasceu e se desenvolveu no final do século XIX e começo de XX, e adicionou outros gêneros da cidade como a polca, o maxixe, o lundo, o xote e transformou-se no que hoje conhecemos por samba carioca e de carnaval. A música “Pelo Telefone”, de 1917, é considerada o primeiro samba, cantado por Bahiano. A composição teve sua autoria por várias vezes reivindicada, mas acabou registrada por Donga e Almeida. Foi a primeira canção a ser sucesso como samba e assim popularizou o gênero e se espalhou pelo país, adquirindo lugar no mercado musical que até então era
nesse dia. Hoje é um evento nacional e faz parte do calendário cultural de vários países. Em 30 de setembro de 2009, em Dubai, o Tango foi considerado um Patrimônio Cultural da Humanidade da Unesco. Ary Barroso, que compôs “Na baixada do Sapateiro”, sem ter conhecido a Bahia, fez com que o dia 2 de de-
zembro ganhasse o título de Dia Nacional do Samba, pois marcou a primeira visita dele a Salvador. O então vereador Luis Monteiro da Costa fez esta homenagem, que antes só era comemorada em Salvador, mas passou a ser uma data nacional. Em 2005, o samba de roda baiano tornou-se um Patrimônio da Humanidade da Unesco.
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O samba surgido no Brasil deriva de um tipo de dança com raízes africanas. O termo tem seu significado ligado às danças típicas tribais do continente africano
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Willian Bressan
Vinícius Stempniak
Escreve quinzenalmente sobre televisão, às quartas-feiras wbressan@gmail.com
Escreve quinzenalmente sobre cinema, às quartas-feiras vinniesteps@hotmail.com
Televisão
Cinema
Mocinha de novela está com os dias contados
Vingadores, Cameron e Mercenários
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A mocinha Diana, de Passione, não convenceu e morrerá nos próximos capítulos
Uma atuação fraca e sem brilho. Uma magreza excepcional e um desempenho sofrível. Estes são os “melhores” elogios para a atuação de Carolina Dieckmann na novela “Passione”, da Globo. Tanto é assim que o público reclamou, e o autor Silvio de Abreu atendeu. A personagem Diana, interpretada pela atriz, será morta com um tiro no peito no capítulo 126, que irá ao ar no dia 9 de outubro, e deixará a trama. É a primeira vez na história da telenovela brasileira que a mocinha será retirada da trama por não agradar ao grande público. É claro que já houve rejeição, como em “Por amor”, de Manoel Carlos, na qual os fãs fizeram até campanha para que a “chata” da Maria Eduarda (Gabriela Duarte) morresse. A preferência pela vilã Laura (Vivianne Pasmanter) era gritante. No fim, no entanto, a mocinha alcançou a redenção perante o público e pôde, enfim, ter o final feliz ao lado de Marcelo (Fábio Assunção). Mais recentemente, Helena (Taís Araújo) em “Viver a vida” do também Manoel Carlos, foi rejeitada pelo público. No entanto, na época, a personagem apenas perdeu espaço para Luciana
(Alinne Moraes), que se tornou, de fato, a grande protagonista da história. Cabe um questionamento: seriam os personagens tão planos (sem emoções) os culpados pelas rejeições das mocinhas ou as atrizes não estariam sabendo mais desenvolver as heroínas românticas? Fico com a segunda opção. Taís ficou muito aquém do se esperava da primeira protagonista negra no horário nobre. A magreza e o nariz empinado de Carolina Dieckmann soavam extremamente falsos na caracterização da jornalista Diana. E algo me diz que a mocinha Marina (Ana Paula Arósio), de “Insensato Coração”, a próxima novela das oito, também será rejeitada. Ana Paula Arósio fica extremamente insuportável vivendo heroínas românticas. E quando a situação mudará? Em “Fina Estampa”, de Aguinaldo Silva, na qual Lilia Cabral interpretará uma personagem com forte pegada popular. Salve-se quem puder, pois nem as mocinhas – que antes eram intocáveis – estão seguras de serem limadas da novela das oito.
'Os Vingadores' usará tecnologia de 'Avatar' Em entrevista ao Vulture, o ator Mark Ruffalo falou sobre o seu Hulk em 'Os Vingadores'. "Estou superansioso, pois ninguém tinha realmente interpretado o Hulk, de fato. Ele sempre era um boneco criado por CGI. Agora, usaremos a mesma tecnologia de captação de movimento de Avatar, então eu serei o Hulk mesmo", revelou. A tecnologia de captura de movimento permite que o personagem em CGI utilize os mesmos trejeitos do ator. As filmagens de 'Os Vingadores' (The Avengers) começam em Fevereiro de 2011. Joss Whedon, ('Buffy - A Caça Vampiros') assume a direção. A Marvel havia oferecido o projeto a Jon Favreau ('Homem de Ferro 1 e 2'), que supostamente recusou devido ao baixo salário. James Cameron é o mais poderoso e influente na indústria cinematográfica O The Guardian listou as 100 pessoas mais poderosas e influentes na indústria cinematográfica mundial. A
lista conta com diretores, atores, produtores, roteiristas e personalidades. Não deu outra: O "Rei do Mundo" James Cameron ficou com a primeira posição. O diretor tem os dois filmes de maior bilheteria na história do cinema: 'Avatar' (US$ 2.71 bilhões) e 'Titanic' (US$ 1.8 bilhão). Seu último filme também relançou a moda do cinema 3D. O segundo lugar ficou com Steven Spielberg e o terceiro com Leonardo DiCaprio. Confira a lista completa em cinejoia.com Mais um ator dispensa “Mercenários 2” Sylvester Stallone convidou mais um astro de peso para 'Os Mercenários 2', mas a resposta foi não. John Travolta (Dupla Implacável) revelou que não tem interesse em assinar para a produção, e recusou a proposta para se unir ao grandioso elenco. Jean-Claude Van Damme, Kurt Russell e Steven Seagal foram alguns dos astros convidados que recusaram o projeto. Provavelmente, eles serão chamados novamente. Divulgação
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Cultura
Paixão pelo amarelo A história dos sebos contada por quem aprecia esses espaços Vanessa Dasko O chão é de madeira. Ao andar podemos ouvir os estalos que vêm dos sapatos, quando em atrito com o chão. As prateleiras lembram antigas bibliotecas da época medieval. O cheiro de livros antigos contagia, logo na entrada. Além deles, os gibis, revistas, CDs, discos de vinil e outras curiosidades fazem parte do mundo dos sebos de Curitiba. Quando se entra em um local desses, são descobertos novos horizontes, uma paisagem com prateleiras de páginas brancas e amarelas, que simbolizam a paixão pelo livro e o insaciável caminho ao saber. O primeiro sebo da capital foi fundado em 1944, localizado na Praça Osório, bem no centro da cidade. O pioneiro desse comércio, em Curitiba, foi Cláudio da Luz Reis. “Batizado de Agência Atômica em razão da época da guerra mundial, a ideia do sebo veio após a viagem de meu avô para Paris”, conta o neto Denizard Reis de Andrade, que cresceu em volta dos livros. As primeiras atividades do comércio consistiam na venda, compra e troca de livros, revistas e gibis. O sebo mudou, e ganhou outro nome, passou a se chamar “Ao Desaperto”. O estabelecimento mudou-se para a Rua Desembargador Westphalen, em homenagem as pessoas que iam visitar o local e desapertar as necessidades financeiras com a venda de livros. Atualmente, o primeiro sebo de Curitiba está na Rua Emiliano Perne-
ta e é conhecido como Feira de Livros Usados desde 1956. “Quando eu tinha dez anos de idade eu já frequentava o sebo da minha família”, conta Andrade. Neto do fundador do primeiro sebo de Curitiba, hoje é ele quem está à frente da Feira de Livros Usados. “O livro mais antigo que tenho é datado de 1841, do autor Goethe. É um livro alemão”, lembra. Para ele, o que atrai os visitantes são os preços acessíveis e a versão original de livros que não são reeditados. Entre os frequentadores do primeiro sebo da cidade estavam o escritor Dalton Trevisan, Jaime Lerner. Nos sebos também é possível encontrar obras brasileiras consideradas raras, como as edições mais antigas de Machado de Assis e de José de Alencar. Dedicatórias, bilhetes e outros materiais curiosos podem ser encontrados nos comércio de livros usados. “O que me impressiona em livros de sebos são as dedicatórias que já encontrei”, afirma a psicóloga Marianne Trevisani. Ela já perdeu a conta de quantas mensagens já leu e diz que fica sempre uma dúvida sobre o mistério que envolve as palavras pintadas nas páginas dos livros. “É muito curioso ler as mensagens”. Para ela o livro vendido no sebo pode até ser uma forma de desprender-se de um objeto que já não se quer mais e ainda uma forma de compartilhar o bem com outras pessoas.
Um livro que foi para um sebo e retorna algum dia nas mãos do dono pode ser um tesouro na vida. “Teve uma vez que um rapaz encontrou um livro com uma dedicatória de um pai para uma filha, que por coincidência era sua amiga”, conta Andrade. Segundo ele, o livro circulava pelos sebos até que chegou à Feira de Livros Usados. A relíquia encontrada pelo amigo foi devolvida para a dona, que estava morando no Amazonas, norte do país, após 50 anos. Andrade revela que sente saudades do romantismo e leitura que existiam antigamente. “Hoje ainda é possível aliar as duas coisas, só que está cada vez mais raro”, diz. Para ele, com o acesso à internet, muitas pessoas não têm mais tempo para folhear bons livros. “Nem eu que trabalho no sebo consigo ler o que quero e com tempo”, acrescenta. O estudante de jornalismo Vinicius Ferreira conta que frequentou sebos da cidade, na busca por livros com preços acessíveis. “O que me chama a atenção no comércio dos sebos são os preços dos livros, muito mais em conta do que em livrarias”, diz. Ferreira também revelou que o cheiro dos livros, misturados com as páginas antigas fazem uma boa combinação. “Gosto do cheiro que sinto ao folhear livros que compro nos sebos”, lembra. Segundo ele, somente livros comprados em sebos despertam a sensação.
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Sebos na rede virtual Não é só fisicamente que podemos encontrar sebos. Esse estilo de comércio também está funcionando nas redes virtuais. Traça Livraria e Sebo é um dos maiores sebos online e fica no Rio Grande do Sul. No site do sebo é possível encontrar livros usados, raros e alguns que têm autógrafos dos próprios autores. A Estante Virtual é um site que reúne mais de 430 sebos em mais de cem cidades do país. Por um sistema de busca é possível encontrar os livros e até realizar compras pela internet. Em Curitiba, os sebos também se atualizaram e estão até inovando. A maioria já tem um site na internet e insere a lista com os livros disponíveis no acervo e até solicitações e reservas de pedidos. E a novidade do momento é a locação de livros. O site www.locacaodelivros.com.br possui vários acervos disponíveis para consulta na internet e com possibilidade de locação. A entrega e coleta dos livros são feitas apenas uma vez por semana, para cada bairro ou região da cidade. Os livros chegam na casa do leitor e a locação custa em média R$6. Dúvidas ou informações podem ser obtidas através do email cliente@locacaodelivros.com.br. SXC/Ivan Vicencio
Quando se entra em um sebo, são descobertos novos horizontes, uma paisagem com prateleiras de páginas brancas e amarelas, que simbolizam a paixão pelo livro e o insaciável caminho ao saber
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Cultura
UP
traz exposições mensais ao campus
Exposições buscam apresentar informações sobre os mais variados temas
Menu Nathalia Cavalcante
O método O método intitula a peça que traz a história de dois atores iniciantes que se preparam para um teste de elenco. Enquanto esperam, a personalidade de cada um se sobressai, revelada por meio dos egos das personagens. A direção musical é assinada por Claudinha Bukowski, DJ e baterista da banda Copacabana Club. Divulgação
Lilian Alves A Coordenadoria de Cultura da Universidade Positivo procura trazer para a instituição apresentações musicais, exposições de artes visuais, exibição de cinema e vídeo, palestras, teatro e espetáculos de dança dos mais variados temas e estilos, tendo como objetivo promover a cultura entre os alunos e à comunidade. “É preciso incentivar o lado crítico dos alunos, e nada melhor do que encontrar esse incentivo no próprio ambiente acadêmico”, conta Alessandra Stella Tulio, coordenadora de cultura da universidade. Os eventos são em sua maioria gratuitos e estão sempre ligados com algum curso da graduação. Uma das últimas exposições que a UP sediou foi sobre botânica. Em parceria com o Centro de Ilustração Botânica do Paraná, a mostra reunia mais de 100 aquarelas de 16 artistas. “Os alunos de ciências biológicas e design visitaram as exposições como se fosse uma ‘aula diferente’”, diz Alessandra. Outra exposição que fez sucesso foi “Darwin: Descubra o Homem e a Teoria Re-
volucionária que Mudou o Mundo”, que permaneceu no campus de 23 de outubro a 30 de novembro do ano passado. A mostra retratava a vida do naturalista inglês Charles Darwin, cujas ideias sobre a evolução das espécies formam a base da biologia contemporânea. “Darwin foi uma parceria com o Instituto Sangari, Originária do American Museum of Natural History de Nova York. A exposição foi adaptada ao público brasileiro pelo instituto”, explica Alessandra. A entrada custou R$ 10 e R$ 5 (meia entrada). A universidade garantiu aos jovens da rede pública do Estado acesso gratuito. Jonathan Pelaquini, hoje estudante de Publicidade e Propaganda, conheceu a universidade através da exposição. “A professora de Biologia trouxe a minha turma. Aprendi muita coisa, que lembro até hoje, e agora estudando aqui, sempre que tem algo dou um jeito de dar uma espiada, porque vale a pena”, comenta. O principal lugar que abriga as exposições é a sala de eventos do prédio da pós-graduação e extensão, mas o objetivo é levar cultura pelo
campus inteiro. “Na biblioteca, próximo ao café, tem um espaço bem bacana para exposições de quadros e obras de arte. Foi feito uma exposição de painéis dos 200 anos da família real, e combinou com o espaço da biblioteca. Procuramos manter sempre algo exposto”, afirma Alessandra. No primeiro semestre do ano passado também foi exposto “Retratos de Artistas Paranaenses”, do colecionador particular Max Conrad. Ficaram à mostra retratos e autoretratos dos grandes nomes da pintura paranaense que nasceram no nosso estado. O objetivo desta mostra foi reunir e valorizar as obras de artistas locais e preservar a memória destes artistas. Pintores como João Turin, Kurt Boiger, Arthur José Nísio, Guido Viaro, Gustavo Kopp e Alfredo Andersen. Foram expostos um total de 113 quadros. Serviço A próxima exposição será a UPassarinho, e estará de 1° a 30 de outubro na biblioteca da UP. O horário de visitação será de segunda a sexta-feira, das 9h às 21h, e aos sábados, das 9h às 15h.
Os eventos são em sua maioria gratuitos e estão sempre ligados com algum curso da graduação. Uma das últimas exposições que a UP sediou foi sobre botânica. Em parceria com o Centro de Ilustração Botânica do Paraná, a mostra reunia mais de 100 aquarelas de 16 artistas
Onde: Espaço Cultural Pé no Palco Quando: 01/10/2010 e 02/10/2010, às 21h. No dia 03/ 10/2010, às 19h Preço: R$ 15 e R$ 7,50
Recital de violão O Quarteto Zenamon apresenta-se no Conservatório de Música Popular Brasileira de Curitiba, nesta sexta-feira. O quarteto foi criado no início deste ano. O nome partiu de uma homenagem a Divulgação Jaime Zenamon, compositor boliviano erradicado no Brasil, fundador do curso de violão na Escola de Música e Belas Artes do Paraná (EMBAP). Onde: Conservatório de Música Popular Brasileira Quando: 01/10/2010, às 20h Preço: R$ 1,00
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Stand-up comedy Marco Luque, um dos integrantes da bancada do CQC, chega a Curitiba para duas apresentações do “Tamo Junto!”. No stand-up comedy de Luque terá piadas e improvisações. Onde: Teatro Positivo Quando: 01/10/2010 e 02/ 10/2010, às 21h15 Preço: Plateia Inferior: R$ 84 e R$ 44 Plateia Superior: R$ 64 e R$ 34