Lona - Edição nº 600

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RIO Á I D do

Curitiba, quinta-feira, 30 de setembro de 2010 - Ano XII - Número 600 Jornal-Laboratório do Curso de Jornalismo da Universidade Positivo

L BRASI

redacaolona@gmail.com

Termina hoje o prazo para tirar a segunda via do título de eleitor Hoje também é o último dia de propaganda política no rádio e na televisão. A noite será marcada pelo debate entre os candidatos à Presidência da República, que acontece na Rede Globo Pág. 3 Aline Reis

Comemoração

LONA chega à edição de número 600 Editorial e depoimentos de editores que passaram pelo periódico comentam a importância da marca alcança pelo jornal. Págs. 2 e 5

Cultura

A criatividade dos cosplays Pág. 8


2 Expediente Reitor: José Pio Martins. Vice-Reitor: Arno Antonio Gnoatto; Pró-Reitor de Graduação: Renato Casagrande; Pró-Reitor de Planejamento e Avaliação Institucional: Cosme Damião Massi; PróReitor de Pós-Graduação e Pesquisa e PróReitor de Extensão: Bruno Fernandes; Pró-Reitor de Administração: Arno Antonio Gnoatto; Coordenador do Curso de Jornalismo: Carlos Alexandre Gruber de Castro; Professores-orientadores: Ana Paula Mira e Marcelo Lima; Editoreschefes: Daniel Castro (castrolona@gmail.com), Diego Henrique da Silva (ediegohenrique @hotmail.com) e Nathalia Cavalcante (nathalia. jornal@gmail.com) .

Missão do curso de Jornalismo “Formar jornalistas com abrangentes conhecimentos gerais e humanísticos, capacitação técnica, espírito criativo e empreendedor, sólidos princípios éticos e responsabilidade social que contribuam com seu trabalho para o enriquecimento cultural, social, político e econômico da sociedade”. O LONA é o jornallaboratório diário do Curso de Jornalismo da Universidade Positivo – UP Redação LONA: (41) 3317-3044 Rua Pedro V. Parigot de Souza, 5.300 – Conectora 5. Campo Comprido. Curitiba-PR - CEP 81280-30. Fone (41) 3317-3000

Curitiba, sexta-feira, 07 de maio de 2010

Editorial

Admirar e refletir Hoje, a Folha de S. Paulo chega a sua edição de número 29.765. No Paraná, a Gazeta do Povo publica o seu número 29.543. Aqui, você, leitor, confere a edição de número 600 do LONA. Fazer parte da história do diário impresso da Universidade Positivo é motivo de honra para todos os alunos do curso que tiveram ou estão tendo esta oportunidade. A possibilidade de aprender com os erros e acertos, no dia a dia do jornal, de fato é uma experiência extremamente gratificante. Pertencer à equipe do LONA é se expor, dar a cara para bater diante de todo público leitor do jornal. Este público se constitui basicamente dos alunos de jornalismo que, por diversas vezes, são os responsáveis por levar o jornal adiante, tornando-o conhecido nas suas redes de relacionamento exteriores à universidade. Dar a cara a bater significa assumir as consequências de erros, que vão desde os créditos em fotos e matérias até equívocos gramaticais, inerentes aos estudantes que estão aqui, dentro desse ambiente universitário, justamente para aprender. A comparação inicial com os números de tradicionais veículos de imprensa brasileiros não foi feita por pura graça. Ela é uma tentativa de chamar a atenção para a importância dos jornaislaboratórios não só na formação dos estudantes, mas para o próprio jornalismo de uma maneira geral. O nosso problema - nós, estudantes de jornalismo -, é a falta de confiança em nossa própria força, de não nos consideramos capazes de mudar o modelo de jornalismo tradicional que tanto criticamos dentro das salas de aula. Aqui vale ressaltar a dificuldade que, muitas vezes, existe em fazer matérias de peso para este jornal. Falar que representa um veículo laboratório não tem o mesmo charme e não causa a mesma empatia do entrevistado do que dizer que faz parte de um grande jornal, seja ele impresso ou eletrônico. Porém, não podemos fechar os olhos para as grandes oportunidades que os veículos laboratórios nos abrem. O primeiro certamente é a diversidade da linha editorial, ou melhor, a não existência desta linha. A mesma página pode conter dois textos com teores políticos e ideológicos completamente diferentes, o que garante a pluralidade que os grandes veículos não conseguem manter por conta dos interesses empresariais e publicitários que precisam conservar. Outra grande oportunidade é a enorme quantidade de material humano que os alunos oferecem. No próximo domingo estaremos atuando em uma equipe de aproximadamente 30 alunos na cobertura das eleições 2010. No Paraná, pouquíssimos meios de comunicação têm essa mesma chance de estar presente e reproduzir com qualidade os bastidores de um momento tão importante do processo democrático de um país. Esta edição comemorativa pede admiração e reflexão. Admiração pela capacidade de manter um veículo diário, com a participação aberta a todos os alunos. Aqui também é necessário ressaltar o empenho de todos os professores que já passaram por este veículo, em especial ao professor Marcelo Lima, apontado de forma justa como “pai do LONA”. A reflexão diz respeito ao papel de cada estudante diante deste jornal. O LONA não é composto por três editores, mas sim por todos os alunos do curso de Jornalismo. Cada um tem a consciência do quanto pode participar do processo de produção do jornal, mas nunca é demais pedir para que haja reflexão sobre o quanto cada

um realmente ajuda e sente-se parte integrante desta história, que hoje chega ao seu capítulo de número 600. Neste momento, em que se discute a liberdade de imprensa no país, e o futuro um tanto quanto incerto dos jornais impressos, precisamos garantir que o nosso veículo laboratório esteja cada vez mais forte e atuante, reproduzindo os acertos e lutando para modificar os erros dos “jornalões” nossos de cada dia. Parabéns, LONA! (Daniel Castro)

Esta edição comemorativa pede admiração e reflexão. Admiração pela capacidade de manter um veículo diário, com a participação aberta a todos os alunos. A reflexão diz respeito ao papel de cada estudante diante deste jornal. O LONA não é composto por três editores, mas sim por todos os alunos do curso de Jornalismo.”

Opinião

SEM Jessica Leite

segurança

No início do mês de setembro um relatório do Tribunal de Contas da União (TCU) revelou que 65% dos órgãos públicos do Brasil não têm uma política de segurança da informação adequada, incluindo universidades, hospitais, órgãos públicos, como a Receita Federal, e até mesmo os três poderes. Isso mostra que esses órgãos não têm controle sobre vazamentos de informações sigilosas, entre outros problemas. Esse relatório foi divulgado devido ao escândalo da quebra de sigilo de dados de pessoas relacionadas ao PSDB. Até hoje, essa história ainda não teve explicação, e segundo a investigação, a resposta de quem foi o mandante dessa quebra não deve sair antes das eleições do dia três de outubro. É um absurdo que o povo brasileiro tenha que passar por isso. A questão não é nem saber se essa quebra de dados sigilosos tem alguma influência eleitoral ou não. Ter acesso a dados de qualquer um é uma falta de respeito com o cidadão, sem contar que é crime. É injusto também que o governo não divulgue a procedência desse ato, pois se existe uma influência política, é direito do povo saber para melhor decidir em quem votar. Até em época de eleição presidencial, o Brasil nos mostra um pouco mais das suas falcatruas e injustiças. O povo precisa analisar e eleger alguém que dê mais segurança a população. É ridículo que dados pessoais sejam acessados por qualquer um a qualquer hora. Isso é crime e não pode acontecer. Agora, punir político é bem mais difícil do que sair atirando e perguntar quem morreu depois.


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Eleições 2010

Hoje é o último dia para tirar a segunda via do título de eleitor Obrigatoriedade de documento com foto gera polêmica a três dias da eleição Daniel Castro Paola Marques Nesta quinta-feira termina o prazo para reimpressão do título de eleitor nos fóruns e cartórios eleitorais de todo Paraná. Essa é a última chamada para quem perdeu seu título e ainda não providenciou um novo. Também termina nesta quinta a possibilidade que os candidatos têm para fazer campanha, tanto nas ruas quanto no rádio e na televisão. Além disso, os comícios ficam proibidos após a meia-noite de hoje. Até a véspera das eleições serão permitidas propagandas com uso de alto-falantes ou amplificadores de som, das 8 horas às 22 horas. No dia da campanha são permitidas manifestações individuais e silenciosas, por meio de adesivos, bandeiras e broches. As eleições do dia 3 de outubro contam com algumas novidades. A primeira é que só o título de eleitor não basta. Para poder votar, é preciso estar com o título e um documento com fotos em mãos. O PT entrou com uma representação no Supremo Tribunal Federal (STF) pedindo a extinção da determinação que obriga a apresentação de documento com foto, alegando sua inconstitucionalidade. Outro detalhe a qual o eleitor deve estar atento é a sequência de votação, já que será preciso escolher dois senadores. A ordem será: um deputado estadual, representado por um número de cinco dígitos, um deputado

federal, número de quadro dígitos, dois senadores que possuem um número de três dígitos e governador e presidente com números de dois dígitos. Para não ter erros na hora de digitar, será possível levar um papel com os números dos candidatos escolhidos anotados. O eleitor também deve ficar atento para a lei que proíbe a entrada na cabine de votação portando celulares, máquinas fotográficas e filmadoras. Quem já está com todos os documentos em dia, mas ainda não sabe o local onde deverá votar, pode consultar no site do TRE-PR no link “zonas eleitorais” o endereço de votação assim como o horário de funcionamento. E quem não estiver na sua cidade de votação não deve ignorar todas essas dicas. É preciso justificar o voto. Para isso, é só comparecer a qualquer zona eleitoral no próximo domingo e pedir para justificar o voto. Depois de seguir essas dicas práticas, é só escolher seus candidatos e votar com consciência. Lei Seca Este ano o Estado do Paraná não terá a vigência da Lei Seca durante o próximo domingo. Portanto, a venda de bebidas alcoólicas estará permitida durante as 24 horas que marcam as eleições. A insipiração vem de São Paulo e Santa Catarina, que também não adotam a lei.

Debate da Rede Globo encerra encontros entre candidatos à Presidência Possibilidade de segundo torno estará em jogo no evento Daniel Castro

Hoje acontece o último debate entre os candidatos à Presidência da República, na Rede Globo. O evento terá a participação de quatro postulantes ao cargo cujos partidos tem representação no Congresso Federal: Dilma Roussef (PT), José Serra (PSDB), Marina Silva (PV) e Plínio de Arruda Sampaio (Psol). O debate começa às 22h30 e terá a mediação do jornalista William Bonner. As regras são as mesmas do evento que confrontou os candidatos ao Governo do Estado do Paraná, que aconteceu na noite de terça-feira. O primeiro e o terceiro blocos terão temas determinados para as perguntas, enquanto o segundo e o quarto terão temas livres. O quinto e último bloco fica por contas das considerações finais. Caso algum candidate falte ao debate, os outros participantes poderão expor para o público a pergunta que fariam para o ausente, e em seguida di-

recionar um questionamento para alguém que esteja presente. A expectativa para o debate aumentou com a última pesquisa divulgada pelo Datafolha e que apontou de desempenho da petista Dilma Roussef, o que poderia levar as elei-

ções para o segundo turno (conforme o LONA noticiou ontem). No entanto, a última pesquisa do Ibope apontou que Dilma venceria neste domingo, já que aparece com 55% dos votos válidos. José Serra aparece em segundo, com 30%, e Marina Silva em terceiro, com 14%.

Lucas Kotovicz

Divulgação

Dilma Roussef e José Serra devem ser protagonistas do debate da Rede Globo

Educação a distância para os pais Curso gratuito ensina responsáveis a prevenir acidentes Ailime Kamaia Quem tem filhos sabe que existem diversas situações em que os pais precisam ficar atentos, pois há riscos dentro e fora de casa. Para evitar um eventual acidente, a ONG Criança Segura está oferecendo aos pais de crianças e adolescentes de até 14 anos a possibilidade de fazer um curso a distância. A novidade para pais, já conhecida dos educadores, aborda a segurança no trânsito, em

piscinas, com comida e até dentro de casa. Tudo para evitar que os pequenos sofram afogamentos, queimaduras, intoxicações e atropelamentos. O curso de 30 horas de duração, divididos em 45 dias, já está com inscrições abertas (vai até o dia 15 de outubro) e conta com 150 vagas. Vídeos e textos informativos devem guiar o pai ou responsável nos cuidados, e para divertir as crianças são

propostas algumas atividades lúdicas. O curso é gratuito e para garantir a vaga basta preencher o formulário disponível no site www.criancasegura.org.br e encaminhar para o e-mail eadpais@criancasegura.org.br. Os 150 primeiros que enviarem o cadastro formam uma turma; o restante entra na fila de espera para aguardar uma próxima edição.


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Curitiba, sexta-feira, 07 de maio de 2010

Cultura

Hip hop na Cidade Zero Grau

O movimento que surgiu nos Estados Unidos ganhou adeptos pelo mundo, difundindo dança, música e arte Maria Ester Chaves Niespodzinski do hip hop. Seus integrantes utilizam sprays para se expressarem em muros e becos da cidade. Não há data certa do ingresso dessa arte na manifestação, o que se sabe, é que surgiu como um instrumento para demarcar becos nas brigas entre gangues estadunidenses. É comum as pessoas confundirem o grafite com a pichação, no entanto, segundo o grafiteiro

Diego Arantes, de 26 anos, mais conhecido como DG, enquanto um é arte de rua e faz protestos, o outro apenas revela conflito entre gangues. A diferença entre eles está tão evidenciada que, recentemente, o deputado federal Geraldo Magela (PT-DF) lançou um projeto de lei que diferencia as duas formas de expressão e regulamenta o grafite.

SXC/Sefton Billington

Estados Unidos. 1929. Crise econômica. Grande Depressão. Desemprego. Dançarinos e músicos vão às ruas em busca de lugar para fazer seus shows. É a partir desse cenário que surge o que hoje chamamos de cultura hip hop. Aflorando dos guetos americanos, a dança de rua foi o primeiro elemento a ganhar espaço. E diferente do que a maioria pensa, hip hop não é um ritmo musical, mas sim um movimento cultural que engloba quatro elementos: DJ, MC, Break dance e Grafite. A ideia inicial do movimento e, que se estende até hoje, é criar disputas com criatividade, sem armas e sem violência. No Brasil, essa manifestação cultural chegou somente na década de 80 e, até os dias de hoje, ainda é muito pouco disseminada. O Break dance é a cultura expressa em forma de dança. Os membros dessa dança de rua são chamados b.boys e b.girls. Há mais de cinco anos, Jean Marco Luzzi, de 21 anos, é dançarino de break. Segundo ele, falta apoio do governo e da sociedade para essa prática em Curitiba. “Nós, b.boys, somos muito discriminados. O que falta são mais campeonatos e lugares para dançar, isso sem correr o risco de sermos expulsos”, lembra. Na cidade Zero Grau, como Curitiba é chamada pelos seguidores da cultura, ocorre um encontro semanal dos b.boys, e acontece no final da tarde de todos os sábados em frente ao Shopping Itália, no centro da cidade. O grafite é a arte plástica

O estilo musical da cultura hip hop quer dizer ritmo e poesia A música O rap – agora sim – é o estilo musical da cultura hip hop e quer dizer ritmo e poesia. É composto pelos DJs, MCs e, mais atualmente, pelos selectas. Os DJs são os mais conhecidos e reconhecidos do grupo. Desde o início têm um papel relevante. Os disc-jóqueis são os “remixadores” das músicas, eles são os responsáveis pela transmissão dos beats (batidas) para os MC´s. Enquanto o DJ tem o papel de remixar, o selecta tem o de selecionar as músicas que serão tocadas. Os MCs são os mestresde-cerimônias e, segundo o MC Cadelis, antigamente, o

MC tinha o papel de apresentar e animar as festas, diferente de hoje, que se tornou a figura principal do show de rap e, por meio de poesias e rimas complexas, é chamado de porta voz da cultura hip hop. O MC Nel Sentimentum atua no hip hop há 15 anos, e lembra a origem do vestuário característico dos integrantes do movimento. “Antigamente, nos presídios, só existia um tamanho de roupa para todos os presos e, aqueles mais magrinhos, acabavam ficando com calças e blusas muito largas. Como boa parte da cultura também se desenvolvia den-

tro das prisões, a moda aca- Balbino: “O hip hop vem do b o u p e g a n d o ” , e s c l a r e c e . lado negro, pobre, inferioriTanto para Cadelis quanto zado e atinge toda sociedapara Nel Sentimentum, o hip de com sua forma, arte e cor. hop, junto com esse mix de É o h i p h o p q u e e s t á a í dança, música e arte, traz para fazer barulho e bater consigo esperança a muitos de frente com uma sociedajovens. “Crianças das perife- de que se finge de surda rias que saem cedo de casa e para este grito de protesto. hoje poderiam estar envolvi- O hip hop vai além, signidas com drogas e com crimi- fica cultura, mas também nalidade, acabam se dedi- significa movimento, arte, cando a um movimento que expressão, paz, amor, luta e está pronto para recebê-los e, direito de igualdade.” com isso, criam uma identidade e um papel SXC/Shutterbug Shootin' dentro da sociedade”, afirma Nel. Isso é comprovado pela pesquisa da socióloga Marcilene Garcia de Souza, que relata que o número de jovens de classe média baixa, envolvidos nesse contexto, ultrapassa os 70% no Brasil. Uma síntese desses fatos existe no livro-reportagem “Hip Hop – Cultura Marginal”, O B r e a k das alunas recém for- dance é a madas, no curso de c u l t u r a jornalismo, pelo Cen- e x p r e s s a tro Universitário de em forma São João da Boa Vista, Anita Motta e Jéssica de dança

O grafite é a arte plástica do hip hop. Seus integrantes utilizam sprays para se expressarem em muros e becos da cidade SXC/Linden Laserna


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LONA 600

Leia nesta página depoimentos de jornalistas que já foram editores-chefes do LONA

Uma experiência real

O dia a dia da redação

Vinicius Boreki Hendryo André

Enquanto estive na faculdade, ser editor-chefe do Lona nunca me pareceu uma experiência que representase a realidade encontrada em qualquer jornal “real”. No entanto, o trabalho sob a pressão de um horário de fechamento, o exercício diário da escrita (escrever também é algo que requer treino) e a prática de editar textos colaboram muito para a formação profissional, sobretudo para quem está interessado em seguir carreira no jornalismo impresso. Quando conheci o dia a dia de um jornal “de verdade”, me dei conta de que nunca tive dificuldade em cumprir os prazos de entrega de matérias, que me comporto com tranquilidade em fechamentos corridos e, mais do que isso, tenho facilidade em apurar rapidamente, quando há necessidade. Essas qualidades não são, de forma alguma, inerentes a mim ou a minha personalidade, mas fazem parte de um treinamento diário, que aconteceu entre os dias 15 de março de 2005 ao final do ano, quanto tive a oportunidade de ser editor-chefe do Lona, em seu primeiro ano cheio de atividades diárias. Boreki é repórter do caderno Vida e Cidadania, do jornal Gazeta do Povo Arquivo pessoal

Foi com satisfação que recebi o convite para escrever um relato sobre a edição número 600 do LONA. Nem tanto pela imponência que essas seis centenas simbolizam para um projeto laboratório – iniciado com periodicidade diária em agosto de 2004; menos ainda, por ter sido o editor-chefe responsável pela edição 300, mas por saber que grande parte da essência deste projeto está consolidada. O que é crucial em um relato como este é o fato de que o jornal, ao longo dos últimos seis anos, propiciou experiências únicas dentro do curso de Jornalismo: a cobertura das eleições em tempo real – que os alunos terão oportunidade de trabalhar no próximo domingo – mostra com propriedade a dinâmica de uma redação, do ritmo da apuração dos votos aos crimes de boca-de-urna; a cobertura dos grandes debates da Rede Teia, por outro lado, faz com que os envolvidos na produção se aprofundem na compreensão dos mais variados assuntos. O dia a dia da redação também, embora seja praticamente redundante a observação de que alguns alunos – em especial, os editores – aproveitem mais o formato que os demais. Não poderia ser diferente, pois estes sorvem cotidianamente o ritmo da produção, ao contrário daqueles que participam com menor assiduidade – isso é um dos ônus que um projeto como este paga. Mas os discentes que podem participar com maior assiduidade do projeto – e isso não é uma crítica a não participação dos demais como falta de interesse, pois a dinâmica do tempo e da produção realmente afeta o envolvimento – aproveitam o jornal por vários motivos: a principal delas é a compreensão do desgaste do trabalho em equipe ao longo do ano letivo, que vai desde a maleabilidade com as contestações dos repórteres – diárias e quase sempre relevantes – até ao como “se virar” quando uma pauta às sete da noite cai. Participar do LONA com afinco, enfim, é uma atividade que transpõe o tempo e que marca a carreira profissional de qualquer pessoa. Atualmente, Hendryo faz mestrado na Universidade Federal do Paraná (UFPR). Na foto está ao lado da namorada Tálita participando do Intercom Sul 2010 Diego Silva

Quando conheci o dia a dia de um jornal “de verdade”, me dei conta de que nunca tive dificuldade em cumprir os prazos de entrega de matérias, que me comporto com tranquilidade em fechamentos corridos e, mais do que isso, tenho facilidade em apurar rapidamente, quando há necessidade


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Entrevista

Os desafios de um artista Arquivo pessoal

Depois de 12 anos de pintura, a artista plástica Jô Sampaio precisou deixar o trabalho porque estava com sintomas de LER Luisa Melara A pintora Joseane Cristina Grando Sampaio, a Jô Sampaio, é conhecida por seus quadros e camisetas, que geralmente levam a figura de um personagem engraçado. Talento e criatividade não faltam para essa gaúcha, que veio para Curitiba ainda pequena. Jô começou a pintar como hobby, mas seu sucesso foi tão grande que a arte virou sua profissão. A artista desenvolveu uma técnica própria de pintar camisetas, no mesmo padrão dos desenhos em quadros que já fazia quando nova. Há aproximadamente um ano uma notícia mudou totalmente a vida de Jô. Os médicos lhe disseram que se continuasse pintando poderia ficar com lesão por esforço repetitivo, a conhecida LER. Na entrevista que ela deu para o LONA, a artista conta como desenvolveu sua técnica de pintura e como foi lidar com as dores nas mãos e nos braços. Como surgiu o seu interesse em trabalhar com pintura? Desde que eu me conheço por gente, que eu me lembre da minha infância, as primeiras coisas que eu pedia eram papel e lápis. Sempre tive essa vontade de pintar e desenhar. Foi por isso que comecei a fazer cursos. Primeiro curso de desenho, depois curso de pintura. Eu nunca fiz faculdade de belas artes, mas sempre fiz um curso atrás do outro. Eu sempre gostava de customizar minhas próprias roupas e todo

mundo me pedia: “Ah Jô, pinta uma camiseta pra mim, faz uma camiseta pra mim”. Daí tive a ideia de começar a trabalhar com isso. Você desenvolveu essa técnica de pintura sozinha? Nunca tinha observado ninguém fazendo? Não, fui autodidata. Fui tentando. Ia fazendo de uma forma que não ficava bom, lavava a camiseta e via que não era bem isso daí. Nessa época veio aquela tinta dimensional que parece um cola. Quando eu fazia o traço do desenho com aquela tinta, e a malha começava a se movimentar e ela começava a quebrar, craquelava a tinta Até que tive a ideia de pintar com pontinhos. Você também pintava quadros no mesmo formato das camisetas. Os quadros eu comecei a pintar, com 11, 12 anos, quando eu comecei a fazer os cursos. Desde criança eu pintava, mas até então não tinha a intenção de trabalhar com isso. Como funcionava o fluxo do seu trabalho? Quantos quadros você chegava a produzir por mês? Na época que eu produzia quadros infantis e tinha uma loja, num mês eu acho que eu chegava a produzir de 20 a 30 quadros. Era uma loucura.

Fiquei bem mal, bem perdida. Daí eu parei e falei: “Não, vou ter que fazer alguma coisa”. Daí comecei a procurar trabalho. Eu não tinha experiência em nada. Eu tinha me formado em Publicidade, mas fazia muitos anos que eu não trabalhava com Publicidade e nem tinha vontade de voltar para a minha antiga área. Aí foi uma loucura

Alguém a ajudava nesta produção? Era só eu. Eu tentei algumas vezes, nos trabalhos das camisetas, quando o volume era muito grande, pegar algumas pessoas para trabalhar comigo. Mas as pessoas tinham que treinar para fazer aquela bolinha bem redondinha. E daí eu não tinha tempo hábil, eu já tava com a loja, tinha que produzir. Até as pessoas treinarem para a bolinha ficar bem redondinha, ir começar a trabalhar. Não deu certo. De onde você tirava inspiração para pintar tantos quadros e camisetas diferentes? Olha, eu não sei. Eu só

sei que tudo que eu via na rua me dava uma ideia. A minha cabeça é muito de pensar, vinha aquele desenho e eu já tinha que colocar no papel. Sempre fui assim, já saía com o rascunho e ficava ali rabiscando. Qualquer coisa que falavam já me dava a ideia de um desenho, um personagem. Quanto mais você trabalha com isso... você desenvolve, parece que a coisa flui naturalmente. Por exemplo, agora que já faz quase um ano que eu não estou mais fazendo, eu já travo. Agora quando eu quero ter ideia para alguma coisa tenho que parar, pensar, rabiscar, pra daí a ideia começar a vir. Tudo é uma questão de treino. Treine a criatividade e ela vem. Como você descobriu que estava tendo sintomas de inicio de LER? Na verdade, não chegou a ser uma LER, eu estava caminhando para aquilo. Chegou a me dar uma inflamação forte no nervo. Eu acordei de manhã e estava com uma bola no dedo inchada, uma dor no pulso. Mas eu achei que fosse um mau jeito, não dei muita importância no começo, mas vi que aquilo não melhorava. Até que, depois de muito médicos, consegui achar uma terapeuta alternativa que fazia massagem no braço. Também fiz trabalhos na mão com argila. Foi um tratamento ótimo para mim. Tirou toda a dor. Inclusive agora, se eu fizer esse tratamento, continuar, ela me falou que nunca mais vai me atacar nada. Mas dá um certo medo de voltar a fazer aqueles trabalhos no mesmo volume. De que maneira este problema afetou sua carreira? Foi como se alguém tivesse puxado o meu tapete. Eu já estava 12 anos trabalhando com isso. Comecei com as telas e depois com as camisetas, mas deu 12 anos de trabalho. E do dia pra noite tive que parar de trabalhar com isso, e na verdade essa era minha vida. Nunca imaginava um dia parar de fazer isso. Então eu fiquei bem mal, bem perdida. Daí eu pa-


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Crônica Luisa Melara

Sangue Sangue Sangue Daniel Zanella

rei e falei: “Não, vou ter que fazer alguma coisa”. Daí comecei a procurar trabalho. Eu não tinha experiência em nada. Eu tinha me formado em Publicidade, mas fazia muitos anos que eu não trabalhava com publicidade e nem tinha vontade de voltar para a minha antiga área. Aí foi uma loucura. Como você enxerga o seu futuro? Agora eu até já poderia voltar a pintar, mas eu nunca mais quero ficar só com isso. Agora eu vou querer ter outro trabalho, alguma coisa mais fixa, garantida, certinha, e levar a pintura bem como hobby mesmo. Eu

não sei, mas eu acho que o artista... Você nunca pensa... Eu nunca pensava que um dia eu teria que parar de pintar por um problema deste. Essas coisas sempre acontecem na casa dos outros. Então é bem difícil. Eu sempre fiquei com a minha cabeça nas nuvens e eu acho que eu não pensava nas coisas daqui da terra. Tem muitas coisas que podem acontecer. Eu acho que a minha criatividade de ficar pensando no que eu vou fazer, no que eu vou pintar, no que eu vou criar, eu acabava que nem me ligava nessas coisas mais práticas do dia a dia. Só que a gente tem que pensar, com certeza. Luisa Melara

A famosa técnica de bolinha, que não estraga a roupa nem deixa a tinta craquelada

Há quem não entenda a linguagem dos boêmios. O que os leva à profundeza dos copos? O que os entrega aos devaneios das sombras? Eu entendo. Não é difícil. Ao ver um amigo de olhar alcoólico inquisidor, perguntando-me qual é a última aula, deduzo: bar. Não é difícil. Quarta-feira é dia de bar. Um dia como outro qualquer. Futebol na tevê, semana que encaminha pra seu rumo fatal. Entretanto, algumas particularidades. Mulheres: mulheres que nunca vi. Meu amigo está ao lado de mulheres, mulheres de faca na mão, dispostas a beber a seiva da noite. E o que a noite nos dá? Um bar que vende cerveja a um preço estuprador. Portanto, é preciso ir ao posto comprar cerveja. Com as mulheres. Vamos. As mulheres convocam os homens na rua, também me convocam. Sou de uma outra natureza, fique tranquila, minha companheira. Os homens também querem a seiva da noite. O que será que faz esse sujeito de camisa polo, lançador de beijos categóricos à moça loira de aparelho? Mulheres que riem e que me dizem seus nomes. O que é o nome? É preciso jantar nossos nomes, dizia o poeta. Desculpe-me, moça. Qual é o seu nome mesmo? Não vou lembrar, enfim. A cerveja é barata, mas quente. Muito quente. Abrimos a primeira garrafa rumando em direção ao bar que vende cerveja cara. Arranjamos uma mesa e logo estamos em sua frente, medindo com olhos geométricos o movimento esporádico. É uma noite qualquer, exceto o âmago dos copos, mais sedentos do que o deserto. Há noites em que os bares possuem um tempo próprio. Hoje está assim. Umas mulheres ouvem funk no aparelho do carro popular. Alto. Há mais gente fora do bar do que dentro.

Encontro um amigo e pergunto de seu cachorro manco. Hoje não está comum. É possível sentir isso. As mulheres dançam até o chão, a cerveja está quente e eis o que temos ao nosso lado: a polícia, irrequieta, atravessando os boêmios, subindo as escadarias, precipitando ao alto do bar. Parece que os donos do bar chamaram a polícia. O som dos carros arrefece. A polícia logo vai embora, mas algum encanto se quebrou. Estão todos um tanto assustados. Olho pra escadaria do bar. Ao lado da escadaria, duas mesas. Um rapaz de boné discute com um um homem de jaqueta jeans. Cigarro. É uma questão de cigarro. Parece que alguém dedurou alguém por causa de cigarro. Deixa eu fumar meu cigarro em paz, diz o rapaz de boné. Um tapa na cara. O homem de jaqueta jeans toma um tapa na cara. Não reage. O rapaz de boné dá outro tapa. O homem de jaqueta jeans quase cai. Um homem no piso do bar diz que se alguém cair do mezanino (?) e esculhambar seu carro, o bicho vai pegar. O rapaz de boné acerta mais um safanão no homem de jaqueta jeans e, ainda descontente, acerta um soco no amigo japonês ao lado, visivelmente bêbado. O rapaz de boné entra no bar e um clima de vidro estilhaçado impera nos arredores. Ninguém queria um bar destruído, tenso. Os mais conscientes aproveitam a celeuma pra dizer adeus, amanhã é dia de trabalhar, estudar e as mulheres que eram tantas agora são uma só, a dizer que o homem de jaqueta jeans é covarde. Ah, se fosse comigo... Pedimos mais duas cervejas e uma movimentação intensa não disfarça. Alguma coisa irá acontecer. No alto da escadaria, muitos homens, conversas ríspidas, argu-

mentações estranhas: qual é a tua? Então você é bem homem disso? E um soco pipoca, dois, três socos, alguém cai e uma garrafa estoura, alguém é chutado ao chão. A multidão silencia e um rapaz desce correndo as escadarias, outro rapaz desce atrás, camiseta urdida de sangue, mas não tão rápido. Passam perto de nós e somos respingados de sangue. O rapaz ensanguentado não alcança o outro rapaz. Ele retorna ao bar. Passa novamente por nós, rubro dos pés a cabeça, um crucificado inteiro, sangue por todos os poros. Um silêncio completo nos arredores do bar. Viro meu copo e, súbito, necessito de um banheiro. Subo as escadarias e vejo um caminho intenso de sangue, uma trilha perpétua de sangue que leva ao banheiro, onde preciso ir: um assombro. No banheiro, o rapaz ensanguentado na pia. O chão está inundado de sangue. É preciso pé sobre pé pra não respingar sangue na calça. Muito sangue. Sangue para um batalhão inteiro. É um rapaz batizado em sangue, alguns amigos aparecem e gritam, choram, pedem a ambulância, pedem a morte, pedem reforço... Quase sem respirar, termino meu percurso urinário, vejo que minha camisa está manchada de sangue, desço as escadas e digo que irei embora. Sou convencido de que é preciso tomar o último trago, argumento extremamente válido, e logo vejo o rapaz ensanguentado do banheiro novamente, descendo as escadas, trôpego. Ele passa por nós, senta na calçada a uns cinco metros de onde estamos e, aos poucos, o sangue está também viciando o gramado. Ele deita lentamente, mole, e desmaia. É hora de ir embora.


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Cultura

A moda

do

imaginário Mariana Ribas Sartori Na pele de personagens animados, crianças, jovens e até mesmo adultos participam de encontros e festivais, onde mostram seus cosplays, nome da roupa que normalmente representa um personagem favorito de desenhos animados e quadrinhos. De cores, tamanhos e modelos diferentes, os participantes desses encontros se entregam e parecem viver como o personagem. Num ambiente que lhes proporciona liberdade, as pessoas fazem apresentações, desfiles e disputas de quem consegue reproduzir mais fielmente um personagem. Mas para quem pensa que a criatividade não vai mais além, engana-se. Os adeptos criam seus próprios personagens, podendo ser individuais, grupos e até mesmo famílias inteiras. Criando também, por trás de tudo isso, um contexto em que se encaixam todos. “Sam”, como se identifica a garota de 14 anos que criou seu personagem e o da amiga Nicolli, de 13 anos, conta que além desses dois cosplays que já existem materialmente, ainda há projetos de “irmãos” e “pais” que futuramente completarão a família. Por enquanto, esses personagens são como amigos imaginários que existem num outro mundo, muito distante deste. Ao conversar com as meninas, a sensação que é

transmitida é de que existe um submundo onde a fantasia toma conta e nada da vida real tem importância. Nicolli conta que ajudou na confecção das roupas e que nada é tão simples de se fazer como parece. Olhando de longe, as roupas aparentemente parecem meros pedaços de panos mal amarrados, formando uma manta em cima de uma calça ou uma blusa que formam a base de um cosplay. Cada detalhe é pensado e feito com muito cuidado, seja pelos próprios donos dos personagens ou por pessoas que já se especializaram em montar essas vestimentas. As meninas garantem que suas roupas são confeccionadas por elas mesmas e cada detalhe busca afastar-se ao máximo de tudo que já existe e que elas já tiveram oportunidade de conhecer. Com perucas brancas e pretas de cabelos longos quase até o joelho, saias pregadas, camisas cheias de detalhes, meias coloridas e sapatos grandes e chamativos, as meninas ganham os olhares de qualquer pessoa que passe por perto. O objetivo foi finalmente alcançado, e agora elas curtem o resultado de muito tempo de trabalho, desde as primeiras ideias até os mínimos detalhes para a finalização do personagem. Em Curitiba, já existe uma loja voltada para esse público. A dona, ex-cosplayer,

teve a ideia quando percebeu que o público que procurava essa modalidade de diversão era muito maior do que se imaginava. O negócio deu retorno e hoje ela participa dos encontros que acontecem, tanto na capital como em outros estados, divulgando seu produto. Para quem não conhece de perto esse público, vale à pena conhecer, nada de preconceitos ao curtir o que parece, e é um tanto esquisito aos olhos de pessoas que vivem num mundo real.

Com perucas brancas e pretas de cabelos longos quase até o joelho, saias pregadas, camisas cheias de detalhes, meias coloridas e sapatos grandes e chamativos, as meninas ganham os olhares de qualquer pessoa que passe por perto

Menu Rodrigo Cintra

Coisas que não deveriam ser mostradas em público O artista Ricardo Humberto faz sua primeira exposição individual. “Vulvas Avulsas – Desenhos Íntimos” apresenta uma série de rascu nhos que ficaram guardados em gavetas por muito tempo. O artista havia pensado, por diversas vezes, em queimá-las. Ricardo é formado pela Escola de Belas Artes do Paraná, já foi ilustrador e diretor de arte da Gazeta do Povo e colaborador do jornal literário Rascunho. Onde: Museu da Gravura Cidade de Curitiba (Rua Presidente Carlos Cavalcanti, 533, Centro) Divulgação Quando: Terça a sexta, 9h às 12h e 13h às 18; sábado e domingo, 12h às 18h. Até 24/10 Entrada gratuita

Amor, morte e traição A peça “Os Invisíveis” está em cartaz no Teatro Novelas Curitibanas. A intricada trama que discute as relações de amor, morte e traição entre quatro amigos começa quando o casal de anfitriões recebe seus convidados em uma ilha. O evento é um jantar para observar a passagem de um cometa. Para escrever a peça, o roteirista inspirou-se em filmes italianos da década de 60. Divulgação

Onde: Teatro Novelas Curitibanas (Rua Presidente Carlos Cavalcanti, 1.222, São Francisco) Quando: Quinta a domingo, às 20h. Quanto: R$ 10


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