LONA- Tecnologia como meio transformador da sociedade

Page 1

LONA Laboratório da Notícia - issuu.com/lonaup

#JornalismoUP

Edição 1011 - Especial Tecnologia

T E C N O L O G IA C O M O M E IO T R A N S F O R M A D O R D A S O C IE D A D E


3

Editorial

Inteligência artificial pode contribuir com mais de US$15 trilhões para a economia global até 2030

A

tecnologia como um todo não é novidade, pois não é de hoje que a maioria das pessoas passou a ter um aparelho móvel colado ao seu bolso. Porém, com o decorrer dos anos ela vem sido desenvolvida em poucos, mas precisos passos, até o momento em que a população se viu dependente dela para exercer atividades corriqueiras. É vista como um facilitador para

diversos ambientes sociais e econômicos da sociedade, podendo proporciar maior segurança, conectar pessoas do Brasil ao Japão, criar relaciomentos e otimizar o campo da saúde. E por estar tão imersa em nosso cotidiano, sequer percebemos seu valor, ou seu risco. Celulares, computadores, tablets e quaisquer outras derivações de uma tela com teclados que propor-

Expediente Reitoria José Pio Martins

Pró-reitoria Acadêmica Roberto Di Benedetto

Coordenadoria de integração da Escola de Comunicação e Design Marcelo Catto Gallina

Professores-orientadores Felipe Harmata Marinho Katia Brembatti

Editora-chefe Angeline Julie

Equipe de reportagem Angeline Julie, Bruno de Sá, Débora Reusing, Mahara Gaio, João Vitor, Juliana Bueno.

cionam acesso à internet, estão entre as melhores e mais eficientes invenções do ser humano, mas muitas das vezes os mesmos sequer sabem utilizar de todo o poder que ela propicia. E em contrapartida, são muitos os casos em que parte da sociedade utiliza todo o potêncial ofertado pela tecnologia, podendo criar uma linha tênue entre inovações e contrariedades.

O jornal O lona é o jornal-laboratório do curso de Jornalismo da Universidade Positivo. O veículo integra a Rede Teia de Jornalismo. Acompanhe o curso de jornalismo pelas redes sociais. Caso tenha dúvidas sobre o curso, entre em contato. https://redeteia.com facebook.com/RedeTeia youtube.com/TelaUN1

Coordenadoria do Curso de Jornalismo Maria Zaclis Veiga Ferreira

Edição 1011

www.mixcloud.com/RedeTeia/ jornalismo@up.edu.br

Impulso no PIB das economias locais com o uso da IA pode chegar a 26%, de acordo com Estudo Global de Inteligência Artificial publicado pela PricewaterhouseCoopers. Mahara Gaio

E

stima-se um impulso de 26% no PIB das economias locais com o uso da Inteligência Artificial, e pode contribuir para a economia global com mais de US$15 trilhões até 2030, os dados foram publicados pela PricewaterhouseCoopers. Uma outra pesquisa realizada pela PwC, dessa vez do Reino Unido, foi feita baseada nas tarefas e habilidades de 200 mil trabalhadores em 29 países e mostra que em média o percentual estimado de empregos ameaçados pela automação, sobe de 3% no início da década de 2020, para 20% até o fim da década e alcança 30% em meados de 2030 Com o avanço da tecnologia, a requalificação no ambiente de trabalho vem mostrando uma preocupação em 92% dos adultos brasileiros, de acordo com a PwC Brasil. O especialista em Tecnologia e Inovação, Arthur Igreja, explica que o Brasil tem um grande desafio para que o país consiga entrar nessa nova economia, ‘‘o mercado do país e principalmente a educação já estavam atrasados, e com o avanço tecnológico estamos ficando para trás’’. Para que a população esteja preparada em relação às mudanças na tecnologia, Igreja diz que é necessário que as pessoas entendam como essas tecnologias funcionam, e que então é preciso fazer um processo de educação de ambientação e só assim elas vão perder o medo e entender os potenciais e retornos positivos. Ele complementa ainda que, para que as pessoas possam estar inseridas no mercado de trabalho, é fundamental que elas mudem as competências, e para quem já trabalha é preciso fazer sempre uma atualização na área

em que exerce. Arthur Igreja afirma que muito além da redução de gastos, a Inteligência Artificial transforma negócios e traz duas oportunidades, a primeira, Igreja diz que é a compreensão aprofundada dos hábitos dos consumidores, é possível analisar volume de dados que ‘‘não há ser humano que seja capaz de fazê-lo’’, isso pela memória e processamento dos computadores, e a segunda oportunidade, ele diz que é encontrar dados em sites que as pessoas ainda não tiveram, Arthur complementa que então é possível fazer perguntas e receber respostas com grande precisão, e conclui com a ideia de que a IA é muito benéfica na questão de estruturar negócios que são mais competitivos. Um dos campos em que a Inteligência Artificial pode ser encontrada, é na área de Recursos Humanos para ajudar no recrutamento de pessoas e assim aumentar a produtividade das instituições. A empresa Levee é pionei ra no uso de Inteligência Artificial,

(Foto: VH/Arthur Igreja) o chefe de aquisição de talentos da Levee, Diego Billerbeck, diz que a tecnologia desenvolvida pela instituição permite que as empresas tenham uma redução de absenteísmo, aumento das vendas e redução no grau de rotatividade de colaboradores dentro da empresa. Apesar de já existir procura por esse tipo de IA, Billerbeck acredita que é uma área a ser cada vez mais explorada e que o uso intensivo da tecnologia é um caminho sem volta. As expectativas para o futuro da Inteligência Artificial são altas, diversas áreas estão se beneficiando em relação a essa tecnologia, Igreja diz que a IA tem sido cada vez mais democratizada e se tornando de fácil acesso em empresas de pequeno e médio porte. Outra área em que a Inteligência Artificial pode ser encontrada é na advocacia. Criado para auxiliar advogados em coleta de dados, organização e classificação de documentos e execução de cálculos, o criador do

primeiro robô assistente do Brasil para advogados e fundador da empresa Tikal Tech, Antônio Maia acredita que essa automação ocupe principalmente o espaço de advogados mais jovens e poupe o trabalho repetitivo. O robô ELI (sigla em inglês para Inteligência Legal Melhorada) funciona a sua versão mais atualizada em uma plataforma online, podendo ser encontrado no endereço fgts.elibot.com.br onde é possível a automação de petições iniciais nas ações de revisão do FGTS. Maia explica que a ideia é fornecer essa plataforma online para os advogados, para que eles possam atender um número relevante de clientes com mínimo esforço. Maia acredita que em um futuro próximo será iniciado um outro tipo de advocacia litigiosa, onde um robô não apenas ficará auxiliando o advogado, mas poderá conseguir perceber o que o cliente precisa e assim interpretar o melhor caminho para que a demanda seja conduzida.


5

Edição 1011

Racismo algorítmico demonstra vieses da sociedade refletidos na tecnologia Atos discriminatórios são mais comuns de serem percebidos quando em forma de insultos, mas um novo cenário foi criado quando as exclusões partem das próprias plataformas digitais. Angeline Julie

A

s mesmas tecnologias que foram idealizadas para facilitar questões da vida moderna, desde formas de interação com pessoas distantes, crescimento de empresas e mesmo proporcionar maior segurança à população, podem também apresentar exclusão racial. E o racismo algorítmico – termo criado pelo pesquisador Tarcízio Silva, para definir a discriminação gerada pelos sistemas automatizados – pode ir além de negligenciar fotos na internet, pois em determinadas tecnologias, os rostos negros tendem a serem mais vistos. Uma materialização deste termo se popularizou após um usuário do Twitter realizar um teste com fotos do Barack Obama e Mitch McConnell. Mesmo as fotos estando distantes, e em diferentes posições, os algoritmos da plataforma insistem em manter destaque para um rosto não negro. O mesmo aconteceu com uma foto publicada pelo ator Bruno Gagliasso na rede social, a imagem era de seus dois filhos negros, da qual um deles utilizava um avental com o rosto de um papai noel branco. E desta vez, o algoritmo do Twitter priorizou um rosto que nem ao menos era de um humano, e sim, de apenas uma figura. Entretanto, recentemente a plataforma tem tentado implementar um novo formato de publicação de fotos, onde não há mais cortes que destacam quaisquer rostos, desta forma, as imagens são inteiramente mostradas já previamente. Casos como estes, não param por aí. Em 2015, através do Twitter, o desenvolvedor de softwares, Jacky Alciné, divulgou que o aplicativo Google Fotos, que automaticamente cria pastas de organização das imagens usando seu

próprio software de inteligência nada com referência a um banco te do racismo algorítmico é que, a artificial, nomeou as fotos delere- de dados constituído em sua gran- maioria dos algoritmos usam de latou através do Twitter, que esta- de maioria por pessoas brancas. alguma forma a inteligência artifiva utilizando a plataforma de cha- Logo, sua precisão pode ser redu- cial, e isso depende da qualidade madas de vídeo Zoom, e o rosto zida quando usada para identificar dos dados que são inseridos. do seu colega negro era removido pessoas negras, gerando resulta“O problema de quem gera esao tentar utilizar um fundo virtual dos discriminatórios. ses dados, que é a partir dos quais De acordo com um estudo re- os algoritmos tomam decisões, disponibilizado pela plataforma, demonstrando um algoritmo de alizado pelo National Institute of são justamente as pessoas em podetectação de rosto não eficiente Standards and Technology (NIST), sição de poder, brancos e homens”, após analisar 189 softwares de diz Menengat. para negros. O Brasil estreou a tecnologia reconhecimento facial criado por Segundo dados da organizade reconhecimento facial para uso 99 desenvolvedores diferentes, ção social Olabi de 2019, os profisna área de segurança pública em concluiu-se que há maior taxa de sionais da área de tecnologia em março de 2019, e segundo dados falsos positivos em rostos asiáti- sua grande maioria eram homens da Rede de Observatórios da Se- cos, negros e indígenas, sendo 100 (68,3%), brancos (58,3%) e hetegurança, naquele ano, 90,5% das vezes mais provável do que em rossexuais (78,9%). pessoas identificadas pela nova rostos brancos. As taxas são ainSegundo dados da organizada maiores quando em rostos de ção social Olabi de 2019, os profistecnologia eram negras. Segundo um artigo publicado mulheres negras, que muitas das sionais da área de tecnologia em pelo Instituto Brasileiro de Defesa vezes podem até mesmo serem sua grande maioria eram homens ao Consumidor, um dos riscos do identificadas como homens. (68,3%), brancos (58,3%) e heteO Jornalista de Dados, Rodrigo rossexuais (78,9%). uso da ferramenta de reconhecimento facial, é porque ela foi trei- Menegat, diz que parte importan-

(Foto: Extraída do Twitter, demonstrando print da plataforma Zoom)

(Imagem retirada da Internet, print do Google Photos)

(Foto: Print extraído do Twitter)

Um levantamento realizado algoritmo de aprendizado de mápela Pretalab em parceria com a quina, para que este chegue a um consultória ThoughtWorks, reve- determinado resultado. lam que na maioria dos casos es“No contexto de aplicações que tudados, os negros representam usam inteligência artificial ou os um máximo de 10% das pessoas algoritmos de aprendizado de máem equipes de trabalho na área de quina, o algoritmo é definido uma tecnologia. vez só, e depois é alimentado com Para entender do que se trata o os dados dos usuários”, afirma o racismo algorítmico, é necessário engenheiro. inicialmente segmentá-lo. SegunComo exemplo, ele cita um do o Engenheiro de Computação, programa de análise de raios X de Luís Fernando Guerreiro, um algo- pulmões, do qual são treinados ritmo se trata de uma sequência para detectar doenças, e que para de instruções para executar uma isso, exemplos de radiografia com ação, com um conjunto de regras determinadas doenças devem ser que devem ser claras e organiza- inseridos na base de treinamento das de forma a serem repetíveis do algoritmo. “Dessa forma, notaem qualquer ambiente computa- -se que o resultado de uma aplicional. cação de aprendizado tem maior E quaisquer algoritmos de- influência do que das regras do pendem de um banco de dados, algoritmo em si”, ressalta. e vice-versa. Portanto, Luís Guer“As aplicações e sistemas são reiro, diz que um banco de dados um reflexo dos seus criadores e trata-se de um conjunto de dados dos usuários, então, se existe alque será usado para treinar um gum elemento que possa ser con-

(Foto: Print extraído do Twitter)

(Foto: Retirada da Internet, do aplicativo FaceApp)

siderado racista e não foi remedia- também faz parte do Coletivo do, deve-se ‘culpar’ a organização Eminência Negra, fala sobre como como um todo e não apenas os percebe que os conteúdos com programadores.”, conclui Guerreiro. imagens de pessoas negras, como A integrante do Coletivo Emi- no Instagram criado para o Coletinência Negra de Curitiba, Ana Pau- vo, não são entregues para todos la Silva, diz que “racismo é racismo os seguidores ou mesmo usuários em qualquer esfera, seja ele pre- da rede social. “Em qualquer lugar do qual uma sencial ou virtual. Toda a história pessoa preta ocupe ela incomoda. do Brasil foi marcada pelos priviNas redes sociais não é diferente, a légios brancos, e na internet isso ascensão de uma pessoa preta innão é diferente”. comoda. Até nas plataformas digiSilva ainda fala da necessidade tais as vias para nós pretos não são de pretos e pretas estarem inclufacilitadoras”, ressalta Rainara. sos em todos os espaços, em poRainara complementa dizensições de liderança e poder, pois do que o que deve ser feito pela uma vez que pretos continuem sociedade como um todo, é contrabalhando para brancos, a desisumir conteúdo de pessoas pregualdade pode ainda se manter. tas, pesquisar, estudar, e apoiá-las, “Por mais talentosa, inteligente e capacitada que uma pessoa dentro e fora do ambiente virtual. preta seja, ela não tem tanta visibi- “O meu sentimento já foi de ódio, lidade na sociedade, e consequen- tristeza, mas agora é a procura de temente, também pelo algoritmo”, pessoas que estejam dispostas a mudar, e sair do seu conforto para complementa Ana Paula. entender a nossa luta, que não é A Ranaira Rayumi Ranger, que de hoje”, afirma.


7

Como as tecnologias moldam a maneira que nos relacionamos, amorosamente, uns com os outros Do Werther ao WhatsApp. Bruno de Sá

Empresários de Londrina trazem solução para fluxos em hospitais A empresa Benazzi Engenharia com parceria com a Habituè Arquitetura e a iniciativa Saúde Tech do Governo do Paraná adaptaram um software de tecnologia BIM para atuar na gestão de fluxo na área da saúde. Débora Reusing

O

E

m “Os sofrimentos do jovem Werther”, o tom quase que autobiográfico de Goethe expressa seu amor idealizado por uma jovem através de cartas românticas, algo que hoje em dia seria facilmente substituído por mensagens via WhatsApp. As letras que antes desenhavam o estado emocional do emissor, e lida a caligrafia pelo receptor foi trocada por meros códigos criptografados. Ao longo da história humana as pessoas vêm se adaptando e moldando as novidades ao seu cotidiano, isso claramente se aplica na esfera amorosa também, por vezes positiva já outras nem tanto. Segundo Zygmunt Bauman sobre a teoria do “Amor líquido”, a facilidade que temos para criar novos laços afetivos e nos conectarmos uns com os outros, é a mesma para rompê-los. Bauman diz, que o amor real pode ser comparado à morte, cada chegada de um dos dois é sempre única e definitiva, tornando-se cada vez mais difícil experienciar um amor verdadeiro em uma sociedade de efemeridade e insegurança, onde laços afetivos por vezes são rebaixados a meras “relações de bolso”. A questão não é como as pessoas se relacionam com a tecnologia, mas sim como através da tecnologia se relacionam entre si. A ambiguidade divide opiniões, a internet veio para unir pessoas ou separá-las? Na cultura popular vemos ambas as faces da tecnologia sendo utilizada como meio para nos conectar e conhecer pessoas. Uma visão mais positiva, como no episódio “Hang the DJ” da série Black Mirror, onde casais fazem uso de um aplicativo de relacionamento que consegue calcular com 98% de certeza se um casal é ou não

Edição 1011

compatível, com base em questionários e testes de convivência. Já no filme “Her”, um homem solitário acaba se apaixonando pelo próprio sistema operacional do seu device. A história escrita pelo diretor Spike Jonze, após um divórcio, mostra o quão vulneráveis e permissivas as pessoas podem se tornar ao buscar alguém. Aplicativos de relacionamento vêm se tornando cada vez mais populares, exemplos como Tinder, Happn e Badoo, propõem um layout no qual o usuário recebe uma diversidade de perfis diferentes no seu feed, avaliando com um like quais o agrada. Deve-se sempre ter cuidado com os perfis fake para não acabar caindo em um Catfish (ato de ser fisgado por um perfil falso), às vezes sofrendo chantagem emocional como maneira de monetizar em cima disso. Na Inglaterra o número de casais que se conheceram por conta da internet chega a 40%, segundo estudo de Stanford. Sendo que 80% dos casais afirmou já terem brigado por conta da internet, o estudo da Kaspersky Lab indicou os segredos e o uso excessivo como gatilhos para discussões. Já os relacionamentos à distância parecem ser relativamente mais duradouros dos relacionamentos “carne e osso”, apenas 27%

(Fonte: Scott Pollack, Love&Tech) dos casais terminam antes dos primeiros seis meses, contra 30%, pessoalmente. O estudo da Universidade de Perdue nos Estados Unidos, diz que pelo fato de serem à distância existe uma comunicação mais aberta, sendo que as pessoas se sentem mais livres para compartilhar a sua rotina, não têm discussões triviais pelo convívio presencial. Em conversa com Márcio Junqueira, coach e especialista em relacionamentos, nos conta um pouco sobre a prática da sedução on-line: Você poderia explicar o que exatamente um coach em relacionamentos faz? É simples, um coach em relacionamentos é responsável por fazer um acompanhamento do pretendente em atingir seus objetivos, seja qual for. Faço acompanhamento midiático dos meus clientes, e dou dicas de vestuário de como se portarem em um encontro, e assim por diante. Como funciona a divulgação do seu trabalho e quais tipos de pessoas procuram os serviços? O sigilo é muito importante, sempre prezei pela privacidade e respeito dos meus clientes. A divulgação é feita por meio de emails e “boca a boca”, evitando

veículos mais expositivos para manter a confiança. Meus clientes são majoritariamente homens, que procuram uma parceira. Como um pretendente deve se portar para atingir seus objetivos? Então, isso depende muito do que as pessoas procuram, mas manter as mídias sociais ativas é sempre bom, o acompanhamento das redes sociais também é feito, priorizando por postagens de viagens, hobbies e trabalho. Mantendo seu feed sempre ativo, visando engajamento dos seguidores. Uma boa aparência e vestimenta são importantes também. Há pessoas que preferem namorar à distância, por não querer se comprometer demais. Qual é a fronteira entre aconselhar pessoas e acabar interferindo em um relacionamento, de sobre o ponto de vista ético e moral? A maioria das pessoas que vêm me procurar geralmente são muito retraídas e tímidas, por conta disso acabam tendo dificuldades em se relacionar. Essas pessoas não pedem ajuda para apenas serem mais ativas, mas têm sonhos, como constituírem famílias ou relacionamentos a longo prazo. Não vejo problema em ajudá-las, para acharem um par que as façam se sentir melhor, quando conseguem seus objetivos, fico feliz por elas.

projeto realizado pela empresa é uma união das funcionalidades da tecnologia Building Information Modeling, BIM (Modelagem da Informação da Construção), com problemas de planejamento de fluxo hospitalar. Entende-se por fluxos, por exemplo, a passagem de um caso de óbito, que não pode coincidir com um paciente indo para centro cirúrgico. Este projeto busca a eliminação desse tipo de situação de maneira robusta, por meio de indicadores de tráfego assistencial, de pacientes/colaboradores e de apoio ao serviço prestado, a fim de controlar e evitar uma possível contaminação pela COVID-19. O Engenheiro Civil e Especialista em BIM, Laercio Benazzi Junior, explica de maneira abrangente o que é a tecnologia BIM, “são tecnologias de modelagem da informação da construção, é um conjunto de processos, pessoas e softwares que tornam virtual uma construção”, essa tecnologia é o edifício virtual e é específica para a área da engenharia e arquitetura. Ela não é só o modelo em 3D, ela trabalha com fluxos de pessoas e de projetos. Ele conta que, de maneira geral, já existe uma solução para esses problemas, mas é menos robusta, através

de desenhos no AutoCad. “A ideia do projeto surgiu a partir da necessidade trazida pela Habituè Arquitetura (empresa parceira) de entender os fluxos hospitalares”, conta a sócia-administrativa da empresa Benazzi Engenharia, Luciana Duarte. Complementa ainda: “a partir dessa ideia, elaboramos em conjunto um projeto para controlar fluxos de pessoas, rouparia, insumos e resíduos em um Estabelecimento Assistencial de Saúde (EAS)”, o projeto foi um dos 10 selecionados para participar da Saúde Tech. O projeto foi feito em parceria com iniciativa Saúde Tech Paraná, realização da Superintendência de Inovação da Casa Civil do Paraná, com os Institutos SENAI de Tecnologia e Inovação do Paraná e a Fundação Araucária que tem por objetivo apoiar empresas que poderiam com a ajuda da tecnologia solucionar problemas provenientes da pandemia. O criador do projeto e parte da equipe da Superintendência Geral de Inovação do Paraná, Henrique Domakoski explica “em primeiro momento o projeto foi criado como solução de problemas da pandemia, mas isso não significa que não possa ser realizado novamente, tendo em vista o bom resultado”. Nele, foram investidos, aproximadamente, 1,4

(Foto: Arquivo Empresa Benazzi, exemplo da tecnologia BIM.)

milhões de reais destinados para acelerar o desenvolvimento das novas soluções. O Gerente de Inovação e Produtividade do Sistema FIEP, Felipe Couto, diz “a iniciativa do projeto Saúde Tech deu-se no início da pandemia, e foi o mais rápido do Brasil. Em cerca de 40 dias, os projetos já tinham sido analisados e contratados. Toda a criação se deu nesse momento de sensibilização, com caráter muito importante de ser ágil”. Além disso, ele explica como se deu a parceria “o Governo do Estado encontrou no SENAI um parceiro para dar vazão a esse desenvolvimento e essa construção coletiva ajudou para que tenhamos agilidade no processo”. As empresas têm acesso a essa tecnologia através dos arquivos produzidos no site do SENAI que estão disponíveis gratuitamente para download. Para ter acesso, é só fazer um cadastro no site. Luciana explica: “acredita-

mos que dessa forma conseguimos ter um impacto maior na utilização da ferramenta e promover o entendimento e gerenciamento dos fluxos dentro das EASs de modo a auxiliar no gerenciamento e flexibilização dos fluxos promovendo a prevenção e redução no índice de contaminação de Covid-19”. Com o projeto, é possível utilizar as nomenclaturas de ambientes, organizar as zonas hospitalares em nível Macro, Micro e Nano, verificar a passagem de fluxos não permitidos em determinados ambientes, checar colisão de fluxos que não podem se cruzar e exportar um relatório de dados consistentes com modelo BIM. Para usar a ferramenta, é necessário ter conhecimento no software Archicad e da norma RDC nº50, da Anvisa, bem como conhecimento em projetos e/ou gerenciamento na área da saúde.


9

Edição 1011

Indicações de que a tecnologia se tornou aliada dos emprendedores durante a pandemia

Vendas globais do comércio online móvel devem chegar a US$3,56 trilhões em 2021, de acordo com relatório

A transformação digital virou quase obrigatoriamente a única opção para quem deseja se manter ou se tornar relevante no mercado.

De um pouco menos de US$ 1 trilhão em 2016 para quase US$ 3 trilhões em 2020, as vendas globais do e-commerce aumentaram quase três vezes em quatro anos, de acordo com o relatório Shopping Apps Report 2020.

Angeline Julie

Mahara Gaio

P

rofissionais autônomos recorreram ao meio digital em busca de oferecer seus serviços em meio a pandemia, sendo uma opção de recurso que possibilita atingir maior número de consumidores visando a impossibilidade de se estabelecer de modo presencial. De acordo com o IBGE, no período que rege o último trimestre foram contabilizados 4,3 milhões de desempregados no Brasil, sendo que em um ano a taxa de desemprego cresceu 20%. Fato este que fez com que muitos optassem por abrir seu próprio negócio online, através do Portal do Empreendedor é possível ter a certeza de que muitos optaram por essa saída, pois o mesmo registrou 551.153 novos microempreendedores no país, somente nos primeiros seis meses de 2020, sendo 16.788 a mais do que no mesmo período de 2019. Assim como no Simples Nacional, o número de registros entre março e agosto de 2020, é 0,8% superior ao registrado no mesmo período de 2019. Entre esses registros de novos negócios, a grande maioria eram Microempreendedores Individuais (MEI), com 684 mil registros, cerca de 43 mil a mais que no mesmo período de 2019. E cerca de 100 mil novos negócios foram registrados como Microempresas e Empresas de Pequeno Porte. Segundo previsão da consultoria Ebit|Nielsen, a maior plataforma de consumidores do Brasil, em 2021 as vendas online podem crescer 26%, atingindo um faturamento de R$ 110 bilhões. Mostrando que mesmo após um ano de pandemia esse setor se mantém consolidado, sendo as lojas virtuais e marketplaces, uma opção atraente, tanto para os consumi-

A

(Foto: Divulgação do Curitba na Caixa, por O que fazer Curitiba) dores, quanto empreendedores. Dados divulgados pelo Ironpaper, agência de marketing digital, revelam que 93% das decisões de compra são influenciadas pelas mídias sociais. Para impulsionar e incentivar o empreendedorismo local, a Prefeitura de Curitiba através da Agência Curitiba de Desenvolvimento e Inovação, desenvolveu Espaços do Empreendedor, onde são oferecidos serviços gratuitos de formalização, capacitação e orientação sobre crédito para microempreendedores. A empreendedora, criadora de conteúdo e responsável pelo blog O que fazer Curitiba, Mariah Luz, trabalha visitando lugares de Curitiba, e indicando para o seu público. Diante das restrições que mantém fechados, a maioria dos lugares dos quais ela explora, teve que optar por novas estratégias para manter seu público e audiência através das redes sociais. Portanto, buscou empreender desenvolvendo o Curitiba na Caixa, uma assinatura mensal para receber produtos de outros empreendedores locais, desta forma,

criando um modo de conhecer Curitiba em casa, além de incentivar e apoiar trabalhadores e empresas da cidade. Criou também O que fazer Curitiba Health, que contrasta com o cenário atual, um perfil no Instagram exclusivo para descobrir opções locais de um jeito saudável, contando com indicações de receitas, restaurantes e profissionais de saúde, como nutricionistas e psicólogos. Além de, também estar desenvolvendo um aplicativo do O que fazer Curitiba Tour, que deverá estrear em maio de 2021. O responsável pelo marketing digital e SEO do Chaves da Mão e FBS Mídia, Luiz Affonso Mehl, diz que o marketing digital está na contramão do desemprego, sendo visto como o mercado mais promissor para atuar no país, e também como uma ferramenta eficiente para quem busca empreender. “A pandemia obrigou as empresas a se digitalizarem, muitas ainda eram muito receosas neste sentido, e não tiveram outra opção, ou ‘mergulhavam’ no mundo digital de vez, ou fechavam as por-

tas. Empresas do varejo e do ramo alimentício tiveram que se adaptar ao delivery, forçando as empresas a serem vistas na internet para potencializar os pedidos, o que fortaleceu todas as gamas do marketing digital”, fala Luiz Mehl. Ressalta também que o marketing digital nunca irá desaparecer, mas irá se transformar, e que inclusive, seu crescimento pode estar atingindo o cliente até mesmo de forma agressiva, por conta de estratégias que perseguem as pessoas em seus celulares por manifestarem interesse em comprar determinado produto. Sendo assim, nunca foi tão fácil comprar algo ou empreender, e vender seu produto. Assim como o empresário e publicitário da Inovacom, Bruno de Mello Araújo, que afirma que para aproveitar tudo que as mídias sociais oferecem, é preciso estar constantemente transformando a forma como divulgar seu produto ou serviço, uma vez que cada empreendedorismo possui um público-alvo diferente, do qual exige uma linguagem de comunicação específica.

s vendas globais aumentaram quase três vezes em quatro anos, de um pouco menos de US$ 1 trilhão em 2016 para quase US$ 3 trilhões em 2020, os dados foram divulgados pelo relatório Shopping Apps Report 2020, publicado pela Liftoff em parceria com a Adjust. Estima-se ainda que as vendas globais do comércio eletrônico móvel devem chegar a US$3,56 trilhões em 2021. No Brasil, de acordo com a quadragésima terceira edição do Webshoppers, publicação semestral da Ebit|Nielsen, o e-commerce chega a marca histórica com mais de R$87 bilhões de vendas em 2020. Um dos motivos dessa grande explosão do comércio online é a pandemia do novo coronavírus, as restrições e o isolamento social fizeram com que impulsionasse o crescimento das compras feitas pela internet. No ano passado foram 17,9 milhões a mais de consumidores do que o ano de 2019. Desses 17,9 milhões, 13,2 milhões foram novos compradores, isso significa um aumento de 23% de novos consumidores em relação ao ano anterior. O e-commerce e a tecnologia andam de mãos dadas. Podendo comprar de onde você estiver e com uma grande facilidade, as pessoas as vezes acabam gastando compulsivamente, como foi o caso de Tabata Scrobot, de 20 anos. Ela conta que gastou mais de 10 mil reais em dois meses, somente em compras pela internet, “simplesmente surtei, tudo que eu visse e me agradasse eu comprava’’. Scrobot acredita que a pandemia fez com que ela gastasse mais do que o normal, como agora fica mais em casa por causa do isolamento social, Scrobot conta que

sente a necessidade de comprar coisas novas para ter alguma novidade. Ela diz que compra apenas em sites de indicações de amigos e por isso nunca teve problemas com os pedidos. No ano de 2020 tiveram 106,6 milhões de pedidos, 56% a mais que 2019 e 148% a mais que 2018. Datas comemorativas representam 34% do faturamento total do e-commerce e essas datas fazem com que o comércio online cresça ainda mais. O Dia dos Namorados se destaca com um aumento de 91% de faturamento comparado com o ano de 2019. O Dia das Mães também se sobressai como a data de entrada de novos consumidores, com um aumento de 64%. O que tem chamado muita

atenção dos consumidores é o frete grátis, a pesquisa divulgada pela Ebit|Nielsen mostra que quanto mais os compradores pagarem no frete, mais chances eles têm de fazer uma reclamação. O índice mais baixo de reclamações é quando o frete é grátis, representando 5,9%, e o índice mais alto de reclamações é quando o frete ultrapassa R$199,99. O casal, Camila Santos, 23, e Edmilson Luz, 27, relata que metade da fatura mensal da casa é somente de compras feitas pela internet e que sempre aproveitam a oportunidade do frete grátis. Eles dizem que o que mais compram são roupas, peças para carro e moto, e também utensílios para o trabalho. Mas enquanto para algumas pessoas as compras online têm

(Foto: Arquivo Pessoal/Melissa Fonseca)

(Fonte dos dados: Ebit | Nielsen Webshoppers)

sido algo prático, e nunca tiveram uma má experiência, outras não tiveram essa mesma sorte, como é o caso de Luiz Fabiano Debner, de 43 anos. Ele além gastar em torno de R$300 a R$600 mensalmente somente em compras online, Debner conta que já levou muito golpe e acabou perdendo R$700 na compra de uma máquina fotográfica. Luiz Fabiano relata também que já comprou alguns tênis na internet, e que quando chegaram a qualidade era totalmente diferente do que esperava. Melissa Fonseca, de 21 anos, também não teve experiências muito boas com compras online, ela conta que comprou um chinelo para seu irmão e quando chegou era totalmente diferente do esperado, Fonseca conseguiu o reembolso depois de dois meses. São como essas e outras histórias que muitas vezes vão parar no Procon. No ano de 2020 foram 173.258 atendimentos, desses, 51.459 foram atendimentos de compras online, 21.050 a mais que o ano de 2019. A diretora do PROCON-PR, Claudia Silvano, alerta sobre os golpes na internet e indica os consumidores comprarem somente em sites conhecidos e não clicarem em links recebidos por redes sociais. Silvano ressalta que não é preciso ir pessoalmente até o Procon, e que há dois canais de atendimento para o público que precisa fazer a reclamação, um canal é o próprio site da instituição www. procon.pr.gov.br, e o outro é www. consumidor.gov.br. Essas plataformas foram disponibilizadas para que as pessoas não precisem sair de casa, “a nossa preocupação é proteger o consumidor’’, diz Silvano.


9

Marketing digital: a nova tendência para o mercado de trabalho “O próprio marketing digital vem mudando conforme a nossa vida. Creio eu que será ainda mais presente essa mudança” comenta Emanoelly Machado, estudante de tecnologia e marketing digital. João Vitor

O

Marketing Digital representa hoje uma das maiores tendências para o emprego do futuro, se destaca em contemplar a valorização de uma marca de grandes corporações tradicionais e marca pessoal na internet. A profissão online oferece a busca por soluções na comunicação de vendas, bem como, entendimento sobre o mercado econômico digital, sobre o consumidor, nichos fechados e gerais do público na mídia digital, e estratégias de engajamento que concebem a criação de conteúdo. A rede social de networking e empregos, LinkedIn, fez um levantamento para 2021 sobre as tendências de contratação de empresas sobre as 15 profissões que estariam em ascensão no mercado de trabalho, e o marketing digital é uma delas, mesmo com a pandemia afetando muitos setores, a tecnologia e a saúde ganharam grande destaque. Desse modo, a relevância na hora de contratar foi a classe mais jovem de 24 anos de idade, sendo que 60% do total de contratações foram de mulheres no marketing digital. Para a indústria que busca diálogo com o público dentro da internet, a profissão é

(Infográfico: Perspectivas Mercado Digital de 201, mLabs)

uma das mais importantes: “Eu sinto o marketing digital em grande ascensão, principalmente no momento em que estamos vivendo. Atualmente quem não recorre a esta estratégia fica para trás.”, comenta Maria Eduarda Guerreiro Depetris, jovem profissional em marketing digital, aos 19 anos de idade, a sua visão já lida com as situações que o ambiente online propicia. Em 2020, ano no qual a pandemia tomou espaço

prejudicando muitos setores, especialmente o presencial, o protagonismo do emprego no ambiente digital ganhou terreno, tendo crescimento demasiado em carreiras que eram garantia de serem destaque só anos mais tarde. A mudança foi tão repentina, que após grande parte da população mundial ter que enfrentar o afastamento da vida corriqueira das ruas e precisar ficar dentro de casa, o consumo pela internet e o nascimento da modalidade

“home office” no ambiente de trabalho teve um grande impacto, trazendo em cheque a busca pela capacitação e empreendimento para conhecimentos tecnológicos no mercado de trabalho digital. Com a demanda de aprender sobre o marketing digital, profissionais que já vivenciam a profissão por mais tempo que outras pessoas que chegam nessa profissão em 2021, presenciaram uma preocupação pelo aumento

da competitividade na área, como por exemplo a criação de minicursos sobre marketing digital, principalmente quando perguntados sobre a migração que vem-se observando. “O que eu mais vejo atualmente é gente se dizendo Gestor de Marketing, Analista de Marketing e acha que sabe. Pra você trabalhar com isso é necessário estudo e sempre estar se atualizando, acha que sabe, porém não estudou nada”, comenta a Analista de Mídia Pleno, Lorenzza Pereira Caldas. Já Maria Eduarda volta a comentar sobre a profissão, afirma que há também uma prostituição quando é ressaltado o grau de importância do valor do próprio trabalho criado pelo marketing digital:“É uma profissão como qualquer outra, sem dúvidas precisa de MUITO estudo e capacitação. Sinto que várias pessoas apenas fazem um curso online e já se intitulam como profissionais de marketing e acabam cobrando um valor super abaixo do convencional, isso prostitui (e muito) o mercado” . Quando nos deparamos com essa percepção de profissionais da área em relação a “prostituição” de sua profissão, o problema não é a adição de um número exorbitante de novos profissionais consumindo ou se beneficiando do que seria realmente o marketing digital, a causa maior é a preocupação com a desvalorização gerada para a imagem

Edição 1011

(Infográfico: Perspectivas Mercado Digital de 201, mLabs)

(Infográfico: Perspectivas Mercado Digital de 201, mLabs)

do marketing digital, por conseguinte, apenas considerar só o nome ou cargo que a profissão nutre quando as empresas hoje correm para ter um profissional do ramo do marketing digital em seus ecossistemas, fere a cultura que o marketing digital cria e os pilares que fazem a base. Sendo assim, os profissionais que atuam a muito mais tempo nessa carreira acabam tendo que enfrentar um grande desafio, ponderando para vielas mais adaptáveis.

Outra preocupação mencionada foi do analista de Marketing Digital, Matheus Dias, que revelou que se tivesse a oportunidade de fazer mudanças no Marketing, seria a de acessibilidade para mais pessoas negras na profissão“Eu faria o Marketing ser acessível para todas as classes sociais, vejo uma elitização enorme no ramo, eu queria ver mais gente negra e de classe mais baixa se envolvendo e tendo oportunidades na área”, em uma pesquisa divulgada no ano

de 2016 pelo instituto Ethos, caracterizava que apenas 4,7% dos cargos executivos das 500 maiores empresas brasileiras era ocupado por pessoas negras. Em contrapartida, neste ano a mudança só está começando a ser latente a partir dos acontecimentos que foram pauta de debate de 2020 com a onda de protestos que retificaram a importância do negro e sua identidade, o Black Livres Matter. Porém em perspectiva de como a busca por um ambiente mais diverso está sendo movimentado agora, o estudo da consultoria Mais Diversidade, que mapeou 293 organizações brasileiras, revelou que apenas 28% das empresas ouvidas no estudo possuem uma área focada apenas em diversidade e inclusão, e 65% das empresas não possuem uma estratégia concreta que planeja inclusão e diversidade.


11

Edição 1011

O mercado de trabalho no mundo digital

Saiba como adquirir créditos na Play Store respondendo pesquisas

O emprego no ambiente digital reflete ações positivas e negativas para trabalhadores no mundo. João Vitor

O Rewards é um aplicativo do Google que solicita aos usuários cadastrados respostas de pesquisas curtas e simples atribuindo como recompensa créditos na Play Store

Quem não passar pela transformação digital deixará de existir” afirma Antônio Celso Leitão, executivo da Hybrid Cloudda IBM Brasil em entrevista para a revista Exame A necessidade de saber sobre o mundo digital não está só mais vinculada a redes sociais, a internet no começo dos anos 2000 por exemplo, era muito limitada para a conexão social. Já para quem imaginou que só teria um fim para esse meio da criação do mundo digital, se enganou. Procurar emprego nesse mesmo começo dos anos 2000 era você ter que partir para a rua batendo em porta em porta de cada empresa para entregar o seu currículo e ser “o escolhido da vez” (atualmente vemos isso nos atuais dias, porém, sendo raro quando o mundo vive em uma pandemia), nessa época você não conseguiria identificar determinados termos que em 2021 são muito utilizados e normais na era do emprego digital, que são eles; Terceirização, Processo Seletivo, Zero hour contacto, Home office, Freelancer, Plataformas digitais, Apps, etc. Nem sequer imaginaria nessa época a indústria 4.0, esse nome poderia no anos 2000 está nascendo no novo jeito de pensar das empresas que sonhavam com a otimização de mais máquinas, mais estratégias de marketing, a redução de cargos e o acúmulo nas funções em poucos funcionários, criando assim uma lacuna entre a necessidade de pessoas mais jovens com um currículo abastado de conhecimentos no pacote office em nível avançado, a necessidade de pessoas com mais graduações do que só uma, sendo que só o técnico e cursos externos para capacitação ainda não seria o bastante para agradar essas grandes empresas. Nesse mesmo contexto, você

enxergava o cargo mais almejado da época que era trabalhar em multinacionais como a Ford, montadora de veículos automotivos, utilizando sua força braçal, podendo permanecer por muito tempo no mesmo emprego e recebendo um ótimo salário com renda fixa, desta forma você poderia até mesmo ter uma família e fazer com que seus filhos seguissem o mesmo caminho, porque era garantia de que nada poderia desestabilizar financeiramente pessoas inseridas nessas empresas. De acordo com o levantamento da IDC (Consultoria de análise de mercado e tecnologia) o ambiente digital adquiriu investimentos de US$ 1,3 trilhão em 2018. Esse investimento veio para trazer melhoria na criação do novo perfil profissional. Ocasionalmente nos anos 2000 o poder de ter um sindicato amplo que lutava pelos seus direitos trabalhistas lhe oferecia um bom seguro de vida, de qualidade de vida e vigiava a indústria que buscava sair fora do contrato. Mas hoje a história é outra, quando nos conectamos ao mundo digital, o formato que você precisa estar inserido na internet se expande para testes online, para processos seletivos, redes sociais enredada para um perfil profissional (LinkedIn), ter grandes conhecimentos sobre as funcionalidades que a internet apresenta e quais ferramentas podem trazer um ótimo engajamento para imagem e comunicação do ambiente de trabalho, além da empresa pedir para o candidato sair fora da caixinha, buscando soluções para se aplicar dentro do cargo oferecido para vaga de emprego. Ricardo Antunes, sociólogo e professor da Unicamp. Em seu último livro “Privilégio da Servidão” traça as trajetórias que o emprego digital vem eclodindo para a nova

Juliana Mattos Bueno

V

(Foto: Print extraído do IBGE)

geração de trabalhadores, o autor do livro fala sobre a lógica da globalização, denominada como “uberização” do trabalho, no qual as empresas criam uma ilusão de que o funcionário que está trabalhando, vem recebendo de forma adequada seus direitos sem que haja desgaste nas próprias estruturas do respectivo funcionário, dessa forma o trabalho online faz brotar a ideia que tudo está bem e que você possui um ótimo controle dentro da carga horária que exerce, mas muito pelo o contrário, o crescimento exponencial desses novos modelos de ter um emprego na era digital deixa a desejar, quando revela o flexível; sem jornadas preestabelecidas, sem uma remuneração fixa adequada. Na última pesquisa realizada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) o “PNAD” (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua) revela que 13,9% da população brasileira no 4º trimestre de 2020 estão desempregados, em vista disso, o emprego informal teve um aumento de 41,6% no ano anterior, dado divulgado pela Agência Brasil, desse jeito é observado que milhões de pessoas que hoje vivem em trabalhos que não oferecem uma renda fixa, estão estudando formas de se adaptar no novo conceito de trabalho, principalmente quando se trata no novo ambiente digital como por exemplo as empresas

que oferecem empregos flexíveis; Uber Eats, iFood, Rappi, Loggi e aplicativos de mobilidade; Uber, 99, Homo Driver, Lady Driver, Blablacar etc. Os aplicativos de delivery e corrida viraram uma alternativa para milhares de pessoas conseguirem uma fonte de renda para sobreviver, de modo igual que todo o custo do trabalho seja delas, como gasolina, manutenção, internet e alimentação. Em contraponto, Kauan Lucas Batista Rosa, tecnólogo em marketing digital pela Universidade Uniandrade que vive na trilha do emprego digital, evidencia questões que somam para um ponto de vista de adaptação. Aos 22 anos de idade, o jovem percebe que o rumo de ter um emprego na era digital é se “sobressair”, principalmente ampliando a visão que só trabalhar oito horas por dia não garante a tão sonhada renda fixa com direitos vitalícios “Bom, eu como jovem que sou, criei outras fontes de renda para complementar a minha fixa e como no digital tudo te leva a empreender, acredito que com um bom planejamento tem como se estruturar nesse mercado e o principal fator, escalar o seu produto ou infoprodutos em tudo o que forem fazer, sempre pense em escalabilidade”. A experiência na profissão mostra qual rumo está seguindo para viver no novo modelo de emprego.

inculado à conta do Google, o Rewards se baseia no perfil (idade, sexo, local e idioma) e no histórico de localização, para enviar em média três a quatro perguntas de múltipla escolha relacionadas ao cotidiano do usuário. Após respondê-las, o aplicativo agradece a participação e informa o valor creditado na conta do Google Play - que varia de R$ 0,50 à R$ 3,00. Quanto mais pesquisas o usuário responder, mais créditos serão acumulados possibilitando a compra de itens diversos na Play Store, como jogos, apps, filmes e livros. Não é necessário adquirir nenhum produto ou outro aplicativo, basta apenas bai(Prints Play Store, notificação e gratificação do Google Opnion Rewars) xar o Rewards e se cadastrar. Se você vai até uma loja de em estabelecimentos comerciais. - como no Android, os usuários uma rede de farmácias ou de su- Já fui questionado também so- da App Store da Apple também permercados, por exemplo, pouco bre alguns vídeos que tinha visto podem receber os créditos do tempo depois, você recebe uma no Youtube, perguntaram o que Rewards, mas através do PayPal. notificação de que há uma pes- tinha achado do vídeo, por que Montiel diz que além dos exemquisa do Rewards disponível. Nela, eu o assisti, tinham até perguntas plos de pesquisas citados, há o aplicativo pergunta se você foi discursivas também, mas isso só também pesquisas sobre marcas, mesmo até aquele local naque- aconteceu uma vez em três anos logotipos, promoções e turismo. É la data, se você comprou algo e que uso o app. Nesse caso, o va- necessário responder as pergunqual foi a forma de pagamento lor creditado pela pesquisa foi um tas com atenção, pois o aplicativo utilizada. Numa pesquisa como pouco maior, R$3,00, revela. Ko- costuma incluir perguntas fictícias essa, o aplicativo me creditou R$ tovich aproveita os créditos para no meio de uma pesquisa, apenas 1,68, relata Guilherme Andrighetto pagar funções adicionais do Ligh- para verificar se você está responusuário do Rewards há dois anos. troom que usa no celular dentre dendo corretamente e prestando Andrighetto diz que paga a assi- outros apps pagos, e-books e tam- atenção. Caso o usuário dê uma natura do Youtube Premium com bém para adquirir filmes. Nas for- resposta errada, o app identifica o crédito gerado pelas pesquisas. mas de pagamento da Play Store, que ele não está levando as pesAssim consigo assistir vídeos sem é possível deixar pré-estabelecido quisas a sério, alerta Montiel que propagandas e consigo minimi- o débito automático do saldo do relata casos de pessoas que deizar o Youtube sem interromper a Google Play. Uma assinatura men- xaram de receber perguntas, após transmissão, enquanto navego sal de um app, por exemplo, no responder incorretamente ao tespor outros aplicativos no celular, vencimento, já é descontado do te de atenção. Portanto, é imporexplica. seu saldo automaticamente, suge- tante responder às pesquisas com Adriano Kotovich descobriu o re Adriano. atenção, reforça. Rewards através de um amigo do De acordo com Guilherme O Google Opinion Rewards, trabalho. Assim como Andrighet- Montiel, colunista do site Tech mais conhecido como Rewards, to, relata que na maioria das vezes, News Brasil, apesar de o iOS (sis- foi lançado em 2015, e está dispoas pesquisas perguntam sobre tema operacional do IPhone) não nível em mais de 20 países, já foi a forma de pagamento utilizada possuir a Play Store do Google baixado por mais de 50.000.000

usuários de acordo com os dados do app na Play Store. O Rewards até deixa disponível, numa versão em inglês, a política de privacidade no rodapé no menu principal do app, e informa antes de cada pesquisa, com letras miúdas, que as respostas servem para melhorar os produtos do Google incluindo anúncios. De acordo com Elora Raad Fernandes, no artigo Quanto Valem os seus Dados, publicado em abril de 2020 na revista Direito e as Novas Tecnologias, o uso secundário das informações tem aventado diversas preocupações sobre a privacidade e a proteção de dados dos indivíduos, vez que estes têm sido utilizados para a criação de perfis, a fim de se direcionar a publicidade, ou mesmo para vigilância e manipulação social. Neste cenário, naturaliza-se o uso de informações pessoais em uma perspectiva mercadológica e, além da própria troca das informações por serviços, algumas plataformas vêm surgindo com a proposta da troca direta de dados por dinheiro.


Tecnologia e solidariedade geram sorrisos em hospitais de Curitiba

Países aderindo ao 5G, e onde está o Brasil nisso

Projeto social traz a arte da palhaçaria para os pacientes mesmo com as dificuldades da pandemia.

Tecnologia que já vem sendo implantada no mundo, aguarda leilão no Brasil, que decidirá qual empresa passará a garantir a rede nas grandes cidades do país a partir de 31 de julho de 2022.

Débora Reusing

Bruno de Sá

A

atual crise pandêmica dificultou as visitas presenciais da ONG Nariz Solidário, que atua voluntariamente nos Hospitais: Santa Casa de Misericórdia de Curitiba, Hospital Universitário Cajuru, Hospital do Idoso Zilda Arns e Hospital Infantil Waldemar Monastier de Campo Largo, mas não foi isso que os fez parar. Um novo desafio apareceu. O meio virtual trouxe novas possibilidades ao grupo e assim surgiu o projeto da telesperança. O coordenador da ONG, Eduardo Roosevelt, ressalta “o projeto surgiu para mitigar impactos negativos”. O Hospital Cajuru juntamente com a Startup HumanRobotics desenvolveram um robô com intuito de auxiliar os palhaços, a tecnologia retomou o projeto de visitas, permitindo uma tele chamada com uma dupla de voluntários e um paciente ao mesmo tempo. Já no Hospital Santa Casa o processo foi um pouco diferente Eduardo conta que precisaram adaptar o robô a um manequim, pois alguns hospitais não tinham a tecnologia, mas nada é motivo de parar esse grupo, assim deram origem a Covidina e ao Covidino, dois manequins adaptados com um tablet na cabeça e rodas nos pés. A Psicóloga responsável por transportar a Covidina no Hospital Santa Casa, Luana Bastos, frisa “a ação unindo tecnologia e solidariedade é essencial no ambiente hospitalar, ainda mais em um momento de pandemia”, completa dizendo que o lúdico ajuda na redução do estresse e da ansiedade. Antes de o voluntário atuar no grupo ele passa por um treinamento de capacitação de um ano, porque dentro dos hospitais ele irá se deparam com pessoas em estados leves, mas também pessoas em estados gravíssimos.

(Foto: Do Arquivo, profissionais da saúde e a Covidina)

(Foto: Do Arquivo, Covidina junto com a psicóloga Luana Bastos)

Luana enfatiza “respeitamos a individualidade, particularidade e autonomia do paciente em aceitar ou não a entrada do palhaço. Em um ambiente em que o paciente não pode escolher por muita coisa é importante trazer coisas que ele possa decidir”, ela conta que no início houve uma resistência por parte dos profissionais e dos pacientes, mas hoje já há uma aceitação maior “uma enfermeira me disse que o melhor dia da semana é o dia de palhaço”, conta. Ela fala ainda que os desafios são semanais com a internet e com as tecnologias que às vezes

fogem do esperado, mas seu desafio maior é com a conciliação da rotina com os palhaços, “tem dias que tem muitas intercorrências, está muito corrido, muito paciente para atender, mas preciso tirar uma hora da minha manhã para os palhaços mesmo entendendo a necessidade e a importância, nem sempre é fácil, as vezes no meio de uma visita me ligam dizendo que uma família precisa de acolhimento”, afirma. No Hospital Santa Casa a psicologia usa a tecnologia além das visitas para a transmissão de músicas, histórias, áudios, Luana conta, “quando os pacientes percebem

que tem mais alguém por eles a sensação de abandono reduz”, frisa ainda “ esses pacientes não são só mais um, o fulano do leito cem , eles são pessoas que estão ali com outras pessoas cuidando dela, quando percebem que mais alguém está ali por eles isso gera sentimentos bons”. A ONG atua desde 2014 e hoje conta com cerca de 70 voluntários entre elenco e administrativo. Além da telesperança, ela promove cursos de liderança para outros grupos voluntários e de palhaçaria hospitalar, mantém também uma agenda de lives em suas redes sociais, estão iniciando um projeto de vídeos para os pacientes também acessem quando sentirem falta dos palhaços e um projeto de terapia votado ao voluntário, afinal é importante cuidar de quem faz o bem. Hoje já são mais de 40 mil pessoas impactadas pelo trabalho social feito pela ONG. Foram mais de 450 ações. A Nariz Solidário já recebeu vários prêmios dentre eles foi premiado pelo Programa Impulso, em 2019. A Lei de Incentivo à Cultura permite que empresas e pessoas deduzam do imposto de renda os valores destinados à projetos culturais, uma oportunidade para empresas e pessoas físicas utilizarem parte de seus impostos para apoiar o Nariz Solidário, e contribuir para a promoção da saúde e da cultura. Dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) apontam que 4,3% da população brasileira atuaram como voluntário em 2019, dado que apresentou uma queda de 300 mil pessoas em relação ao ano anterior, mas o ano de 2020 juntamente com a pandemia do Covid-19 trouxe novamente um aumento na solidariedade realizada pelo brasileiro.

A

(Fonte: ABEINFO BRASIL) empresa de telefonia por ondas de rádio via antenas. domésticos interligando conforto alemã Vodafone, sai na Nos anos 90 chegou o 2G, que e segurança em smarthouses; ci- pessoa curtiu a compras e dados frente com a primeira além de permitir ligações, imple- rurgias delicadas feitas a distância; bancários. Com um fluxo de dados rede 5G da Europa. A operadora mentou o uso dos torpedos, termo monitoramento de sistemas de cada vez maior concentrado em em companhia com a sueca Erics- e função para mensagens instan- segurança em grandes cidades; e uma só fonte, pode acabar abrinson, conseguiu implantar mais de tâneas que caiu em desuso. até carros que dirigem sozinhos. do espaço para hackers e espionamil locais para distribuição do siCom a chegada dos Smartpho- Isso só ocorre pois agora é possível gem. nal 5G SA, com um alcance de cen- nes na metade dos anos dois mil, que tais dispositivos façam esse inO governo dos Estados Unidos to e setenta cidades, se tornando veio junto uma necessidade de tercâmbio de dados com uma ve- da América preocupado com isso, a primeira rede do tipo na região. acessar a internet de qualquer lu- locidade e precisão muito maiores. aplicou diversas sanções contra O Brasil não fica para trás, a gar, então veio o 3G que logo foi Estatais chinesas, Brasil e o Huawei e ameaçou parar com o empresa Ericsson, umas das cinco substituído pela geração seguinte, jogo geopolítico: compartilhamento de informaque estão na luta pelo leilão da a quarta geração, que foi decisiva Estão concorrendo cinco em- ções sigilosas e rede de dados com implementação da tecnologia 5G para moldar a maneira que nos re- presas no leilão para liderar a rede o serviço inteligência de países no Brasil, registra nova patente de- lacionamos com os smartphones. no mercado brasileiro, são elas, as que fizessem negócios com o chisenvolvida por brasileiros. A com- Tornando os celulares em compu- chinesas Huawei e ZTE; a sueca neses, pois temem estar vulnerápanhia sueca vem se destacando tadores móveis, permitindo uma Ericsson; a finlandesa Nokia e a veis, vez que quando esses dados com uma postura bem otimista maior variedade de aplicativos, sul-coreana Samsung. Para que o são compartilhados podem ser no cenário, como o CEO Eduardo maior qualidade e velocidade de sinal 5G entre em circulação é ne- vazados e caírem em mãos erradas. Ricotta disse, estarem preparados sinal. cessário que se instale novas anteA China é a maior parceira copara brigar pela tecnologia no BraO 5G é cem vezes mais rápido nas, compatíveis com a frequência. mercial do Brasil, se toda a infrasil. A patente investe no desenvol- que a geração anterior, não ape- Quem oferece esse serviço são as -estrutura de comunicações bravimento de Inteligência Artificial nas se restringindo ao uso de ce- estatais China Mobile, China Tele- sileiras forem chinesas, isso põe o como ferramenta de controle e lulares, mas promovendo uma in- com e China Unicom. A China ofe- Brasil em uma situação de depensolução de congestionamento em tegração entre outros dispositivos. rece um projeto de instauração do dência econômica e política, abdiredes de telecomunicações. Como o 5G tem um baixo nível de 5G e das antenas mais barato do cando de alguns privilégios, como Voltando os olhos para o pas- latência (tempo que um dispositi- que os outros concorrentes, po- soberania e poder de barganha de sado para entender o futuro. A pri- vo digital tem para se comunicar rém até que ponto isso não pode um ponto de vista geopolítico. meira geração de telecomunica- com outro), isso possibilitaria que colocar o Brasil em uma posição O leilão segue com data indeções móveis chegou nos anos 80, vários aparelhos fossem conecta- delicada, onde o barato pode sair finida e até lá o governo brasileiro permitindo que pessoas pudes- dos simultaneamente, com uma caro. precisa achar uma saída viável e sem fazer ligações telefônicas de precisão e velocidade nunca visEm um mundo globalizado e inteligente para o dilema do 5G, maneira remota, sem estarem co- tos antes. Permitindo que fábricas tecnológico, todos os caminhos para que em breve a população nectadas diretamente a uma linha tivessem sua linha de produção que uma pessoa toma online, dei- possa desfrutar das novas tecnofísica, mas à um sinal transmitido totalmente automatizada; eletro- xam rastros, desde fotos que a logias.


15

Edição 1011

Um convite durante o isolamento social para curtir arte e cultura Desde que o Museu Oscar Niemeyer teve suas atividades interrompidas por causa da pandemia, a alternativa para se manter em cartaz e possibilitar o acesso à arte e à cultura durante o isolamento social, foi adaptar o acervo à internet.

Juliana Mattos Bueno

N

o site e redes sociais do Museu Oscar Niemeyer de Curitiba, é possível navegar em Visitas Digitais com excelente resolução e formatos inovadores. O MON utiliza a plataforma Google Arts & Culture para possibilitar a visualização das exposições, e as Visitas Digitais 3D, idênticas ao modo Street View do Google Maps, com a opção de dar um zoom nas obras para visualizá-las com mais detalhes. Dentre as exposições virtuais completas em cartaz, estão “Ásia: a terra, os homens e os deuses” e “O Mundo Mágico dos Ningyos”, ambas exposições apresentam a coleção de 3 mil peças doadas pelo embaixador Fausto Godoy, reunidas por ele ao longo de sua carreira diplomática. As peças são oriundas de países como China, Japão, Índia, Paquistão, Butão, Irã, Afeganistão e Myanmar. O MON também produziu vídeos com oficinas relacionadas às mostras em cartaz. O “Jogo dos Animais Misturados” trata da obra “Ásia: a terra, os homens e os deuses”, e ensina a criar novos seres misturando ilustrações de animais, em menção às imagens das divindades do hinduísmo de aparência híbrida da mostra. Já a oficina “Daruma Ningyo”, inspirada na exposição “O Mundo Mágico dos Ningyos”, apresenta a coleção de bonecos japoneses doadas por Godoy. As oficinas podem ser acessadas no Intagram com a hashtag #monemcasa, nos demais canais digitais o MON divulga também vídeos de entrevistas com os artistas autores das obras, além de várias fotografias das exposições. De acordo com a assessoria de imprensa do MON, as visitas virtuais estão disponíveis desde 2010. Infelizmente não há como mensurar o público virtual, mas a interatividade com as oficinas au-

(Print tirado da oficina ministrada pela integrande do MON atrvés do Youtube)

(Print extraído da Visita 3D do MON)

mentou bastante no último ano. deixando-se levar pelos hiperlinks Não chega a ser o recorde de 2019, da internet. O professor incentiva quando a média mensal de visi- o acesso digital aos museus, pois tantes presenciais superou 30 mil quanto mais variado for o contato visitantes por mês, grande parte do aluno com a arte, mais cultura de Curitiba e turistas brasileiros. ele adquire, tornando-se um interPor outro lado, com a pandemia, a locutor disso na sociedade onde interatividade alcançou também está inserido, além de adquirir um outros públicos, inclusive de ou- olhar mais observador e sensível, tros países. Toda a conversão das para muitos, uma oportunidade exposições físicas e virtuais, bem única. Arts & Culture é uma plataforcomo a atuação nas oficinas, são ma do Google que reúne cerca de realizadas pela própria equipe do 2500 museus, parques nacionais museu. e outras organizações do munProfessor de artes, Caue Mado todo, sendo 60 delas do Brasil. tias elogia as amostras digitais. Diz Muitas mostras utilizam o formato que é uma alternativa para que street view, mas também há expoos alunos disfrutem de arte e culsições com galeria de imagens em tura, neste momento adaptado alta resolução, textos explicativos ao ensino remoto. Com tempo mais ocioso durante a quarente- e painéis interativos. O site permina, Matias acredita que a visitação te ainda que os usuários filtrem as aos museus pela internet é uma exposições por tópico, artistas, míótima opção. Desperta a curiosi- dia, local entre outras opções. Paula Marinho, estudante de dade dos estudantes em navegar artes visuais, diz que é muito dipor várias mostras virtuais, apenas

ferente de ir presencialmente ao museu, porém, é possível apreciar as obras com bastante detalhe devido a altíssima resolução das imagens e a ferramenta zoom faz toda a diferença. Os textos explicativos também são interessantes, ajudam a compreender a obra como um todo. Navegar no formato street view é legal para ver como a exposição está disposta na sala, mas depois de um tempo, você quer clicar direto na obra, preferindo o formato Google Arts & Culture, bem mais prático. Há vários vídeos de oficinas, de como fazer arte em casa, fiquei interessada em ver mais, mas acabei assistindo apenas a que estava relacionada com a obra dos Ningyos que já tinha visitado, no fim, gostei mais da oficina do que de fazer a visita 3D. Conforme entrevista da Folha de São Paulo com Amit Sood, diretor do Google Arts & Culture, a plataforma já vinha se destacando antes da pandemia, mas neste período de isolamento social, os acessos às mostras digitais através do site e do aplicativo mais que dobraram. Segundo Sood, usuários da Ásia e da América Latina foram os que mais cresceram nos últimos anos, museus do Brasil e da Índia estão galgando cada vez posições mais altas no ranking. “Museus precisam se sentir relevantes agora, porque mesmo nos tempos mais sombrios, continuamos a buscar maneiras de nos inspirar, de nos conectarmos uns com os outros. Basicamente, de nos educarmos”, concluiu o diretor da plataforma. Site:www.museuoscarniemeyer. org.br Facebook e Instagram: @museuoscarniemeyer #monemcasa YouTube:https://bit.ly/MONnoYoutube Google Arts & Culture: http://bit. ly/MONGoogleArtsAndCulture


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.