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Edição 1010 | Especial – Parlamento Universitário Curitiba, 04 de setembro de 2019
A política vista por dentro: saiba tudo sobre o Parlamento Universitário Projeto de estudante pode virar lei
Participantes pretendem entrar na vida pública
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Alunos da UP ocupam cargos de destaque
Mulheres representaram 40% dos participantes
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Editorial
O
Parlamento Universitário, que teve a quarta edição em 2019, é um projeto da Assembleia Legislativa do Paraná e organizado pela Escola do Legislativo. Estudantes de diversos cursos de ensino superior do Paraná para simularam durante uma semana as atividades dos deputados estaduais e do funcionamento do Legislativo paranaense.
Em meio ao momento experimentado no Brasil, com tantos debates políticos, muitas pessoas desconhecem os processos internos no ambiente parlamentar. Um exemplo é o funcionamento das várias comissões. É importante saber o passo a passo de como uma ideia vira lei. Projetos criados nas simulações podem virar realidade no Paraná. O futuro da política pode nascer no pro-
Sumário 3
Cursos integrados
Além da Assembleia Futuro da política 6
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UP no Parlamento Política feminina 1 0
Comissão especial 1 2
1 4 Dia na Assembleia
EXPEDIENTE
O LONA é o jornal-laboratório do curso de Jornalismo da Universidade Positivo. O veículo integra a Rede Teia de Jornalismo.
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1 1 Estrangeiro na Alep
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Coordenação do Curso de Jornalismo Maria Zaclis Veiga Ferreira
Editor de texto Johan Gaissler
Coordenação Acadêmica Roberto Di Benedetto
Editor-chefe Johan Gaissler
Equipe de reportagem Isabela Miranda, Jenifer Ribeiro, Noêmia Sibele, Pedro Henrique Talin e Vinícius Silvestrini
Reitoria José Pio Martins
homens costumam dominar. Outro fato que diferenciou esta edição do Parlamento foi a presença de um deputado universitário do Haiti. Os estudantes que incorporaram a função de um político do partido da Universidade Positivo foram destaque, presidindo comissões e liderando blocos. Além disso, foi uma cobertura marcante para os alunos do curso de Jornalismo.
O jornal Simulação na realidade 4
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jeto. Muitos estudantes têm a ideia de se filiar a um partido político, e alguns já são pré-candidatos nas próximas eleições, de acordo com os princípios que carrega consigo e com a legenda partidária. A participação feminina no Parlamento Universitário também foi destaque na edição deste ano. É um bom indício para um possível futuro político, meio no qual
Professora-orientadora Katia Brembatti
Revisão final Katia Brembatti
Curitiba, 04 de setembro de 2019
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CURSOS INTEGRADOS
Parlamento Universitário é oportunidade de aprender, na prática, sobre política Projeto aconteceu pela quarta vez e conta com a participação de alunos de todo o estado Noêmia Sibele, aluna do 4º período do curso de Jornalismo
A
quarta edição do Parlamento Universitário, realizada entre 18 e 26 de julho, começou oficialmente com o juramento dos estudantes, que exerceram a função de deputados universitários na Assembleia Legislativa do Paraná. Quase 1500 jovens se inscreveram para participar da ativi-
dade e 54 foram selecionados, além dos suplentes, e tiveram vivência no Legislativo estadual durante o recesso parlamentar. Nos primeiros anos do projeto, a participação era predominante de alunos do curso de direito da Universidade Federal do Paraná. No entanto, nos últimos dois anos, houve o interesse de universitários de
outros cursos, das áreas de ciências políticas, sociais, econômicas, relações internacionais e administração pública. Ao todo, estudantes de15 cursos participaram do projeto. O presidente da Assembleia, deputado Ademar Traiano (PSDB), deu as boas vindas aos deputados universitários. Ele comentou a importância da presença de vários cursos no
projeto: “Não podemos discriminar. A representatividade política é feita desde aquele que possa estar sem a menor condição de estudo até o intelectual”. Ademar Traiano explicou ainda que a ideia é fortalecer a democracia no estado, oportunizar aos jovens um momento para que possam conhecer a vida do parlamento estadual.
Dilliardi Alessi, diretor legislativo; Ademar Traiano, presidente da Alep; e Luiz Claudio Romanelli, primeiro-secretário na cerimônia de posse. (Foto: Orlando Kissner/Alep)
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LEGISLAÇÃO
Projeto de estudante pode virar Lei no Paraná A ideia foi de Gabriela Lólia no Parlamento Universitário, formada em Direito, e apadrinhada pelo deputado estadual Ademar Traiano (PSDB) Pedro Henrique Talin, aluno do 4º período do curso de Jornalismo
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o Paraná, os alimentos podem começar a ter a informação se contém carne suína. O projeto, elaborado no Parlamento Universitário em 2017, foi enviado para a CCJ da Alep. Quem desenvolveu a ideia foi Gabriela Lólia, de 23 anos, graduada em Direito pela Unicuritiba. Ela observou essa necessidade durante as simulações, e desenvolveu uma monografia sobre liberdade religiosa e análise de casos que envolvem o Islamismo, pois os muçulmanos consideram pecado o consumo de carne de porco. “Quando eu conheci alguns árabes, eles me perguntavam como saber se o produto tinha porco ou não e eu falava para ler na embalagem, porém estava escrito que continha gordura animal, mas não tinha especificado de qual animal. Por isso é importante essa distinção, se é gordura do boi, frango ou do porco”, explicou Gabriela. Por meio de pesquisas realizadas, ela constatou que o problema afetava diretamente o dia a dia dos mulçumanos, já que produtos rotineiros poderiam conter gordura proveniente do porco, como a pasta de dente. Assim, tarefas consideradas simples para a maioria da população se tornam um grande problema para os seguidores do Islã. A falta dessas informações nos produtos é
Gabriela Lólia com o padrinho do projeto. (Foto: Parlamento Universitário 2017/Alep)
A estudante durante os dias de simulação. (Foto: Parlamento Universitário 2017/Alep)
considerada por ela uma atitude prejudicial a liberdade religiosa dos brasileiros. “Imagine você estar em um supermercado e ao invés de pegar um chocolate e colocar no carrinho, ter que ligar para empresa, ter a sorte de falar com alguém da central de atendi-
mento, que geralmente pede para que envie um e-mail para o setor responsável, para só então te informarem se tem substâncias de porco ou não. Todo esse processo causa um grande transtorno e dificuldade para ter essa informação nas mãos”, disse a jovem.
Após aprovação no Parlamento Universitário, Gabriela tentou levar o projeto adiante, explicando a ideia para alguns deputados. Entretanto, mesmo com elogios deles, nenhum se interessou em defender o projeto. O diretor do executivo, Dylliardi Alessi, levou o projeto ao presidente da Assembleia Legislativa, deputado Ademar Traiano (PSDB), que protocolou o projeto e enviou para a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Porém, com as eleições e paralisação dos trabalhos na Alep, não houve tempo suficiente para a votação. “O projeto foi para a CCJ e estava sob relatoria do deputado Pedro Lupion (DEM). [...] Aí veio a eleição e o relator saiu aqui da Alep e se elegeu como deputado federal, mas como o Traiano se reelegeu, o projeto pôde ser reapresentado assim que começou o ano e agora está novamente na CCJ, aguardando a designação de um relator” contou Gabriela. Gabriela Lólia é Superintendente de Controle Processual da Procuradoria Geral da Prefeitura de Paranaguá e acredita que a participação no projeto foi determinante na hora da escolha do cargo. Apesar disso, Gabriela não se vê diretamente na política.: “Não quero seguir como política, acho que não faz o meu perfil, mas não vou negar que trabalharia nos bastidores”.
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ALÉM DA ASSEMBLEIA
Deputados universitários criam nova simulação Camilla Gonda, filiada ao PDT, idealizou com colegas a Câmara Universitária, que simula a rotina de trabalho de um vereador Pedro Henrique Talin, aluno do 4º período do curso de Jornalismo
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pós o Parlamento Universitário em 2018, Camilla Gonda, estudante de direito pela PUC-PR, se interessou pela política. Simular o trabalho de um deputado despertou a vontade de ampliar projetos e incentivos aos estudantes “Logo depois eu e mais quatro amigos do Parlamento [Universitário] montamos o projeto na Câmara, para que os jovens possam ver a diferença entre as funções de deputados e vereadores. É importante que quem participa desses projetos repasse o que aprendeu. A gente sai do parlamento com a vontade de mostrar para os outros como se faz política. É interessante buscar fazer projetos para a comunidade e expandir para outros jovens o conhecimento que se aprende lá dentro”, contou a estudante, que é filiada ao Partido Democrático Trabalhista. Camilla pertence à “Juventude Socialista” do PDT, segundo ela, “é um partido que eu tenho muito carinho. E por suas lideranças eu escolhi que fosse meu partido, pelo qual em alguns anos eu posso lançar candidatura a vereadora ou a deputada. [...] “Eu pretendo por meio do partido e da juventude socialista conscientizar o povo sobre como que se faz política. Dessa forma, mudar a visão
Camilla Gonda no Parlamento Universitário em 2018. (Foto: Reprodução/Instagram)
de que político não trabalha, de que político não faz nada. É importante mostrar que a política é importante para reforçar nossos diretos democráticos. Todo mundo pode ter voz na política”. No Parlamento Universitário do ano passado, Camilla apresentou um projeto que foi aprovado. A proposta apresentada por ela era sobre a gravidez na adolescência e a prática nos colégios. Em um primeiro momento, o projeto lei obrigava que os colégios tivessem uma semana de conscientização, com palestras dadas por médicos e atividades que mostrassem
aos jovens como se prevenir e também dessem auxílio às adolescentes que estivessem grávidas no período de escolarização. “O principal objetivo era auxiliar às mulheres grávidas e mostrar que elas também têm direitos. Minha maior preocupação foi que as meninas geralmente ficam grávidas e não tem amparo de ninguém, elas simplesmente saem porque é o jeito mais fácil. O projeto serviria para evitar a evasão escolar dessas jovens”, explicou. No parlamento, as coisas acontecem muito rápido e os participantes precisam entrar desde o início no ritmo do
projeto, entretanto, no final da experiência o principal objetivo é alcançado: o conhecimento. Os estudantes têm a possibilidade de aprender tudo que acontecem na casa legislativa de forma prática. “Foi tudo muito novo, não teve um treinamento antes. Já no primeiro dia a gente teve que formar aliança, mesa, bancada, bloco. Eu aprendi como se compõe uma CCJ [Comissão de constituição e justiça], uma comissão, como se julga um projeto de lei e tudo isso na prática, ninguém me ensinou antes”, falou a ex-deputada universitária.
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FUTURO
9 pessoas interessadas em disputar eleições Participantes do Parlamento Universitário pretendem ingressar na vida pública Vinícius Silvestrini, aluno do 2º período do curso de Jornalismo
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Parlamento Universitário pode ser o início de uma vida pública. Conheça nove pessoas que participaram do projeto neste ano e que têm interesse em participar, direta ou indiretamente uma candidatura nas próximas eleições.
melhor o seguimento dos projetos, a questão da constitucionalidade, a articulação política e a conhecer pessoas com diferentes pensamentos.”. 4. LEON CASTELLANO CAMARGO foi presidente da Assembleia. “Não sou uma pessoa tão engajada em questões políticas, mas a vida política me encanta”. Castellano reafirma que não houve nenhuma procura por parte de partidos políticos para uma possível filiação. O acadêmico da Universidade Positivo busca fazer contatos na política para auxiliar o seu ingresso futuramente.
1. EDUARDO JOSÉ DO NASCIMENTO, estudante de direito da UniBrasil, é filiado ao Partido Socialista Brasileiro (PSB) e pré-candidato a vereador na próxima eleição municipal. “Quando entrei na Assembleia, logo me senti em casa e como estudante bolsista, tenho o dever de retribuir a sociedade como um todo”, conta. 5. ANDERSON AURELIO VERA, estudante de direito, 2. JULIA QUINTANA DALLE- disse que já houve sondaDONE é neta do ex-deputa- gem por parte de dois pardo estadual Caito Quintana tidos políticos o Partido Ree sempre teve interesse na publicano da Ordem Social política. “Cresci vendo essa (PROS) e o Partido Liberal realidade em casa e sempre (PL). “Havendo possibilidao admirei. Meu avô sempre de, gostaria de concorrer a foi filiado ao MDB e manteve um cargo eletivo”, afirma o muitas amizades, como neta ex-deputado universitário. pretendo seguir nesse partido também”, conta a jovem. 6. RUBENS NOVICKI NETO, universitário da UFPR, disse 3. MOHAMAD WALYD NA- que seu interesse surgiu desBIL GEHA, estudante de Me- de pequeno quando acomdicina da UEL: “O Parlamen- panhava o noticiário com o to Universitário agregou pai, especialmente na época muito conhecimento sobre das denúncias de corrupção o Poder Legislativo, ajudou- tanto do Mensalão como -me a saber como funciona do Petrolão. “Meu interesse
Leon Castellano Camargo na posse do parlamento. (Foto: Orlando Kissner/Alep)
res da política. “No bastidor é onde ocorre a política, diria que é preciso ter estômago (risos), além de saber ouvir e tomar decisões acertadas em momentos até mesmo 7. WILLIAM COSTA GRAN- inoportunos”. DE foi líder do governo e 9. CAMILLA GONDA, estuconta que vai se filiar em bre- dante de direito na PUCPR, é ve ao Partido Democrático filiada ao PDT. Ela se interesTrabalhista (PDT). Escolheu o sou participou do Parlamenpartido por representar seus to Universitário em 2018 e interesses e ideais. “Acredito aprimorou o conhecimento no trabalho de alguns de- sobre política nas simulaputados que fazem parte ções. “Eu era caloura e apaidesse partido”. xonada por política, mas eu me inscrevi sem nem achar 8. MATHEUS WORSCHECH que ia passar. [...] Consegui FERNANDES foi acadêmico passar e com a maior nota de letras da UEPG disse que de direito da PUC”, contou a quer trabalhar nos bastido- estudante. surgiu mais como forma de indignação perante esses crimes e um sentimento de querer reverter esse quadro. ”
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UP NO PARLAMENTO
Estudantes da Universidade Positivo são destaque na Assembleia e ocupam cargos importantes Deputados do “Partido Positivo” foram eleitos presidentes do Parlamento e da CCJ Vinícius Silvestrini, aluno do 2º período do curso de Jornalismo
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ma das maiores bancadas do Parlamento Universitário foi a da Universidade Positivo. No projeto, os alunos da UP representavam o “Partido Positivo”. Os estudantes ocuparam cargos importantes da casa. Leon Castellano, acadêmico de direito, foi eleito com 29 votos favoráveis para a presidência do parlamento. Na eleição, duas abstenções ocorreram. Para Castellano, “chegar à presidência da Assembleia não foi uma tarefa fácil, exigiu muita articulação política e estudo do regimento interno da Assembleia, nossas alianças foram favoráveis à minha indicação ao cargo”. O interesse em ingressar na vida política foi um dos principais motivos que fizeram o estudante participar do projeto. No momento, nenhum partido político fez contato com o acadêmico, “estou focado mais na vida jurídica, estudando e fazendo estágios na área, porém com esse projeto busco colocar meu nome na política de alguma forma, fazer contatos para ter um auxilio no ingresso futuramente,” ressaltou. A professora de Direito Constitucional Adriana Inomata, disse que “a representação da Universidade Positivo foi a melhor das três edições das quais a UP participou. O destaque maior se
Deputada universitária Larissa Vargas na presidência da CCJ. (Foto: Orlando Kissner/Alep)
deu logo na largada, com o número de inscritos. Fomos a segunda Universidade com o maior número de inscritos e no treinamento. ” Larissa Vargas, de 18 anos, foi a primeira mulher a ocupar o cargo de presidente da Comissão de Constituição e Justiça. Para ela, “a articulação foi fundamental para que o partido da UP conseguisse a presidência da CCJ, com muito dialogo conseguimos um dos mais importantes cargos do parlamento”. Antes, a estudante de direito conta que
participou como vereadora no projeto Câmara Universitária. Ela era membro da CCJ e, por isso, desenvolveu um desejo pela presidência da comissão no Parlamento Universitário. Para Larissa, “a Constituição é uma das matérias favoritas na escola de direito, a professora Adriana Inomata, orientadora do projeto me inspirou muito a continuar lutando pela presidência [da CCJ] e representação do meu partido”. Os acadêmicos passaram por uma seleção desenvolvi-
da pela Universidade Positivo. Larissa conta que os alunos fizeram uma prova objetiva com dez questões sobre o regimento interno do parlamento e o processo seletivo foi dividido em etapas. Os alunos com melhor pontuação foram escolhidos. “Incentivo foi o principal apoio que a instituição e os professores deram para gente. A motivação é mais importante, foi com esse apoio que entramos no parlamento e continuarmos seguindo”, afirmou a acadêmica de direito.
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UP NO PARLAMENTO
Conheça os 9 deputados que representaram a Universidade Positivo na Assembleia Estudantes dos cursos de direito e sistemas de informação foram representantes e suplentes no Parlamento Universitário Isabela Miranda, aluna do 2º período do curso de Jornalismo
O
Parlamento Universitário contou com participantes da Universidade Positivo pela terceira vez em quatro edições. Alunos dos cursos de direito e sistemas de
informação foram aprovados no processo de seleção para participar do projeto em 2019. Eles explicaram como surgiu o interesse em participar das simulações e mostraram quais projetos foram elaborados.
Anna Gori. (Foto: Noêmia Sibele)
ANNA GORI • 24 anos • Direito • “Minha curiosidade surgiu ao querer me envolver na vida dos deputados e conseguir ter essa experiência.” • Projeto de Lei: Nº 42 – Determina a responsabilização do tratamento por quem praticar atos de abuso e maus-tratos aos animais, e cria o cadastro estadual de entidades, fundações e instituições de proteção animal.
Larissa Vargas. (Foto: Noêmia Sibele)
LARISSA VARGAS • 18 anos • Direito • Presidente da CCJ • “Participei do projeto da Câmara Municipal de Curitiba, o Câmara Universitária no mês de junho e tive muita curiosidade em descobrir como funciona o sistema legislativo.” • Projeto de Lei: Nº 11 - Estabelece a obrigação para todos os estabelecimentos comerciais varejistas a não utilizar sacolas plásticas descartáveis de derivados de petróleo.
Julia Dalledone. (Foto: Noêmia Sibele)
JULIA DALLEDONE • 22 anos • Direito • “O que despertou minha curiosidade foi a carreira idônea do meu avô Caito Quintana que esteve 32 anos consecutivos como deputado estadual. Isso sempre me inspirou.” • Projeto de Lei: Nº 33 - Estabelece a obrigatoriedade de que os projetos de construção de edificações da Administração Pública do Estado do Paraná, adotem sistemas de captação de água da chuva.
LUANA OLIVEIRA • 34 anos • Direito • “Sempre vemos nas aulas como funciona o poder legislativo, mas ainda não fica muito claro. Aqui (no Parlamento Universitário) vemos o projeto ser discutido, votado, as articulações. Fica muito mais fácil de entender.”
Luana Oliveira. (Foto: Noêmia Sibele)
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UP NO PARLAMENTO
Leonardo Maimoni. (Foto: Noêmia Sibele)
LEONARDO MAIMONI • 24 anos • Direito • “Comecei a estagiar na administração pública e comecei a me interessar muito pelo Estado. Embora trabalhe com a parte do Executivo, ainda tinha muito interesse na parte do Legislativo.” • Projeto de Lei: Nº 54 - Dispõe sobre a obrigatoriedade de implementação de pontos de coleta de lixo eletroeletrônico pelos fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes e institui a Campanha de reciclagem do e-lixo buscando efetivar a Lei Federal n. 12.305 de 2 de agosto de 2010 – Lei de Resíduos Sólidos.
ANDERSON AURÉLIO • 54 anos • Direito • “O que despertou minha curiosidade foi à partir da observação da efetiva articulação. Não apenas dentro dos partidos, mas também entre pessoas para que se haja a aprovação de projetos à partir do diálogo.”
Leon Castellano. (Foto: Noêmia Sibele)
LEON CASTELLANO • 21 anos • Direito • Leon foi o Presidente de mesa durante as sessões, que orienta e julga os projetos baseados na administração e em suas despesas. • “Já sabia da existência do projeto por ter muita curiosidade em seguir a carreira política, por isso me inscrevi logo de cara.” • Projeto de Lei: Nº 23 - Dispõe sobre a política estadual de estímulo, incentivo e promoção da atuação de startups de impacto social, no âmbito do Estado do Paraná.
NATALY BONFIM • 20 anos • Direito • “Na faculdade vemos muito no geral, por isso quis entender melhor como funciona no estado do Paraná o processo legislativo.”
Nataly Bonfim. (Foto: Noêmia Sibele)
RAFAEL RIBEIRO • 23 anos • Sistemas de Informação • “Me interessei pelo projeto por querer entender um pouco mais do funcionamento e dos trâmites.” • Projeto de Lei: Nº 49 - Define o entendimento de startups, quais as práticas e estímulos que o Estado do Paraná adotará para incentivar e fomentar a criação de novos negócios através de startups.
Anderson Aurélio. (Foto: Noêmia Sibele)
Rafael Ribeiro. (Foto: Noêmia Sibele)
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POLÍTICA FEMININA
Mulheres buscam espaço e chegam a 40% entre participantes do Parlamento Universitário Representatividade feminina na simulação da Alep deste ano foi diferente da situação real no estado e no país Jenifer Ribeiro, aluna do 4º período do curso de Jornalismo
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os 54 deputados que participaram do Parlamento Universitário, 20 eram mulheres. Isso representou 40% do total. O número é bem diferente da realidade na Assembleia Legislativa do Paraná, são quatro mulheres – cinco com a deputada Maria Victória, que tirou licença maternidade. A estudante de direito da Universidade Estácio de Sá, Beatriz Brelaz, de 21 anos, contou que tinham muitas mulheres no Parlamento Universitário, e que gostaria que fosse real a situação na política. Ela também falou que “no Parlamento os temas femininos são discutidos por figuras masculinas”. Um levantamento feito pelo Senado em 2016 mostra que, entre os 27 estados brasileiros, o Paraná ocupa a 23° posição quando o assunto é a participação feminina em cargos eletivos, com 11,1% de cadeiras para elas. O estado com maior taxa é o Amapá: 41,4%; e com menor é o Amazonas: 5,7%. O índice de mulheres brasileiras na Câmara é de 15% e no Senado 14,8%, o percentual do primeiro aumentou desde a última legislatura, quando a taxa era de 10,7%; o do segundo se manteve estável. O Brasil ocupa a 132ª posição, entre 193 países, no
Amanda de Melo (UEL) discursa no plenário. Ao fundo, o diretor legislativo, Dilliardi Alessi. (Foto: Orlando Kissner/Alep)
ranking de representatividade feminina na política segundo a Inter-Parliamentary Union. Empatado com a Jordânia, o Paraguai e as Bahamas e atrás de países como Coreia do Norte, Cuba, Moçambique e Venezuela. O país que lidera é Ruanda, com 61,3% de mulheres na Câmara e 38,5% no Senado. A estudante de pedagogia na Unioeste, Carolaine Souza, de 22 anos, não vê “uma representatividade efetiva, porque o governador [universitário] é homem, o presidente da Mesa Executiva também, e até o primeiro secretário”, apesar da alta representatividade feminina nas simulações. Ela sentiu que muitos homens interromperam as mulheres enquanto elas estão falando nas comis-
sões temáticas. Larissa Vargas, estudante de direito da Universidade Positivo, e que foi presidente da CCJ, ressalta que é apenas um dos primeiros passos para aumentar a representatividade feminina na política e nas simulações. Ela disse que “as mulheres precisam muito estar em cargos mais importantes como o governo e as presidências da mesa e da CCJ”. No penúltimo dia do Parlamento Universitário, houve votação em plenário e os deputados universitários puderam discorrer sobre um tema livre. O assunto abordado por Larissa foi justamente a representatividade feminina na Alep. Além de Larissa, outras meninas também ocuparam po-
sições de destaque, como a estudante de ciências sociais da UEL, Amanda de Melo, de 23 anos, líder do maior bloco do projeto. Amanda falou que foi uma honra participar da iniciativa pela primeira vez e que o fato de fazer ciências sociais é um bônus porque enxerga as consequências dos textos apresentados para a sociedade. Algumas das mulheres pensam em entrar para a política no futuro, como a estudante de teologia da PUC, Eva Gislane, de 51 anos. Ela explicou que pensa e estuda a possibilidade e que quer ser uma alternativa às pessoas que não sabem em quem votar. Por ser a deputada universitária mais velha, ela falou que “existem mulheres muito fortes, é por isso que estamos aqui, porque no passado nós tivemos representatividade” e espera que “essas mulheres que nos representaram no passado sejam inspiradoras para as futuras políticas”. A deputada estadual Cristina Silvestri (PPS) disse que fica “tão feliz em perceber que no Parlamento Universitário a participação feminina chega a 40%” e que isso “é um indício de que, futuramente, as nossas mulheres terão ainda mais interesse na vida política, participando das decisões importantes dos municípios, estados e também do Brasil”.
Curitiba, 04 de setembro de 2019
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ESTRANGEIRO NA ALEP
Deputado universitário do Haiti pretende levar experiência do projeto para a vida profissional David Limose tem 34 anos, está há 7 em Curitiba e cursa relações internacionais na capital Isabela Miranda, aluna do 2º período do curso de Jornalismo
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o primeiro dia do Parlamento Universitário, o haitiano David Limose, de 34 anos, foi apresentado como um dos personagens inusitados da 4ª edição do projeto. Ele é o único de fora do Paraná, entre os 54 eleitos como deputados principais e 21 suplentes. Há 7 anos, David chegou em Curitiba acompanhado do irmão mais velho. Por muitos anos, militares do
Exército Brasileiro estavam no Haiti para uma Missão de Paz da ONU, participação encerrada em 2017. O haitiano contou que a adaptação ao Brasil foi difícil. Ele não teve contato com nenhum brasileiro anteriormente pois não tinham militares daqui na cidade em que morava. Aos poucos, ele encontrou pessoas em Curitiba que o ajudaram no idioma, falando em inglês ou até mesmo em fran-
cês, segunda língua do Haiti. Estudante do curso de Relações Internacionais da Uninter, David conta que o foco dele é a política haitiana e que sente muita vontade em voltar ao país para ajudar. Para ele, o projeto organizado pela Assembleia Legislativa do Paraná tem sido muito bom para entender o funcionamento do Legislativo. “Com essa atividade eu entendo e aprendo bastante
sobre a política. Quando faço uma comparação entre a política brasileira e a política haitiana percebo que elas são bem diferentes. Vi coisas muito importantes para mudar no meu país”, disse o deputado universitário. Além de se interessar pela política, David Limose pretende, através da formação universitária, trabalhar no início de uma relação comercial entre Haiti e Brasil.
David Limose (Uninter) pretende que o Haiti tenha relações comerciais com o Brasil. (Foto: Kleyton Presidente/Alep)
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COMISSÃO ESPECIAL
Entenda como funcionam as discussões na Comissão de Constituição e Justiça CCJ é permanente e analisa a constitucionalidade de projetos de leis e emendas Noêmia Sibele, aluna do 4º período do curso de Jornalismo
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Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) é considerada uma das mais importantes de um parlamento, seja a nível municipal, estadual ou federal. Ela analisa, de acordo com a Constituição, propostas de leis e emendas e é composta por uma quantia variada de representantes. Os projetos que passam pela CCJ podem ser considerados conclusivos, ou seja, quando não há necessidade da votação de todos em plenário e são encaminhados direto ao Senado; ou podem ser mais complexos, como propostas que afetam a sociedade e rendem várias discussões e votações. No Parlamento Universitário de 2019, os estudantes foram orientados a escolher os deputados universitários e os respectivos suplentes, além dos presidentes das comissões. Os temas que passaram pela CCJ foram variados: saúde, defesa do consumidor, educação, meio ambiente, direitos humanos e segurança. A edição de 2019 do Parlamento Universitário foi a de maior número de projetos apresentados e de maior qualidade deles, segundo um dos orientadores. Algumas ideias expostas são importantes para estudantes universitários, como o da deputada universitária Carolaine Santos, da
Unioeste, que questionou a falta de auxilio-permanência para estudantes de baixa renda em universidades estaduais. Além disso, proposições de representantes de Ponta Grossa debateram o auxílio às pessoas com depressão, proteção aos animais, o acesso de crianças com deficiência ao ensino regular e a criação de leis de âmbito estadual em casos que já há determinação federal. A reunião contou com a presença do chefe da procuradoria geral da Assembleia Luiz Fernando Feltran, que falou aos estudantes sobre a
votação da lei de proibição de bebidas alcoólicas nos estádios e como a participação dele foi fundamental para barrar a lei que, para ele, é inconstitucional. Os parlamentares compreenderam como funciona a CCJ, que discute a constitucionalidade, a legalidade técnica e legislativa e não a explicação do projeto em si. Vinicius Borges Martins, chefe de gabinete do deputado estadual Rubens Recalcatti (PSD), esteve presente e, como delegado aposentado e ex-advogado na Assembleia, comentou sobre
situações que fazem parte do processo penal, como o direito penitenciário. Além disso, falou sobre casos que presenciou enquanto era delegado de polícia. Após o questionamento de um dos deputados sobre se a mudança de nomenclatura das penitenciárias, ele afirmou que “o Estado do Paraná está atrasado, defasado perto da polícia do Estado de Santa Catarina e até do Rio de Janeiro”. Para ele, a falta de investimento nos últimos cinco governos impossibilitou a construção de penitenciárias.
Uma das reuniões da CCJ no Parlamento Universitário. (Foto: Dálie Felberg/Alep)
Curitiba, 04 de setembro de 2019
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COMISSÃO ESPECIAL
Francischini acompanha simulações e fala sobre assuntos que envolvem o governo Deputado federal relembra período de estudante, comenta sobre as reformas em tramitação no Congresso Nacional e defende indicação feita pelo presidente da República Noêmia Sibele, aluna do 4º período do curso de Jornalismo
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deputado federal Felipe Francischini (PSL-PR) acompanhou algumas das simulações do Parlamento Universitário e conversou com os estudantes, além de parabenizar os profissionais da Assembleia Legislativa do Paraná pelos trabalhos realizados. Ele também falou sobre experiências pessoais e respondeu às perguntas sobre tramitações de projetos e o desafio de ser presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara no primeiro ano de mandato no Congresso Nacional. Perguntado sobre a importância do jovem no projeto, ele relembra quando era estudante e tinha muitas ideias, e afirma gostar de se reunir com estudantes e professores. Afirma ainda deixar sempre os canais de comunicação dele abertos para sugestões. No cargo de presidente da CCJ na Câmara, o deputado comentou que critérios formais efetivam adaptações aos projetos. Francischini foi membro da Comissão de Constituição e Justiça da Alep quando era deputado estadual na legislatura passada. Sobre as reformas propostas pelo governo, ele disse que a reforma da Previdência está em processo de conclusão, diferente da tributária. Segundo ele, a última está confusa pois,
Presidente da CCJ no Congresso em uma das reuniões no Parlamento Universitário. (Foto: Reprodução/Instagram Felipe Francischini)
na prática, há três propostas de reforma e nenhuma delas preponderou até o momento. Nas últimas semanas, o presidente Jair Bolsonaro nomeou o filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL), para assumir a embaixada brasileira nos Estados Unidos. Perguntado sobre a decisão, Francischini, que é correligionário de Eduardo, diz “nem nós sabemos o nome do embaixador do Brasil nos Estados Unidos, em termos de representação política, acho bom pois [o presidente dos EUA] Donald Trump é amigo
de Eduardo e Jair Bolsonaro. Vejo que qualquer tipo de ação política do Eduardo como embaixador produziria talvez, um efeito mais forte, na questão negocial, de relações econômicas e representação política. Sairíamos de um nível razoável”. O líder da CCJ conhece o trabalho de Eduardo Bolsonaro na função de presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional da Câmara e, para ele, o trabalho é considerado bom. “Na questão do mérito, acredito que ele tem qualificação sufi-
ciente para representação do Brasil nos Estados Unidos. Eu só acho, e é o conselho que eu daria, de não abrir mão de um cargo político, cargo de eleição como deputado federal para poder ir para embaixada”, afirma. Francischini nega as acusações de nepotismo pelo fato do presidente ter nomeado o filho. “Não há nepotismo, eu vejo que ele trabalha e estuda muito o tema, é uma decisão do presidente e não acho que seria ruim, vejo que seria bastante proveitoso a ida do deputado Eduardo”, comenta.
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DIA NA ASSEMBLEIA
Uma quinta de ilusões Jenifer Ribeiro, aluna do 4º período do curso de Jornalismo
S
aí de casa e, como estamos no inverno curitibano, eu estava morrendo de frio. Fui ao tubo pegar o Inter 2, que para na frente da Assembleia Legislativa do Paraná, no Centro Cívico, o coração político da cidade. Como sempre, morri de medo de me atrasar, mas cheguei 15 minutos antes e, quando fui entrar no prédio, entrei na portaria errada. A moça que trabalha lá foi extremamente simpática e me mostrou o caminho certo. Na frente da portaria certa tem uma placa no chão escrito o nome da Alep. Quando você entra há três catracas e algumas recepcionistas ao lado que pedem o RG para fazer um cadastro antes de entrar, como é feito em outros órgãos públicos. A recepcionista que me atendeu disse que eu tinha que entrar na segunda porta à direita. Quando entrei achei o máximo que a segurança falou “Terceiro andar”. Eu achei que a comunicação naquele local fosse ótima, mas não, quando eu subi eu percebi que tinham muitas pessoas já presentes, mesmo antes do horário e parei de me sentir especial. Quando o elevador chegou, eu fui entrando e quase dei de cara com um homem que estava saindo, mas meus momentos desastrados terminaram por aí. O andar para qual eu fui tem o auditório legislativo. Quando vi o nome na programação, achei que ele seria enorme, mais uma ilusão: o auditório é minúsculo.
Outra ilusão foi com o café, mas essa foi a melhor. Achei que o café da Alep seria ruim como o do Tribunal Regional Eleitoral, mas não, ele até que é bom é só misturar o café com açúcar e o sem açúcar que fica gostosinho. Depois das instruções no auditório, nos levaram para o plenário. Lá tem uma área destinada à imprensa embaixo das galerias e os deputados ficam de costas. Por incrível que pareça, o lugar não é tão grande assim. No local destinado à imprensa, há alguns autofalantes, dois computadores que ninguém sabia a senha, um galão de água e uma máquina de café que não estava funcionando. A separação dessa área com a que ficam as cadeiras dos parlamentares é por um vidro. Nós da imprensa não podemos ir até onde os deputados se encontram enquanto eles estão em votação ou em discusão. Se quisermos conversar com algum deles nesses momentos, algumas meninas chamam. Acredito que a surpresa maior foi o salão nobre, que também é pequeno. O lugar é lindo demais, a porta é de madeira e alguns desenhos que remetem ao sertão nordestino. Dentro da sala, há diversos quadros. O que mais me chamou a atenção foi um que tem uma árvore cortada e o corpo de uma mulher está em cima do que restou da árvore. Aquele quadro enorme puxava minha atenção a todo momento enquanto estava
Prédio da Assembleia Legislativa do Paraná. (Foto: Divulgação/Site Alep)
na aula de expressão corporal e voz. Do outro lado, há alguns quadros pequenos – e desalinhados – com o rosto de vários homens. No local também tem banheiro e deixaram café e água para a gente. Eu não sei se fui eu que sonhei com tudo grande, as salas, os auditórios, mas achei que todos os ambientes eram pequenos, pelo menos no prédio que nós estávamos – têm vários prédios dentro da Alep. Entretanto, não tem como negar que a estrutura da Assembleia é perfeita; o acabamento é excelente, exceto a porta corta fogo do prédio ao lado, que é o dos gabinetes; e todos os ambientes são aconchegantes. Os móveis e os quadros também são lindos e provavelmente muito caros. O lustre que tem no salão nobre, o lugar que eu amei, é muito
bonito, mas deve valer, no mínimo, duas vezes a minha renda anual. Dei uma volta por toda a Alep, pelos locais fora da grade de programação e conheci bastante gente, a mais legal é uma das ascensoristas do prédio que tem os gabinetes. Ela é muito simpática e sabe o andar de todos os deputados estaduais. Neste prédio tem também uma lanchonete, acho que é a única da Assembleia, porque todo mundo ia comer lá. Os lanches são um pouco caros, mas a comida em si é barata, não sei se é boa. No geral, descobri que tinha visões muito distorcidas da realidade em relação a Alep. Principalmente porque achei que o prédio estaria caindo aos pedaços, mas não; e que todos os ambientes eram grandes, o que também estava errado. Enfim, foram boas ilusões enquanto duraram.