CAIO CEZAR LAMARCA
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SERIAL: UMA HISTÓRIA F#CK AND PUNCH
Revisão: Marianna Roman Editor responsável: Marianna Roman Ano: 2018
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CAIO CEZAR LAMARCA
UMA SURPRESA PARA O LEITOR
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SERIAL: UMA HISTÓRIA F#CK AND PUNCH
A CAMPAINHA TOCA...
QUANDO ME LEVANTO pra atender a porta, ela se abre de rompante. Uma linda mulher adentra furiosamente. — Eu preciso transar! — diz ela, puxando meu braço e me levando pro quarto. — Ei, ei, ei... quem você pensa que eu sou? Primeiro me pague uma cerveja. — disse, rindo. Ela me olhou com os olhos em chamas. Procurando por algo. Talvez a graça da minha piada infame. — Perdão. Eu faço piadas estupidas quando uma mulher que não conheço entra na minha casa do nada. — Eu que tenho que pedir desculpas, mas eu preciso me vingar daquele filho da puta! — Ok, não precisamos mais da cerveja. Sexo de vingança é o meu preferido. Ela me olha como se quisesse me explodir. — Me desculpa de novo. Antes de tudo. Caio, prazer. Estendo minha mão. Ela me olha atordoada e parece se acalmar um pouco. — Susie — responde, apertando minha mão estendida. — Sério? — É só o meu nome da noite. Você não precisa saber meu nome verdadeiro...
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CAIO CEZAR LAMARCA
Meus olhos percorrem as curvas do seu corpo. Sua calça jeans rasgada, a camisa preta dos Stones e a camisa quadriculada preta e vermelha em conjunto com os cachos castanho-escuros, que caem sobre seus ombros, e o par de olhos mais lindos que eu já vi... não dão o menor indicativo que ela é uma prostituta. — Não pensei por um minuto que você era uma prostituta. Caso o cache seja maior que 50 reais, não poderemos continuar com a negociação... Finalmente ela sorri. Larga minha mão e senta no sofá. Seus olhos passam de puro ódio para uma completa perda de sentidos. Me sinto coagido a ajudá-la e digo: — Droga... Talvez eu me odeie por isso, mas... você quer conversar sobre o que aconteceu? — Pra começar, eu prefiro o termo “acompanhante”. Acho que nem esse seu, digamos... “apartamento” poderia pagar por mim. E por último, a idiota aqui é apaixonada pelo seu vizinho do lado desde a adolescência. Finalmente consegui uma chance com ele e passamos 2 maravilhosas semanas felizes... até que ele me perguntou com o que eu trabalhava. Quando respondi, ele enlouqueceu e me expulsou. Então, eu saí de lá e decidi que daria pro vizinho mais próximo. No caso, você... Ela começa a chorar e suas mãos buscam os olhos pra secar as lágrimas. A manga da camisa quadriculada cai e vejo alguns hematomas e filetes de sangue por ambos os braços. Quando ela se dá conta, rapidamente puxa as mangas pra baixo, pra esconder. Levanto e me dirijo à porta. — O que você vai fazer?
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SERIAL: UMA HISTÓRIA F#CK AND PUNCH
— Ainda não sei, quando descobrir eu te conto, baby. O banheiro é ali, à direita; a porta ao lado da geladeira. Use, se quiser. Volto em 5 minutos. Entro em casa depois de mais de uma hora fora. Seguro duas garrafas de whisky. Ela está deitada no meu sofá... com o meu roupão e uma xícara de café. Não me ouve chegar. — Vejo que já está confortável... — digo. — Não achei que iria se incomodar. Há uma tensão no ar. Creio que ela quer me perguntar por onde andei por tanto tempo... antes dela ter a chance de me indagar, digo: — Só bebo Buchanan’s. Às vezes é complicado achar por aqui. Tive que ir ao Centro. Por isso demorei. Ela se cala e aceita a resposta. Levanto suas pernas e me sento, colocando-as no meu colo. Abro uma das garrafas e bebo diretamente do gargalo. Ofereço a ela. — Adoro café com whisky. Olho-a com uma cara de interrogação. — Tenho gosto peculiares, você não entenderia... Rimos e conversamos pelo resto da tarde. Começo a simpatizar com as loucas visões de mundo que ela tem. Analogias exotéricas e exageros insanos. Gosto dela. Me pego pensando que a vida parece mais fácil do lado dela... “O QUE VOCÊ TÁ PENSANDO? TÁ MALUCO, PORRA?”, berra meu sexto sentido. É, talvez eu também tenha exageros insanos.
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CAIO CEZAR LAMARCA
Estamos na metade da segunda garrafa, quando ela, em certo ponto da conversa, me interrompe: — Posso dormir aqui? — Ainda está pensando na vingança? — Se, e apenas se, você prometer que será uma vingança que fará Tarantino escrever um filme sobre. — Você faz analogias à sexo com Tarantino! Seria cedo demais pra te pedir em casamento? Ela se levanta e me puxa pelo braço em direção ao quarto. Se joga na cama e abre o roupão. Seu corpo é um purgatório para meus ébrios sentidos. Deixo a garrafa cair no chão e tiro a camisa. Ela morde os lábios e se levanta pra tirar a minha calça. Com um movimento ela arranca calça e cueca. Eu já estou duro. Ela aperta minha bunda e começa o melhor oral que recebi até então. Agarro-lhe os cabelos da nuca e a faço olhar nos meus olhos. Faço ela ficar de quatro; tá na hora dela provar o melhor oral de vida dela. Não me seguro e dou um tapa em cada lado de sua bunda. Ela parece gostar. Me levanto e a fodo ali mesmo. Seus gritos são mais altos que as tempestades invocadas pelo próprio deus do trovão. As batidas da cabeceira na parede eram mais fortes, que as marteladas de mjolnir. Transamos de novo ao som de Stones. Transamos mais uma vez... porque se for pro Quentin fazer um filme, que ele tenha material de sobra. Quando a noite finalmente parece acabar, ela diz: — Gabriela. — Quem...?
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— Meu nome verdadeiro, é Gabriela — ela diz, se ajeitando no meu ombro e olhando pra mim com aqueles malditos olhos. Fraquejo por um segundo. — Estava entre Júlia e Letícia. — digo sem tentar demonstrar muito. Ela ri. — Eu contei uma verdade sobre mim. Agora é a sua vez... — Eu não pedi pra que você contasse nada. Ela se ressente, seus olhos perdem o brilho. Olho as marcas dos braços dela novamente. Mudo de ideia. — Ok, ok... O que você quer saber? — O que você fez durante a 1 hora que ficou fora? Eu fui à casa ao lado. Bati, ninguém atendeu. Tentei forçar a maçaneta, mas nem foi preciso... estava aberta. Seu amado estava na cama, com o nariz branco de tanta cocaína que tinha usado. Em um estado de semiconsciência... Quase em overdose ele me reconhece, mas não tem forças pra reagir; meu tipo preferido de presa. Tem uma TV no quarto. Vou até ela e pego o fio de energia. Enrolo ele no pescoço do seu amado e vejo a cor sumir dos seus olhos, enquanto ele lentamente para de se debater... Uma bela cena, tenho que admitir. A casa dele tem uma entrada direta pra garagem. “Amo quando tudo dá certo”, penso. Coloco seu corpo no carro que está na garagem e me dirijo à casa da minha falecida mãe, onde tem um canil com 4 pastores-alemães jovens. Antes de alimentá-los, passo seu
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CAIO CEZAR LAMARCA
corpo pelo antigo moedor de cana que minha mãe mantinha na parte dos fundos para seus matinais caldos de cana. Volto pra casa. Paro pra comprar duas garrafas de whisky, afinal tenha que comemorar esse presente que o universo me deu, né? E agora que te olho, que já estou satisfeito e que você sabe de tudo, meu sangue tá fervendo pra ver esses seus lindos olhos brilhando em desespero e esse seu lindo corpo salteado de sangue. Era isso que ela queria saber, mas olho diretamente em seus olhos e minto descaradamente: — Amanhã você sai pra comprar o whisky e veja o quanto demora... combinado? Ela olha durante um tempo longo demais pra mim. Talvez esteja buscando traços de uma mentira. Não acha nada, além de um vazio colossal. E ri. Talvez tenha aceitado. Verdadeiramente, dessa vez. Creio que ela confie em mim. Deveria contar a ela, não deveria? Que há chances, bem consideráveis, de que quando eu me cansar de fodê-la, ela vá viver feliz pra sempre com seu querido amado noutro mundo...? Mas se eu contar, eu terei que matá-la agora... ... Nah! Muito trabalho. Foi um dia longo. Estou cansado. Deixa pra amanhã. Afinal de contas, melhor uma manhã de estranhezas do que uma noite de solidão.
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