hip hop PELOTAS|RS
SEMINÁRIO DE DIPLOMAÇÃO Lorena Maia Resende orientador: Eduardo Rocha
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HIP HOP não é só uma música, mas é também um movimento espiritual dos negros! Não se pode simplesmente chamar o HIP HOP de moda.
Lauryn Hill
SUMÁRIO 1_introdução 1.1_apresentação 1.2_a história do HIP HOP 1.3_objetivo + justificativa
06 - 15 08 10 14
2_conceito 2.1_tema 2.2_público alvo 2.3_programa 2.4_pré-dimensionamento
16 - 27 18 20 22 26
3_lugar
28-47 30 32 38 40 42 44 46
3.1_área de estudo 3.2_zoneamento 3.3_levantamento fotográfico 3.4_entorno e o grafite 3.5_análise morfológica 3.6_pré-existência 3.7_potencialidades e fragilidades 4_legislação 4.1_III Plano diretor de Pelotas 4.2_ Lei 4568/00 4.3_Imóveis inventariados 4.4_Diretrizes do Patrimônio
48 - 55 50 52 53 54
5_referências projetuais 5.1_espaço HIP HOP 5.2_ interação do antigo com o novo 5.3_ a forma
56 - 63 58 60 62
6_estudo preliminar 6.1_o conceito 6.2_organização espacial 6.3_zoneamento 6.4_planta baixa 6.5_cortes 6.6_fachadas 6.7_volumetria 6.8_materiais + estrutura
64 - 91 66 68 70 72 76 80 86 88
7_bibliografia
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o hip hop 1_introdução 1.1_apresentação 1.2_a história do HIP HOP 1.2.1_origem (EUA) 1.2.2_ Brasil 1.2.3_ Pelotas 1.3_justificativa + objetivo
08 10 10 12 13 15
1.1_apresentação A cultura hip hop na cidade de Pelotas ganha força desde a organização dos festivais do Mister Pelé em 1988. A partir de então inúmeros eventos foram realizados na cidade, como show de raps, cursos de dança, exposição de grafite, dentre outros. Na verdade não exitia um local específico, esse movimento era disseminado pela cidade, cada bairro tinha seu estilo e organização própria. Em Pelotas esse Moviemnto Hip Hop teve muita influência dos bailes Funk ou bailes Black, dos anos 80. Hoje, com uma associação organizada, eles tem desejos. O Hip Hop veio da rua, ele se apropria do espaço público e por conhecê-la o denúncia. O palco do Hip Hop é a RUA. O que se sente falta é de um espaço próprio para
capacitação. Um lugar de identidade e preservação da cultura. A proposta é criar um ambiente que possibilite a aprendizagem, o ensino e a exposição de uma cultura forte e arraigada há muitos anos na cidade. Como um marco, um ponto de encontro. É importante deixar claro que a intenção aqui não é delimitar um espaço, em que as atividades só acontecerão entre algumas paredes, NÃO! A essência do Hip Hop é a rua e continuará sendo, o break sendo apresentado em praça pública, o grafite dando vida aos becos, ruela e muros da cidade, o rap ganhando seu espaço em shows(...) O palco continuará sendo a rua e o cenário a cidade, o que nos falta é espaço para os bastidores, as coxias e seus camarins.
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De longe vem os pensamentos. De perto surgem os sentimentos. De dentro surgem palavras, da rua vem a inspiração. De tudo vem a motivação e do nada surgem as dúvidas. Da prática surge a perfeição. Do erro surge a humildade. Do acerto, a confirmação e da afirmação, o poder de decisão. Da escolha se constrói o futuro. Do escuro vem a luz, que nunca se apagará.
Zulu rapper, poeta e artista de Pelotas
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faço do rap a minha arma, minha proteção, é minha luz, a minha benção, minha salvação. o que me guia, me rege, a trilha que me protege, corrente renovada, periferia fortalece. Rap ‘Se me Chamaram’ – Gagui idv e CNR
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“O rap é considerado marginal. Mas a verdade é que a maioria da população foi colocada à margem. (...) Em Pelotas mais de 44% da população é negra, e o Hip Hop pode oferecer orientação básica de sobrevivência”. Mica – rapper de Pelotas
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1.2_a história do hip hop 1.2.1_a origem (eua) O hip-hop surgiu na década de 70 como um movimento cultural entre os latino-americanos, os jamaicanos e os afro-americanos da cidade de Nova York mais precisamente no sul do Bronx. O disc-jockey Afrika Bambaataa é considerado como o pioneiro e criador deste movimento social altamente influente. Em 12 de Novembro de 1973, fundou a Zulu Nation, uma organização com objetivos de auto-afirmação que promovia o combate através das quatro vertentes do hip-hop e que invocava “Paz, União e Diversão”. Esse dia é, até hoje, celebrado como sendo o dia do nascimento do hip-hop. Os moradores do Bronx denunciaram sua inconformidade, reivindicaram seus espaços e em seu movimento cultural tentaram estabelecer relações com as estruturas físicas, com a nova economia, com a tecnologia e com as novas formas de opressão de raça, gênero que se apresentavam na América urbana. Estas relações eram estabelecidas através do graffiti nos trens, nas vias públicas, da linguagem, da dança robotizada com gestos afro-caribenhos, da apropriação do espaço urbano, da postura e da aproximação em grupos. Este movimento, que literalmente quer dizer: Hip – saltar e Hop – mexer os quadris, criado entre diferentes culturas, a africana, a caribenha e americana, que identifica a vida desses moradores, situados “às margens da América urbana e
pós-industrial ” levou o Bronx, conforme Trícia Rose (1997, p. 199), a ser conhecido como “o berço da cultura Hip Hop”, porque desconstruiu, re-interpretou e re-criou a experiência da vida urbana. Surgiram então os DJs - Disc Jockey, que, com suas festas, redimensionaram as vias públicas, transformando-as em centros de lazer para a comunidade. Com a música, os jovens começam a dançar e inventam o break - em português
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“quebrar”, porque as pessoas só dançavam na parte ‘quebrada’/parada da música. Os primeiros dançarinos imitavam as pessoas que voltavam mutiladas da Guerra do Vietnã, como forma de protesto; depois vieram à imitação de painéis egípcios, movimentos do Kung Fu (arte marcial), de robôs de filmes de ficção científica inspirados na tecnologia, danças africanas, transformando as ruas tomadas por blocos de concreto e placas em palcos e teatros públicos. Com o tempo esses jovens se apoderaram dos microfones e falavam como se estivessem declamando uma poesia, surgindo então o Rap - rythm and poetry, ritmo e poesia - As falas sobre as transformações vivenciadas no Bronx, sobre os trens, miséria, violências, montes de concreto, surgiram nas canções e se
tornaram temáticas musicais. Esses jovens cantores se chamaram MC - Mestre de Cerimônias - porque também durante suas músicas recebiam e saudavam os que chegavam para as festas. Os convites para estas festas eram feitos “boca a boca” ou por meio de folhetos. Nestes convites era usado o graffiti como forma de chamar a atenção das pessoas. O graffiti era usado por gangues pela sua grafia diferente, impossibilitando muitas vezes de seus autores serem reconhecidos. Logo o graffiti foi absorvido como forma de identificação, pois eles também tinham a intenção de que a linguagem e a escrita fossem diferentes das usadas em revistas e propagandas. 11
1.2.2_BRASIL Estudiosos e pesquisadoras que retratam a chegada do Movimento Hip Hop no Brasil, como Micael Herschmann (1997) em seu artigo "Na Trilha do Brasil Contemporâneo", caracterizam - na como: "(...) manifestações bastante comuns nos guetos negros norte-americanos vêm sendo apropriadas de modo geral pela camada menos favorecida da população que habita basicamente as periferias e favelas das grandes cidades brasileiras, como os rappers norte americanos, eles se caracterizaram pela "verborragia" e os temas de suas composições giram em torno de miséria, violência urbana, racismo (...) " (p. 76). O Hip Hop chega ao Brasil, vindo da Florida (EUA), pelo ritmo “Miami Bass” de músicas com batidas rápidas e erotizadas, mas este ritmo aqui foi batizado de “Funk”, uma retomada ao movimento anterior. Duas vertentes vão surgir neste estilo que acaba de chegar às comunidades de baixa renda. Uma atente a demanda da produção midiática, à cultura de massa, liderada por um grupo de pessoas que visam o lucro com esta produção, oferecendo a população uma forma de diversão e de passar o tempo. Enquanto que a outra vertente, o Hip Hop, propõe uma ação de protesto político e social para o exercício da cidadania. Através de suas manifestações, dos seus elementos, o Movimento Hip Hop apresenta sua proposta que afirma ser: instrumento de denúncia. Com um novo
estilo musical, nada tradicional, os integrantes desse movimento borram identidades que mostram a diversidade conflitante do Brasil. Hermano Viana (1997) complementa "Não foi só a tecnologia armamentista que subiu o morro, mas, também a tecnologia musical do sampler e da bateria eletrônica" (p.18). A formação de grupos que reúnem cantores e cantoras de rap, DJs, dançarinos e dançarinas de break e grafiteiros e grafiteiras, chamam-se "posses" que têm três níveis de atuação: o aperfeiçoamento artístico dos membros da posse, as ações comunitárias e as ações políticas. Para os integrantes do Movimento Hip Hop o trabalho comunitário é considerado a base de qualquer grupo que queira se construir. No Rio de Janeiro, a "posse" ATCON Atitude Consciente, assim como outras posses, propõem-se a fazer trabalhos comunitários através da arte, principalmente com o break, o rap e o graffiti e organizar festivais onde possam mostrar o seu talento e ao mesmo tempo arrecadarem fundos ou alimentos para suas comunidades.
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1.2.3_PELOTAS/ RS Como já citado anteriormente, o movimento do Hip Hop em Pelotas nasceu nos festivais do Mister Pelé em 1988. VIEIRA,2007 em sua dissertação apresenta vários relatos de participantes do Movimento de Hip Hop de Pelotas. Nos relatos é possível perceber que o movimento começou de forma bem natural em grupos pequenos que se encontravam nas ruas para discutir e treinar sobre a cultura. Assim, as pessoas que passavam por esses locais paravam para observar, uns aderiram, outros aplaudiam. B. Boy – dançarino – conhecido como Vovô, foi uma das pessoas que organizaram projetos de bairros. O primeiro projeto foi na escola do bairro Navegantes. Outros projetos foram se somando dando prioridade para a periferia - local
marginalizado - onde presenciavam cenas de violencia diárias surgindo então questionamentos. Um outro grupo formado por MC Gagui, Mano Jeison e Rappers PC também começaram projetos na periferia, levavam o Hip Hop para mostrar que a violência pode ser combatida com inteligência. Com mensagens de positividade, auto-estima e denúncia. “Convivendo dia-a-dia com a dura realidade das ruas de Pelotas, o grupo conse gue manter distância da maldade e mostra que o Hip Hop pode ser a salvação e a arma para lutar contra a desigualdade e alcançar a tão desejada e sonhada paz.” - MC Gagui do Grupo Ideologia de Vida Hoje o movimento Hip Hop se mantém vivo com várias atividades na cidade, conta com uma rádio própria, o projeto InRua, eventos como Spray’sons.
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14
1.3_justificativa + objetivo Pensando em um conceito mais amplo do Hip Hop que vai além da prática da dança, música e arte o movimento também promove um papel importante na construção de cidadãos, uma ferramenta de inclusão que divulga o conhecimento de forma mais igualitária e transforma a trajetória de muitos jovens. A proposta da Casa do Hip Hop se justifica pela falta de infraestrutura desse movimento. Os encontros, debates, reuniões do grupo são realizados em grande parte na rua ou em lugares improvisados, o que prejudica uma organização adequada. A presença de uma sede além de propiciar condições mínimas de desenvolvimento garante a identidade, um marco de referência que chama, divulga e promove sua ideologia. Os organizadores desde a fundação do grupo vem tentando abrir espaço na cidade, recorrem a orgãos públicos na busca de uma sede, mas até então não foi obtiveram sucesso. Em forma de protesto já ocuparam edificações ociosas na cidade, como exemplo a casa em estudo (Casa da Capitania), demonstrando que poderiam dar vida, segurança a lugares abandonados sem a necessidade de um novo terreno e gastos com construção. Assim, o objetivo da Casa do Hip Hop é dar visualidade, voz, presença a esse movimento tão significativo. Para isso foi escolhido um lugar potênte, a Casa da Capitania, que desde a ocupação já existe um desejo, uma vontade de qualificar o local e defender o patrimônio dando vida através do uso e empoderamento. A intenção é proporcionar uma arquitetura de qualidade que além da infraestrutura básica consiga o devido reconhecimento do Hip Hop na cidade de Pelotas. 15
alvo 2_conceito 2.1_tema 2.2_pĂşblico alvo 2.3_programa 2.3.1_programa de necessidades 2.3.2_fluxograma 2.4_prĂŠ-dimensionamento
18 20 22 24 25 26
2.1_tema A proposta de projeto para a cidade de Pelotas/RS é a Casa do Hip Hop. Edifício destinado à um grupo cultural que nasceu das ruas, dos becos, da margem, da periferia e através da música, da dança e da escrita denuncia a realidade conflitante do País. A finalidade da Casa é obter um espaço heterogêneo em que todas atividades voltadas para o hip hop sejam contempladas. As atividades são divididas em quatro elementos: o DJ, o Graffitti, o Brack e o Rap, e, mais recentemente , insere-se o quinto elemento: o conhecimento. Pretende-se assim criar um local do encontro, aprendizagem e divulgação dessa cultura. Muitas são as reividicações do grupo de hip hop de Pelotas para conseguirem uma sede. E através dessas vozes que percebi a potencialidade de um projeto social, ao acreditar que atividades culturais e a inserção dos jovens na música, dança, arte é um modo de afastá-los do crime, das drogas e de todo o mal que uma sociedade pode oferecer para aqueles que não tem muitas escollhas.
¹ O tema arquitetônico é a finalidade especifica ou predominante que serve de motivo para a elaboração do projeto do edifício. O planejamento arquitetônico é desencadeado a partir do tema. [NEVES, Laert. Adoção do Partido na Arquitetura. Salvador, 1989]
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ORIGEM Foi ao som do rap que a Associação de Hip Hop de Pelotas ocupou na manhã do domingo do dia 27 de setembro de 2015, um prédio na rua Álvaro Chaves com Benjamin Constant, próximo ao Porto de Pelotas. O objetivo era fazer do espaço referência para todas as formas de cultura na cidade, porém, na noite do mesmo dia, a Brigada Militar foi acionada para retirar os ocupantes do local. Segundo Vagner Borges, presidente da instituição, a ocupação foi necessária em um momento em que o hip hop tem feito a recuperação de jovens através da cultura e do esporte. “Um espaço como esse aqui é oneroso pra nós. Vamos poder realizar um monte de sonhos, como dar oficinas, palestras, trazer outros artistas de fora para cá”, comentou. COLETIVO – Representantes da Associação Hip Hop foram até o local, realizaram limpeza e documentaram a precariedade das instalações. Construído em 1940 pelo Ministério da Marinha, o prédio abrigou a Capitania dos Portos. Fechado desde 2007, chegou a abrigar lar de idosos. No domingo, bandeira do Hip Hop foi colocada no local e houve coleta de assinaturas junto a vizinhos, transeuntes e lideranças que se solidarizaram com a ocupação.
RETIRADA – À tarde e noite, policiais militares acompanharam procurador do proprietário e houve a saída do local. Nas negociações, tensão e argumentações quanto à documentação. O que foi averiguado é que, ao invés de um imóvel, são dois: Álvaro Chaves 87 e Benjamin Constant 1.327. O primeiro, conforme verificado na Prefeitura, é da União. O segundo teria sido cedido pela Marinha em 2008, em troca de terreno em Rio Grande. Desabitados, favorecem a criminalidade no local. A Associação está juridicamente aferindo qual a real situação dos imóveis.
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REPORTAGEM DO DIÁRIO DA MANHÃ PUBLICADO EM 29/09/2015
nossa ocupação da casa do hip hop que a gente já está batalhando há muitos anos, conversando, tentando o espaço para que tenha uma biblioteca, oficinas, palestras (..) Então , a gente tá fazendo assim hoje, a partir de hoje, um março histórico tanto pro hip hop como pra nós como pessoas e nos tornamos pessoas melhores para nossos filhos, nosso netos (...) Isso vai ficar registrado com muito orgulho. Alexandra Pereira vice coordenadora da associação de hip hop
* 27/09/2015 mutirão de ocupação em Pelotas/RS 19
2.2_público alvo Pelo Censo Demográfico do IBGE de 2010, Pelotas conta com 328.275 habitantes. Desses, 306.193 pessoas residem na zona urbana e as outras 22.082 pessoas no meio rural. De acordo com o mesmo censo (2010) as etnias são divididas em branca: 269.097; negra: 31.172; amarela: 455; parda: 20.395; indígina: 977e não sabem: 1.060. Em Pelotas, os envolvidos com o Movimento Hip Hop passam por todas gerações, crianças, jovens, adultos e idosos tanto do gênero feminino como masculino. Acolhendo também todas as etnias, mas com predomino do negro, que desde os anos 80 já realizavam os conhecidos bailes Black. Segundo VIEIRA, 2007, nesta cidade vivem e sobrevivem ‘fazedores de rap’, ‘dançarinos de break’, grafiteiros, escritores de fanzines², produtores de CDs e DVDs, realizadores de eventos e atividades comunitárias, radialistas de rádios comunitárias, e muitos grupos organizados. Neste território, no ‘lado de lá da cidade’³, se aglomeram produtores, fabricantes e fabricados pelo Movimento Hip Hop de Pelotas.
² Fã -(fan), Magazine (revista): revista feita pelo/a fã e para o/a fã. O Fanzine é uma revista reproduzida normalmente em xerox, com uma pequena tiragem e distribuição. O primeiro fanzine foi feito no ano de 1977, na Inglaterra, chamava-se Sniffing Glue e era editado por Mark P. um ex-bancário. ³ Expressão usada na Dissertação de Mestrado: “Minha Palavra Vale Um Tiro. Eu Tenho Muita Munição.” – Movimento Hip Hop e a Fabricação de Identidades.
20
No último Plano Diretor de 2008, foram definidas as sete regiões administrativas da cidade: Centro, Fragata, Barragem, Três Vendas, Areal, São Gonçalo e Laranjal. Além dessas macro-regiões foi necessário a definição das meso-regiões e micro-regiões que são bairros e loteamentos reconhecidos cuturalmente pela população, mas não admistrativamente. A base desses loteamentos populares é composta por famílias transferidas de áreas de risco, constituem “o lado de lᔳ do centro da cidade, ou popularmente conhecido como a periferia.
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... É, na verdade se a gente vai parar, vai parar prá analisar mesmo, se tivesse 5 ou 10% de pessoas brancas era muito, né? Na verdade era festa black mesmo, porque a cidade de Pelotas também, ela teve essa marca ainda do....do separatismo, né? Onde tinha na verdade, Fica Ahí, Chove não Molha que eram clubes negros e outros clubes, na verdade, só entrava branco, então quer dizer, eu acho que na década de 80 isso aí, isso ainda perdurava, entendeu? Quer dizer perdurava essa questão ainda, entendeu? Tinha brancos que iam entendeu? Só que eram, eram a sua minoria, com certeza era a sua minoria. Rapper Anjo, em entrevista na Rádio Com. 1º Programa: 08/07/06
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2.3_programa PROCESSO
[
CONHECIMENTO DANÇA (brack) PINTURA/ARTE (graffitti) MÚSICA (DJ) COMPOSIÇÃO/POESIA (MC)
[+
5 ELEMENTOS DO HIP HOP
+ CORPO
PENTÁGONO
CONHECIMENTO COMPOSIÇÕES/ POESIAS (MC/rap)
hip hop
MÚSICA (DJ/rap)
PINTURA/ARTE (graffitti)
DANÇA (brack)
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O pentágono Intimamente relacionado com o corpo humano por suas cinco partes sobresalientes: cabeça, braços e pernas. A diferença com o quadrado é que os braços estendidos cairam por baixo de seus ombros. Se aliarmos com a diagonal a escala diminui. A estrela pentagonal, irregurlamente traçada, nos produz maior sensação de movimento. Cuerpo, espacio y movimiento <http://www.formaynumero.webuda.com/el_arte_de_la_geometria/cuerpo_espacio_y_movimiento.html> acessado em 03/05/2016
23
2.3.1_PROGRAMA DE NECESSIDADES
01. ADMINISTRATIVO
. recepção + espera . sala de adminstração . sala de reuniões . depósito de materiais . sanitários
02. VIVÊNCIA AMBIENTE INTERNO . pátio para ‘batalhas brack’ . sala de estar | jogos . café | lancheria
03. VIVÊNCIA AMBIENTE EXTERNO . mobiliário propício para skate . áreas verdes | estar
04. SALAS DE ENSAIO | curso . sala de dança . ateliê de graffitti . estúdio de gravação . sala dos professores . sala multiuso . pequeno auditório . vestiários . biblioteca | informática
05. INFRAESTRUTURA
. depósito de lixo . central técnica . central elétrica . central de gás . casa de máquinas - elevador . reservatório de água . despensa produtos de limpeza
24
2.3.2_ FLUXOGRAMA técnico
salas de ensaio
vestiá rio
salas de ensaio
vestiá rio info.
sala reuniões
sala prof. vivência externa
sala multi- vivência interna uso
wc
vivência interna
graffiti
jogos
téc. auditório vivência externa biblioteca
wc
admins.+ recepção
wc
estúdio
vivência interna
café acesso 1
acadêmico
administrativo
infraestrutura
circulação + estar/vivência
25
2.4_PRÉ-DIMENSIONAMENTO QUADRO DE ÁREAS ESPAÇO
QTD
DESCRIÇÃO
USUÁRIOS
EQUIPAMENTOS
POPUL. MAX
ÁREA
15
40m²
ADMINSTRATIVO recepção + espera
1
atendimento ao público
público em geral + recepcionista
estar com cadeiras, bancão de atendimento, computador, arquivo
sala de administração
1
local reservado para planejamento e contábeis
coordenador e secretário mesas, cadeiras, armários, computadores, impressora
3
10m²
sala de reuniões
1
reuniões internas e com convidados
funcionários e convidados
mesa grande redonda, cadeiras, arquivo, quadro branco e equipamento expositivo
8
20m²
depósito de materiais
1
estoque de materiais de escritório e didáticos. Folhas, canetas, spray, telas, pincéis e outros.
funcionários
armários e prateleiras
2
10m²
sala dos professores
1
para descanso, estudo e convivência
professores
mesas, cadeiras, sofás, computadores, armários
10
25m²
sanitários
2
feminino e marculino
público em geral
lavatórios, vaso sanitários, mictórios e PNE
4
6 m²
VIVÊNCIA AMBIÊNTE INTERNO pátio “batalha break”
1
pátio destinado as batalhas da dança brack
público em geral
limite do espaço para dança (tratamento no piso), puff e bancos
50
70 m²
sala de jogos
1
local de descontração e descanso
alunos, professores, funcionários e convidados
sofás, puff, sinuca, totô, aparelho de som, mesa carteado, prateleiras, televisão
20
40 m²
café/lancheria
1
oferece lanches
público em geral
balcão, mesas, cadeiras, caixas, cozinhah básica de assistência
40
100 m²
sanitários
2
feminino e marculino
público em geral
lavatórios, vaso sanitários, mictórios e PNE
2
3 m²
VIVÊNCIA AMBIÊNTE EXTERNO pátio “batalha break”
1
pátio destinado as batalhas da dança brack
público em geral
limite do espaço para dança (tratamento no piso)
80
100 m²
área verde/estar
1
lugar de estar e espera
público em geral
mobiliário pensado na prática do skate (bancos, rampa, corrimão)
250
300 m²
26
QUADRO DE ÁREAS ESPAÇO
QTD
DESCRIÇÃO
USUÁRIOS
EQUIPAMENTOS
POPUL. MAX
ÁREA
ACADÊMICO sala de dança
2
ensaios e aulas de dança
alunos e professores
barras de apoio, espelho, colchonetes, prateleiras para material
15
30 m²
ateliê de graffiti
1
ensino e criação das técnicas de graffit
alunos e professores
telas, spray, tinta, pincéis, armários, cadeiras, mesas
15
30 m²
estúdio de gravação
1
estúdio para gravação de cd e rádio
alunos e professores
equipamentos específicos para gravação, mesa, cadeira, armários
7
15 m²
sala multiuso
1
sala destinada a outros eventos esporádios
alunos e professores
prateleiras, material de exposição, mobiliário móvel
20
40 m²
pequeno auditório
1
exposição de eventos e trabalhos
públcio em geral
palco, pláteira, material de exposição
120
160 m²
vestiários
2
feminimo e masculino
alunos
lavatórios, vaso sanitário, mictório, chuveiros e PNE
6
12 m²
local de estudo da cultura público em geral do hip hop
prateleiras de livro, balcão de atendimento, mesas, cadeira, pcs.
30
60 m²
biblioteca + informática 1
INFRAESTRUTURA depósito de lixo
1
local de armazenamento do lixo
funcionários
depóstio de lixo
1
2 m²
central técnica
1
ar-condicionado central
funcionários
chiiller, bomba de água fria
2
5 m²
central elétrica
1
acesso aos quadros de controle elétrico
funcionários
transformador, gerador e quadro de controle
1
2 m²
central de gás
1
gás para aquecimento dos funcionários chuveiros
gás, boiller, quadro de controle
1
2 m²
reservatório inferior
1
acesso ao reservatório
funcionários
caixa d’água e bombas
1
30 m²
reservatório superior
1
lacesso ao reservatório
funcionários
caixa d’água e bombas
5
30 m²
local para guardar materiais de limpeza
funcionários
estantes, prodoutos de limpeza
2
5 m²
despensa produtos de 1 limpeza
27
pelotas 3_lugar 3.1_área de estudo 3.2_zoneamento 3.2.1_o dia 3.2.2_a noite 3.3_levantamento fotográfico 3.4_entorno e o grafite 3.5_análise morfológica 3.6_pré-existência 3.7_potencialidades e fragilidades
30 32 34 36 38 40 42 44 46
3.1_área de estudo O terreno de estudo é a junção de dois lotes adjacentes localizados no Bairro Porto em Pelotas/RS, na ZPPC 3 (Zona de Preservação do Patrimônio Cultural de Pelotas - Sítio do Porto). O primeiro lote na Rua Álvaro Chaves, nº87 já possuiu uma pré-existência, a Casa da Capitania, por ser inventariada sua estrutura externa será preservada. O segundo lote, na Rua Álvaro Chaves, nº77 possui uma edificação abandonada que não possuí interesse histórico, a decisão de projeto é a demolição, visto que a intenção é valorizar a área. O terreno escolhido é de esquina entre as ruas Álvaro Chaves e Bejamin Constant, faz divisa ao fundo (oeste) com o edifício da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da UFPel, e divisa lateral (sul) com outro edifício da Universidade, o Centro de Artes. A frente (leste) encontra-se algumas residências e a lateral (norte) um estacionamento e uma obra destinada a um local de festas. Além dessa diversidade de usos o terreno está a aproximadamente 400m da região conhecida como “Quadrado”, área de convivência na beira do canal São Gonçalo, onde eram desenvolvidas as atividades portuárias da cidade. N
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A CIDADE
N
O QUARTEIRÃO
Image © 2016 DigitalGlobe Image © 2016 DigitalGlobe
N
O TERRENO
N
31
mage Š 2016 DigitalGlobe
mage Š 2016 DigitalGlobe
LEGENDA
residencial comercial misto institucional industrial religioso ocisoso terreno de estudo
32
3.2_ZONEAMENTO Observa-se pelo mapa que a região é predominantemente residêncial, porém existe um forte movimento propiciado por órgãos institucionais como a Universidade Federal de Pelotas e o colégio Estadual Félix da Cunha. Por estar na zona portuária conta também com a presença de prédios industriais, alguns em uso outros desativados. O comércio existente atende a região local, padarias, papelarias, estacionamentos, festas, traileres dentre outros. Resume em comércio básico de bairro. A Rua Conde de Porto Alegre pode ser considerada um divisor de fluxos e de infraestrutura pois a partir dela em direção ao centro há um maior movimento de pessoas e trânsito, além de uma infraestrutura adequada de pavimenação, saneamento, iluminção; ao passo que em direção ao arroio diminui o movimento de pessoas, aumenta o número de edificações em ociosidade e a infraestrutura é deficiente, ruas de saibro, esgoto a céu aberto, iluminação deficitária e edificações irregulares.
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mage © 2016 DigitalGlobe
1
N
HAV ES
mage © 2016 DigitalGlobe
R OS A
5
RO C
6
ALBE RTO
CON DE
RUA
2
DE P ORTO
RUA
RUA
ÁLVA
4
RUA
ALM IRAN
TE B A
RR O SO
3
7 8
ALEG RE
terreno + fluxo fluxo médio - fluxo 1.
2.
3.
Padaria Popular
Colégio Estadual Félix da Cunha
CCHS (Campus das Ciências Humanas e Sociais)
7.
8.
9.
CA (Centro de Artes)
CA (Centro de Artes)
Biblioteca UFPel
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3.2.1_ O dIA
BEN
JAM IM C O
NTA
NT
9 10
RUA D ONA M ARIAN A
RUA
Durante o dia o movimento da região é propiciado pelo uso institucional. A UFPel conta com oito edficações próximas ao terreno de estudo, o fluxo de pessoas, carros e ônibus é intensificado. A rua Benjamin Constant é a de maior fluxo por atender a maioria dos prédios, além de ser a rua de passagem dos ônibus locais. As ruas Alm. Barroso e Alberto Rosa também tem um trecho de grande fluxo de pessoas. A padaria Popular é considerada um local de encontro que intensifica as conexões. As demais ruas assinaladas são secundárias por atender alguns prédios.
11
4.
5.
6.
ICH (Instituto de Ciências Humanas)
Naranja Mecênica
FAURB (Faculdade de Arquitetura e Urbanismo)
10.
11.
COTADA Ceng (Centro de Engenharias)
ALFÂNDEGA Ceng (Centro de Engenharias)
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SO RUA ALBE RTO RO
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1
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terreno
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terreno + fluxo fluxo médio - fluxo 1. Papuera bar
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NT
À noite o uso modifica completamente, mas gera também um grande fluxo de pessoas. Três festas importantes na cidade se localizam nessa região, bares com show ao vivo, bebidas, alimentação, atraem um público em sua maioria jovens universitários. Cada local possui um estilo oferecendo diferentes opções. Há dias mais movimentados como quintas, sextas e sábados, mas nos outros dias da semana também são abertos ao público. A região portuária é conhecida por sua insegurança, muitos casos de assaltos foram registrados, estas festas no entanto, são os unicos locais que ainda geram certo conforto e atratibilidade.
3
RUA
JOSÉ
DO P ATRO C
ÍNIO
3.2.2_ A noite
2. Bar do Zé
3. Galpão
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3.3_LEVANTAMENTO FOTOGRÁFICO
38
39
3.4_entorno e graffiti A arquiteta Bárbara Hypolito em 2015 defendeu sua dissertação de mestrado intitulada: CIDADE, CORPO E ESCRITAS URBANAS: Cartografia no espaço público contemporâneo. Aproveitando seu estudo cito sua definição de escrita urbana e a diferença entre graffiti e pixo. ESCRITAS URBANAS: As escritas urbanas (graffiti, stencil, lambe, pixação) são expressões gráficas manifestas no espaço urbano, que se utilizam da cidade e da arquitetura como suportes e instrumentos de ação, comunicação e protesto. São elementos visuais que interferem constantemente no cotidiano da experiência urbana, na construção e leitura da cidade. GRAFFITI: uma preocupação estética na ação, interessa aqui o processo de criação, com enfoque ao produto final valorizando o resultado do trabalho e o espaço em que se está inserindo. Quando o graffiti se utiliza de escritos, em geral eles o são na forma de bomb, uma técnica de desenho, com letras desenhadas de forma rápida, mas com contorno, arredondadas simulando volume à escrita, é a forma que mais se aproxima da pixação (LASSALA, 2010). PIXO: como conceito é um produto brasileiro designado para os escritos urbanos compostos por letras estilizadas, com poucas cores e de rápida reprodução, com enfoque ao ato (tem um tom de protesto e de reconhecimento). Os termos “pichação” e “pichadores” referem-se à utilização de piche como primeiro material para esse tipo de inscrição urbana. 40
terreno
N
O mapa demonstra como a região portuária é um local de presença das escritas urbanas. O próprio terreno em estudo está cercado por vários registros, inclusive a Casa da Capitania. Essa manifestações se localizam em muros abandonados, equipamentos urbanos e fachadas privadas e principalmente em prédios públicos. Mapa físico - Plano extensivo. Fonte: HYPOLITO,2015
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3.5_análise morfológica
tipo C
tipo A
tipologia residêncial O sítio Porto inicalmente predominava as construções industriais, para atender a demanda portuária. Em um segundo momento aparecem casarões de diversos estilos, dando início ao processo de expansão urbana. A face de quadra escolhida serve como um modelo-padrão das residências do entorno. Observa-se o predomínio de habitações térreas com platibanda,
tipo B
tipo B
tipo A
cobertura de telha de fibrocimento, sem recuo frontal e lateral. Por possuírem uma testada aproximada de 6m, a maioria das edificações conta com pátios internos para iluminação e ventilação. As tipologias se repetem e se espelham dando hegemonia para a face de quadra. Sofrem influência protomodernas por apresentarem composições simétricas, volumes geométricos, linearidade, valorização das esquinas, tripartida com base, corpo e coroamento.
tipo
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A
tipo B
tipo C
tipo B
tipo D
tipo D
TIPO A: janela + janela + porta TIPO B: garagem + janela + porta TIPO C: janela + porta TIPO D: janela + janela + porta - (2pav.)
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3.6_pre-existência O prédio analisado foi concluido no dia 07 de setembro de 1940, pelo engenheiro Dante Conceição & cia e pertencia ao Governo Federal, por intermédio do Ministério da marinha do Brasil. O prédio passou por várias reformas, desmembramentos e remembramentos. Em 1979 foi construído no terreno ao lado a casa do Capitão da Capitania dos Portos. Em 1997 os dois terrenos formam adquiridos por urbano Roxo de oliveira, que revendeu o último para Odilon Portela Sanches. O prédio levantado tem recuo frontal na fachada da rua Benjamin Constant, o que o torna único neste aspecto, pois a maioria das edificações nessa rua estão no alinhamento predial. Enquanto na Álvaro chaves o recuo é respeitado em todas construções, inclusive a mais recente, o centro de artes.
O edifício original sofreu diferentes alterações com o tempo, pode-se classificar com um grau de descaracterização três. Todas esquadrias originais foram retiradas e fecharam os vãos, a taxa de ocupação aumentou devido os acréscimos executados, a cobertura sofreu modificações, além de paredes que foram removidas identificadas por marcas no piso e teto. Atualmente o prédio encontra-se em total abandono, rodeado por lixo, com sérios problemas estruturais, infiltrações e rachaduras.
A edificação em estudo pode ser classificada como proto-realista. Sua implantação é isolada no lote, o que difere do entorno. Esse tipo de implantação proporciona mais insolação e ventição aos ambientes. Em planta é possível observar uma distribuição racional, influenciado talvez por seu caracter militar, organizado. Um hall principal que leva ao corredor e distribui as peças ordenadamente e a presença da escada que já dirige para o próximo pavimento, facilitando o acesso. 44
29,70 m
Rua Álvaro Chaves
23,80m
Rua Benjamin Constant
TÉRREO esc.: 1:500
Rua Álvaro Chaves
Rua Benjamin Constant
Fotos internas: Acervo Guilherme Pinto de Almeida
SUPERIOR esc.: 1:500
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3.6_pOTENCIALIDADES E FRAGILIDADES POTÊNTE - o grupo de Hip Hop de pelotas já ocupou e lutou por este lugar - Casa da Capitania - proximidade com outras festas - constante fluxo de pessoas dia/noite na região - gerador de segurança - existência de infraestrutura urbana (rede elétria, telefônica, abastecimento de água, coleta de lixo, pavimentação) - conectividade - uso para prédio em ociosidade - proximidade com prédios acadêmicos, difusão da cultura - sistema construtivo rápido, à seco e flexível - preservar fachada externa da edificação de interesse histórico - preservação vegetação existente
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FRÁGIL - ocasiona barulho para áreas acadêmicas - não possui centralidade - gerador de resistência - debate sobre o pixo e graffiti - terreno próximo ao porto, preocupação com fundação e semi-enterrar ambientes. - sistema construtivo que exige mão-de-obra especializada - não restaurar arquitetura interna do prédio histórico - demolir casa sem interesse histórico
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Preceito 4_legislação 4.1_III Plano diretor de Pelotas 4.2_ Lei 4568/00 4.3_Manual do usuário de imóveis inventariados 4.4_Diretrizes do Patrimônio
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4.1_III Plano diretor de Pelotas
Zonas de Preservação do Patrimônio Cultural de Pelotas ZPPC 1 - Sítio do 1º Loteamento Corresponde ao primeiro núcleo urbano de Pelotas, configurado ao redor da antiga Igreja da Freguesia, atual Catedral São Francisco de Paula. ZPPC 2 - Sítio do 2º Loteamento Região do entorno da Pça Cel. Pedro Osório que desde o século XIX caracteiza-se como o centro da cidade. Representa o poder e a riqueza da época das charqueadas, através de seus prédios de arquitetura eclética. ZPPC 3 - Sítio Porto Zona localizada à beira do Canal São Gonçalo onde eram desenvolvidas as atividades portuárias da cidade, importantespara o desenvolvimento da indústria do charque e dos produtosmanufaturados ZPPC 4 - Sítio da Caieira Região onde eram realizadas atividades de fabricação da cal, nas imediações da linha férrea, junto à Rua Conde de Porto Alegre. Matrícula: 635855 Endereço: Rua Álvaro Chaves, nº87
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SUBSEÇÃO II - AMBIENTE CULTURAL Art. 148 - Devem ser mantidas as características tipológicas e formais, fachadas públicas e volumetria da arquitetura tradicional existente e integrante do Inventário do Patrimônio Histórico e Cultural de Pelotas em Lei Municipal. Art. 149 - Deve ser preservada a integração harmônica das novas inserções à arquitetura tradicional existente e integrante do Inventário do Patrimônio Cultural de Pelotas, conforme a Lei Municipal. Art. 151 - Fica vedada a colocação de publicidade que encubra elementos compositivos da fachada dos imóveis integrantes do inventário do patrimônio cultural, e a utilização de pinturas descaracterizantes destes imóveis. Parágrafo único: Configura-se como pintura descaracterizante referida no caput, para fins de aplicação desta lei, a utilização de cores diferenciadas no mesmo prédio, que seccionem a fachada, comprometendo a sua unidade, e alterem a leitura histórica do prédio.
diretrizes a que sujeitará o projeto do empreendimento. Art. 154 - Para imóveis situados na AEIAC-ZPPC, previamente à etapa de aprovação do projeto arquitetônico, será apresentado estudo preliminar com o lançamento das propostas de volumetria e fachadas para a área em questão, expressas em desenho tridimensional. Art. 155 - Nos passeios públicos da AEIAC-ZPPC, deverão ser mantidos os ladrilhos hidráulicos existentes e incentivada sua utilização, como material preferencial para recomposição dos mesmos. Art. 156 - Nas coberturas das edificações localizadas na AEIAC – ZPPC, integrantes do inventário, deverão ser mantidas as telhas cerâmicas originais, e incentivada a utilização como material preferencial para reconstrução das coberturas.
Art. 152 - O Regime Urbanístico na Área Especial de Interesse do Ambiente Cultural da ZPPC observa os seguintes dispositivos: I - Altura máxima de 10,00m (dez metros); II - Taxa de ocupação de 70% (setenta porcento); III - Isenção de recuos de ajardinamento e laterais; IV - Recuo de fundos de no mínimo 3,00m (três metros). § 2º. As edificações em lotes com testada igual ou superior a 10,00m (dez metros) poderão alcançar a altura de 13,00m (treze metros) desde que: a) Não estejam localizadas nos focos de interesse da AEIAC ou em seus eixos de ligação; b) Não sejam inventariadas ou lindeiras a imóveis inventariados; c) Haja apresentação, pelo interessado, de Laudo Técnico elaborado por profissional habilitado, contendo levantamento do entorno, análise e parecer conclusivo, que demonstre a possibilidade da edificação alcançar 13,00m (treze metros) de altura, sem prejuízo ao interesse especial protegido pela Área Especial, cujo exame será procedido pela CTPD, que indicará as se
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4.2_LEI 4568/200 Delimitação das ZPPCs - Zonas de Preservação do Patrimônio Cultural O zoneamento foi definido de acordo com o processo de evolução urbana de Pelotas, cada ZPPC corresponde à implantação dos primeiros loteamentos executados na cidade. Estas zonas buscam manter a integridade de áreas da cidade com caracterìsticas históricas e culturais significativas para a identidade local. Com o sistema de zoneamento efetiva-se a preservção do edifício e do seu entorno na tentativa de manter a harmonia da paisagem
INVENTÁRIO DO PATRIMÔNIO CULTURAL DE PELOTAS Relação dos imóveis Matrícula: 635855 Endereço: Rua Álvaro Chaves Número Comp: 87 ZPPC 3 - Sítio do Porto 0 prédio em estudo localiza-se no CQ n° 285 sendo, pela rua Benjamin Constant, n° 1327 e pela rua Álvaro Chaves, nº 87. Portanto, implantado em um lote de esquina. É isolado do terreno, característica esta do movimento proto-racionalista, estilo ao qual se enquadra.
Preservação dos imóveis integrantes do inventário do Patrimônio Histórico Cultural Os prédios "inventariados" são representativos da arquitetura da cidade e estão cadastrados no Inventário do Patrimônio Histórico e Cultural de Pelotas. Estes imóveis deverão preservar suas fachadas públicas e sua volumetria, não sendo permitidas alterações que descaracterizem o edifício. Controle sobre as intervenções em imóveis confrantenates aos inventariados.
Acervo Leni de Oliveira
Os imóveis confrontantes são aqueles localizados em lotes vizinhos aos imóveis inventariados e devem manter compatibilidade volumétrica e tipológica com o bem patimonial para que se integrem as edificações já existentes.
Acervo Leni de Oliveira
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4.3_Manual do usuário de imóveis inventariados INTERVENÇÕES EM PRÉDIOS INVENTARIADOS Para fazer intervenções em um prédio histórico deve-se procurar a orientação da equipe técnica da Secretaria Municipal de Cultura, seja para reformar, ampliar ou intervir na fachada. O QUE É PERMITIDO FAZER EM UM PRÉDIO INVENTARIÁDO? - Alterações internas, inclusive demolições de paredes. - Troca de madeiramento do telhado, desde que mandida a cobertura de telhas cerâmicas. - Construção no fundo do lote, desde que não visível do passeio público. - Uilizar material publicitário na fachada, sem enconbrir seus elementos compositivos. - Alterações na fachada, desde que previamente aprovadas - Transações imobiliárias e/ou comerciais O QUE NÃO É PERMITIDO FAZER EM UM PRÉDIO INVENTARIADO? - Alterações na fachada que descaracterizem o imóvel - Alterações na volumetria do imóvel, ou seja, intervenções que alterem a inclinação e forma de distribuição do telhado
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4.4_Diretrizes do patrimônio Segundo a teoria do Restauro por Cesare Brandi DISTINGUIBILIDADE
MÍNIMA INTERVENÇÃO
A restauração não deve ser dissimulada; ao contrário, deve documentar a si própria, pois, estando vinculada à história, não propõe o tempo como reversível (BRANDI, 2004, p. 61). Ou seja, trata-se do princípio da distinguibilidade da ação contemporânea, que não pode induzir o observador ao engano de confundir a intervenção com a obra como estratificada ao longo do tempo.
é necessário ter em mente a mínima intervenção, pois se deve provar a necessidade das intervenções (pelo processo crítico), e a restauração não pode desnaturar o documento histórico nem a obra como imagem figurada; deve-se ainda levar em conta a consistência física do objeto, com a aplicação de técnicas compatíveis, que não sejam nocivas ao bem e cuja eficácia seja comprovada.
REVERSIBILIDADE
COMPATIBILIDADE
Deve-se atuar de modo que “qualquer intervenção de restauro não torne impossível mas, antes, facilite as eventuais intervenções futuras” (BRANDI, 2004, p. 48), ou seja, o princípio da reversibilidade, que mais recentemente tem sido enunciado, de forma mais precisa, como “retrabalhabilidade”; a restauração, portanto, não pode alterar a obra em sua substância, devendo-se inserir com propriedade e respeitosamente em relação ao preexistente, para não impedir intervenções futuras as quais se façam necessárias.
Os materiais colocados em contato direto com os elementos constitutivos originais devem ser compatíveis com estes em relação às suas características: mecânica, química, e eventualmente ótica. Tanto os materiais utilizados brevemente (solventes, imunizantes, desinfetantes...), como aqueles que serão associados ao objeto (adesivos, consolidantes, suportes, pigmentos...) devem ser adequados às características do original. Os materiais introduzidos devem conviver harmoniosamente com as características e o comportamento do original.
KÜHL,Beatriz Mugayar. Cesare brandi e a teoria da restauração. Disponível: http://www.lacicor.org/demu/pdf/caderno3.pdf <acesso em: 07/05/2016>
54
55
menção 5_referenciais 5.1_espaço HIP HOP - The Flow/2014 5.2_ interação do antigo com o novo - (UMMA)/2009 5.3_ a forma - (MCBA)/2011
58 60 62
5.1_The Flow.
casa do hip hop
“The Flow tem, assim, uma ambição dupla de destacar e promover práticas artísticas da rua. Trata-se de criar um lugar específico, uma "casa comum", que reúne várias disciplinas, enquanto evoca o mundo urbano no qual nasceram estas práticas. Lugares relacionados ao hip-hop frequentemente estão em espaços reciclados, e, ao contrário das cenas da música real, não existe uma tipologia de projeto representativa desse programa específico. O princípio que adotamos consistiu em pensar globalmente sobre os requisitos do programa em relação ao presente e o futuro do local. Assim, trabalhamos em tiras, os edifícios no oeste ao lado da rua Arras foram demolidos e o espaço criado recebeu as funções de serviço e instalações. Do nordeste ao sul, no lado da rua Dupetit-Thouars, levamos a cabo a reforma solicitada da Maison Folie de Moulins, a conservação da maior parte das fachadas de tijolo, atrás das quais passarelas e escadas mostram-se pouco, para terminar em uma parede de aço corten que, com sua transparência, assegura uma vista sobre o pátio e também o cruzamento do edifício novo. Marcado por um ambiente "ao estilo Nova Iorque", o pátio da casa de hip-hop é, ao mesmo tempo, um vínculo horizontal e vertical e o cenário de atividades ao ar livre. Portanto, oferece a possibilidade de acolher público sobre suas várias passarelas de acesso e coberturas.” fonte: http://www.archdaily.com.br/br/772143/the-flow-atelier-darchitecture-king-kong <acesso em 05/06/2016>
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Arquitetos: atelier d’architecture King Kong Localização: Lille, França Arquiteto Encarregado: Frédéric Neau Gestão de Projeto: Nicolas Broussous Área: 4050.0 m² Ano do projeto: 2014 Fotografias: Roland Halbe
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5.2_umma.
o antigo e o novo
Em março de 2009, depois de um projeto de expansão e recuperação transformadora, cerca de três anos, a Universidade de Michigan Museum (UMMA) foi reaberta ao público entusiasta. O Museu mais do que dobrou de tamanho com a adição de 53.000 m². Maxine e Stuart Frankel e o Frankel Família Asa, e muito do detalhe arquitetônico original de Alumni Memorial Hall foi restaurado. Allied Works Architecture, de Portland, Oregon, e Nova York, os arquitetos do projeto premiado, também desenharam o mobiliário de exibição em todo o edifício original e a nova adição. No primeiro ano desde a reabertura do museu recebeu mais de 250.000 visitantes. A expansão permitiu ao Museu exibir mais de três vezes a quantidade de arte das suas coleções quase universais, que abrangem culturas, épocas e meios de comunicação. A adição de salas de aula, um auditório, e uma variedade de espaços de encontro contribuir para tornar UMMA uma praça da cidade vital para as artes no coração de uma universidade de pesquisa potência. fonte: http://www.archdaily.com/112010/university-of-michigan-museum-of-art-allied-works-architecture <acesso em 05/06/2016>
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Arquitetos: Allied Works Architecture Localização: Ann Arbor, Michigan, USA Associado: Integrated Design Solutions Área: 53.000 m² Ano do projeto: 2009 Fotografias: Jeremy Bittermann e
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5.3_mcba.
a forma
Como parte de um concurso internacional, aliadas Works desenvolveu um plano mestre para um novo bairro cultural no centro de Lausanne, na Suíça e um projeto de construção para as novas Musée Cantonal des Beaux-Arts (MCBA). A forma geológica do edifício é fraturada por atividade, proporcionando vislumbres dentro e através do edifício. Galerias com proporções ideais estabelecem um ritmo de espaço e estrutura ao longo da Calçada Artes e linhas ferroviárias. Entre galerias, fissuras profundamente incisas combinam estrutura, circulação e luz - que oferece iluminação para as galerias, oferecendo vista para a paisagem circundante ea cidade e ligar o edifício verticalmente através dessas sobreposições estruturais e espaciais. A nova arquitetura se liga a cidade, paisagem e arte em uma experiência unificada. fonte: http://www.archdaily.com/143606/new-muse
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Arquitetos: Allied Works Architecture Localização: Lausanne, Switzerland Competição Internacional de Design Ano: 2011
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Projeto 6_estudo preliminar 6.1_o conceito 6.2_organização espacial 6.3_zoneamento 6.4_planta baixa 6.4.1_ térreo 6.4.2_ superior 6.5_cortes 6.5.1_corte A 6.5.2_corte B 6.6_fachadas 6.6.1_sudeste 6.6.2_nordeste 6.6.3_composição da fachada 6.7_volumetria 6.8_materiais + estrutura
66 68 70 72 72 74 76 76 78 80 80 82 84 86 88
66
6.1_o conceito
67
6.2_organização espacial terreno = 1.365,63 m² construído = 1.172,00 m² livre = 700,63 m²
o existente A = 202 m² TÉRREO
RUA BENJAMIN CONSTANT
N
o novo A = 305 m²
o novo A = 305 m²
a união A = 158 m² o existente A = 202 m² SUPERIOR RUA ÁLVARO CHAVES
RUA BENJAMIN CONSTANT
RUA ÁLVARO CHAVES
68
O lançamento do partido tem algumas diretrizes principais que vão de encontro com tema e o patrimônio. O desejo para o projeto é permitir PERMEABILIDAEDE, CONEXÃO COM A RUA e ACOLHER O PATRIMÔNIO MAS DISTINGUINDO O TEMPO. Para isso no térro há um afastamento dos edifícios que garante essa permeabilidade e consequentemente uma conexão com a rua, um convite à passagem. A união entre os edifícios é feita no andar superior por um bloco translúcido que abraça o patrimônimo. E, para evitar a competição entre os blocos assegurando a mínima intervenção, optou-se por respeitar o recuo frontal e a altura do novo bloco onde ambos estão alinhados com a edificação existente. A vegetação por ser de grande porte também é preservada. Na passarela superior a laje é cortada para dar passagem a vegetação.
69
N
6.3_ZONEAMENTO acadêmico
infraestrutura
administrativo
circulação + estar/vivência
TÉRREO
RUA BENJAMIN CONSTANT
acesso área técnica
acesso café
acesso principal
circulação vertical escadas + rampa
RUA ÁLVARO CHAVES
RUA BENJAMIN CONSTANT
acesso auditório
SUPERIOR RUA ÁLVARO CHAVES
70
O zoneamento das atividades privilegiou a melhor orientação solar para as salas de aula de dança e graffiti, local de maior permanência dos usuários. Já o setor administrativo foi dividido em duas regiões: a de recepção, que ficou próximo a entrada do prédio e ao acesso do auditório facilitando a obtenção de informação; e a de reuniões no segundo pavimento que possui maior privacidade. Quanto a infraestrutura é distribuida de forma equilibrada nos dois blocos, atendendo as demandas de circulações, banheiros, depósitos e outros serviços. A circulação nesse projeto tem uma função além da convecional de ligação e locomoção, proporciona também um local de estar, de possibilidade de novos usos como para apresentações, exposições de trabalhos, e outras demandas que possam ser necessárias.
DANÇA COMPOSIÇÕES
MÚSICA
CONHECIMENTO
HIP
HO P GRAFFIT
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6.4.1_planta baixa térreo CEAUCEAU
CEAUCEAU
CEAU
CEAU
B B
PÁTIO PÁTIO
PÁTIO
+ skate ramparampa + skate i = 8,33% i = 8,33%
auditório auditório
wc wc administração administração
biblioteca biblioteca + + informática informática A = 43,35 A = 43,35 m² m²
A = 17,40 m²
wc wc A =m²5,70 m² A = 5,70
circulação
A =m²5,70 m² A = 5,70 A = 17,40 m²
A A
circulação
CA CA
rampa acesso auditório rampa acesso auditório
rampa acesso auditório rampa acesso auditório
A =m²165 m² A = 165
A = 9,15 A = 9,15
recepção + espera recepção + espera A = 40,30 A = 40,30 m² m²
B B PLACA CIMENTÍCIA + MONTANTES METÁLICOS DE VIDRO PLACA CIMENTÍCIA + MONTANTES METÁLICOS + LÃ+DELÃVIDRO CORTINA DE VIDRO CORTINA DE VIDRO MOSAICO METÁLICO MOSAICO METÁLICO
ÁLVARO CH RUARUA ÁLVARO CHAVE
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ES
NN
FAURB FAURB
FAURB
A =m²9,80 m² A = 9,80
RUA BENJAMIN CONTANT RUA BENJAMIN CONTANT
técnica sala de área área técnica salajogos de jogos A = 33,50 A = 33,50 m² m²
wc
A = 2,95m²
wc
A = 2,95m²
= 2,5 m² wc A =wc2,5A m²
espaço recreação espaço para para recreação batalha batalha breakbreak
A A
A =m²77,5 m² A = 77,5
café/lancheria café/lancheria A = 45,80 A = 45,80 m² m²
cozinha cozinha A =m²7,25 m² A = 7,25
PAVIMENTO TÉRREO esc.:1:200
73
6.4.2_planta baixa superior CEAUCEAU
CEAUCEAU
CEAU
CEAU
B B
PÁTIO PÁTIO
PÁTIO
+ skate ramparampa + skate i = 8,33% i = 8,33%
depósito depósito A = 10,45 A = 10,45 m² m²
saladança de dança sala de 01 01 A = 32,80 A = 32,80 m² m²
vestiário vestiário fem. fem. A = 11,90 A = 11,90 m² m²
saladança de dança sala de 02 02 A = 32,80m² A = 32,80m²
vestiário vestiário mas.mas. A = 11,90 A = 11,90 m² m²
estar/convivênci estar/convivência A = 70,50 A = 70,50 m² m²
circulação circulação
CA CA
A = 26,60 A = 26,60 m² m²
A A
mezanino mezanino biblioteca + informática biblioteca + informática A = 22,50 A = 22,50 m² m²
sala multiuso sala multiuso A = 42,40 A = 42,40 m² m²
B B PLACA CIMENTÍCIA + MONTANTES METÁLICOS DE VIDRO PLACA CIMENTÍCIA + MONTANTES METÁLICOS + LÃ+DELÃVIDRO CORTINA DE VIDRO CORTINA DE VIDRO MOSAICO METÁLICO MOSAICO METÁLICO
ÁLVARO CH RUARUA ÁLVARO CHAVE
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ES
NN
FAURB FAURB
FAURB
A = 23,10m² A = 23,10m²
RUA BENJAMIN CONTANT RUA BENJAMIN CONTANT
sala professores dos professores sala reuniões sala dos sala reuniões A = 20,00m² A = 20,00m²
wc
A = 2,95 m²
wc
A = 2,95 m²
A =m²2,50 m² wc A wc = 2,50
A A
estar/convivência estar/convivência
A = 5,4 m²
depósito
A = 5,4 m²
ateliêateliê graffitigraffiti
depósito
A = 45,95 A = 45,95 m² m²
circulação circulação A = 50,90 A = 50,90 m² m²
A = 31,05 A = 31,05 m² m²
estúdio de gravação estúdio de gravação A = 14,25m² A = 14,25m²
PAVIMENTO SUPERIOR esc.:1:200
75
6.5.1_corte a
76
CORTE A esc.:1:200 77
6.5.2_corte B
78
O auditório é semi-enterrado, a 2,30m abaixo da linha da rua. Para isso é necessário uma estrutura eficaz de impermeabilização e contenção. O prédio ao lado, o Centro de Artes, também possui um auditório enterrado confirmando então sua viabilidade para este projeto. O auditório tem 5m de pé direito e comporta 120 lugares, sendo 2 deles para deficiênte físico. O espaço de espera/recepção e a biblioteca possuem pé direito duplo de 8m. Garante assim maior amplidão e iluminção. No segundo pavimento, a área de circulação para as salas de dança é aberta, somente com um guarda-corpo, tendo assim visibilidade e contato com a área de recepção. A determinação do pé direito foi referenciada pela Casa da Capitania, evitando desníveis para circulações. As salas de aula são voltadas para a orientação nordeste o que possibilitou usar a cortina de vidro, será necessário um brise horizontal para evitar possíveis ofuscamentos dentro da sala. A cobertura do novo bloco ainda não foi decidida, se imagina uma estrutura diferenciada que possa fazer menção ao rítimo da dança e da música, utilizando um material leve e contemporâneo. Mas a cobertura da edificação existente será preservada, seguindo as recomendações da legislação, permanecendo a estrutura de madeira e telha cerâmica.
CORTE B esc.:1:200
79
6.6.1_FACHADA SUDOESTE
80
81
6.6.2_FACHADA NORDESTE A fachada é um elemento fundamental que compõe a obra arquitetônica, é o cartão postal, o marco referencial, a identidade. Quando se divide um terreno com edificações de tempos diferentes deve-se ter um cuidado de distinguir esses períodos. Nunhuma arquitetura é superior a outra, por isso evíta-se uma hierarquia ou sobreposição, as duas devem coexistir de modo harmônico, transmitindo conforto ao observar o conjunto. A fachada nordeste conservou as características da Casa da Capitania, respeitando os recuos, alturas, detalhes construtivos. A única intervenção foi voltar com os vãos das janelas que atualmente foram vedados. Os vão são recuperados e fechados com um vidro simples tentando manter viva a história do lugar. A fachada no novo bloco também aparece em segundo plano, é divida pela cortina de vidro no primeiro pavimento e no segundo pelo mosáico metálico referenciado pelas dimensões dos vãos do prédio existente. Sua altura segue a linha da platibanda da Casa da capitania. Enquanto a fachada sudoeste, (ver na pág 80) possui a mesma linguagem. O diferencial está na conexão entre os blocos que através de um elemento translúcido abraça o prédio antigo e concta-se ao novo. A abertura no pavimento térreo permite esse afastamento entre gerações e gera permeabilidade. A intenção do desenho da fachada é ao mesmo tempo gerar continuidade e dar um carater expressivo que represente o movimento Hip Hop. 82
83
6.6.3_composição da fachada A composição da fachada teve inspiração no projeto do hotel WZ Jardins em São Paulo, projetado pelo arquiteto Guto Requena. O diferencial será “encapar” a fachada principal e lateral com placas metálicas que possuiem lâmpadas de LED que são acionadas por sensores de som. Assim, durante a noite as luzes são acionadas e diferenciam a edificação.
O estudo do entorno exposto anteriormente demostra a diferenciação entre o dia e a noite na região. Como o carater sonoro no projeto é de grande importância com o som do rap, a fachada então seria o objeto materialização desse som produzido. O mosaico metálico foi criado a partir de uma releitura dos vãos de janelas e portas da casa da Capitania, dando assim uma continuidade para o todo. As cores são meramente ilustrativas, o próximo passo será fazer um estudo de cores do entorno e escolher a paleta mais representativa.
mosaico
fachada
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O hotel WZ Jardins possui uma fachada coberta por luzes de LED. O edifício muda de cor conforme os níveis de poluição sonora, atmosférica e temperatura. Através dos sensores instalados no prédio, buzinas, sirenes, barulho de carros, ônibus e do vento são detectados e promovem a mudança de coloração do prédio. O DIA. A Fachada é revestida por um sistema de placas metálicas para encapar o antigo edifício. Com uso de um software paramétricoos diferentes volumes de som geraram a posição de cada chapa metálica. Os picos de som (o máximo barulho) definiram a posição da chapa dourada, menos áudio a azul marinho, pouco barulho a azul claro e o silêncio posicionaou as chapas cinzas. O resultado final é uma camuflagem pixelada que reflete visualmente a paisagem sonora da Avenida Rebouças. A NOITE. A pele metálica acende-se, criando uma dinâmica interativa com a cidade e seus habitantes, dando vida à uma "Criatura de Luz". Essa criatura tem um comportamento próprio, reagindo em tempo real aos estímulos do ambiente e das pessoas. Os ruídos do entorno impactam diretamente no movimento e nas formas da criatura através de microfones instalados no edifício. A qualidade do ar local modifica suas cores a partir de um grupo de sensores também instalados no hotel.
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6.7_VOLUMETRIA
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GUARDA-CORPO DE VIDRO
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ESTRUTURA DE STEEL FRAME
6.8_materiais + estrurura Seguindo os princípios do patrimônio de distinguibilidade e reversibilidade, é proposto para o novo bloco uma estrutura de steel frame. Esse sistema foi escolhido por permitir uma construção à seco e rápida; aderir a muitos tipos de acabamento; é eficaz quanto a térmico-acústica; é um material flexível que pode ser alterado ao longo do tempo, além de ótima durabilidade. Com esse tratamento é notório a distinção dos tempos das edificações e também da reversibilidade da estrutura para possíveis alterações.
CORTINA DE VIDRO
PLACAS METÁLICAS
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placa metálica
espaços para ventilação
enchimento
http://www.stainlesssteelblog.com/ metal-panel-wall-systems_23/<acesso em 03/07/2016>
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7.0_BIBLIOGRAFIA HYPOLITO, Bárbara de Bárbara. Cidade, corpo e escritas urbanas: cartografia no espaço público contemporâneo. Dissertação de Mestrado. Universidade Federal de Pelotas, 2015. KÜHL,Beatriz Mugayar. Cesare brandi e a teoria da restauração. Disponível: http://www.lacicor.org/demu/pdf/caderno3.pdf <acesso em: 07/05/2016> Manual do usuário de imóveis invetariados. Disponível em: http://www. p e l o t a s. r s. g o v. b r / p o l i t i c a _ s o c i a l / c u l t u r a / < a c e s s o em:07/05/2016> ROCHA, Diego; FREITAS, Gustavo e LARRATÉA, Marcelo. Levantamento Arquitetônico. Disciplina de Projeto 8 da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal de Pelotas.
VIEIRA, Maria Raquel Rodrigues. “Minha palavra vale um tiro, eu tenho muita munição” movimento Hip Hop e a fabricação de identidades. Dissertação de Mestrado. Universidade Federal de Pelotas, 2008. III Plano Diretor de Pelotas. Disponível em: http://www.pelotas.rs.gov.br/politica_social/cultura/<acesso em:07/05/2016>
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