ALMANAQUE
VALE DO RIBEIRA – PETAR E QUILOMBO
Alto do Ribeira - Almanaque- Petar e Quilombos - 2014
EDITORIAL Caro Leitor, Em Agosto, nós do 8º ano da Escola Lourenço Castanho visitamos o PETAR (Parque Estadual Turístico do Alto Ribeira) e o Quilombo de Ivaporunduva (Patrimônio Cultural e Ambiental) na região do Vale do Ribeira.
Na viagem, visitamos algumas das cavernas do PETAR que estavam abertas à visitação, o Quilombo de Ivaporunduva, e a escola quilombola Maria Antonia Chules Princesa, onde conhecemos os alunos e professores. Aprendemos sobre sua cultura, seu modo de vida e economia. Nesse almanaque compartilhamos alguns de nosso novos saberes sobre esses temas. Além disso, há diversos passatempos divertidos. Boa Leitura!
Alto do Ribeira - Almanaque- Petar e Quilombos - 2014
PETAR O que é o PETAR? Parque Estadual Turístico do Alto Ribeira, mais conhecido como PETAR é um parque bem antigo com aproximadamente 36.000 hectares. Fica localizado no sul do Estado de SP, entre as cidades de Apiaí e Iporanga.
Cavernas No PETAR existe mais de 300 cavernas, mas só 12 estão abertas para visitação. No nosso estudo de campo visitamos as cavernas Santana, Morro Preto e Couto. No parque só existe cavernas calcárias. Dentro das cavernas há muitos espeleotemas com diversas formas e tamanhos.
Foi criado para proteger o rico patrimônio natural do Alto do Ribeira, representado pela biodiversidade dos remanescentes da mata atlântica e por abrigar muitas cavernas, várias cachoeiras, trilhas, comunidades tradicionais e quilombolas, sítios arqueológicos, paleontológicos Depois dos anos 90, o parque passou a ser muito procurado para a prática de esportes radicais, estudos, turismo e fotografia da natureza. Existem quatro núcleos de visitação para facilitar as visitas e proteger o patrimônio e os turistas. Os núcleos são: Santana, Cablocos, Casa de Pedra e Ouro Grosso.
Imagem do mirante, por Giulia Bonato
Por: Giulia Bonato
Para visitar o parque é preciso seguir algumas regras como o uso obrigatório de lanternas, calça, capacete e camiseta. O preço do ingresso é de 9,00 reais por pessoa. Além disso, há um número máximo de pessoas que podem entrar em cada caverna e o tempo de permanência é determinado. Essas medidas evitam danos ao ambiente da caverna, que é bastante sensível. Em todas as cavernas precisa do acompanhamento de um guia, para a segurança das pessoas e da própria caverna, para evitar que os espeleotemas sejam danificados ou roubados . Por: Bruna Gini e Joana Fusco
Alto do Ribeira - Almanaque- Petar e Quilombos - 2014
FAUNA
FLORA
Graças à preservação do parque a fauna do local abriga Várias espécies de animais como a onça-pintada o mono-carvoeiro ou muriqui e gavião-real ou harpia e outras 30 espécies de vertebrados em extinção, como a rara ave marialeque, a lontra, o cágado, dentre outros.
A flora do PETAR, assim como a fauna, é muito diversificada e compreende várias espécies de plantas como Canelas, Cedro, Figueiras, Jatobás, palmito juçara, dentre vários outras.
Horizontal
Por: Bruna Gini e Joana Fusco
PETAR
2– são formações que crescem a partir do teto e que vão 4– são formações que crescem a partir do chão e que em direção ao chão, das caverna. vão em direção ao teto das cavernas. 3– toda cavidade natural rochosa com dimensões que permitam acesso a seres vivos.
6– são animais que não conseguem concluir todo o seu ciclo vital em uma caverna.
5– é o nome genérico de todas as formações rochosas que ocorrem tipicamente no interior das cavernas.
7– são encontrados exclusivamente nas cavernas.
7– ser que pode viver dentro e fora das cavernas . 8- são artrópodes da classe dos aracnídeos, são trogófilos. 9– é uma área com alta densidade de árvore Vertical 1– é um bioma de floresta tropical, que predomina no
Por: Stefano Giorgetti, Bruna Gini Joana Fusco
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As cavernas do PETAR apresentam uma fauna muito rica, há muitos animais de diversas espécies. Muitos não conseguimos ver, pois no momento em que entramos nas cavernas eles se sentem ameaçados e se escondem. Todos os animais das cavernas, ou que as frequentam, são muito importantes, tanto para as cavernas, quanto para outros animais. A fauna da caverna se divide em três grupos. O morcego frequenta as cavernas. Consegue ficar em qualquer parte dela, pois tem capacidade de se mover no escuro, ainda que precise sair para caçar. Outros mamíferos e aves passam por lá, mas ficam só na entrada, sendo chamados de troglonexos. A coruja é um exemplo desses animais. Há os que conseguem viver tanto na caverna como fora dela, como os crustáceos (da família do caranguejo), as aranhas, os insetos, como grilo e barata. Eles são os troglófilos.
animais bagre cego e algumas espécies de aranha e de insetos, como o besouros. Estes são chamados de troglóbios. Os que usam a caverna só como abrigo são muito importantes para os habitantes da parte profunda, pois levam nutrientes para dentro. Se os morcegos, por exemplo, não fossem mais para as cavernas, os outros animais ficariam sem comida. Os animais das cavernas possuem baixa tolerância a perturbações causadas pelo homem, como: a poluição, muito turismo nas cavernas e a mineração. Por isso, as medidas de proteção, tanto das áreas subterrâneas como de seus entorno, são muito importantes para esta fauna tão rica e diferente que habita as profundezas da terra. Texto feito por: Nicole Lopes e Patrícia Bastos
Os que vivem só na parte escura são bem diferentes. Alguns não têm olhos, se orientando pelo tato, e têm uma boa audição. A maioria não tem cor, é quase branca. São exemplos desses
http://migre.me/mh3Y4 http://migre.me/mh3VZ Alto do Ribeira - Almanaque- Petar e Quilombos - 2014
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Veja as imagens dos animas, e as descrições abaixo para completar a cruzadinha
1. Alimenta-se de uma mosca. É uma espécie trogófila e muito comum nas cavernas brasileiras. 2. Uma centopeia com longas e finas patas adaptadas ao meio subterrâneo. 3. Predadores de topo, - caçam de tudo, mas têm preferência por grilos. São comuns nas cavernas mais quentes do Brasil. 4. Da família Olpiidae é um aracnídeo trogomórfico e predador de topo de cadeia. É encontrado em cavernas de Minas Gerais. 5. Típico trogloxeno,da família Gonyleptidae é onívoro. Se alimenta de pequenos invertebrados e outros itens orgânicos. Tem preferência por substrato rochoso. 6. É o hematófago (animal que se alimenta de sangue) mais amplamente distribuído em todo o Brasil . 7. É considerado uma das espécies de peixe troglóbio mais antigas do Brasil. Possui uma estrutura chamada pseudotímpano, que amplia sua percepção sensorial e permite que se oriente na escuridão das cavernas. 8. Encontrada em um poço no interior de Minas Gerais, apresenta características relacionadas à vida na escuridão.
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Aranha marrom
Escorpi達o
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ESPELEOTEMAS
N
o PETAR (Parque Estadual Turístico do Alto Ribeira), há diversos tipos de
espeleotemas nas mais de 300 cavernas existentes. Essas diferentes formações rochosas estão presentes principalmente em cavernas calcárias, pois são formadas a partir da ação da água com carbonato de cálcio e a calcita que cristaliza.
Cada tipo de espeleotema tem um nome e um processo de formação diferente. Vejamos alguns exemplos:
Estalactites: São formadas a partir da água, que carrega carbonato de cálcio, este entra em contato com a caverna, formando assim um canal oco que cresce de cima para baixo e, com o tempo, vai aumentando de comprimento e largura.
Estalagmites: São formadas a partir do cálcio que é transportado nas águas presentes no interior estalactites ou no teto da caverna. Ao cair no piso, a calcita cristaliza, formando estes espeleotemas, que crescem de baixo para cima.
Cortina: A água com carbonato de cálcio não goteja, mas sim vai se acumulando e escorrendo horizontalmente, até formar espeleotemas cheios de ondulações.
Imagem – Mochilão trips
Foto de Hermano Alto do Ribeira - Almanaque- Petar e Quilombos - 2014
Colunas: São basicamente a junção entre as estalactites e as estalagmites. Quando essas estruturas se encontram, forma-se outro tipo de espeleotema, a coluna.
Travertino: É um tipo de espeleotema que possui paredes onduladas e parece uma represa.
Foto de Luiza Helena
Cruzadinha das Cavernas
1- Formação cristalizada que se forma de baixo para cima. 2– Conjunto de formações cristalizadas cavernícolas, com vários tipos diferentes. 3– Formação cristalizada que se forma de cima para baixo. 4 - Unidade de conservação de proteção integral que possui mais de 300 cavernas. 5– Lugar onde se encontram vários espeleotemas e muita biodiversidade. 6– Base do calcário que cristaliza e dá origem aos espeleotemas.
Thiago Catan Velloso, Marina Dias, Hermano Amaral, Caroline Al–Assal, Antonio Abud Neto Alto do Ribeira - Almanaque- Petar e Quilombos - 2014
“A agricultura é uma atividade econômica muito presente no dia a dia da nossa comunidade”.
A
ntigamente, a plantação era realizada em sua maioria para consumo próprio (agricultura de subsistência) e apenas uma pequena parte da produção era destinada à comercialização. Havia vários problemas que restringiam o “sucesso” da venda dos produtos, como a presença dos atravessadores, que garantia a venda, no entanto, ficava com maior parte do dinheiro. No quilombo que visitamos, o Ivaporunduva, a plantação era proibida em algumas áreas porque o quilombo não era reconhecido oficialmente como remanescente. O lucro na venda dos alimentos plantados (principalmente da banana) era, portanto, muito baixo, oscilando entre R$1,00 e R$8,00 a cada 20 kg.
Complete a cruzadinha com palavras presentes no texto: 1
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Bernado Medeiros ,Eduardo Fischer, Gabriela Rotta, Manuela Haddad e Thomas Andersen – 8°C
e produção de energia. VERTICAIS: 1-Tudo o que se compra, vende e produz. 2- Atividade econômica nos meios rurais 3—Terreno do mato próprio para cultivo. 4-Quando ingerido, serve para nutrição.
HORIZONTAIS: 1-Colocar no comércio. 2- Ato ou efeito de plantar; terreno, em que crescem plantas.
3- Onde escravos fugidos encontravam refúgio.
Foto por: Manuela Haddad Foto por: Bernardo Medeiros Alto do Ribeira - Almanaque- Petar e Quilombos - 2014
Bernado Medeiros ,Eduardo Fischer, Gabriela Rotta, Manuela Haddad e Thomas Andersen – 8°C
A
tualmente, a condição do plantio melhorou bastante. Como o quilombo é titulado, não existem mais os problemas de outrora. O atravessador não faz mais parte do processo comercial e, por isso, o dinheiro ganho é todo da comunidade. Hoje, a banana orgânica é vendida a um preço mais justo, chegando até R$23,00 o quilo.
Quilombo de Ivaporunduva
Fotos por: Bernardo Medeiros
“Depois que recebemos a titulação, temos mais liberdade para plantar nossos produtos” - Vandir Rodrigues, morador do quilombo. Alto do Ribeira - Almanaque- Petar e Quilombos - 2014
Bernado Medeiros ,Eduardo Fischer, Gabriela Rotta, Manuela Haddad e Thomas Andersen – 8°C
- A agricultura orgânica reúne técnicas de cultivo que não utilizam fertilizantes e demais aditivos químicos como os agrotóxicos para a produção de vegetais, frutas e legumes. -A agricultura orgânica se baseia no aproveitamento de recursos naturais, reciclagem de recursos, manutenção da biodiversidade e preservação do meio ambiente. - No quilombo de Ivaporunduva, as sementes são obtidas em uma feira de troca. Cada comunidade dispõe suas sementes mais “comuns” e a troca é realizada.
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Faz parte do artesanato quilombola o uso da fibra de bananeira, sendo esta umas das ocupaçoes feitas pelos habitantes do Quilombo de Ivaporunduva. La, aprendemos a separar as partes do caule da bananeira que utilizaríamos, tear e entrelaçar as fibras para fazer objetos artesanais. Veja a seguir um passo a passo, desde os bananais ate o artesanato, como isso influencia a vida da comunidade, e muito mais.
Por que fibras de bananeira?
Que tipo de artesanato pode ser feito? - cestas
O artesanato com fibras de banaeira tem sido difundido no Brasil e teve sua origem a partir de 1991 com o “Projeto de Aproveitamento de Resuídos da Agroidustria da banana no Vale do Ribeira-SP, que e o maior produtor de banana do Estado e o segundo do país, com 48.500 hectares cultivados.
- porta copos
A fibra da arvore e muito forte e resistente, totalmente adequada para fazer objetos artesanais.
- porta guardanapo
- caixas
- carteira - abajur - bolsa - almofada - jogo americano
- chapéu - chinelo
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Etapas 1. Escolher a Bananeira e cortar o tronco rente ao chão. Tempo aproximado: 5 minutos
2. Descascar e cortar o tronco. Só o caule é utilizado fazendo várias tiras. Tempo: ate 3 horas
3. As folhas ficam de Molho na agua com cloro. (esta etapa e opcional)
4. A proxima etapa e a secagem das tiras que leva a 5 a 7 dias.
5. Depois, e so trançar e fazer o artesanato desejado.
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As comunidades remanescentes ainda preservam usos e costumes que são ameaçados por vários motivos, entre eles a construção de barragens destinadas a produção de alumínio feita pelo Land Grabbing das empresas que querem garantir uma terra barata e muito lucro .Uma das heranças é a sua culinária. As comunidades têm uma forma única de preparar seu alimento.
Alguns dos pratos tradicionais das comunidades
:
Salada de Xuxu
Suco de limão rosa
Frango Caipira
Mandioca Cozida
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CURIOSIDADES Mandioca, milho, feijão, verduras e legumes fazem parte do cultivo e da alimentação dos quilombolas. Para o consumo e geração de renda produzem banana orgânica , que é vendida no comércio local e também podemos encontra-la na feira do Parque da Água Branca, aqui em São Paulo.
Feira de troca de sementes com o objetivo de preservar a biodiversidade e a disseminar o conhecimento tradicional quilombola.
Os parceiros e apoiadores do Ponto Solidário contribuem para que pes-
soas, famílias e comunidades tenham renda, vida digna e um futuro Quilombolas do Vale do Ribeira ministram oficina sobre sementes crioulas no SESC Itaquera em São Paulo
de oportunidades. Entre em contato conosco para
A primeira oficina contou com a presença do Seu Zeca e do Otavio que falaram sobre a importância das roças e das sementes crioulas. Eles trouxeram direto do Vale sementes de arroz, milho e feijão e muitas mudas para explicar um pouco do trabalho diário com a terra, os modos de plantio e as variedades que possuem. Os participantes puderam leva pra casa mudas de mandioca, lichia, banana, poejo, taioba, hortelã, e outras.
A segunda oficina foi dedicada à culinária quilombola e contou com a participação animada de Dona Conceição, Suzana, Porfíria e Bernadete. Durante o encontro elas ensinaram as deliciosas receitas de arroz pilado com palmito, arroz pilado com frango caipira, cuscuz de arroz, salada de mamão e café com melado! Alto do Ribeira - Almanaque- Petar e Quilombos - 2014
Artistas da Reciclagem O que fazer com o celular velho?? Onde descartar o Atari, PlayStation Nintendo?? Aquele computador que eu não uso mais?? E o antigo vídeo cassete??
NEPS e COOPERMITI Uma parceria que possibilita a prática sustentável do descarte de lixos eletrônicos para toda a comunidade Lourenço Castanho!
Contamos com a sua participação!!
Para informações: NEPS-ELC@lourencocastanho.com.br http://www.coopermiti.com.br/
http://goo.gl/U7LZNm
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