Livro Patrimônio - 7º C

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Lagamar Patrim么nio Cultural e Natural



Sumário

Introdução

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Características da Região Estudada

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Capítulo 01 – Patrimônio de Iguape

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Capítulo 02 – Patrimônio de Cananéia

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Capítulo 03 – Patrimônio de Ilha do Cardoso

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Conclusão

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Créditos

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Introdução

Quando primeiramente fizeram a nós, alunos, algumas das inúmeras perguntas intrigantes relacionadas ao nosso Estudo do Meio, realizado na região do Lagamar, situada no sul de São Paulo, admitimos que não sabíamos responder a nenhuma delas. Para começar a ter uma ideia de como respondê-las, rapidamente nos deparamos com outra questão: O que é patrimônio? O patrimônio é um conjunto de bens que possui significado e importância histórica, cultural, religiosa, ambiental e etc. Os bens envolvidos no patrimônio podem ser materiais ou imateriais. O patrimônio material, como já diz o nome, envolve todos os bens que podem ser tocados, que possuem matéria, como, por exemplo, a biodiversidade da Ilha do Cardoso. Já no patrimônio imaterial estão envolvidos bens que não podem ser tocados, porém que estão conosco, e que são transmitidos de geração em geração: a religião, a língua, as tradições, a cultura. O Lagamar é um patrimônio brasileiro que abrange outros patrimônios, por sua vez. Como representação de um grande patrimônio histórico, o Lagamar abrange as cidades de Cananéia e Iguape, ambas com uma grande importância no passado. Nessas cidades há a presença de marcas e rastros de uma arquitetura colonial, há a presença de outra época. A Ilha do Cardoso, que junto com as duas cidades citadas e com a Ilha Comprida forma a região do Lagamar, possui como patrimônio uma biodiversidade animal e vegetal estonteante, apreciada pelos cientistas mundialmente. Além disso, entraremos, nas próximas páginas, em um conflito entre a preservação da cultura dos habitantes da Ilha do Cardoso, denominados caiçaras, e da biodiversidade da ilha. Um conflito iniciado com a

transformação da ilha em parque estadual, no qual uma injustiça obterá vez. Esperamos que, ao ler este livro, você adquira o conhecimento que adquirimos ao vivenciar as experiências fascinantes pelas quais vivenciamos ao visitar o Lagamar, e concretize dentro de si, ainda mais, a resposta para essa pergunta, base de nosso estudo no Lagamar: Por que preservar?

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Características da região estudada Mapas localizando a área estudada (Iguape, Cananéia e Ilha do Cardoso)

Gabriela Fialho, Isabella Iervolino, João Gabriel Orem, Marina Hamoi Bittar, Pedro Isidoro Maciel

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Aspectos físicos – Clima predominante A região do Lagamar se encontra no domínio dos Mares de Morros, predominando a vegetação litorânea e de Mata Atlântica, e o clima subtropical úmido, que é marcado por verões quentes e úmidos e invernos frios e secos, Chove muito nos meses de novembro a março. O índice pluviométrico anual é de, aproximadamente, 2000 mm. As temperaturas médias ficam em torno de 20º C. Recebe influência, principalmente no inverno, das massas de ar frias vindas da Antártida. Climas Controlados por Massas de Ar Equatoriais e Tropicais Equatorial Úmido (Convergência dos Alísios) Tropical (Inverno seco e verão úmido) Litorâneo Úmido (Influenciado pela Massa Tropical Marítima) Tropical Semiárido (Tendendo a seco pela irregularidade da ação das massas de ar

Climas Controlados por Massas de Ar Tropicais e Polares Subtropical Úmido (Costas orientais e subtropicais, com predomínio da Massa Tropical Marítima)

Relevo Relevo predominante: Planícies e terras baixas costeiras, que são constituídas por terrenos atuais ou do Quaternário, nas baixadas. As planícies costeiras dão origem, basicamente, às praias, mas ocorrem também dunas, restingas, manguezais e outras formações. http://conceitosetemas.blogspot.com/2009/03/classificacoes-do-relevodo-brasil.html Autores: Luigi Consonni, Luca Kneese, Marcelo Tebexreni, Romeo Villarta e Stéfano Villas-Boas.

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Patrim么nio de Iguape


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Patrimônio de Iguape A importância da cidade no passado e presente

Iguape Tombada como patrimônio pelo CONDEPHAT, Iguape é uma das cidades brasileiras mais antigas. Conta-se que a história da cidade começou dois anos antes do descobrimento do Brasil, com a chegada dos espanhóis na região. Ninguém sabe o ano exato de fundação, mas alguns historiadores dizem que em 1537 um primeiro núcleo já havia sido instalado na região. A vila foi fundada em frente a Barra do Icapara e depois foi transferida para a região onde se encontra. Durante muito tempo, Iguape foi um local onde vários exploradores iam buscar metais e minerais preciosos. Com a riqueza mineral retirada da região, em 1635 a cidade abrigava a primeira casa da moeda brasileira, a casa da oficina real de Fundição de Ouro. A decadência da cidade começou após a descoberta do ouro na região de Minas Gerais. A religião e a crença das pessoas nesse lugar são e foram muito presentes, e a igreja sempre foi muito importante para a cidade. Em Iguape é realizado o festival do Bom Jesus, que atrai muitos turistas, e gera um bom dinheiro para a cidade, embora não haja casas o suficiente para abrigar todos os devotos vindos de outras localidades, os moradores de Iguape emprestem e dividem suas próprias casas. Sendo assim o turismo se tornou a atividade econômica mais importante da cidade.

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Morro do Espia Situado a 80 metros acima do nível do mar, o Morro do Espia possui vegetação composta por Mata de Encosta e gramíneas. Localizado na cidade de Iguape, no passado era usado como ponto de observação e defesa, pois com ele os portugueses obtinham a visão ampla da cidade e do mar, sabendo então se algum inimigo estava se aproximando. Hoje em dia o Morro do Espia é usado como ponto turístico, onde é possível avistar a Ilha Comprida, a Ilha do Cardoso e a própria cidade, obviamente, sendo assim possível contemplar e admirar todas as casinhas de Iguape, as igrejas, os rios, os lagos, os braços d’água; a presença de uma arquitetura diferente e antiga.

Valo Grande O valo grande foi construído a pedidos de D. Pedro II no início de 1801 para facilitar e diminuir o tempo que os barcos faziam no transporte das mercadorias retiradas das terras brasileiras até o porto, que posteriormente seguiam para a Europa. Porem quando foi construído ninguém imaginou que a força da água ia interferir, e causar erosão e alagamentos nas margens do valo grande, aumentando o seu tamanho, o Valo grande que era para possuir 2 km de extensão e 4m de largura, hoje possui 2 km de extensão e 200m de largura . Depois de alguns anos virão que esse tamanho ainda poderia mudar, resolverão construir uma barragem para controlar a velocidade e o fluxo da água. O valo grande também e considerado uma fronteira , isso porque sua águas separam o lado mais pobre e o menos pobre da cidade. 14


Desenhos de observação do Morro do Espia


Religiosidade

Na viagem do estudo do meio conhecemos mais um pouco sobre a religião deste lugar conhecido como Lagamar. Iguape é uma cidade muito religiosa onde observamos a igreja e a praça que aparecem no documentário Santa Fé. A Festa de Bom Jesus de Iguape foi criada em 1647 quando a imagem de Bom Jesus apareceu na Praia do Una, tornando Iguape um centro de peregrinação. Nossa entrevista foi feita na Igreja Matriz de Iguape com Carlos Alberto Pereira Junior que é um dos organizadores (secretario de cultura) da Festa do Bom Jesus de Iguape. Ele nos contou que a festa do Bom Jesus de Iguape causa grande impacto econômico, cultural e religioso para a cidade. Dentro da Igreja, na sala dos milagres observamos imagens, elementos e simbolizações de pessoas abençoadas e salvas. Quando rezamos por uma pessoa que esta sofrendo e suas preces são abençoadas, na sala dos milagres pode ter elementos dessas pessoas com fotos e até “partes do corpo” de plástico que representam de que modo à pessoa sofreu. Autores: Ana Carolina Stauch, Gabriela Fialho, Georgia Saddi, Isabella Iervolino , João Gabriel Coser , Marina Bittar , Matheus Doni , Pedro Isidoro Maciel e Victor Nery

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Religiosidade - Entrevista Em nossa viagem, esclarecemos dúvidas com o secretário de cultura de Iguape, Carlos Alberto Pereira Junior. Nesta viagem á Iguape, realizamos uma entrevista com o secretário de cultura da cidade, Carlos Alberto Pereira Junior, que nos contou muitas curiosidades sobre a festa, a cidade e a Igreja. Morador de Iguape, sabe tudo sobre a festa, e eis o que ele nos contou... Além de organizar a festa você participa dela? Carlos: Na verdade, não tem como trabalhar na produção e organização da festa sem a gente participar, as vezes, diretamente, do que está acontecendo. Desde a preparação a gente começa a preparar a festa do Bom Jesus aproximadamente, três meses antes da festa acontecer. Já começam as primeiras contratações, as primeiras coisas da prefeitura. Igual para uma cidade que tem trinta mil habitantes. Só que esses trinta mil habitantes, eles estão absolutamente dispersos em mil novecentos e sessenta e quatro quilômetros quadrados. Aqui no Centro da cidade, entre Iguape e Russil, que é o bairro mais próximo aqui, a gente tem aproximadamente dezessete mil habitantes. Imagine você que em um lugar, que recebe, que vive com dezessete mil habitantes, durante os dez dias da festa, a circulação é de aproximadamente duzentas mil pessoas. Como é que a gente prepara um lugar como esse pra receber uma festa desse tamanho. Então, por isso que a gente começa com bastante antecedência pra fazer as coisas. Então a gente acaba participando durante os dias da festa também, desde acompanhar as projeções, porque a gente tem que dar uma olhada no transito, pra ver como é que está, se está tudo limpo, se não tem carro na passagem, como é que estão os sistemas de segurança na hora da chegada e da saída da imagem de Bom Jesus, que é um dos momentos mais emocionantes, assim, mas também é um dos que causam mais problemas, por muito tumulto, as pessoas querem tocar, querem chegar perto, então a gente acaba participando de todo o processo. Você acha que a cidade tem uma boa infraestrutura para receber tantas pessoas? Carlos: Não, não acho. Eu acho que a fé é uma coisa meio interessante, por conta disso, e ao mesmo tempo que eu não acho que ela tenha boa estrutura para receber essa quantidade de pessoas, a festa acontece. O problema é o pós festa, é a pós produção. A quantidade de lixo, por exemplo, é o que a gente não conseguiu resolver ainda. Hoje a segurança está OK e a gente está conseguindo trabalhar bem na questão da segurança da festa, e a parte cultural, também acho que está bem interessante. A parte religiosa, obviamente, está sendo muito bem suprida,

Exterior da Igreja do Bom Jesus

mas ainda tem alguns problemas que a gente não conseguiu resolver, por conta da quantidade de gente, por exemplo, como o transito, vira um caos. A questão do lixo a gente ainda não conseguiu dar uma destinação certa, para os resíduos sólidos que são gerados durante a festa do Bom Jesus. Então, tem alguns probleminhas que a gente ainda trabalha bastante pra conseguir resolver, mas assim, se a gente for analisar de um modo geral, eu acho que para a gente poder falar que a festa tem estrutura suficiente pra comportar essa quantidade de pessoas, a gente vai estar mentindo, obviamente. Então ainda tem alguns probleminhas que a gente precisa resolver. Qual é o papel da secretaria de cultura para a festa? Carlos: Na verdade, basicamente, a gente participa de todo o processo. A Basílica do Bom Jesus que faz toda a programação religiosa da festa é deles, obviamente, eles que fazem, mas a gente auxilia na divulgação, na escolha da imagem gráfica que vai ser utilizada naquele ano, a gente faz toda a

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infraestrutura, tudo o que acontece da porta da igreja pra fora é a prefeitura que faz e dois departamentos estão a frente desse processo: o Você acha que a cidade tem uma boa infraestrutura para receber tantas pessoas? Carlos: Não, não acho. Eu acho que a fé é uma coisa meio interessante, por conta disso, e ao mesmo tempo que eu não acho que ela tenha boa estrutura para receber essa quantidade de pessoas, a festa acontece. O problema é o pós festa, é a pós produção. A quantidade de lixo, por exemplo, é o que a gente não conseguiu resolver ainda. Hoje a segurança está OK e a gente está conseguindo trabalhar bem na questão da segurança da festa, e a parte cultural, também acho que está bem interessante. A parte religiosa, obviamente, está sendo muito bem suprida, mas ainda tem alguns problemas que a gente não conseguiu resolver, por conta da quantidade de gente, por exemplo, como o transito, vira um caos. A questão do lixo a gente ainda não conseguiu dar uma destinação certa, para os resíduos sólidos que são gerados durante a festa do Bom Jesus. Então, tem alguns probleminhas que a gente ainda trabalha bastante pra conseguir resolver, mas assim, se a gente for analisar de um modo geral, eu acho que para a gente poder falar que a festa tem estrutura suficiente pra comportar essa quantidade de pessoas, a gente vai estar mentindo, obviamente. Então ainda tem alguns probleminhas que a gente precisa resolver. Qual é o papel da secretaria de cultura para a festa? Carlos: Na verdade, basicamente, a gente participa de todo o processo. A Basílica do Bom Jesus que faz toda a programação religiosa da festa é deles, obviamente, eles que fazem, mas a gente auxilia na divulgação, na escolha da imagem gráfica que vai ser utilizada naquele ano, a gente faz toda a infraestrutura, tudo o que acontece da porta da igreja pra fora é a prefeitura que faz e dois departamentos estão a frente desse processo: o departamento de cultura, que cuida de toda a parte turística religiosa da festa e o departamento de obras e serviços urbanos, que faz toda a parte de segurança e infraestrutura da festa. Os moradores da cidade ajudam na organização da festa? Carlos: É muito legal, eles se envolvem completamente, tanto na parte religiosa, como na parte de estrutura. Na parte religiosa é mais empolgante ainda vê-los participando, por que eles são muitos voluntários. Imagine organizar durante esses dias a quantidade de gente que chega na cidade. Como é que você organiza a questão dos concessionários, como é que você organiza a questão dos achados e perdidos. A quantidade de pessoas que se perdem na cidade e tudo mais. Nós nunca conseguiríamos fazer isso, se não tivesse um número grande de voluntários e esses voluntários são justamente as pessoas da cidade que acabam se envolvendo nesse processo.

Na igreja, algo de grande valor já foi roubado? Ao longo da história isso foi muito comum assim. A Igreja do Bom Jesus aqui, a gente não tem nenhum relato exatamente, de roubo. Obviamente que algumas coisas aconteceram com um pouco de irresponsabilidade com o patrimônio e tudo mais. Mas aqui não aconteceu nada muito sério, nesse sentido. Onde nós tivemos problemas foi no nosso acervo no Museu da Arte Sacra, que ao longo dos anos, no finalzinho da década de setenta, começo de oitenta, houve um roubo na cidade e a gente perdeu a imagem de São Benedito, lá da igreja de São Benedito, a imagem original que era uma imagem de marfim, belíssima e tal que foi roubada e algumas poucas outras coisas do Museu de Arte Sacra que hoje a gente já não corre mais esse risco, a gente já tem sistema de segurança, sistema de alarme e tudo mais e a gente não corre mais esse risco. Mas ao longo da história isso aconteceu, que é uma pena. Inclusive por que você acaba deixando uma imagem tão importante, um acervo tão importante, pra contar um pouco da história do Brasil que pode ser público e todo mundo possa ver, acabar indo pra estante de um colecionador e isso acaba... Todo mundo perde com isso. Há quanto tempo você organiza a festa? Estou no departamento de cultura ou envolvido direta ou indiretamente com isso há um entorno de nove anos, aproximadamente. Você já tem uma grande experiência, não é? Carlos: Um pouco. A gente aprende bastante no caminho. Mas é legal por que dessa forma você imprimi uma continuidade na equipe de produção, você acaba evitando erros que geralmente são comuns, então você faz um ano com uma equipe, aí o outro ano, se você não mantêm aquela equipe, muito provavelmente os erros vão voltar a ser repetidos. E quando você consegue trabalhar com uma continuidade, você consegue resolve algumas questões, deixar de repetir alguns erros, vai crescendo, o evento cresce bastante. Esse ano, por exemplo, a gente vai fazer algumas mudanças que até ano passado, ano retrasado a gente não tinha coragem de fazer. Pelo tamanho delas e tudo mais. E esse ano a gente vai imprimi essas mudanças. Então isso só cedeu por que a gente foi adquirindo coragem ao longo do tempo e experiência, também. Qual a importância da religiosidade na cidade? Carlos: A religiosidade aqui em Iguape, como no Vale do Ribeirão foi fundamental, para que tudo acontecesse. O primeiro nome de Iguape foi Vilipéia de Nossa Senhora das Neves. A Vila foi fundada num bairro que hoje chama Icapara, mas lá foi o primeiro núcleo populacional de Iguape e ele só cedeu por que um capitão de um navio trouxe a imagem da Nossa Senhora das Neves e ele acabou escapando de um problema que ia acontecer com ele, com os piratas, e ele dedicou essa vitória a uma imagem que estava dentro do navio dele, que era uma imagem da Nossa Senhora das Neves, que é aquela que está ali no altar É original. Ela está sendo estudada por um 18


estudioso chamado Percival Tirapeli que é um dos mais entendidos em imaginária sacra do país e ele aponta essa imagem como sendo uma das imagens da Nossa Senhora mais antiga do país. Talvez a primeira imagem da Nossa Senhora que tenha chegado em terras brasileiras. E. foi dado o nome de Vilipéia de Nossa Senhora das Neves, por causa daquela imagem. Então a questão da religião acabou penetrando em todo esse processo histórico aqui da cidade. Logo depois, em 1647 foi o achado do Bom Jesus que é o santo milagreiro da cidade e ta,l e que trás tanta gente pra cá nas festas. A Nossa Senhora das Neves, ela é a padroeira da cidade. Então a religião, de uma forma ou de outra, sempre permeou a história. Toda a questão da cultura tradicional, local, as festas de Fandango e tudo mais, elas abrem com uma louvação a São Gonçalo .As festas do Divino Espírito Santo, tudo que faz parte do patrimônio intangível da cidade, também, de uma forma ou de outra, estão relacionados com a religião. Como a festa contribui para a economia da cidade? Carlos: Isso é tão questionável. Assim, obviamente, a festa tem papel econômico importante. Mas ao mesmo tempo, nos últimos anos, a gente tem analisado também, quanto se gasta pra festa, e é justamente nessa hora que a gente percebe que existe aí uma necessidade de rever o formato dela pra que se gaste menos e a cidade possa aproveitar melhor dessa festa. Aproveitar melhor turisticamente, que isso reflita de uma maneira mais positiva na vida dos cidadãos, das pessoas da cidade.. Que a cidade não seja tão agredida durante os dias da festa.. Então, acho que ao tempo que a gente for melhorando a organização e a produção da festa, os reflexos econômicos também vão ficar mais evidentes. Mas tem um papel fundamental, assim, desde o mais simples morador que aluga um quarto dele, para hospedar as pessoas, que obviamente, a gente não tem hotéis suficientes para atender a demanda. Então, desde o mais simples morador que aluga um quarto, e isso ajuda na renda dele ali, até mesmo a questão da rede hoteleira, a quantidade de empregos temporários que são gerados, a quantidade de empregos fixos que são gerados a partir daí, então a festa tem um papel econômico bem interessante. Qual é o maior número de visitantes registrado na festa? Carlos: Então, a gente estudou a festa de uma forma contínua para que a gente pudesse imprimi as mudanças que a gente está pretendendo. A gente estudou, com a ajuda da PUC de São Paulo, cinco anos seguidos, a festa. E nesses anos a gente chegou a encontrar um fluxo de movimentação, por exemplo, em 2008, agente chegou a registrar um fluxo de 230 mil pessoas num período de dez dias, que pra gente é um numero bem elevado. Como é a preparação da igreja da cidade para a festa? Carlos: Então, eles são muito cuidadosos aqui. Assim, eles têm um grupo dentro da igreja que tem que formar uma comissão, e essa comissão ela é responsável dentro da igreja pelas mais diversas atividades. São duas comissões, na verdade, que organizam a festa do bom Jesus. A comissão

da igreja, da paróquia, é que coordena tudo que acontece aqui dentro da igreja, e a comissão de organização da prefeitura é que organiza tudo que acontece fora da igreja. Então essa comissão daqui da igreja é responsável pela preparação do espaço. Eles decoram a igreja especialmente para a festa, e o bom Jesus de Iguape também: a capa que ele usa, o manto que ele usa. Cada ano é um festeiro, é uma família que prepara, que ajuda a arrumar, e, então tem uma preparação muito grande. Aqui do santuário eles fazem uma leitura litúrgica bem interessante e então a programação daqui do santuário é muito grande. Ela é feita com essa comissão, tudo com muito cuidado. Qual a importância da festa para os moradores? Carlos: Tem varias possibilidades de importância, desde a importância econômica, como agente já falou, até a questão cultural e religiosa. Cultural talvez, seja uma das mais importantes porque na festa existe um lance deles perceberem a questão da continuidade das tradições culturais locais. A festa do bom Jesus, imagine que o bom Jesus foi achado em 1647, tem mais de 350 anos e há trezentos e tantos anos vem isso acontecendo na cidade, quer dizer, percebe-se, claramente, a manutenção dessa cultura tradicional, percebe-se claramente, a importância da cidade, no contexto do estado, no que diz respeito a religiosidade, que é a segunda maior romaria do estado. Temos Aparecida do norte, depois o bom Jesus de Iguape, então, tem muita importância. Como a Festa é divulgada? Carlos: A divulgação da festa é a mais diversificada possível. Existem um tipo de mala direta que a Igreja tem em todas as paróquias do Estado de São Paulo, e, também, fora de São Paulo, principalmente no Sul, Paraná, Santa Catarina, e eles tem uma mala direta onde eles enviam todos os dados da festa do ano. Existem também cartazes que vão para todas essas cidades, também, via mala direta. Comercial de tv que agente tem anunciando a festa do bom Jesus e, em vários outros locais como internet. Tanto no site da prefeitura, como no site da paróquia, também divulgam a festa, e depois tem o boca-boca. Muita gente participa da festa, por exemplo, para você ver, estamos em maio e já estão acontecendo vários agendamentos de romarias, de grupos que vem dos mais diversos lugares, é essa questão também da divulgação natural que acontece. Já teve algum prejuízo na festa? Qual? Carlos: Então, numa festa grande deste tamanho, ela também tem muitos problemas. Quando você fala de prejuízo eu não sei exatamente o tipo de prejuízo que você está falando. Prejuízo financeiro? É prejuízo financeiro? cultural? Eu acho que financeiro não existe nesse meio, nesse contexto, agora, prejuízo cultural eu acho que existe um pouco, porque a gente também tem, durante esse período da festa, pessoas que vem pra cá que não entendem muito bem da dinâmica do lugar, que não entendem muito das preocupações, então, já aconteceu, na festa do bom Jesus, das 19


pessoas, por exemplo, acamparem em locais inapropriados e destruírem, assim, o patrimônio publico ou não respeitando a cultura local, então isso acaba agredindo um pouco a forma de vida do lugar. Então, eu acho que tem várias questõezinhas aí, que precisam ser resolvidas, mas, que a gente pode entender como alguns prejuízos culturais no decorrer desse anos. Qual é a contribuição da prefeitura para a festa? Carlos: Na verdade, é a prefeitura que dá toda a estrutura para a festa acontecer. A igreja tem toda a parte religiosa, toda parte que diz respeito a religiosidade das pessoas, mas a prefeitura na verdade, que é responsável pela segurança das pessoas. A prefeitura é responsável pelo lixo que essas pessoas produzem. A prefeitura é a responsável por toda organização que acontece na festa. Existem momentos bastantes críticos na festa do bom Jesus, principalmente nos dias 5 e 6 de agosto, pois dia 5 é dia da nossa senhora das neves, e dia 6 o dia do bom Jesus de Iguape, e nesses dias quando a cidade está absolutamente abarrotada de pessoas, existem questões ligadas à segurança.

Algumas considerações A festa do Bom Jesus de Iguape é uma festa religiosa que traz muitos turistas de todo o Brasil e tem um significado enorme para os moradores e para a prefeitura. A cidade se prepara muito organizando a festa três meses antes. Como recebe muita gente, é muito difícil a organização para essa quantidade de pessoas. Se não fosse a ajuda dos moradores da cidade, que são voluntários, a festa não seria possível. Outro problema é a pós festa, pois uma grande quantidade de lixo é produzida durante o evento. A cidade fica muito suja e é preciso muita gente para ajudar na

pós produção. Mas, por outro lado, a cidade recebe muito lucro, arrecadando muito dinheiro nesse período da festa e ajudando muito no turismo da área de Iguape. A prefeitura também tem um grande papel na organização da festa, com duas associações: uma delas cuida apenas da organização do culto dentro da igreja e a outra cuida de toda a infraestrutura que acontece fora da igreja. A que cuida da infraestrutura fora da igreja é responsável pela segurança, pelo trânsito, pela alimentação das pessoas na festa, e, também, pela imagem do Bom Jesus de Iguape. A igreja e a festa são patrimônios culturais muito importantes em Iguape, pois os dois são o orgulho de seu povo. São muito conhecidos e frequentados há muito tempo, por milhares de pessoas de todo o Brasil. Tem se tornado uma das festas religiosas mais tradicionais do Estado de São Paulo. E por tudo isso, consolidou-se em patrimônio histórico-cultural.

Enfim, descobrimos na entrevista que a festa do Bom Jesus de Iguape envolve muita gente, tanto para organizar quanto para desfrutar. E que todos que a organizam, o fazem com muito prazer, porque querem representar bem sua cidade. Percebemos, também, que a divulgação da festa é muito importante, e esta é feita por meio de sites, televisão, cartazes e por meio de divulgação oral. 20


Fotomontagens

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Iguape

Pedro Barbosa 7th grade C - 2011


This is Iguape church and there is a woman praying. In Iguape religion is very present, and they also have a festival for it, “Festa do Bom Jesus�. That is very famous and people from other cities come to join the party.


Patrim么nio de Canan茅ia



Pesca e turismo em Cananéia “Cananéia e Vila dos Pescadores”

Os portugueses formaram o primeiro povo de Cananéia, e nessa época a cidade se chamava Marataiama, que significa numa tradução do tupiguarani “lugar onde a terra encontra o mar”. Cananéia se tornou um lugar importante para o Brasil, por ser um ponto de passagem de armadas, expedições, exploradores, piratas e corsários. A atividade principal de Cananéia se tornou a pesca, que alimenta muitas famílias na cidade, apesar do turismo também ser presente na região. Além da pesca para a subsistência, a cidade possui a pesca comercial, ou seja, o comércio dos peixes, camarões e etc. e a pesca esportiva, que é a pesca prazerosa, “para a diversão”, digamos assim. O turismo em Cananéia é o histórico e o ecológico, no histórico o foco sendo obviamente a história da cidade, os centros históricos, a arquitetura (casas tombadas) da cidade, etc. Por ser uma cidade importante para a história do Brasil, Cananéia acaba despertando o interesse de turistas, sem contar o fato de a cidade ser belíssima. Enquanto ao turismo ecológico, lendo a palavra temos a ideia de que nesse tipo de turismo o foco é a preservação ambiental, os ecossistemas e seres vivos (ecologia). Cananéia também é procurada por pesquisadores universitários e estudiosos, considerados turistas, querendo saber mais sobre a antiga e curiosa região. O nosso objetivo é saber mais sobre a pesca e o turismo envolvidos na economia e cultura de Cananéia. Lá nós entrevistamos Valdecir da Cunha e Jocílio da Corte, que nos contaram sobre os impactos do turismo e da pesca em na cidade. Antes da ilha do Cardoso ter sido transformada em parque estadual os caiçaras praticavam a pesca, agricultura e a caça. Depois de ser transformada, tiveram que parar com praticamente todas as atividades para preservar a ilha, apenas a pesca muito reduzida permaneceu, transformando-se na principal atividade econômica, útil para a alimentação e comércio, isso além do prazer de se pescar um peixe. A maioria dos caiçaras teve de se mudar da ilha e foram para as cidades mais próximas em busca de uma boa vida. Ao chegarem passaram a trabalhar com coisas sobre as quais entendiam, ou melhor, principalmente trabalharam com pesca e o turismo.

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Entrevista – A pesca em Cananéia Pescador profissional de Cananéia fala sobre a importância da pesca para a cidade. Jocílio da Corte, um pescador profissional de Cananéia, uma cidade do interior de São Paulo, fala sobre a pesca da cidade, onde é nativo, conta se há uma época em que eles são obrigados a parar de pescar e diz que o que há apenas em comum entre seu cotidiano e o cotidiano caiçara é a pesca.

Qual é a importância da pesca para a economia da cidade? A pesca, pelos comentários da cidade, movimenta mais de 80% do... do movimento da cidade é a pesca. Existe algum momento em que vocês são obrigados a pararem com a pesca, para a reprodução dos animais ou outro fator? Hoje em dia o pessoal pescador para mais no tempo ruim, isso de parar por outras coisas é só pra camarão... Bem claro, isso é na pesca profissional. Aqui vocês pescam camarão ou só peixe? Não, a gente pesca camarão também. Vocês vendem mais camarão ou peixe aqui? Isso é muito relativo. Nessa pequena época em que vocês não podem pescar camarão, existe algum apoio econômico do governo? Tem... Tem o governo né, tem o seguro de desemprego pro governo... Mas tem só pro... pro empregado, não pro patrão, que paga o patrimônio dele. O armador de pesca não existe. Você apresenta aspectos da cultura caiçara no seu cotidiano? A cultura caiçara, eu por exemplo não tenho tanta aliança, é só o trabalho mesmo... A pesca. Você se considera uma pessoa religiosa? Você aceita seus costumes? Sim, bom pelo menos eu acho!

Isso tem haver com o desenvolvimento da cidade? Sim, com certeza… Qual é o impacto do turismo aqui na cidade de Cananéia? Cê fala como de…, assim numero de gente, impacto ambiental? Os turistas que vêm de fora. Ah sim, muitas pessoas dependem de turismo hoje pra sobreviver, aqui nessa região é pesca e turismo que desenvolve, turismo tendo controle, ajuda a vida das pessoas. É muito importante pra economia? Sim, com certeza. Qual a importância da pesca para a economia? Muito, que hoje a região sobrevive de pesca e turismo então a pesca também é uma parte importante apesar de tar difícil porque essas grande embarcação acabaram com a pesca então está bem difícil de sobreviver. Eu era pescador e sai da pesca porque ficô muito difícil, é muito importante. A transformação da ilha em parque trouxe que benefícios para a cidade de Cananéia? Olha, algumas partes trôxe benefícios, mas para outras partes trouxe algumas coisas ruins para a economia e a vida das pessoas, mas o bom é que preservô.

Tem tradições específicas daqui? Olha, que eu conheço é a cultura cara Caiçara, a cultura da região.

E como que foi isso pra você essa mudança? Já que você continua sendo um morador de lá? Sim, é tem o lado bom né? A tranquilidade, a invasão não consegui andar né lá paro, claro que isso foi importante, pros moradores isso é muito bom, e tem o lado da economia que parô lá, então eu vejo assim que deu uma atrapalhada que não pode fazer nada lá na ilha, mas do lado do sussego também é muito bom… É que a lei colocô muitos moradores de fora. Assim, hoje tem muita poca gente.

A cidade tem uma boa estrutura de saúde, estudo, lazer, etc.? Olha, bem poco, questões de saúde bem poco…

Você acha que tem outra atividade importante? Não, praticamente é só turismo e pesca devido à transformação em parque.

O que você acha da cultura de Cananéia? U que eu acho bom, pra mim tudo de bom, importante o dia a dia de viver das pessoas.

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Algumas Considerações A pesca é uma importantíssima atividade para a cidade de Cananéia? Isso é fato, a pesca é a principal de todas, com muitas famílias vivendo dela para sua alimentação. Cananéia também atrai pessoas, por ser um lugar bonito e histórico, fazendo o turismo também ser uma atividade econômica importante. Os conhecimentos e as técnicas de pesca podem ter vindo dos caiçaras que, expulsos da Ilha do Cardoso foram para as cidades próximas, principalmente Cananéia, levando o que sabiam para lá e se tornando pescadores (ou guias turísticos), uma grande habilidade deles. Em Cananéia os trabalhadores caiçaras dependem muito da pesca e do turismo.

O turismo tem que ser preservado, porque sem ele as pessoas de fora da cidade, do estado e do país não poderão conhecer a cidade de Cananéia. Os pescadores da cidade têm alguns “dons” de pesca dos caiçaras, pois alguns já moraram na Ilha do Cardoso. Outros moradores possuem outros costumes caiçaras, por exemplo, a cultura, a comida e outros. A relação entre os moradores dessa região é muito mais solidária, eles prestam favores entre si “pelo ato”, pelo fato de estarem ajudando um companheiro, sem receber nada em troca. Por causa da transformação da Ilha do Cardoso em parque estadual e pelo fato dela e de Cananéia estarem perto, Cananéia teve que diminuir a pesca na área mais próxima á ilha, o que interferiu na vida dos moradores, que passaram a depender um pouco mais do turismo também. Para preservar deixaram várias coisas para trás, como os caiçaras que depois da transformação da ilha em parque tiveram que parar de praticar a agricultura, a caça e pescar reduzidamente. Temos que preservar o meio ambiente, mas também o ser humano e suas culturas, e a relação caiçara-Ilha do Cardoso é harmônica, eles não interferiam na natureza negativamente de uma forma significativa, o que fizeram foi uma injustiça, expulsá-los de seu lar. Cananéia teve uma grande importância histórica, e preserva com ela as marcas de um passado. O turismo ajuda na preservação não do ambiente, mas da memória, que é muito importante. A economia que é muito relacionada ao ambiente, enquanto o turismo preserva os patrimônios imateriais principalmente, a tradição oral, o conhecimento passado de geração em geração, que faz parte de nós, da nossa história.

Pescador ambulante de Iguape

Barco de pesca localizado na cidade de Cananéia

Barcos localizados no Parque Estadual da Ilha do Cardoso

O pescador profissional Jocílio da Corte fala sobre a pesca de Cananéia

Barcos na cidade de Iguape, no interior de São Paulo

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Praça de CananÊia

Isabella Iervolino


La plaza de mi infancia

La plaza que nunca quiero olvidar

Conocí una plaza,

Era una plaza

Había niños jugando,

una linda plaza,

la césped era verdita

con muchas chicas

y se avistaba el mar

con mucha gracia.

Caminando por la plaza encontramos

Las flores bonitas,

cultura en todo lugar,

linda decoración,

sobre la historia 'caiçara',

y muy vieja.

donde nuestro interés

Pero en mi corazón.

se iba a transformar

Nunca me voy a olvidar,

Siempre que voy a una plaza,

El tiempo que allí pude pasar.

me recuerdo de aquel lugar,

En mi memoria

donde paso a paso pensamientos diferentes

La plaza está,

me vinieron a despertar

y siempre va a quedar.

después del estudio finalizar, tuvimos tiempo Tiempo de pensar

Vitor Bastos, Pedro Isidoro, Hugo Mansur, Rodrigo Atallah, João Gabriel Orem, Geraldo Djehdian

sobre la importancia de la ciudadita que nosotros debemos preservar. Luca Kneese, Giancarlo Ponzi, StéfanoTorres, Eduardo Mourad

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La bela Plaza de Cananéia

En la plaza de Cananéia, Hay un monumento que es muy bello y muy grande. Hay una estatua bella y grande y es plata. Delante de la plaza hay una iglesia y es muy interesante.

Unas casas eran "tombadas" y bien conservadas. Hay también un cañón, Hay un poquito de césped es verde y muy cuidado, también tiene forma de damero y esta era la plaza más bella de Cananéia.

Julia Iunes, Julia Sarquis, Caroline Estefan, Beatriz Mohr, Anna Beatriz Hadler

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Arquitetura de Cananéia e São Paulo A arquitetura de Cananéia está presente em meu bairro? Eu vi a Matemática nos meus estudos quando... “...a geometria está presente, por exemplo, nos telhados de duas águas, que possuem a forma de um triângulo.” (Marcelo) “quando tive que medir as fachadas das casas e converti as medidas de taipas para braças, de braças para lanço, de braça quadrada para metro quadrado. Vi também a matemática na simetria das casas de telhados de duas águas e a assimetria em casas assimétricas.”(Pedro Isidoro) “visitamos o centro de Cananéia, observamos as fachadas das edificações com arquiteturas antigas e percebemos como cidades simples possuem ligações com a Matemática, que está presente no dia-a-dia de cada um de nós” (Valentina Tedeschi) “medi a fachada da minha casa e da casa que vi em Cananéia, quando descobri outros tipos de medida que se pode medir numa casa e quando tive que observar as edificações que tirei as fotos.”(Gabriela) Foto: Hugo

Com essa pergunta, tivemos que abrir os olhos para perceber a Matemática no nosso cotidiano, ou seja, uma Matemática que extrapola os muros da escola e se insere dentro de nossa casa, nosso bairro, nossa cidade, enfim, nosso universo. Desenvolver a habilidade de observação não é uma tarefa simples. Ela requer que fiquemos atentos a tudo e a todos os detalhes que nos rodeiam. Foto: Marcelo

Nossos estudos sobre a Arquitetura de Cananéia começaram quando lemos um texto que relata como as casas foram construídas no centro histórico de Cananéia. Curiosidades foram muitas. Nos deparamos com medidas de comprimento e de área que nunca havíamos visto antes em nossos estudos. Destacamos: taipa de pilão, braça, légua, braça quadrada, alqueire paulista, lanço e lancinho. Vimos e estabelecemos relações com o nosso sistema métrico de

medidas de comprimento e de área.

Foto: Valentina

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Quem já imaginou observar o telhado de uma casa e verificar se é um telhado de “duas águas”? Pois bem, nós aprendemos e observamos que muitas casas em Cananéia e em São Paulo possuem esse formato de telhado. Foto: Pedro Isidoro

Foto: Eduardo

Em Cananéia vimos que as construções são feitas sobre o alinhamento da rua, porém, em São Paulo, no nosso bairro pudemos constatar que algumas são feitas sobre o alinhamento de rua e outras não. Afinal, o que significa ‘construções sobre o alinhamento de rua’? Concluímos, após as nossas observações que são construções em que a frente da Fotos: Marcelo

casa (porta e janelas) se encontra diretamente na calçada.

Ao refletirmos sobre ‘quais implicações das construções que são feitas sobre o alinhamento de rua’, percebemos que... “falta de privacidade, de iluminação e de ventilação. Isso implica falta de segurança.”(Pedro Isidoro, 7C) “menos privacidade e mais barulho da rua.”(Rodrigo, 7C) “dificulta a passagem dos pedestres, seria muito difícil entrar carros (faltariam garagens) e ficaria sem recreio pois faltaria jardins e não teria

Foto: Daniel

grades para propor segurança.”(Hugo, 7C) “o barulho proveniente da rua e das calçadas, uma vez que estão no

Foto: Júlia Sarquis e Pedro Barbosa

mesmo nível.”(Marcelo, 7C)

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Construções em São Paulo feitas sobre o alinhamento de rua

E a simetria? Muitas fachadas das construções são feitas de forma simétrica.

Em Cananéia e em nosso bairro pudemos perceber que há fachadas que são simétricas e outras não. Não conseguimos descobrir o porquê dessa diferença, mas temos uma hipótese: trata-se de um padrão estético.

Foto: Marcelo

Foto: Júlia Sarquis e Pedro Barbosa

Foto: Rodrigo

Efetuamos muitas medições. Tivemos que medir a fachada de uma residência em Cananéia e a nossa residência, para verificar as relações entre braças, lanço e lancinho.

“a fachada da minha casa tem 8,8 m. Esse número representa um múltiplo de 2,2 m. Minha residência tem aproximadamente 4 braças”. (Eduardo, 7C) “a fachada da minha casa tem 16 metros e equivale a 7 braças. Equivale a 7 lancinhos, pois 1 lancinho equivale a 1 taipa e 1 taipa corresponde a 1 braça e 1 braça tem 2,2 m”. (Daniel, 7C) Foto: Júlia Sarquis e Pedro Barbosa

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Muitas construções de Cananéia são tombadas pelo Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado) e percebemos que em nossa cidade há várias edificações que também são ‘tombadas’. Ao estudarmos os porquês desses tombamentos, vimos que o que mais se destaca é o fato da importância histórica e arquitetônica para a nossa cidade. Com os ‘tombamentos’ podemos resgatar um pouco a memória e a história de nossa cidade e de nossas famílias. É como viajar no Foto: Júlia Sarquis

tempo. Por fim, entre simetrias e telhados de duas águas...

Foto: Caroline

Foto: Valentina

... o que aprendemos muito foi olhar e perceber uma série de conceitos que estudamos na sala de aula presentes em Cananéia e em nosso bairro. Observar as construções que estão presentes em nosso bairro, nos fez ver como, muitas vezes, não percebemos detalhes que estão presentes nos livros e sequer fazíamos relação com a nossa realidade.

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Música e dança - Fandango No ritmo caiçara O Fandango é um estilo de música caiçara que faz parte da cultura e história de Cananéia. Este estilo de música se fortaleceu com o mutirão, uma reunião feita para ajudar pessoas ou famílias a construir, plantar, pescar, etc. Ao final do dia a família ou pessoa dava em troca uma roda de Fandango, ou seja, tocavam àqueles que os ajudaram. A cultura também possui algumas crenças e tradições, como diz um dos fandangueiros que foi entrevistado: A madeira que é usada para fazer os instrumentos (feitos por eles artesanalmente) deve ser cortada em uma noite específica, a noite de lua minguante, para que não sofra rachaduras. Com esta e outras crenças esta cultura, principalmente pelo fato de não haver mais mutirões, foi quase “extinta”. O Fandango era muito famoso, mas agora a cultura perdeu um pouco de seu

valor, e por isso diversos grupos tentam trazê-la de volta. O grupo Esperança, integrada por seis fandangueiros que também batalham para a preservação do Fandango, aceitou fazer uma pequena apresentação para introduzir esta cultura, a seguir relatamos duas entrevistas, cada uma com dois integrantes do grupo “Esperança”, que explicam melhor esta questão da .

preservação e muitas outras curiosidades.

O Fandango é um estilo de música caiçara que faz parte da cultura e história de Cananéia. Este estilo de música se fortaleceu com o mutirão, uma reunião feita para ajudar pessoas ou famílias a construir, plantar, pescar, etc. Ao final do dia a família ou pessoa dava em troca uma roda de Fandango, ou seja, tocavam àqueles que os ajudaram A cultura também possui algumas crenças e tradições, como diz um dos fandangueiros que foi entrevistado: A madeira que é usada para fazer os instrumentos (feitos por eles artesanalmente) deve ser cortada em uma noite específica, a noite de lua minguante, para que não sofra rachaduras. Com esta e outras crenças esta cultura, principalmente pelo fato de não haver mais mutirões, foi quase “extinta”. O Fandango era muito famoso, mas agora a cultura perdeu um pouco de seu valor, e por isso diversos grupos tentam trazê-la de volta.

O grupo Esperança, integrada por seis fandangueiros que também batalham para a preservação do Fandango, aceitou fazer uma pequena apresentação para introduzir esta cultura, a seguir relatamos duas entrevistas, cada uma com dois integrantes do grupo “Esperança”, que explicam melhor esta questão da preservação e muitas outras curiosidades.

Grupo Esperança 45


Fandango, uma cultura retomada Nesta entrevista Pedro e Jorge, dois fandangueiros, relatam sobre a cultura fandangueira.

A cultura do fandango foi se perdendo ao longo dos tempos, mas muitos grupos como o grupo Esperança estão na tentativa de retomar a cultura Fandangueira. O fandango era tocado normalmente após o mutirão para agradecer as pessoas que os ajudavam. ENTREVISTADOR – Oi... Então, de onde surgiu o nome fandango e qual é seu significado? PEDRO – Fandango... O Fandango é uma dança que veio de Portugal, da Península Ibérica, Portugal, dizem né, que junto com as caravelas vieram pro nosso lugar que é a Cananéia. Que... E... bom, a origem dele é origem Ibérica, e significa dança barulhenta. A origem da palavra é dança barulhenta, de origem Ibérica. ENTREVISTADOR – Legal... E, quanto tempo vocês tocam? PEDRO – Olha, eu toco desde pequeno, porque meu pai já tocava rabeca também, tocava viola e na minha casa sempre teve essas apresentações de fandango, ou quando meu pai e o grupo dele iam toca em algum lugar ou em uma festa eu sempre participei, tocava pandeiro, acompanhava ele, como eu toco instrumento de percussão e ele toca rabeca, toca viola, eu acompanhava ele tocando e fui aprendendo a gostar do fandango. JORGE - Eu, faz cinco anos que eu toco. PEDRO - E você viu o Jorginho já... A família dele também é de Valadares, no Paraná, local também que existe o fandango, e nós dois somos de família de gente fandangueira, mesmo . ENTREVISTADOR – Legal... E, como surgiu a idéia de criar um grupo social? (...) Quer dizer, músical? PEDRO – Então, a idéia já veio de muito tempo, é que o fandango já existia muito antes, nos sítios, na zona rural, devido a uma cultura de mutirão que tinha, né, que antigamente como tinha os mutirões e isso com a criação do Parque aqui, né, que agora não se pode mais derruba árvores e fazer mutirão para a plantação, o fandango veio para as cidades e as famílias vieram para a cidade também, então aqui, como não tinha o espaço, não tinha mutirão, o que fazer, começaram a organizar as pessoas e formar os grupos pra poder tocar o fandango, né. Como eles iam se encontrar se não tinha mais mutirão. Então, aí eles começaram a se organizar em grupo, e isso ficou muito tempo, dos anos 70 e no final dos anos 90 começou a ressurgir. Tocava, assim, mais bem pouco, ai com a chegada das escolas que começaram a querer ver essa parte cultural da cidade, a parte do

fandango, da música, também ajuda bastante. Aí começaram a se organizar todo mundo, ai hoje já são vários grupos na cidade, acho que mais ou menos 8 à 10 grupos na cidade, que vem tentando valorizar essa nossa cultura e também passar para os mais jovens, também né, para que não se deixe acabar essa nossa cultura. ENTREVISTADOR– Legal, e vocês ensinam seus filhos ou vão ensinando a tocar os instrumentos? PEDRO – É, isso é mais ou menos assim que funciona a história do fandango, é sempre assim porque o fandango, né, não é uma música que se tem uma escola para aprender, tanto é que os instrumentos não são, por exemplo, a rabeca e a viola, não são instrumentos que se tem um método pro se aprender, como você aprende guitarra ou outros instrumentos, não tem um método, é aprender de ouvido, de força de vontade, e sempre foi assim. Na época dos mutirões que meu pai me conta, é assim, ele ia nos mutirões e lá ficavam olhando a pessoa toca e pegavam de ouvido, falava o meu pai pedia pra alguém fazer e assim eles iam aprendendo, porque não tem nota ali, eles são pessoas que tem ouvido de música. Eles tocam... É assim que funciona. E a gente tenta passar pros meus primos, pra todo mundo e assim que continua se preservando, né? ENTREVISTADOR – E o tema das músicas tem relação com a cidade? JORGE – E infelizmente a maioria das pessoas não tem a chance de inventar. Ele que inventava música aqui. Inclusive fez uma de Cananéia, mesmo, que ficou bonita. Colocou Cananéia inteira, colocou Cananéia inteira na música dele. Hoje em dia ele faleceu, mas ficou a lembrança dele pra todo mundo. E essa música é toda feita de cabeça. ENTREVISTADOR – De cabeça? JORGE– De cabeça, os cara pega as moda e vai pegando um pedacinho daqui, vai inventando, inventando... PEDRO – É porque a gente do fandango, meu filho, são assim, é uma parte como se fosse um jornal falado, então aconteceu por exemplo, assim, por exemplo, aconteceu de ver alguma coisa ali, opa, isso dá uma música, aí ele começa a bola a história, né. Ele fala vou tira uma moda, vou tira uma moda daquele cara ali, ai, o que ele fez, o que aconteceu na vizinhança, por exemplo, na pescaria, o que aconteceu na roça, antigamente era assim. Hoje em dia aparece também muita música, as pessoas fazem muita música que fala da natureza... Da preservação, dos rios também e forma da pesca artesanal, como tem a música do Girival, e tem varias músicas que fala da natureza, da preservação... Então são, da vida do cotidiano do caiçara, mais ou menos, o que acontece, e os... Os mais espertos que fazem as músicas, então eles ficam de olho... Aquilo vai dar uma música! Eles falam assim. Essa história deu de algum fato, eles vão lá e contam pra moda dele, inventam, mata um peixinho assim... Então é isso que mais ou menos é feita, é assim que se faz as letras 46


ENTREVISTADOR- Legal...E... Os instrumentos são industrializados ou feitos manualmente por vocês? PEDRO- Tudo é feito manualmente, artesanalmente, então tem as pessoas da cidade que tem essa cultura, né, de fabricar a rabeca... JORGE- E também tinha o homem da rabeca... PEDRO- Seu João Fermino, e ele fez a rabeca Del mesmo, né, agente mesmo constrói pra ser instrumento, alguns tipos de instrumentos, esses de coro, que antigamente, quando morava em sítios fazia em casa, né, mas hoje como foi proibida agente tem que comprar os instrumentos feitos já do coro, a caixa, por exemplo, não, é que se usa muito uma madeira chamada caixeta, né, pega uma madeira leve fácil de trabalha, pra eles tem tudo um cuidado com a madeira, toda uma forma certa de se cortar pra ela não acaba, porque a caixeta é uma madeira que se você corta ela, ela brota de novo, então tem que fazer uma forma de manejar, de manejo dela que num vá acabar com a madeira, né,pra sempre tra tendo ela, pra cuidar, pra preservar, pra manter e pros artesãos sempre acabar tendo como possui, e ela acaba sendo usada pra rabeca, pra viola, varias formas de fazer, né, tem a forma de coxo,que fala, que é a viola de coxo, do caiçara, que ela é cavado na madeira e a viola de aro, que ela é feita mesmo em forma como se fosse um violão, em varias partes colada tem toda uma forma de sempre usando, sempre... A caixeta, né, com a madeira fácil de trabalha. E ela foi muito explorada. Lá, na região, varias fases, porque o pessoal antigamente explorava muito a caixeta chego ate a acaba, a caixeta, hoje, mais hoje em dia, a caixeta, se pode corta ela de qualquer jeito. ENTREVISTADOR- E... Você acha que essa herança hereditária permanecerá até os tempos futuros? PEDRO- É... Então, isso que agente fala, agente procura sempre tar comentando, tentando passar pros mais novos, assim, grupo de baixistas que tem aqui em Cananéia, é também que tem o pessoal jovem que toca, e que é outra forma de Fandango, que é a forma de agito, que toca com tamanco, se bate com o tamanco, que as damas rodam... Essa é outra forma, essa forma que é bailada, dança de casais, agente sempre ta procurando preservar, né, passar pra frente, pros mais novos, e isso, parece que o Fandango ta querendo tomba ele agora também, porque foi mandado, pra tenta tomba o Fandango, como patrimônio, né, imaterial, e tão tentando tomba o Fandango, né, já foi a capoeira, tão tentando tomba o Fandango. E eu acho que se continua crescendo e divulgando o pessoal, as pessoas mais jovens podem continuar também, né, isso depende muito da gente que toca que ta passando o tempo, não porque agente sabe que vai dando as coisas, né, o pessoal mais novo gosta de outros ritmos, gosta de curti as baladas e as músicas de hoje em dia, né... Mesmo as vezes agente que impor, quer procurar agregar todo mundo, que se não pode, né, porque as outra pessoas curtem outras músicas, mas o Fandango...

ENTREVISTADOR- Legal... E que instrumentos vocês tocam? PEDRO- Eu, eu toco o instrumento, eu toco pandeiro, e ele toca a caixa, mas eu podia tocar a rabeca, mas, quando eu fui aprendendo a toca rabeca pro meu pai, o instrumento eu não gostava muito da rabeca, mas ai eu fui pegando, porque é um instrumento difícil, e eu não tinha muita paciência, mas agora faz um ano e eu já to tocando. ENTREVISTADOR- E vocês podem toca um pouco pra gente? PEDRO- Podemos né, é só a parte da percussão, mas se vocês quiserem... A parte faz o acompanhamento da rabeca, da viola, da o ritmo... (ENTREVISTADOS TOCAM SEUS INSTRUMENTOS) ENTREVISTADOR- Nossa! Legal! Brigado. ALESSANDRA (Professora que estava auxiliando na entrevista)- Nossa, muito obrigada, você fala muito bem sobre Fandango! Muito legal... GIAN (participante do grupo)- Parabéns, vocês tocam muito bem, obrigado.

Grupo Esperança

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O Pensamento dos Fandangueiros Creante Pires e Jorge Luis nos contam a sua opinião sobre a cultura do Fandango

Vocês já fizeram uma apresentação no exterior? Creante - Não Jorge - já, já fizemos fora Creante-mas no exterior não só no Brasil

Dois moradores de Cananéia, Creante Pires (19/02/51) e Jorge Luís (8/6/66), fandangueiros falam um pouco sobre sua opinião da cultura fandango e da cidade de Cananéia. A entrevista foi realizada no dia 5 de maio de 2011 no hotel Coqueiro.

Onde vocês tocam normalmente? Creante - Ah quando e requisitado agente vai são Paulo, santa Catarina eu não fui mas o pessoal foi estado do Paraná, São Paulo interiorzão ai Sorocaba Bauru ai, assim que e requisitado agente vai ne

Quando foi formado o grupo e por quem? Creante - Há aproximadamente esse grupo foi formado as uns 8 anos e pelo bletei

Existem jovens tocando Fandango? Quais foram às mudanças de tradições? Creante - Uma mudança que estava ai era que tava esquecido, hoje tem vários grupos de fandango aqui no litoral do Paraná acho que tem no na divisa do rio ai com parati tem bastante tem bastante grupo aqui. Aqui em Cananéia deve ter uns quatro grupos ai no Paraná deve ter mais ou menos isso

Porque o nome esperança? Creante - E ele não me falou porque mas eu deduzo que como nos tava mos na época resgatando o fandango então eu acho que ele escolheu esse nome como um incentivo para ele mesmo Jorge-de subir de levantar Creante - de readquirir a cultura que já estava morta que ficou uns 30 anos ai sem saber oque era fandango Vocês que fazem os instrumentos? como são feitos? Creante - Eu, eu não sei fazer esses instrumentos mas como ele e feita eu sei ele e feita com a madeira Joege - de caixeta Creante - de caixeta que e uma madeira típica da que da região da mata atlântica eee um trabalho artesanal não tem muito eee hum e feito a faca umas coisinhas leves nada de muito, aqui e de caixeta isso aqui e bronze eee.oh essa e a viola caiçara ela e toda feita de caxeta e esses adornos esses buracos para a corda tem que ser uma madeira mais resistente no caso de canela, ipê,cedro tanque ser uma madeira mais resistente para aguentar a pressão das coradas Jorge - esse aqui já ea na, mas na mas na mas caixeta mais resistente tem que ser uma madeira mais firme o coro dele como antigamente podia usar mata os bichos pra fazer hoje em dia não tem mas neh e tudo comprado. Esse daqui e caixa de folia. Tem uma roupa apropriada para as apresentações? De onde vem as inspirações para as roupas? Creante - Eee tem a roupa azul, preta, preta e branca assim, mas em agosto mesmo não tinha nenhuma tem um tipo de escolha coisa meio que pessoal de escolha coisa meio que pessoal

Vocês se interessam por outros tipos de músicas? quais? Jorge- Depende neh eeee depende inclusive quem faz e o comercio La e agente so acompanha mas não e toda hora agente ouvi em casa e anota no papelzinho para depois faze uns toque que agente faz com ele Creante - Eh eu toco violão, guiara que e quase a mesma coisa toco essa viola e ai instrumento de percussão eu não toco ehhh eu gosto de todo o tipo da bom música eu gosto neh eum pouco de música sertaneja eu fiquei uns 10 anos tocando neh além do fandango que e a nossa cultura eu gosto também de música sertaneja ma seu curto menos funk essas coisas eu curto toda a boua música que valha a pena Como vocês aprenderam a tocar? Jorge - Eu aprendi a tocar olhando na no meu padrinho que eu tinha olhando primeiro o pandeiro que eu disse ai depois do pandeiro eu aprendi a tocar no canatimba que tinha ai comecei naquele depois na caixa de fulia que ate hoje eu to tocando a caixa de fulia E com quantos anos? Jorge - Ah com sete anos Creante - ah eu com cinco anos quando eu comecei a toma gosto pela coisa porque no citou na época nos tínhamos fazíamos mutirão meus avos meus pais e mutirão e um tipo de uma reunião de que você chama o pessoal para fazer um rosado uma rosca na época que não tinha proibição não tinha sabe podia desmatar não tanto mas de acordo da sua necessidade você podia desmatar então você juntava você juntava p postal no sitio mais próximo e trabalhavam de dia pra ajuda você desmata ajuda a planta e a noite ficava como pagamento o baile, o fandango entendeu e daí como agente ia era pequeno e ficava ouvindo o pessoal tocar então aquilo me chamou atenção 48


ee meu pai tinha viola também tocava viola e daí eu tomei gosto pela coisa e aprendi rapidinho Qual a importância do fandango para a região? Creante - Ah a importância ee de um resgate da cultura que havia morrido ninguém falava mais do fandango inclusive o pessoal mais novo de certa faixa etária ninguém sabia ouvia falar de vez em quando mais não sabia como que e não sabia inclusive ainda hoje pouca gente sabe da importância do fandango da cultura eles se ligam mais no outro tipo de coisa inclusive não dão valor porque não sabe ate o porquê de não procuram a conhece mais a importância e que a nossa cultura que havia morrido então eu acho que a importância e muito grande para nos porque e uma cultura o brasileiro hoje não quase que uma cultura própria e quando agente tem agente deixa escapar Você poderia falar um pouco do seu instrumento como se toca? Jorge - O meu instrumento e um toque simples esse aqui eu acompanho ele mais junto com a rabeca que daí a rabeca sempre tem um som forte e esse aqui já pega muito frequentam faço um só quase leve Creante - De marcação ne é mais como de marcação Esse aqui não tem muita cerimônia porque e de uma posição só.(música) É simplesinho.

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Algumas considerações Após realizarmos a viagem do Estudo do Meio, concluímos que é importante preservar a região do Lagamar, pois, além de ser um patrimônio, é o “berço” de uma rica cultura e histórias, que só naquele local podemos entender. Além de ser a “vida” de muitos moradores, é uma região conhecida mundialmente que abriga uma grande biodiversidade, que somente lá, podemos encontra-las. Na Ilha do Cardoso, um dos locais estudados, antigamente abrigavam diversos povos ribeirinho, nativos, que sobreviviam da caça, pescar e agricultura. No entanto, com a transformação da ilha em Parque Estadual (PEIC), vários caiçaras (ribeirinhos) tiveram que deixa-la, desde então os poucos que sobraram na ilha receberam ordens do governo que não poderiam mais caçar e plantar nada na ilha, por questões de preservação, e hoje se sustentam pela pesca e o turismo, que aumentou relativamente. O fandango é um tipo de música, presente na cultura caiçara. Ele é tocado em festas e “reuniões” importantes, como o mutirão que é

quando uma pessoa precisa de ajuda para pescar, construir coisas, caçar, cultivar, etc. Para isso esta pessoa ou pessoas chamam amigos ou familiares. E no final do dia de trabalho, as pessoas que os ajudaram ganham uma roda de fandango. O fandango é um tipo de música presente na cultura caiçara. Ele é tocado em festas e reuniões importantes. Apesar de quase extinto o fandango é muito popular na região do Lagamar, por influencia dos caiçaras que tiveram que sair da ilha do

cardoso e se estabelecerem em locais próximos, e mesmo com dificuldades para se acostumar e sobreviverem neles permaneceram com a cultura. O fandango permanece por grupos que tocam o fandango tentando permanecer a cultura mesmo sem ter mutirões, tocando em shows e em festivais. 50


Fandango

Fandango is a type of music that is really famous on ilha do Cardoso. There are some fandango groups in Iguape and Cananéia. In the past fandango was successful. Everybody danced, and liked it. But today, there are very few groups, and nobody listens to it. The group “Esperança” want to keep up this tradition.


Esperança is a músical group of Cananéia with four members. They play Fandango, which is composed by them. He plays the viola and sings. Their songs translate their culture.

Giancarlo D Ponzi /2011


A kid sitting on a cannon in front of a statue in a square in CananĂŠia. Squares

are

very

important

in

CananĂŠia

because

they

have

a

special

meaning for the city and for the citzens. The squares have a religious importance because they are often in front of churches, and hold parties and celebrations.

Victor Nery - 2011



Patrim么nio da Ilha do Cardoso



Os caiçaras Ilha do Cardoso

A Ilha do Cardoso é uma região valiosíssima e riquíssima de mata atlântica brasileira. Em seus diversos e variados ecossistemas (manguezal, restinga, mata de encosta, praia, costão rochoso, etc.) uma grande biodiversidade

animal e vegetal é encontrada, e é muito importante preservá-la. Há pessoas morando na ilha, os caiçaras, habitantes nativos que possuem sua cultura obviamente relacionada com o lugar onde moram. Os mesmos conhecem o local excepcionalmente bem, pelo fato de estarem ali há muito tempo. A Ilha do Cardoso, por ser um berço da biodiversidade, atrai muitos cientistas e estudiosos interessados na fauna e na flora local e querendo realizar pesquisas, assim como escolas e colégios, cujo foco de estudo é o lugar.

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Por que se transformou em parque estadual? A Ilha do Cardoso foi transformada em parque estadual por ser um patrimônio natural muito rico e valioso, já que a região de mata atlântica diminuiu tanto desde 1500, quando os portugueses começaram a desmatar nossas terras. Foi cruel com os caiçaras o que lhes mandaram fazer; simplesmente abandonar tudo e ir para outro lugar, pois ali virara um lugar de preservação ambiental. Naturalmente os habitantes ficaram desesperados, pois o modo de vida na cidade era completamente diferente do modo de vida na ilha, e eles nem ao menos possuíam um lugar para morar, não tinham as condições básicas para sua sobrevivência. Alguns se recusaram a ir embora, e permaneceram, com sorte, até os tempos de hoje, onde eles não são mais obrigados a sair, mas ninguém mais pode ir morar. O resultado da transformação da ilha em parque estadual foi satisfatório para alguns, pois preservou a biodiversidade e a natureza. Mas e enquanto a cultura? E os hábitos regionais? Praticamente acabaram, e isso não poderia acontecer, pois os habitantes não prejudicavam aquela região, precisavam dela para sobreviver, faziam parte daquilo, moravam lá desde criança. Luigi Consonni, Luca Kneese, Marcelo Tebexreni, Romeo Villarta e Stéfano Villas-Boas.

Moradores da ilha e como vivem A Ilha do Cardoso possui moradores, os caiçaras, possuindo casas que na maioria das vezes são de madeira e muito distantes umas das outras. Os moradores vivem de forma simples, em grande contato com a natureza, que é essencial para eles, interagindo fortemente com ela, mas de maneira positiva. Um exemplo é o fato de essas pessoas levarem o lixo produzido para Cananéia. Os elementos contidos nas paisagens presentes onde os moradores vivem são o cerco, alojamentos, casas, barcos, restaurantes, animais e ecossistemas. As características dos caiçaras são diferentes das dos habitantes de Cananéia, por exemplo. Uma diferença notável é o modo pelo qual as pessoas se expressam e falam. Os habitantes da ilha utilizam expressões e palavras vindas de suas culturas, tanto que um dos antigos moradores que foi entrevistado, seu Romeu, escreveu um dicionário com algumas dessas expressões e palavras usadas por eles. Os moradores da ilha trabalham com na pesca, utilizando o cerco, redes, armadilhas, e no turismo, sendo monitores ambientais.

Atividades econômicas As atividades econômicas da Ilha do Cardoso são a pesca e o turismo. Antigamente os caiçaras pescavam livremente, e ainda sim apenas para sua subsistência, não interferindo negativamente na natureza, essa interferência era na verdade positiva (lixo recolhido). Quando a ilha se tornou um parque estadual, os moradores tiveram que sair de lá, até uma declaração feita recentemente na qual dizia-se que apenas os que continuavam lá e resistiram poderiam ficar, porém teriam reduzir ainda mais a pesca. Por ser uma atividade muito praticada antigamente, foi aperfeiçoada e novas técnicas passaram a ser usadas pelos caiçaras, que produziam seus próprios instrumentos de pesca (redes, cerco, armadilhas). Os moradores não foram apenas obrigados a parar de pescar; a agricultura e a caça foram proibidas. Felizmente, a área é muito procurada pelos cientistas e estudiosos, assim como foco de estudo de inúmeras escolas, gerando um dinheiro pelo turismo. Já que conhecem a ilha e os mares que em volta dela existem, essas pessoas transportam os estudiosos e alunos para a ilha e servem de guias turísticos.

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O papel do turismo Os caiçaras foram impedidos de viver na Ilha do Cardoso após a transformação. Contudo, alguns moradores resistiram e permaneceram na ilha até os dias de hoje, e com a pouca pesca e sem a agricultura nem a caça, uma das fontes de renda passou a ser o turismo, que é uma atividade particularmente fácil para os caiçaras, que conhecem o local “como a palma da mão”. Alguns antigos moradores da ilha e que foram para Cananéia trabalham como guias turísticos na ilha (Seu Romeu, por exemplo). Os trabalhadores transportam as pessoas até a ilha e os seus arredores em barcos ou guiam as pessoas no lugar, mostrando os elementos do cenário de suas vidas.

Elementos culturais O fandango é um estilo músical que se iniciou como um manifesto depois da colheita ou da pesca realizada. Um grupo de pessoas fazia uma roda, instrumentos músicais como a viola, o pandeiro, o tambor e o violino eram levados e a música era feita a partir destas condições. A letra das músicas geralmente tratava-se de fatos do cotidiano dos cantores, da vida deles. A roupa usada por eles é simples, o modo de se vestir não era preocupação nenhuma, sendo algo muito espontâneo, onde a diversão era garantida. O mutirão é a situação na qual uma pessoa pede a ajuda a outras para um trabalho em grupo. As pessoas são solidárias, e no fim do dia, a pessoa ajudada organiza uma “festa”, uma manifestação, com a música dos instrumentos fabricados por eles mesmos (o fandango) e com a comida gerada pela agricultura e a pesca. Com a transformação da Ilha do Cardoso em parque estadual, o mutirão praticamente acabou junto com o fandango, pois a pesca foi muito reduzida e a agricultura e a caça, proibidas. Para a pesca, os caiçaras utilizam instrumentos feitos por eles mesmos, como a rede e o cerco, e de tanto realizar essa atividade, obtiveram o conhecimento de técnicas de pesca muito úteis, uma maneira de pescar diferente. A agricultura também era uma atividade importante, mas foi totalmente proibida a partir do momento em que a ilha se transformou em parque estadual, por se tratar de uma atividade prejudicial à biodiversidade.

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Sobre o lixo da ilha

Iguape, Cananéia e Ilha do Cardoso PEIC (Parque Estadual da Ilha do Cardoso)

Quando a Ilha do Cardoso virou um parque estadual, todos os seus habitantes foram obrigados a se retirar de lá, pelo fato de acharem que eles prejudicavam a ilha e sua biodiversidade com o lixo, a pesca, a agricultura e etc. A verdade é que sim, eles interferem na ilha, mas de maneira positiva, pois além de pescar e cultivar apenas para a sua subsistência (pouco), eles separam o lixo produzido e levam de barco para Cananéia, contribuindo para não poluir a ilha. Marcelo, Luigi, Stefano, Romeu e Luca


Tradição oral “É uma forma de preservar o bem imaterial que é a cultura”

A língua como patrimônio imaterial a ser preservado No sul de São Paulo, localizada no Vale do Ribeira, é encontrada a maior área contínua de Mata Atlântica ainda existente. O nome desse lugar maravilhoso é Lagamar, composto pela Ilha Comprida, pelas cidades de Cananeia e Iguape, e ainda pelo Parque Estadual da Ilha do Cardoso, o PEIC, cujo povo nativo é denominado caiçara. Por possuir uma biodiversidade gigantesca, tanto animal quanto vegetal, a Ilha do Cardoso foi transformada em parque estadual. Em outras palavras, a biodiversidade da ilha foi completamente preservada e, com isso, passou a ser proibido qualquer tipo de interação humana que, no ponto de vista do governo,

fosse prejudicial aos ecossistemas do lugar. Nessa transição, não foi levado em conta o fato de que a relação dos antigos habitantes do local (os caiçaras) com a ilha era harmoniosa, já que dependiam da natureza para sua subsistência, e eles foram brutalmente expulsos de lá. Ao conhecer a cultura do povo que sofreu essa tamanha injustiça, é possível notar que os caiçaras possuem uma variedade linguística muito peculiar. Em seu dialeto, está presente uma grande quantidade de palavras e expressões originais, utilizadas por eles no seu dia a dia. Na sociedade sempre existiram vários tipos de preconceito, e um deles, talvez um dos mais fortes até, é o linguístico. O julgamento feito pelas pessoas quando escutam sotaques e expressões originais de outros dialetos chega a ser cruel, e a fala de alguns chega até a provocar risadas. Esse preconceito linguístico é considerado por muitos como algo que necessita de reflexão: será que as pessoas que não tiveram acesso à chamada norma

padrão não falam corretamente? O que está por trás de um dialeto, onde ele começou? Afinal, não poderia ser por acaso que um grupo possui uma maneira específica de falar. Tudo possui explicações, como a falta de atualização sobre a língua, uma vez que no português padrão, por exemplo, algumas palavras na origem que possuíam “r”, atualmente possuem “l”. A língua e suas variedades podem explicar vários fatos que acontecem numa sociedade, e a língua falada sempre está mudando. Preservá-la mostra-se uma tarefa muito importante, pois ela é um patrimônio precioso e é o modo pelo qual nos comunicamos, faz parte de nós. “O dicionário que eu escrevi é a forma de preservar o bem imaterial que é a cultura caiçara”, afirma Romeu Mário Rodrigues, antigo morador e atual guia turístico da Ilha do Cardoso que teve a ideia brilhante de registrar sua cultura num livro. É fato que a cultura de uma região pode ser considerada um patrimônio imaterial por ser única e fazer parte da vida dos habitantes, e a língua falada, sendo a principal representante de uma cultura, certamente deve ser preservada, ainda que seja uma tarefa bastante difícil.

Marcelo B. Tebexreni, Geraldo Djehdian Filho , Eduardo Elias C. Mourad, Hugo F. Mansur

61


As peculiaridades linguísticas caiçaras estão quase sendo extintas na região do Lagamar A região do Lagamar tem esse nome por conta de sua localização na junção do Rio Ribeira de Iguape com o Oceano Atlântico. É uma região que abriga cidades como Cananeia e Iguape, além da Ilha do Cardoso e da Ilha Comprida. Observando os aspectos linguísticos dessa região, é possível perceber que os caiçaras, habitantes nativos da Ilha da Cardoso, possuem expressões que refletem seu universo social, econômico e cultural. As expressões e gírias são mantidas em um dicionário, escrito por Romeu Mário Rodrigues, um antigo morador da ilha que o escreveu com a intenção de preservar essa variedade linguística. Mas será que é possível preservar uma língua falada que se modifica constantemente?

Mesmo com esse dilema a população da região do Lagamar faz o máximo para conseguir preservar a cultura, na qual estão contidos os conhecimentos da pesca, o próprio modo de falar, o fandango, dentre outros aspectos. O fandango, tradição caiçara, é um tipo de música criado como meio de agradecimento àqueles que ajudavam no mutirão (uma reunião em que os caiçaras, solidariamente, ajudavam uns aos outros em construções, pescarias, etc.). Esse tipo de congraçamento foi muito presente em sua cultura, mas foi quase perdido, pois os caiçaras não o praticam mais. O mutirão parou de ser exercido devido à transformação da Ilha do Cardoso em Parque Estadual, o que modificou intensamente a vida dos caiçaras. No entanto, mesmo com as dificuldades, os caiçaras ainda tentam preservar sua cultura, porém fazem isso de um modo diferente. Eles não mantinham suas tradições como a música circular, por exemplo, em registros escritos, mas apenas pela tradição oral, como explica Pedro, um fandangueiro do grupo Esperança que contou um pouco sobre o fandango e outros fatores que fizeram parte da cultura caiçara: “(...) Na época dos mutirões, que meu pai me contava, era assim, ele e outros caiçaras iam aos mutirões e lá ficavam olhando a pessoa tocar e pegavam de ouvido, meu pai pedia pra alguém fazer e assim eles iam aprendendo (...). E a gente tenta passar para os meus primos, pra todo mundo, é assim que continua se preservando.” Como já mencionado, a transformação da Ilha do Cardoso em área de conservação (Parque Estadual da Ilha do Cardoso) modificou radicalmente a vida de seus nativos, alguns tiveram de sair da ilha e se adaptar às cidades próximas, outros conseguiram permanecer lá, pois habitavam o extremo da Ilha. Felizmente, foram economicamente “salvos” pelo turismo, os nativos praticam e demonstram aos turistas como era sua forma de viver na ilha. Por outro lado, o turismo trouxe alguns fatores negativos, como o preconceito, principalmente, o linguístico, gerado por algumas pessoas que acham que sabem mais o português e

acabam zombando do modo como os habitantes da região falam. Porém os caiçaras continuam insistindo na preservação de suas tradições, como nos conta o autor do dicionário “O Caiçares[1]”, Romeu Mário Rodrigues, “a necessidade e a dificuldade de preservar a língua é muito grande, mas iremos conseguir!” Mas será que é possível preservar uma língua falada que se modifica constantemente? A resposta a essa questão é não, pois mesmo com a intenção de registrá-la ela sempre se modificará. [1]

Sem acento no original: RODRIGUES, Romeu Mário. Dicionário de caiçares. São Paulo: Composição Editorial, 2007. Julia Iunes, Marina Bittar, Valentina Tedeschi, Victória Natel, 62


História Os moradores da Ilha Caiçaras uma cultura com contato constante com a natureza

Gru

7ºC Grupos C2 e C22

Geraldo Djehdian

Nº9

Victoria Natel

Nº32

Eduardo Mourad

Nº6

Giulia Crespi

Nº11

Geraldo Djehdian

Nº9

Hugo Mansur

Nº12

Victoria Natel

Nº32

Tadeo Frota

Nº22

Eduardo Mourad

Nº6

Beatriz Mohr

Nº3

Giulia Crespi

Nº11

Caroline Estefan

Nº4

7ºC Grupos C2 e C22

Aspectos da Vida do caiçara na ilha do Cardoso Geraldo Djehdian

Nº9

Hugo Mansur

Nº12

Natel Nº32 Tadeo Frota Nº22que criam e organizam sua identidade cultural; tais “Ser caiçara éVictoria muito mais do que ser nativo do litoral, e sim, ter sua vida envolvida em certas atividades Nº6 Beatriz Mohr e o artesanato. Nº3 atividades sãoEduardo a caça, Mourad a pesca familiar, a roça, o mutirão, o fandango, o trafico da farinha Por possuir uma relação íntima com a natureza,

vivendo em umGiulia universo particular, que se distingue Crespi Nº11 de outras sociedades Caroline Estefan Nº4 Essa distinção ocorre devido ao fato de a cultura caiçara estar inserida dentro de um contexto maior dado pelas chamadas “culturas tradicionais”. Profª Alessandra Garcia. O caiçara, homem do litoral, localizado no Vale do Ribeira, Ilha do Cardoso, tem um modo de vida bem diferente do nosso. Antigamente, antes da ilha ser transformada em parque estadual (PEIC), eles levavam uma vida boa, com suas tradições, como, fazendo a pesca, a caça, a agricultura, e só retirando o que necessário para sua subsistência. Após a ilha ser transformada em parque, os caiçaras foram expulsos e passaram por situações difíceis como, o caiçara Seu Romeu, teve de dormir na rua. E com a expulsão, se perdeu grande parte da cultura caiçara. Os que não foram expulsos, puderam continuar na Ilha, mas, com limites de só poder pescar, e

pescar com regularidade. Essas regras serviram, entre outras coisas, para se perder um pouco da cultura caiçara. As entrevistas a seguir, irão mostrar parte da cultura caiçara, contar sobre o PEIC, as dificuldades, entre outros. A entrevista é com Seu Romeu e Ana Cordeiro Neves. 63


Conhecendo os caiçaras A vida e o trabalho dos caiçaras da Ilha do Cardoso, depois de ser transformado em PEIC. Conversamos com Ana Cláudia Cordeiro Neves, caiçara, filha e esposa de caiçaras. Ela nos conta sobre suas frustrações em relação a indústria pesqueira que está invadindo o local e sobre como lida com sua necessidades, já que a ilha foi transformada em parque e ela tem regras a seguir. A entrevista foi realizada dia 5/5/11 no restaurante em que trabalha atualmente na Ilha do Cardoso, e tivemos a oportunidade de conhecer sua casa.

Pra você o que é ser caiçara? Ser caiçara pra mim é viver dos costumes da região. Pescadores, e vivemos também do turismo, como vocês podem ver. Seu marido é pescador e você tem uma filha, você se preocupa quando ele vai pescar? Fico. Sente muitas saudades? Do jeito que ele faz a pescaria... Sai de cedo e volta de tarde. Aqui tem costumes próprios caiçaras? Aqui tem.

Como por exemplo ?Mutirões, que são quando nós precisamos construir algo, outro morador o ajuda e no final este faz um fandango para recompensar, que é o som que vocês estão ouvindo [Música ao fundo do restaurante que foi realizado a entrevista de um grupo de fandango. E vocês gostam do fandango? Muito. Você poderia falar um pouquinho da importância do fandango para a gente? O que vocês acham? Quem toca aqui na ilha? Aqui na ilha, é quase uma família inteira, são meu irmão, meus três primos, dois que tocam em São Paulo, e o pai dele que desde pequenininho comprou uma casa aqui, que vem passar o tempo com a gente e outro que está em Cananéia. Vocês são da família Neves? Não. Esses são os fandangueiros de Itacuruça.

E há quanto tempo vocês tocam? Acho que há uns seis anos, eles tocam. Não é muito novo. Eles tocam aqui ou em outros lugares? Como é que é isso? Agora, no momento, eles estão tocando aqui, mas eles já tocaram em vários lugares, como São Paulo, Rio Santos, eles já saíram sim. No rio de janeiro? Não. Só em São Paulo. Eles fazem grandes apresentações? É. O que o turismo mudou na cultura caiçara? O que mudou na vida de vocês? Mudou um pouco pois agora, todo mundo só trabalha, geralmente pro turismo. Ta deixando um pouco de lado a pesca, antigamente todos tinham uma canoa, e iam para a praia, pescar com a rede. Hoje o pessoal ta vivendo um pouco mais do turismo, que é mais fácil. Mas meu pai ainda continua com o cerco, não desistiu. Ele gosta muito? Ele gosta muito de fazer o cerco, e continua fazendo. Há mais alguém na sua família que gosta que nem ele? Tem o Ivo, que fez cerco desde sempre, é quase um irmão pro meu pai, e meu pai também faz cerco com três sobrinhos. Há alguém em quem o seu pai se inspirou? Para fazer o cerco, a pescaria? Sim, ele gostava muito de fazer com Seu Teteco, pai do Ivo. 64


Essas mudanças que aconteceram na sua vida, por causa do turismo, foram pra melhor? Foram pra melhor. Pois estava ficando muito difícil a pescaria, estavam acabando os peixes, o preço estava abaixando, a gente levava os peixes pra Cananéia, e eles pagavam pouco. Mas para as pessoas que vem de fora... Eles enfiam a faca (risos). Eles cobram muito caro. A gente tinha que construir a família, ela vai aumentando. Estava cada vez mais difícil viver da pesca. Então tivemos a oportunidade de fazer o restaurante. Porque você acha que acabaram os peixes? Porque eles valiam menos? O que você acha que causou a diminuição deles? Eu acho que diminuiu, pois os barcos estavam “lutando” entre si. Tinham grandes e pequenos. Eles pescavam na costa e quando acabava e tirava da rede, todos os peixinhos tinham morrido. E vocês não pescam na época de peixinhos? Como é isso? A nossa rede não pega os peixinhos, eles tem redes deles, muito pequeninas, que eles soltam para pegar tudo, eles arrastam a rede e vão pegando. No final eles só tiram o que interessa. E o que não interessa, vai pra fora, o camarão também. Na época a gente respeitava o camarão, agora está parado. Mas mesmo assim tem gente lá fora mandando ver. E aquele seguro que o governo federam criou? Eles recebem? É eles recebem. Recebem? Recebem. E como funciona? Então, o camarão fica três meses parado, eles pegam o seguro do emprego, mas mesmo assim tem gente que vai para... (palavras não identificadas) Então com o turismo abriu mais possibilidades de trabalho? Sim, mais trabalho. Antes era mais pesca? Na verdade, só pesca, agora com o turismo já se pode dar melhor condição, os nossos filhos ajudam a trabalhar, já conseguem seu dinheirinho. Eles não estão mais tão preocupados. Tem uns rapazinhos da idade dele, como meu irmão, que já pescava. Eles estão focando aqui no restaurante. Não estão mais tão focados na pesca. Como é que é o movimento aqui no restaurante? Qual a dinâmica? Aqui é bom, o movimento na temporada, tem um bom momento.

Quem frequenta mais aqui? Só turistas de São Paulo, que descem para aqui, passa o dia e volta. Aqui na ilha, esse pedaçinho para ficar é muito pouco, agora no inverno nós trabalhamos com vocês, adoro trabalhar com vocês, pequenininhos assim, a temporada começa em março e vai ate junho. .Daí só criançada daqui até julho. Às vezes começa agosto, vai até outubro. Eu adoro trabalhar com a criançada, eu trabalho com... O que? Posso falar algo? Pode. Quando eu morava com meus pais, antes de casar, meu pai pescava e minha mãe trabalhava lá no parque. Lá no núcleo (palavras não identificadas)... Então, eu trabalhava lá, depois casei, continuei lá, meu marido pescava lá, mas foi ficando muita gente, então acabaram eles acabaram com a ideia de se passar o dia no núcleo. Mas um diretor que morava ali e trabalhava com (nome não identificado), fez alguma coisa pra atende vocês, as crianças aqui da praia. Foi assim que isso começou, ele foi conseguindo e todo mundo veio vindo, então foi aumentando, aumentando, isso para nós foi bom, para nós. O que aconteceu com a maioria das pessoas que moravam na ilha do Cardoso após a mesma se transformar em parque, quando ela se transformou em parque, mudaram alguns costumes pessoais? Mudou, alguns tiveram que sair, e não conseguiram se manter, pois viviam da agricultura, que foi proibida, e foras para Cananéia, aqui como eram pescadores, ficaram, continuaram. Foi um pouco difícil, pois para ficar, tivemos que ficar lutando, lutando. É difícil, pois agora você tem de pedir permissão para pintar as casas, ou plantar algo, e antigamente, você não precisava pedir nada. Mas por outro lado ajudou muita gente? Muita gente. Pois eu acho que se não tivesse sido um parque, estaria muito diferente, poderia até ter construções a beira da praia, ia estar diferente. Também ajudou a preservar mais? Preservar também. É um grande monumento. É. É um grande monumento pro Brasil, hoje em dia. O que você faz com as escolas, qual o acesso? Quando eu era pequena, ainda tinha escola aqui, até a quarta série, mas foi 65


diminuindo as crianças, até a escola fechar. Hoje não tem escola e mesmo tendo crianças para a escolaridade, tem de levá-las a Cananéia, para estudarem. Não conseguimos a escola novamente. E tem de ir todo dia de manhã de barco? A semana toda eles ficam lá em Cananéia e vem pra cá no final de semana, nas férias, quando começa as férias eles vêm direto. Estamos procurando um barco pra levar todo dia de manha, e voltar, mas não conseguimos ainda.

A sua filha gosta daqui? Gosta, tenho quatro filhos, a mais velha tem dezenove anos, uma de quinze, José Antonio tem cinco e esta vai fazer três. Todos gostam de ficar aqui. Alguns pensam em pescar com o pai? José Antonio fala que vai ser pescador. José Antonio é... Ele tem cinco anos. Tem algum que vai com o pai para a pesca? Para o ver pescar? José Antonio vai, acompanha ele, apesar de ser pequeno, ele acompanha e adora todo mundo que ta de tarraxa na praia pescando, ele cata os peixes, é uma diversão e tanto para ele. Tem festival que mudou alguma coisa da cultura, que saiu por causa da mudança? No parque? É. Não, todo mundo continua, tenta resgata um pouco desse jeito.

Em sua opinião melhorou ou piorou? Eu acho que nesta região, aqui aonde a gente fica, melhorou Você se considera caiçara? Considero. Por quê? Pois eu moro aqui, na beira da praia, tenho costumes caiçaras, posso ir para a beira da praia pescar com meu marido, com meus filhos.

Você preferia que ele não fosse pescador, que ele trabalhasse aqui com você? Ele trabalha aqui comigo, mas eu prefiro que ele vá pescar. Você gosta? Gosto. Obrigada. De nada.

Aprendendo sobre a cultura caiçara Nesta Entrevista nós iremos ver como era a vida de um caiçara, antes e depois da ilha se transformar em parque. A entrevista foi feita com Romeu Mario Rodrigues, 64, na Ilha do Cardoso. Ele mora, atualmente, em Cananéia, mas é originário da Ilha do Cardoso. Ele é guia turístico, e não teve acesso aos estudos. Na entrevista ele nos conta muito sobre sua história de superação.

E aqui na agricultura? Não tem mais, não pode mais ter, certo? Meu pai, ele gosta de plantar, pediu uma autorização lá no parque, e eles deixaram. Mas esse ano ele ainda não teve a autorização para fazer a roça. Mas se tiver ele vai fazer.

O que é ser caiçara pra você ? Ser caiçara para mim, em particular, é uma pessoa que vive na beira da praia, que jamais vai ter um estresse, que leva uma vida tranquila, é calmo, sem aborrecimento é um cara feliz, tranquilo, principalmente com o contato constante com a natureza, preservar o que nós temos de melhor que é a vegetação.

Então a formação do parque, de algum modo, afetou o povo caiçara, certo? Sim, tem algumas coisas que foram boas, mas tem outras que no caso,como por exemplo, pedir autorização para planta, que você não precisava, você plantava a hora que queria,, quando queria. A sua roça suas plantas, seus bichos, tudo isso, hoje você tem de pedir, e nem sempre é atendido.

Mas também há riscos ? Sim, em todos os lugares tem riscos, inclusive nos melhores lugares que podemos estar, mas os riscos temos de saber administrar. Faça uma relação com São Paulo: é uma cidade espetacular, mas todos os riscos que podemos pensar, existem bem maiores que na Ilha do Cardoso, aqui na Ilha nós podemos sofrer, por exemplo: um acidente no mar, com animais, que já é mais difícil, e outros que achamos irracionais. Nunca me deparei com um 66


risco com um animal, mas já peguei cobra, jacaré, onça, tudo, mas nada me impôs medo, eu tenho medo é de São Paulo, por exemplo: andar nas ruas, com muitos automóveis, aquela multidão, e pra vocês isso já é costume. Quais transformações ocorreram na sua vida após a Ilha se transformar em parque ? Antes de criar o parque aconteceram uma serie de coisas em nossa vida, porque o parque não foi criado planejado, eles chegaram da noite pro dia e falaram: “Nós vamos construir o parque e tiraremos todos os habitantes.” Eu acho que, particularmente, embora alguns achem que não, tirando todos os caiçaras, que o ser humano faz parte do ambiente. E nesse meio ambiente nós caiçaras, estamos embutidos, eu estou nesse contexto do ecossistema, desde sempre as pessoas acham que o homem só maltrata a natureza, e por causa desta visão nós tivemos de sair, nós caiçaras não fazemos isso, meus pais e as gerações anteriores preservavam a ilha. Hoje em dia se fala em ambientalistas, mas isso era pouco, comparado ao que meus pais preservavam a mata, a caça, por exemplo: matávamos 20 porcos do mato, por 1 mês de consumo para toda as pessoas. O objeto retirado do cerco é para subsistência ou é uma atividade econômica? Os dois estão interligados, nós temos as duas opções, nos podemos guardar para comer, ou levá-lo para vender, ganhar dinheiro e comprar, vestuário e cadernos para minha filha, por exemplo. O que representava o mutirão e o fandango para a comunidade caiçara? O mutirão é uma palavra que vem do espanhol e significa, trabalho em grupo. E se os caiçaras ajudarem alguém, não há nada mais justo que recompensar, com uma peixada, um luau, e o fandango para animar a noite.

tinha vontade de aprender na infância, e aprendi. Também aprendi varias línguas, como o inglês e um pouco do alemão. Por que preservar? Para que as pessoas não percam a oportunidade de conviver com a natureza, que é raridade hoje em dia. Qual a importância do patrimônio lagamar? É um dos poucos lugares que tem bastante natureza preservada hoje em dia. O que pode ser considerado patrimônio cultural na Ilha do Cardoso? E em Cananéia e Iguape? Em Iguape, as casas do tempo da colonização. Na ilha do Cardoso a cultura caiçara. E em Cananéia algumas casas também e a igreja. O que aconteceu com as tradições dos povos ribeirinhos com a transformação da Ilha do Cardoso em Parque estadual? Muitos foram expulsos da ilha, e os que ficaram diminuíram a pesca e a caça. Todos também não praticam mais o mutirão e o fandango. Qual foi o impacto do turismo no modo de vida dos pescadores? E no dos habitantes de Cananéia e Iguape? Mudou muito de suas vidas, pois antes não recebiam muitos turistas. O que pensam os habitantes da Ilha sobre o processo da transformação da mesma em parque? E os de Cananéia e Iguape, o que pensam? Eles pensam que isso foi errado na ilha do Cardoso, pois o homem também faz parte do ecossistema.

O que ocorreu com a grande maioria das pessoas nativas da ilha do Cardoso após ela se transformar em parque ? Antes da criação do parque eles achavam que era um propicio para as pesquisas, chegaram para meu pai e falaram: “olha você vai ter que sair da ilha em 24hrs.” Meus pais eram analfabetos então, não tinham muita noção, aquela época era difícil, pois as pessoas depositavam muita confiança uma na outra. Fomos com a roupa do corpo em uma canoa, com destino a Cananéia, e fizeram uma promessa de devolver tudo, que não foi comprida até hoje. Passamos situações muito difíceis. Você usa as mesmas técnicas, de pesca de antigamente? Sim, uso as mesmas técnicas, mas hoje também usamos técnicas novas. Toda vez que descubro uma nova técnica eu compartilho. A família Cardoso, era grande, mais ou menos vinte pessoas, que se instalavam próximo de onde eu morava. Trabalhei com muitos pesquisadores de vários países,

Julinha e sua mãe Ana Claudia

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Algumas Considerações Na visita a Ilha do Cardoso, nós pudemos ter a experiência de conhecer outra cultura, completamente diferente da nossa, a caiçara. Descobrimos que antigamente, a cultura deles era um modo de vida, usado para sua subsistência. Os caiçaras praticavam alguns recursos que a Ilha disponibilizava para sua cultura. Como a pesca, a caça, a agricultura e trafico da farinha. Além de atividades econômicas, eles também tinham o mutirão, que é quando, um grupo de pessoas se reúne para ajudar alguém, e o fandango, é uma música tradicional. Esses dois elementos, geralmente na ilha eram sempre vistos juntos, pois alguém que ajudava outro caiçara, este o recompensava com um luau, e para alegrar a noite, a música do fandango. Mas com a ilha transformada em parque estadual (PEIC) alguns caiçaras tiveram que se retirar da ilha, não tendo para onde ir, e só sabendo fazer o que eles faziam na ilha. Alguns passaram por situações difíceis na vida, como não ter lugar onde dormir, e não ter dinheiro para conseguir alimento. Não foram só os caiçaras que saíram prejudicados com a transformação da ilha em parque, a cultura também. A cultura caiçara era um patrimônio imaterial

deles e do Brasil, e com a transformação da ilha em parque, grande parte da cultura foi afetada. Como: eles não podiam mais fazer a agricultura, a caça e nem o trafico de farinha, eles só podiam fazer a pesca, e esta foi diminuída em grande quantidade. Com isso, os caiçaras não tinham mais tanto aonde pedir ajuda, afetando o mutirão que consequentemente, afetou o fandango. Alguns acham que foi bom, pois estava cada vez mais difícil de arranjar dinheiro na ilha, e que também à preservou, pois, segundo Ana, se não tivesse sido transformada em parque, teria casas a beira da praia. Como todas as coisas a transformação teve aspectos positivos e negativos, mas infelizmente, mais negativos.

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Biodiversidade da Ilha do Cardoso


Uma das etapas do trabalho realizado no Estudo do Meio foi a visita a uma Unidade de Conservação, o Parque Estadual da Ilha do Cardoso, onde realizamos observações e pesquisas sobre a biodiversidade encontrada nos diversos ecossistemas que visitamos. Para compreender com maior profundidade as características da biodiversidade na região, fizemos trabalhos de observação e pesquisa dirigida, buscando aprofundar os conhecimentos relacionados ao patrimônio Biológico da região para que pudéssemos refletir, organizar, interpretar os dados coletados e chegar a conclusões sobre a importância da preservação da Biodiversidade. O trabalho foi focado nos ecossistemas que visitamos nos dois dias em que fomos ao PEIC. – PRAIA, COSTÃO ROCHOSO, MANGUEZAL, RESTINGA e

MATA DE ENCOSTA. Para cada ecossistema foram elaborados diversos tipos de procedimentos de pesquisa. Inicialmente, fizemos observações para caracterizar os ecossistemas, seus fatores abióticos e seres vivos. Em seguida, partimos para a pesquisa dirigida, que necessita de observações mais detalhadas, procedimentos de identificação de espécies, contagem do nº de indivíduos de cada espécie e medições. Com os resultados das pesquisas em pudemos perceber que cada ecossistema apresenta características próprias e as espécies ali presentes estão perfeitamente adaptadas às condições do ambiente através de características que apresentam. Neste capítulo, explicaremos o que são Unidades de Conservação, a história da criação do PEIC

e

apresentaremos os procedimentos, resultados e

conclusões das atividades de pesquisa que realizamos nos ecossistemas.

70


O que são Unidades de Conservação Unidades de Conservação são regiões que possuem importantes características naturais e são protegidas por lei, para garantir sua preservação. Podem ser reservas biológicas, parque estaduais e nacionais ou estações ecológicas. A importância das unidades de conservação é a diminuição dos efeitos da destruição dos ecossistemas, mantendo a diversidade biológica e os recursos genéticos de um país. Atualmente, cada vez mais países estão criando unidades de conservação, pois cada vez mais o ser humano está desmatando florestas e consequentemente levando mais espécies á extinção. Finalmente estão percebendo que os recursos naturais são de grande importância para o futuro da humanidade. As unidades de conservação são áreas dedicadas ao meio ambiente, conservadas por possuir importantes características naturais, milhares de espécies animais e vegetais, sendo assim, muito procuradas por cientistas para a realização de pesquisas com o objetivo de aprofundar os conhecimentos sobre a biodiversidade do planeta.

O Parque Estadual da Ilha do Cardoso – PEIC

O complexo estuarino de Iguape, Cananéia e Paranaguá, conhecido popularmente como Lagamar é a região brasileira onde há maior concentração de Mata

Atlântica. É um local que serve de berçário para diversas espécies do Atlântico sul e envolvido e abriga uma das maiores biodiversidades do Brasil. O Parque Estadual da Ilha do Cardoso – PEIC, criado no dia 3 de julho de 1962, faz parte do complexo estuarino de Iguape, Cananéia e Paranaguá O PEIC foi criado com os mesmos objetivos de qualquer outra unidade de conservação – preservar ao máximo os recursos naturais que lá existem, nesse caso sua grande biodiversidade e seus importantes ecossistemas: praias, costões rochosos, manguezais, restingas e matas. O maior objetivo era preservar os ecossistemas nativos e expulsar toda a população humana. Mas se esqueceram de que a população nativa faz parte da fauna que vive em conjunto com a mata. Essa população, geralmente vive em harmonia com a natureza, pois tem um conceito de vida diferente, baseado no modelo

de sustentabilidade. Ao perceber que as populações nativas ajudavam a preservar o parque, o governo liberou o retorno dos caiçaras, mas com algumas restrições. Atualmente, a comunidade que vive no parque se encarrega de garantir a preservação e atua no campo do ecoturismo e educação ambiental. 71


Ecossistema Costão Rochoso

Costão rochoso é o nome dado ao ambiente costeiro formado por rochas situado entre os meios terrestres e aquáticos. A maré influência muito o ecossistema do costão rochoso. Os seres vivos presentes no local dependem muito da maré para respirar, se alimentar e se reproduzir, como as cracas, que se situam nas pedras, aproveitam a maré alta e usam as algas e fito plânctons para se alimentar, assim como as ostras. O costão também é divido pela maré, com três zonas diferentes: zona submersa, zona temporariamente submersa e zona emersa. Na zona emersa, onde a água do mar não chega, vivem liquens que conseguem decompor a rocha, formando um solo raso e bom para a moradia de plantas. Como é uma área muito próxima a praia, tem uma altíssima incidência de luz, sem ter vida vegetal, como árvores e arbustos, e solo rochoso e arenoso.

Ermitõess encontrados no local

Água refletindo a luz do sol causando alta luminosidade

As cracas se localizam em um local da rocha acima das ostras. 72


Biodiversidade

Ermitões saindo de suas conchas

Ostras e cracas em uma rocha do costão

Algas marinhas

O Pylopagurus sp, mas conhecido como

As ostras são animais que vivem nas

As algas Kappaphycus alvarezii são

Caranguejo Ermitão, pega as conchas de

pedras do costão rochoso abaixo das

um dos produtores do Costão Rochoso,

outros

como

cracas e seu nome cientifico é Crassostrea

como

proteção. Ele se alimenta de fito plâncton e

brasiliana . O nome ostra é usado para um

alimento para quase todas as espécies

algas . Ele mora entre as rochas desse

número

do

ecossistema (costão rochoso). Para sua

de moluscos que crescem, em sua maioria,

associadas a fungos formam os liquens

sobrevivência no local, o caranguejo ermitão

em

que ficam no topo de rochas e árvores,

está adaptado a entrar em conchas com

salgadas. São muito conhecidas devido á

muita facilidade e se adaptar a ela

produção de pérolas.

moluscos

mortos

e

usa

águas

de

grupos

marinhas

ou

diferentes

relativamente

o

local.

fitoplâncton

Algumas

.

Servem

algas,

de

quando

decompondo-as e criando um solo raso.

73


Relações com outros ecossistemas

O Costão Rochoso se localiza logo abaixo da Mata de Encosta, portanto muitos dos sedimentos vindos de lá são levados pelo vento até o Costão e servem de alimento para vários dos seres vivos que o habitam. Todos são influenciados pela maré mas o manguezal tem uma relação mas forte pois com a oscilação diária da maré no manguezal, acabam sendo trazidos resíduos de lá para o costão Ao seu lado está o ecossistema da Praia, que se relaciona com o Costão contendo a areia formada a partir dos sedimentos das pedras que saem de lá por conta da Praia e Manguezal próximos ao costão.

No fundo da imagem vemos um pequeno pedaço da mata de encosta e logo a frente o costão rochoso

erosão causada pelas ondas batendo contra elas.

Pesquisa: objetivos, procedimentos, resultados e conclusão Nós realizamos esta pesquisa com o intuito de avaliar a biodiversidade e a densidade populacional de algumas espécies. Para realizarmos esta pesquisa nos escolhemos uma rocha e fizermos um quadrado de 50cm X 50cm, e com a ajuda do monitor, identificamos as Alunos recolhendo e levantando dados sobre os animais do costão

espécies dos indivíduos encontrado: - cracas e ostras: incontáveis - caranguejos: 4, - caranguejos ermitões: 6

Rocha escolhida para o estudo.

Concluímos que no Costão Rochoso, em pequenos espaços de mais ou menos 50 cm x 50 cm, pode haver uma enorme densidade populacional, pode algumas espécies, como cracas e ostras. Porém, havia pouca biodiversidade no local que estudamos, pois não é qualquer ser vivo que consegue suportar as condições ambientais ali encontradas. 74


Intervenção humana e preservação

Os humanos interferem no costão rochoso jogando lixo, como garrafas, papel, sacos plásticos e outros interferindo não só no costão, mas também no ecossistema marinho, pois a maré leva o lixo para a água e para as praias. Este lixo pode ser fatal para animais como as tartarugas, que pensam que o confundem com comida, se alimentando dele e morrendo, assim como os golfinhos.

Ao longo deste estudo do meio, tivemos em mente resolver a seguinte pergunta: Por que preservar? E após muitas pesquisas, podemos ter a resposta para esta pergunta. Devemos preservar por motivos bem simples, mas ao mesmo tempo explícito, hoje em dia em pleno século XXI o mundo esta decadente em questões ecológicas e aqui em nosso país, temos uma chance de manter um dos locais mais belos e preservados do mundo, onde não importa dinheiro e sim a manutenção da vida em harmonia com a natureza.

Devemos preservar para que no futuro, nós que seremos adultos podermos olhar para um lugar deste e dizer - há esperança, de um dia consertarmos o que fizermos hoje e termos em todo canto um lugar como o LAGAMAR. A preservação do ecossistema do costão rochoso é importante para que continue por muito tempo sendo a moradia para diversos seres vivos, como os liquens, cracas, ostras, caranguejos, ouriços, lagostas, anêmonas, esponjas, e muitos outros animais, também para que sirva como ponto de pesquisa para os cientistas.

Autores: Tereza Pereira, Ana Carolina, Beatriz Mohr, Gabriela Fialho, Victor Nery , Matheus Doni, Pedro Mariotto,Stefano Torres, Tadeo Frota

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Ecossistema Manguezal Características do ecossistema

O manguezal é um dos cinco ecossistemas que estudamos na Ilha do Cardoso. O ambiente tem um cheiro de decomposição anaeróbica semelhante ao do rio Tietê em São Paulo, por conta de ser encharcado e não ter oxigênio, devido ao pequeno tamanho das partículas que o compõem. A matéria orgânica que gera o processo de decomposição (gravetos, vegetais e restos de animais mortos) vem da mata de encosta, transportada pelo rio. O manguezal é um ecossistema muito influenciado pela maré, quando ela está alta, a água ocupa o manguezal fazendo com que o solo fique encharcado. Com essas condições, muitos peixes “visitam’’ o manguezal para desovar e se alimentar O solo no manguezal é lodoso, formado por muita argila e areia fina. Em certas condições, ele pode crescer em um solo mais arenoso, como por exemplo nas áreas da praia, próximas á desembocadura dos rios A incidência de luz é média, devido aos mangues, árvores ali presentes, que possuem galhos altos e em grande quantidade, impedindo a entrada de luz. O vegetal mais comum é a Rhizophora mangle uma planta que é própria do solo lodoso do manguezal possuindo adaptações como caules aéreos que ajudam na respiração da planta e em sua sustentação no solo lodoso.

Manguezal na maré alta

Manguezal em área próxima á praia, em solo arenoso

Manguezal

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Biodiversidade Como nós presenciamos no Manguezal, há diversas espécies de seres vivos, todas muito importantes para manter a vida no ambiente, pois sem elas, o equilíbrio do ecossistema ficaria comprometido. Os caranguejos são crustáceos que possuem nas costas uma carapaça protetora, para se defender de outros consumidores. Suas patas ajuda a subir em árvores como o mangue vermelho quando a maré sobe suas patas também ajuda a cavar buracos para quando ele vê algum predador, e também para se defender de possíveis predadores.. O caranguejo chama maré é um ser vivo muito comum no manguezal a garra afiada permite que se defenda de predadores e as patas pontudas permitem que suba nos troncos das árvores. Seu nome cientifico é Ucides cordatus Alguns peixes como os cacharas se reproduzem no manguezal para maior proteção de seus filhotes, eles fazem a reprodução sexuada, que no caso dos peixes, ocorre quando a fêmea deixa seus óvulos na água e o macho, expele seus espermatozóides.

Goniopsis cruentata, o Aratu vermelho

Caranguejo chama maré Foto de Vitor Bastos.

O mangue vermelho e seus “caules escora

Um vegetal muito comum no manguezal é o mangue vermelho, Rhizophora mangle. Suas sementes tem uma forma de “caneta”, o que faz com que caia em pé, pois um lado mais pesado que o outro, facilitando a fixação no solo lodoso. Essa planta também possui caules em forma de arco, que ajuda a fixação no solo e impede que cais devido ao movimento da maré. O Mangue Branco, Aviscenia laguncularia, possui pequenos palitos que se estendem por fora do solo,denominados “Pneumatóforos” as raízes do mangue branco se estendem por baixo do solo, permitindo a sua sustentação.

Pneumatóforos do mangue branco

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Teia Alimentar

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Relações com outros ecossistemas O ecossistema do manguezal, é considerado o berçário marinho devido ao fato de várias espécies de seres vivos aquáticos, irem até lá para se reproduzir. Com isso ele se relaciona com o ecossistema praia, pois vários seres vivos vão e voltam.

O manguezal se localiza no ponto de encontro da água salgada do mar com a água doce do rio, formando a água salobra. Muitos de seus mangues se espalham ao longo da ilha e muitos chegam até a praia, porém não possuem adaptações para sobreviver e a maioria acaba morrendo. Muita matéria orgânica da mata de encosta é arrastada para o manguezal através do rio e no manguezal, a matéria orgânica é decomposta e transformada em nutrientes para os produtores e animais que vão se alimentar nas marés altas. Ecossistema do Manguezal ao lado da Praia Foto de Vitor Bastos

Pesquisa: Objetivos, procedimentos, resultados e conclusão Nós fizemos um quadrado de 50cm² usando fita métrica para ver adaptações do mangue, e ver algumas espécies presentes na arvore do manguezal. No tronco, observamos algumas algas e um pequeno caranguejo. As adaptações encontradas foram os pneumatóforos que se parece com um tubinho, o mangue necessita dele porque o solo do manguezal não possui oxigênio, e o

Guia da pesquisa traçando o quadrado. Foto de Vitor Bastos

pneumatóforo fica para fora do solo obtendo oxigênio para a respiração da planta. Nosso grupo chegou a conclusão de que a arvore do manguezal, possui diversas adaptações, como para conseguir respirar no solo do manguezal e se desenvolver melhor. No tronco das árvores há várias espécies diferentes de seres vivos, portanto se o acontecesse algo com as arvores do mangue, provavelmente afetaria bastante a teia alimentar desse ecossistema, podendo levar a um grande desequilíbrio na

biodiversidade. Além disso a grande abundância de arvores ajuda a uma melhor oxigenação no ambiente e fornece mais alimento a diversos seres vivos, diretamente,

Pneumatoforo do mangue branco Foto de Vitor Bastos

ou indiretamente, de acordo com a teia alimentar. 79


Interferência humana e preservação

Os manguezais são ecossistemas extremamente importantes, porque contribuem muito para a fertilidade das águas costeiras, pois tem grande quantidade de matéria orgânica gerada no ambiente, transformadas em partículas de detritos e exportada para as águas costeiras, com isso fazendo a base alimentar de diversos animais, como caranguejos, camarões e várias espécies de peixes. O ser o humano interfere no manguezal de várias maneiras. Por exemplo: se o ser humano jogar lixo no mar, quando a maré subir, o mangue ficara todo cheio de lixo trazido pelo mar. O meio de passagem pelo manguezal e construindo pontes e outros meios de transporte, portanto isso também é uma intervenção do ser humano. As pessoas usam também o manguezal a favor de sua sustentabilidade pegando caranguejos para consumo próprio e venda. O ser humano também construí moradias perto do manguezal, e consequentemente, lá se produz lixo e outros meios poluentes que, na maioria das vezes, acaba indo para o manguezal.

Ecossistema do Manguezal, rede de pesca trazida pelo mar Foto de Vitor Bastos

Conclusão

É muito importante preservar todos os ecossistemas. O manguezal é um deles, por ter uma alta decomposição ele abriga uma grande variedade de espécies de seres vivos, também é considerado um berçário para peixes por ser um local seguro, que mantém distância dos ovos dos peixes aos predadores. Muitos seres vivos vão para o manguezal para se reproduzir e, consequentemente, ter filhotes que provavelmente também irão se reproduzir nesse local. Outro fator importante do manguezal, é, como todos os ecossistemas, tem uma teia alimentar, por isso, se ele não fosse preservado, grande parte dos seres vivos que lá habitam, ou migrariam para outro ecossistema ou morreriam. E se uma grande parte migrasse, iria causar a superpopulação em outro ecossistema o prejudicando. A maioria desses animais não possuem adaptações sobreviver em outros ecossistemas o que causaria sua morte. Por esses e muitos outros motivos, o manguezal é um ecossistema que deve ser preservado. Porém muitos seres humanos não respeitam esse mundo de fertilidade e vida e acabam fazendo a pesca predatória poluindo e destruindo esse ecossistema que é denominado manguezal. Fazendo com que haja desequilíbrio entre as espécies.

Eduardo Mourad, Daniel Deustch, Pedro Isidoro, Rodrigo Atallah, Hugo Mansur, Vitor Bastos, Pedro Kodja, João Gabriel

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Ecossistema Mata de Encosta Características do ecossistema

A Mata de Encosta é como todos, um ecossistema único, possuindo assim, suas próprias características abióticas, que se devem a outros vários e diversos fatores. O solo da Mata é argiloso e, por possuir um alto índice de decomposição, devido ao fato de haver muita matéria orgânica no solo (folhas, restos de seres vivos, fezes e frutos), ele é muito fértil, e é úmido. A incidência de luz lá é bem baixa, e isso acontece pelo grande números de árvores altas e em grande quantidade. A Mata de Encosta possui uma biodiversidade enorme, e o grande número de vegetais se dá também pela alta umidade do ar. A água que lá se encontra é doce, e não há nenhum indício de água salgada, devido ao ecossistema estar em uma altitude elevada.

A Mata de Encosta apresenta uma diversidade vegetal gigantesca, como vemos na foto acima. Foto: Marcelo Tebexreni

Na foto, várias espécies vegetais e a baixa incidência de luz representadas. Foto: Marcelo Tebexreni 81


Os seres vivos e suas adaptações Como todos os ecossistemas vistos e estudados na Ilha do Cardoso, a Mata de Encosta é muito complexa. Nela se habitam muitas espécies de seres vivos, animais e vegetais, que tentam sobreviver no local que, como todos, possui suas características. Para aumentar as chances de sobrevivência no ecossistema, os seres vivos que o habitam por vezes possuem características que os ajudam, as adaptações. A Mata de Encosta, por ser muito “fechada”, ou seja, com uma grande densidade populacional de vegetais, é escura, pois grande parte desses vegetais são altas árvores, que permitem pouca incidência de luz no ambiente. Para captar mais luz solar e assim poder fazer seu alimento com a fotossíntese, as plantas mais baixas, rasteiras, possuem as folhas muito grandes, capazes de absorver mais luz, e assim suprir suas necessidades como ser vivo. A bromélia, além de possuir as folhas grandes, habita por vezes as árvores, ficando mais alta com relação ao resto dos vegetais rasteiros, e assim, podendo extrair mais luz do ambiente.

A onça pintada está presente no ecossistema da mata de encosta, porém, não foi possível observar nenhum ser vivo pertencente a esta espécie durante nossa estadia pela mata. Podemos ter passado perto de um desses felinos, entretanto, suas grandes habilidades de esconder-se de possíveis predadores não nos permitiram vê-la. A Panthera onca (nome científico da espécie) possui, como principais alimentos em sua dieta diária, a anta, as capivaras e as e peixes, já que possui a habilidade de nadar. Para alimentar-se desses animais terrestres, ela utiliza as altas e fortes árvores da mata de encosta para esconder-se e armar emboscadas para suas vítimas. Com suas garras adaptadas para isso, ela escala os grossos troncos das árvores para primeiro observar suas presas e, após uma longa espera, as atacar.

Uma pegada de onça pintada encontrada na mata. Foto: José Fernando Nogueira

A bromélia possui a capacidade de ocupar as árvores para ficar em locais mais altos, e assim conseguir luz. Foto: Marcelo Tebexreni 82


Teia alimentar

Teia de aranha em galho de uma árvore na Mata de Encosta. Marcelo Tebexreni

As várias espécies de árvores que habitam a Mata de Encosta. Marcelo Tebexreni 83


Pesquisa realizada na Mata de Encosta: o guapuruvú Durante o Estudo do Meio, quando visitamos o Parque Estadual da Ilha do Cardoso (P. E. I. C.), tivemos o privilégio de visitar o ecossistema da Mata de Encosta, que possui uma imensa biodiversidade animal e vegetal. Lá encontramos uma árvore curiosa, e realizamos uma pesquisa sobre ela e suas adaptações. Quisemos saber qual era sua grande altura, a circunferência de seu gigantesco tronco e três de suas adaptações. O Schizolobium parahyba, conhecido como guapuruvú, é uma árvore que habita o ecossistema da Mata de Encosta. Com seu tronco muito espesso, o guapuruvú alcança altíssimas alturas, como vinte ou trinta metros, em pouco tempo, quando considerado o progresso. O guapuruvú que observamos e medimos utilizando a trena possuía mais de vinte metros de altura e a circunferência de dois metros e oitenta e um centímetros. A árvore possui adaptações que permitem que suas chances de sobrevivência fossem maiores, como por exemplo o fato do vegetal possuir grandes raízes e um formato redondo, que lhe permite a sustentação necessária para não despencar, já que se encontra em uma área íngreme. Como já citado, a árvore Schizolobium parahyba alcança grandes alturas e, devido a essa adaptação, suas folhas são menores, já que incidência de luz é altíssima na copa (que é onde se encontram as folhas), e as mesmas já captam a quantidade de luz necessária para realizar a fotossíntese, para assim, se alimentar.

Detalhes do grande tronco do guapuruvú estudado. Marcelo Tebexreni

O guapuruvú estudado. Marcelo Tebexreni

Relação da mata de encosta com os outros ecossistemas da ilha: a decomposição

A Mata de Encosta é um ecossistema com fauna e flora muito ricas, ou seja, abriga muitos seres vivos. Todo ser vivo, assim como nasce, tem de morrer, e como um ser que vive na Mata de Encosta vive lá pelo lugar apresentar as condições necessárias para a sua sobrevivência, na maioria das vezes, acaba morrendo na O solo rico da mata de encosta, com muita matéria orgânica decomposta e em fase de decomposição presente. Marcelo Tebexreni

Mata. Quando esse fenômeno ocorre, os seres vivos decompositores decompõem a matéria orgânica morta,

transformando-a em nutrientes que proporcionam ao solo um alto nível de fertilidade. Logo, a Mata de Encosta possui um solo muito rico e fértil. Por causa da atuação das chuvas e dos cursos de alguns rios, alguns dos nutrientes da Mata de Encosta vão para o manguezal, que por sua vez cheira fortemente a decomposição e possui bactérias anaeróbicas; quase não há oxigenação na água.

O solo do manguezal possui muitos nutrientes provenientes da Mata de Encosta. Marcelo Tebexreni

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Consequências da intervenção humana no ambiente da Mata de Encosta: o palmito Juçara

O palmito é um produto muito apreciado tanto no Brasil quanto no exterior. Aqui, existem diferentes espécies de palmeiras, da onde vêm esse produto. Eles são encontrados e extraídos das extremidades superiores do tronco das palmeiras. A Euterpe edulis, ou palmeira Juçara, por produzir um palmito de altíssima qualidade (o palmito Juçara),

passou a ser intensamente explorada a partir da década de 70, e hoje, por conta desse irresponsável extrativismo, a espécie corre alto risco de extinção. O palmito Juçara exportado atualmente é ilegal, pois visa-se preservar essa espécie muito importante, até para a alimentação de algumas espécies de seres vivos que vivem na Mata de Encosta. Raízes da palmeira juçara. Marcelo Tebexreni

Por que preservar? Por que matar? Por que destruir? Por que extinguir as espécies? Por que acabar com a vida de milhares de seres vivos que compõem uma biodiversidade tão maravilhosa e diversa, e que tanto nos ajuda? Por que acabar com todos esses benefícios? Destruir a nossa Mata Atlântica irá prejudicar não só a nós, mas a todas as espécies que fazem daquele belo lugar o seu lar, as espécies de seres vivos que necessitam daquilo para sobreviver, as espécies endêmicas e etc. Destruir mesmo que seja uma espécie animal é um ato prejudicial a toda uma cadeia alimentar da qual essa espécie participa. Quando preservamos beneficiamos o todo, deixamos registros da grandiosa e belíssima biodiversidade animal e vegetal brasileira. A verdadeira questão seria “Por que não preservar?”. E é uma questão sem resposta. Não há sentido em destruir, temos mais é que preservar. Preservar a natureza, que tanto nos ajuda, é o mínimo que podemos fazer para “agradecer”. Não somos os únicos habitantes do planeta Terra. É melhor lembrarmos disso, pois salvar todas as espécies é nosso dever.

Autoria: Geraldo Djehdian, Marcelo Tebexreni, Marina Bittar e Victoria Natel

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Ecossistema Praia Características do ecossistema

Praia na Ilha do Cardoso

A praia mesmo não sendo um lugar com tanta vegetação, possui diversas espécies de seres vivos, com suas adaptações, como por exemplo a planta-rasteira que possui uma glândula que quando a planta absorve a água do mar, consegue dividir o sal da água. A praia possui um solo arenoso com poucos nutrientes, pois o mar os varre, também possui baixo índice de decomposição, sendo assim, a flora não é muito bem desenvolvida, apenas plantas com as adaptações próprias para este ecossistema conseguem se desenvolver nesse local. Essas adaptações são necessárias pois como o solo absorve muito rápido a água a planta pode ficar seca e morrer. A água do mar é salgada, com muitos seres- vivos como, por exemplo, o golfinho, várias espécies de peixes, invertebrados e algas, entre outros, que e assim formam- se teias e cadeias alimentares.

Biodiversidade Com base nos registros feitos na apostila em cada ecossistema, observamos diversos seres vivos na praia, um deles, por exemplo é a Ipomoea pescapri. A Ipoméia é uma planta- rasteira que possui caules longos, que a permite não ser levada pela maré, que mesmo quando sobe não a influencia tanto pois ela possui uma Glândula de Sal que retira o sal da água do mar deixado- a propicia para seu próprio consumo. Além da Ipoméia registramos em nosso caderno de campo (conforme foi pedido) alguns animais que lá vivem, como: O Caranguejo, ou como é conhecido cientificamente Ocypode quadrata, que como a Ipomeia possui adaptações que permitem sua sobrevivência no ecossistema da praia, Com suas garras e patas, o caranguejo consegue facilmente cavar tocas na areia local onde se defesa contra seus predadores.

Ipoméia, planta que se desenvolve na praia

Caranguejo da praia da Ilha do Cardoso 86


Teia Alimentar

Relações com outros ecossistemas

A praia é um ecossistema muito importante pois é o limite entre o ambiente terrestre e o aquático. A maré influencia outros ecossistemas como o manguezal. Na maré alta o solo fica encharcado, fazendo com que os peixes coloquem seus ovos no local. Por esse motivo, o manguezal é considerado o berçário marinho. A praia também se relaciona com a restinga. Entre elas a área de dunas, onde começa a ter uma vegetação rasteira. Há cerca de 70 mil anos o mar ocupava o espaço da restinga. Com o esfriamento do planeta, o mar recuou e deixou exposto o solo arenoso onde esse ecossistema se formou.

Praia- Dunas- Restinga baixa- Restinga alta- Mata de Encosta

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Pesquisa - objetivos, resultados e conclusão

No segundo dia de viagem para o Lagamar visitamos a Ilha do Cardoso, observamos diversos ecossistemas e fizemos atividades de acordo com suas devidas características, como na praia que tivemos de escolher uma área para o estudo, montando um quadrilátero delimitando-o com barbantes e varetas para a contagem e a nomeação de espécies com a ajuda de monitores e professores, com o objetivo de avaliação da diversidade de espécies no ecossistema. Encontramos três espécies: a Ipoméia, Umbrella e Espartina da praia, um tipo de capim. Concluímos que a diversidade de espécies vegetais e a densidade

Área de dunas e restingas.

populacional na praia é baixa, pois o único lugar desse ecossistema que possui condições boas para sustentar um vegetal é a região de dunas contida entre a praia e a restinga baixa.

Quadrilátero de barbantes na areia

Intervenção humana e preservação Depois que Ilha do Cardoso se transformou em Parque Estadual, para a preservação dos ecossistemas, os moradores, que cuidavam da ilha não puderam mais morar por lá. Não levando em considerações essas mudanças feitas pelo governo, os caiçaras, nativos da ilha utilizavam a ilha para a extração de plantas para a a produção de remédios, matavam alguns animais que serviam como alimento, entre outras intervenções, que eram feitas conscientemente, pois tentavam interferir o mínimo possível nos ecossistemas, apenas utilizando-os como meio de subsistência. A criação do parque afetou profundamente o modo de vida dos nativos, impedindo-

os de usufruir do ambiente de forma sustentável. Após toda a analise que fizemos sobre o ecossistema da praia, concluímos que sua preservação é muito importante, pois mesmo não abrigando tantos seres vivos, tem um importante papel no equilíbrio ecológico da ilha. É uma região que consideramos uma das “portas de entrada” para o Parque Estadual da Ilha do Cardoso. Vindo de Cananéia atravessamos o mar e chegamos à praia, ao fundo da praia iniciam-se as dunas, que são próximas da restinga baixa, e assim por diante com a restinga alta e a mata de encosta, introduzindo a diversa fauna e flora que a Ilha do Cardoso possui. Autores: Isabella Iervolino, Julia Iunes, Valentina Tedeschi, Giulia Crespi,Geórgia Saddi 88


Ecossistema Restinga Características do ecossistema

As restingas estão distribuídas ao longo do litoral brasileiro Essa distribuição norte-sul cria ao longo do litoral variações climáticas, o que confere uma grande diversidade ambiental e biológica para as restingas brasileiras. O termo "restinga" é usado para designar um conjunto de dunas e areais costeiros, revestidos por vegetação de baixo e médio porte. A Geologia usa o termo para designar formações sedimentares arenosas costeiras, de origem recente (alguns milhares de anos) e com variados aspectos: planícies, esporões, barras, etc. Na Restinga, o solo é arenoso, pois antigamente o mar cobria toda essa região e chegava até as montanhas. Com a diminuição do nível do mar, o solo arenoso ficou exposto e deu lugar á vegetação.

Bromélias no solo da restinga Foto tirada por Julia Sarquis

Restinga a partir da praia Foto tirada por Julia Sarquis

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Biodiversidade Nome científico: Vriesia reitzii Nome popular: Bromélia, vriesia.

Origem: Brasil Características: Herbácea epífita característica da Mata Atlântica, especialmente na região Sul do Brasil. As espigas florais são muito exuberantes e duráveis, colorindo a floresta úmida por grande espaço de tempo. Propagação: Por mudas formadas junto a planta. http: //www.florabeijaflor.com.br

Nome Científico: Alcantarea imperialis Nome Popular: Bromélia-imperial, Bromélia-gigante Família: Bromeliaceae Divisão: Angiospermae Origem: Brasil Ciclo de Vida: Perene http://www.laskikabeckie.com

As bromélias possuem folhas de forma afunilada, o que permite armazenar água, atraindo animais como aranhas que utiliza suas folhas como fixadores para

Nome popular: Jararaca Ilhoa Classe: Reptilia Ordem: Squamata Família: Viperidae Subfamília: Crotalinae Nome científico: Bothrops Insularis Distribuição: América do Sul Habitat: Florestas e cerrado

Hábito: Noturno

Particularidades: É muito perigosa, mas geralmente foge assim que avistada. Mede, em média, cerca de 1m. Reprodução: Vivípara, isto é, dá a luz a filhotes ao invés de colocar ovos, com o nascimento previsto para início da estação chuvosa. Alimentação: Quando filhote ela utiliza a cauda para atrair pequenas rãs e sapos, bem como pequenos lagartos, do qual se alimenta. Quando adulta alimenta-se principalmente de pequenos roedores. Adaptações: A Jararaca possui desenhos que lhe proporcionam uma excelente camuflagem, sendo difícil a visualização do animal, mesmo para olhos experientes.

animais.culturamix.com

suas teias, assim formando um micro ecossistema.

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Teia Alimentar

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Teia Alimentar

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Pesquisas dirigidas - Objetivos, procedimentos, resultados e conclusões

Estudo da distribuição e densidade populacional de uma espécie vegetal comum na restinga, a palmeira jussara – Euterpe edulis. Escolhemos uma área para o pesquisa, delimitamos a área (20m2) e contamos quantos indivíduos habitavam a área delimitada. Registramos os valores obtidos e fizemos um mapeamento da área estudada. Encontramos: Esquema de distribuição das árvores na área estudada. Site: http://bioventura.com.br

9 jovens 6 brotos Os palmitos jovens tinham cerca de 2,5m Em um local próximo à área estudada, havia algumas árvores adultas Com a pesquisa concluímos que nos locais onde há alguma árvore adulta, há muitas outras próximas a ela, pois as sementes que caem no solo germinam facilmente. Com a restinga da Ilha do Cardoso está livre da interferência humana, as árvores crescem e se reproduzem com

Esquema de distribuição das árvores na área estudada.

facilidade.

Intervenção humana e preservação

O ser humano tem desmatado as florestas para bens que vão nos dar luxo e conforto, porém esses desmatamentos podem causar grandes prejuízos principalmente a natureza, além de prejudicar a todos os seres principalmente nós, pois dependemos dela para sobreviver. A restinga é um local preservado na região do Lagamar, pois é onde está uma boa parte da Mata Atlântica que restou no Brasil, além de ter uma grande biodiversidade de fauna e flora. Na restinga há um delicado equilíbrio nas cadeias alimentares, porém, se o ser humano desmatá-la, esse equilíbrio será rompido, podendo causar a extinção de diversas espécies. A restinga não pode ser desmatada, pois além da diminuição da biodiversidade pode haver prejuízos para a população litorânea. A restinga possui um solo arenoso que sofre ação do vento. As raízes das árvores seguram o solo, não deixando elas se moverem, mas se a vegetação for retirada a ação do vento pode remover a areia, formando dunas em outros lugares, que podem ser prejudiciais a população local. Autores: Giancarlo Ponzi, Luca Kneese, Romeo Cardoso, Luigi Consonni, Anna Hadler, Carol Estefan, Julia Sarquis 93


Cenas da Ilha do Cardoso

This man is a “caiçara” and he’s a fisherman. He is demonstrating how he fishes to the students of Lourenco Castanho. His technique is to throw the net

and catch as many fishes as possible.

They eat part

of this fish and sometimes sell the rest to buy other thinks like Hugo Mansur - 2011 clothes. The residents say they are very proud to live there because of the enormous biodiversity.


A woman who works and lives on Ilha do Cardoso. She represents the people on the island with this appearence. She has this skin damaged by the sun because of her work, and these dark eyes, this dark and short hair... All of this shows us a little bit about her background. Marcelo Bechara Tebexreni - 2011



Conclusão Neste livro mostramos o resultado de nosso aprendizado sobre esta região peculiar, o Lagamar. Tendo em mente tudo o que foi apresentado voltamos a questão da intervenção do Homem no que é de origem natural. Este, com seus direitos, extrae muita matéria- prima da natureza para transformá-la em alguma coisa que seja útil e essencial para sua sobrevivência, do mesmo modo, fazem os animais e seres vivos em geral, que utilizam muito da natureza, desde a iluminação solar vindo do céu ao pasto vindo do solo. O Brasil, conhecido por sua famosa fauna e flora vem no decorrer dos anos, perdendo seu forte poder, devido principalmente ao desmatamento: “O desmatamento no Brasil ocorre principalmente para a prática da atividade agropecuária. Porém, a construção de estradas, hidrelétricas, mineração e o processo

intensivo de urbanização contribuem significativamente na redução das matas”. Ou seja, a potencialização do desmatamento brasileiro é, obviamente e exclusivamente, ligada ao ser humano, que por “bem” ou por “mal” o faz consciente de seus atos. Achamos que diretamente pelo motivo de o Brasil estar perdendo parte do “verde de sua bandeira” a Ilha do Cardoso, por possuir uma imensa biodiversidade animal e vegetal, servindo diretamente como centro de estudos internacional e nacional, foi transformada em Parque Estadual sendo nomeada como Parque Estadual da Ilha do Cardoso, popularmente conhecida como PEIC. Como meio de preservação deste glorioso lugar o governo impôs esta nova “ordem”, que continha infelizmente a expulsão de seus nativos, que pelo ponto de vista governamental, estavam interferindo biologicamente na Ilha. Na Ilha do Cardoso, não era feito nada diferente do que foi dito do Homem de modo geral, seus nativos extraiam aquilo que era necessário para sua subsistência, e mantinham aquilo que fazia parte de sua “casa”, seu “habitat natural”. Além disso, possuíam seus costumes, como qualquer outra comunidade, gírias e expressões únicas. Mesmo assim, aqueles que habitavam as áreas mais próximas de praias perto de cidades como Cananéia e Ilha Comprida (cidades que fazem parte do Complexo Estuarino Lagunar de Iguape, Cananéia e Paranaguá- O Lagamar), tiveram que sair da ilha e, tendo poucas opções, ir para estas cidades, que foram mencionadas. Lá tiveram de se adaptar ao modo diferente que seus habitantes levavam a vida cotidiana e se interar neste novo mundo á que eles, inicialmente, não pertenciam. Ganhar dinheiro para sobreviver, e pior de tudo, tentar não perder aquilo que fazia parte de sua cultura, como sua língua e o Fandango (um tipo de música tocada por eles em celebrações). Após alguns anos, com a modificação da Ilha do Cardoso em PEIC, esta região ficou muita conhecida turisticamente, e os seus nativos chamados de caiçaras, tornaram-se “grandes estrelas” turísticas e começaram a transmitir tudo que sabiam criando um novo modo de subsistência. Com sucesso, os solidários habitantes que tiveram de sair da Ilha encontraram um novo modo de viver, e aqueles que conseguiram ficar também conseguiram sobreviver, seguindo todas as novas regras: A proibição de construções, a proibição da caça, extração de qualquer vegetal, grande diminuição da pesca (principal fonte do conhecimento caiçara, e principal atividade praticada). Os moradores da Ilha que com todo prazer ajudavam o próximo, valorizavam muito o trabalho coletivo, gerando a criação dos mutirões: reuniões onde a comunidade se encontrava e ajudava uns aos outros em construções de casas, pesca, caça e etc. E ao final como agradecimento e celebração àqueles que os ajudavam tocavam o Fandango. Diferentemente de nós, que moramos em cidades grandes como São Paulo e visamos, principalmente, o trabalho individual ligado ao dinheiro e não a produção para a sociedade. Além de apresentarmos um pouco de nossos estudos do 2º trimestre, este livro acabou servindo como um meio de preservação da cultura caiçara e de todas as demais mencionadas ao longo das páginas. Essas culturas, que na maioria, se preservam sem a escrita e sim oralmente, agora possuem um livro inteiro ligado ao seu modo de vida e cultura. Portanto, através de tudo que foi dito nessas páginas reforçamos o fato que o Lagamar, esta pequena porém nobre região, é de grande importância sendo um patrimônio que deve ser com certeza preservado.

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Créditos Diretor Geral Alexandre Abbatepaulo

Diretor da Unidade Antonio Sérgio Pfleger de Almeida

Coordenador da Série Marcelo Luiz Caleiro e Wild Veiga

Coordenador dos Estudos do Meio Augusto Monteiro Ozório

Equipe de Professores Alessandra Garcia Vieira Chrislaine dos Santos Souza Débie dos Santos Bastos Gisela de Azevedo Noronha João da Silva Damásio José Fernando de Barros Nogueira Kadine Teixeira Lucas Kathia Myrna Cristofani de Moura Coutinho

Leila Gonçalves Achur Luiza Regina Branco Fernandes Maria Aurora de Jesus Ferreira Primuk Patrícia Pereira Figueiró Rosely Salvitti Tiago Mendes de Almeida


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