REVISTA DA
XVI MOSTRA CULTURAL 25 de Outubro de 2014 | Escola Lourenรงo Castanho
Sócias Fundadoras: Jeannette Alicke De Vivo; Maria de Lourdes Pereira Marinho Aidar; Marília de Azevedo Noronha; Sylvia Figueiredo Gouvêa. | Diretor Geral: Alexandre Abbatepaulo | Diretora Educacional: Karyn Bulbarelli | Diretora de Currículo: Fabia Helena Chiorboli Antunes | Diretores de Unidade: EFII - Antonio Sérgio Pfleger de Almeida; EM - Wagner Cafagni Borja | Coordenadores de Série: Andréa Bivar Correia; Fernanda Ferreira de Mattos Silvares; José Fernando de Barros Nogueira; Luiz Fernando Correia de Oliveira; Marcelo Luiz Caleiro e Wild Veiga; Gisele Cova dos Santos Rodrigues; Caio Graco Tieppo | Coordenadores de Área / Pedagógico: Beatriz Villarroel Andrade Glaessel; Clara Aparecida P. Ribeiro Haddad; Eduardo Zayat Chammas; Fabia Helena Chiorboli Antunes; Fabiana Ferreira Queirolo; Lisângela Kati do Nascimento; Margareth Polido Pires; Paula Corradi Rabello; Roberta Hernandes Alves | Coordenador do EJA: Miguel Castilho Jr.
Capa: Painel comemorativo - 50 anos Lourenço Castanho Oficina Desenho e Graffitti do Ensino Médio. Projeto Gráfico: Editoração - Escola Lourenço Castanho.
REVISTA DA XVI MOSTRA CULTURAL
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6º ANO - COMO EU ME RELACIONO COM OS PROBLEMAS DO MUNDO?
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7º ANO - POR QUE GOSTAMOS TANTO DO QUE É NOVO, MAS AINDA NOS APEGAMOS A COISAS DO PASSADO?
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8º ANO - POR QUE CONHECER O OUTRO NOS LEVA A CONHECER MELHOR O MUNDO E A NÓS MESMOS?
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9º ANO - POR QUE EU ME IDENTIFICO COMO BRASILEIRO?
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1ª SÉRIE ENSINO MÉDIO - O HOMEM VÊ TUDO QUE É NATURAL COMO OBJETO?
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2ª SÉRIE ENSINO MÉDIO - QUE CONHECIMENTO PODEMOS CONSTRUIR A PARTIR DA EXPERIÊNCIA DOS HOMENS QUE VIVEM NAS CIDADES?
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EJA - EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS
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NÚCLEO DE PROJETO SOCIAL LOURENÇO CASTANHO
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CENTRO DE MEMÓRIA - EXPOSIÇÃO LOURENÇO CASTANHO 50 ANOS
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TECNOLOGIA EDUCACIONAL
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CONCURSO AÇÃO E REDAÇÃO
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GRAFFITTI - PAINEL COMEMORATIVO - 50 ANOS DE LOURENÇO CASTANHO
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ARTES VISUAIS
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BANDAS
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DANÇA E CULTURA
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CONSTRUÇÃO DE MATERIAIS
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FOTOGRAFIA: REVELAR-SE
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AUDIOVISUAL
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SCRATCH – IMAGINAR, FAZER E PROGRAMAR
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SUSTENTABILIDADE
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DESAFIO CIENTÍFICO
6º ano
COMO EU ME RELACIONO COM OS PROBLEMAS DO MUNDO? Salas 22 e 23 Ao iniciar um novo ciclo de sua escolaridade, os estudantes do 6º ano têm contato com diferentes professores especialistas e podem aprofundar seus conhecimentos em diversas áreas do saber. Na Lourenço Castanho, no entanto, os diferentes saberes se articulam nos projetos integradores. Por meio do trabalho em equipe, estudantes e professores investigam o mundo de modo integrado, com o objetivo de compreender e dar respostas aos problemas da contemporaneidade. A partir da questão-problema proposta no início do ano letivo de 2014, os trabalhos desenvolvidos tiveram por objetivos: - estabelecer conexões entre as questões do mundo e as experiências dos jovens estudantes; - conectar saberes das diferentes linguagens e ciências na compreensão das questões do mundo; - proporcionar situações de aprendizagem para investigar o mundo e comunicar conhecimento. Por meio de diferentes estratégias e vivências, estudantes e professores trilharam os caminhos de construção do conhecimento e, agora, na Mostra Cultural, apresentam seus percursos e seus trabalhos.
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6º ano APRESENTAÇÕES NA MOSTRA CULTURAL A comunicação do conhecimento, importante etapa de socialização do saber adquirido, será realizada por meio da apresentação de dois trabalhos. Trabalho 01 - O processo do trabalho integrado A partir de uma linha do tempo construída por recortes de trabalhos, colagens, imagens, registros, os estudantes apresentarão: - a atividade mobilizadora inicial; - as atividades investigativas realizadas na Escola e no campo; - momentos dos trabalhos de sistematização dos problemas investigados; - a elaboração dos produtos finais. Trabalho 02 – Problema do mundo / Produto final Cada grupo de estudantes apresentará, com o suporte do programa ThingLink, as reflexões que realizaram a respeito de um dos problemas do mundo que estudaram. SESSÕES SIMULTÂNEAS ÀS 9H, 10H, 11H E 12H.
Lab. Química LABORATÓRIO DE CIÊNCIAS Para investigar os problemas do mundo foram realizadas muitas atividades durante o ano. Entre elas, os experimentos propostos pelo componente ciências naturais. Algumas das experiências serão apresentadas pelos alunos dos 6os anos na MOSTRA CULTURAL. Questões relacionadas ao lixo, poluição das águas e desmatamento serão discutidas durante essas apresentações experimentais.
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7º ano
POR QUE GOSTAMOS TANTO DO QUE É NOVO, MAS AINDA NOS APEGAMOS A COISAS DO PASSADO? Salas 32 e 33 “O patrimônio é o legado que recebemos do passado, vivemos no presente e transmitimos às futuras gerações. Nosso patrimônio cultural e natural é fonte insubstituível de vida e inspiração, nossa pedra de toque, nosso ponto de referência, nossa identidade...” http://www.unesco.org/new/pt/brasilia/culture/world-heritage/heritage-legacy-from-past-to-the-future/ Uma significativa característica que nos diferencia de outros animais é a capacidade de produzir cultura. Desde os primeiros hominídeos, o conhecimento vem sendo transmitido e ampliado ao longo das gerações, o que trouxe novas perspectivas para a espécie humana, gerando a grande diversidade cultural que observamos atualmente. O acesso e a imersão nessa diversidade é um dos principais objetivos do nosso projeto, cujo foco temático é o “Patrimônio”. A partir desse contexto, realizamos atividades de observação e investigação relacionadas a características étnicas e culturais de diversos povos, para identificar influências, presenças e heranças dessas culturas na formação do povo brasileiro e em nosso cotidiano. Ao longo do ano, tivemos a oportunidade de vivenciar diversas situações, nas quais estava claramente representada a pluralidade do povo brasileiro.
Fomos à Mesquita do Pari, para conhecermos alguns aspectos da cultura e religião islâmica, e à Avenida Paulista, onde pudemos estabelecer comparações entre o passado e o presente, retratados na paisagem que mistura arranha-céus, prédios tombados e uma área florestal nativa. Uma parte fundamental das pesquisas ocorreu no estudo de campo nas cidades de Cananeia e Iguape, extremo sul do litoral paulista. A região é classificada pela UNESCO como Patrimônio Natural da Humanidade, onde as características naturais do Bioma da Mata Atlântica se encontram praticamente intactas. Lá, a cultura caiçara mostra sinais evidentes de resistência, e os monumentos históricos nos remetem às origens do nosso povo. A visita ao teatro TUCA, para uma entrevista com Luis Fernando Veríssimo, e à exposição “Histórias mestiças”, no instituto Tomie Ohtake, também nos inspiraram para as reflexões que realizamos acerca da pluralidade étnica e cultural do povo brasileiro. Além das pesquisas no campo, as atividades realizadas nos diversos componentes curriculares, que abordaram culturas de outros povos, também ampliaram nossos conhecimentos relacionados ao conceito de Patrimônio, levando-nos a compreender o sentido individual e coletivo do legado construído por nossos antepassados. Os trabalhos apresentados retratam boa parte do universo que percorremos ao longo do ano e evidenciam claramente os processos utilizados e a apropriação do sentido coletivo dos patrimônios da humanidade.
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7º ano
TRABALHOS APRESENTADOS: Árvores genealógicas – Origem do povo brasileiro e genealogia familiar;
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Publicação eletrônica; “Paulista Avenue”; Charges abordando o impacto da implantação do PEIC sobre os antigos moradores da Ilha do Cardoso;
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Receitas de família; Popol vuh – 1º registro da cultura Maia processo; Altares – “El dia de los muertos”; Grafismo indígena; Projeto Plantae – árvores nativas da Mata Atlântica; Mapas do mundo medieval; Hugo Cabret; Máscaras africanas; “My chest of memories” Quebra-cabeças – Brasil mestiço; Prezi sobre a cultura caiçara e o Fandango; Apresentações dos projetos de trabalho.
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8º ano
POR QUE CONHECER O OUTRO NOS LEVA A CONHECER MELHOR O MUNDO E A NÓS MESMOS? Sala 13 A sala apresenta a exposição dos trabalhos elaborados pelos alunos nos diversos componentes curriculares a partir da questão problematizadora: “Por que conhecer o outro nos leva a conhecer melhor o mundo e a nós mesmos?” Durante os três trimestres, os alunos realizaram pesquisas de aprofundamento da temática, investigando diferentes culturas, saberes e refletindo sobre o mundo e si mesmo. O estudo de campo Alto Ribeira: vivências e saberes foi um importante momento investigativo da série. Por meio da integração entre as escolas Lourenço Castanho e a Escola Quilombola Estadual Maria Antonia Chules Princesa, localizada em Eldorado, na região do Vale do Ribeira, os alunos desenvolveram procedimentos de pesquisa e coleta de dados, assim como promoveram a troca de saberes e olhares sobre a preservação da diversidade ambiental e cultural. Num primeiro momento, os alunos da Lourenço Castanho trocaram cartas com os alunos da Escola Chules Princesa, refletindo sobre os diversos aspectos relacionados ao cotidiano, aos lugares vividos pelos alunos das duas escolas. Essa troca permitiu uma primeira aproximação das realidades e de seus sujeitos.
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Em campo, os alunos das duas escolas tiveram a rica oportunidade de trocar experiências, falar de seus cotidianos (vivendo em lugares diferentes), vivenciar diversas formas de saberes expressas pelas diferentes pessoas da comunidade Ivaporunduva com quem puderam conversar e conhecer o seu modo de vida. Juntamente com todo esse universo, os alunos, munidos de questões de pesquisas, foram instigados, durante todas as etapas do trabalho, a construírem conhecimentos. Com esse material, os alunos elaboraram o ALMANAQUE DO RIBEIRA. Esse produto é uma das recompensas principais oferecidas num projeto que visa ao financiamento coletivo da vinda dos alunos da Chules a São Paulo no final do ano. No PETAR, os alunos procuraram fotografar os elementos naturais representativos e a biodiversidade local para refletir sobre a necessidade da conservação desse ambiente. Os componentes curriculares, ao longo do ano, promoveram a reflexão sobre a diversidade e seus preconceitos. Os alunos perceberam a importância de conhecer e respeitar o modo de vida dos diferentes grupos, em diversos tempos e espaços e em quaisquer formas de manifestação, contribuindo para a formação de um aluno reflexivo e cidadão.
8º ano Minicontos Um conto com menos de 50 letras? Esse foi o desafio com que os alunos do 8o ano se depararam ao escreverem os minicontos. As narrativas apresentadas mais sugerem do que mostram, deixando ao leitor a tarefa de preencher espaços e implícitos para compreender a história.
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Mosaicos baseados em Escher Mosaicos construídos com translação da figura base que foi obtida a partir de um quadrado, utilizando o mesmo recurso que M.C.Escher utilizou no movimento da célebre obra do cavalo. Kenya & Brazil: A friendship without frontiers Este trabalho nasceu da necessidade de ampliar os horizontes culturais de nossos alunos e criar oportunidades de utilizar a língua inglesa como instrumento de comunicação e acesso a outras culturas. Alinhado ao Projeto de Série, criamos um blog aberto aos alunos e professores do 8º ano com o objetivo de estabelecer contato com uma escola no Quênia e propiciar a compreensão do cotidiano de outras comunidades escolares, quebrando estereótipos.
TRABALHOS APRESENTADOS: Almanaque do Ribeira Os alunos da Lourenço Castanho elaboraram um almanaque com o objetivo de divulgar o PETAR e a Cultura de uma comunidade tradicional. A venda dos almanaques tem o objetivo de arrecadar fundos para organizar a vinda dos alunos quilombolas para São Paulo.
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Bandeiras A atividade de confecção das bandeiras foi realizada na Escola Quilombola Estadual Maria Antonia Chules Princesa, localizada no Vale do Ribeira, durante o estudo de campo, pelos alunos dos 8ºanos da Escola Lourenço Castanho em parceria com os colegas quilombolas. A atividade foi uma oficina de finalização do estudo de campo, em que os alunos registraram elementos de integração após os quatro dias de atividades compartilhadas. Quilombolas e o Vale do Ribeira: entre cartas e fotos Os alunos da Lourenço Castanho escreveram cartas para os alunos da Escola Quilombola Estadual Maria Antonia Chules Princesa, antes do estudo de campo. Essa troca de correspondência permitiu o encontro dos sujeitos e seus contextos, criando vínculos para aproximar as diferentes realidades. Painel da Biodiversidade do PETAR Os alunos, durante o estudo de campo, tinham como objetivo buscar elementos que representassem a biodiversidade do Parque Estadual Turístico do Alto Ribeira, justificando a sua manutenção e conservação. Pegada Ecológica Durante a viagem de estudo de campo, os alunos do 8º ano foram coletando informações referentes ao transporte rodoviário utilizado e percurso para o cálculo da pegada ecológica referente à emissão de gases estufa dos veículos utilizados. Com os dados em mãos, os alunos construíram uma planilha para conversão dos valores e cálculo da demanda. O próximo passo será o plantio de árvores para “zerar” a emissão efetuada durante a viagem. Mapa Interativo - Thinglink Por meio de uma plataforma interativa e colaborativa, os alunos reuniram as diversas pesquisas investigativas relacionadas ao estudo de campo como, por exemplo, entrevistas, fotografias e textos.
Publicidade social A busca de conhecer o outro não é imediata, ela é enraizada e observada a partir das compreensões das formas de pensar que possibilitam os sentimentos, comportamentos e raciocínios de alguém. Conhecer a si ou ao outro implica saber quais pensares e valores provocaram determinados sentimentos e comportamentos. Apesar das possíveis dores, ocorrem algumas interessantes possibilidades: saber com quem está lidando; desenvolver um agradável afeto; aumentar a probabilidade de um melhor relacionamento; não criar grandes expectativas com relação a si e aos outros; e aprender a saborear relacionamentos reais, podendo prescindir assim de mitos ou fantasias para viver. Entretanto, conhecer o outro cria também a potência de ver belezas onde a aparência era de feiuras. Conhecer a si e ao outro aumenta a possibilidade, inclusive, de um julgamento mais justo. Através de uma campanha em vídeo, os alunos puderam mobilizar os conceitos trabalhados em língua espanhola durante o ano: xenofobia, racismo, preconceito, discriminação e o uso da linguagem publicitária, respeitando as leis de ética do CONAR. O objetivo dos alunos era sensibilizar o público quanto a um dos problemas estudados, considerando a diversidade socioeconômica, religiosa, sexual, étnica, etária, de gerações e linguística.
Laboratório de Física MANUAL DE USO E MÁQUINAS DE RUBE GOLDBERG O Manual de uso foi produzido em uma etapa de aprendizagem de máquinas simples, como alavancas, plano inclinado, polias etc., utilizadas na construção das Máquinas de Rube. O Manual de Uso de máquinas simples é destinado a qualquer pessoa interessada em explorá-las e usá-las em seu cotidiano.
Apresentação na quadra O SOM, O CORPO: INTERAÇÃO – PROFAS. CÁSSIA E LEILA Cortejo com elementos sonoros caseiros, saindo dos mais diferentes espaços da Escola, agrupando-se na frente do palco, culminando no Maculelê, no formato de um flash mob.
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9º ano
POR QUE EU ME IDENTIFICO COMO BRASILEIRO? Sala 14 TRABALHOS APRESENTADOS: Cidades Fantasmas Fruto de um trabalho interdisciplinar envolvendo Geografia, Ciências, Espanhol e Inglês, os alunos do 9º ano realizaram uma extensa pesquisa a respeito de oito cidades fantasmas ao redor do mundo: Fordlândia (Brasil), Humberstone (Chile), Zaña (Peru), Kolmanskop (Namíbia), Pripyat (Ucrânia), Ordos (China), Bodie (EUA) e McCarthy-Kennicott (EUA). Discutindo a questão de como a economia transforma os lugares, tornou-se palpável o significado dos recursos naturais para o desenvolvimento das sociedades, como seu uso e sua gestão são fundamentais para um processo de longo prazo, e quais são seus impactos sobre fluxos migratórios. As pesquisas foram estruturadas através de murais virtuais (utilizando a ferramenta ‘padlet’) e apresentadas em seminários, instigando perguntas e debates, além de aguçar enormemente a curiosidade dos alunos sobre lugares extremamente prósperos do passado, mas que hoje encontram-se abandonados.
CONSTRUÇÃO DE SER O Projeto Integrador de Série dos 9ºs ano teve como tema central a “Identidade”. O desenvolvimento de uma temática complexa como essa envolve bastante tempo e questionamentos de diferentes naturezas. Compreender quem somos, o que é a adolescência, que papéis ocupo na vida, que escola é essa onde eu estudo, que país é esse foram alguns dos caminhos percorridos pelos alunos. A construção dessa história passa por diferentes eixos, alguns mais focados em elementos individuais e outros, em elementos coletivos. Aprender a olhar para si, para o outro e para o mundo é ponto de partida para que seja possível crescer e se tornar agente ativo desse processo. Nessa sala, apresentaremos produções, envolvendo diferentes linguagens, que auxiliaram na elaboração dessa discussão. Teremos trabalhos que envolvem questões mais introspectivas, como o alter ego, até aqueles que buscam posicionamentos e a expressão objetiva do que pensam os alunos sobre o mundo em que vivem, com os fanzines. Convidamos o visitante a embarcar nesse processo que nos levará ao cotidiano escolar, às cidades fantasmas, ao Barroco, aos posicionamentos críticos de alunos nessa intensa e extensa construção de ser.
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Azulejos A arte barroca foi um dos enfoques do curso de Arte do 9º ano. Os alunos estudaram o surgimento desse movimento atrelado ao contexto da época. Em seguida, puderam compreender como aconteceu a expressão do Barroco em Minas Gerais. As influências portuguesas, a genuinidade da arte brasileira, cada vez mais evidentes, também puderam ser vistas no estudo de campo. Essa proposta de trabalho faz referência a tudo isso, mas contextualizada no presente dos alunos. Veremos cenas do cotidiano escolar em pinturas realizadas em grandes azulejos, aproximando épocas, técnicas e a arte barroca da arte contemporânea. Alter ego: Alter ego é uma locução substantiva com origem no latim “alter” (outro) e “ego” (eu) cujo significado literal é “o outro eu”. Na Psicologia, o alter ego é uma segunda personalidade de alguém, outro eu inconsciente que se revela através de múltiplas identidades. Nesse trabalho, os alunos do 9º ano criaram seus “alter egos”, intervindo com pintura sobre seus retratos, escolhendo personagens com os quais, de algum modo, se identificassem, inspirados na obra do artista americano Alex Gross. Fanzine: diferentes linguagens e relações complexas: O fanzine, como gênero textual, permite trabalhar com linguagens diferentes. São textos, desenhos, fotos, recortes, colagens, charges, entre outras, apresentadas de uma maneira simples, mas que trazem como fio condutor o estabelecimento de relações complexas, permitindo que o adolescente expresse o seu modo de ver o mundo e de entender o lugar que ele ocupa como sujeito protagonista. Matemática e Arte: Ao trabalhar as noções de profundidade e proporcionalidade presentes na arte Renascentista, os alunos foram convidados, nas aulas de Artes, a produzir um desenho em perspectiva de seu quarto, usando um ponto de fuga. Trazendo a atividade para a aula de Matemática, foi possível abordar a noção de proporção no contexto geométrico. A união dos dois componentes trouxe uma percepção mais humana para o trabalho com a Matemática e um aspecto mais pragmático e técnico para a Arte.
9º ano
Sala 21 REPORTAGENS A reportagem é um dos principais trabalhos de síntese realizado pelo 9º ano. Partindo da questão: “Por que me identifico como brasileiro?”, diferentes componentes curriculares propuseram trabalhos, projetos, estudos de campo e uma série de atividades estruturadas com vistas no aprendizado de diversas competências. No decorrer do ano, foi possível explorar diferentes temas de estudo que contribuíram para a busca de respostas mais complexas para essa pergunta norteadora da série. Dentre eles estão: Inconfidência Mineira, Arte Barroca e Arte Contemporânea, Exploração de Recursos Naturais e Preservação, Religiosidade, Cidade Histórica, Migração, entre outros. O trabalho envolve a construção de uma reportagem a partir de um recorte de algum desses temas. Para escrevê-la, os alunos adentraram nos caminhos da investigação científica, definindo objetivos, fazendo leitura
bibliográfica, construindo roteiro de investigação, a partir do qual estruturaram pautas de observação e questões para a entrevista em campo. Nesse contexto, as experiências vividas nos trabalhos de campo, realizados na cidade histórica de Ouro Preto e no Instituto Inhotim, em Brumadinho, tornaram-se ricas fontes de coleta de dados e de informações. A vivência no cotidiano de uma cidade histórica, as visitas a diferentes museus e igrejas, a uma mineradora e a realização de entrevistas com diferentes sujeitos sociais contribuíram para ampliar olhares e repertório dos alunos sobre a identidade brasileira. Parte do conhecimento construído pelos alunos, ao longo deste ano, está representada em cada uma das reportagens apresentadas nessa sala. Convidamos você para assistir, aprender com alunos do 9º ano de 2014 e contribuir para que, juntos, possamos construir respostas mais complexas para a busca de uma identidade brasileira.
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1ª série - Ensino Médio
O HOMEM VÊ TUDO QUE É NATURAL COMO OBJETO? Sala 11 “[...] tudo aquilo que nós vemos, o que nossa visão alcança, é a paisagem. Esta pode ser definida como o domínio do visível, aquilo que a vista alcança. Não é apenas formada de volumes, mas também de cores, movimentos, atores, sons, etc.” SANTOS, Milton. Metamorfoses do espaço habitado. São Paulo: HUCITEC, 1988.
Assolados pelo ritmo da vida moderna, tendemos a nos esquecer de que somos apenas mais uma espécie no planeta. Conduzidos pela rotina frenética, especialmente a que é observada em grandes metrópoles, acabamos por não priorizar nossas percepções e reflexões. Por que nos sentimos tão superiores em relação à natureza e, especialmente, por que alguns homens se sentem superiores a outros, sentindo-se no direito de explorá-los ou ubjuga-los? Quando se investiga como o conhecimento ocorre, tende-se a privilegiar a objetividade, descartando a subjetividade. Desse modo, o conhecimento passa a ser um fenômeno baseado em representações mentais que fazemos do mundo. Entretanto, pensar assim reforça nossa crença de que o mundo é/ contém um objeto a ser explorado pelo homem e, ao fragmentar a realidade, tem-se, com mais nitidez, a separação do sujeito e do objeto. “(...) a ideia de que o mundo é construído por nós, num processo incessante e interativo, é um convite à participação ativa nessa construção. Mais ainda, é um convite à assunção das responsabilidades que ela implica.” MARIOTTI, Humberto. Prefácio. In: MATURANA R., Humberto & VARELA G., Francisco. A árvore do conhecimento: as bases biológicas da compreensão humana. São Paulo: Palas Athena, 1987.
Nesse sentido, a proposta do Projeto Integrador da 1ª série do Ensino Médio de 2014 foi a de permitir que o estudante percebesse a “paisagem” de Milton Santos. Objetivou-se propiciar oportunidades para desenvolver a habilidade e a sensibilidade de perceber o meio, reconhecendo situações, eventualmente de exploração, negação e, mesmo harmoniosas, que traduzem a relação do Homem com o ambiente, com outros homens. Os estudantes, em trios, sob orientação de um(a) professor(a), elaboraram suas próprias questões, como um recorte à questão problematizadora do projeto:
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“O Homem vê tudo o que é natural como objeto?” Os alunos vivenciaram momentos de pesquisa sobre questões mais específicas, procurando informações e reflexões que pudessem substanciar uma discussão teórica mais sólida sobre as perguntas ou hipóteses levantadas. Por isso, eles desenvolveram métodos variados para que pudessem responder suas próprias perguntas, ou mesmo testar suas hipóteses, tanto no Estudo do Meio, realizado em Bonito e no Pantanal, quanto em São Paulo. Ao todo, foram realizados 31 trabalhos, cada um com sua pergunta, com seu método e com suas facilidades ou dificuldades no embate que é reconhecer-se parte do ambiente. A realidade não é simples, logo, é de esperar que as respostas aos questionamentos dos alunos não necessariamente são conclusivas, o que pode abrir espaço a futuras questões. A Mostra Cultural permite apresentar os caminhos percorridos nessa produção de conhecimento. Portanto, a 1ª série apresenta mais do que conclusões: apresenta processos e reflexões. Convidamos todos a compartilhar a nossa percepção da realidade e a pensar de forma crítica sobre a relação do Homem com o meio que o cerca.
1ª série - Ensino Médio PROGRAMAÇÃO DAS ATIVIDADES 9h às 9h45 – Apresentação de Banners 9h às 9h45 – Exposição de fotos: “Tatuagem: identidade à mostra” 9h45 às 10h – Documentário: “A Natureza determina as atividades econômicas em Bonito e no Pantanal?” 10h às 10h15 – Documentário: “A Natureza está à venda?” 10h15 às 10h30 – Documentário: “O corpo como elas veem” 10h30 às 11h15 – Apresentação de Banners 10h30 às 11h15 – Exposição de fotos: “Erotismo” 11h15 às 11h30 – Documentário: “A influência do desenvolvimento socioeconômico sobre o consumo” 11h30 às 11h45 – Documentário: “É bonito por natureza” 11h45 às 12h – Documentário: “A Felicidade como medida de desenvolvimento” 12h às 12h45 – Apresentação de Banners 12h às 12h45 – Exposição de fotos: “Sujeito. Objeto.” 12h45 às 13h – Documentário: “De corpo e marca” 13h às 13h15 – Documentário: “Pantanal e Bonito: um estudo sobre a urbanização” 13h15 às 13h30 – Documentário: “Diferentes formas de vida: cultura e natureza” 13h30 às 14h15 – Apresentação de Banners
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2ª série - Ensino Médio
QUE CONHECIMENTO PODEMOS CONSTRUIR A PARTIR DA EXPERIÊNCIA DOS HOMENS QUE VIVEM NAS CIDADES? Sala 12
Recentemente, a Escola Lourenço Castanho decidiu adotar em cada uma das séries o projeto integrador para eliminar a distância entre os diversos componentes curriculares. Se a divisão didática tradicional permite fracionar o conhecimento e diminuir o assombro com a sua complexidade, é essencial um esforço de síntese que devolva à abordagem do mundo (e por que não, do universo) um caráter de certa totalidade. No início do século XX, o Brasil era essencialmente rural. No decurso de algumas décadas, acompanhando a tendência de muitos outros países, vimos o Brasil aumentar intensamente sua população urbana. A primeira década do novo século indicou que o mundo tinha se tornado predominantemente urbano, com indicativos que apontavam mais habitantes nas cidades do que no campo. Tendo em conta os desafios inerentes ao fato de que cada vez mais indivíduos se concentram na urbe, esse foi o tema escolhido pela 2ª série do Ensino Médio na implementação do projeto integrador. Neste ano de 2014, decidimos incorporar às nossas intenções um aluno mais autoral, menos reprodutor e mais produtor de conhecimento e, considerando a proximidade temporal com a universidade, que se portasse de acordo com os trâmites consagrados academicamente. O percurso do aluno como pesquisador responsável e ético na análise de referências, na obtenção de dados e na comunicação da pesquisa de acordo com as normas da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), foi observado com especial rigor.
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2ª série - Ensino Médio Os alunos cumpriram várias etapas ao longo do projeto, todas descritas em diários de bordo individuais: (I) Sensibilizações para o tema das cidades, conduzidas em todas as áreas do conhecimento; (II) Escolha de um orientador, professor da 2ª série, a partir da oferta de pesquisa de um recorte do tema geral; (III) Contato com as primeiras referências bibliográficas e produção inicial que respeitasse as normas acadêmicas e a propriedade intelectual; (IV) Viagem de estudo de campo a Recife para ampliação de repertório, observação e coleta de dados; (V) Produção da introdução e do capítulo 1 do produto da pesquisa; (VI) Atividade de qualificação (correção de rumos); (VII) Produção final da pesquisa; (VIII) Bancas de avaliação de todos os projetos, com a presença do professor orientador e de um professor convidado. O objetivo da participação da 2a série do Ensino Médio na Mostra Cultural é explicitar o caminho percorrido por nossos alunos ao longo da pesquisa e exibir os produtos finais de seus projetos.
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EJA
EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS LOURENÇO CASTANHO Sala 31
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Os cursos de Educação de Jovens e Adultos (antigo supletivo) existem para possibilitar que pessoas jovens e adultas possam voltar à escola e completar sua instrução. Queremos contribuir para a formação geral de nossos alunos, como cidadãos, oferecendo um ensino que acrescente algo ao que eles já sabem.
Preocupados com a formação integral desenvolvimento das habilidades e competências relacionadas ao cognitivo, cultural e social de nossos alunos - o EJA Lourenço Castanho proporciona uma série de atividades extracurriculares, planejadas e desenvolvidas pelos professores.
Acreditamos que todos são capazes de aprender e têm condições de adquirir as habilidades necessárias para viver no mundo de hoje.
Além dos projetos realizados em sala de aula, procuramos também desenvolver o conhecimento, respeito e preservação dos ambientes naturais (estudos do meio para o PETAR, e Ilha do Cardoso); dos patrimônios históricos (estudos do meio para Santos/São Vicente e cidades históricas de Minas Gerais); dos patrimônios culturais da humanidade (concertos de música na Sala São Paulo/Teatro Municipal) e das manifestações culturais brasileiras e de outros países (visita a exposições, peças de teatro, museus e sala de cinema).
Também estamos conscientes de que na escola se adquirem outros conhecimentos, além dos conteúdos das várias disciplinas. São conteúdos igualmente importantes do nosso curso a convivência com outras pessoas, o trabalho coletivo, bem como oferecer a oportunidade de conhecer pessoas interessantes, envolver-se com elas, dar espaço para os afetos, fazer amigos.
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NUPS / NUPINHO
NUPINHO GENTILEZA GERA GENTILEZA Pátio O Núcleo de Projetos Sociais do Ensino Fundamental II procura realizar ações voltadas para a integração dos nossos alunos com diferentes realidades, facilitando a troca de saberes entre todos os envolvidos. Na Mostra apresentamos alguns trabalhos realizados no ano de 2014, bem como a trajetória do NUPS que já completa 4 anos na nossa unidade.
NUPS CONSTRUINDO UM CURRÍCULO SOCIAL NA EDUCAÇÃO Sala 35 O princípio nuclear que orienta as atividades desenvolvidas pelo NUPS tem como objetivo principal compartilhar os inúmeros saberes, desenvolvidos ao longo da formação acadêmica de nossos alunos, com outras instituições e comunidades. Neste sentido, acreditamos em um percurso sempre demarcado por reflexões e ações educacionais e culturais que traduzam, de maneira crítica e plural, as inúmeras contradições sociais que marcam a história da nossa cidade.
Com ações voltadas para cada faixa etária, seguimos em 2014 colocando nossos alunos em contato com outras realidades e outros saberes. Nessa Mostra Cultural, o NUPS EM promoverá uma discussão sobre o lugar e a importância do Projeto Social na escola. Dela participarão responsáveis pelo nosso núcleo, assim como profissionais de outras instituições de ensino.
MESA DE DISCUSSÃO: PROJETO SOCIAL: FRONTEIRAS E CONTRADIÇÕES NA CIDADE. Qual o alcance e a representatividade de um projeto social na formação dos alunos do ensino Médio? Partindo desta questão, alunos, docentes e convidados debaterão o significado dos projetos sociais na compreensão das contradições urbanas da Cidade de São Paulo. A mesa de discussão terá início às 09h30.
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Centro de Memória
EXPOSIÇÃO LOURENÇO CASTANHO 50 ANOS Subsolo BREVE HISTÓRIA DE UMA MEMÓRIA EM CONSTRUÇÃO: A IMPLEMENTAÇÃO DO CENTRO DE MEMÓRIA DA LC “Uma história de vida não é feita para ser arquivada ou guardada numa gaveta como coisa, mas existe para transformar a cidade onde ela floresceu.” Ecléa Bosi A epígrafe deste texto, ainda que relacionada às histórias de vida, pode ser lida como expressão de um dos nossos principais objetivos na construção do Centro de Memória da Escola Lourenço Castanho: recuperar, organizar e preservar documentos relacionados à memória e à história da Escola para que, ao mesmo tempo, essa memória “ganhe vida” e ajude a transformar a própria instituição em que ela floresceu. Ao contrário do que se pensa muitas vezes, o papel do Centro de Memória não é arquivar ou “guardar em uma gaveta” documentos antigos da Escola, “daqueles que não servem mais para muita coisa”. A importância do Centro de Memória é preservar e dar vida a esses documentos, colocando-os em circulação, apresentando-os à comunidade escolar, publicizandoos e colaborando, com isso, com a própria escrita da história da Escola. Quais eram as práticas pedagógicas do passado? Como estavam organizadas as salas de aula? Quais eram as propostas de alfabetização de outros tempos e como elas se transformaram? Quem eram os pensadores mais lidos pela Escola, quais eram os referenciais teóricos? Como se ensinava Matemática, Português, Música e tantos outros componentes nas séries iniciais do Ensino Fundamental 1? Quais foram as primeiras saídas de estudo de campo promovidas pela Escola no Ensino Fundamental 2 e como elas estavam articuladas ao dia a dia da sala de aula? Como eram escritos os planejamentos dos cursos nos anos 1970 ou 1980? Como era visto o papel do aluno na sala de aula há 20 ou 30 anos? Como estava organizada a Orientação Educacional na Escola desde os anos iniciais da Educação Infantil? Como a Escola lidou com os desafios da formação dos jovens e a sua preparação para os exames externos depois que abriu o Ensino Médio? Como a Escola foi crescendo, ampliando os seus horizontes e inaugurando novos ciclos?
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O que mudou e o que permaneceu na Lourenço Castanho ao longo dos últimos 50 anos? Essas são algumas das perguntas que o Centro de Memória pode nos ajudar a responder e que nos levam a importantes reflexões acerca da prática em sala de aula e de como ela vem se transformando, além de nos contar um pouco da história da instituição, o que contribui para entender melhor o seu percurso, a sua trajetória, as suas marcas e os seus desafios e cenários para o futuro. A ideia é fazer do Centro de Memória um espaço aberto à visitação e à consulta de documentos e materiais por parte de toda a comunidade escolar, para que o próprio CM se constitua em um espaço de pesquisa, reflexão e debate sobre a história da Escola, sobre a história da educação e sobre a história das práticas pedagógicas na Escola. Além disso, está nos nossos planos transformar os alunos em “pequenos pesquisadores” da história da Escola, colocandoos em contato com esses materiais, levando-os a conhecer a Lourenço em diferentes tempos e contextos.
Centro de Memória
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A sugestão de criarmos o Centro de Memória da Escola Lourenço Castanho veio no ano de 2010, quando tiveram início as conversas que nos levaram à renovação da proposta curricular. A assessora Maria del Carmen G. Chude nos perguntava sobre outras mudanças curriculares que teriam ocorrido ao longo da história da Escola. No entanto, essas informações estavam dispersas e muito dependentes de algumas conversas, principalmente com as quatro sócias. A partir dessa provocação, formou-se na Escola uma equipe responsável pela construção do CM. Com o auxílio de uma consultoria realizada pela Profa. Márcia Pazin, essa equipe vem trabalhando desde 2011 na implementação do CM da Escola. Recolhemos, catalogamos e arquivamos adequadamente documentos espalhados pelos diferentes prédios da Escola, demos início à digitalização de alguns deles, construímos um banco de dados online com uma plataforma para pesquisa, gravamos depoimentos para o Programa de História Oral, instituímos uma política de recolhimento dos materiais que estão sendo produzidos no tempo presente para que as próximas gerações possam conhecer o trabalho feito hoje.
os seus depoimentos ao já mencionado Programa de História Oral). Além disso, os 50 anos da Escola se aproximavam e seria essencial preparar o CM para que ele pudesse fazer parte das comemorações. Em meio a tantas mudanças da instituição, nos pareceu imprescindível resgatar um pouco das permanências da Escola para compreender as suas marcas e características fundamentais, olhando tanto para o que mudou quanto para o que permanece. É esse lugar de pesquisa, investigação e reflexão que o Centro de Memória vem ocupando na Escola, e é dessa história que convidamos toda a comunidade escolar a participar.
Outros fatores também contribuíram para fortalecer a ideia de criar um Centro de Memória: o afastamento das sócias da gestão mais cotidiana da Escola trouxe a necessidade de evitar que essas memórias se perdessem ou permanecessem dispersas (daí, por exemplo, o convite feito às quatro sócias para darem
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Tecnologia Educacional
INCUBADORA DE PROJETOS DIGITAIS Pátio No século XXI, ensinar e aprender têm como premissa fundamental a busca de autonomia e o incentivo ao pensamento crítico, à inovação e à colaboração. Esse painel apresenta os trabalhos digitais desenvolvidos em sala de aula e reflete o esforço coletivo e a cooperação entre professores e alunos, em 2014.
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Concurso de Redação
IV CONCURSO AÇÃO E REDAÇÃO Auditório Tropeçavas nos astros desastrada Quase não tínhamos livros em casa E a cidade não tinha livraria Mas os livros que em nossa vida entraram São como a radiação de um corpo negro Apontando pra expansão do Universo Porque a frase, o conceito, o enredo, o verso (E, sem dúvida, sobretudo o verso) É o que pode lançar mundos no mundo [...]
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(Caetano Veloso – Livro (CD) 1998)
A sociedade do século XXI é a da imagem. Facebook, blog, instagram. Todos querem ver e ser vistos, numa superexposição constante. Mas não nos esqueçamos de que esta é também a sociedade da palavra, especialmente da palavra escrita: leis, notícias, direitos e deveres, protestos e reivindicações circulam pela via escrita e é o homem letrado quem mais chances tem de inserir-se de forma abrangente e atuante na malha social. A leitura é conhecimento, entretenimento, cultura e, também, poder. Para o educador pernambucano Paulo Freire, o ato de ler é importante porque amplia nossa possibilidade de ler o mundo. Se ao chegar à escola a criança já é capaz de ler, já que a leitura de mundo precede a leitura da palavra, será na escola que ela desbravará o universo da palavra escrita, sem perder de perspectiva que ler um texto exige mais do que a decodificação das palavras, exige que se realize uma leitura da realidade ao redor, percebendo a importância social do texto e o contexto em que ele foi escrito. Nesse sentido, o papel do processo educativo é o de potencializar nossa capacidade leitora. Decifrando palavras e textos, descobrimos novos mundos, aos quais temos direito mais do que dever, diria o crítico literário Antonio Candido. E a literatura ocupa lugar privilegiado no contato com a leitura no espaço escolar. Para Candido, a literatura seria o “sonho acordado das civilizações” e, assim como não é possível haver equilíbrio psíquico sem o sonho durante o sono, também não seria possível haver equilíbrio social sem a literatura, sem a leitura que fantasia e reconstrói o cotidiano, atribui sentido a desejos, revoltas, frustrações. O ato de ler foi também problematizado pelo romancista francês Daniel Pennac. Em sua enunciação sobre os 10 direitos do leitor, ele afirma
que este contaria com direitos como os de não de ler, de pular páginas, de não terminar um livro. Num primeiro momento, parece quase uma desobrigação preguiçosa da leitura. Mas o que o autor busca reafirmar é o direito amplo de escolha, a liberdade. Sendo possível rechaçar uma leitura, intensificamse direitos como os de reler, ler qualquer coisa em qualquer lugar, ler em voz alta. No ano em que a Escola Lourenço Castanho completa 50 anos, o papel social da leitura, aprendizado escolar fundamental, se torna foco do olhar dos alunos na quarta edição de nosso Concurso de Redação. Depois que nos tornamos leitores formados, temos a tendência de esquecer a emoção de decifrar as primeiras letras, de formar palavras e mundos onde as imagens se compõem em nós mesmos e as telas são dispensáveis. Quem não tem uma história de amor, de estranhamento ou de desafio para contar a respeito de uma leitura que tenha feito? Quem não se perde decifrando sentidos que as palavras carregam, arranjadas de modo inusitado num conto, num poema, num ensaio sociológico, num manifesto? Em 2014, nossos alunos foram desafiados a pensar sobre sua trajetória leitora, sobre a importância que a leitura – de textos e de mundos – teve e tem em sua formação como estudantes. Seja por meio de relatos pessoais, crônicas, poemas, artigos de opinião, dissertações, o foco da escrita está na relação entre o sujeito leitor e aquilo que ele lê, decifra, ressignifica. Convidamos a comunidade escolar a compartilhar o resultado do concurso e refletir sobre o papel da escola e da leitura, de mundo e de textos – escritos, visuais, multimodais, pictóricos etc. – em nossas vidas.
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GRAFFITTI - PAINEL COMEMORATIVO - 50 ANOS DE LOURENÇO CASTANHO Quadra
Em comemoração ao cinquentenário da Escola Lourenço Castanho a Oficina de Desenho & Graffitti do Ensino Médio produziu um mural alusivo à trajetória de nossa instituição, do país e do mundo. Esse trabalho teve início no interior da Oficina, envolvendo o professor Sylvio Ayala e seus alunos, espraiou-se com visitas ao Centro de Memória, entrevistas com as sócias fundadoras; ampliou-se com a adesão da professora Vera Helena e seus alunos do Ensino Fundamental II, e com os trabalhos dos alunos da Educação Infantil, sob coordenação da professora Claudia El Bayeh. Dessa forma o painel deixou de ser um produto de uma Oficina do Ensino Médio e tornou-se uma realização da escola.
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A concretização do trabalho se deu no evento ‘Vivência 50 anos de Lourenço Castanho’, oportunidade em que, durante dois finais de semana de setembro e outubro, alunos, professores e convidados realizaram a pintura do paredão da quadra do Ensino Médio. O resultado desse intenso trabalho está disponível para apreciação de todos na Unidade do Ensino Médio.
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ARTES VISUAIS Auditório A Oficina de Artes Visuais tem como principal objetivo fazer com que os alunos experimentem possibilidades diferentes para um processo criativo. Para isso procuramos explorar diversos materiais e conhecer, através do trabalho de alguns artistas modernos e contemporâneos, caminhos diferentes de construção de uma imagem. Os trabalhos expostos fazem parte de três projetos: 1 - Experiência Pollock – Os alunos aplicaram em suas pinturas a ideia do pintor norte-americano Jackson Pollock que criou a “action paiting”, uma técnica de pintura em que a tinta é jogada, respingada, e a imagem é construída através dos gestos e movimentos e a sobreposição de linhas e cores. 2 - Intervenções – A ideia contemporânea da intervenção em espaços públicos tem como principal objetivo provocar o olhar do transeunte. Os alunos escolheram um espaço na Escola e interferiram com uma pequena imagem criada a partir desse espaço escolhido. 3 - “Uma janela para” ... Através da janela, uma imagem Uma imagem possível ou impossível Uma janela que transporta para outros lugares No passado, no presente e no futuro Uma janela que mostra o mundo externo A realidade Uma janela que transporta para mundos internos Imaginação
BANDAS Auditório A Oficina de Bandas do EM tem como principal objetivo convidar os alunos que tocam algum instrumento ou que cantem a celebrarem a música, a trabalharem em conjunto, a buscarem sintonias finas. Em 2014, com a comemoração dos 50 anos da Lourenço Castanho, buscou-se definir um repertório que conseguisse conjugar os interesses dos estudantes com o percurso musical dessa longa história de nossa escola. Alguns encontros com o professor Wagner, muito trabalho da professora Cássia e um enorme esforço dos alunos resultaram na seleção que será apresentada ao público.
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DANÇA E CULTURA Auditório Estudo das características de uma peça clássica árabe – ritmos, exploração das nuances melódicas, expressividade e repertório necessários para representar a mudança de humor dentro da mesma música – com a movimentação de braços e deslocamentos típicos do estilo andaluz. Esse estilo foi elaborado por um renomado coreógrafo egípcio chamado Mahmoud Reda que fez, nas décadas de 70 e 80, estudos sobre as danças populares – entre elas as que tinham influências da cultura árabe no sul da Espanha, como o flamenco. Aos movimentos que observou nessas danças, acrescentou passos do ballet clássico e, dessa mistura, surgiu um estilo delicado que só poderemos ver representado em palcos, já que não se trata de uma dança popular. Essa dança reúne o estudo do ritmo básico da dança árabe – baladi – com o repertório de passos de dança do ventre. As alunas realizaram um estudo de leitura musical e, na sequência, puderam experimentar dois dos toques mais utilizados para o acompanhamento da música árabe: o baladi e o galope. Esse estudo exigiu, além do estudo dos passos básicos da modalidade de dança, a coordenação de passos com os toques dos snujs ao dançar. Algo que, sem dúvida, solicitou concentração e dedicação extrema. A Dança com Bastão ou Said, como é conhecida no Egito, tem origem numa luta marcial masculina
chamada Tahtib. Nessa luta, dois participantes se enfrentam, cada um segurando o seu bastão, visando a marcar o maior número de pontos. O valor dos pontos depende do lugar no qual o participante acerte o bastão do adversário. As mulheres egípcias encontraram, nessa luta, inspiração para criar uma dança – ao som do ritmo Said – executando giros e malabarismos com bastões. O aprendizado dessa dança exige que as alunas coordenem movimentos básicos de dança do ventre com evoluções, usando bastões. Para tal, elas tiveram que estudar- além das origens da dança - dados sobre a cultura egípcia, o ritmo Said com snujs (instrumento de percussão árabe), giros e evoluções com bastão, consciência da utilização do espaço cênico e treino de movimentos básicos dessa dança popular. A modalidade de dança com véus foi desenvolvida pelas norte-americanas e europeias, por ocasião da chegada dessa dança ao Ocidente. Ela se caracteriza pelo uso desse instrumento como se ele fosse um prolongamento dos braços, executando movimentos suaves e elaborados com a parte superior do corpo, com suporte dado pelos deslocamentos e giros. O desenvolvimento de uma sequência coreográfica exige muita consciência corporal, pois solicita equilíbrio, leitura musical, consciência do espaço cênico, além dos movimentos básicos para o trabalho com o véu.
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CONSTRUÇÃO DE MATERIAIS Sala de Música Nesta sala, teremos uma amostra da elaboração de materiais que procuram esclarecer os conceitos da Física, por meio de experimentos. Esses experimentos serão pensados, elaborados e construídos pelos alunos do curso de Física do Ensino Médio, particularmente os da segunda série. A parte teórica explicada em aula, durante as aulas da manhã, é posteriormente materializada em experimentos na parte da tarde. A oficina também utiliza pesquisa (biblioteca, internet etc.) de outras fontes, para elaborarmos os equipamentos e suas explicações.
FUTEBOL, CULTURA E POLÍTICA Pátio Durante o ano de 2014, a oficina foi realizada com o objetivo de ajudar entender e refletir sobre as diversas maneiras que o futebol (esporte mais popular do país) afeta a sociedade e de que forma participa da formação de sua cultura. Nos encontros, lemos, assistimos e compartilhamos materiais que buscavam compreender o futebol como uma manifestação que vai além do jogo, serve como prisma para a compreensão do Brasil. Na visita que realizamos ao Museu do Futebol, localizado no estádio do Pacaembu, foi possível verificar uma certa adulação ao futebol brasileiro, numa provável tentativa de reforçar um sentimento nacionalista, uma vez que o museu enxerga o futebol brasileiro como o “melhor do mundo”. Ir a um jogo do Juventus, na tradicional Rua Javari, pós copa do mundo de 2014, serve como uma aula sobre cultura local e cultura global, verificando suas contradições e idiossincrasias. Depois dessas vivências e discussões, cada participante da Oficina
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escolheu um tema que lhe interessava, dentro de uma variedade imensa que o futebol proporciona, e escreveu um pequeno texto sobre o assunto. Os textos estão nessa publicação, primeira de muitas. Esperamos que gostem, pois afinal....Futebol se discute. CLIQUE E VEJA MAIS
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AUDIOVISUAL Sala 35 Os alunos do 9º ano que participaram dessa oficina mergulharam no mundo da comunicação. Nesse processo, eles produziram um filme, desde a montagem do roteiro, captação de imagens, até a edição. Agora chegou o momento de vermos o resultado. Trata-se de um filme sobre profissões e a escolha profissional. O que você vai ser quando crescer? (SINOPSE) Vivendo um momento de transição, os alunos do 9o ano participantes da Oficina de Audiovisual transformaram todas as suas curiosidades e anseios sobre o futuro no documentário “O que você vai ser quando crescer?”. O filme apresenta o olhar de estudantes do ensino fundamental, universitários e profissionais sobre diversas carreiras. Em diferentes momentos da vida, os entrevistados compartilham sonhos e paixões pelos caminhos que escolheram trilhar profissionalmente. Exibições seguidas de debate: 1ª sessão: 11h15 2ª sessão: 12h30
SCRATCH – IMAGINAR, FAZER E PROGRAMAR Pátio A proposta dos projetos consiste na integração entre o imaginar, o fazer e o programar. Os alunos realizaram atividades que envolviam a lógica de programação; o pensamento computacional; a iniciação à ciência da computação; o desenvolvimento de aplicações (jogos, animações e histórias interativas), utilizando a linguagem Scratch e a criação de produtos tecnológicos. A partir da aquisição dos conceitos básicos, foram propostos os seguintes projetos: 6ºs anos - Keynoodle, a construção de um piano digital que envolveu pesquisas, a linguagem Scratch e o componente de hardware Makey Makey, a elaboração e execução do layout do piano. 7ºs anos - SimpleSystem, a elaboração de um computador portátil que envolveu pesquisas, a linguagem Scratch, a plataforma Raspberry PI, a elaboração e modelagem do protótipo, a instalação do sistema operacional, a montagem e testes finais do computador.
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SUSTENTABILIDADE Quadra
A Oficina de Sustentabilidade do Ensino Fundamental II desenvolveu diversas atividades neste ano, preparando-se para a implementação de uma nova política de gestão de resíduos sólidos na Escola Lourenço Castanho. Estudamos os pilares da sustentabilidade ambiental, os diferentes setores relacionados à sustentabilidade, impactos da má disposição dos resíduos sólidos, Lei 12.305 (Política Nacional de Resíduos Sólidos). Visitamos a EMEI Dona Leopoldina, para conhecer como uma escola sustentável organiza seu currículo e espaços educativos. Finalmente, um questionário para balizar as estratégias de mobilização, comunicação e informação para melhor gestão dos resíduos na escola. O que apresentamos nesta Mostra é um pequeno resultado dessas ações.
FOTOGRAFIA: REVELAR-SE Sala de Música A fotografia está intensamente inserida no nosso cotidiano. Milhares de imagens são criadas, manipuladas e compartilhadas a cada minuto. Todos produzem, consomem e dialogam com a fotografia, mas, em geral, essa interação ocorre com pouca reflexão. O objetivo da oficina é proporcionar um espaço de interação entre as diferentes áreas do conhecimento, envolvidas no processo fotográfico, unindo conceitos de ciências naturais às habilidades de criação e comunicação. Os trabalhos realizados na oficina se apoiam na ideia de que a reflexão e a ação devem andar juntas. Nesse sentido, os alunos participam ativamente do planejamento e da organização da oficina. Em 2014, as reflexões foram sobre o papel da fotografia na criação/formação de fronteiras e identidades. A experimentação da fotografia pinhole, somada a essas reflexões, resultou na criação de um álbum digital coletivo e em um trabalho de reconhecimento do outro, através da imagem e da palavra. Uma parte desse processo será apresentada nessa Mostra Cultural.
DESAFIO CIENTÍFICO Lab. Química A cada oficina, os alunos dos sextos e sétimos anos encontraram um desafio e alguns materiais para elaborarem suas construções. Para isso, cada equipe podia realizar pesquisas na Internet, planejar a melhor maneira e selecionar os devidos materiais. Depois de prontas, as construções eram fotografadas ou filmadas, para serem compartilhadas com os demais alunos. Nessa Mostra Cultural, serão expostas e demonstradas algumas construções escolhidas pelos alunos.
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