Revista NIDP - 2º Semestre 2015

Page 1

Revista NIDP NO 3 - 2º SEMESTRE/ 2015

CULTURA POPULAR

Percursos para o trabalho com a diversidade nos diferentes tempos e espaços da escola. Foto: Apresentação do 4o ano na festa junina 2015.


03 CARTA 04 CULTURA LC As marcas da Lourenço: a avaliação e o feedback na história da Escola

07 07

13

14

COMPETÊNCIAS ESSENCIAIS Práticas na Sala de Aula - Instituto Cultural Lourenço Castanho reúne mais de 4 mil educadores no VII Congresso Icloc A escola conectada - Ciclo de debates

COMPETÊNCIAS ESPECÍFICAS

14

Festa junina 2015: Histórias de brincar, cantar e dançar!

18

Matemática na Lourenço Castanho

22

O jogo na educação infantil

24

NEPS Sustentabilidade e Educação - Leonardo Boff

26

INOVAÇÃO Formação em tecnologia educacional: parceria NIDP, ICLOC e Diretoria de Ensino da Zona Leste 2

28

ACONTECE Programação NIDP

EXPEDIENTE A Revista NIDP é uma publicação semestral do Núcleo de Inovação e Desenvolvimento Profissional da Escola Lourenço Castanho. Sócias Fundadoras: Jeannette De Vivo | Marília Noronha | Marilu Aidar | Sylvia Gouvêa Conselho Consultivo do NIDP Diretor Geral: Alexandre Abbatepaulo Diretores de Unidade: EI - Marcia Dalla Stella EFI - Leandro Lamano EFII - Antonio Sérgio Pfleger EM - Caio Graco Tieppo Diretora Educacional: Karyn Bulbarelli Diretora de Currículo: Fabia Antunes Gerente de Marketing: Edgar Bim Gerente Administrativo e Financeiro: Ricardo Augusto Yoshimi Goto Conselho Executivo do NIDP e Conselho Editorial: Edgar Bim | Fabia Antunes Assistente de eventos: Simone Xavier Projeto Gráfico: Pamela Ferreira – Dpto. Mkt - Escola Lourenço Castanho Revisão: Gabriela de Cássia José Tiragem: 350 exemplares. Distribuição interna e gratuita. Contatos: 11. 2858 8600 nidp@lourencocastanho.com.br www.lourencocastanho.com.br


Carta Caro Colaborador, O NIDP — Núcleo de Inovação e Desenvolvimento Profissional, criado em 2011 pela Lourenço Castanho, promove um ambiente de aprendizagem permanente em benefício de todos os integrantes da nossa comunidade escolar. Nesses quase cinco anos de existência foram abertas 3.339 vagas em módulos das diversas trilhas formativas, possibilitando um espaço de reflexão que permite aproximar cada vez mais as atividades realizadas pelos colaboradores e os objetivos institucionais. Este terceiro número da Revista NIDP retrata discussões ocorridas nas diversas unidades de ensino, reverberando seu fazer diário em um ambiente de colaboração, profundamente necessário para uma equipe que constrói a Escola, que revitaliza práticas, que debate, que erra, que acerta, que estuda e que elabora.

Na trilha da Cultura LC, inauguramos uma sessão permanente, denominada “As marcas da Lourenço”, em que pretendemos, a cada edição, eleger temas ou questões contemporâneas que são práticas cotidianas desde a fundação. O VII Congresso ICLOC de Práticas na sala de aula e o Ciclo de Debates NIDP são destaques na trilha das competências Essenciais, dois importantes eventos que se valem do compartilhamento de saberes entre educadores para enriquecer e valorizar o fazer docente. Destacamos na trilha das competências Específicas o trabalho com a cultura popular na Festa Junina realizado pelos componentes Arte e Educação Física, com a assessoria da Histórias de brincar. O embasamento teórico que estrutura a Matemática na Escola e a concepção do jogo na Educação Infantil completam a sessão. O NEPS — Núcleo de Estudos para a Sustentabilidade apresenta uma das reflexões que tem embasado sua prática, assinada por Leonardo Boff, que trata da relação sustentabilidade versus educação. Produto da parceria entre o NIDP, o ICLOC e a Diretoria de Ensino Leste 2, na trilha de Inovação, relatamos o trabalho de formação realizado pelos Professores Luiza Regina Fernandes e Rodrigo Lemonica, que receberam 25 colegas de escolas públicas para uma formação em tecnologia educacional. Completam essa edição, na sessão ACONTECE, um rol de eventos educacionais, como o Ciclo de debates e o calendário de formações do segundo semestre do NIDP. Desejamos que tenham uma boa leitura e ótima reflexão! NIDP

NIDP | 2º Semestre 2015

3


Cultura LC AS MARCAS DA LOURENÇO: A AVALIAÇÃO E A DEVOLUTIVA NA HISTÓRIA DA ESCOLA Eduardo Zayat Chammas Em um texto escrito há cerca de um ano, à época da inauguração do Centro de Memória e das comemorações do cinquentenário da Escola Lourenço Castanho, escrevemos o seguinte: “Quais eram as práticas pedagógicas do passado? Como estavam organizadas as salas de aula? Quais eram as propostas de alfabetização de outros tempos e como elas se transformaram? Quem eram os pensadores mais lidos pela Escola, quais eram os referenciais teóricos? Como se ensinava Matemática, Português, Música e tantos outros componentes nas séries iniciais do Ensino Fundamental 1? Quais foram as primeiras saídas de estudo de campo promovidas no Ensino Fundamental 2 e como elas estavam articuladas ao dia a dia da sala de aula? Como eram escritos os planejamentos dos cursos nos anos 1970 ou 1980? Como era visto o papel do aluno na sala de aula há 20 ou 30 anos? Como estava organizada a Orientação Educacional desde os anos iniciais da Educação Infantil? Como a Lourenço lidou com os desafios da formação dos jovens e a sua preparação para os exames externos depois que abriu o Ensino Médio? Como a Escola foi crescendo, ampliando os seus horizontes e inaugurando novos ciclos?” Tratava-se de uma consideração sobre as perguntas que o Centro de Memória pode nos ajudar a responder e que nos levam a importantes reflexões acerca das práticas em sala de aula e de como elas vêm se transformando, além de nos contarem um pouco da história da instituição. Tratava-se, enfim, de perguntar o que mudou e o que permaneceu na Lourenço Castanho ao longo dos últimos 50 anos. Com o texto que segue, temos a intenção de levar adiante algumas dessas perguntas. Inauguramos, aqui, uma sessão permanente da Revista do NIDP, denominada “As marcas da Lourenço”, em que pretendemos, a cada edição, eleger temas ou

4

NIDP | 2º Semestre 2015

questões contemporâneas e resgatá-los na história da Escola, em suas publicações, em suas práticas do passado. Para tanto, é importante ressaltar que o Centro de Memória constitui-se como um espaço privilegiado de pesquisa e investigação aberto a toda comunidade escolar. Esta sessão passa a ser, também, um convite aos educadores para que se aproximem da história da Lourenço a partir do contato com o Centro de Memória. Em um momento em que se fala tanto sobre “novas e modernas” práticas pedagógicas, o lugar da “inovação” na sala de aula e a necessidade de “atualização permanente” dos fazeres pedagógico e educacional, é interessante olhar para o passado da Escola e reconhecer, no percurso da Lourenço, a presença de ações hoje consideradas fundamentais. Em alguns aspectos, uma das marcas da Escola ao longo da sua história é estar na vanguarda das práticas pedagógicas e educacionais, discutindo e implementando propostas que só mais tarde ganhariam destaque nos debates sobre a educação. Da mesma forma, destaca-se o fato de que a Lourenço esteja passando por um processo de revitalização da proposta curricular em que muitas das suas marcas históricas se fazem presentes. É possível reconhecer, na Escola do presente, práticas que nos remetem ao passado da Lourenço e que não perderam o seu vigor e a sua atualidade – pelo contrário: tornaram-se ainda mais atuais e necessárias, o que ilumina, de maneira interessante, a trajetória pretérita da Escola. Para este primeiro texto, escolhemos um tema bastante atual e que tem sido objeto de muita reflexão em todas as unidades da Lourenço: o tema da avaliação e da devolutiva. Chama a atenção o fato de que algumas de nossas questões contemporâneas sobre avaliação já estivessem sendo pensadas, discutidas e praticadas há mais de 40 anos.


Capa da Revista Educação para o Desenvolvimento no 26, 1971. Centro de memória, registro T -1034.

No início de sua história, uma parte das discussões realizadas pela Escola se transformava depois em artigos e dossiês publicados na revista Educação para o desenvolvimento, que foi criada com o objetivo inicial de divulgar o trabalho da Lourenço entre os pais e, depois, de contribuir com o debate público sobre educação e difundir um pouco da experiência da Escola, a partir das questões práticas e teóricas que se colocavam no dia a dia do fazer escolar. Entre os exemplos, encontramos um interessante debate sobre a questão da avaliação e da devolutiva realizado na Educação para o desenvolvimento nº 26, de novembro de 1971. Reproduzimos aqui um trecho do artigo “Planejamento do Ensino”: “O processo de avaliação deve ser contínuo. A fim de se avaliar o estágio de crescimento do aluno, a Escola necessita conhecer a situação do aluno antes dele entrar na Escola ou então antes de ser desenvolvido aqueles conceitos. (...) O sistema de avaliação requer, por parte da equipe, uma percepção clara dos critérios de avaliação, isto é, de que pontos de vista o aluno será avaliado, qual o valor relativo de cada um desses critérios, em que bases esses critérios serão selecionados, qual a justificativa para o uso desses critérios e dos

diferentes pesos atribuídos a eles. Por exemplo, serão avaliados os trabalhos de casa? Será levada em consideração a participação em classe? (...) Os resultados da avaliação deverão ser apresentados aos alunos o mais breve possível, uma vez que devem levar os alunos a conhecer suas deficiências e possibilidades em cada área de atividade: feedback. De posse dos resultados apresentados pelo processo de avaliação, o professor poderá saber o grau em que os objetivos foram atingidos pelos alunos. Ele deverá identificar e anotar dificuldades e progressos individuais, deverá questionar as estratégias instrucionais usadas, bem como a sequência de testagem, ou seja, os critérios selecionados para avaliação e as tarefas propostas. Tal feedback deve levar o professor a adquirir informações necessárias que constituirão a base para novo estudo e replanejamento que produzirá reformulação nos objetivos, conteúdo, procedimentos instrucionais e no próprio procedimento de avaliação. O processo de avaliação deve dar ênfase à participação ativa do aluno. Uma vez que se espera que o aluno se responsabilize por sua própria aprendizagem, é preciso considerar que isto só ocorrerá se o aluno tiver uma visão clara de como está realizando, onde precisa melhorar e como fazê-lo. Se o sentimento de necessidade para aperfeiçoar provém do próprio aluno, como resultado de suas percepções e análises, ele terá melhores condições para aperfeiçoar-se do que se alguém lhe disser que precisa melhorar. O aluno precisa ver o problema como seu, a fim de poder resolvê-lo com mais eficiência. A análise que o aluno fará de sua realização, porém, atingirá efetivamente os objetivos a que se propõe se for feita em termos positivos e realísticos.” O tema da devolutiva e a relação entre avaliação, devolutiva e planejamento é de tal forma atual que a “Carta ao professor” (que abre o “Material de apoio ao professor” da Proposta curricular, publicado em 2015 e entregue aos professores do Ensino Fundamental e do Ensino Médio) sugere uma reflexão sobre o tema na elaboração do planejamento deste ano: “Ao longo de suas sequências você incluiu tempo de aula para dar devolutiva aos alunos? Os alunos conseguiram, durante as aulas,

NIDP | 2º Semestre 2015

5


identificar seus erros e seus avanços por meio dos instrumentos de avaliação e das atividades propostas? Os indicadores foram apresentados aos alunos e retomados ao longo do trimestre? Lembre-se de que a clareza na proposta de critérios e indicadores auxilia e potencializa a aprendizagem dos alunos, sua autoavaliação e sua autorregulação, conduzindo-o a uma autonomia sempre desejada.”

- Se eu não alcancei os meus objetivos, porque teria eu falhado?

Outro artigo publicado na mesma edição de 1971 da revista Educação para o desenvolvimento, “Avaliação da aprendizagem do ensino”, avança na discussão sobre a relação entre avaliação e planejamento:

- Agora que eu cheguei a este ponto de trabalho qual será a atividade seguinte?

“Avaliação não é uma forma de julgamento da criança, antes porém, constitui um processo de iluminação das forças das crianças, de suas fraquezas, de seus ganhos e de suas falhas, de tal forma que a criança possa usar as informações obtidas para melhorar sua aprendizagem e desenvolver-se, e o professor possa usar aquilo que ele vê para melhorar a forma como ensina e produzir aprendizagem. Neste sentido, a avaliação torna-se uma parte integral do processo de aprendizagem. Avaliação já não pode mais ser considerada como um processo final marcando uma conclusão. Ela se realiza continuamente como parte da aprendizagem e não apenas como um aspecto final desta. A avaliação produz-se sempre em relação aos objetivos referentes à maturidade. Quanto mais claro o objetivo, tanto mais eficiente a avaliação. Com este conceito de avaliação verifica-se maior importância do planejamento na construção do plano e no conhecimento exato dos objetivos estabelecidos para coisas planejadas. (...) Figurativamente, seria como se os professores estivessem continuamente perguntando a si próprios: - Estarei caminhando realmente em direção aos meus objetivos?

- Que é que eu fiz diferentemente daquilo que eu havia planejado? - Que é que eu deveria ter realizado diferentemente? - Que outras coisas poderia eu ter feito e que não foram feitas?

Analisando este conjunto de proposições que o professor faz-se a si próprio, é possível verificar como o processo de planejamento e de avaliação caminham juntamente.” Até mesmo a estratégia de sugerir ao professor que faça perguntas a si mesmo ao analisar o seu curso e o seu planejamento se mantém atual. Na análise das sequências didáticas, por exemplo, sugere-se ao professor que considere algumas questões, como “A sequência didática apresentou um desafio, uma questão ou uma pergunta?”, “Assegurou a clareza da percepção do estudante em relação ao desafio e aos assuntos tratados?”, “Estimulou o comportamento exploratório dos estudantes?” ou, de forma a reafirmar a importância da devolutiva, “Como e quando foi feito o feedback para o estudante?”. Essa breve retomada histórica da questão da avaliação e da devolutiva nos conta um pouco da atualidade desse debate e da sua importância nas práticas pedagógicas desde os anos iniciais da escola até os dias de hoje. Ainda que seja necessário nos atualizarmos constantemente, não podemos perder de vista algumas reflexões que vêm sendo feitas há bastante tempo: não é possível formar um estudante autônomo sem que se dê a devida atenção à avaliação e à devolutiva, e isso vem sendo pensado desde pelo menos os anos 1970.

- Estarei seguindo o melhor caminho, isto é, aquele que deverá produzir as experiências mais ricas? - Que mudanças serão necessárias introduzir no roteiro que estou seguindo a fim de atingir os meus objetivos? - Terei eu chegado onde me havia proposto chegar inicialmente? Que resultados consegui obter?

6

NIDP | 2º Semestre 2015

Acesse o acervo online do Centro de Memória. Utilize o leitor de QR Code do seu dispositivo móvel.


Competências Essenciais PRÁTICAS NA SALA DE AULA Instituto Cultural Lourenço Castanho reúne mais de 4 mil educadores no VII Congresso ICLOC Foi exatamente com esse espírito que mais de 4 mil educadores se reuniram, no sábado, dia 30 de maio, no colégio Dante Alighieri, em São Paulo, para compartilhar e debater experiências letivas na sétima edição do Congresso ICLOC de Práticas na sala de aula. No texto de apresentação do livro do VII Congresso ICLOC de Práticas na sala de aula, Vera Maria Nigro de Souza Placco, professora titular do Programa de Estudos Pós-Graduados em Educação: Psicologia da Educação, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, ressalta que essa iniciativa é provocadora de inúmeras reflexões sobre a docência, sobre a escola que desejamos e necessitamos, sobre o currículo, a avaliação, sobre as próprias práticas em sala de aula e, em mim, suscita a reflexão e o questionamento sobre a formação de professores, em especial, a formação que se dá a partir da própria escola, do seu cotidiano. E esta oportunidade de parceria, proporcionada pela experiência de refletir sobre as práticas em sala de aula, deve ser incentivada e valorizada

Na oportunidade, mais de mil professores apresentaram 616 práticas letivas, em 202 diferentes sessões distribuídas em três horários. Foram 69 espaços simultâneos de compartilhamento de experiências, debates e troca de saberes, para o aperfeiçoamento da educação brasileira. A Escola Lourenço Castanho integra a comissão organizadora do evento desde o primeiro Congresso. A disponibilidade de sua equipe pedagógica, que atua apresentando trabalhos e/ ou mediando as sessões, evidencia a dedicação e a importância atribuída pela instituição na formação profissional do seu quadro de educadores, bem como demonstra o seu espírito de colaboração para o enriquecimento dos profissionais da área, sejam eles das redes pública ou particular de ensino. O VII Congresso ICLOC de Práticas na sala de aula contou com a participação de 79 educadores da Lourenço Castanho apresentando trabalhos e/ ou mediando as sessões. São eles:

Título: A Utilização De Espaços Públicos Nas Aulas De Ed. Física Para Ampliação De Experiências Na Educação. Apresentadores: Douglas Everton Moraes e Laís de Sousa Nozaki Resumo do trabalho: A utilização de espaços públicos nas aulas de educação física para ampliação de experiências na educação infantil. O projeto consiste no deslocamento a pé dos alunos de educação infantil até o parque do Ibirapuera devido sua proximidade com a escola, além de promover atividades que contextualizam exercícios construídos durante as aulas de educação física e que podem ser reproduzidos em ambientes naturais e de forma casual. Este projeto busca em suas intenções formativas o desenvolvimento das potencialidades nos campos físico, afetivo e cognitivo, com o objetivo de mostrar aos alunos as possibilidades de utilização destes espaços públicos como instrumento de lazer e também de produzir identidades individuais e sociais, favorecendo um hábito de vida mais saudável.

NIDP | 2º Semestre 2015

7


Título: Jornal: A Fantástica Fábrica de Ideias. Apresentadores: Leila Ramos Monteiro, Renata Facury Farias da Silva e Bruna Iza dos Santos Ribeiro. Resumo do trabalho: “Para que serve o jornal?” Essa pergunta iniciou uma proposta integrada de Artes Visuais, Contação de Histórias e Música. Um material tão cotidiano e descartável que nos ofereceu, para além da leitura, inúmeras possibilidades de exploração e descoberta para os alunos de todas as séries do Infantil. Isso sem falar no nosso querido “travesseirão” – uma espécie de cabana feita de jornal – utilizado como um novo espaço na escola, dentro do qual ouvimos histórias, músicas, cantamos e desenhamos. Suporte, textura, som, letras, espaço... Nossa! Foram tantas as aventuras e experiências no contato com esse material, que nossas aulas tornaram-se uma fábrica de ideias criativas e divertidas, como a infância deve ser. Título: Jogos pré-desportivos para crianças de 8 a 10 anos: adaptações na aprendizagem do Voleibol. Apresentador: Roberto Ohno Resumo do trabalho: O trabalho nas aulas de Educação Física dentre outros objetivos busca que os alunos vivenciem práticas corporais que contribuam para a formação de sua identidade cultural e desenvolvam uma capacidade de movimentar-se que lhes possibilite interagir com o ambiente físico e cultural na busca de uma vida melhor. Crianças na faixa etária de 8 a 10 anos observam os esportes, e na sua prática tentam reproduzir os movimentos que assistiram. A modalidade Voleibol, tem por característica utilizar movimentos culturalmente construídos, ou seja, movimentos que surgiram especificamente para a utilização neste jogo, desta forma os movimentos são mais difíceis de aprender do que os movimentos de arremessar e chutar, que são movimentos mais naturais ao ser humano. Desta forma, a adaptação de regras e materiais se faz necessária para trazer aos alunos a possibilidade de vivencia da prática esportiva e da mesma forma facilita o êxito na realização do movimento.

8

NIDP | 2º Semestre 2015

Apresentação do trabalho “Grafismo Indígena e padrões simétricos: um processo de abstração.”

Apresentação do trabalho “Projeto: Da cabeça aos pés.”

Apresentação do trabalho “Reproduzindo o movimento em 3D: fotografia estereoscópica de celular.”

Apresentação do trabalho “O bairro da escola e suas paisagens: uma experiência de estudo de campo.”


Título: Brincadeiras do Mundo: a exploração de movimentos e vivências de diferentes culturas. Apresentador: Giovanna de Fátima Ballarin Leandro Resumo do trabalho: Brincadeiras do Mundo: a exploração de movimentos e vivências de diferentes culturas para alunos do primeiro ano do ensino fundamental. Esta proposta relaciona – se com o Projeto de série “Crianças em qualquer canto” alinhado com o trabalho em sala, o componente Educação Física trabalhou jogos e brincadeiras de oito países: Itália, Peru, México, China, Holanda, Marrocos, Índia e Nova Zelândia. Além do trabalho de identificar e descrever os jogos e brincadeiras vivenciados existiu uma intermediação da professora de Educação Física buscando estabelecer relacionar as atividades dos outros países com as de seus repertórios. Dentro das brincadeiras, os alunos, tiveram a possibilidade de trabalhar em atividades musicadas, de pegar e com grande locomoção. A vivência destas brincadeiras proporcionou aos alunos a possibilidade de trabalhar com jogos simples e diversificados que envolviam ou não a exploração de materiais.

de mobilização coletiva e proporcionaram a vinda dos alunos e professores do Vale do Ribeira a São Paulo para a realização de um estudo de campo. Uma experiência transformadora para todos os envolvidos, comunidade, professores e alunos.

Título: Vale do Ribeira e São Paulo: um projeto de parceria entre duas escolas. Apresentadores: Luiz Fernando Correia de Oliveira, Kadine Teixeira Lucas e Luiz Marcos Ketu Resumo do trabalho: O presente trabalho é a apresentação do projeto realizado em 2014, com os alunos do 8º ano da Escola Lourenço Castanho (SP), em parceria com a Escola Estadual Maria Antonia Chules Princesa, localizada na região do Alto Ribeira e mostra o quanto a colaboração entre educadores de duas escolas tão diferentes pode ser proveitosa. O projeto consistiu no desenvolvimento de atividades de integração e desenvolvimento de diversos conteúdos, aproximando os sujeitos envolvidos e as diferentes realidades. Os alunos de ambas as escolas vivenciaram várias atividades no PETAR e no Quilombo de Ivaporunduva, durante quatro dias, que permitiram o compartilhamento de diferentes saberes. No final do ano os alunos captaram recursos por meio de uma campanha

Título: "A Trip to England" Apresentador: Gabriela Marques Weigand Berna Resumo do trabalho: Inspirados pelas canções dos Beatles, os alunos entraram em contato com elementos da cultura britânica, tais como a bandeira, a família real, alimentos típicos, lugares turísticos e meio de transporte, entre outros temas. As atividades selecionadas estimularam a curiosidade, contribuíram para o desenvolvimento do repertório cultural e linguístico e favoreceram a interação da criança com seus pares. Ao final do projeto, os alunos elaboraram um desenho que representasse algo marcante durante o processo de aprendizagem e construíram um ônibus doubledecker, típico de Londres, feito de papelão. Para celebrar o encerramento das atividades, os alunos foram assistir ao show “Beatles Para Crianças”, tornando o projeto ainda mais vivo e expressivo.

Título: Raios E Trovões. Apresentadores: Vivien Figueiredo Pujol Yamamoto e Luciana Bolonha Resumo do trabalho: Em uma tarde de chuva intensa, surgiram hipóteses, observações e questionamentos a respeito desse fenômeno natural. A partir desse encantamento das crianças, passamos a investigar, por meio de pesquisas – em enciclopédias, vídeos informativos, imagens – e experiências, o porque dessas precipitações e outros elementos relacionados à temática, tais como trovões, raios e arco-íris. Esse trabalho ampliou-se para o estudo do universo, e como astronautas, as crianças “viajaram em um foguete para o espaço”, conheceram os planetas, a lua e o sol. Unindo os campos lúdico, científico e artístico, esse projeto possibilitou novas e ricas descobertas.

NIDP | 2º Semestre 2015

9


Título: Projeto: Da cabeça aos pés. Apresentadores: Bárbara de Sá Barreto e Vivian Alboz Resumo do trabalho: O projeto surgiu durante o período de adaptação, pela percepção do interesse e dos muitos questionamentos das crianças em relação ao seu próprio corpo. Neste percurso, os alunos refletiram sobre o processo percorrido pelos alimentos e como se constituem os ossos do esqueleto humano. Conheceram, também, o funcionamento de órgãos. Descobriram o que ocorre com o corpo em um processo febril e as possibilidades de exploração da origem da vida dentro do útero, as características e vivências de um bebê. Assim, esse trabalho estimulou a postura investigativa dos alunos, proporcionando a todos perceber que é possível descobrir sobre si e sobre o outro, ampliando os conhecimentos prévios.

ambiental com derramamento de substância tóxica no reservatório de água de uma cidade. Como o conteúdo do momento são as funções ácido e base e as reações de neutralização, cada trio recebeu um ácido ou uma base diferente do demais, como sendo o causador da contaminação da água. Os trios escreveram, como produto, final pequenos "laudos" técnicos, apontando soluções para a contaminação a ser gerida pelo seu grupo.

Título: Grafismo Indígena e padrões simétricos: um processo de abstração. Apresentadores: Patricia Leme Pedroso de Jesus e Gisela de Azevedo Noronha Resumo do trabalho: Na arte indígena representada pelos grafismos abstratos verificamos a presença de padrões, simetrias, ângulos, linhas curvas e retas, conceitos também inerentes à linguagem matemática. Muitos destes desenhos geométricos lineares são” abstrações” retiradas de um animal. O processo que o aluno passou foi justamente o de representar um animal de maneira abstrata através de um padrão, utilizando a geometrização e simetria para, depois, reproduzi-lo na confecção de pulseiras em tear de miçangas. Desta maneira procuramos trazer para a realidade dos alunos um pouco da tradição indígena.

Título: A história de uma memória em construção: o Centro de Memória da Lourenço Castanho. Apresentadores: Eduardo Zayat Chammas e Thaís Julia Rocha Resumo do trabalho: No ano de 2010 teve início o processo de construção do Centro de Memória da Escola Lourenço Castanho. Esse processo culminou com a inauguração do Centro de Memória no ano passado, em 2014, no mesmo ano em que a escola comemorou o seu aniversário de 50 anos. O Centro de Memória possibilita importantes reflexões acerca da prática em sala de aula e de como ela vem se transformando, além de contar um pouco da história da instituição, o que contribui para entender melhor a sua trajetória, as suas marcas e os seus desafios para o futuro. O Centro de Memória um espaço aberto à visitação e à consulta de documentos e materiais; um espaço de pesquisa, reflexão e debate sobre a história da escola, sobre a história da educação e sobre a história das práticas pedagógicas na escola. Faz parte do projeto formar os alunos como pesquisadores da história da escola, colocando-os em contato com esses materiais, levando-os a conhecer a Lourenço e a educação em diferentes tempos e contextos.

Título: Resolução de situação-problema como estratégia Apresentador: Soraia Ferini Namora Resumo do trabalho: O presente trabalho visa apresentar os alunos ao mundo da Química fora da sala de aula via a estratégia da resolução de problemas. Os alunos dos primeiros anos do Ensino Médio foram divididos em trios de trabalho. Foi criado um contexto em sala de aula de um acidente

Título: Lá no Jardim... Apresentadores: Carolina Maria Cintra Laloni Gentil e Ana Carolina Comar Gayotto Resumo do trabalho: O projeto "Lá no jardim..." surgiu a partir da descoberta de um louva-adeus nos arbustos da escola. Iniciou-se então, a exploração de diversos insetos, árvores, flores, folhas, galhos, sementes, frutos e até pássaros

10

NIDP | 2º Semestre 2015


Apresentação do trabalho “A Utilização De Espaços Públicos Nas Aulas De Ed. Física Para Ampliação De Experiências Na Educação.”

que foram surgindo diariamente e trazendo encantamento às crianças. Ao longo desse processo, os alunos tiveram o privilégio de acompanhar a metamorfose de uma lagarta em borboleta em um terrário na classe e, na chegada do grande dia, puderam vê-la voar em liberdade. Para registrar esse momento especial, foi produzido um livro contando esta experiência vivida. Essas vivências estimularam o olhar curioso e investigativo de cada criança, mobilizando não só o grupo do Infantil 3 B, como também alunos de outras turmas que fizeram questão de dar suas contribuições. Título: O bairro da escola e suas paisagens: uma experiência de estudo de campo. Apresentador: Paula Machado de Barros Resumo do trabalho: "Que diferenças e semelhanças podemos observar nos bairros por meio de suas paisagens?". Com o objetivo de responder esta questão, norteadora do Projeto Integrador de Série, os alunos do 3º ano participaram de um estudo de campo no bairro da escola. Percorreram suas ruas realizando entrevistas, registros cartográficos e observações, guiados pelo professor e pelo caderno de campo. Após o estudo, compartilharam suas descobertas e passaram a articular os conteúdos aprendidos em História e em Geografia com as observações feitas no bairro. Por fim, realizaram um segundo estudo de campo, no centro histórico de São Paulo. Assim,

estabeleceram relações entre as paisagens dos dois bairros, identificando neles marcas da história da cidade de São Paulo. Munidos das informações coletadas durante todo o processo de pesquisa, os alunos tornaram-se capazes de responder à questão-problema do Projeto, assumindo um papel de pesquisadores e construtores do conhecimento. Título: CULTURE BOX - Descobrindo as crianças do mundo. Apresentador: Sandra Carla Vieira Adelizzi Resumo do trabalho: Ao estudarmos as crianças do mundo, os alunos do 1º ano tiveram a oportunidade de pensar em como poderíamos mostrar para crianças de outros países como é ser brasileiro, morar em São Paulo, estudar na Lourenço Castanho. Todas essas informações foram descobertas pelos alunos durante as aulas de Inglês, Educação Física, Música e Informática e reunidas em trabalhos variados utilizando fotos tiradas pelos alunos, gravações de músicas, confecção de brinquedo, etc e colocadas em duas caixas, sendo que uma delas foi enviada para uma escola nos Estados Unidos e outra para uma escola na Índia. Essas duas escolas também acompanharam o nosso projeto e nos enviaram caixas para que nossos alunos pudessem descobrir como são as outras crianças do mundo. Título: Uso de Google Docs nas produções escritas - planejamento, acompanhamento e avaliação.

NIDP | 2º Semestre 2015

11


Apresentadores: Társio Magalhães Tognon Vieira de Souza e Kadine Teixeira Lucas Resumo do trabalho: O desenvolvimento das competências de pesquisa na internet, seleção de conteúdos, estudo e sínteses, seguidos pela sistematização dos resultados na forma de um texto escrito é um objetivo e muitas vezes um desafio aos professores. Mas acreditamos que, reunir estes procedimentos em uma atividade em grupo, que explore outro ambiente e suportes, além da sala de aula e do caderno, pode ajudar. Além disso, além de bons escritores, queremos que nossos alunos dominem e utilizem as ferramentas da internet da forma mais produtiva e responsável possível. Por conta destes objetivos, buscamos realizar este projeto que agora apresentamos, uma mistura de orientação de pesquisa, curadoria de conteúdo e escrita na internet. Título: Microcomputador portátil de baixo custo desenvolvido e projetado por alunos. Apresentadores: Luiza Regina Branco Fernandes e Rodrigo Lemonica Rosa Resumo do trabalho: As novas tecnologias estão presentes no cotidiano de nossa sociedade; entre as diversas ofertas no campo de tecnologia educacional, as linguagens de programação permitem ao aluno o desenvolvimento de seus próprios projetos, aplicativos, programas. Utilizando a junção entre a linguagem SCRATCH, o Raspberry Pi e o modelo STEM, ofertamos aos alunos uma oportunidade singular de trabalhar colaborativamente, aprimorar o raciocínio lógico, exercitar a criatividade e desenvolver aptidões profissionais, tudo isto ao mesmo tempo em que estão criando histórias interativas, apresentações, games e artefatos eletrônicos, entre eles, o Simple System One. Título: Reproduzindo o movimento em 3D: fotografia estereoscópica de celular. Apresentadores: Inaê Coutinho de Carvalho e Jorge Ferreira do Valle Neto Resumo do trabalho: Projeto de História da Arte de produção e observação de fotografias estereoscópicas para alunos do segundo ano do Ensino Médio. Apoiada pela oficina de máquinas

12

NIDP | 2º Semestre 2015

mecânicas da escola, realizada pelo professor de Física, partiu da obra de Jacques-Henri Lartigue representante da cultura moderna do Séc XX - para instigar os alunos a produzir fotografias a serem visualizadas em 3D por meio do uso de aparatos estereoscópicos. Trabalho com Novas Tecnologias de acordo com Parâmetros Curriculares Nacionais. MEDIADORES: Adenílson Francisco Bezerra; Alexandre Abbatepaulo; Andréa Bivar Correia; Antonio Sérgio P. de Almeida; Aparecida Martão Flório; Beatriz Votta Pelizzaro de Oliveira; Carolina Maria Cintra Laloni Gentil; Christiane Augusto Gomes da Silva; Clara Aparecida B. Ribeiro Haddad; Cláudia de Almeida Boyago Priore; Cristiano Guastelli; Cristina Palulian; Daniela de Arruda Garcia; Daniela Maria Bertero Coccaro; Djamilia Vieira Glória Silbermann; Eduardo Zayat Chammas; Fabiana Ferreira Queirolo; Gisele Cova dos Santos Rodrigues; Helena Silva Pinto do Carmo; Inaê Coutinho de Carvalho; Jeannette Alicke De Vivo; João Marcello de Araújo C. Lopes de Almeida; José Fernando de Barros Nogueira; Juan Carlos Ramirez Mondejar; Karina Simas Vianna Nogara; Karyn Bulbarelli; Larissa Teodoro Andrade; Leandro Lamano Ferreira; Luciana Maria Loreti Bolonha; Luís Paulo Costa Accorsi Pardi; Luiz Fernando Correia de Oliveira; Luiza Regina Branco Fernandes; Marcelo Luiz Caleiro e Wild Veiga; Márcia Sprenger Dalla Stella; Margareth Polido Pires Ferreira; Maria Soledad Clari Csatlos; Miguel Castilho Júnior; Paula Rabello; Paulo Chagas Dalcheco; Roberta Hernandes Alves; Robervânia Correia Araújo; Rodrigo Dias; Rosana da Silva Garcia Solha; Stefano Bigotti; Sylvia Figueiredo Gouvêa; Társio Magalhães Tognon Vieira de Souza; Vagner Rodrigues de Moraes; Victor Borges Sobreira e Vinícius de Castro Soares.

Acesse o Livro do Congresso. Utilize o leitor de QR Code do seu dispositivo móvel.


A ESCOLA CONECTADA NIDP inicia mais uma ação formativa – o Ciclo de Debates Organizado pelo NIDP em parceria com a MEL (Media Education Lab), o primeiro encontro do Ciclo de Debates NIDP, ocorrido em abril, reuniu duas das principais referências em políticas públicas para a educação no Brasil para abordar o tema “A escola conectada à comunidade”. Maria do Pilar Lacerda esteve à frente da Secretaria de Educação Básica (SEB) do Ministério da Educação (MEC) entre 2007 e 2012, além de ter participado da formulação do programa Escola Integrada, para o Ensino Fundamental de Belo Horizonte. Heloísa Mesquita, por sua vez, foi gerente estratégica do programa Ginásio Experimental Carioca (GEC), na Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro, de 2010 a 2014, projeto voltado para atender jovens do 7º ao 9º ano do Ensino Fundamental da educação pública em horário integral, atuando como núcleo irradiador de amplo movimento de qualificação da Educação Básica carioca. O primeiro dos três encontros que acontecerão em 2015 permitiu uma reflexão sobre os caminhos para se ter uma “escola conectada à comunidade”. Em agosto, um novo debate abordará “A escola conectada aos pais” e, em outubro/novembro, um sobre “A escola conectada ao mundo digital”. O NIDP acredita na importância de sediar eventos como esse, que oportuniza importantes reflexões e mantém o histórico da Lourenço Castanho, que, desde a sua fundação, caracterizouse como um polo de reflexão sobre os assuntos relacionados à educação. Pilar falou primeiro e trouxe um olhar mais amplo do assunto, tendo o Brasil como principal base de seus argumentos. Para ela, se podemos nos comparar economicamente com as 10 maiores potências mundiais, temos que buscar resultados que permitam nos equiparar também na questão educacional. Ela foi enfática ao apontar que o ponto de virada está na aproximação da escola com a comunidade. O que falta, segundo Pilar, é desenvolvermos uma cultura que evidencia que o fortalecimento do país nos mais diversos sentidos está intimamente ligado a melhora da educação. A partir dessa percepção, o senso de

pertencimento fica mais claro, afinal a comunidade em geral tem interesse em aprimorar a vivência dos estudantes na escola. Heloísa, que contribuiu com um olhar mais local, citando especialmente a experiência da cidade do Rio de Janeiro, começou sua fala lembrando de uma pesquisa realizada com cerca de 3 mil jovens cariocas na qual a maioria afirmou que o principal ator que influência positivamente na sua aprendizagem é a família. Essa foi uma das premissas básicas que embasou a criação dos Ginásios Experimentais Cariocas (GECs). As escolas da rede municipal do Rio de Janeiro – maior rede do Brasil – passaram a convidar membros das famílias dos alunos para oferecerem eletivas nas escolas de assuntos que dominavam. O resultado foi que os conhecimentos locais, como o de matemática financeira de uma mãe que trabalhava em uma agência de banco, por exemplo, passaram a estar disponíveis para os alunos. O envolvimento foi claro e o impacto se deu, inclusive, nas disciplinas curriculares. Além dos pais, Heloísa destacou a importância do envolvimento de outros membros da comunidade, como voluntários, por exemplo. O Portal Aprendiz, importante canal de comunicação sobre educação, repercutiu o evento. A matéria é assinada pelo ex-aluno Danilo Mekari. A íntegra das falas de Maria do Pilar Lacerda e Heloísa Mesquita estão disponíveis no site da Escola.

Acesse a matéria do Portal Aprendiz.

Acesse os vídeos de Maria do Pilar Lacerda e Heloísa Mesquita.

Utilize o leitor de QR Code do seu dispositivo móvel.

NIDP | 2º Semestre 2015

13


Competências Específicas FESTA JUNINA 2015: HISTÓRIAS DE BRINCAR, CANTAR E DANÇAR! Fabiana Queirolo Na Festa Junina da Lourenço Castanho deste ano, contamos com a participação do grupo Histórias de Brincar, formado por Flora Barcellos, Flora Poppovic e Marina Siqueira. As apresentações de cada série da Educação Infantil e Fundamental I foram elaboradas pelo grupo convidado em conjunto com os professores de música, movimento, artes visuais e educação física. O processo envolveu brincadeiras, músicas, adereços, gestos e danças de diversas regiões do país, tendo sempre uma história como fio condutor, repleta de significados. Desse modo, pudemos celebrar, no contexto da festa, a alegria das crianças ao vivenciar diversas manifestações de nossa cultura popular. Segue, abaixo, um resumo da história contada por meio das apresentações de cada série: Infantil 2 – Símbolos e Brincos: O Infantil 2 pegou um balão junto com suas famílias e foi parar lá na roça, do lado de uma capelinha feita de melão. Foi então que soltaram um outro balão, de ouro, mandando recado pro céu e avisando a todos que a festa iria começar! Músicas: Capelinha de Melão; Balão-ão; Cai, Cai Balão; Balão de ouro Artes Visuais: Pintura de chapéus e estandarte da classe Infantil 3 – Manifestações: Coco e Cacuriá O Infantil 3 chegou pra enfeitar nossa festa e logo que as crianças entraram foi caindo do céu uma chuva de flores coloridas e, então, em uma roda bem bonita, cada turma foi pegando as flores vermelhas, verdes e amarelas e formando suas flores gigantes. Com tanta flor e tanto perfume logo chegaram os beija-flores batendo as asas bem depressa, rodando e beijando as florzinhas desse quintal!

14

NIDP | 2º Semestre 2015

Músicas: Tá caindo fulô; Rosa que dá cor; Beija a florzinha Artes Visuais: Pintura de latas e estandarte da classe Infantil 4 – Manifestações: Coco e Cacuriá Vão chegando os convidados: Junto com os beija-flores chegaram também outros bichos para a festa, um que anda muito, muito rápido e outro que anda muito, muito, mas muito mesmo, devagar. As crianças emas-corredeiras do Infantil 4 entraram na festa colocando a perna lá no alto e andando muito depressa e depois os jabutis-crianças de várias cores foram entrando na roda bem devagar e mostrando como se dança jabuti. Depois, todos os bichos crianças, professores, pais e mães foram convidados a entrar nessa festa como vasos velhos quebrados que viravam vasos novos e bonitos. Músicas: Ema corredeira; Jabuti; Olaria do Povo Artes Visuais: Bandeirolas com grafismos e estandarte da classe Infantil 5 – A Fogueira de São João, Cacuriá, Coco, Samba de roda As crianças do Infantil 5 chegaram com suas vassouras mágicas limpando o salão para a festa finalmente começar! Mandaram embora a sujeira, a briga e a tristeza; e colocaram na sacola o abraço, a alegria e a beleza! E Depois de toda essa limpeza, a natureza mandou um presente pra essa festa ficar ainda mais bonita: um arco-íris colorindo o céu! Viva! Esse arco-íris, com a ajuda das crianças, coloriu tudo em volta mas trouxe também um vento que levou embora a luz da festa... As crianças usaram então um candeeiro que alumiou tudo pra dança continuar. Só que depois de muita limpeza, muita


Apresentação do 4o ano.

música e muita dança, o candeeiro também se apagou, e então as crianças resolveram convidar um menininho chamado João, que tinha os cabelos de fogo. Assim, João sacudiu seus cabelos e fez uma linda fogueira para salvar a festa. As crianças convidaram suas famílias e brincaram de pular fogueira a noite inteira!

com toda essa bagunça, apareceram por ali uns macacos atrás de comida...e assim, pais, mães, tios e avós foram convidados para vir ao centro dessa aldeia pilar as crianças-macacos do primeiro ano. Foi muito divertido e saltitante!

Músicas: Varre Moreninha; Arco-íris; Candeeiro; Pula a fogueira

Artes Visuais: Autorretrato junino com corpo articulado

Artes Visuais: painéis inspirados na tradição da fogueira das festas juninas e estandarte da classe 1o Ano – Manifestações: Matriz Indígena, Caboclinho As tribos das crianças do Primeiro Ano chegaram na festa para ensinar a todos a preparar a comida. Entraram semeando a terra com suas maracás, arrancaram a mandioca da terra, colocaram-na no pilão e bateram o monjolo no pilão com o corpo inteiro, fazendo diversos movimentos! Depois que a mandioca já estava bem amassada, peneiraram em grandes rodas-peneiras e transformaram mandioca e milho em farinha! Pronto: agora poderiam fazer muitas comidas! Mas, acontece que, de repente,

Músicas: Ô mama dôo; Monjolo; Peneirei fubá; Macaco pisa o milho

2o Ano – Matriz Indígena, Africana e Ibérica História da ciranda: quem contou essa história não foi nem as crianças nem os professores e, sim, um peixe piaba que costuma viver nadando na água e também voando no alto do céu. Essa piaba contou que existem várias versões sobre a origem da ciranda, uma delas conta que ela veio de Portugal, navegando pelos mares até chegar mareada aqui no Brasil. A outra conta que o movimento de girar simulava uma grande peneira, chamada zaranda e que talvez daí venha o nome Ciranda. E essa piaba ainda contou uma terceira versão dessa história, disse que viu em uma praia de Pernambuco, umas crianças brincando na areia imitando o desenho

NIDP | 2º Semestre 2015

15


das ondas do mar, com os braços e o corpo indo pra cima e pra baixo, pra cima e pra baixo... e assim, as crianças do Segundo Ano entraram nessa festa cirandando, chamaram a piaba para sair da lagoa e contar essa história, pegaram o caminho de Viseu, fizeram a farinhada em grandes peneiras-zarandas e, por fim, chamaram suas famílias para brincar de rodar imitando as ondas do mar. E quem ensinou tudo isso pra gente, foi uma senhora que vive em uma ilha em Pernambuco, a Lia de Itamaracá. Apresentação do Infantil 3.

Músicas: Lia de Itamaracá; Piaba saia da lagoa; Farinhada; Caminho de Viseu Artes Visuais: Bordados inspirados brincadeiras preferidas das crianças

nas

3o Ano – Manifestação: Coco

Apresentação do Infantil 4.

As crianças do Terceiro Ano vieram nessa festa junina mostrar pra todo mundo como se constrói uma casa. Já entraram pisando o pé no ritmo do coco pra assentar o chão do salão! Depois que fizeram o chão foram construindo parede e teto de suas casinhas de bambuê, feitas de bambu e barro! Depois da casa construída enfeitaram essa festa com rosas, versos, fogueira e um bolo de fubá. Por fim, soltaram um balão pra comemorar! Viva! Músicas: Pisa Morena; Casinha de Bambuê; Roseira, oh Rosá Artes visuais: Pinturas de fachadas do bairro Vila Nova Conceição

Apresentação do 1o ano.

Apresentação do 2o ano.

16

NIDP | 2º Semestre 2015

4o Ano – Manifestações: Encontro de bois do Maranhão, da Amazônia e de Santa Catarina Vocês sabiam que o boi é uma brincadeira feita em várias regiões do Brasil? As crianças do Quarto Ano contaram essa história para todos, entrando na festa com suas matracas na mão em forma de batalhão de ouro, representando o Bumba-meuboi do Maranhão. Logo depois, seguiram viagem para encontrar um boi que vive lá no norte, um boi de duelo, um boi brigão. Representados pelas cores Azul e Vermelho, Caprichoso e Garantido, incendiaram o salão com os desafios de pular, girar e dar estrela. As crianças seguiram viagem


com seus bois e chegaram ao sul do país; foi quando conheceram um boi feito com a cabeça de mamão verde, era o Boi de Mamão! Esse boi foi logo desmaiando, dizem que ele estava “embruxado”. Vieram então os médicos e os índios, tentaram acordá-lo, mas não conseguiram... Por fim, apareceram ali umas senhoras rendeiras e benzedeiras que, com seus raminhos de alecrim, cominho e manjericão, fizeram o boi levantar e dançar muito no salão! Só que esse boi levantou muito bravo e as crianças tiveram que se empenhar para controlar a situação! Para isso, convidaram os pais para dançar, cantar e contar que esse boi era feito de mamão verde e de papelão! Ê Boi! Músicas: Maracá; Boi do Amazonas (Gigante que bicho é esse); Boi Sarapintado Artes Visuais: chapéus e bois usados nas apresentações

5o Ano – Manifestações: Coco de roda, Coco de embolada, Jongo e Catira O Quinto Ano contou uma história de duelo entre dois personagens famosos, vindos de mundos completamente diferentes: Lampião, que veio do sertão, e Lancelote, que veio da Idade Media! Assim, as crianças entraram no salão com corpo de cavaleiro e de cangaceiro do sertão. Logo que se viram, os guerreiros se cumprimentaram ao passo do jongo e começaram a se desafiar! Foram duelos de corpo, percussão e verso que só terminaram quando apareceu por ali um padre vigário que ensinou um jeito diferente de brigar e brincar: o sapateado da catira! E assim, pais e filhos, lampiões e lancelotes, formaram grandes rodas e experimentaram formas diferentes de bater palmas e pés... A paz reinou entre as famílias e a festa seguiu, ainda mais bonita e divertida! Músicas: Candeeiro; Vamos cantar embolada; Nandaia Artes Visuais: mamulengos baseados em personagens de cordéis populares

Acesse os vídeos das apresentações da Festa Junina. Utilize o leitor de QR Code do seu dispositivo móvel.

Ensino Fundamental 2 Como nos últimos anos, o Sexto Ano apresentou uma quadrilha cênica muito divertida, inspirada em tradições de nossa cultura popular. O Oitavo Ano também entrou na festa, e transformou nossa quadra em um salão de baile, onde o autêntico forró brasileiro foi tocado e cantado pelos alunos! Confira a lista de todas as apresentações: 6o Ano – Cena teatral inspirada na quadrilha tradicional – Artes Cênicas 8o Ano – Forró e quadrilha tradicional – Música 7o e 9o Anos – Retratos de ídolos populares – Artes Visuais (oficina optativa) 6o e 8o Anos – Pinturas de personagens da cultura popular – Artes Visuais (oficina optativa) F2 e EM – Apresentação de bandas musicais – Oficinas regulares de Percussão e de Bandas

Apresentação do 6o ano.

NIDP | 2º Semestre 2015

17


MATEMÁTICA NA LOURENÇO CASTANHO Pressupostos teóricos que embasam o alinhamento do processo de ensino e de aprendizagem na Matemática na Escola Lourenço Castanho Paula Rabello e Vera Fragoso Como uma das etapas de implementação do currículo, o componente de Matemática, apoiandose em alguns pressupostos teóricos, se realinha a fim de buscar o planejamento por competências e habilidades. A identificação desses pressupostos teóricos apenas se faz eficiente quando incorporada à prática dos professores no dia a dia. Sendo assim, o trabalho de discussão das teorias gerou grupos de estudos nos diferentes ciclos para possibilitar a introdução desses princípios na sala de aula. Aportes teóricos O primeiro pressuposto teórico reside na Teoria das Situações Didáticas de Guy Brousseau (2008) e possibilita a compreensão das especificidades da Matemática na elaboração das sequências didáticas. Sendo uma teoria desenvolvida para compreender as relações que acontecem entre alunos, professor e saber, sua utilização, corroborando a proposta curricular da Escola, promove o protagonismo do

Professor

Professor e aluno

estudante, unifica a Matemática e possibilita um pensamento em competências e habilidades. De acordo com a Teoria das Situações Didáticas “cada conhecimento ou saber pode ser determinado por uma situação”. Qualquer ação (ou várias ações) envolvendo duas ou mais pessoas pode ser considerada uma situação que, para ser solucionada, requer a mobilização do conhecimento a ser desenvolvido. Essa teoria pressupõe uma situação adidática, inserida nas situações didáticas, que, por meio da mediação do professor, promove ação, investigação, formulação e validação por parte do aluno para que ele produza um novo conhecimento matemático. Essa situação adidática dialoga diretamente com a busca pelo protagonismo do aluno. O esquema apresentado abaixo ilustra a aplicação da Teoria das Situações Didáticas, marcando os momentos de intervenção de cada ator no processo de construção do conhecimento matemático: aluno e professor.

1. Contextualização + devolução 2. Situação adidática Ação Formulação Validação 3. Institucionalização

FIGURA 1 - ESQUEMA DE APLICAÇÃO DA TEORIA DAS SITUAÇÕES DIDÁTICAS. (MACHADO, P. 103)

18

NIDP | 2º Semestre 2015

Aluno


Exemplo de situação matemática – “Corrida ao 20” A situação matemática a ser explorada pode ser usada para mais de um fim: discutir a busca de padrões, dar significado à divisão euclidiana ou ainda introduzir a ideia de sequências numéricas. Essa situação se inicia com o jogo chamado “Corrida ao 20”, realizado entre duas pessoas, em que um jogador começa dizendo o número 1 ou número 2. O jogador seguinte deverá somar ao número dito pelo primeiro jogador uma ou duas unidades. Em seguida, o primeiro jogador soma uma ou duas unidades ao número dito pelo colega e assim por diante. O primeiro a dizer o número 20 é o vencedor. Na primeira fase da situação, o professor realiza a contextualização + devolução, apresentando as regras do jogo (contextualização) e realizando uma partida com um aluno para ajudá-los a compreender essas regras. Após essa primeira partida, o professor organiza os alunos em duplas e coloca sobre eles a expectativa de encontrar uma estratégia vencedora. Esse momento é chamado de devolução, quando o professor devolve ao aluno a responsabilidade pela construção de um conhecimento. Na segunda fase, os alunos assumem o protagonismo, iniciando a chamada fase adidática. Realizam o primeiro momento de ação, como mostrado no diagrama anterior, jogando algumas vezes para compreender o jogo. Em seguida, partem para a formulação, quando a maioria percebe, implicitamente, a vantagem de chegar ao número 17. Os alunos elaboram, nesse momento, hipóteses a respeito da estratégia vencedora. Na terceira fase, o professor sugere a troca das duplas, para que os alunos possam validar suas hipóteses (validação), testando-as em relação à estratégia vencedora. Ao longo dessas três fases, o professor se responsabiliza pela mediação, especialmente se o jogo da descoberta fica estagnado. Essa mediação se dá, em grande parte, por meio de alguns questionamentos: Quem dirá 20? Quem dirá 17? Na quarta fase, também conhecida como institucionalização, o professor retoma as estratégias propostas pelos alunos e sistematiza o que foi observado até o momento, concluindo que, para ganhar, é necessário iniciar o jogo e dizer a sequência de números 2, 5, 8, 11, 14 e 17.

A noção de Raymond Duval (2012), acerca das diferentes representações de um conceito/objeto matemático e da necessidade de compreensão dessas representações para apreensão dos conceitos, constitui o segundo pressuposto teórico que embasa a prática da equipe de Matemática da Lourenço Castanho. Segundo o autor, “o entendimento dos objetos e dos conceitos em matemática começa, somente, no momento em que o aluno é capaz de mobilizar e de coordenar espontaneamente dois registros de representação para um mesmo objeto” (DUVAL, 2012). Para ele, é imprescindível à compreensão da Matemática a distinção entre um objeto e sua representação e isso só é possível por meio do reconhecimento dos diferentes registros. Dessa forma, a teoria de Duval se preocupa com a ligação entre a semiose, apreensão ou produção de uma representação semiótica1, e a noesis, apreensão conceitual de um objeto, representada pela tríade abaixo.

FIGURA 2 - DIFERENTES ELEMENTOS QUE ENVOLVEM A COMPREENSÃO DE UM OBJETO.

__________________________________ 1 Representação semiótica é entendida como “produções constituídas pelo emprego de signos pertencentes a um sistema de representações que tem inconvenientes próprios de significação e de funcionamento” (DUVAL, p. 269).

NIDP | 2º Semestre 2015

19


Ainda segundo Duval, existem diferentes tipos de mudanças de registro que podem ocorrer e que geram custos cognitivos distintos. Um tipo de mudança estaria no reconhecimento da seguinte igualdade: 0,5 = ½ . Outra mudança possível seria a representação gráfica de uma expressão algébrica que pode, por exemplo, caracterizar uma função algébrica. A compreensão dessa transformação, de gráfica para algébrica, é importante para conhecer de forma mais profunda o objeto matemático função. Apoiando-nos nas palavras de Roxo (1937), que apontam para a abordagem da Matemática como uma ciência unificada, a Escola Lourenço Castanho sustenta um trabalho que articule suas diferentes frentes sem qualquer fragmentação. O autor reconhece a necessidade de especialização, por parte dos matemáticos, inerente ao aprofundamento da ciência; entretanto, essa fragmentação é muito mais artificial que natural. Roxo sustenta que “mesmo nos elementos mais simples, quando traçamos limites bem nítidos, não tardamos a perceber que há regiões fronteiriças diante das quais nosso espírito fica embaraçado”. Finalmente, o trabalho de Vergnaud, discutido na obra de Machado (1999), a respeito dos campos conceituais assume um papel importante na identidade do componente. As pesquisas fundamentadas nessa área têm tomado como objeto de estudo as estruturas aditivas e multiplicativas,

20

NIDP | 2º Semestre 2015

que, de acordo com o pesquisador, estariam inseridas em campos conceituais. A ideia de campo conceitual reconsidera a percepção de conceitos únicos e fechados, trazendo uma dimensão que daria conta das inúmeras relações feitas por um indivíduo que avança na compreensão dos conhecimentos matemáticos. De acordo com Franchi apud Machado (1999), “a influência dessas situações [situações iniciais de uso dessas estruturas] na constituição dos significados das operações matemática e os danos causados pelo descarte dessa influência no ensino são mais fortemente identificados comparativamente às mais avançadas” (p.190). Segundo Mendonça et al. (2007), “a teoria dos ‘Campos Conceituais’ de Gerard Vergnaud fornece elementos para a análise das dificuldades dos estudantes e constitui uma ferramenta poderosa para a construção de situações-problema” (p. 224). Como mostra o mapa conceitual abaixo, corroborado por Mendonça et al, um campo conceitual é um conjunto de situações que demandam conceitos e o uso de representações simbólicas estabelecendo estreitas conexões entre si. Os autores tratam ainda do caso específico da adição e da subtração, que são “exemplos de conceitos onde não faz sentido estudá-los isoladamente, mas sim dentro de um campo conceitual, o das Estruturas Aditivas” (MENDONÇA et al, 2007).


Os conceitos envolvidos nessas estruturas são muito diversos e constituem um conhecimento que é adquirido pelos alunos a médio e longo prazos, sendo distribuídos e retomados ao longo de anos. Sendo assim, não é possível associar os problemas aditivos e subtrativos a determinados níveis de escolaridade. A construção dos diferentes significados leva tempo e ocorre pela descoberta de diferentes procedimentos de solução. Segundo a teoria de Vergnaud apud Machado (1999), os problemas de estrutura aditiva podem ser classificados da seguinte forma: Composição – São problemas simples de relação entre o todo e suas partes. São conhecidas as partes e se busca o todo ou é conhecido o todo e uma das partes e se busca a outra parte. Exemplos: O álbum de figurinhas do Caio tem 45 figurinhas e ele já colou 15. Quantas figurinhas faltam para ele completar o seu álbum? Carla tem um estojo cheio de lápis: 23 são coloridos e 12 são grafite. Quantos lápis Carla tem? Transformação – São problemas envolvendo temporalidade, mudança de uma situação inicial em uma situação final, em que a alteração do estado inicial pode ser positiva ou negativa. Positiva se a situação final é maior que a inicial e negativa se a situação final é menor que a inicial. Exemplos: Hoje, pela manhã, ganhei 19 bolinhas e voltei para casa com 35. O que aconteceu com minha coleção de bolinhas? (transformação positiva) Fábio tinha 22 figurinhas da Copa para bater com seus amigos. Quando voltou, estava com 8 figurinhas. O que aconteceu com as figurinhas de Fábio? (transformação negativa) Comparação – São problemas comparativos em que está presente a ideia de comparar para obter uma igualdade ou encontrar a diferença numa situação em que há desigualdade. Envolvem equiparações (igualar comparando) presentes nas relações: “a mais”, “a menos”, “completar” e “quantos faltam”. Exemplos: Pedro e Bruno estavam jogando com os dados. No final de várias partidas, Pedro fez um total de 47 pontos e Bruno 83. Quem fez mais pontos? E quantos a mais? Grupos de estudos e formação Os professores de Matemática da Lourenço Castanho, desde a Educação Infantil ao Ensino Médio, estabelecidos em diferentes espaços e formatos, como grupos de trabalho (GTs), reuniões

vespertinas e encontros oferecidos pelo NIDP, participam de formações para discutir os aportes teóricos e identificar as suas implicações nos instrumentos de construção do nosso currículo. Reconhecer o papel da sequência didática, dos indicadores nas situações didáticas, possibilita incorporar a noção de Teoria das Situações Didáticas na sua prática, da mesma forma que a seleção dos indicadores permite identificar as conversões de representação potentes e coerentes com os diferentes níveis, como propõe Duval. Por fim, a compreensão da Teoria dos Campos Conceituais propicia a elaboração de situações que podem compor atividade de aprendizagem e que ajudam, por meio da mediação do professor, conduzir o aluno a construir o conhecimento matemático. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BROUSSEAU, Guy. Introdução da teoria das situações didáticas. São Paulo: Editora Ática, 2008. DUVAL, Raymond. Registros de representação semiótica e funcionamento cognitivo do pensamento. Tradução de Méricles Thadeu Moretti. Revista Eletrônica de Educação Matemática, Florianópolis, v. 7, n. 2, p. 266-297, dez. 2012. ISSN 1981-1322. Disponível em: <https://periodicos. ufsc.br/index.php/revemat/article/view/19811322.2012v7n2p266>. Acesso em: 21 jun. 2015. MACHADO, Silvia Dias Alcântara (Org.). Educação matemática: uma (nova) introdução. São Paulo: EDUC, 1999. MENDONCA, Tânia Maria et al. As estruturas aditivas nas séries iniciais do ensino fundamental: um estudo diagnóstico em contextos diferentes. Relime, México, v. 10, n. 2, jul. 2007. Disponível em: <http://www.scielo.org.mx/scielo.php?script=sci_ arttext&pid=S1665-24362007000200003&lng=es &nrm=iso>. Acesso em: 21 jun. 2015. PANIZZA, Mabel et al. Ensinar matemática na educação infantil e nas séries iniciais: análise e propostas. Tradução de Antonio Feltrin. Porto Alegre: Artmed, 2006. PARRA, Cecilia; SAIZ, Irma (Orgs.). Didática da matemática: reflexões psicopedagógicas. Tradução de Juan Acuna Llorens. Porto Alegre: Artes Médicas, 1996. ROXO, Euclides. A matemática na educação secundária. São Paulo: Nacional, 1937.

NIDP | 2º Semestre 2015

21


O JOGO E A EDUCAÇÃO INFANTIL Tizuko Morchida Kishimoto2 a movimentação das peças. Já a construção de um barquinho exige não só a representação mental do objeto a ser construído mas também a habilidade manual para operacionalizá-lo.

Projeto “VEM BRINCAR, CRIANÇADA!” - 2º ano, 2014.

Jogo, brinquedo e brincadeira Tentar definir o jogo não é tarefa fácil. Quando se diz a palavra jogo cada um pode entendê-la de modo diferente. Pode-se estar falando de jogos políticos, de adultos, de crianças, de animais ou de amarelinha, de xadrez, de adivinhas, de contar estórias, de brincar de “mamãe e filhinha”, de dominó, de quebra-cabeça, de construir barquinho e uma infinidade de outros. Tais jogos, embora recebam a mesma denominação, têm suas especificidades . Por exemplo, no faz de conta , há forte presença da situação imaginária, no jogo de xadrez, as regras externas padronizadas permitem __________________________________ 2 Professora de Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo. PERSPECTIVA. Florianópolis, UFSC/CED, NUP, n. 22, p. 105-128.

22

NIDP | 2º Semestre 2015

O que dizer de um jogo político quando se imagina a estratégia e a astúcia de parlamentares e empresários negociando vantagens para conseguir seus objetivos? Ou de uma partida de basquete em que a estratégia do armador é a responsável pela vitória? Ou de um jogo de baralho em que o objetivo maior é o dinheiro a ser ganho na partida? Quais os elementos que caracterizam tais jogos? A incerteza que paira em qualquer partida, quer seja de basquete ou futebol? A astúcia dos políticos? A estratégia do jogador de xadrez? O prazer que acompanha brincadeiras de pular amarelinha ou soltar pipa? A flexibilidade de conduta que leva o jogador a experimentar novas jogadas, novas situações? O desenvolvimento de uma habilidade cognitiva, manual ou social subjacente a um jogo de construção? O não-sério, o fútil, que caracteriza o jogo pelo dinheiro? Outras indagações que começam a aparecer, quando se fala em utilizar jogos como a dama para ensinar cálculo matemático ou quebra-cabeças para ensinar formas geométricas. Nesse caso, temos o jogo ou é o ensino que prevalece? Leia o artigo completo:

Acesse o artigo. Utilize o leitor de QR Code do seu dispositivo móvel.


Vem aí:

Educação Infantil e Ensino Fundamental I

MOSTRA CULTURAL Ensino Fundamental II e Ensino Médio

28 DE NOVEMBRO

24 DE OUTUBRO

NIDP | 2º Semestre 2015

23


NEPS “Ser humano, Terra e natureza se pertencem mutuamente. Por isso é possível forjar um caminho de convivência pacífica. É o desafio da educação", escreve Leonardo Boff, filósofo, teólogo e escritor. Educar para sustentabilidade está longe de ser fácil, ainda que se faça cada dia mais necessário. A questão socioambiental, se bem trabalhada, responsabiliza. Se mal trabalhada, culpa e imobiliza. Daí a importância em repensarmos a forma com que trabalhamos os temas socioambientais. Acreditamos que abordar na escola aspectos acadêmicos, cognitivos e afetivos de maneira combinada certamente colaborará na formação de pessoas mais íntegras, integrais e interligadas, passo fundamental para uma sociedade mais sustentável. No texto sugerido pelo NEPS, Leonardo Boff torna sensível e evidente a urgência em buscarmos caminhos para educarmos para sustentabilidade.

SUSTENTABILIDADE E EDUCAÇÃO Leonardo Boff A sustentabilidade [...] não acontece mecanicamente. Resulta de um processo de educação pela qual o ser humano redefine o feixe de relações que entretém com o Universo, com a Terra, com a natureza, com a sociedade e consigo mesmo dentro dos critérios de equilíbrio ecológico, de respeito e amor à Terra e à comunidade de vida, de solidariedade para com as gerações futuras e da construção de uma democracia sócio-ecológica sem fim.

não muda o mundo mas muda as pessoas que vão mudar o mundo”. Agora todas as pessoas são urgidas a mudar. Não temos outra alternativa: ou mudamos ou conheceremos a escuridão.

Estou convencido de que somente um processo generalizado de educação pode criar novas mentes e novos corações, como pedia a Carta da Terra, capazes de fazer a revolução paradigmática exigida pelo risco global sob o qual vivemos. Como repetia com frequência Paulo Freire: “a educação

Mas este tipo de educação é ainda insuficiente. A situação mudada do mundo exige que tudo seja ecologizado, isto é, cada saber deve prestar a sua colaboração a fim de proteger a Terra, salvar a vida humana e o nosso projeto planetário. Portanto, o momento ecológico deve atravessar todos os saberes.

24

NIDP | 2º Semestre 2015

Não cabe aqui abordar a educação em seus múltiplos aspectos tão bem formulados em 1996 pela UNESCO: aprender a conhecer, a fazer, a ser e a viver juntos; eu acrescentaria aprender a cuidar da Mãe Terra e de todos os seres.


- Perspectivas ambientais que comportam: recursos naturais (água, energia, agricultura e biodiversidade); mudanças climáticas; desenvolvimento rural; urbanização sustentável; prevenção e mitigação de catástrofes.

para sua transformação. Isto implica superar a visão reducionista e mecanicista ainda imperante e assumir a cultura da complexidade. Ela nos permite ver as interrelações do mundo vivo e as ecodependências do ser humano. Tal verificação exige tratar as questões ambientais de forma global e integrada. Deste tipo de educação se deriva a dimensão ética de responsabilidade e de cuidado pelo futuro comum da Terra e da humanidade. Faz descobrir o ser humano como o cuidador de nossa Casa Comum e o guardião de todos seres. Queremos que a democracia sem fim (Boaventura de Souza Santos) assuma as características sócio-ecológicas pois só assim será adequada à era ecozóica e responderá às demandas do novo paradigma.

- Perspectivas econômicas que visam: a redução da pobreza e da miséria; a responsabilidade e a prestação de contas das empresas.

Ser humano, Terra e natureza se pertencem mutuamente. Por isso é possível forjar um caminho de convivência pacífica. É o desafio da educação.

A 20 de dezembro de 2002 a ONU aprovou uma resolução proclamando os anos de 2005-2014 a Década da educação para o desenvolvimento sustentável. Neste documento se definem 15 perspectivas estratégicas em vista de uma educação para sustentabilidade. Referiremos algumas: - Perspectivas socioculturais que incluem: direitos humanos, paz e segurança; igualdade entre os sexos; diversidade cultural e compreensão intercultural; saúde; AIDS; governança global.

Como se depreende, o momento ecológico está presente em todas as disciplinas: caso contrário não se alcança uma sustentabilidade generalizada. Depois que irrompeu o paradigma ecológico, nos conscientizamos do fato de que todos somos ecodependentes. Participamos de uma comunidade de interesses com os demais seres vivos que conosco compartem a biosfera. O interesse comum básico é manter as condições para a continuidade da vida e da própria Terra, tida como Gaia. É o fim último da sustentabilidade.

Texto extraído do site: https://leonardoboff.wordpress.com/2012/05/06/ sustentabilidade-e-educacao/ Acesso em 23/06/2015. Informamos que o artigo foi publicado no ano de 2012 e não está de acordo com a Nova Ortografia.

A partir de agora a educação deve impreterivelmente incluir as quatro grandes tendências da ecologia: a ambiental, a social, a mental e a integral ou profunda (aquela que discute nosso lugar na natureza). Mais e mais se impõem entre os educadores esta perspectiva: educar para o bem viver que é a arte de viver em harmonia com a natureza e propor-se repartir equitativamente com os demais seres humanos os recursos da cultura e do desenvolvimento sustentável. Precisamos estar conscientes de que não se trata apenas de introduzir corretivos ao sistema que criou a atual crise ecológica mas de educar

NIDP | 2º Semestre 2015

25


Inovação FORMAÇÃO EM TECNOLOGIA EDUCACIONAL: PARCERIA - NIDP, ICLOC E DIRETORIA DE ENSINO DA ZONA LESTE No ano de 2014, durante o VI Congresso ICLOC de Práticas na sala de aula, Luiza Regina Fernandes e Rodrigo Lemonica, educadores da Escola Lourenço Castanho, compartilharam suas experiências com ferramentas digitais com os alunos do Ensino Fundamental II. Após o evento, uma das congressistas, Glaucineide de Menezes Garcês, Professora Coordenadora do Núcleo Pedagógico (PCNP) da Diretoria de Ensino da Zona Leste 2, procurou a Escola com a intenção de compreender como as tecnologias digitais se articulam ao currículo. Os professores Regina e Rodrigo acolheram a demanda trazida e apresentaram o perfil do egresso em relação à tecnologia digital (TE) do aluno da

Lourenço Castanho. Também, orientaram a PCNP a trabalhar com a internet, tendo como perspectiva a cooperação e o compartilhamento. Além disso, convidaram-na a participar de algumas ofertas formativas oferecidas pelo NIDP – Trilha de inovação. Depois de diversos encontros, surgiu a ideia de organizar uma formação na Lourenço Castanho para toda a equipe de Professores Coordenadores do Núcleo Pedagógico, totalizando 25 educadores. A proposta se estruturou num curso de Mobile Learning – Cooperar e Compartilhar, em dois encontros de três horas. Ao final do encontro, estes educadores se tornariam multiplicadores de 70 coordenadores na região de São Miguel Paulista.

MOBILE LEARNING – COOPERAR E COMPARTILHAR Objetivos: Discutir com os professores o método utilizado no Flipped Classroom e apresentar diferentes aplicativos e programas para instrumentalizá-los. 1º dia • Alfabetização visual • Ferramentas de colaboração e compartilhamento – Google Docs e Office 365 • Ferramentas de apresentações: Google Apresentações, Padlet e ThingLink • Ferramentas para avaliação formativa: Google - Planilhas e Formulários • Direitos autorais: Creative commons 2º dia • Chat on-line: Today’s Meet • Ferramentas para elaboração de vídeo - TipCam e Educreations • Ferramenta para publicação das videoaulas – YouTube: criação de um canal e playlists • Khan Academy

26

NIDP | 2º Semestre 2015


LABORATÓRIO DE CRIAÇÃO

A formação ocorreu nos dias 09 e 16 de abril, no laboratório de criação, na unidade do Ensino Fundamental II, e foi conduzida pelos educadores Regina Fernandes e Rodrigo Lemonica, com o apoio do NIDP – Núcleo de Inovação e Desenvolvimento Profissional e do ICLOC – Instituto Cultural Lourenço Castanho.

Espaço utilizado semanalmente pelos estudantes para o uso do "Maker", ambiente que consiste na fabricação colaborativa de objetos. O laboratório é mais um espaço escolar para ampliar a autonomia dos alunos no processo de ensino-aprendizagem, com ferramentas de precisão, computadores com desempenho avançado, além de uma impressora 3D. Nesse ambiente, os alunos são estimulados a propor soluções para problemas do cotidiano, em mais uma ação da Escola que implementa o aprender fazendo. De acordo com os professores responsáveis, o trabalho realizado visa promover o desenvolvimento autônomo de técnicas criativas que possam solucionar problemas do cotidiano escolar e social. Dessa forma, ao longo do ano, os alunos terão o desafio de dar forma a projetos cuja implantação seja viável e que se revertam em uma possível intervenção no ambiente escolar.

NIDP | 2º Semestre 2015

27


Acontece PROGRAMAÇÃO NIDP 2015 EXPERIÊNCIAS FORMATIVAS POR TRILHA

ENCONTRO: às 7h45, na entrada do Fundamental I. DATA: 08/ago (Sábado) – das 7h45 às 18h CARGA HORÁRIA: 10 horas.

COMPETÊNCIAS ESSENCIAIS

INSCRIÇÕES: As inscrições precisam ser feitas até 30 de abril. No ato da inscrição, o colaborador deverá assinar a autorização para desconto em folha, na recepção da casa do conselho, com Simone.

ESTUDO DE CAMPO

Colaboradores R$ 40,00 – a ser descontado em folha.

TRILHA FORMATIVA:

VALOR:

Estrada Velha de Santos: De São Paulo a Santos: A ideia é descer a Estrada Velha de Santos a pé, por dentro do parque “Caminhos do Mar”, em um roteiro ecocultural de cerca de 9 km, em uma região de Mata Atlântica. O trajeto passa por monumentos e trechos de caminhos históricos da Serra do Mar, além de mirantes com vistas deslumbrantes para o litoral e a Baixada Santista. Para caminhar pela Estrada Velha, iremos de ônibus até a entrada da estrada em São Bernardo do Campo e sairemos por Cubatão, de onde um ônibus nos levará até o centro histórico de Santos para o almoço. No período da tarde, faremos uma visita à Bolsa Oficial do Café, imponente prédio histórico de 1922, onde visitaremos o Salão do Pregão, com seu mobiliário nobre, seu vitral, seus ricos ornamentos e o célebre tríptico do artista Benedito Calixto. A saída de São Paulo está prevista para as 8h e o retorno para as 18h.

Familiares R$ 80,00 – a ser descontado em folha.

Observação: a caminhada tem grau médio de dificuldade, devido à distância e ao grau de inclinação da estrada, com um pouco de declividade. Não recomendada para pessoas com dificuldade de locomoção, problemas em joelhos, tornozelos e pés. Não recomendado para pessoas idosas e crianças abaixo de 7 anos.

PÚBLICO ALVO: Todos os colaboradores e seus familiares.

CINEPIZZA LC “Entre Rios”: Documentário, produzido em 2009 por alunos do curso de Audiovisual do SENAC, que conta a história de São Paulo a partir da relação da cidade com os seus rios. O documentário mostra como os rios tiveram papel fundamental no nascimento e no desenvolvimento de São Paulo, e como a cidade virou as costas para os seus rios, enterrando muitos deles e transformando outros em canais de esgoto a céu aberto. Trata-se de um excelente documentário que oportuniza importantes discussões sobre São Paulo, tendo como referência os olhares das Ciências Humanas e das Ciências da Natureza. FORMADOR: Eduardo Chammas

NÚMERO MÍNIMO: 10 NÚMERO MÁXIMO: 30 DATA: 02/out (Sexta) – das 18h30 às 21h

FORMADOR: Eduardo Chammas

**Após o evento, Administração.**

PÚBLICO ALVO: Todos os colaboradores e seus familiares.

CARGA HORÁRIA: 2,5 horas.

NÚMERO MÍNIMO: 30 NÚMERO MÁXIMO: 50

28

NIDP | 2º Semestre 2015

teremos

pizza

na

INSCRIÇÕES: Até 10 dias da data de cada sessão


CICLO DE DEBATES

TRILHA FORMATIVA:

“A escola conectada aos pais” - Agosto

INOVAÇÃO

“A escola conectada ao mundo digital” - Outubro/ Novembro

OUTLOOK (e-mail, calendário e tarefas)

PÚBLICO ALVO: Todos os colaboradores e seus familiares. NÚMERO MÁXIMO: 300 Vide matéria na página 13 TRILHA FORMATIVA: COMPETÊNCIAS ESPECÍFICAS PEDAGÓGICO/EDUCACIONAL

Utilização dos e-mails: composição de novo e-mail, reencaminhar, apagar, catálogo de endereços, respostas automáticas, regras de arquivamento, utilização do calendário, compartilhamento do calendário, criação de tarefas particulares, compartilhamento de tarefas, acompanhamento de tarefas. Criação de assinaturas de e-mails, configurações do ambiente WEB do Outlook. Essas serão algumas das ferramentas apresentadas na formação. FORMADOR: Equipe de TI da LC

COMPETÊNCIAS

PÚBLICO ALVO: Todos os colaboradores da Escola.

Aprender Fazendo... Avaliação por Competências (Módulo II)

NÚMERO MÍNIMO: 15

Como acompanhar as mudanças curriculares no processo de avaliação? Qual a diferença da avaliação por competências da avaliação tradicional? Quais evidências os intrumentros de avaliação indicam no desenvolvimento de competências? Nessa oficina, vamos discutir sobre a avaliação do processo de desenvolvimento das competências e refletir sobre os instrumentos. FORMADORA: Beatriz Villarroel Andrade Glaessel PÚBLICO ALVO: Professores e coordenadores de todos os níveis de ensino. NÚMERO MÍNIMO: 15 NÚMERO MÁXIMO: 30 LOCAL: Ensino Fundamental II DATAS: 3 encontros – 17, 24 e 31/ago (Segunda) – das 18h30 às 20h30 CARGA HORÁRIA: 6 horas. INSCRIÇÕES: Até 10 dias antes do primeiro encontro.

NÚMERO MÁXIMO: 30 LOCAL: Ensino Fundamental II DATAS: 2 encontros– 02 e 03/set (Quarta e Quinta) – das 18h30 às 20h30 CARGA HORÁRIA: 4 horas. INSCRIÇÕES: Até 10 dias antes do primeiro encontro. ONENOTE Criação e compartilhamento de anotações, bloco de notas e cadernos. Criação de salas de aula para acompanhamento de trabalhos e fóruns de discussão. Essas serão algumas das ferramentas apresentadas na formação. FORMADOR: Equipe de TI da LC PÚBLICO ALVO: Todos os colaboradores da Escola. NÚMERO MÍNIMO: 15 NÚMERO MÁXIMO: 30 LOCAL: Ensino Fundamental II

NIDP | 2º Semestre 2015

29


DATAS: 3 encontros – 01, 08 e 15/out (Quinta) – das 18h30 às 20h30 CARGA HORÁRIA: 6 horas. INSCRIÇÕES: Até 10 dias antes do primeiro encontro. YAMMER Rede social da Microsoft, com possibilidade de comunicação de grupos fechados de discussão. Personalização da sua conta, alteração de foto, dados cadastrais, postagens. Criação de grupos, comunidades, configurando o Yammer em seu dispositivo móvel. Essas serão algumas das ferramentas apresentadas na formação. FORMADOR: Equipe de TI da LC PÚBLICO ALVO: Todos os colaboradores da Escola. NÚMERO MÍNIMO: 15 NÚMERO MÁXIMO: 30 LOCAL: Ensino Fundamental II DATA: 24/set (Quinta) – das 18h30 às 20h30 CARGA HORÁRIA: 2 horas. INSCRIÇÕES: Até 10 dias do encontro. TRILHA FORMATIVA: ADMINISTRAÇÃO E MARKETING EXCEL O curso EXCEL será divido em dois módulos. O módulo I, com 4 encontros de 2 horas, destinase a todos aqueles que pretendem assimilar os recursos básicos oferecidos pelo EXCEL e, então, utilizá-lo com eficácia na criação de planilhas eletrônicas, tanto para fins pessoais quanto profissionais. Os assuntos apresentados no decorrer das aulas incluem o trabalho simultâneo com várias planilhas, os cálculos com porcentagem, potência e

30

NIDP | 2º Semestre 2015

raiz, a referência a células, a utilização de funções, o controle da aparência da planilha, o uso de sequência, classificação e filtragem de dados. Já no módulo II, com 8 encontros de 2 horas, o objetivo é aprimorar suas habilidades por meio de técnicas avançadas para o desenvolvimento de planilhas eletrônicas mais sofisticadas. Os assuntos apresentados no decorrer das aulas incluem o trabalho com gráficos, a criação de modelos, o uso de espaços de trabalho e exibições personalizadas, referência e auditoria de fórmulas, a organização de dados, a dinamização de planilhas, a importação de dados, o trabalho com funções, a análise de dados, o uso de macros e formulários personalizados e a proteção de pastas de trabalho. FORMADOR: Moacyr Rodrigues Júnior PÚBLICO ALVO: Todos os colaboradores da Escola. NÚMERO MÍNIMO: 10 NÚMERO MÁXIMO: 25 LOCAL: Ensino Fundamental II DATAS: Módulo I - encerrado Módulo II - 8 encontros – 07, 14, 21 e 28/mai (Quinta) – das 17h às 19h 06, 13, 20 e 27/ago (Quinta) – das 17h às 19h CARGA HORÁRIA: Módulo II – 16 horas.


COMPETÊNCIAS ESSENCIAIS COMPETÊNCIAS ESPECÍFICAS INOVAÇÃO ADM E MKT

CURSO

DATA

DIA DA SEMANA

HORÁRIO

LOCAL

Ciclo de debates - “A escola conectada aos pais”

agosto

a definir

a definir

a definir

Estudos de campo – Estrada Velha de Santos

08/ago

Sábado

Das 7h45 às 18h

Encontro na unidade do Ensino Fundamental I

Cinepizza – “Entre rios”

02/out

Sexta

Das 18h30 às 21h

Educação Infantil

Ciclo de debates - “A escola conectada ao mundo digital”

outubro/ novembro

a definir

a definir

a definir

CURSO

DATA

DIA DA SEMANA

HORÁRIO

LOCAL

Aprender Fazendo – Avaliação por competências

17, 24 e 31/ago

Segunda

Das 18h30 às 20h30

Fundamental II

CURSO

DATA

DIA DA SEMANA

HORÁRIO

Outlook Onenote

Quarta e Das 18h30 às 20h30 Quinta 1, 8, 15/out Quinta Das 18h30 às 20h30 02 e 03/set

LOCAL Fundamental II Fundamental II

Yammer

24/set

Quinta

Das 18h30 às 20h30

Fundamental II

CURSO

DATA

DIA DA SEMANA

HORÁRIO

LOCAL

Excel

Modulo II 6, 13, 20 e 27/ago

Quinta

Das 17h00 às 19h00

Fundamental II

Faça suas inscrições por e-mail: nidp@lourencocastanho.com.br

NIDP | 2º Semestre 2015

31



Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.