Line&Stylish Art Magazine nr8 Abril

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Nº8 PT / ABR 2014

REVISTA MENSAL E GRATUITA

EDGAR NOE MENDOZA MANCILLAS Intimidades Através de Imagens Metafísicas


Ficha Técnica Line & Stylish, Art Magazine Nr Registo ERC – 126385/ ERC Registration nr 126385 Proprietário/Owner: José Eduardo de Almeida e Silva Editor/Publisher: José Eduardo de Almeida e Silva NIF: 179208586 Periodicidade/Periodicity: Mensal/Monthly Morada da Redacção/Editorial Address: Urbanização do Lidador Rua 17, nr 106 4470-709 – Maia Portugal Contacto/Contact : +351 926493792 Director Geral/Director in Chief: Eduardo Silva Director Adjunto/Vice-director: Isabel Gore Editor / Editor in Chief: Eduardo Silva Redacção/ Editorial Staff: José Eduardo Silva Isabel Pereira Coutinho Luís Peixoto Director Técnico/ Art and Web Director: Luís Peixoto Fotografia/Photography: • Bertrand Delacroix Gallery © Cortesia (Courtesy) Bertrand Delacroix Gallery • Edgar Noe Mendoza Mancillas © Cortesia (Courtesy) Edgar Noe Mendoza Mancillas • Hamburger Kunsthalle © Cortesia (Courtesy) Belvedere, Vienna © Museum Oskar Reinhart, Winterthur Foto/Photo: SIK-ISEA (Philipp Hitz) © 2013 Karl Lagerfeld © Kunstbesitz der Stadt Speyer. Foto/Photo: G. Kayser © Niedersächsisches Landesmuseum Hannover. Foto/Photo: Ursula Bohnhorst

© Städel Museum, Frankfurt a. M. Foto/ Photo: Städel Museum – ARTOTHEK © Germanisches Nationalmuseum Nürnberg, Leihgabe.Privatbesitz. Foto/Photo: Monika Runge © Hamburger Kunsthalle. Foto/ Photo: Elke Walford Lower Belvedere/Orangery © Cortesia (Courtesy) Belvedere, Vienna ©Kunstsammlungen Chemnitz-Museum Gunzenhauser / © Bildrecht, Vienna, 2014 © Landesmuseum für Kärnten. © Museum Schloss Bruck, Lienz. Vaverka

• Museu Calouste Gulbenkian • ©Museu do Kremlin Moscovo/Moscow, Kremlin Museum ©Offer Yuriy Panagiot the Tsar Mikhail Fiodorovitch in 1632 • R. Freymuth-Frazier ©Cortesia/Courtesy R.Freymuth-Frazier Skarstedt Gallery © Espólio /Estate Martin Kippenberger, Galerie Gisela Capitain, Köln • Tate Modern Tate.© Richard Hamilton 2005. All rights reserved, DACS ©Tate. Purchased 1969 • The Metropolitan Museum of Art © Gipsoteca, Possagno (Inv. 292) © Gallerie dell’Accademia, Venice (S.214) - (S.215)- (S.216) - (S.217) - (S.218) - (S.219)

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O número de Abril da Line & Stylish, Art Magazine teve o prazer de entrevistar Edgar Noe Mendoza Mancillas, um dos mais importantes pintores da nova geração, não só no contexto europeu, mas também no cenário global das Artes Plásticas. Este jovem pintor Mexicano reescreve a tradição surreal narrativa com a herança Mexicana, algo que dá uma perspectiva única às suas obras. Ao mesmo tempo, demonstra que a expressão figurativa e, principalmente, o estilo surreal devem ser profundamente trabalhadas, porque existe uma ténue linha a separar o kitsch de um resultado magnífico. A solução para este problema não se trata de gosto ou sensibilidade, mas sim de uma questão de informação, talento e habilidade. A informação é algo que caracteriza a actividade paralela de Edgar, com as suas reflexões sobre os seus amigos pintores e toda a promoção no seu blog e pagina do Facebook, acerca dos novos artistas, que considera essencial para compreender a arte avant-garde contemporânea, razão pela qual a influencia de Edgar na arte contemporânea não está limitada ao seu trabalho, mas também ao seu ponto de vista, o que o torna numa referencia na arte da última década, dando-nos a honra de apresentar a sua obra e pensamentos, através da nossa entrevista. R. Freymuth-Frazier, foi a nossa escolha para O Artista do Mês. Uma jovem pintora de Nova Iorque que trabalha assuntos sexuais e ambíguos, usando um estilo que mostra as novas tendências artísticas, a grande influencia de Odd Nerdrum, cores pasteis e composições retro, que dão uma espécie de toque final sarcástico, produzindo uma proposta bastante original. Todos os colaboradores e Direção da Line & Stylish, Art Magazine, lamentam profundamente a morte inesperada, a 16 de Março, do Prof. Dr. Markus Brüderlin, Director do Kunstmuseum Wolfsburg desde 2006. Apresentamos as nossas condolências aos familiares, amigos e a todos os colaboradores do Kunstmuseum Wolfsburg . José Eduardo Silva (Editor Chefe)

Cover: Edgar Noe Mendoza Mancillas “ Corriente Alterna “ -2010 Óleo sobre tela, 200 x 200cm Courtesy: Edgar Noe Mendoza Mancillas 3


ÍNDICE 6.

JOSEPH ADOLPHE

54.

Musas de Feuerbac Lagerf

78.

ANTONIO C

88.

R. Freymuth

Mensagens, Memórias e Sonhos

16.

DANÇA MACABRA EGGER-LIENZ E A GUERRA

26.

EDGAR NOE MENDOZA MANCILLAS

4

As Últimas Se

Artista do


100.

OS CZARES E O ORIENTE Ofertas da Turquia e do Irão no Kremlin de Moscovo

ch - Modelos de feld

112.

RICHARD HAMILTON

CANOVA:

120.

MARTIN KIPPENBERGER

ete Obras

h-Frazier

o mês

THE RAFT OF MEDUSA

136.

DESTAQUES DE ABRIL

info@lineandstylish.com +351 926 493 792 5


JOSEPH ADOLPHE

Mensagens, Memórias e Sonhos 27 de Março – 26 de Abril 2014 Bertrand Delacroix Gallery

JOSEPH ADOLPHE, artista canadiano, regressa à BERTRAND DELACROIX GALLERY, com uma exposição, bastante aguardada, de novos trabalhos. Adolphe é um pintor contemporâneo, versátil que consegue retratar temas que vão desde, nus sensuais, grandes botões a florir, a touros e cavalos. A segunda exposição individual de Adolphe na BDG irá apresentar uma série totalmente nova de óleos sobre tela, incluindo temas florais, animais de grande porte, bem como novas pinturas onde, de forma ambiciosa, tenta descrever os momentos mais profundos da sua vida, referindo-se a eles como “ locuções”. Muitas delas, revelam a sua recente exploração sobre os efeitos do uso da folha de ouro. Com o acréscimo deste efeito arrojado, Adolphe cria obras deslumbrantes e fortes de arte visuais, não só na composição com também no tema, mantendo-se esteticamente atraentes.

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Joseph Adolphe The Secret, 2013

Ă“leo sobre tela, 96 x 80 in 7


Joseph A Hothouse Bl

Ă“leo sobre te

8


Adolphe lossum No. 3

ela, 70 x 80 in

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As obras de Adolphe têm uma qualidade dos grandes Mestres Expressionista, pinceladas visíveis, ricas e um claro conhecimento do movimento. No entanto, o seu trabalho é dotado de uma modernidade e relevância inquestionáveis, atendendo à rápida mudança do mundo actual. As suas obras estão repletas não só de um movimento frenético e cheio de energia, como também de uma sensação palpável de emoção e drama. Combina formas fortes e definidas rompendo com a vida, usando fundos levemente estruturados, que chegam a tocar a abstração. As suas enormes flores, frutas maduras e animais selvagens são, muitas das vezes, as únicas imagens claras entre um mundo frenético de cor e de confusão. Quer retrate um touro furioso ou um nu sensível, existem nas suas obras uma sensação de vulnerabilidade e ansiedade universal justapondo, frequentemente, a força e incerteza que dão aos seus temas, um sentimento de superação e perseverança face ao desconhecido. Sobre o seu trabalho, o artista afirma:

“Todas as minhas pinturas, qualquer que seja o tema, têm no seu âmago, o mesmo conteúdo. Na pintura, tento capturar energia, entusiasmo e um sentimento ardente de esperança. Estas características encarnam a essência daquelas pessoas que tenho vindo a admirar, e tento imitar”. Nascido em 1968 em Alberta, Canadá, Adolphe mudou-se para Nova Iorque em 1992, para estudar na Escola de Artes Visuais, onde tirou o Mestrado em 1994. Desde 1998, que as suas pinturas têm tido destaque em mais de quarenta exposições, não só nos Estados Unidos como a nível internacional. Vive com a sua esposa e filhos em New Haven, Connecticut, e é professor no Departamento de Arte e Design na Universidade de St. John, em Nova Iorque. 10


Joseph Adolphe Ripe No. 1, 2013

Ă“leo sobre tela, 62 x 48 in. 11


Joseph A Toro Sagrado

Ă“leo e folha de ouro 12


Adolphe o No. 1, 2013

o sobre tela, 43” x 52” 13


Joseph Adolphe Toro Sagrado No. 16, 2013

Ă“leo e folha de ouro sobre tela, 54 x 60 14


Bertrand Delacroix Gallery 535 W. 25th Street, NY 10001 Nova Iorque 15


DANÇA M

EGGER-LIENZ 7 Março a 9 de

Lower Belvede

Albin Egger-Lienz Danse Macabre from Anno Nine, 1908 Caseína sobre tela ,225 x 251 cm © Belvedere, Vienna 16


MACABRA

Z E A GUERRA Junho de 2014

ere | Orangery Questões existenciais sobre a vida e a morte estão patentes em toda a obra do pintor Albin Egger-Lienz (1868 - 1926). Hoje, as suas imagens de guerra são consideradas memoriais comoventes e advertências contra os horrores da guerra e da violência. Como pintor de guerra, foi profundamente influenciado pelas suas experiências na linha da frente. O Belvedere apresenta a exposição Danse Macabre: Egger-Lienz e a Guerra no Orangery, dedicando esta mostra a um dos maiores artistas austríacos do início do século XX. Para além de Der Totentanz von Anno Neun (Dança Macabra do Anno Nove), considerada como o seu trampolim, a exposição incorpora outros trabalhos mostrando a evolução de Egger-Linz como artista, lançando luz sobre várias referências e interpretações. Dança Macabra do Anno Nove, não é apenas uma obra importante na história da arte austríaca do início do século XX, mas também fundamental na obra de Egger-Lienz, enquanto ponto de viragem da sua arte, uma imagem que o acompanhou ao longo de toda a sua vida. Foi com este trabalho, que o artista se distanciou da história da pintura tradicional, criando um símbolo geral da guerra. Ao escolher a Dança Macabra, Egger-Linz estava a adoptar uma alegoria com séculos de tradições, transformando-a na sua totalidade.

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Albin Egger-Lienz Danse Macabre, 3rd version, 1914 Caseína sobre tela,243 x 274 cm © Landesmuseum für Kärnten 18


No Orangerie Lower Belvedere, onde Danse Macabre foi apresentada, pela primeira vez, como parte da colecção da Moderne Galerie, esta mostra convincente considera estes trabalhos essenciais, como ponto de partida para traçar não só o desenvolvimento de Egger-Lienz como pintor, a sua forma de retratar a guerra, mas também a história da recepção contraditória de Danse Macabre. Pela primeira vez, as fontes históricas foram analisadas, em detalhe, para revelar as circunstâncias que estavam por detrás do tema de Danse Macabre, e as tradições pictóricas na história da pintura, as quais o artista desenhava. A pintura de Egger-Lienz é comparada com outras obras importantes, que abordaram a Primeira Guerra Mundial, por exemplo The Avenger de Ernst Barlach, War Mothers de Alfred Kubin. Neste contexto, Egger-Lienz emerge, claramente, como um artista verdadeiramente independente, resistindo aos gostos predominantes. É, portanto, colocado num contexto internacional sendo considerado um artista de grande relevância para além fronteiras, um grito distante do “pintor da montanha” isolado, que se deixa moldar pelo meio que o rodeia.

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Albin Egg After the Concl

Óleo sobre tela, © Belveder

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ger-Lienz lusion of Peace

191 x 330.5 cm re, Vienna

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Albin Egg War Women

Óleo sobre têmpera e © Museum Schloss B 22


ger-Lienz n, 1918-1922

em tela124 x 247 cm Bruck, Lienz. Vaverka 23


Otto Dix Trenches, around 1917

Guache e branco opaco sobre papel,29 x 29 cm Kunstsammlungen Chemnitz-Museum Gunzenhauser / Š Bildrecht, Vienna, 2014 24


A preocupação de Egger Lienz com o tema de Danse Macabre, durou mais de uma década, e está no centro da exposição. Pintou muitas variantes e repetições (parciais) até à década de 1920. Em 1921, Egger-Lienz completou a sua quinta versão de Danse Macabre. Desde a sua primeira abordagem a este tema, em 1906, a história tinha provocado fendas profundas por toda a Europa, Tirol e, sem dúvida, na própria vida do artista. Danse Macabre marca o início e o fim desta fase. Egger-Lienz adaptou as vantagens da reprodução, geralmente reservadas para outros métodos de pintura. No entanto, as suas imagens focadas num detalhe e as cores vibrantes neutralizam o efeito monumental. Adoptando uma abordagem diferente nas suas duas versões finalizadas em 1921, conseguiu imagens altamente expressivas e sucintas. Além disso, o tema foi divulgado por uma forte presença em exposições, bem como em postais e ilustrações. Artistas representados, Ernst Barlach, Max Beckmann, Hans Burgkmair d. Ä, Wilhelm Dachauer,Otto Dix, Albin Egger-Lienz, Käthe Kollwitz, Alfred Kubin, Hans Larwin, Constantin Emile Meunier, Anton Romako, Eduard Thöny, Franz von

Lower Belvedere/Orangery Rennweg 6 1030 Viena, Austria 25


EDGAR NOE MENDOZA MANCILLAS

Intimidades Através de Imagens Metafísicas

Uma Entrevista de: José Eduardo Silva e Isabel Gore

Artista Mexicano, nascido em 1967, Durango, México O trabalho artístico de Edgar Noe Mendoza Mancillas descreve as emoções internas e expressões, espelhadas nos rostos das pessoas que retrata, de uma forma sublime. Sempre rodeado por um ambiente particular, os seus modelos expressam não só uma espécie de introspecção, mas também uma vitalidade interior. Por vezes, os seus personagens duplos parecem dialogar um com o outro, a fim de obter respostas para as suas dúvidas. É como estar diante de um espelho. A herança mexicana está bem representada em quase todas as suas pinturas, nomeadamente a figura feminina como símbolo de matriarcado.

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Edgar Noe Mendoza Mancillas “ Corriente Alterna “ -2010

Óleo sobre tela, 200 x 200cm. Cortesia Edgar Noe Mendoza Mancillas 27


Edgar Noe Mendoza Mancillas Detalhe “ Corriente Alterna “ -2010 Óleo sobre tela, 200 x 200cm. Cortesia Edgar Noe Mendoza Mancillas 28


Edgar Noe Mendoza Mancillas Detalhe “ Corriente Alterna “ -2010 Óleo sobre tela, 200 x 200cm. Cortesia Edgar Noe Mendoza Mancillas 29


Edgar Noe Men “Retales de una Co

Óleo sobre tela Cortesia Edgar Noe

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ndoza Mancillas ostilla Rota� - 2004

a, 146 x 97cm. Mendoza Mancillas

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L&S: Quando decidiu ser pintor? Edgar N M Mancillas: Tomei a decisão em 1989, quando tinha 22 anos. Nessa época da minha vida, estava a confrontar-me com crises existenciais relativamente ao meu futuro. Nesses anos, cheios de contrastes, confusões e inseguranças, estava bastante preocupado com o que fazer à minha vida ou, o que fazer na vida. De repente, numa manhã, li um cartaz da Escola de Arte em Durango, que convidava as pessoas a fazerem parte dela, e acredito que esse foi o momento, em que toda a minha inquietação, uma vez que era pouco conhecido, resolveu muitas das minhas frustrações. Então comecei a pintar. L&S: Frequentou a Escola de Arte Durango, México. Acha que foi proveitoso para a evolução da sua pintura, e ainda sente essa influência da Escola nos seus trabalhos actuais? Edgar N M Mancillas: Naquela época, a escola de arte foi a melhor opção que a minha geração teve, para desenvolver as capacidades artísticas, na minha cidade natal mas, infelizmente, a instituição tinha muitos problemas internos que se reflectiram no ensino ministrado. Apesar de tudo, nesse período, a escola deu-me a oportunidade de me iniciar nesta profissão, e continuar o meu caminho com novos meios. As minhas pinturas actuais são realistas e a escola não tinha docentes adequados e com conhecimentos para ensinar essa técnica. Somos feitos de coisas que se reúnem ao longo da vida e, no que diz respeito à minha profissão, tenho vindo a construi-la com tudo o que tenho experimentado aqui, ali e em toda parte. A propósito, não era muito assíduo na escola e nunca terminei a minha licenciatura, assim decidi emigrar. 32


Edgar Noe Mendoza Mancillas “Estación 14” - 2003

Óleo sobre tela, 130 x 97cm. Cortesia Edgar Noe Mendoza Mancillas 33


Edgar Noe Men “El Escond

Óleo sobre tel Cortesia Edgar Noe 34


ndoza Mancillas dite�- 2008

la, 81 x 65cm. Mendoza Mancillas 35


Edgar Noe Mendoza Mancillas “Lumen” – 2012

Óleo sobre madeira, 89 x 75cm. Cortesia Edgar Noe Mendoza Mancillas 36


Edgar Noe Mendoza Mancillas Detalhe “Lumen” – 2012

Óleo sobre madeira, 89 x 75cm. Cortesia Edgar Noe Mendoza Mancillas 37


L&S: Quais foram os primeiros temas que começou a pintar, e quais foram as maiores dificuldades que encontrou como artista? Edgar N M Mancillas: Inicialmente, interessei-me pelo realismo, comecei a pintar objectos à vista (não copiava através de fotografias) talvez como todos fazem na escola, e isso levou-me aos ambientes que circundavam esses objectos e aos problemas técnicos como, por exemplo, a perspectiva. A figura humana foi o que mais me atraiu, porque era tão misteriosa para mim e fundamental para a representação de uma ideia ou conceito. Claro que tive algumas dificuldades próprias desta profissão que são: não ter dinheiro e não ter uma boa escola, com professores preparados para dar a formação técnica apropriada que se pretende. Por outro lado, uma sociedade indiferente e ignorante em relação à arte, pode contribuir para que um pintor desista, porque é uma profissão muito complicada, cheia de obstáculos e falhas mas, a principal dificuldade que pode existir é a de não ter apetência para ser um pintor, porque sem isso, vai ser muito mais difícil resistir e manter-se nela. L&S: Quando expos pela primeira vez, qual foi a reacção do público e da crítica? Edgar N M Mancillas: Tinha em mente duas exposições; a primeira em 1989 como estudante e a segunda em Espanha, tendo sido a minha primeira e única exposição em 2007. Para mim, ter feito uma exposição enquanto estudante, logo no primeiro ano em que comecei a pintar, serviu para mostrar aos meus pais de que falava a sério, quando dizia que queria ser pintor. Em Espanha, a minha situação era muito diferente, tinha um contrato para pintar, e esse período permitiu-me ter várias pinturas cheias de imagens oníricas, que definiram o meu trabalho. Essa exposição foi um evento promovido por uma nova Galeria em Madrid e uma das melhores coisas que aconteceu, como resultado dessa exposição, foi uma entrevista num programa famoso da RNE, um dos meus favoritos, chamado “La Ciudad Invisible”. Fiquei surpreendido quando me chamaram 38


Edgar Noe Mendoza Mancillas “Hielo”– 2010

Óleo sobre tela, 114 x 41 cm Cortesia Edgar Noe Mendoza Mancillas 39


Edgar Noe Men Detalhe “H

Óleo sobre tela Cortesia Edgar Noe 40


ndoza Mancillas Hielo�– 2010

a , 114 x 41 cm Mendoza Mancillas 41


Edgar Noe Men “La Silla Vola

Óleo sobre tela Cortesia Edgar Noe 42


ndoza Mancillas adora� - 2002

a , 116 x 81 cm Mendoza Mancillas 43


Edgar Noe Men “La Merien

Óleo sobre tela Colecção MEAM Museo E 44


ndoza Mancillas nda�- 2008

a , 200 x 200 cm Europeo de Arte Moderno 45


L&S: O que o levou a deixar o México e ir para Espanha? Edgar N M Mancillas: Desde pequeno, que queria ir para Espanha, e nunca pensei que isso viesse a tornar-se realidade. Em 1997, vivia na cidade do México e o Prefeito de Durango queria um retrato pintado por mim, pagoume com um bilhete de avião para Espanha, juntei mais algum dinheiro e visitei, pela primeira vez, este país. Fiquei logo encantado com Espanha, em todos os sentidos e, após alguns anos, regressei para ficar, e tive uma grande oferta para pintar as minhas próprias ideias. L&S: Normalmente é conotado, como sendo um pintor do realismo mágico e sincretismo. Concorda com essa definição, ou pensa que os seus trabalhos diferem muito destes movimentos? Edgar N M Mancillas: De facto, o meu trabalho tem uma forte carga e sentido do realismo mágico, género que admiro bastante. Hoje em dia, o meu trabalho tem sofrido várias modificações quer na técnica, quer no conceito, e com isto pretendo transmitir aspectos psicológicos e metafísicos com imagens claras e sintetizadas. L&S: Para o espectador mais exigente, há nas suas obras uma combinação da herança mexicana com as actuais tendências figurativas da Europa. Existe uma preocupação primordial com a mensagem, ou ela surge como resultado do desenvolvimento artístico de cada trabalho? Edgar N M Mancillas: Geralmente todo o meu processo começa com uma ideia, e essas ideias mostram, em muitas das minhas pinturas, uma identificação com o mundo Mexicano. De uma forma instintiva, escolho o tema e preparo a estória, de modo a escolher a personagem e os elementos protagonistas contudo, enquanto trabalho, várias transformações vão ocorrendo. 46


Edgar Noe Mendoza Mancillas “Sueño con Perros” - 2000

óleo sobre tela ,110 x 90cm Cortesia Edgar Noe Mendoza Mancillas 47


Edgar Noe Men “La Muerte y la D

Óleo sobre tela Cortesia Edgar Noe

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ndoza Mancillas Doncella� - 2001

a, 130 x 97cm. Mendoza Mancillas

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Edgar Noe Men “Las Hora

Óleo sobre tel Cortesia Edgar Noe 50


ndoza Mancillas as� – 2007

la, 73 x 60cm. Mendoza Mancillas 51


L&S: Quais são as suas principais influências? Edgar N M Mancillas: Pouco antes de ter tomado a decisão de ir para a Escola de Artes, comprei fascículos e uma enciclopédia sobre Arte, e o pintor que teve maior impacto em mim foi Johannes Vermeer. Poder admirar as suas pinturas naquele livro, teve uma grande influência para me tornar um pintor. Mais tarde, e pouco a pouco, a minha lista de favoritos começou a aumentar, entre as quais as representações figurativas, começando também a apreciar e a gostar dos pintores abstractos e uma diversidade de artistas e géneros do séc.XX Tenho uma preferência especial pela Arte Muralista Mexicana, especialmente Diego Rivera mas, na minha cidade, o trabalho de Francisco Montoya de la Cruz era muita apreciado, e desde muito jovem, tive a oportunidade de ver, ao vivo, os seus murais. Não não há dúvida de que, os pintores contemporâneos realistas e hiperrealistas de diferentes países são, para mim, uma grande influência e referencia. Em Espanha existem muitos, e eu tenho a sorte de ser amigo de alguns deles. L&S: Qual o seu conselho para a geração de novos artistas? Edgar N M Mancillas: Corram o risco, com ou sem apoio, continuem a acreditar no vosso sonho profissional, ultrapassem as vossas expectativas, deixando a vossa área de conforto, se for preciso.

http://pinturaedgarmendoza.jimdo.com/ 52


Edgar Noe Mendoza Mancillas “Las Tres Pilares” - 2005

Óleo sobre tela ,130 x 97cm Cortesia Edgar Noe Mendoza Mancillas 53


Musas de Feuerbach -

21 Fevereiro -

Hamburger Galeria de Arte

Anselm Feuerbach (1829–1880) Studienkopf zur Stuttgarter Iphigenie 1870 Öl auf Leinwand (óleo sobre tela), 62,5 x 49,5 cm © Museum Oskar Reinhart, Winterthur Foto: SIK-ISEA (Philipp Hitz) 54


Modelos de Lagerfeld 15 Junho 2014

r Kunsthalle Contemporânea

Karl Lagerfeld Moderne Mythologie, 2013 Š 2013 Karl Lagerfeld

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Com a exposição As Musas de Fauerbach – Modelos de Lagerfeld, o Hamburger Kunsthalle apresenta uma dupla exposição invulgar em beleza, erotismo e adoração das musas e modelos, reunindo pinturas de Anselm Feuerbach e fotografias inéditas de Karl Lagerfeld. De forma semelhante, tanto Feuerbach como Lagerfeld procuram uma realização de um ideal de beleza intemporal, baseada no mundo antigo. A exposição examina o culto da beleza, que estiliza o modelo de um ícone. Mais de quarenta obras de Feuerbach, a maioria dos anos de 1860-70, estarão na exposição. São empréstimos da Feuerbachhaus Speyer e de inúmeros Museus Alemães, Suíços, Austríacos, e de coleções particulares. Karl Lagerfeld criou, especialmente para a exposição, uma série de cerca de sessenta fotografias a preto-e-branco. Geralmente em grandes formatos, foram impressas num processo complexo em tecidos colorido de prata e ouro. Anselm Feuerbach (1829-1880), um dos pintores alemães mais importantes do final do século XIX, foi viver para Roma em 1856. A cidade, com a sua magnífica arquitectura e com a sua deslumbrante paisagem envolvente, tornou-se num lugar eleito, como nenhum outro, para reviver o ideal clássico dos tempos antigos. Feuerbach dedicou-se ao tema antigo, que preencheu com imaginação e sentimento pessoal. Isto é mais empolgante na exposição da série de retratos únicos, iniciados em 1860, que retratam o modelo e a musa de Feuerbach, Anna Risi, conhecida como Nanna. Feuerbach pintou Nanna, numa ampla variedade de papéis e encenações sensíveis, que revelam um culto quase venerador do seu modelo. Quando Nanna deixou Feuerbach, em 1865, foi substituída por Lucia Brunacci. Tal como Nanna, correspondia ao ideal clássico de beleza da época, com o seu perfil grego e cabelos escuros. Lucia inspirou Feuerbach para retratos impressionantes de temas mitológicos, que formam o ponto alto da sua obra. 56


Anselm Feuerbach (1829–1880) Die Mandolinenspielerin, 1864/65

Öl auf Leinwand (óleo sobre tela), 79 x 60,5 cm © Hamburger Kunsthalle Foto: Elke Walford 57


Anselm Feuerba Das Urteil de

テ僕 auf Leinwand (テウleo s ツゥ Hamburger K Foto: Elke 58


ach (1829–1880) es Paris, 1870

sobre tela), 228 x 443 cm Kunsthalle / bpk e Walford 59


Karl La Moderne Myt

Š 2013 Kar

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agerfeld thologie, 2013

rl Lagerfeld

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A série de fotografias da Mitologia Moderna (2013) de Karl Lagerfeld, explora a estória de amor de Daphnis e Chloe, e apresenta modelos como Baptiste Giabiconi e Bianca Balti que, durante anos, acompanharam Lagerfeld no seu trabalho. A estória do poeta Longus, fala de um rapaz e de uma rapariga que crescem, sem os pais, entre os pastores e que, ao longo dos anos, desenvolvem uma forte afeição entre ambos. A narrativa foi retomada, várias vezes, desde a Renascença. As fotografias de Lagerfeld pertencem a uma série de trabalhos de François Boucher, Pierre Bonnard ou Aristide Maillol, apresentando o texto antigo como um símbolo da vida idílica. As encenações de Karl Lagerfeld foram filmadas na paisagem pitoresca do sul da França, e são a actualização de um tema antigo

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Karl Lagerfeld Moderne Mythologie, 2013 Š 2013 Karl Lagerfeld

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Karl La Moderne Myt

Š 2013 Kar

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agerfeld thologie, 2013

rl Lagerfeld

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Anselm Feuerbach Anselm Feuerbach nasce em Speyer a 12 de Setembro de 1829. Seis meses depois, ele e a sua irmã Emilie, perdem a mãe vítima de tuberculose. Em 1834, o pai, o arqueólogo e erudito Joseph Anselm Feuerbach casa-se com Henriette Heydenreich, que continua a desempenhar um papel importante na vida do artista vindo, mais tarde, a administrar os seus negócios. Feuerbach apresenta, desde muito cedo, o seu filho à arte clássica, e o seu tratado sobre estética, Der Vatikanische Apollo (O Apolo do Vaticano) tem uma influência significante, na perspectiva artística do filho. Anselm Feuerbach começa a ter aulas de desenho, e experimenta a pintura e a poesia. Aos 15 anos de idade, deixa a escola com o objectivo de estudar na Kunstakademie em Düsseldorf e, em 1846, frequenta as aulas do pintor Wilhelm von Schadow. Em 1848, Feuerbach transfere-se para Munique para continuar os seus estudos com o pintor de história Friedrich Kaulbach, e mais tarde com Karl Rahl. Durante algum tempo, estuda em Antuérpia, antes de se mudar para Paris em 1852, onde frequenta o estúdio de Thomas Couture. Durante este tempo na capital francesa, Feuerbach estuda e copia obras-primas de nomes como, Paolo Veronese e Rembrandt van Rijn no Museu do Louvre. 66


Anselm Feuerbach (1829–1880) Poesie, Zweite Fassung, 1863

Öl auf Leinwand (óleo sobre tela), 62 x 50 cm © Kunstbesitz der Stadt Speyer Foto: G. Kayser 67


Em 1885, recebe uma bolsa para viajar para Veneza e, em 1856, estabelece-se em Roma. No ano seguinte, torna-se membro da Deutscher Kunstlerverein, uma associação de artistas alemães que viviam em Roma. Entre outros, conhece Arnold Böcklin, Reinhold Begas e o gravador Julius Allgeyer. Em 1860, conhece uma jovem italiana chamada Anna (Nanna) Risi, que se torna na sua musa, modelo e amante. Deixa o marido e o filho para ir viver com Feuerbach, e o seu relacionamento de cinco anos inspirou algumas das suas maiores obras-primas. Em 1862, o colecionador de arte, Adolf Friedrich von Schack, residente em Munique, torna-se patrono de Feuerbach Em 1865, Nanna termina o relacionamento com Feuerbach e, a partir de1866, Lúcia Brunacci, que tem uma semelhança impressionante com Anna (Nanna) Risi, torna-se modelo para as pinturas de cenas mitológicas, em grande formato. Em 1873, Feuerbach é nomeado professor de história da pintura na Kunstakademie em Viena. Apesar da sua carreira como docente ter sido bem sucedida, a sua arte foi pouco reconhecida. Na sequência de um ataque grave de pneumonia, Feuerbach vai morar com a sua madrasta para Heidelberg, e começa a escrever notas autobiográficas. Em 1877, desiste do cargo de professor em Viena e decide ir trabalhar para Londres como retratista mas, a 4 de Janeiro 1880 morre em Veneza, vítima de um ataque cardíaco. Poucos meses depois da sua morte, uma exposição em grande escala na Galerie National em Berlim, presta homenagem a Anselm Feuerbach, considerando-o um dos principais pintores alemães do seu tempo. 68


Anselm Feuerbach (1829–1880) Ruhende Nymphe, 1870

Öl auf Leinwand (óleo sobre tela), 112 x 190 cm © Germanisches Nationalmuseum Nürnberg, Leihgabe Privatbesitz Foto: Monika Runge 69


Anselm Feuerbach (1829–1880) Lucrezia Borgia, Bildnis einer Römerin in weißer Tunika und rotem Mantel, 1864/65 Öl auf Leinwand (óleo sobre tela), 98 x 81cm © Städel Museum, Frankfurt a. M. Foto: Städel Museum – ARTOTHEK 70


Karl Lagerfeld Moderne Mythologie, 2013 Š 2013 Karl Lagerfeld

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Karl Lagerfeld Karl Lagerfeld nasce em Hamburgo a 10 de Setembro de 1938. Tendo sido criado numa casa onde se falavam vários idiomas, em 1952 frequenta uma escola secundária francesa. Decide abandonar a escola no final de 1954, depois de ter ganho o prémio do melhor casaco, num concurso amador de estilistas, promovido pelo Secretariado Internacional de Lã / International Wool Secretariat (IWS). Em 1955, Lagerfeld é contratado como assistente do estilista Pierre Balmain, sediado em Paris, começando assim a sua carreira no mundo da moda. Completa a sua aprendizagem em Balmain mas, após três anos, vai trabalhar na Jean Patou, como director artístico, de 1959 a 1964. Nos anos seguintes, produz coleções para empresas em França e Itália, incluindo Chloé, Max Mara e Fendi. Em 1964,Lagerfeld decide estudar arte, mas abandona os estudos após três anos, a fim de se concentrar na sua carreira como designer de moda. Em 1974, lança a sua própria marca, produzindo várias coleções anuais. Em 1980, é nomeado professor convidado na Universidade de Artes Aplicadas de Viena, onde ensina moda durante quatro anos. Em simultâneo, começa a trabalhar com a casa Chanel, onde actualmente é Chefe Designer e Director Criativo. Inicialmente, fica responsável por desenhar a linha de prêt-àporter e, posteriormente, pela coleção de alta-costura. 72


Karl Lagerfeld Moderne Mythologie, 2013 Š 2013 Karl Lagerfeld

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Anselm Feuerbach (1829–1880) Nanna, 1864

Öl auf Leinwand (óleo sobre tela), 61 x 47,2 cm © Niedersächsisches Landesmuseum Hannover Foto: Ursula Bohnhorst 74


A partir de 1984 Lagerfeld produz figurinos para filmes de Pedro Almodóvar e Francis Ford Coppola, entre outros. Também desenha roupa para casas de ópera em Milão, Florença e Monte Carlo, para produções teatrais de ballet em Viena, e para o Festival de Salzburgo. A partir de 1987, e a par da sua carreira internacional como designer de moda e estilista, Lagerfeld dedica-se à fotografia, produzindo várias séries de imagens sobre temas ligados à moda e outros. As suas fotografias estão expostas em instituições de arte internacionais, como a Whitney Museum, em Nova Iorque, o Grand Palais em Paris e a OCA, em São Paulo. Em Outubro de 1993, Lagerfeld recebe o Prêmio Lucky Strike Designer da Fundação Raymond Loewy, em 1996, recebe o Prémio Cultura da Sociedade Alemã de Fotografia, e em 2007 o Prémio Curadores do Centro Internacional de Fotografia em Nova Iorque. Em 2010, Karl Lagerfeld e o seu sócio editorial criam a LSD (Lagerfeld. Steidl. Druckerei. Verlag), uma marca Steidl que publica literatura traduzida em língua alemã. Karl Lagerfeld sempre foi um apaixonado por livros, e o seu grande interesse pela literatura, pintura, arquitectura e arte aplicada, sobretudo do sec.XVII e XVII em França, assim como a fotografia Americana e Alemã do início do Séc. XX, estão bem patentes no seu trabalho, como designer e fotógrafo.

Hamburger Kunsthalle Glockengießerwall 20095 Hamburg Germany 75


Karl La Moderne Myt

Š 2013 Kar

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agerfeld thologie, 2013

rl Lagerfeld

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Antonio Canova: As Últimas Sete Obras 22 Janeiro – 27 Abril, 2014 The Metropolitan Museum of Art

Robert Lehman Wing, Gallery 955, Andar Principal

Antonio Canova (1757-1822), o maior de todos os escultores neoclássicos continua a ser famoso, sobretudo pelos seus nus elegantes, esculpidos em mármore, de forma primorosa, e baseados em temas mitológicos. Trabalhou, também, de uma forma espiritual, profundamente séria e aparentemente simples. Esta faceta, menos conhecida de Canova, é revelada numa extraordinária série de modelos de gesso em grande escala, ilustrando episódios do Antigo e Novo Testamentos, em exposição - Antonio Canova: As As Últimas Sete Obras - no Metropolitan Museum durante o mês de Abril. 27, 2014. As esculturas desta exposição foram feitas no âmbito de um projecto para 32 relevos, ilustrando cenas da Bíblia, que adornaram o Tempio Canoviano, a igreja, mais tarde o seu mausoléu, que construiu na sua cidade natal de Possagno. Apenas sete dos modelos foram concluídos antes de sua morte, constituindo assim, as últimas e comoventes obras-primas de Canova. A exposição é possível, em parte, graças a Hester Diamond e Jon and Barbara Landau. 78


Antonio Canova (Itália, Possagno 1757 –1822 Veneza) A Criação do Mundo,1821 – 22 Gesso Gipsoteca, Possagno (Inv. 292) 79


Antonio Canova (Itália, Possagno 1757 –1822 Veneza) A Criação de Adão,1821–22 Gesso Gallerie dell’Accademia, Venice (S.214) 80


Antonio Canova (Itália, Possagno 1757 –1822 Veneza) Caim e Abel,1821 – 22 Gesso Gallerie dell’Accademia, Venice (S.215) 81


Os baixos-relevos, formados como métopes, tinham a intenção de ocupar o friso sobre os três lados da varanda do Templo. Canova trabalhou nos modelos de barro de grande escala, entre Dezembro de 1821 e Abril 1822, data em que completou quatro relevos do livro dos Gênesis e três do Evangelho de Lucas: A Criação do Mundo, A Criação de Adão, Caim e Abel, O Sacrifício de Isaac, A Anunciação, A Visitação, e A Apresentação de Cristo no Templo. Elaborou modelos em gesso, uma característica particular da prática escultórica de Canova, que lhe permitiu rever as suas composições e transferi-las para a pedra. Enviou os moldes em gesso de Roma para Veneza, onde escultores de renome, esculpiram-nos em pedra de Istria. Canova morreu alguns meses mais tarde, depois de uma viagem a Possagno para verificar o andamento dos trabalhos no templo, deixando o seu projecto final incompleto. Inspirando-se na escultura antiga e nos mestres do início do Renascimento, os modelos são notáveis pela linearidade acentuada das figuras, dispostas em composições brilhantemente sincopadas.

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Antonio Canova (Itália, Possagno 1757 –1822 Veneza) Sacrifício de Isaac,1821–22 Gesso Gallerie dell’Accademia, Venice (S.216) 83


Antonio Canova (Itália, Possagno 1757 –1822 Veneza) A Anunciação,1821–22 Gesso Gallerie dell’Accademia, Venice (S.217) 84


Antonio Canova (Itália, Possagno 1757 –1822 Veneza) A Visitação,1821–22 Gesso Gallerie dell’Accademia, Venice (S.218) 85


Antonio Canova (Itália, Possagno 1757 –1822 Veneza) A Apresentação de Cristo no Templo,1821–22 Gesso Gallerie dell’Accademia, Venice (S.219) 86


As obras, recém -restauradas, foram emprestadas pela primeira vez aos Estados Unidos. Seis dos relevos vêm da Gallerie dell’Accademia em Veneza, e um da Gipsoteca em Possagno. Um novo estudo técnico e uma investigação histórico-artística, demonstram que das três séries destes relevos de gesso que sobrevivem, os relevos da Accademia são modelos originais do trabalho em gesso de Canova. Ainda preservam a impressão dos relevos de argila, a partir da qual foram moldados. Um sétimo gesso, A Criação do Mundo, da Gipsoteca em Possagno, é exibido em lugar do original perdido. Os relevos mantem-se intactos e cheios de intensidade.

The Metropolitan Museum of Art 1000 5th Ave, New York NY 10028, Usa 87


O ARTISTA DO MÊS

R. Freymuth-Frazier R. Freymuth-Frazier nasceu em 1977, e cresceu na cidade de Nevada, uma pequena localidade no sopé das montanhas da Serra Nevada, Califórnia, EUA. Depois de se formar na Academia de Artes de Interlochen em Michigan, mudou-se para Nova Iorque para estudar pintura a óleo. Na procura de uma aprendizagem técnica rigorosa, que a maioria das escolas não poderia oferecer, estudou a técnica comum dos pintores do passado, através de estágios a tempo inteiro. O seu primeiro estágio, de dois anos, foi com Steven Assael no seu estúdio em Nova Iorque, o segundo foi com Odd Nerdrum na Noruega. Referências de uma ampla faixa de história da arte podem ser encontradas em temas isolados de Freymuth-Frazier. Essas influências vão desde as representações de Balthus, um pouco desconfortáveis, da pré-adolescência, à rainha do Kitsch, Margaret Keane com “Big Eyed”, crianças e animais, ao pesado claro-escuro e rigor técnico de Caravaggio e Rembrandt. Esta combinação única resulta numa espécie de híbrido entre a estética de Lowbrow e a técnica do Antigo Mestre.

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R.Freymuth-Frazier & Wedding Party Cortesia R.Freymuth-Frazier 89


R.Freymut “Narcissus-(Fir

Óleo sobre li Cortesia R.Frey

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th-Frazier rst Kiss�) -2012

inho, 16�x 22 ymuth-Frazier

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R.Freymuth-Frazier “The Duchess with Duke”- 2013 Óleo sobre linho, 17” x 27” Cortesia R.Freymuth-Frazier 92


R.Freymuth-Frazier “Three Nurses “- 2012

Óleo sobre linho, 54”x70” Cortesia R.Freymuth-Frazier 93


Referências culturais de 2.000 anos podem, também, ser encontradas na obra de Freymuth-Frazier, desde a escultura romana do Hermafrodita a dormir, século 2 dC, ao recente vídeo porno 2 Girls 1 Cup. Usando uma linguagem complexa de simbolismo, como aquela que se encontra nos ícones religiosos medievais ou nas Tapeçarias do Unicórnio, as pinturas abordam temas universais, como o desenvolvimento da criança, a sexualidade, a perda da inocência, o consumismo, a domesticação, os papéis de gênero, androginia e a imagem corporal na nossa sociedade hoje. O trabalho de Freymuth - Frazier pode ser encontrado em coleções internacionais como a The Seven Bridges Foundation em Connecticut, e a Coleção de John e Diane Marek, no Tennessee. Freymuth – Frazier recebeu a atenção de inúmeras publicações de Artes, incluindo Art News, Chicago Tribune, Papéis de Arte e a Revista de Arte Americana. Freymuth-Frazier vive e trabalha em Nova Iorque. www.freymuth-frazier.com

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R.Freymuth-Frazier “Wedding Party” - 2014 Óleo sobre linho, 45” x 76” Cortesia R.Freymuth-Frazier 95


R.Freymuth-Frazier “Uprising”- 2013

Óleo sobre linho, 24” x30” Cortesia R.Freymuth-Frazier 96


R.Freymuth-Frazier “World Domination” -2014 Óleo sobre linho, 30”x34” Cortesia R.Freymuth-Frazier 97


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R.Freymuth-Frazier “Whispering Sisters” -2007 Óleo sobre linho, 60”x 52” Cortesia R.Freymuth-Frazier 99


OS CZARES E O ORIENTE Ofertas da Turquia e do Irão no Kremlin de Moscovo 28 Fevereiro - 18 Maio 2014 Museu Calouste Gulbenkian - Sala de Exposições Temporárias

Esta exposição anteriormente apresentada na Arthur M. Sackler Gallery do Smithsonian Institution, em Washington DC, reúne um grupo notável de cerca de sessenta peças provenientes, em grande parte, da Turquia Otomana e Safavid Irão, presentes valiosos oferecidos aos czares russos, ou produtos preciosos importados dessas regiões. Esta exposição desenvolve-se em torno de quatro núcleos temáticos: a Horda de Ouro, o Irão no Período Safávida, a Turquia Otomana e a Rússia dos Czares. As peças selecionadas, a partir da riquíssima coleção detida pelo Kremlin em Moscovo, eram usadas na vida quotidiana da corte russa como adornos nos actos oficiais dos czares e cerimónias religiosas nas igrejas do Kremlin. Esta exposição é notável, por ser a primeira vez que um museu Português apresenta estas peças, marcadas pela riqueza das pedras preciosas que as decoram, pelos objectos feitos com tecidos sumptuosos, e a sua originalidade, até então, sem precedentes. A exposição Os Czares e o Oriente constituirá, certamente, uma das mais marcantes e originais séries de peças, alguma vez apresentadas no Museu Calouste Gulbenkian. Comissariado científico: Inna Vishnevskaya, Olga Melnikova, Elena Yablonskaya. 100


Cortinado

Confeção – Rússia, século XVII. Veludo – Turquia, primeira metade do século XVII. Veludo lavrado com fios de prata dourada, franja de fios de prata dourada. A. 165 cm 101


Ă?cone de Nossa Senhora do Leite Moscovo, sĂŠc. XVI Moscovo, Museus do Kremlin 102


Caneca

Istambul, primeiro terço do sÊculo XVII Moscovo, Museus do Kremlin 103


Sela

Istambul, meados do sĂŠculo XVII Moscovo, Museus do Kremlin 104


Taça

Oferta de Yuriy Panagiot ao czar Mikhail Fiodorovitch, em 1632. Istambul, primeiro terço do século XVII. Jade (nefrite), ouro, esmeraldas, rubis, safiras 105


Punhal com bainha

Turquia, segunda metade do sĂŠc. XVI Moscovo, Museus do Kremlin 106


Cantil

Turquia, primeira metade do sĂŠc. XVII Moscovo, Museus do Kremlin 107


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Maça de aparato (pormenor) Istambul, meados do séc. XVII Moscovo, Museus do Kremlin

Museu Calouste Gulbenkian

Sala de Exposições Temporárias da Sede Fundação Calouste Gulbenkian Avenida Berna 45, 1067-001 Lisboa 109


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Richard Hamilton (1922 –2011) 13 Fevereiro – 26 Maio 2014

Tate Modern Um dos mais influentes artistas britânicos do séc.XX, Richard Hamilton (1922-2011) é considerado como uma figura fundadora da Pop Art, que continuou a experimentar e a inovar ao longo de uma carreira de 60 anos. A Tate Modern apresenta a primeira retrospectiva, abrangendo todo o trabalho de Hamilton, desde a sua primeira exposição de desenhos, do início da década de cinquenta, até às suas pinturas finais de 2011. Esta exposição explora a sua relação com o desenho, pintura, fotografia e televisão, assim como a sua participação e colaboração com outros artistas. Hamilton é conhecido pelo seu papel fundamental, no nascimento da Pop Art, incluindo a instalação inovadora Fun House, 1956. Uma peça central da exposição, esta sala imersiva combina imagens de cartazes de filmes, revistas e história de arte, e será exibida ao lado de uma impressão que define a época “ O que é que faz com que as casas de hoje sejam tão diferentes, tão atraentes? A representação de Mick Jagger na série icônica Swinging London 67, 1968-9, bem como imagens de outras celebridades, como Bing Crosby e Marilyn Monroe, mostram o interesse contínuo de Hamilton pela cultura popular, e pela abordagem de questões contemporâneas mais amplas, e assuntos políticos. Estes, incluíram o tiroteio na Kent State University e os ‘potestos sujos’ do IRA, figuras como Margaret Thatcher e Tony Blair, em obras como Treatment Room ,1984 e Shock and Awe 2010. O interesse de Hamilton por interiores, arquitectura e design, será representado pela sua descrição de tudo, desde o Museu Guggenheim em Nova Iorque, até a uma clássica torradeira Braun. Esta será a primeira retrospectiva de Hamilton, reflectindo a importância da sua exposição de desenhos e instalações.

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Richard Hamilton “ O que é que faz com que as casas de hoje sejam tão diferentes, tão atraentes? 2004 Impressão digital em papel- imagem: 260 x 250 mm, suporte: 420 x 297 mm Tate © Richard Hamilton 2005. Todos os direitos reservados, DACS 113


Richard H “Interior

Óleo, pintura em celulos Suporte: 1219 x 1626 mm mo Ta © Propriedade de 114


Hamilton r II� 1964

se e colagem sobre cartĂŁo oldura: 1425 x 1830 x 100 mm ate Richard Hamilton 115


Richard H “Swinging Londo

Acrílico, colagem e a suporte: 673 x 851 mm mol Tate. Purch © Propriedade de 116


Hamilton on 67â€? (f) 1968â9

alumĂ­nio sobre tela. ldura: 848 x 1030 x 100 mm hased 1969 Richard Hamilton 117


A exposição vai incluir exemplos chaves dessa prática, incluindo uma recriação da sua primeira instalação Growth and Form 1951 e Lobby 1985-7, onde uma pintura de um hall de hotel ecoa por uma coluna e uma escadaria na própria sala de galeria. Man, Machine e Motion, An Exhibit 1955 e An Exhibit 1957 serão apresentadas no ICA, de modo a coincidir com esta retrospectiva. Quase seis décadas depois do artista ter apresentado essas obras ,no local original do Instituto em Dover Street, elas serão novamente exibidas para mostrar a estreita relação do artista com o ICA, ao longo da sua carreira. Hamilton ficou notável pelas inúmeras colaborações com outros artistas, desde fazer a reconstrução oficial The Bride Stripped Bare by her Bachelors Even (The Large Glass)de Duchamp, até a uma série de retratos em Polaroid, convidando outros artistas para participar, incluindo Francis Bacon , Andy Warhol e Roy Lichtenstein. Este interesse pelo trabalho dos outros, também pode ser visto nas suas pinturas feitas com a intervenção do computador, inspiradas pelos mestres Italianos do Renascimento. Richard Hamilton nasceu em Londres em 1922. Estudou nas Escolas da Royal Academy e Ecola de Arte de Slade, passando a lecionar na Escola Central de Londres de Artes e Ofícios e na Universidade de Newcastle upon Tyne. Hamilton também foi um membro-chave do Grupo Independente, que se reuniu no ICA em 1950. Representou a Grã-Bretanha na Bienal de Veneza de 1993, e o seu trabalho está representado nas principais coleções públicas e privadas em todo o mundo. Richard Hamilton é comissariado pela Tate Modern, por Mark Godfrey, curador de arte internacional, Hannah Dewar, Curadora Assistente. A exposição foi iniciada por Vicente Todoli e Paul Schimmel e organizada pelo Museo Nacional Centro de Arte Reina Sofía, Madrid, em colaboração com a Tate Modern. Estará em turnê em Madrid, de Junho a Outubro de 2014.

Tate Modern Bankside, London SE1 9TG, UK 118


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MARTIN KIPPENBERGER:

THE RAFT OF MEDUSA UMA SÉRIE DE TRABALHOS DE 1996 3 de Março – 26 de Abril,2014 | Skarstedt Gallery

Skarstedt apresenta a primeira exposição abrangente de Martin Kippenberger , a série The Raft of the Medusa (A Jangada de Medusa) em Nova Iorque. Organizada em colaboração com o Espólio de Martin Kippenberger, Gisela Galerie Capitain, Colônia, a mostra é dedicada exclusivamente a este conjunto de trabalho excepcional. A exposição será uma apresentação variada, incluindo pinturas, desenhos, fotografias e um tapete da série. Com pinturas do Espólio de Martin Kippenberger, bem como coleções públicas e privadas, a exposição irá demonstrar a amplitude da criatividade do artista neste conjunto de trabalho singular. A variedade de pinturas e materiais de base incluem, 16 pinturas, 19 desenhos, 14 litografias, 9 fotografias e um tapete tecido de 8 por 15 metros, que retrata um modelo da jangada.

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Martin Kippenberger Sem Título (da série The Raft of Medusa), 1996

Óleo sobre tela, 47.24 x 39.37 inches (120 x 100 cm) © Espólio de Martin Kippenberger, Galerie Gisela Capitain, Köln 121


Martin Kip Sem Título (da série The

Óleo sobre tela, 78.74 x 94 © Espólio de Martin Kippenberg 122


ppenberger e Raft of Medusa), 1996

4.49 inches (200 x 240 cm) ger, Galerie Gisela Capitain, Kรถln 123


Inspirado por Theodore Géricault 1819, a série Le Radeau de la Méduse de Kippenberger demonstra bem a sua relação conflituosa com os precedentes históricos da arte, assim como a sua tendência para se apropriar deles. Na sua série The Raft of Medusa ( A Jangada de Medusa), Kippenberger retrata-se como as figuras individuais da obraprima de Géricault. Serviu de modelo e trabalhou a partir das fotografias tiradas pela sua mulher, Elfie Semotan. No maior quadro da série, emprestado pelo Museu de Arte Moderna de Nova Iorque, o artista recapitula toda a composição de Géricault, agora desconstruída num emaranhado de partes do corpo, rostos, uma diversidade de traços sem relação. Martin Kippenberger nasceu em 1953 em Dortmund, Alemanha e morreu em 1997,Viena, Áustria. Um artista extremamente prolífico, Kippenberger trabalhou em diversos meios, incluindo a pintura, escultura, instalação, desenhos, cartazes, fotografia e colagem. As obras cáusticas e bemhumoradas de Kippenberger colocaram em causa o papel do artista na sociedade e na cultura em geral. A sua crítica ao status quo artístico,e às questões da vida quotidiana, tornar-seia evidente através de imagens provocantes e, por vezes, de temas recorrentes que, em muitos dos casos, representaram o próprio artista e tinham como objectivo chocar e perturbar o espectador.

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Martin Kippenberger Sem Título (da série The Raft of Medusa), 1996

Óleo sobre tela, 70.87 x 59.06 inches (180 x 150 cm) © Espólio de Martin Kippenberger, Galerie Gisela Capitain, Köln 125


Martin Kip Sem Título (da série The

Óleo sobre tela, 59.06 x 70 © Estate Martin Kippenberger,

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ppenberger e Raft of Medusa), 1996

0.87 inches (150 x 180 cm) r, Galerie Gisela Capitain, Kรถln

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Martin Kip Sem Título (da série The

óleo sobre tela, 59.06 x 70 © Estate Martin Kippenberger,

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ppenberger e Raft of Medusa), 1996

0.87 inches (150 x 180 cm) r, Galerie Gisela Capitain, Kรถln

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Martin Kippenberger Sem Título (da série The Raft of Medusa), 1996 Óleo sobre tela, 35.43 x 29.53 inches (90 x 75 cm) © Estate Martin Kippenberger, Galerie Gisela Capitain, Köln 130


Martin Kippenberger Sem Título (da série The Raft of Medusa), 1996 Litografia em papel , 23 x 18 3/4 inches (58.4 x 47.6 cm) © Estate Martin Kippenberger, Galerie Gisela Capitain, Köln 131


Martin Kip Sem Título (da série The

Óleo sobre tela, 39.37 x © Estate Martin Kippenberger,

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ppenberger e Raft of Medusa), 1996

47.24 in (100 x 120 cm) r, Galerie Gisela Capitain, Kรถln

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Durante a sua vida, e após a sua morte, a obra de Martin Kippenberger foi exibida, de forma exaustiva, nos Estados Unidos e Europa. Exposições individuais recentes foram realizadas em instituições, como o Hamburger Bahnhof, Museum für Gegenwart, Berlim em 2013, o Museu Picasso, em Málaga, 2011, o Museu de Arte Contemporânea, em Los Angeles, o Museu de Arte Moderna de Nova Iorque, 2008 2009, a Tate Modern em Londres e o K21 Kunstsammlung Nordrhein-Westfalen, em Düsseldorf, em 2006, o Museu Kunst Stiftung Ludwig Moderner em Viena, o Museu VanAbbe em Eindhoven e o Museum für Neue Kunst, em Karlsruhe, e no Kunsthalle Tübingen, Tübingen em 2003.

Skarstedt Gallery 20 E. 79th Street New York, NY 10075 134


Martin Kippenberger Sem Título (da série The Raft of Medusa), 1996

Óleo sobre tela. 39.37 x 47.24 in (100 x 120 cm) © Espólio de Martin Kippenberger, Galerie Gisela Capitain, Köln 135


DESTAQUE Vienna, Austria

Erstein, France

Vienna, Austria

Baden-Baden, Germany

Eric Fischl Friends, Lovers and Other Constellations 13 February 2014 - 18 May 2014 Albertina Albertinaplatz 1 1010 Vienna, Austria

JR March 1–June 29, 2014 Museum Frieder Burder Lichtentaler Allee 8S, Baden-Baden

Vienna, Austria

Berlin, Germany

The Winter Palace – Prince Eugene of Savoy- 350 Years 18 October 2013 - 27 April 2014 Belvedere Prinz Eugen-Straße 27, 1030 Vienna,Austria

Yinka Shonibare. Making Eden 15 February – 19 April 2014 Blain Southern Gallery Potsdamer Straße 77–87 Berlin 10785 Germany

Vienna, Austria

Frankfurt, Germany

Danse Macabre – Egger-Lienz and The War 7 March - 9 June 2014 Lower Belvedere/Orangery Rennweg 6 1030 Vienna,Austria

Esprit Montmartre, Bohemian Life in Paris Around 1900 February 7 – June 1, 2014 Schirn Kunsthalle Frankfurt Römerberg 60311 Frankfurt

Adrien Tirtiaux- Solo Exhibition March 19 to April 26, 2014 Galerie Martin Janda Eschenbachgasse 11 A-1010 Vienna

Anthony Caro. Masterpieces from the Würth Collection February 7, 2014 – January 4, 2015 Musée Würth France Rue Georges Besse F-67150 Erstein

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ES DE ABRIL Hamburg, Germany

Lisbon, Portugal

Feurbach’s Muses – Lagerfeld’s Models February 21 – June 15,2014 Hamburger Kunsthalle Glockengießerwall 20095 Hamburg

Os Czares e o Oriente (The Tzars and the East) 28 Fev - 18 Mai 2014 Av. de Berna, 45A / 1067-001 Lisboa

Tel Aviv, Israel

Bilbao, Spain

Joana Vasconcelos: Lusitania 2013 November 4, 2013 – April 26, 2014 Tel Aviv Museum of Art – The Lightfall, Herta and Paul Amir Building 27 Shaul Hamelech Blvd, POB 33288, Tel –Aviv

Ernesto Neto: the body that carries me February 14, 2014 – May 18, 2014 Guggenheim Museum Bilbao Avenida Abandoibarra, 2 48009 Bilbao

Rome, Italy

Madrid, Spain

Simon Hantaï February 12 – May 11, 2014 Académie de France à Rome - Villa Medici Viale Trinità dei Monti, 1 00187 Roma

CÉZANNE site/non-site February 4 - May 18, 2014 Museo Thyssen Bornemisza Paseo del Prado 8 2014 Madrid

Venice, Italy

Madrid, Spain

Leger 1910-1930- A vision of the contemporary city February 8 - June 2, 2014 Fondazione Musei Civici di Venezia (Museo Correr) Piazza San Marco 52 30124 Venezia

Pontormo. Dibujos February 12 - May 11,2014 Fundación Mapfre Paseo de Recoletos 23, 28004 Madrid

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DESTAQUE Basel, Switzerland

London, UK

Genève, Switzerland

London, UK

Rene Rimbert (1896-1991)- Poetry of the Silence and Flemish Reminiscence November1, 2013 – April 25, 2014 Artevera’s Gallery 1 Rue Etienne Dumont, 1204, F, Genève

Richard Hamilton February 13 – May 26, 2014 Tate Modern Bankside, London SE1 9TG

Riehen/Basel, Switzerland

London, UK

Odilon Redon February 2 - May 18,2014 Fondation Beyeler Baselstrasse 101 CH-4125 Riehen / Basel

A Dialogue With Nature: Romantic Landscape From Britain and Germany 30 January - 27 April, 2014 The Courtauld Gallery Somerset House, Strand London WC2R 0RN

Zürich, Switzerland

Florida, USA

From Matisse to Der Blaue Reiter/ The Blue Rider’. Expressionism in Germany and France February 7 - May11, 2014 Kunsthaus Zürich Heimplatz, 1 Zürich

Spirit of Cobra November 8, 2013 – May 18, 2014 NSU Museum of Art Fort Lauderdale One East Las Olas Boulevard Fort Lauderdale, FL 33301

The Surprised Masks: James Ensor February 16 - May 25, 2014 Kunstmuseum Basel St. Alban-Graben 16 4010 Basel

Bailey’s Stardust February 6 – June 1, 2014 National Portrait Gallery St Martin’s Place, London, WC2H 0HE

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ES DE ABRIL Los Angeles, Ca, USA

New York, USA

Calder and Abstraction: From Avant-Garde to Iconic. November 24, 2013 – July 27, 2014 Los Angeles County Museum of Art 5905 Wilshire Blvd, Los Angeles, CA 90036

Thirty Years Thirty-One Photographers February 6 - April 26, 2014 Laurence Miller Gallery 20 West 57th Street New York, NY 10019

Los Angeles, Ca, USA

New York, USA

Tea and Morphine: Women in Paris, 1880 to 1914 January 26 – May 18, 2014 Hammer Museum 10899 Wilshire Blvd Los Angeles, CA 90024

Joseph Adolphe – Messages, Memories and Dreams March 27 - April 26, 2014 Bertrand Delacroix Gallery 535W.25th Street, NY 10001, New York

New Jersey, USA

New York, USA

Edvard Munch: Symbolism in Print February 8 – June 8, 2014 Princeton University Art Museum Princeton, NJ 08544

The American West in Bronze, 1850 -1925 December 18, 2013–April 13, 2014 Metropolitan Museum of Art 1000 Fifth Avenue,New York, New York 10028-0198

New York, USA

Madrid, Spain

Visions and Nightmares: Four Centuries of Spanish Drawings January 17 through May 11, 2014 The Morgan Library & Museum 225 Madison Ave, New York, NY 10016

Pontormo. Dibujos February 12 - May 11,2014 Fundación Mapfre Paseo de Recoletos 23, 28004 Madrid

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DESTAQUE New York, USA

New York, USA

New York, USA

New York, USA

Antonio Canova: The Seven Last Works January 22 - April 27, 2014 The Metropolitan Museum of Art 1000 5th Ave, New York NY 10028

Martin Kippenberger - The Raft of Medusa.A Series of Works From 1996 March 3 – April 26, 2014 Skarstedt Gallery 20 E. 79th Street New York, NY 10075

Riehen/Basel, Switzerland

New York, USA

Odilon Redon February 2 - May 18,2014 Fondation Beyeler Baselstrasse 101 CH-4125 Riehen / Basel

Hollis Dunlap Solo Exhibition March 15 – April 12, 2014 Axelle Fine Arts Galerie 472 West Broadway New York, NY 10012

Zürich, Switzerland

Philadelphia, USA

From Matisse to Der Blaue Reiter/ The Blue Rider’. Expressionism in Germany and France February 7 - May11, 2014 Kunsthaus Zürich Heimplatz, 1 Zürich

Arts and Cultures of The Joseon Dinasty, 1392 – 1910 March 2 - May 26, 2014 Philadelphia Museum of Art 2600 Benjamin Franklin Parkway Philadelphia, PA 19130 215-763-8100

The Passions of Jean-Baptiste Carpeaux March 10-May 26, 2014 Metropolitan Museum of Art 1000 Fifth Avenue New York, New York 10028-0198

Ink Art: Past as Present in Contemporary China December11, 2013 – April 6, 2014 The Metropolitan Museum of Art 1000 5th Ave New York, NY 10028

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ES DE ABRIL San Francisco, CA, USA

Vivian Maier, Out of the Shadows February 6 – May 17, 2014 The Scott Nichols Gallery 49 Geary Street, Fourth Floor San Francisco, CA 94108

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Abril, 2014

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