Line & Stylish Nov. 2013

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N潞3 PT / NOV 2013

REVISTA MENSAL E GRATUITA

SOL ROBBINS:

As imagens de um contador de hist贸rias


Ficha Técnica Line & Stylish, Art Magazine

• National Gallery of Art, Washington, Doação do Comitê de Coleccionadores © Charly Herscovici-ADAGP-ARS, 2013 • Museum Boijmans van Beuningen, Roterdão. © Charly Herscovici - ADAGP - ARS, 2013.Fotografia: Studio Tromp, Roterdão • Colecção de Jasper Johns. © Charly Herscovici – ADAGP - ARS, 2013. Fotografia: Jerry Thompson René Magritte Museum • Cortesia e © de René Magritte Museum Roberto Bergonzo • Cortesia e © de Roberto Bergonzo e U-Art Sol Robbins • Cortesia e © de Sol Robbins Tate Britain • Cortesia da Tate Britain e Mercers’ Company Taymour Grahne Gallery- N.Y • Cortesia da Taymour Grahne Gallery e Reza Derakshani

Nr Registo ERC – 126385 Proprietário: José Eduardo de Almeida e Silva Editor: José Eduardo de Almeida e Silva NIF: 179208586 Periodicidade: Mensal Morada da redacção: Urbanização do Lidador Rua 17, nr 106 4470-709 – Maia - Portugal Contacto: +351 926 493 792 Director Geral: José Eduardo de Almeida e Silva Director Adjunto: Isabel Gore Editor: Eduardo Silva Redacção: José Eduardo Silva, Isabel Pereira Coutinho, Luis Peixoto Director Técnico: Luís Peixoto Colaboradores para o Nº3: • Paolo Di Bello Fotografia: Bertrand Delacroix Gallery • Cortesia de © Maurice Renoma Hamburger Kunsthalle • © Colecção Hirschsprung, Copenhague MoMa - The Museum of Modern Art • Museum of Modern Art. Kay Sage Tanguy Fund. © Charly Herscovici- ADAGP ARS, 2013.

The Metropolitan Museum of Art

• Fundação Balthus, Suíça,© Balthus • Metropolitan Museum of Art, legado de Mr. and Mrs. Allan D.Emil 1987© Balthus • Hirshhorn Museum and Sculpture Garden, Smithsonian Institute, Washington DC, Doação da Fundação Joseph H. Hirshhorn, 1966 © Balthus. • Colecção Bettina Rheims • Minneapolis Institute of Arts, Fundo de John R. Van Derlip e Fundo de William Hood Dunwoody © Balthus • The Metropolitan Museum of Art, Colecção de Jacques e Natasha Gelman, 1998 © Balthus

• Museum of Modern Art. Doação de Richard S. Zeisler. © Charly Herscovici ADAGP - ARS, 2013 • Los Angeles County Museum of Art, Los Angeles, California, U.S.A. © Charly Herscovici- ADAGP-ARS, 2013. Fotografia:Imagem Digital © 2013 Museum Associates-LACMA,Licensed por Art Resource, NY 2


No nosso número de Novembro, tivemos o prazer de passar um bom bocado em conversa com um dos grandes mestres da arte de intervenção (em Português, arte política tem uma conotação propagandista) e um excelente ilustrador, com o seu trabalho publicado em quase todas as mais importantes revistas e jornais Norte Americanos. Uma coisa que partilhamos com ele, é o papel que a Arte em geral e as Artes Plásticas em particular, desempenham na civilização ocidental quando tudo parece tornar-se cada vez mais individualista e egoísta. Quando questionado sobre isto, a posição tomada por Sol Robbins foi simples e fácil de entender: “Tudo o que faço é fornecer um suporte a uma mensagem. Não faço obras de Arte. Produzo mensagens.” Com esta afirmação está tudo dito, mesmo quando reparamos que a tendência oficial dominante nas Artes Plásticas seja radicalmente diferente. De facto, a Arte Conceptual continua a encher, inconscientemente, as principais galerias e museus com o seu esplendoroso vazio, cumprindo o seu propósito, descrever um dado momento histórico… o tempo do individualismo social e do egoísmo. Esta foi a lição do professor Sol Robbins, ministrada através de uma conversa casual, isenta de amargura ou de nostalgia, apenas deixando transparecer a sabedoria de uma alma feita na batida Jazz e que ainda acredita na Humanidade, mesmo quando tenta negar essa evidência. Sentimento partilhado por toda a equipa da revista Line & Stylish, razão que nos faz sentir tão orgulhosos dela.

José Eduardo G. de Almeida e Silva Director Geral

Capa: SOL ROBBINS Foto: Cortesia de Sol Robbins 3


ÍNDICE 6.

86.

SOL ROBBINS As imagens de um contador de histórias

30.

HAMBURGER KUNSTHALLE

Curta Vi

96.

Revelação da Dinamarca ao Modernismo

56.

REZA DERAKSHANI

ROBERTO BE

Biograf

97.

My Wicked Persian Carpet

68.

RENE MAGRITT

PROGRESSÃO

Reflexões de Robe

108.

MAGRITTE The Mystery of the Ordinary

BALTH

Cats and Girls Painting

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TE MUSEUM

122.

isita

ERGONZO

MAURICE RENOMA Primeira Exposição Individual em Nova Iorque

130.

ART UNDER ATTACK

fia

DE KAFKA

Histórias da Iconoclastia Britânica

137.

DESTAQUES DE NOVEMBRO

erto Bergonzo

HUS

gs and Provocations

info@lineandstylish.com +351 926 493 792 5


SOL ROBBINS: As imagens de um contador de histórias

Uma entrevista de: José Eduardo Silva e Isabel Gore.

POVERTY INCORPORATED

Tríptico, painel direito, óleo e té Foto: Cortesia de Sol Robbins 6


Sempre irónico, com um ligeiro toque ácido, contudo sem perder a sua ternura, Sol Robbins, um dos últimos grandes mestres da grande tradição Americana da Arte Social, teve uma extensa conversa connosco para a revista Line & Stylish. Primeiro começou por justificar a diferença académica entre Arte e Ilustração, para acabar confessando que a Arte é principalmente um meio de comunicar uma ou mais ideias. Pelo meio fica uma forte crítica ao sistema de educação Americano, entre outras coisas que irá descobrir nesta exclusiva entrevista.

- ELECTRICITY COMES TO A CITY. 3

écnica mista sobre papel 32 “ x 42” 7



MEMORIAL DAY OPENING OF R POOL. Óleo e técnica mista sobre papel 32 “ x 42” Foto: Cortesia de Sol Robbins


meus primeiros professores foi John Day, um discípulo directo de Joseph Alberts, e que teve grande influência em mim. O John ofereceu-me um livro intitulado “The Psychology of Seeing” (Numa tradução muito aberta, A Psicologia da Observação) de Rudolph Arnheim. É basicamente um tratado muito frio, minuciosamente detalhado sobre como os indivíduos realmente vêem as coisas e como isso se relaciona com a arte. De qualquer modo, nessa época pensava que estava tão próximo da “Bauhaus” quanto alguém poderá estar.

Line & Stylish (L&S): Sol, como é que tudo começou? Sol Robbins: Comecei a desenhar quando tinha nove anos. Torneime semiprofissional com a idade de dezoito ou dezanove anos. Comecei por fazer paisagens e a apresenta-las em galerias. Os meus pais teriam tido muito orgulho, tivessem eles vivido o tempo suficiente para me verem vender pinturas, ainda adolescente. Enquanto jovem, queria fazer coisas que me pudessem ligar aos outros de um modo mais sério. Comecei a ter aulas de Arte à noite, enquanto frequentava o ensino secundário. A minha escola decidiu que poderia ir para uma faculdade à noite, e obter créditos por isso, em substituição de alguma disciplina que, durante o dia, era leccionada pela minha escola secundária.

L&S: Qual a diferença, supondo que existe uma, entre um Artista Plástico e um Ilustrador? Sol Robbins: Pessoalmente não existe qualquer diferença. Profissionalmente existe uma diferença. A ilustração é um trabalho para ser reproduzido em publicações ou sob a forma de impressões. A ilustração apresenta uma narrativa visual, que deve atrair o leitor para o texto escrito. Há também o prazo no qual o trabalho deve ser executado. A Arte Plástica é infinita, por vezes pessoal, e como acontece com a maioria da Arte Contemporânea, o artista concebe um trabalho que se

Muitos dos meus professores de faculdade eram muito bons. Aliás, eu não entrei para a faculdade para dizer: “vou para esta faculdade porque é uma grande escola”. Frequentei diversas faculdades para contactar com excelentes educadores. Foi então que tudo acelerou. Por exemplo, um dos 10


de conhecimento, e a criatividade de expressão estendeu-se a mais gente. Nos anos oitenta, houve um retrocesso com o regresso da velha guarda de direita, personificadas pelos anos de Ronald Reagan e Margaret Thatcher que envolveram o mundo num estado como aquele em que agora nos encontramos a viver. Assim, para mim, um trabalho tinha, e ainda tem que ser, fortemente, comunicativo.

esgota em si próprio. Talvez a Arte que encontramos nas Galerias possa ser impressa, mas na maior parte das vezes, tal não acontece e essas obras acabam simplesmente por serem apenas apresentadas em galerias. Contudo, as galerias têm uma audiência limitada em comparação com a ilustração, e essa é a diferença. Assim, em Arte Plástica podes fazer o que quiseres. Para mim isso trás uma implicação: “Se eu posso fazer aquilo que quiser, então o que quero eu fazer?”

Numa revista, de um modo geral, podes escrever ou descrever acerca de tudo, mas não consegues criar uma ilustração que consiga relatar ou descrever em detalhe qualquer coisa, mesmo que essa notícia esteja escrita no artigo publicado. Uma difícil lição que tive de aprender, resume-se no seguinte: “podes fazer o que quiseres excepto mostrar o que irá aparecer impresso de modo escrito”. Porquê? Porque existe um conselho editorial que pode imaginar que essa imagem, pode provocar uma onda de reacções negativas. No meu entender, esse medo imaginário sobre o que uma ilustração possa trazer, não se compara ao tipo de humanismo ou à sua ausência, que pode ter sido exposto no texto que está a ser ilustrado.

L&S: Como se vê a si próprio, um artista ou um ilustrador? Sol Robbins: Sou um artista plástico que faz imagens narrativas, sendo que algumas delas foram impressas em publicações. A ilustração, pelo menos nos EUA e na Europa, começou por expressar algo e a apresentar os princípios de mudanças fundamentais que decorreram em dadas épocas. Nos anos sessenta e setenta, as pessoas prosseguiram essa tendência para mudanças progressistas como a expansão dos direitos civis, o fim das guerras e correndo com o legado mais conservador da direita. Verificou-se uma maior diversidade 11



WAITING FOR THE LIGHT TO CHANGE. Grafite e guache sobre papel, 23” x 30” Foto: Cortesia de Sol Robbins


Avançando para as Artes Plásticas como parte da vossa questão, o meu impulso narrativo / ilustrador é muito difícil de pôr de lado. Para esta função, recorro muito ao que aprendi no que respeita aos fundamentos e à produção da arte. Essas coisas fundamentais, é o que eu chamo a substância da arte moderna e, por elas próprias, são muito simples. Improviso as minhas imagens sem a necessidade de recorrer a sketches: Em ilustração existem muitos directores de arte que exigem esboços, antes de se avançar para o trabalho final. Eu não faço isso. Preciso do elemento surpresa.

direcções cardinais do plano da imagem, vou colocar material que pode ser encontrado em vários níveis diferentes ou em diferentes estratos, como numa fatia de cebola. Assim, nas imagens que produzo e em todo o impulso plástico que possa ter, são simples suportes para o tema que é tratado. É sobre o conteúdo da imagem e sobre a humanidade. Esta última, é a razão pela qual eu ainda desejo desenhar, tanto faz que o faça para mim, para uma galeria ou para um director de arte. L&S: Tem uns quantos truques na manga que os joga muito bem. Olhando para o seu trabalho, existe sempre uma música de jazz, uma espécie de banda sonora a tocar em fundo…

Muita gente diz que existem muitos motivos de dispersão nas minhas imagens, mas na realidade, não há. Recorro a determinadas técnicas para direccionar o vosso olhar. Quero convidar-vos a participar, e assim podem movimentar-se pelo desenho. Colocando a coisa em termos artísticos, eu apenas ligo uma imagem; de cima para baixo, da esquerda para a direita e da frente para trás. Agora, é um simples princípio fundamental do material artístico. Em todas as

Sol Robbins: Bem, eu gosto de tocar Blues e música Jazz, mas não na rádio. Agora mesmo, estou a tocar guitarra enquanto espero que a tinta seque.

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POVERTY INCORPORATED - ELECTRICITY COMES TO A CITY. 1

Tríptico, painel esquerdo, técnica mista sobre papel 32” x 20” Foto: Cortesia de Sol Robbins

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Depois de algo como isto, as peças de arte ficavam fora de circulação…, excepto as que reaparecessem em alguma leiloeira. Não me interpretem mal, como isto outras coisas, muitas coisas também aconteceram.

L&S: O que pensa sobre os movimentos conceptuais, sobretudo na América, e o que eles acrescentaram à arte de hoje? Sol Robbins: Isso é algo que, para mim, é muito difícil de falar. Acho que as galerias se inclinam mais para propostas e resultados comerciais, se comparadas com o mercado da ilustração.

Assim, em diversos modos, o que é proposto pelos artistas de hoje está limitado pelo tipo de locais e pelos métodos populares de exposição que são concebidos, de modo a obter, na minha óptica, uma notoriedade marginal ou efémera. A pressão que alguns destes artistas fazem, também reside na propaganda do que eles concebem como um evento de arte, receber boas críticas, produzir arte, de modo a que esta se valorize ao longo do tempo, como qualquer outro investimento comercial, ou, finalmente, fazer comércio através de um nome criado por eles próprios nos últimos anos, ou num passado recente. A arte, simplesmente, passa pelas mãos de terceiros, sem muita referência à vida ou ao ambiente que lhe deu origem. Um ilustrador tem que, mais ou menos, refazer o que faz o tempo todo, assumindo que tem um estilo reconhecido. O problema com o estilo, para qualquer tipo de artista

Em termos de arte, num passado recente, os críticos e os apreciadores de Arte foram silenciados ou afastados do processo, e uma classe de indivíduos auto intitulados de coleccionadores instalaram-se como decisores do que é bom ou não em Arte. Sendo que, a medida empregue é o que é vendido ou não. Podes sobreviver bem, se os teus amigos e conhecidos te comprarem o que produzes. Por exemplo, em Nova Iorque durante os anos oitenta muitos de nós, artistas, víamos muita gente a conduzir carros de luxo, a chegarem às galerias na East Village, sobretudo as mais sensacionalistas, encherem os automóveis com arte e irem-se embora. 16


é que pode ser facilmente copiado. Porém, se além do estilo possuir uma capacidade de apresentar uma visão humana do objecto, aí é muito difícil, ou mesmo impossível, de copiar.

e das galerias. De súbito, no início do século XXI, as pessoas voltaram. Porque acha que isto aconteceu? Sol Robbins: Se querem dizer arte conceptual como esculturas gigantes de cubos e outras que tais, o que reside aí para alguém entender? Mesmo aqueles a que chamam de espectador tipo? Um cubo é um cubo. Ele representa-se a si próprio. Quando um Cubo entra num Museu de Arte Contemporânea, a única coisa que muda é se o artista o valorizou aumentando a sua dimensão. É preciso ser um cubo muito grande para ser levado a sério. Se estamos a falar deste “cubo” como uma coisa de arte conceptual, então esta pergunta terá que ser reformulada. No meu entender, um objecto de arte é feito com alguma intenção, o seu significado decorre da sua identificação com algo ou com certas pessoas. Então talvez a vossa questão sobre os museus de arte contemporânea deveria ser: Com que é que este museu ou artista se identifica? Com quem é que este museu ou artista se identifica?

A dificuldade que tenho constatado nos últimos anos, é a não existência de muitos formatos ou locais disponíveis para os artistas usarem como um “laboratório”, de forma a permitir alguma evolução na constante mutação dos ideais criativos ou novas maneiras mais precisas/íntimas de expressar o que está a acontecer, actualmente, com a “humanidade”… e serem pagos para isso. Do que falo, vai para lá da moda. Talvez a internet ajude a preencher este vazio. Mas a internet não paga os conteúdos aos artistas. A arte costumava anteceder as mudanças neste tipo de coisas. Sabes?.. Como as mudanças de trajectória de uma sociedade, mas agora ela apenas a segue. L&S: Com o movimento conceptual iniciou-se um divórcio entre o comum observador e os artistas contemporâneos. O público começou a afastar-se dos museus de arte contemporânea 17



CHINATOWN Técnica mista em papel 32 “ x 42” Foto: Cortesia de Sol Robbins


Por outras palavras, realmente não consigo responder a essa questão. Não entendo porque é que as pessoas abandonam o sentir a Arte e, em seguida, regressam ao ambiente de um museu de arte contemporânea.

L&S: É usualmente catalogado como um pintor político e radical. É mais que evidente que existe uma forte crítica social nos seus trabalhos, contudo vai mais longe; produz composições cruas conjuntamente com uma suave música de jazz. Porque dá uma imagem tão cáustica da humanidade e, ao mesmo tempo, mostra uma certa ternura por ela?

Dito isto, acredito que existem três formas da arte agir sobre a tua mente: • A primeira, é aquela em que a arte não age de todo com a tua mente e que eu chamo Arte Abstracta. É o que é. É uma imagem de si própria.

Sol Robbins: É interessante o que dizem. É verdade que a minha arte deriva do olhar sobre a espécie humana, mas esta relação tem uma tradição que já existe há muito, muito tempo. Vamos colocar isto do seguinte modo; tento mostrar que as contradições coexistem no mesmo ambiente, e o local onde elas coexistem é chamado ironia. Penso que a ironia é agridoce. No início da minha evolução, comecei a acreditar que muitos artistas estavam concentrados em desenvolver um estilo, na crença de que o seu estilo os iria distinguir dos outros artistas.

• A segunda, é o tipo de Arte que se move da realidade para a fantasia, como a de um pintor paisagista. Ele vê uma montanha e pinta a montanha. A pintura é apenas uma interpretação de algo que ele realmente vê. • A terceira, é aquela que tento fazer, vem da realidade para a fantasia e retorna à realidade. Esta segunda realidade não é aquela por onde começaste. É isso o que tento fazer.

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Com o tempo, comecei a acreditar que para alguns artistas, o “estilo” tornouse meramente num filtro, através do qual toda a arte que produziram foi forçada a passar. Tudo o que tentei fazer, foi concentrar-me no desenvolvimento de uma linguagem visual de modo a comunicar com as pessoas que poderão ter que passar algum tempo a olhar para o material que eu fiz e que, felizmente, não dão o seu tempo como mal empregue, ao agirem assim. Identifico-me com algo a que livremente se chama condição humana. Tento comunicar sem a minha intervenção, ou a de mais alguém na tentativa de explicar o que eu desenhei ou pintei, não precisam de ler um livro sobre mim para compreender o que faço. Felizmente, alguém que observe uma das minhas imagens consegue, por uns segundos, ver-se retratado nela. Ainda bem que uma comparação pode ser feita entre eles e o que estão a observar. Esse é o momento que eu tento deixar livre, para ver se fiz tudo certo.

L&S: Subitamente jovens artistas começaram a reinterpretar os mestres como Courbet, Rembrandt, entre outros e apresentaram muito bons trabalhos. O mercado e os coleccionadores começaram a encara-los com respeito. Na Europa, a nova geração observa um revivalismo mais perto do realismo social, enquanto nos EUA é um revivalismo mais de estilo. Contudo algo está a mudar, o público voltou aos museus e às galerias, como explica isto? Sol Robbins: : Infelizmente não posso explicar isso. Quero dizer, não produzo material desse tipo que, imediatamente, tem ordem para ser pendurado no escritório ou na sala de jantar de alguém.

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HOW DO YOU CHOOSE WHO’S PRAYERS TO REFUSE? Óleo e grafite sobre papel 32 “ x 42” Foto: Cortesia de Sol Robbins


Fui assistente universitário, convidado, por universidades americanas e inglesas. Há diferenças fundamentais entre os indivíduos na Europa e nos EUA. No Reino Unido um estudante de arte vai para uma escola politécnica por dois anos, antes de ser seleccionado e convidado para ir para uma Universidade, por quatro anos e de forma gratuita ou, mais recentemente, a um custo relativamente baixo se comparado com o praticado nos EUA. Aqui os potenciais estudantes têm que pagar para ter este tipo de educação, correntemente esse montante ronda os USD$ 120,000.00. Complementarmente, a ideia de ser seleccionado através de uma bolsa de estudo ou de um fundo, é muito pequena. Nos EUA tu só tens que descobrires um meio para pagar.

e, criativamente, concentram-se em produzir trabalho que lhes granjeie algum feedback, de forma a obterem um convite como candidato à entrada numa universidade. Sistema muito parecido à aprendizagem. No Reino Unido, conheci muitos estudantes que fugiam, totalmente, ao que habitualmente era leccionado nas cadeiras que frequentavam. O seu material era simplesmente diferente e altamente desenvolvido. Estes tipos, de que falo, criaram a sua própria sala de aula, dentro da qual eles eram os únicos alunos e tinham o mesmo acompanhamento pedagógico que todos os outros. Nos EUA não há muitos exemplos destes. Não há tempo para aprender como realmente se pinta ou se desenha, enquanto saltitas de uma coisa para a outra. Tens que resolver por ti próprio todas as falhas educativas. Por vezes, penso que muitos dos estudantes nos EUA deviam pura e simplesmente ter comprado um Porsche para voltarem para trás até à loja de material de arte.

Mas como dizias, algo está a acontecer na Europa e, de modo diferente, nos EUA. Talvez seja devido a estas diferenças que acabei de referir. Os estudantes do Reino Unido têm mais tempo para ganhar confiança 24


PAX AMERICANA.

Técnica mista sobre papel de ilustração 30 “ x 24” Foto: Cortesia de Sol Robbins

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POVERTY INCORPORATED - ELECTRICITY COMES TO A CITY. 2 Tríptico painel central, técnica mista sobre papel 32” x 42” Foto: Cortesia de Sol Robbins


E quando era novo, os artistas com quem contactei directamente; Russel Mills, George Snow, Ian Pollack, Robert Mason, Sue Coe, Rick Prol, Blair Drawson, Allan Loving, Raphael Ferrer, Murray Tinkleman, Andrew Castrucci e Marshal Arisman. Também adoro a Arte Haitiana de Rigaud Bendit, Hector Hyppolite, Philome Obin, Andre Pierre, Marat Brierre e Wilson Bigaud. Parece-me que a arte Haitiana é tão difícil de ser encontrada, por ser uma arte sobre o seu tempo, lugar e a sua gente. Antes de partir, quero agradecer o vosso interesse pelo que faço. Sintome verdadeiramente honrado.

L&S: Há algum pintor vivo que o inspire? Sol Robbins: Existem muitos artistas vivos, cujo trabalho admiro muito, mas não posso dizer que eles realmente me influenciaram directamente. O que eles fazem com a arte é muito diferente daquilo que produzo. Correntemente a Arte de Intervenção (ou Arte Política) confina-se à caricatura, à sátira e à fotografia. Alguns artistas que continuam a influenciar-me são; Bertold Brecht, Franz Kafka, Jack Levine, William Gropper, Mauricio Lasansky, Reginald Marsh, Phillip Evergood, Romare Bearden, Thomas Eakins, Thomas Nast, Otto Dix, george Grosz, Jackson Pollock, Robert Rauchenberg, Malevich and the Russian Constructivists, Max Ernst, Toulouse Lautrec, Pierre Bonnard, Rembrandt, Velazquez, John Heartfield, Manet, Goya, Caravaggio e Van Eyck, para mencionar uns quantos.

Tradução:L&S

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HAMBURGER KUNSTHALLE Revelação da Dinamarca ao Modernismo

A Colecção de Hirschsprung De Eckersberg a Hammershoi

20 Setembro de 2013 - 12 de Janeiro de 2014 Galeria de Arte Contemporânea A colecção de Hirschsprung em Copenhague é uma das melhores e mais extensas colecções de pintura dinamarquesa do século XIX. Todos os principais artistas dinamarqueses deste período, estão representados na colecção, construída por Heinrich Hirschsprung (18361908), fabricante de tabaco e apaixonado colecionador de arte, estando em exibição no seu próprio museu desde 1911. A exposição do Hamburger Kunsthalle apresenta cerca de 80 obras desta colecção. Nunca a colecção de Hirschsprung, emprestou tantas obras de arte. Por isso, o Hamburger Kunsthalle apresenta um levantamento excepcional da arte dinamarquesa desde os meados do século XIX ao início do século XX, nunca exposta, nesta escala, na Alemanha. A mudança decisiva em direção ao modernismo ocorreu na arte dinamarquesa durante a década de 1880: Nas décadas anteriores, os artistas continuaram a aderir aos ideais românticos, centrando-se principalmente em temas nacionais. Agora, os pintores dinamarqueses oferecem uma nova perspectiva, mais realista, sobre a vida rural. As grandes narrativas foram substituídas por instantâneos da realidade nua e crua da vida campestre dinamarquesa, despojados de todo o idealismo e desprovido do pathos da pintura histórica. A Arte desempenhou um papel muito importante neste processo de modernização abrangente, afectando muitas áreas da sociedade dinamarquesa no final do século XIX, levando a que este período seja, agora, descrito como a era do “grande avanço moderno”. A exposição começa com pinturas e desenhos exemplares da “Idade de Ouro Dinamarquesa “durante a primeira metade do século XIX, com obras de Christoffer Eckersberg (17831853), Christen Kobke (1810-1848), Johan Th. Lundbye (1818-1848) e Christen Dalsgaard (1824-1907). Influenciado, em certa medida pela arte francesa moderna e do “retorno à natureza” defendida pelos pintores da escola de Barbizon, artistas como Theodor Philipsen (1840-1920) e Joakim Skovgaard (1856-1933) também apresentaram uma visão diferente da paisagem dinamarquesa. Isto, implicou uma especial atenção para a representação realista das condições atmosféricas e de luz, em diferentes momentos do dia e ao longo de todo o ano. A exposição mostra as obras através dos impressionistas e simbolistas dinamarqueses, incluindo pintores de renome internacional, Anna Ancher (1859-1935) e Peder Severin Kroyer (1851-1909), bem como Vilhelm Hammershoi (1864-1916). 30


Christoffer Wilhelm Eckersberg, (1783-1853) Junge Frau vor einem Spiegel, 1841 Öl auf Leinwand / Óleo sobre tela, 33,5 x 26 cm © Sammlung Hirschsprung, Kopenhagen / © Colecção Hirschsprung, Copenhague 31


Peder Severin Krøyer (1851-1909) Interieur. Die Frau des Künstlers, 1889 Öl auf Leinwand / Óleo sobre tela, 35,2 x 24,8 cm © Sammlung Hirschsprung, Kopenhagen / © Colecção Hirschsprung, Copenhague 32


Vilhelm Hammershøi (1864-1916) Interieur mit lesendem jungen Mann, 1898 Öl auf Leinwand /Óleo sobre tela, 64,4 x 51,8 cm © Sammlung Hirschsprung, Kopenhagen / © Colecção Hirschsprung, Copenhague 33


Peder Severin Kr Bildnis der Familie Öl auf Leinwand / Óleo s © Sammlung Hirschsprung, Kopenhagen 34


røyer (1851-1909) Hirschsprung, 1881 sobre tela, 109,5 x 135 cm n / © Colecção Hirschsprung, Copenhague 35


Thorvald Nis Strandansicht. Gren テ僕 auf Leinwand /Oil on ツゥ Sammlung Hirschsprung, Kopenhagen 36


ss (1842-1905) nen bei Skagen, 1889 n canvas, 46,5 x 59,5 cm / Š Hirschsprung Collection, Copenhagen 37


Peder Severin Kr Sommerabend am Strand von Skagen Öl auf Leinwand / Óleo © Sammlung Hirschsprung, Kopenhagen 38


røyer (1851-1909) n. Der Künstler und seine Frau, 1899 sobre tela, 135 x 187 cm n / © Colecção Hirschsprung, Copenhague 39


Peder Severin Krø Italienische Dorfhutm Öl auf Leinwand / Óleo so © Sammlung Hirschsprung, Kopenhage / 40


øyer (1851-1909) macher. Sora, 1880 obre tela, 135,3 x 107 cm © Colecção Hirschsprung, Copenhague 41


Peder Severin Krøyer (1851-1909) Selbstporträt des Künstlers, 1897 Öl auf Holz / Óleo sobre madeira, 40.9 x 31.6 cm © Sammlung Hirschsprung, Kopenhagen / © Colecção Hirschsprung, Copenhague 42


Vilhelm Hammershøi (1864-1916) Porträt eines jungen Mädchens. Die Schwester des Künstlers, Anna Hammershøi, 1885 Öl auf Leinwand / Óleo sobre tela, 112 x 91,5 cm © Sammlung Hirschsprung, Kopenhagen / © Colecção Hirschsprung, Copenhague 43


Christoffer Wilhelm E Blick von der Batterie der Seefestung Tre Öl auf Leinwand /Óleo s © Sammlung Hirschsprung, Kopenhagen 44


Eckersberg, (1783-1853) ekroner, in der Ferne Kopenhagen, 1836 sobre tela, 21,5 x 30,5 cm n / © Colecção Hirschsprung, Copenhague 45


Peder Severin Kr Ausfahrt zum Na Öl auf Leinwand /Óleo s © Sammlung Hirschsprung, Kopenhagen 46


røyer (1851-1909) achtfischen, 1884 sobre tela, 40,2 x 63,7 cm n / © Colecção Hirschsprung, Copenhague 47


Vilhelm Hamme Landschaft. Gundsømag Öl auf Leinwand / Óleo © Sammlung Hirschsprung, Kopenhagen 48


ershøi (1864-1916) gle bei Roskilde, ca. 1885 sobre tela , 30 x 41,8 cm n / © Colecção Hirschsprung, Copenhague 49


Peder Severin Kr Sommertag am Südstr Öl auf Leinwand /Óleo so © Sammlung Hirschsprung, Kopenhagen 50


røyer (1851-1909) rand von Skagen, 1884 obre tela, 154,5 x 212,5 cm / © Colecção Hirschsprung, Copenhague 51


Niels Pedersen M Fischersleute. Kan Öl auf Leinwand / Óleo s © Sammlung Hirschsprung, Kopenhagen 52


Mols (1859-1921) ndestederne, 1892 sobre tela, 55,5 x 67,6 cm n / © Colecção Hirschsprung, Copenhague 53


Anna Ancher (1859-1935) Die Magd in der Küche, 1883/86 Öl auf Leinwand / Óleo sobre tela, 87,7 x 68,5 cm © Sammlung Hirschsprung, Kopenhagen / © Colecção Hirschsprung, Copenhague 54


Curador: Dr. Jenns Howoldt Hamburger Kunsthalle Glockengießerwall 20095 Hamburg Germany

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TAYMOUR GRA

Reza Der

My Wicked P bonitas com qualidades decorativas quase hedonista, cortadas com manifestações de morte sombrias e apocalípticas, um resultado que é hipnótico e universalmente inquietante.

New York, New York (26 de Setembro de 2013) - Após o seu lançamento, muito elogiado em Setembro de 2013, a Taymour Grahne Gallery apresenta novas obras de Reza Derakshani, pintor, músico e artista performativo Iraniano. Expandindo investigações anteriores de ornamentação e abstração,“My Wicked Persian Carpet”, incorpora uma experimentação recente do artista, com materiais como glitter para considerar temas contínuos de vida e morte, fé e medo, amor e repulsa, beleza e crueldade, luz e escuridão. Campos planos e coloridos, e uma falta de perspectiva, são uma componente constante nas composições de Derakshani, fundir a tradição e referências políticas com pinturas altamente texturizadas e verdadeiras joias, A série baseia a sua força bruta de contraste desconfortável – aparentemente

Nascido na zona rural de Sangsar, Irão, a observação detalhada que Derakshani faz do mundo natural, é evidente no seu trabalho, tal como a sua inspiração na arte persa e tradições folclóricas; imagens de jardins, épicos e miniaturas é uma parte crítica da sua narrativa visual. Depois de deixar o Irão, na sequência da revolução, Derakshani incorporou influências da pintura modernista ocidental e motivos persas para desenvolver uma linguagem visual própria que, ricamente e muitas vezes de forma penetrante, aborda os desafios de chamar casa, a vários lugares e a complexidade e trauma da história 56


AHNE GALLERY

rakshani:

Persian Carpet

tapete persa como um símbolo do próprio Irão. É algo de que os persas têm orgulho, uma arte tradicional que pode ser absolutamente magnífica, contudo talvez nos escondemos por trás desses símbolos tradicionais. Temos enormes problemas no Irão, que precisamos enfrentar “ Em mais nenhum lugar isso é mais evidente do que no trabalho, a partir do qual a exposição recebe o seu nome; um crânio azul sorridente fixa o espectador, flutuando sobre uma grossa camada reformulada, dentro do padrão familiar de tapetes persas. Outros, como o My Lovely Red Carpet Nuked (2013) continuam o tema, os padrões são mais subtis, mas através de uma névoa pixelizada, a nuvem roxa em forma de cogumelo, de uma reação nuclear cintilante toma o lugar central, dominando a tela.

moderna da cultural iraniana. Esta última série foi motivada pelo regresso de Derakshani ao seu país natal, onde, desapontado com o que viu depois de décadas a viver no exterior, um comentário sobre o estado actual do Irão manifestou-se em “My Wicked Persian Carpet.” No entanto, como Scott Indrisek escreve no seu ensaio, que acompanha o catálogo da exposição: “Definir Derakshani como um pintor político seria redutor- encolhendo a sua obra a pouco mais do que uma angústia prolongada contra um regime - e é mais interessante notar os caminhos inevitáveis que tais realidades concretas são, em vez disso, ingeridas e transformadas, pelo artista. “ Isto é ecoado pelo próprio Derakshani, que explica: “Tentei, durante muito tempo, afastar-me da política, mas estava sempre lá no fundo, e vejo o 57


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Reza Derakshani Searching for God, 2013, Ă“leo, Esmalte e Glitter sobre tela,105 x 120 cm Cortesia da Taymour Grahne Gallery e Reza Derakshani

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Reza Derakshani My Lovely Nuked Red,Carpet, 2013, Ă“leo e Glitter sobre tela, 200 x 200 cm Cortesia da Taymour Grahne Gallery e Reza Derakshani

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Reza Derakshani My Wicked Persian Carpet, 2013, Ă“leo e Glitter sobre tela,200 x 200 cm Cortesia da Taymour Grahne Gallery e Reza Derakshani

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Reza Derakshani Fear and Faith, 2013, Óleo e Glitter sobre tela, 240 x 200 cm Cortesia da Taymour Grahne Gallery e Reza Derakshani

TAYMOUR GRAHNE GALLERY Em exibição De 29 de Outubro a 3 de Dezembro, 2013 157 Hudson Street New York, NY 10013 65


ANÚNCIO PÁG

420x297mm Tipo de ficheiro pre

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GINA INTEIRA

m 300 dpi’s eferencial: JPG, TIF

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MAGRITTE: THE MYSTERY OF THE ORDINARY (O MISTÉRIO DO COMUM), 1926-1938 EXPLORA A RUPTURA DOS ANOS SURREALISTAS DO ARTISTA COM OBRAS CRUCIAIS DE 1920 A 1930.

Em exibição no Museu de Arte Moderna de 28 de Setembro 2013 a 12 de Janeiro de 2014, explora a evolução da obra de René Magritte de 1926 a1938, um período extremamente inovador, no qual desenvolveu estratégias e técnicas fundamentais para desfamilizar o familiar, de acordo com as suas palavras, “Objectos do quotidiano gritam em voz alta.” Durante esse tempo, o artista foi conotado com o movimento surrealista, e as suas descrições misteriosas de objectos comuns constituíram uma nova e importante direcção na arte surrealista. Reunindo cerca de 80 pinturas, colagens e objectos, juntamente com uma selecção de fotografias, e dos primeiros trabalhos comerciais, a exposição oferece uma introspecção sobre o princípio 68

da carreira extraordinária de Magritte, como pintor moderno e artista surrealista. Para além das obras da colecção do MoMA, a exposição inclui muitos empréstimos de colecções públicas e privadas nos EUA e no exterior. Magritte: The Mystery of the Ordinary, 19261938 no MoMA, é organizada por Anne Umland, Curador de pintura e escultura The Hooker Blanchette Rockefeller, com Danielle Johnson, Curadora Assistente do Departamento de Pintura e Escultura. A exposição é organizada pelo MoMA, The Menil Collection. The Art Institute of Chicago, e seguirá para a Menil Collection de 14 Fevereiro - 1 Junho 2014, e em seguida para The Art Institute of Chicago a partir de 22 Junho - 12 Outubro de 2014.


René Magritte (Belgian, 1898–1967) La clef des songes (A Interpretação dos Sonhos). 1935 Óleo sobre tela. 16 1/8 x 10 5/8’ (41 x 27 cm) Colecção de Jasper Johns. © Charly Herscovici -– ADAGP – ARS, 2013. Fotografia : Jerry Thompson 69


A primeira apresentação, reunindo as primeiras obras surrealistas de Magritte, Magritte: The Mystery of the Ordinary, 1926-1938 começa com pinturas e colagens criadas por Magritte , em Bruxelas entre 1926 e 1927, em antecipação e imediatamente a seguir à sua primeira exposição individual , na Galerie Le Centaure, que lançou a sua carreira como pintor belga líder do Surrealismo. Segue Magritte para Paris, onde viveu entre 1927e 1930, de modo a estar mais perto do centro do movimento surrealista, e conclui em 1938, ano em Magritte entrega “La Ligne de Vie” ( A Linha da Vida), uma importante palestra autobiográfica que fez um relato da sua carreira como Surrealista. Como todos os artistas e poetas associados ao movimento Surrealista, Magritte procurou derrubar o que considerou como racionalismo opressivo da sociedade burguesa. A sua arte, durante estes anos essenciais é, por vezes, violenta, perturbadora, e muitas vezes cheia de descontinuidades. 70

Frequentemente, questionou convenções da linguagem e representação visual, usando métodos que incluiram nomes errados de objectos, duplicação e repetição, espelhamento e ocultação, e a representação das visões tidas num estado de semivigília. Todos são dispositivos que lançam dúvidas sobre a natureza das aparências, dentro das obras de Magritte e dentro da própria realidade. Pintado para a sua exposição no Le Centaure, “L’Assassin Menacé” (O Assasíno Ameaçado), 1927 é uma das maiores e mais teatrais composições de Magritte. Figuras olhando vagamente, objectos comuns do quotidiano, todos rendidos ao estilo plano inexpressivo de Magritte, sublinhado por Pierre Flouquet, artista belga abstracto, que caracterizou como “crime banal “ da pintura. Numa outra obra deste período, Magritte retrata o seu “cúmplice”, o poeta surrealista belga e líder, Paul Nougé. Aqui, dois homens aparentemente idênticos e


vestidos formalmente, são parcialmente separados por uma “porta” fragmentada. Através do uso de duplicação, Magritte desafia a ideia convencional de que um Retrato deve representar um eu singular, ou um indivíduo. Estas pinturas são unidas por um grupo dos primeiros papiers collé, ou colagens de Magritte. Essas obras incluem o que se tornaria motivos de assinatura para o artista: chapéus-coco, cortinas de teatro e paisagens misteriosas. Entre eles, o “Le Jockey Perdu” (O Jóquei Perdido) 1926 tem um estatuto singular; em Setembro 1926, Camille Goemans, poeta, amigo e representante de Magritte, associou esta figura do Jóquei “arremessado de forma imprudente para o vazio”, com o próprio artista. Em Setembro de 1927, depois de se mudar para Paris, Magritte trabalhou a um ritmo sem precedentes, produzindo alguns dos seus trabalhos mais radicais e reconhecíveis. Para a obra “Les Amants”, (Os Amantes) 1928, Magritte invoca o

cliché cinematográfico de um beijo close-up, mas subverte os seus prazeres voyeuristas, encobrindo os rostos com um pano. O dispositivo de um tecido drapeado ou véu para esconder a identidade de uma figura, corresponde a um grande interesse surrealista pelas máscaras, disfarces, e que está para além ou abaixo das superfícies visíveis. Em Paris, Magritte explorou a relação escorregadia entre palavras e imagens. A sua obra icônica, “La Trahison des Images” (A Traição das Imagens)1929, apresenta um simulacro habilidoso e realista de um cachimbo prestados com a clareza directa de um símbolo de loja ou escola primária. Com uma declaração directa e enganosa “Ceci n’est pas une pipe” (“Isto não é um cachimbo”) por debaixo da figura do cachimbo, Magritte declara que uma imagem não é a mesma coisa do que pretende representar, uma afirmação sublinhada pelo título.

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René Magritte (Be La trahison des images (Ceci n’est pas une pipe) (A Tr Óleo sobre tela. 23 3/4 x 31 15/16

Los Angeles County Museum of Art, Los Angeles, Califo Fotografia: Imagem Digital © 2013 Museum Ass

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elgian, 1898–1967) raição das Imagens) [Isto não é um Cachimbo ]). 1929 6 x 1 in. (60.33 x 81.12 x 2.54 cm)

ornia, U.S.A. © Charly Herscovici-- ADAGP – ARS, 2013. sociates/LACMA,Licensed por Art Resource, NY

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René Magritte (Be Les amants (Th Óleo sobre tela. 21 3/8 x

Museum of Modern Art. Doação de Richard S. Zei

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elgian, 1898–1967) he Lovers).1928. x 28 7/8’ (54 x 73.4 cm).

isler. © Charly Herscovici -– ADAGP – ARS, 2013

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No final dos seus anos em Paris, Magritte pintou “L’Évidence Éternelle” (A Evidencia Eterna) 1930. Num desafio simultâneo e homenageando o tema tradicional artístico do nu feminino, Magritte divide o corpo feminino em cinco secções emolduradas e isoladas, tornando-se numa das três partes invulgares “toiles découpés” (pinturas esculpidas) que Magritte criou em antecipação à exposição individual na Galerie Goemans, Paris, na primavera de 1930. Magritte destina estas obras para serem montadas em vidro e, especificamente, referindo-se a elas como “objectos”, ressaltando assim a sua posição única entre a pintura e a escultura. Os três trabalhos serão apresentados em conjunto, pela primeira vez desde 1931, nesta exposição.

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René Magritte (Belgian, 1898–1967) La clairvoyance (Clarividência).1936. Óleo sobre tela. 21 1/4 x 25 9/16’ (54 x 65 cm).

Mr. and Mrs. Wilbur Ross. © Charly Herscovici -– ADAGP – ARS, 2013

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René Magritte (Belgian, 1898–1967) Le portrait (O Retrato). 1935. Óleo sobre tela. 28 7/8 x 19 7/8’ (73.3 x 50.2 cm).

Museum of Modern Art. Doação de Kay Sage Tanguy. © Charly Herscovici -– ADAGP – ARS, 2013 78


René Magritte (Belgian, 1898–1967) La condition humaine (A Condição Humana).1933. Óleo sobre tela.100 x 81 x 1.6 cm (39 3/8 x 31 7/8 x 5/8 in.). National Gallery of Art, Washington, Doação de Collector’s Committee. © Charly Herscovici -– ADAGP – ARS, 2013 79


Em Julho de 1930, após a queda do mercado de acções e do encerramento da Goemans Galerie, Magritte voltou para Bruxelas, onde continuou a perseguir novos modos de fazer imagem. Em 1932, com “Les Affinités Électives” (As Afinidades Electivas), Magritte percebe que poderia criar choque, ao explorar as afinidades secretas entre os objectos, neste caso, uma gaiola e um ovo, e não através da justaposição de diferenças. Com “Le Viol” (O Rapto) 1934, Magritte propõe uma surpreendente afinidade visual directa, entre rosto de uma mulher e o seu corpo; nas suas palavras, “Os seios são os olhos, o nariz um umbigo, e a vagina substitui a boca”. André Breton, líder surrealista francês, considerou a imagem, a chave do trabalho surrealista, e reproduziu-a na capa do seu livro, “Qu’est-ce que le Surréalisme?” (O que é o Surrealismo?) 1934. “La Condition Humaine” (A condição Humana) 1933, reúne pela primeira vez, dois dos temas 80

favoritos de Magritte: a “pintura de janela” e a “pintura dentro de uma pintura.” Num cavalete em pé em frente de uma janela, o trompe l’oeil da pintura de uma e paisagem, numa tela sem moldura, quase se funde com a visão exterior. Mas o pressuposto de que a pintura de cavalete é uma “representação”, enquanto o espaço circundante é “real”, rapidamente se revela uma falsa premissa: toda a composição é, com certeza, uma invenção pintada por Magritte. A exposição apresenta também, uma série de trabalhos produzidos para o excêntrico patrono britânico e poeta Edward James, incluindo O Modelo Vermelho e No Limiar da Liberdade, duas grandes obras que foram encomendadas em 1937, como parte da pintura decorativa para o salão de festas de James. As pinturas acabadas foram instaladas atrás de dois espelhos bidirecionais que revelaram, dramaticamente, as


obras de arte quando iluminadas por detrás, criando um espaço Surrrealista único e teatral. Magritte também fez dois “Portraits Manqués “ (Retratos Falhados) de James, em que o rosto da pessoa está oculto.“La Reproduction Interdite” (A Reprodução Interdita) 193, apresenta uma variante do tema sósia. Um homem olha para si mesmo no espelho, mas em vez de reflectir o seu rosto, o espelho reflecte, paradoxalmente, a sua imagem de costas. “Le Principe du Plaisir “ (O Princípio do Prazer) 1937 é, de acordo com Magritte, “uma imagem que representa o homem cuja cabeça, é uma luz.” Além das primeiras colagens e de uma extensa selecção de pinturas, a exposição reúne outros grupos de obras deste período, incluindo objectos surrealistas, uma categoria de produção de arte que ganhou popularidade ao longo dos anos 1930. Magritte criou os seus primeiros objectos enquanto vivia em Bruxelas em

1932, cobrindo uma estátua de gesso pré-existente da Vênus de Milo, Les Menottes de Cuivre ( Algemas de Cobre), e um molde de gesso, pré-existente, da máscara mortuária de Napoleão, L’Avenir des Statues (O Futuro das Estátuas) com pintura. A exposição também inclui fotografias que se relacionam directamente com as pinturas e objectos de Magritte, criados durante este período, ou que destacam o seu interesse em realizar para a câmera, de forma a que as preocupações paralelas sejam expressas nas suas pinturas. A selecção de trabalhos comerciais iniciais, ilustrações para livros e periódicos são também aqui exibidos.

MoMA The Museum of Modern Art, 11 West 53 Street, New York, NY 10019 81


René Magritte (Be L’assassin menacé (O Ass Óleo sobre tela,. 59 1/4’ x 6

Museum of Modern Art. Kay Sage Tanguy Fun

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elgian, 1898–1967) ssasino Ameaçado). 1927. 6’ 4 7/8’ (150.4 x 195.2 cm).

nd. © Charly Herscovici – ADAGP – ARS, 2013

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René Magritte (Belgian, 1898–1967) La reproduction interdite (A Reprodução Interdita).1937. Óleo sobre tela. 31 7/8 x 25 9/16 in. (81 x 65 cm). Museum Boijmans van Beuningen, Rotterdam. © Charly Herscovici -– ADAGP – ARS, 2013. Fotografia: Studio Tromp, Rotterdam 85


RENE MAGRITTE MUSEUM:

Curta Visita

O Museu René Magritte está localizado na casa, onde o famoso artista surrealista viveu e trabalhou durante 24 anos. Depois de três anos em Paris, René e Georgette Magritte regressaram a Bruxelas, em Julho de 1930, e alugaram um apartamento em Esseghemstreet 135, Jette (um subúrbio de Bruxelas). Magritte ocupou o andar térreo e o jardim. Em 1932, construiu, na parte de trás do seu jardim, o ‘Estúdio Dongo”, onde criou projectos de publicidade. Alguns anos mais tarde, tinha a cozinha transformada, acrescentando-lhe uma casa de banho. Foi na sala de jantar do estúdio, que pintou a maior parte do tempo e onde realizou quase metade de todas as suas pinturas e guaches. Foi nesta sala modesta, que ocorreu o período mais criativo de Magritte, levando ao aparecimento de muitas obras-primas. Vários elementos da casa estão integrados nas obras do pintor. Por exemplo, a janela de guilhotina, a lareira e as portas de vidro da sala de estar, a escadaria e o corrimão no corredor, puxadores e as pegas das portas e, finalmente, o poste de luz em frente à casa. A Esseghemstreet 135, também foi a sede dos surrealistas belgas. Os amigos do pintor reuniam-se aqui, semanalmente, e organizavam todo o tipo de acontecimentos. Desses encontros resultaram muitas actividades subversivas, livros, revistas e folhetos. É nesta casa que Magritte conheceu o seu período “Renoir”, o período “Vache”, a proposta para uma grande pintura de parede em Knokke, negociações sobre exposições em museus e contactos com negociantes de arte e, principalmente, com Iolas, proprietário da Galeria 86


Americana. Todas essas atividades estão ilustradas, no primeiro e segundo andar do museu, com obras originais, documentos, objectos, cartas e fotos. No terceiro andar, pode-se ter uma visão do sótão do pintor. A casa conta com dezanove quartos, dezassete dos quais estão abertos ao público. Esta casa que Magritte deixou em 1954, foi restaurada entre 1993 e 1999, e tornou-se num museu para prestar uma homenagem permanente a um dos artistas mais brilhantes de todos os tempos. André Garitte Curator Musée René Magritte Museum Esseghemstraat 135 1090 Jette-Bruxelles Belgium

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Salon doub Copyright © René M 88


ble (porte) Magritte Museum. 89


Atelier C Cortesia, Musée René 90


Chevalet nĂŠ Magrtitte Museum 91


Salon O Cortesia, Musée René 92


Olympia nĂŠ Magrtitte Museum 93


Musée René Magrtitte Museum (Façade) Cortesia, Musée René Magrtitte Museum 94


René Magritte Copyright © René Magritte Museum.

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Roberto Bergonzo nasceu em Turim, Itália, em 1946. Começou a pintar muito jovem e, desde então, tem recebido prémios em concursos e exposições de arte, incentivado pelos grandes mestres como Sandro Cherchi, Albino Galvano e Sassu

ROBERTO BERGONZO

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Progressão de Kafka

Reflexões de Roberto Bergonzo

Por: Paolo di Bello (Especialista em comunicação e critico de arte)

"LA PROGRESSIONE DI KAFKA", 2008 Óleo sobre tela, 90 x120cm 97


O trabalho de Roberto Bergonzo, "Progressão de Kafka" contém, como todas as suas outras obras e, particularmente, as do ciclo U-Art, uma sucessão de significados ocultos e encapsulados que se revelam, somente, através de uma interpretação cuidadosa. Neste trabalho, o rosto de Kafka aparece como se tivesse sido capturado numa película de um filme que propõe a sua imagem, desenvolvendo um ritmo de narrativa hipnótico que lembra a dimensão onírica da "Metamorfose de Kafka". O conceito de progressão é uma característica típica na poética e estilo de Kafka. Vamos pensar nos ambientes iminentes e opressivos de “O Processo “, ou em Gregor Samsa, protagonista da Metamorfose, cujos sentimentos se tornam cada vez mais angustiantes, expressos no “Rossiniano Crescendo”. Assim como no romance "O Castelo", as vicissitudes do agrimensor K. “... retratam a projecção da impotência e frustração do homem moderno, esmagado pelo peso de uma realidade que escapa aos seus métodos de avaliação. Uma espécie de frustração e choque que o homem moderno sente perante uma realidade, cujo significado ele já não consegue compreender, a sensação de se ter perdido e não conseguir encontrar os pontos cardeais para encontrar o caminho certo. A realidade, em que entidades negativas superiores, como as do romance de Kafka “O Castelo”, tomam a aparência de “Empresas de Rating “ ou “Mercados”, que ameaçam o homem, transformando a sua imagem num eterno ciclo rotativo movido contra a sua vontade.

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"YIN & YANG" Acrílico, prata e ouro sobre tela,170x170 cm Colecção U-art de Roberto Bergonzo

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"DAEDALUS" Acrílico e ouro sobre tela, 160x160cm Colecção U-art de Roberto Bergonzo

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"LES FEUILLES MORTES" Acrílico e folha de metal sobre tela, 140x140 cm Colecção U-art de Roberto Bergonzo

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Na minha opinião, esta é a estrutura cultural onde grande parte do trabalho do artista nasce: um mundo de alegorias a Kafka, onde os eventos são representados para simbolizar algo “diferente”. Neste trabalho, uma sucessão de elementos gráficos, evocam o símbolo da cruz que conduz o olhar, a um ritmo quase musical, para o centro do quadro, onde o rosto de Kafka aparece na íntegra e bem definido, no centro de um ladrilho de uma roda imaginária da fortuna, tornandose, de um momento para outro, incompleto e evanescente. Roberto Bergonzo parece dizer que o tempo não existe. Tudo o que você vê e pode ver é só “Agora”, enquanto o que era e será, é apenas a projeção de uma imagem ao longo de duas flechas de tempo. Assim, esta pintura representa uma alegoria do tempo e do seu curso: uma alegoria que lembram Zeno e um de seus mais famosos paradoxos “ Aquiles e a Tartaruga “: a realidade, de acordo com o filósofo que viveu no Séc., é composta por inúmeros momentos autônomos e, portanto o próprio movimento e a passagem do tempo, não são mais do que uma ilusão. Um dos elementos que caracteriza as obras de Kafka, é o facto de serem quase todas inacabadas, como se a perfeição não fizesse parte deste mundo mas, apenas, um dos possíveis estados de “verdade”. Morrer, dormir, talvez sonhar. Três séculos depois da morte de Shakespeare, Franz Kafka desintegra, novamente, a realidade e multiplica-a numa sucessão de verdades parciais, que se revelam de forma independente, sempre que olhamos para elas.

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"AKHENATON" Acrílico e ouro sobre tela 90x90 cm Colecção U-art de Roberto Bergonzo

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"ORO DI SPAGNA" Acrílico sobre tela,190x190 cm Colecção U-art de Roberto Bergonzo

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"SINESTESI BAUDELAIREIANA" Acrílico sobre tela,190x190 cm Colecção U-art de Roberto Bergonzo

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Roberto Bergonzo e Paolo Di Bello 106


Hoje, através da sua obra “Progressão de Kafka “, Roberto Bergonzo coloca a eterna questão: um, ninguém, cem mil. E, como na conclusão de Pirandello, o protagonista supera as suas angústias ao aceitar a infinita variedade de máscaras para usar, identificando-se em todas as coisas, por isso, no trabalho do artista a ansiedade quanto à fragmentação do tempo é ultrapassada com a certeza de que uma nova etapa irá aparecer no círculo sempre com a mesma face. Outra volta, outra corrida.

U-Art di Roberto Bergonzo – www.u-art.it Tradução: L&S 107


Balthus: Cats and Girls Paintings and Provocations. (Balthus: Gatos e Raparigas – Pinturas e Provocações), No Metropolitan Museum of Art em Nova Iorque 25 Setembro 2013 – 12 Janeiro 2014

Esta exposição explora as origens e permutas do artista francês centrado em felinos e no lado obscuro da infância. A fascinação pela adolescência, que durante toda a vida acompanhou Balthus, deu origem aos seus mais icónicos trabalhos: Raparigas no limiar da puberdade oscilando entre a inocência e a intencionalidade. Nestas imagens, Balthus mistura na psique das suas jovens modelos, uma subtil corrente erótica e uma austeridade proibitiva, fazendo delas algumas das mais poderosas representações da infância e da adolescência representadas em tela. A exposição no Metropolitan Museum of Art está organizada cronologicamente e focada nas primeiras décadas da carreira do artista, dos meados dos anos trinta aos anos cinquenta, apresentando 34 óleos, assim como quarenta desenhos a tinta, feitos para o livro Mitsou que foi criado em 1919, quando Balthus tinha onze anos, e que se pensou estar perdido. Os desenhos agora exibidos, nunca antes foram apresentados num evento público. Balthus (Balthasar Klossowski, 1908 -2001) e o seu irmão mais velho, Pierre (1905 – 2001), nasceram em Paris, no seio de uma família artística e intelectual. O seu pai, Erich Klossowoski (1875 – 1926) era um historiador de arte e pintor, cuja família havia fugido da Polónia em 1830, durante uma mal sucedida rebelião contra a Rússia. A mãe, Elizabeth Dorothea Klossowski (1886 – 1969), também era pintora sendo conhecida sob o nome de Baladine. 108


Balthus (Balthasar Klossowski) (Francês, 1908–2001) Rei dos Gatos , 1935. Óleo sobre tela 30 11/16 x 16 5/16 in. Fundação Balthus, Suíça © Balthus 109


Balthus (Balthasar Klossow

Thérèse on a Óleo sobre tela, Colecção Priva

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owski) (Francês, 1908–2001)

Bench,1939. , 27 7/8 x 36 in. ada. © Balthus

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Como um rapaz de oito anos, em 1916, Balthus pousou com o seu gato para uma aguarela feita pela sua mãe. Três anos mais tarde, desenhou as suas aventuras com um gato de rua a que ele chamou “Mitsou”, através de quarenta desenhos em tinta de caneta. O poeta alemão Rainer Maria Rilke, um amigo de família – não muito depois disto, tornou-se amante de Baladine - ficou tão deliciado com os desenhos que arranjou forma de estes serem publicados em 1921, num livro intitulado Mitsou, e para o qual o poeta escreveu um prefácio em francês. A pedido de Eric Klossowski (seu pai), na capa do livro figurava o nome do jovem artista como “Baltusz”, como era pronunciada a sua alcunha – que é uma versão curta do seu nome, Balthasar. Por sugestão de Rilke, Balthus assinou com a sua alcunha de infância, mas a pedido de Rilke, alterando a ortografia para “Balthus”, tal como hoje a conhecemos. Rilke desempenhou um papel muito importante na vida de Balthus, quer como uma influência criativa crucial, quer como pai substituto após a separação de Baladine e Erich. Os gatos permaneceram uma força e uma presença no trabalho do artista, para lá dos seus desenhos Mitsou- em 1935. Quando Balthus tinha vinte e sete anos, pintou o seu auto retrato a que intitulou “The King of Cats” (O Rei dos Gatos). Nele, ele surge de pé com a mão direita na anca, a sua mão esquerda segurando a lapela do casaco, enquanto um gato de pelagem tigre, roça a cabeça na perna direita do pintor. Mais tarde na sua carreira, no seu grande painel decorativo “The Cat of la Mediterrané”, 1949 (O Gato do Mediterrâneo), o artista incluiu um retrato de si próprio como um gato.

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Balthus (Balthasar Klossowski) (Francês, 1908–2001)

Thérèse, 1938. Óleo sobre cartão em madeira, 39 ½ x 32 in. Metropolitan Museum of Art, legado de Mr. and Mrs. Allan D.Emil, em honra de William S. Lieberman, 1987 © Balthus 113


Balthus (Balthasar Klossowski) (Francês, 1908–2001)

The Golden Days.1944-1946. Óleo sobre tela 58 1/4 x 78 3/8 in. Hirshhorn Museum e Sculpture Garden, Smithsonian Institute, Washington DC, Doação da Fundação Joseph H. Hirshhorn, 1966 © Balthus

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Balthus (Balthasar Klossowski) (Francês, 1908–2001)

The Salon I ,1941-43. Óleo sobre tela, 44 ½ x 57 ¾ in. Minneapolis Institute of Arts, Fundo de John R. Van Derlip e Fundo de William Hood Dunwoody © Balthus

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Entre 1936 e 1939, Balthus pinta a célebre série de 10 retratos de Thérèse Blonchard (1925 – 1950), a sua jovem vizinha de Paris. São vistos como os seus mais perspicazes e sensuais retratos de uma jovem modelo e estão entres as suas obras mais requintadas. Neste ponto da carreira de Balthus, o artista enfadava-se com a responsabilidade de executar as encomendas de retratos de que ele desdenhava. Assim a sua jovem vizinha deve ter sido uma pausa bem-vinda. Balthus que sempre sentiu uma especial familiaridade com a infância, mesmo quando era ele próprio uma criança, descobriu então a importância da infância. Os retratos de Thérèse mostrando-a a ler ou a sonhar acordada, posando só com o seu gato, ou com o seu irmão Hubert. No primeiro retrato de Thérèse, de 1936, o artista utilizou a mesma palete que utilizava nas suas encomendas; Castanho-escuro, ocre e preto, muito fugazmente o vermelho. Mas a disposição do artista é certamente muito diferente daquela que tem nos retratos de adultos.

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Balthus (Balthasar Klossowski) (Francês, 1908–2001)

Thérèse Dreaming,1938. Óleo sobre tela,59 x 51 in. The Metropolitan Museum of Art, Colecção de Jacques and Natasha Gelman, 1998 © Balthus 117


Thérèse tornou-se na inspiração e o leitmotiv da sua obra até aos anos que antecederam a sua morte, como tal o artista encontrou outros modelos e outras musas. No trabalho de Balthus todas as jovens que brincam com gatos diante de espelhos, lêem, sonham acordadas ou surgem perfeitamente absortas, ostentam posturas involuntárias, por vezes, sugerindo sensualidade e languidez, outras vezes, com desprezo – Uma contradição que está perfeitamente de acordo com o fenómeno da puberdade. Balthus rendeu tanta importância aos seus jovens modelos, como alguém presta a dignidade e importância que é dada a alguém da sua idade. A exposição traça a progressão e a evolução de Balthus na escolha da temática. Terminando com “The Moth” de 1959, a única cena nocturna do artista. Balthus: Gatos e Raparigas- Pinturas e Provocações é organizada por Sabine Rewald, Jacques e Natasha Gelman, curador de Arte Moderna e Contemporânea do departamento de Arte Moderna e Contemporânea do Metropolitan Museum of Art. A exposição pode ser vista de 25 de Setembro de 2013, a 12 de Janeiro de 2014; no Iris and B. Gerald Cantor Exhibition Hall, do Metropolitan Museum of Art. 1000 Fifth Avenue, New York, NY 10028 -0198

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Balthus (Balthasar Klossowski) (Francês, 1908–2001) Girl at a Window, 1955. Óleo sobre tela, 77 1/8 x 51 3/8 in. Colecção Privada © Balthus 119


Balthus (Balthasar Klossowski) (Francês, 1908–2001) The Game of Patience,1954. Óleo sobre tela 34 13/16 x 34 1/16 in. Colecção Bettina Rheims © Balthus 120


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Tipo de ficheiro preferencial: JPG, TIF

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MAURICE

LEGENDÁRIO E VISIONÁRIO A PRIMEIRA EXPOSIÇÃO INDI

Em exibição a partir de 14 de Novembro a 14

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RENOMA:

ARTISTA FRANCÊS, TEM A SUA IVIDUAL EM NOVA IORQUE

4 de Dezembro na Bertrand Delacroix Gallery

LA NAGEUSE © 1998 Maurice RENOMA

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JAMES DEAN ET MARILYN MONROE © 2011 Maurice RENOMA 125


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THE LAST SUPPER © 2011 Maurice RENOMA

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Costureiro e designer para estrelas, e um dos mais falados e célebre de fotografias na sua primeira exposição individual em Nova Iorq MODOGRAPHE (“fashionographer”) contará com uma série de foto que se encontram na intersecção de moda, fotografia e arte,

MODOGRAPHE recai sobre o 50 º aniversário da célebre boutique p Warhol, Salvador Dalí, John Lennon, Bob Dylan, Karl Lagerfeld, e projectos inovadores alteraram para sempre as convenções e estilos de tipo de surrealismo sensual dentro da sua prática criativa que, eventu

“A moda sempre foi a minha primeira paixão artística mas, ao longo do se o foco do meu trabalho nas últimas décadas. Dou a mesma atenção às minhas criações de roupas e, é com muita honra que compartilho Iorquina “, explica Maurice Renoma.

Renoma é conhecido pela sua abordagem inteligente e divertida para apresentam o imprevisível, provocador e louco, muitas das vezes, a compostos de gêneros andróginos e nus inesperados.

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es fotógrafos franceses, Maurice Renoma irá partilhar uma colecção que, na Bertrand Delacroix Gallery, inaugurada a 14 de Novembro. ografias com cores lúdicas, sensuais e provocativas, em tons de cinza

parisiense de Renoma, White House, onde recebe ícones como Andy Eric Clapton. Começando a sua carreira em 1960, quando os seus e moda masculina contemporânea, Renoma continuou a explorar um ualmente, se expandiu para a fotografia, design e estilo de vida.

os anos, fiz uma progressão natural em direcção à fotografia e tornouo ao detalhe e composição dos meus trabalhos fotográficos, como dei o, pela primeira vez, estas imagens com a comunidade de arte Nova-

a fotografia experimental. As suas fotografias alteradas digitalmente apresentando imagens híbridas de humanos com cabeças de bestas,

Bertrand Delacroix Gallery, 535 West 25th Street, New York, NY.

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Art under Attack (Arte sob Ataque): Histórias da Iconoclastia Britânica Linbury Galleries, Tate Britain 2 Outubro - 5 Janeiro 2014

Arte sob ataque: Histórias da Iconoclastia Britânica será a primeira exposição a explorar a história dos ataques físicos à arte na GrãBretanha desde o século XVI, até os dias de hoje. A iconoclastia descreve a quebra deliberada de imagens. Incluindo pinturas, esculturas e material de arquivo, o programa vai explorar 500 anos de ataques à arte. Examinará como e por que motivo, ícones, símbolos e monumentos foram atacados por motivos políticos, religiosos ou estéticos. A exposição vai incluir um exemplo notável da pré-reforma da escultura, a estátua de Cristo Morto c.1500-20, descoberta em 1954, no Salão Mercers sob o piso da capela e, pela primeira vez, a título de empréstimo. Outros destaques incluem fragmentos de monumentos destruídos na Irlanda durante o século XX, pinturas atacadas por sufragistas em 1913 e 1914, e A Cadeira de Allen Jones, 1969, danificados por um ataque feminista em 1986. Assim como as acções públicas contra a arte, a exposição também irá considerar artistas como, Gustav Metzger, Yoko Ono e Jake e Dinos Chapman, que usaram a destruição como uma força criativa. Sancionada pelo Estado, a iconoclastia religiosa dos séculos XVI e XVII, será representada pela escultura brutalmente danificada, no Grande Ecrã da Catedral de Winchester, e pelos desfigurados livros devocionais iluminados da Biblioteca Britânica. Painéis de vitrais Medievais, retirados das janelas da Catedral de Canterbury serão 130


Escultura Dead Christ c.1500-1520 Pedra The Mercers' Company

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Escultura Dead Christ c.1500-1520 Pedra The Mercers' Company 133


exibidos, pela primeira vez, ao lado da pintura, do interior da Catedral, de Thomas Johnon 1657, mostrando os iconoclastas puritanos em acção. Os objectos serão acompanhados por relatos escritos vívidos de acções destrutivas. Exemplos de acções contra figuras e símbolos do poder político, incluirão fragmentos da estátua de William III e da coluna de Nelson destruídas, por explosões, em Dublin em 1928 e 1966, respectivamente, como resultado da luta contínua contra a autoridade britânica. Será também apresentado um retrato de Oliver Cromwell pendurado de cabeça para baixo, pelo monarquista convicto Prince Frederick Duleep Singh (1868-1926). Ataques sufragistas ao património cultural, estão representados por Sibylla Delphica, 1898, de Edward Burne- Jones atacados na Manchester Art Gallery, em 1913, e Henry James,1913 de John Singer Sargent, golpeados na Royal Academy, em 1914. Documentação de arquivo dos ataques, acompanhará os trabalhos, assim como fotografia da vigilância policial sobre os militantes protagonistas. A Arte que estimula a indignação estética, está representada por Equivalent VIII, 1966 de Carl Andre, o tema do sarcasmo verbal, mas também fisicamente atacado em 1976. Para além dos ataques à arte, a exposição irá revelar como, para alguns artistas, a destruição pode ser utilizada como uma força criativa. Um piano destruído por Ralph Montanez Ortiz, durante a Destruição do Simpósio de Arte em 1966, vai estar, pela primeira vez em exibição, ao lado de uma gravação de áudio do evento, bem como obras de Gustav Metzger, John Latham e Yoko Ono. A série de retratos de Jake e Dinos Chapman One Day You Will No Longer Be Loved também serão incluídas, e a Via Dolorosa 2002, de Mark Wallinger. 134


Arte sob ataque: Histórias da Iconoclastia Britânica é comissariada por Tabitha Barber, curadora 1550-1750, da Tate Britain e Dr. Stacy Boldrick, Curador de Pesquisa e Interpretação na Fruitmarket Gallery, Edimburgo, com o Dr. Ruth Kenny, curador assistente 1750-1830, da Tate Britain e Sofia Karamani, curadora assistente, da Contemporary British Art, Tate Britain.

Tate Britain,Linbury Galleries Millbank London SW1P 4RG UK 135


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DESTAQUES DE NOVEMBRO London, UK

London, UK

Sara Lucas October 2 – December 15, 2013 Whitechapel Gallery 77 – 82 Whitechapel High Street, London, E1 7QX

Art Under Attack: Histories of British Iconoclasm October 2, 2013 – January 5, 2014 Unbury Galleries, Tate Britain Hillbank, London SW1 4RG

London, UK

London, UK

Mingei: Are you there? Collective exhibition, curated Nicolas Trembley October 15 – December 14, 2013 Pace London 6 – 7 Lexington Street London W1S 3ET

Calder & Meloti: Children of the Sky Cureted by Gianluca Marziani October 11 – November 30, 2013 Ronchini Gallery 22 Dering Street, London, 1WS 1An

by:

London, UK

London, UK

Facing the Modern: The Portrait in Vienna, 1900 October 3, 2013 – January 12, 2014 The National Gallery Trafalgar Square, London WC2N 5DN

The Ey Exhibition: Paul Klee October 16, 2013 – March 9, 2014 Tate Modern Bankside, London SE1 9TG

London, UK

Paris, France

Kara Elizabeth Walker, Negress October 11, 2013 – January 5, 2014 Cadmen, Arts Center Arkwright Road, London NW3 6DG

Félix Vallotton: Le Feu Sous la Glace October 2, 2013 – January 20, 2014 Grand Palais 3, Avenue du Géneral Eisenhower 7800 Paris

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DESTAQUES D Paris, France

Vienna, Austria

Jerome Zonder Galerie Eva Hober, October 17, November 23, 2013 16, Rue Saint-Claude, Paris

And Materials, And Money, And Crisis November 8, 2013 – February 2, 2004 MUMOK – Museum Moderner Kunst Stitung Ludwig Wien Musemsplatz 1, 1070 Wien.

Lisboa, Portugal

Frankfurt, Germany

O Brilho das Cidades; A Rota do Azulejo Outubro 25, 2013 – Janeiro, 26, 2014 Sala de exposições temporárias da Sede, Fundação Calouste Gulbenkian Av de Berna nº 45, Lisboa

Géricault, Images of Life and Death October 18, 2013 – January 26, 2014 Schirn Kunsthalle Frankfurt Römerberg, 60311 Frankfurt

Lisboa, Portugal

Hamburg, Germany

ARTE LISBOA November 23 to 27, Lisbon will be the stage for the only International Contemporary Art Fair in Portugal. Fil – Feira Internacional de Lisboa Rua do Bojador – Parque das Nações, Lisboa

Denmarks Breakthrough to Modernism The Hirschsprung collection From Eckersberb to Hammershoi Hamburger Kunsthalle Glockengiesserwall, 20095 Hamburg September 20, 2013 - January 12, 2014

Porto, Portugal

Monte Carlo, Mónaco

João Figueiredo; The Garden of Hidden November 2 – December 7, 2013 Galeria Artes Solar de Sto António, Rua do Rosário 84 4050 – 381 Porto

Face to Face Wordwile Artists November 5 through 19, 2013 Galerie Caré Doré 5 Rue Princess Caroline, Monte Carlo.

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DE NOVEMBRO Bilbao, Spain

Brussels, Belgium

Antonio Tapies from Object to Sculpture (1964- 2004) October 4, 2013 – January 9, 2014 Museu Guggenheim Bilbao Abandoibarra, 2, Bilbao, Spain.

The Heritage of Rogier Van Der Weyden November 12, 2013 – January 26, 2014 Royal Museums of Fine Arts of Belgium Rue de la Rêgence 3, Brussels.

Madrid, Spain

Amsterdam, Netherlands

Surrealism and the Dream October, 8, 2013 – January 12, 2014 Museu Thyssen-Bornemista Paseo del Prado 8, Madrid.

Mondriaan in Amsterdam, 1892 – 1912 October 11, 2013 – January 5, 2014 Amsterdam Museum Kavelstraat 92, Amsterdam

Madrid, Spain

Amsterdam, Netherlands

Chris Killip: Work October 2, 2013 – February 24, 2014 Sabatini Building, Floor 3 Museu Nacional Centro de Arte Reina Sofia Edificio Sabatini, C/ Santa Isabel, 52, Madrid

Kazimir Malevich and the Russian Avant Garde The Stedelijk Museum Amsterdam Museumplein 10, 1071 DJ Amsterdam

Barcelona, Spain

New York, USA

Before the Horizon (The representation of the horizon from the Middle 19th century to present) October 24. 2013 – February 16, 2014 Fundació Juan Miró Parc de Montjuic,Barcelona

Maurice Renoma; Modographe November 14 – December 14 Bertrand Delacroix Gallery 535 West 25th Street, New York

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DESTAQUES D New York, USA

New York, USA

Reza Derakshani; My Wicked Persian Carpet October 29 – December 3, 2013 Taymor Grahne Gallery 175 Hudson Street, New York

Balthus; Last Studies September 26 – December 21, 2013 Gagosian Gallery 576 Madison

New York, USA

New York, USA

Kaoruko: ENN October 17 – November 16, 2013 Mike Weiss Gallery 520 West 24th Street

Magritte: The Mystery of the Ordinary, 1926 – 1938 September 28, 2013 – January 12, 2014 MoMa, Museum of Modern Art 11w 53rd St, New York

New York, USA

New York, USA

James Casebere: Works 1995 – 2005 October 25 – December 7, 2013 Sean Kelly Gallery 258 West 29th Street

Balthus: Cats and Girls – Paintings and Provocations September 24, 2013 – January 12, 2014 The Metropolitan Museum of Art 1000 Fith Avenue (at 82nd Street), New york

New York, USA

Santa Mónica, Ca, USA

William Eggleston: At Zenith October 26 – December 21, 2013 Gagosian Gallery 980 Madison Avenue

Skin Deep Materiality, sensuality and Paint November, 2 – December 14, 2013 William Turner Gallery 2525 Michigan Avenue, E-1, Santa Mónica 140


DE NOVEMBRO Los Angeles, USA King Rugg: Patterns of Landscape October 19 – November 16, 2013 Mark Moore Gallery 5790 BLvd, Los Angeles

Chicago, USA Violence and Virtue: Artemisa Gentileschi’s “Judith Slaying Holofernes” October 17, 2013 – January 9, 2014 The art Institute of Chicago 111 South Michigan Avenue

Boston, USA John Singer Sargent; Watercolors October 13, 2013 – January 20, 2014 Museum of Fine Arts Boston 465 Huntington Avenue

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Novembro, 2013

www.lineandstylish.com 142


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