Line and Stylish PT Out.

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Nº2 PT / OUT 2013

REVISTA MENSAL E GRATUITA

Rachel Yedid “A Forma Do Som”


Ficha Técnica Line & Stylish, Art Magazine Nr Registo ERC – 126385 Proprietário: José Eduardo de Almeida e Silva NIF: 179208586 Periodicidade: Mensal Morada da redacção: Urbanização do Lidador Rua 17, nr 106 4470-709 – Maia - Portugal Contacto: +351 926 493 792 Director Geral: José Eduardo de Almeida e Silva Director Adjunto: Isabel Gore Editor: José Eduardo de Almeida e Silva Redacção: José Eduardo Silva, Isabel Pereira Coutinho, Luis Peixoto Director Técnico: Luís Peixoto Colaboradores para o Nº2: • Nathalie Lescop-Boeswillwald • Valery Oisteanu Fotografia: British Museum • Trustees of the British Museum • Museo del Oro, Banco de la Republica, Colombia. Lynch Tham • Ed Higgins III Rachel Yedid • Olivier Fitoussi Brooklyn Museum • Rainer Torrado • Paolo Roversi • Patrice Stable/Jean Paul Gaultier

• The Montreal Museum of Fine Arts, Christine Guest • Alix Malka • Ellen Von Unwerth CAM, Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa • Colecção do CAM/FCG Galerie EIGEN+Art – Leipzig/Berlin • Uwe, Walter, Berlin; VG Bild Kunst, Bonn 2013 Scottish National Gallery,The Mound, Edinburgh • Peter Doig • Michael Werner Gallery, New York and London. Taymour Grahne Gallery- N.Y • Cortesia de Billy Farrell Agency, NY Marlborough Fine Art- London • Avigdor Arikha Sean Kelly Gallery- NY • Mariko Mori : Foto, Christophe Kutner

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A abertura da época não trouxe grandes surpresas, a arte neoconceptual continua a dominar os museus e galerias, os mercados de leilões permanecem na posse das grandes leiloeiras atingindo grandes valores com o recurso à venda dos mestres clássicos e modernistas. A China passou a ser o grande objectivo para as grandes empresas de arte, o que faz com que se encontre quase de tudo entre Pequim e Xangai (isto é, desde a pura magnificência ao desperdício total). A Europa continua a ser dominada pelo mercado londrino, apesar dos grandes esforços feitos pelos alemães, e Nova Iorque ainda governa o mundo. No nosso segundo número, tentamos dar uma visão caleidoscópica aos nossos leitores sobre o que, no nosso ponto de vista, parece mais importante, com um destaque especial para a entrevista com a artista franco-israelita, Rachel Yedid que, através do seu trabalho, combina o toque tangível das artes visuais com a sensibilidade abstracta da música, as concepções artísticas do Este com e as do Ocidente e, acima de tudo, um genuíno sentido experimental. Razão que nos levou a ter uma conversa com ela. A nossa primeira atenção especial sobre o que acontece em Portugal, vai para o trigésimo aniversário da maior colecção de Arte Moderna em Portugal, celebrada com uma impressionante exposição intitulada “Sob o Signo de Amadeo”, No Centro de Arte Moderna (CAM), Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa. Para terminar, mencionamos o retorno de dois grandes mestres contemporâneos; Peter Doig com uma exposição antológica na Scottish National Gallery, The Mound, em Edimburgo (seu país e cidade de origem), e o mestre da metáfora Neo Rauch apresentando novas obras na Galeria Eigen + Art de Leipzig (a sua cidade natal).

José Eduardo G. de Almeida e Silva Director Geral Capa: “La Musique” - Rachel Yedid Óleo sobre tela, 120 x 80cm Foto de Olivier Fitoussi 3


ÍNDICE

2 . Ficha Técnica 3 . Editorial 6 . Rachel Yedid "A Forma do Som" 18 . Além do El Dorado 25 . Guglielmo Achille Cavellini 26 . Guglielmo Achille Cavellini - Artigo de Valérie Oisteanu 32 . Valérie Bos 42 . Jean Paul Gaultier "O Mundo da Moda de Jean Paul Gaultier" 63 . Biografia de Jean Paul Gaultier 64 . Peter Doig "No Foreign Lands" 68 . Nicky Nodjoumi "Inauguração da Exposição" 72 . Sob o Signo de Amadeo: Um Século de Arte 78 . Avigdor Arikha: Trabalhos de 1966 a 2010 86 . Mariko Mori representada por Sean Kelly 88 . Neo Rauch "Fantasmas" 96 . Destaques de Outubro

info@lineandstylish.com | +351 926 493 792 4


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“A Forma Por: Isabel Gore

Rachel Yedid

Foto de Olivier Fitoussi

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a Do Som” e Eduardo Silva

Rachel Yedid é uma jovem pintora Francesa sediada em Jerusalém, que surgiu na Arte Europeia, com uma nova proposta onde qualquer pessoa, e até aqueles menos atentos, reconhecem a importância do som nas formas e cores utilizadas em cada peça. O resultado final não é uma criatura dramática e desesperada perdida na noite. Pelo contrário, o espectador descobre um som interior que faz com que o personagem dance ao som de uma melodia silenciosa, apenas seguida pelos seus olhos. No entanto, a arte de Rachel Yedid não tem uma expressão solitária ou uma única mensagem. As figuras femininas têm um poder interior, que é enfatizado pelos fundos pretos, impregnados de fortes sentimentos que as torna em formas simbólicas do som, aqui cristalizado em pinturas. Mas esta é a nossa opinião, depois de ler as suas respostas você, mais do que ninguém, poderá obter uma melhor imagem da artista e da sua obra.

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Mon Enfant ma Soeur

Ă“leo sobre tela. 160 x150cm. Foto de Olivier Fitoussi


improvisada. A música de Mozart é sempre um grande desafio e uma fonte de inspiração para mim. Música e cores, em conjunto, têm um poder muito forte. Para mim, a pintura e a música é, muitas das vezes, como ter um orgasmo intelectual. Costumo perguntar aos músicos se eles sabem do que estou a falar... Eles mantem isso sempre em segredo. Então, qual é a sensação? Começa sempre pelas pontas dos meus dedos dos pés e sobe como um formigueiro, tornando-se cada vez mais forte, até atingir a região cerebral. As mãos são também, uma importante componente de expressão corporal dos meus trabalhos, em cada dedo há um som, uma expressão de uma sensualidade extrema.

L&S: Sendo filha de um maestro e de uma violoncelista, a paixão pela música pode ser considerada um acto normal. Mas como é que explica a paixão pela pintura? Rachel Yedid: Todas as minhas musas são bailarinas e músicos. A música é muito importante para mim. O meu pai era maestro e a minha mãe violoncelista e, com eles, aprendi a tocar piano desde a minha infância, tendo participado em competições de alto nível. Ainda toco piano, mas só para mim ou para as minhas musas. A música está sempre presente naquilo que faço e penso que, sem ela, não poderia pintar. Mozart foi uma fantasia minha desde muito jovem, sonhei sempre que um dia o iria encontrar e, em conjunto, faríamos algo. Com esta formação familiar, era esperado que eu seguisse os passos dos meus pais, mas quebrei a tradição. A música era obrigatória então, refugiei-me na pintura. Era suposto participar em competições e práticas religiosas, mas isso teve um impacto negativo sobre o prazer que tinha com o piano e música. Ainda toco, mas de forma livre, divertida e

L&S: Nascida e sediada em Paris, deixou a França emigrando para Israel. Não teria sido mais fácil ficar em Paris para fortalecer o seu estatuto como artista? O que a levou a assumir-se como pintora em Israel e não na França? Rachel Yedid: Eu não “deixei” a França, apenas quis distanciarme um pouco, como precisamos de 10


inspiradoras. Na última casa, no coração de Jerusalém, comecei a explorar o meio circundante. Encontrei documentos, incluindo cartas de amor, contas e cadernos de apontamentos, e percebi que tinha tropeçado na casa de um pintor lendário. Vi o nome do Miron Sima, mas levei algum tempo até entender que ele tinha vivido lá. Sima foi um pintor nascido na Rússia, elogiado no seu país natal e, posteriormente, na Alemanha, antes de se mudar para a Palestina aquando da ascensão de Hitler ao poder, em 1933. Rapidamente rotulou-se a si mesmo, como uma espécie de rebelde, preferindo retratar refugiados, em vez de assinar a ética artística emblemática da época. No documentário “Retrato da Pintora Rachel Yedid”, produzido por Richard Gordon, é feita uma visita ao meu último abrigo. http://vímeo. com/29234209.

fazer, muitas vezes, com uma pintura impressionista de Pissarro. Viajo muito entre França e Israel. Sou uma artista, um pássaro que voa no céu. A Arte é livre e universal. O Ministério dos Negócios Estrangeiros Francês, nomeou as minhas obras internacionais entre França e Israel http:// femmesfrancaisesdumonde.tumblr. com/. Organizei uma exposição colectiva de Arte Contemporânea. O meu novo projecto, Olhares Femininos 2013 http://www.ccfgary-jerusalem. org.il/event/feminins-2013/ (Visões Femininas) proporciona a um artista uma etapa internacional e um diálogo entre os países. Começamos em Jerusalém, e o próximo passo será em França. O sucesso deste projecto, deve-se à Fundação Israelita Francesa e ao Instituto Francês de Jerusalém. L&S: O facto de escolher casas vazias, como estúdios, seja em Tel Aviv ou Jerusalém, tem alguma influência no seu trabalho? Rachel Yedid: Quando estou a pintar numa casa vazia cheia de história e mistérios, sinto emoções. Por vezes encontro lá, as minhas “musas” 11


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Lullaby- Ă“leo sobre tela. 140 x1


100cm. Foto de Olivier Fitoussi

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um momento imaginativo misterioso. Desconhecendo o espaço preto, o que poderia acontecer realmente na obscuridade? o tempo e o espaço perder-se-iam em si mesmos. Estamos abandonados à nossa imaginação poderosa. Cada um de nós tem consciência desta obscuridade antes de “adormecer”, quando nos desligamos do espaço lógico, entrando no mundo dos sonhos.

L&S: O que quer dizer quando afirma que “A arte Contemporânea é uma fusão de Artes”? Rachel Yedid: Estimulo os meus sentidos e quanto mais desperta estou, mais a minha criatividade se expressa. A fusão de Artes para a Arte, é a fusão dos sentidos para sentir a vida. É a mesma coisa com o amor, se existir, pode despertar os nossos sentidos ou, então, devemos criar incentivos para encontrá-lo.

L&S: O corpo feminino tem sido o seu tema recorrente e, por isso, o espectador é levado para um mundo interior. Acha que a representação das mulheres é uma espécie de porta simbólica para a espiritualidade? Por quê?

Uma vez que a música estimula a minha musa para um movimento e um sentimento, observo, e a emoção é partilhada, criando em mim cores, materiais, perfumes e luz.

Rachel Yedid: O filtro que escolho para expressar a minha alma, é feito da minha identidade feminina, e esta é o espelho que Eurídice precisa de atravessar, para ir ao encontro de Orfeu, talvez devido à minha condição humana. Este ano, pintei os meus primeiros homens, com a minha visão interior feminina.

L&S: A insistência em usar fundos pretos, é uma forma de enaltecer a figura e o drama que esta pretende transmitir ou, pelo contrário, é apenas uma questão estética? Rachel Yedid: “O preto não é uma cor” Tenho a certeza que já ouviu esta frase muitas vezes. Eu acho que a cor é uma ressonância, por isso o preto pode ser uma cor. Enfim Preto não é só preto! Preto, para o ser humano, é 14


The Last Tango

Ă“leo sobre tela. 160 x 150cm. Foto de Olivier Fitoussi 15


L & S: Por que motivo as suas figuras aparecem, na maioria das vezes, sozinhas? Rachel Yedid: Nas minhas últimas pinturas “Criaturas do Amor” irá descobrir alguns casais. A maioria do meu trabalho começa na solidão, talvez para alcançar os Campos Elísios, Orfeu tenha vagueado sozinho. Tenho uma admiração por Rainer Maria Rilke, e talvez a sua poesia possa responder melhor do que eu “Solidão” - Rainer Maria Rilke Estar distante e só, é como chuva. Ergue-se do mar para as noites, das planícies do oceano; de planos, rolando remoto, subindo até ao paraíso, que é o seu antigo domicílio. E apenas quando deixa o paraíso, cai sobre a cidade. Chove sobre nós, naquelas chilreantes horas, quando as ruas voltam os seus rostos para o amanhecer, e quando dois corpos que nada encontraram, desapontados e deprimidos, rolam; e quando duas pessoas se desprezam, têm de partilhar a mesma cama, é aí que a solidão acolhe os rios. L&S: Considera válido dizer, que as suas pinturas podem ser vistas como biográficas? Rahel Yedid: Penso que não. Quando acabo um trabalho, ele deixa de ser meu, cada um é livre de imaginar a história dessa pintura, ou apenas libertar as suas próprias emoções. A minha pintura torna-se pintura quando se encontra com “você”, no mundo “exterior”.

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L&S: Quais são os seus planos para o futuro? Rachel Yedid : Ser Para conhecer melhor a Arte e a proposta estética de Rachel visite: www.rachelyedid.com Tradução: L&S

La Musique

Óleo sobre tela. 120 x 80cm. Foto de Olivier Fitoussi 17


Além do El Dorado: poder e ouro na antiga Colômbia 17 de Outubro de 2013 – 23 de Março de 2014. Sala 35 Patrocinado por Julius Baer. Apoio adicional fornecido pela American Airlines.

Poporo com mulher sentada, Quimbaya, liga de ouro, AD600-1100. Copyright Curadores do British Museum

Pássaro peitoral, Popayan, liga de ouro, AD100-1600. Copyright Curadores do British Museum

Durante séculos, os europeus ficaram deslumbrados com a lenda de uma cidade de ouro, perdida na América do Sul. A verdade por detrás deste mito é ainda mais fascinante. El Dorado refere-se, na verdade, ao ritual que teve lugar no Lago Guatavita, perto da moderna Bogotá. O líder, recém-eleito, coberto de ouro em pó, mergulhou no lago e emergiu como o novo chefe do povo Muisca que vivia nas terras altas centrais da Faixa Oriental da actual Colômbia. Esta exposição deslumbrante, patrocinada por Julius Baer, vai exibir alguns dos objectos fascinantes, escavados no lago no início do séc. XX, incluindo cerâmicas e colares de pedras. 18


Na antiga Colômbia, o ouro era usado para fazer algumas das obras de arte, visualmente mais dramáticas e sofisticadas, encontradas em qualquer lugar das Américas, antes do contacto europeu. Esta exposição contará com mais de 300 objectos requintados, cedidos pelo Museu do Ouro, em Bogotá, uma das melhores e mais vastas colecções de ouro pré-hispânico do mundo, bem como das colecções exclusivas do British Museum. Através desses objectos excepcionais, a exposição irá explorar a rede complexa de sociedades na antiga Colômbia - um mundo oculto de culturas distintas e vibrantes, desde 1600 aC até 1700 dC - com particular destaque para as tribos Muisca, Quimbaya, Calima,Tayrona,Tolima e Zenu. Este tema de grande importância, mas pouco compreendido, será explorado nesta exposição única, na sequência de mostras na Sala 35. Embora o ouro não fosse reconhecido como moeda na Colômbia préhispânica, teve um grande significado simbólico. Era uma forma da elite poder afirmar, publicamente, a sua posição e status semidivino, tanto na vida como na morte. Os objectos notáveis, exibidos em toda a exposição, revelam vestígios destas vidas com culturas espirituais, incluindo o envolvimento com espíritos animais, através do uso de objectos de ouro, música, dança, luz solar e substâncias alucinogénias, que levam a uma transformação física e espiritual, permitindo a comunicação com o sobrenatural. A iconografia animal é usada para expressar essa transformação em peças poderosas, demonstrando uma grande variedade de obras de arte com grande imaginação, apresentando peitorais de aves, colares com garras felinas ou representações de homens transformandose em morcegos espetaculares, através do uso de adornos corporais exuberantes.

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Ornamento , nariz articulado Yotoco, liga de ouro, 200 AC-AD 1200 Copyright Curadores do British Museum

A exposição irá explorar as técnicas sofisticadas de trabalhar o ouro, incluindo o uso de tumbaga, uma liga composta de ouro e cobre, usado na elaboração, mais espetaculares, das obras-primas da antiga Colômbia. Poporos (recipientes para armazenar pequenas quantidades de cal em pó), mostrando as habilidades técnicas, alcançadas pelos antigos artistas Colombianos, quer na fundição quer no trabalhar dos metais. Outros objectos fascinantes incluirão, uma tapeçaria Muisca pintada e uma das poucas esculturas de pedra de San Agustín realizadas fora da Colômbia. Estas, juntamente com as fantásticas máscaras de ouro de grande escala e outros materiais, faziam parte dos objectos que acompanharam os rituais fúnebres na antiga Colômbia.

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Morcego peitoral antropom贸rfico, Tairona, liga de ouro, AD9001600. Copyright Museo del Oro, Banco de la Republica, Colombia.

M谩scara funer谩ria, Calima-Malagana, liga de ouro, 100 AC-AD400. Copyright Museo del Oro, Banco de la Republica, na Col么mbia 21


Colar com garra em forma de gr芒nulos, Zenu, ligas de ouro, 200 AC-AD1000. Copyright Museo del Oro, o Banco de la Republica, na Col么mbia

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Colar de pedra vermelha e garra em forma de grânulos,Tairona, liga de ouro, AD 9001600. Copyright Museo del Oro, Banco de la Republica, na Colômbia

Parte superior do Poporo com rostos humanos, Quimbaya, AD600-1100. Copyright Curadores do British Museum

Neil MacGregor, director do Museu Britânico, afirmou: “A Antiga Colômbia, desde há muito tempo, que tem mostrado um grande fascínio pelo mundo exterior, apesar de ainda haver pouco conhecimento sobre essas culturas únicas e diversas. Como parte da série de exposições do Museu que iluminam estas pequenas e complexas sociedades antigas, esta mostra dará aos nossos visitantes um olhar sobre essas culturas fascinantes da América do Sul, pré-hispânicas, e uma oportunidade de explorar a lenda do El Dorado, através destes objectos deslumbrantes”. BRITISH MUSEUM Great Russell St London WC1B 3DG UK http://www.britishmuseum.org 23


ANÚNCIO PÁGINA ÚNICA 210x297mm 300 dpi’s

Tipo de ficheiro preferencial: JPG, TIF

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Guglielmo Achille Cavellini (1914 – 1990) At Lynch Tham, New York

Lynch Tham, em colaboração com o Arquivo Cavellini apresenta Guglielmo Achille Cavellini, uma exposição panorâmica, abrangendo duas estruturas distintas dos trabalhos de Cavellini, iniciando em 1966, quando começou a dedicar-se inteiramente a trabalhos auto orientados, e acabando em finais de 1970,quando se torna famoso pela sua actividade artística autobiográfica, associada a uma Autostoricizzazione (Auto-Historização). Em vista estão duas séries pivots: Caixas com Trabalhos Destruídos (1966- 1970) e a Partir da Página Enciclopédia (de 1973). Em conjunto com a exposição, a galeria irá produzir um documentário que ilustra a vida de Cavellini como artista, e o seu interesse e interações com artistas de Nova York tais como Andy Warhol, Ray Johnson, Carlo Pittore, Buster Cleveland and Ed Higgins III. O desempenho histórico de Ed Higgins III em 1981, que pintou o corpo de Cavellini como uma peça de performance em branco, vermelho e verde, as cores da bandeira italiana, a qual será reencenada por Steven Rose na recepção de abertura. Cavellini é um artista de importância histórica que deu o contexto ao período de experimentação italiano e foi o primeiro artista a fazer a ligação da arte do pós-guerra-italiana com a Pop arte americana. Recepção de abertura : Quarta feira, 18 de Setembro. A exposição poderá ser visitada de 18 de Setembro a 20 de Outubro de 2013, na Lynch Tham – 175 Rivinghton Street, New York 10002

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Guglielmo Achille Cavellini :

Fogo e Enxofre Por Valery Oisteanu Primeiro vamos recapitular a sequência da história da arte do séc. XX na “ Pintura avan-gard arte do fogo”. “Fumage” era uma técnica surrealista, em voga nos anos trinta, consistindo em escurecer uma moldura, de forma a evidenciar uma colagem ou um poema, ao queimar as suas margens.” Fumage” e misticismo foi usado por Wolfgang Paalen (1938) com imagens de quimeras produzidas pelo fumo de uma vela ou candeeiro a petróleo num pedaço de papel ou lona. Dali também utilizou o fogo nas suas pinturas, chamando-lhe “sfumato”. Desde os 50 artistas contemporâneos catalogados como Moderno Tardio (1945- 1960), tais como Robert Rauschenberg (USA) e Alberto Burri (Itália) que usavam o fogo, não como um aditivo ou um processo destrutivo, mas como uma transformação do “Jeito da Fénix” do “Renascer pelo do Fogo”. Já em 1952 Rauschenberg escurecia parte dos seus conjuntos de caixas e, em 1956, Burri começou a queimar as suas colagens de serapilheira, de modo a criar uma espécie de ferida redonda, um corte negro no coração da pintura.

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Guglielmo Achille Cavellini com autocolantes , 1980, Cortesia LYNCH THAM 27


A abordagem da Cavellini era totalmente diferente. Tendo ficado desapontado com a reacção da crítica à sua exposição, decidiu queimar e cortar todos os seus trabalhos chamando-lhes “Trabalhos Destruídos” 1966-70. Na obra “Carboni”, o fogo foi usado como um processo de purificação e com as obras cortadas em pedaços ,queimados, reagrupados e preservados numa caixa aberta de madeira, o que viria, simultaneamente, confirmar ou contradizer as tendências arquivísticas dos historiadores de arte. Um exemplo seria “CASSA N.106” contendo segmentos de madeira carbonizados e tinta acrílica (29X29X8.5 cm) 1966/1969, cuja cor azul cobalto sobreviveu a este processo incendiário. Algumas das obras destruídas, foram seccionadas em elegantes “secções yin-yang”, que poderiam ser vistas como camadas circulares prensadas “N. 191 “(42x42x9cm) 1967/68, um objeto de arte, sem carbonização, ou como uma caixa preta aberta de ripes em madeira, que contém um texto em madeira da B & W, cortadas em quadrados ilegíveis (embora possamos vislumbrar algumas letras do nome Cavellini), também dos Trabalhos Destruídos : “Cassa N. 131”, de 1967. Um outro método de fogo que ele usou, foi dissecar uma secção média de uma obra de arte e preservá-la sem carbonização e queimando o resto, o que criou um contraste de cores no centro e um preto fuligem no final dos livros como em “Casa con Bruciatura”, n.114 de 1969 (75.5X78.5 x8cm). Destruição, na óptica de uma experiência conceptual de Duchamp, arte não-retinal para a mente, talvez uma desconstrução filosófica tenha sido o legado de GAC.

Guglielmo Achille Cavellini pintado a branco, vermelho e verde, 1981 por Ed Higgins III, Cortesia LYNCH THAM 28


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Guglielmo Achille Cavellini, Caixa com trabalhos destruĂ­dos nr 106, 1966-69, 29x29x8,5 cm, Cortesia LYNCH THAM copy

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Um texto baseado num guião sobre lona, intitulado “Scritura Su Tela”, de 1973 (147x119cm), tem o estampado familiar de Cavellini na parte superior da tela, cada letra com uma cor diferente. O resto, foi desenhado em letra pequena com um marcador preto e, em seguida, as lacunas entre as linhas foram preenchidas com caracteres maiores. A partir das “ Páginas da Enciclopédia”, de 1973, ficamos a conhecer o seu “código linguístico”, parte do “auto -historicismo” o teatro de sua vida, onde ele pintou em objetos, modelos nus ao vivo, usando a sua caligrafia. Em várias obras de arte, Cavellini usou canetas de ponta de feltro preto para escrever pensamentos humanos hiperbólicos, por vezes ilegíveis, ou textos desafiadores sobre a lona, madeira, chapéus e roupas que ele usava. Este tipo de arte introduziu, muitas vezes, um elemento performativo, muitos criados durante a execução, encenando as suas obras-primas com manifestos provocatórios, enquanto distribui auto-promoção através de autocolantes centenários, para audiências ao vivo e em filme ou vídeo. Ele também textualiza as suas obras com Fluxus, referências à arte de correspondência e ao sarcasmo do Novo Realismo, o teatro das peripécias absurdas e das passagens do Neo-Dadaísmo. O “teatro da vida e da morte” precisava de um guião e o Narciso de Brescia faz o registo “o diário do gênio”, GAC escreveu tudo em torno de si para a posteridade; nas paredes, nas roupas, nos amigos, em amantes e agora na nossa memória colectiva. Tradução: L&S

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Pequeno depoimento de Valérie Bos Criação de obras de arte personalizadas “Restauro e reinvento o objeto de arte, através dos materiais de ligação, conferindo-lhes um estilo pessoal que lhe dá caráter e expressividade”. Autodidata “Traço o meu trilho, não quero ser formatada ou influenciada por correntes de arte, padrões ou regras”. Eu sou “O Meu” caminho, “Eu sigo por atalhos para dar uma outra visão da pintura”. “Adoro alterar a função primária de certos materiais ou objetos, para os moldar e dar-lhes uma Nova Identidade.” Diversidade é a palavra-chave desta exposição virtual. “Autodidata apaixonada, avanço por instinto. Vamo-nos reunir em torno de uma exposição virtual de obras únicas, de estilo contemporâneo”. Por Valérie Bos Contacto: http://liliebos.blog4ever.com http://www.facebook.com/LilieBOS?ref=tn_tnmn Tradução: L&S

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A Obra Personalizada de Valérie Bos Valérie Bos é uma das muitas artistas, para quem a disciplina não é suficiente, atendendo à riqueza do seu mundo interior, alheia às imposições elitistas que parecem existir,apenas, para serem transgredidas ou, pelo menos, ultrapassadas! Valérie é uma artista sensível, fortemente marcada pelo tratamento do material, cor e relevo, alimentando a sua inspiração com as viagens, encontros e descobertas que tem feito.

Yin & Yang técnica mista Prata, 30 x 30 cm

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Bouddha Penseur Feito de resina, coberto com vรกrios tipo de papel e folha de ouro. 26 x 22 cm

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Aqui, vamos discutir uma outra faceta do seu talento, a criação de objectos de arte personalizados, entre o artesanato e design. Valérie Bos tem essa capacidade especial de ver num simples objecto, encontrado ao acaso, a peça única que, após vários restauros, se transformará numa obra original! Nas feiras de velharias encontra peças que, após restauradas, recria através de colagem de materiais como, papel, couro e tecido, dandolhe um estilo muito pessoal, com uma predileção por temáticas de influência indiana e britânica, e um toque francês, que dão ao objecto de arte, carácter e expressão.O acabamento vitrificado da peça, tornam-na sustentável ao longo do tempo, tal como qualquer objecto de arte autêntico. Em algumas das suas obras, existe uma característica peculiar; moedas cobrindo os olhos de animais, e pessoas, inspirada nas lendas indianas e outras, que evocam a passagem da margem dos vivos para a margem dos mortos. Valérie Bos demonstra criatividade e requinte na sua abordagem à personalização e às transformações que faz nos objectos selecionados, revelando uma verdadeira busca artística, e não uma mera decoração. Diante dos seus como os de Buda, estátua indiana e bulldog, o observador sente a sensação de beleza e emoção. As suas peças representam uma quantidade incrível de trabalho, pesquisa e criação pura, sendo reconhecida como uma artista inspirada, evitando cair no erro da rotulagem fácil e simplicista de,”hobby criativo”! 36


Le Chien John Escultura em gesso

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Nada disto existe em Valérie Bos, e é isso que faz a diferença entre os objectos “Made in ...” ou os “reinterpretados” pelos ditos “artistas” que não sabem mais do que pegar numa peça existente e “rabiscar”, à pressa, assinando-a para lhe dar um valor absurdo de mercado e, assim, alimentar o debate sobre a verdadeira criação e arte, que não estão lá! Insurjamo-nos contra os preços proibitivos de algumas peças, estabelecidos sem critério, para defender os verdadeiros criadores, como Valérie Bos, que não enganam o público quanto à qualidade, criação e custo. O objecto de arte, não vai estar sempre conotado com “Inacessível”, muito pelo contrário! O provérbio “todo o trabalho tem de ser pago”, aplica-se a todas as empresas e a arte não é uma excepção, mas se a pretendemos tornar acessível para um grande número de pessoas, não é praticando preços exorbitantes, que o conseguimos fazer. Tal como todos os artistas representados no espaço NLB Limoges, Valérie Bos compartilha a nossa visão das coisas e a nossa ética! No inverno passado apresentamos, com grande sucesso, as criações personalizadas de Valérie Bos e, neste verão, teremos o prazer de vos fazer descobrir o seu universo pictórico no pátio do Templo . Nat halie Lescop-Boeswillwald PhD em História da Arte Crítica de arte Presidente Fundadora do Espaço NLB Espaço Galeria e Revista Tradução: L&S

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La parisienne Busto personalizado feito com resina

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O Mundo da Moda de

Jean Paul Gaultier Da Calçada para a Passerelle

Apresentado no Brooklyn Museum De 25 de Outubro 2013 a 23 de Fevereiro 2014

É oficial! O Brooklyn Museum será o único local da costa leste a apresentar pela primeira vez as novas criações do famoso estilista francês Jean Paul Gaultier. Nas últimas quatro décadas, Jean Paul Gaultier moldou o visual da moda contemporânea, com as suas criações vanguardistas e designs inovadores. O Brooklyn Museum será o único local da Costa Leste a apresentar O Mundo da Moda de Jean Paul Gaultier, Da Calçada para a Passerelle, a primeira exposição internacional do trabalho deste célebre costureiro francês. Esta visão global da extensa obra de Gaultier irá incluir material exclusivo, nunca exposto em tournées anteriores, tal como peças da sua recente colecção de alta-costura e pronto-a-vestir, e modelos usados por Beyoncé.

Jean Paul Gaultier © Rainer Torrado

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A reputação de Gaultier para propostas espirituosas e ousadas, aliada a um interesse incessante pela sociedade, identidade e beleza, marcados pela diferença, valeulhe um lugar na história da moda. A apresentação em Brooklyn, incluirá modelos de Gaultier nunca antes vistos em Nova Iorque, tal como peças amavelmente emprestadas por Madonna, como os seus espartilhos emblemáticos da tournée Blond Ambition (1990), modelos de Confessions (2006) e MDNA tournée (2012). Modelos criados para Kylie Minogue, Kika de Pedro Almodóvar (1994) e Bad Education (2004), e Fifth Element de Luc Besson (1996), também farão parte da exposição.

Sobre a apresentação em Brooklyn, o costureiro francês diz: “Estou orgulhoso e honrado que esta exposição seja apresentada aqui, onde o verdadeiro espírito de Nova Iorque vive. Sempre tive um grande fascínio por Nova Iorque, a sua energia, os arranha-céus de Manhattan, essa visão especial do céu entre os edifícios altos…. Numa das minhas primeiras viagens, decidi caminhar desde a Village até Harlem. Levei o dia inteiro, e nunca vou esquecer o prazer de descobrir esta grande cidade. Mas, acima de tudo, ela é um caldeirão, um lugar onde você pode correr o mundo num só dia, onde todas as raças e credos convivem.” Para Gaultier, a rua tem sido a sua fonte de inspiração, bem como o seu objetivo final, pois, como todos os grandes costureiros, o seu maior desejo é que as suas criações sejam usadas, actuais e vistas em todo o mundo. 43


Paolo Roversi (Italiano, nascido em 1947). Tanel Bedrossiantz, 1992. Impressão Digital, 38.3 x 30.8 cm. Jean Paul Gaultier “Barbès” pronto-a-vestir feminino, colecção outono-inverno de 1984-85. © Paolo Roversi

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Este espetáculo teatral, encenado mais como uma instalação contemporânea do que propriamente uma retrospectiva cronológica, contará com 130 conjuntos de alta-costura e pronto-a-vestir, acompanhados por materiais audiovisuais, esboços, primeiros desenhos e fotografias, cada um deles testemunhando a ousadia de Gaultier, o seu estilo de vanguarda, o gênio e a habilidade, de tirar o fôlego, deste estilista e das suas criações. As colaborações ricas de Gaultier com artistas contemporâneos e fotógrafos de renome, como Andy Warhol, Richard Avedon, David LaChapelle, Pierre & Gilles, Herb Ritts, Cindy Sherman, Peter Lindbergh, Stéphane Sednaoui, e Mario Testino, entre outros, são um dos principais focos de atenção. Esta mostra, aclamada pela crítica, iniciada e produzida pelo Museu de Belas Artes de Montreal, sob a direção de Nathalie Bondil, directora e curadora-chefe, e Thierry-Maxime Loriot, curador da exposição, em colaboração com a Casa Jean Paul Gaultier Paris, já foi vista por cerca de um milhão de visitantes na América do Norte e Europa. “Ao render homenagem ao génio criativo de Jean Paul Gaultier, esta exposição coloca a fasquia em termos de apresentação de moda, igualada à arte num museu, ao mesmo tempo que celebra a diversidade cultural e étnica de hoje “, diz Arnold L. Lehman, Director do Brooklyn Museum. O domínio de Jean Paul Gaultier sobre as complexas exigências técnicas de alta-costura, é igualado apenas ao seu universo artístico, rico e incomparável. Gaultier considera a exposição, um espetáculo teatral criativo em si mesmo. Muitos dos manequins, usados para exibir as suas propostas, giram para revelar todos os ângulos de um conjunto. Alguns desfilam na passerelle, em movimentos contínuos, e muitos usam notáveis perucas e cocares, criados pela cabeleireira de renome, Odile Gilbert e o seu staff, composto por 68 elementos. Ao longo das galerias, trinta e dois dos manequins ganham vida, com rostos interactivos criados por projeções audiovisuais de alta definição tecnológica. 45


Um design de Jean Paul Gaultier “Raw and Refined”, pronto-a-vestir masculino, colecção primaveraverão de 1994, como pode ser visto no desfile da retrospectiva do seu trigésimo aniversário em Outubro de 2006. © Patrice Stable/Jean Paul Gaultier 46


Uma dúzia de celebridades, incluindo o próprio Gaultier, a modelo Ève Salvail e a baixista Melissa Auf der Maur, emprestaram os seus rostos e vozes a esta proposta. A produção e realização deste elemento audiovisual dinâmico, é o trabalho de Denis Marleau e Stéphanie Jasmin de UBU / Compagnie de Création de Montreal. Jolicoeur Internacional de Quebec elaborou todos os manequins, feitos sob medida, com diferentes tons de pele e posições, que representam a diversidade do universo de Gaultier. Bem diferente da costura tradicional, o design de vanguarda de Gaultier, demonstra uma profunda compreensão dos problemas e preocupações da sociedade multicultural de hoje. Para se inspirar, Gaultier voltou- se para uma grande variedade de culturas e contraculturas. Nathalie Bondil, directora e curador-chefe do Museu de Belas Artes de Montreal, iniciou o projecto com o objectivo de criar uma exposição, homenageando Gaultier pela sua grande humanidade e mente aberta a uma sociedade de que todos se podem orgulhar, devido à sua própria identidade, bem como para a virtuosidade técnica ou imaginação das suas criações.

A exposição está organizada em 7 secções temáticas; ODYSSEY BOUDOIR MUSES PUNK CANCAN SKIN DEEP METROPOLIS URBAN JUNGLE 47


ODYSSEY apresenta-nos o universo do costureiro e os seus temas de

marca. Marinheiros, sereias e iconografia religiosa, definem o tom. A primeira criação de Gaultier (1971), nunca antes exposta, está em exibição. Apresenta modelos usados por Beyoncé, assim como vestidos criados para Catherine Deneuve e Marion Cotillard, na ocasião dos Óscares.

Alix Malka (Francesa). Sem titulo, foto Digital, 119.6 x 189.6 cm. “La Mariée” vestido de noiva da colecção de alta costura primavera-verão 2008 “Mermaids”, de Jean Paul Gaultier. Fato em latex com escamas douradas, soutien em cone com conchas, e uma saia comprida em alpaca, coberta de lantejoulas , com uma cauda de sereia em latex.. ©Alix Malka

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"Apparitions" colecção feminina, de alta-costura, primavera-verão 2007, de Jean Paul Gaultier, "Virgins (ou Madonnas)"."Celestial", top estilo corpete com "holograma" bordado e laços; sobressaia em tule de seda, cor de marfim. 49


BOUDOIR revela o fascínio do estilista, ao longo dos anos, pela lingerie e

soutien de cone, criado na década de 1960, até às suas propostas de modelos p onde foi director criativo de 2003 a 2010. Esta secção apresenta os soutiens p de Madonna em 1990, Blond Ambition, e MDNA em 2012.

Jean Paul Gaultier (Francês nascido a 1952). Espartilho com liga, 1990, Cetim Duchess, usado por Madonna durante "Metropolis" ("Express Yourself"), sequencia da tournée mundial "Blond Ambition" (1990). Colecção de Madonna, Nova Iorque. Foto: Montreal Museum of Fine Arts, Christine Guest 50


espartilhos, desde o seu pequeno urso de infância "Nana", usando o primeiro para homem e mulher e linhas de pronto-a-vestir, assim como para Hermès, pioneiros cônicos de Gaultier, e espartilhos feitos para as tournées mundiais

Jean Paul Gaultier (Francês nascido a 1952). Sketch de roupas de palco de Madonna para tournée mundial “Blond Ambition” 1989–90, impressão a jacto de tinta, 27.9 x 43.1 cm. © Jean Paul Gaultier

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MUSES mostra como o costureiro

criou um novo ideal de beleza, para além dos códigos estabelecidos da moda e sociedade, celebrando a diferença, eliminando todos os limites para a medida do corpo, cor da pele, idade, religião e sexualidade.

Contact sheet , Aïtize Hanson, 1971, foto de Jean Paul Gaultier. © Jean Paul Gaultier 52


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PUNK CANCAN mostra os estilos e

temas contrastantes que Gaultier misturou ao longo da sua carreira, do classicismo e elegância parisiense ao movimento punk em Londres, que descobriu e abraçou desde o seu início. Ícones e símbolos parisienses como, a boina, casaco e Torre Eiffel são transformados sob a influência de Paris, imaginária, de Pigalle. Os Punks tatuados de Londres usando látex, couro, rendas e rede de pesca, adquirem um novo significado como símbolos de elegância, convenção que desafia o poder. Esta seção apresenta o vestido de chiffon em camuflagem que exigiu 312 horas para poder ser usado pelo ícone do estilo de Nova Iorque, Sarah Jessica Parker na 2000 MTV Movie Awards.

Jean Paul Gaultier (Francês nascido em 1952). Casaco de Equitação, 1997–98. Angorá Foto © Rainer Torrado 54


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SKIN DEEP ilustra como Gaultier

cria roupas que se transformam numa segunda pele, às vezes através de efeitos de trompe l’oeil, que dão a ilusão de nudez, um corpo humano esfolado, um esqueleto, ou tatuagens.

Um design de Jean Paul Gaultier "Raw and Refined", colecção primaveraverão de pronto-a-vestir femininho 1991–92,como pode ser visto no desfile da retrospectiva do seu trigésimo aniversário em Outubro de 2006. © Patrice Stable/Jean Paul Gaultier 56


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METROPOLIS mostruários de Gaultier com a colaboração de cineastas

ícones Pop como Tina Turner, Nirvana, Cameo, Lady Gaga, e Kylie Minogue 1970, Gaultier explorou as áreas de alta tecnologia e ficção científica. Desde a Gaultier passou a ser líder na moda, integrando a moda de tecidos contemp secção apresenta, pela primeira vez, peças de uma das colecções de verão do e Madonna e David Bowie.

Um dos desenhos de Jean Paul Gaultier, colecção de pronto-a-vestir feminino de 2013 58


s, coreógrafos como Marice Béjart, Angelin Preljocaj, e Régine Chopinot, e e. Recorrendo aos sons emergentes da new wave e house music na década de as suas primeiras peças de joalharia eletrónica e a coleção High-Tech de 1979, porâneos não destinados à passerelle, incluindo vinil, lycra e neopreno. Esta estilista, inspiradas por músicos da pop, como Grace Jones, Boy George, Sade,

Um dos desenhos de Jean Paul Gaultier para a colecção de alta-costura, primavera-verão de 2012 "Homenagem a Amy Winehouse" 59


URBAN JUNGLE é o lugar

onde as culturas de todo o mundo se juntam para formar uma nova estética integrada na alta-costura. Gaultier mistura e combina influências multiétnicas, Beduíno, Judeu Ortodoxo, Chines, Flamenco, Russo, Bollywood, Nórdico, referindo-se a elas como a selva urbana.

Ellen Von Unwerth (Alemã nascida em 1954). Survivors (Laetitia Casta, Vladimir McCary, Jenny Shimizu), 1998. Foto Digital © Ellen Von Unwerth. Jean Paul Gaultier “Tattoos” colecção de pronto-a-vestir feminino , primavera verão 1994. 60


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A exposição é acompanhada pela primeira grande monografia sobre o estilista Francês, O Mundo da Moda de Jean Paul Gaultier: Da Calçada para a Passerelle, publicada pelo Museu de Belas Artes de Montreal sob a direção de Thierry-Maxime Loriot. Este premiado catálogo de 424 páginas, contém mais de 550 ilustrações e Fotografias, um ensaio de Suzy Menkes, editora de moda do New York Times e do International Herald Tribune, 50 entrevistas exclusivas conduzidas por Loriot com celebridades e colaboradores do costureiro (Helen Mirren, Nicole Kidman, Madonna, Catherine Deneuve, Martin Margiela, Dita Von Teese, e Marion Cotillard entre outros), e outras duas entrevistas com o próprio Gaultier. A apresentação do Brooklyn Museum é organizada por Lisa Small, Curadora de Exposições do Museu.

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BIOGRAFIA DE JEAN PAUL GAULTIER Jean Paul Gaultier nasceu em 1952 nos subúrbios de Paris. Começou a sua carreira com Pierre Cardin em 1970, no dia em que completou 18 anos. Depois de ter trabalhado na Esterelle, Patou e, mais uma vez, Cardin, JeanPaul Gaultier abre a sua Casa de Moda, e lança a sua primeira colecção em 1976. Rapidamente surge o grande sucesso a nível de crítica e comercial, e no início dos anos oitenta, é um dos mais falados jovens designers. Desde o início da sua carreira, Jean Paul Gaultier quis mostrar que a beleza tem muitas facetas e que podemos encontrá-la onde menos esperamos, como numa simples lata que usou, pela primeira vez, como pulseira e, posteriormente, como embalagem do seu perfume de enorme sucesso. Em 1984 lança a sua linha de moda masculina com a colecção “Objecto Masculino “ , e em 1997 realizou o sonho ao começar uma colecção de altacostura “, Gaultier Paris.” De 2004 a 2011 foi o criador da moda feminina de Hermès. Ao longo da sua carreira, Gaultier trabalhou em dança, música e cinema. As suas roupas para a tournée de Madonna “Blond Ambition”,deixaram uma marca indestrutível na cultura popular. A sua primeira colaboração no cinema foi em 1989, com Peter Greenaway para The Cook, The Thief, His Wife and Her Lover . Também desenhou o guarda-roupa para The City of Lost Children de Marc Caro e Jean-Pierre Jeunet, Fifth Element de Luc Besson, e para Kika, Bad Education, e The Skin I Live In, de Pedro Almodóvar.

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NO FOREIGN LANDS: Peter Doig De 3 de Agosto a 3 de Novembro de 2013 Na Scottish National Gallery, The Mound, Edinburgh EH2 2El

“No Foreign Lands” é a exposição que está patente na Scottish National Gallery em Edimburgo e que apresenta uma mostra antológica de Peter Doig, nascido em Edimburgo, em 1959 e, actualmente, tido como um dos mais importantes pintores do panorama artístico contemporâneo. Independentemente deste facto, entendem-se os esforços da organização dado que é a primeira vez que Peter Doig efectua uma exposição antológica no país que o viu nascer. Segundo Peter Doig confessa: “Abandonei a Escócia ainda criança, tal como muitos da minha geração fizeram, contudo conheço Edimburgo, a cidade onde nasci, através das múltiplas viagens que aqui fiz na minha infância e juventude. Estar apto a expor a minha pintura nas magníficas salas da National Galleries é uma grande honra.” Esta importante exposição internacional é uma colaboração com o Museu de Belas Artes de Montreal. Pesquisando a Pintura e os trabalhos sobre papel de Doig nos últimos dez anos, o evento dá especial enfase 64


a motivos e imagens recorrentes, formalmente contidas, contudo monumental na escala utilizada, por vezes aproximando-se, na sua temática, do exótico. Trabalhos que mostram Doig no auge dos seus extraordinários dotes. Simon Groom, director da Scottish National Gallery of Modern Art, afirma: “Peter Doig tem sido um dos mais imaginativos e sedutores pintores da actualidade. A sua arte é figurativa e, frequentemente, baseada em imagens fotográficas, mas o efeito final conduz-nos até a um mundo completamente diferente geralmente dotado de um poder alucinogénio. As suas obras revelam uma transfigurada visão do mundo, enquadradas pelo sentido de beleza e mistério, ricas no seu poder imaginativo de sedução, contudo fixas à realidade.” Inicialmente Doig alcançou o reconhecimento nos anos noventa, com os seus quadros de paisagens de inverno, cenas de lagos (geralmente com uma canoa solitária) e casas rodeadas por árvores e pistas de esqui. As superfícies riscos mostravam que Doig estava muito mais interessado nas qualidades formais do abstracto do que na temática. O período a que se refere a presente exposição, Peter Doig dividiu o seu tempo entre a sua residência e estúdio em Trinidad (nas Caraíbas), o estúdio de Londres e a carreira de professor na Academia de Arte de Dusseldorf, na Alemanha. A sua vida ambulante, parcialmente passada no Canadá e os seus posteriores tempos em Londres conferiram-lhe um conhecimento visualmente rico. Independentemente da origem dos temas de Doig, as suas experiências entrecruzam-se para beneficiar a sua obra. Como o seu patrício escocês Robert Louis Stevenson escreveu em “The Silverado Squartters”: “Não existem terras estrangeiras, 65


somente o viajante é estrangeiro”. O viajante Doig não é meramente um estrangeiro em busca do exótico, em vez disso ele, ele é como o flâneur de Boudelaire, cujos olhos descobrem significado em detalhes que transcendem o local, enquanto medem o tempo e o espaço. Ao longo de uma carreira de três décadas, Doig revigorou uma disciplina que muitos consideravam caída na irrelevância. O seu estilo inventivo, paleta extremamente sensual e imagens sugestivas, distinguem-no do conceptualismo que tem dominado grande parte da arte contemporânea. O desejo de Doig em enfrentar os desafios colocados pelos trabalhos de Gauguin, Matisse, Bonard, Marsden Hartley e Edward Hopper, colocam-no num diálogo permanente com uma longa linhagem de grandes artistas. Após a estreia em Edimburgo, “No Foreign Lands” viaja para o Canadá, onde será apresentada no Museu de Belas Artes de Montreal. A exposição é acompanhada por um catálogo com ensaios de Keith Hartley, curador chefe da Scottish National Gallery of Modern Art, Stéphane Aquin, curador do Contemporary Fine Art, em Montreal e uma entrevista com o artista conduzida por Hilton Als, um crítico sediado em Nova Iorque, autor e colaborador regular da New Yorker Magazine. Scottish National Gallery,The Mound, Edinburgh, EH2 2EL nginfo@nationalgalleries.org

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Cricket Painting (Paragrand), 2006-2012 Ă“leo sobre tela, 300 x 200 cm Imagem: Cortesia do Artista e Michael Werner Gallery, Nova Iorque e Londres 67


TAYMOUR GRAHNE GALLERY- NY A abertura da exposição inaugural da galeria, Nicky Nodjoumi: Chasing The Butterfly e Outras Pinturas Recentes, teve a participação de muitas figuras do mundo da arte, incluindo Sheila Canby (Chefe do Departamento de Arte Islâmica do Met), Massumeh Farhad (Curador Associado de Arte Islâmica na Smithsonian’s Freer and Sackler Galleries), Sheena Wagstaff (Presidente do Departamento de Arte Moderna e Contemporânea do Met), a artista Shirin Neshat, e muitos mais.

Taymour Grahne com Nicky Nodjoumi Cortesia de Billy Farrell Agency, NY 68


Cortesia de Billy Farrell Agency, NY

Cortesia de Billy Farrell Agency, NY 69


Nicky Nodjoumi Cortesia de Billy Farrell Agency, NY

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Taymour Grahne Gallery 175 Hudson Street New York, NY 10013 Mail: info@taymourgrahne.com 71


Sem título (Clown, Cavalo, Salamandra), c. 1911-12, Amadeo de Souza-Cardoso Coleção do CAM/FCG

Sob o Signo de Amadeo: Um Século de Arte De 26 de Julho de 2013 até 19 de Janeiro de 2014

Todos os Espaços do CAM, da Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa Curadoria: Isabel Carlos, Ana Vasconcelos, Leonor Nazaré, Patrícia Rosas e Rita Rosas 72


Comemorando os trinta anos de abertura do CAM (Centro de Arte Moderna) ao público, a 25 de Julho de 1983, uma exposição invade todos os espaços do Centro, apresentando pela primeira vez ao público a totalidade do acervo de Amadeo de Souza-Cardoso (1887 – 1918). A revisitação da obra deste pintor, central na história do modernismo em Portugal, com aquela que teve lugar quando o CAM foi inaugurado há três décadas, celebra Amadeo enquanto referência maior da arte do século XX e âncora desta colecção, história comum que serve de leme à viagem proposta pelo CAM, percorrendo um século de arte, desde 1910 até aos dias de hoje, por uma das mais significativas colecções de Arte Portuguesa deste período, contendo ainda importantes núcleos internacionais, cujas primeiras aquisições remontam a 1957.

Love Wall, 1961 Peter Blake Coleção do CAM/FCG

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Ocupando todo o espaço do edifício do CAM, entre 26 de Julho de 2013 e 19 de Janeiro de 2014. Encontra-se exposta cinco por cento da colecção de arte moderna e arte contemporânea que, trinta anos depois, conta com mais de dez mil obras. O itinerário através do século passado, Sob o Signo de Amadeo, tem vários núcleos de interacção com a colecção, começando pela Galeria 01, onde se encontra reunida a obra tutelar do modernismo português. Na Nave, é prestada particular atenção ao corpo humano e acções performativas, um dos temas eleitos para orientar a exposição, aproximando o papel da vanguarda do público actual, e lembrando o Museu como lugar de encontros de Arte Viva.

Figurino para o bailado “A Princesa dos Sapatos de Ferro”, 1918, José de Almada Negreiros (1893-1970) Coleção do CAM/FCG 74


Na primeira sala, é estabelecido um diálogo entre a Arte Portuguesa e a Arte Britânica, um dos focos históricos da colecção, em torno do legado da Arte Pop. Na Galeria 1, Foram seleccionadas obras-primas da colecção do CAM, permitindo uma sinopse da arte moderna e da arte contemporânea, desde as vanguardas históricas do futurismo e cubismo, até aos mais recentes, e cobrindo as várias disciplinas artísticas da pintura, desenho, escultura e fotografia. Na sala polivalente, é exibida a colecção de filme e de vídeo, enquanto na sala de exposições temporárias um conjunto variado de obras explora, tematicamente, a ideia de palco e da teatralidade na modernidade.

“O Menino Imperativo”, 1952, Marcelino Vespeira . Coleção do CAM/FCG 75


Uma visão crítica da exposição por: José Eduardo Silva O CAM aproveitou o seu trigésimo aniversário para fazer uma exposição o mais ilustrativa possível do seu acervo que, iniciado nos finais dos anos 50, actualmente conta com mais de dez mil obras. Logo, por muito boa vontade e empenho que inspirasse a equipe de curadores, a apresentar tudo, estava fora de questão e, apresentar algo que rondasse os vinte cinco por cento, seria um total disparate. Assim, houve que fazer uma escolha criteriosa e, em nossa opinião, o modelo seguido foi o que melhor representa os trinta anos do CAM, com uma exposição que parte da figura central da colecção, da Arte Portuguesa e, não fosse a sua prematura morte, da própria arte mundial. Falamos de Amadeo de Souza-Cardoso, que aqui vê quase todas as suas peças da colecção do CAM, em exposição e que serve de ponto de partida para uma visão retrospectiva da instituição, onde todas as tendências e campos artísticos são cobertos, com especial atenção para os autores portugueses, o que se entende dada a importância que estes têm na colecção do CAM, que ao longo de trinta anos foi um dos principais patronos da Arte Portuguesa. Mesmo assim, o destaque internacional está presente, sendo a expressão mais evidente os trabalhos dos artistas da Pop Arte Britânica, afinal também ela uma referência histórica do CAM.

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Hypnotic Suggestion 505, 1993 - Jane & Louise Wilson Coleção do CAM/FCG

Porém quem expõe, acaba por ser exposto e, subtilmente, percebemos a importância crescente que as artes performativas vão tendo neste ciclo de vida do CAM, o que não nos suscita qualquer crítica, pelo contrário, é algo que merece o nosso aplauso. Finalmente importa referir que Sob o Signo de Amadeo, não é uma exposição dedicada a este pintor, mas à instituição que acolhe grande parte da obra deste pioneiro mundial do modernismo, que aqui coloca parte do seu acervo visível de uma forma limpa e clara para o comum espectador. Sob o Signo de Amadeo é uma exposição de uma das grandes colecções mundiais dedicadas ao modernismo que utiliza o nome de Amadeo como forma simbólica de afirmar a sua riqueza de conteúdo, polivalência e sentido experimental, mas cujo verdadeiro protagonista é a equipa de curadores que aqui se superou, ao conseguir construir ligações tão improváveis quanto os diálogos de Babel. 77


Avigdor Arikha: Trabalhos de 1966-2010

Marlborough Fine Art, London 9 Outubro - 2 Novembro de 2013 Marlborough Fine Art de Londres tem o prazer de apresentar uma exposição de obras significativas, de Avigdor Arikha (1929 - 2010) ,colecção particular. Muitas crianças desenham, mas os desenhos de Avigdor Arikha chamaram à atenção aos doze anos, quando foi deportado para um campo de concentração romeno na Transnístria. Os seus desenhos de cenas angustiantes que testemunhou no campo, foram apresentados aos delegados da Cruz Vermelha, e foram o catalisador para o transporte de Arikha e 1.500 novas crianças para a Palestina em 1944. Depois de estudar na Bezalel School of Art,em Jerusalém, seguido de uma bolsa de estudos na École des Beaux Arts, em Paris, Arikha iniciou uma estreita amizade com Alberto Giacometti e Samuel Beckett, cujo parco uso de linguagem lhe ensinou o significado de cada pincelada. Estas amizades duraram toda a vida e acompanharam Arikha na mudança criativa do seu período abstracto, para o que ele descreveu como o seu “naturalismo pós-abstracto”.

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A exposição abrange os últimos 45 anos da vida de Arikha. Ele viveu como um artista, escritor, professor e curador. Irá explorar o uso diversificado de Arikha de meios, que vão desde o lápis, grafite e pincel de tinta (nomeadamente tinta Sumi), desenhos, gravuras e estampas aquatint, até aos óleos, aquarelas e pastéis de cor. A colecção particular de Arikha é notável pela sua diversidade de assuntos, onde nenhum gênero é privilegiado em detrimento de outro. Em vez disso, é a execução das obras que detém extrema importância. A transitoriedade de instâncias de passagem, pode ser percebida na obra de Arikha, no qual os despercebidos e sem controlo tornam-se num assunto duradouro e permanente, revelando a estranheza de objectos familiares, ângulos e organismos, da fragilidade do que observamos, e, ao mesmo tempo, a sua continuidade.

Avigdor ARIKHA The Reflection in the Window (pintura), 1979 38 x 55 cm 79


Avigdor ARIKHA Still-Life with Blue Napkin (pintura), 1985 - 63.5 x 45.5 cm

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Avigdor ARIKHA Anne’s White Coat (pintura),1975 - 146 x 114 cm

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Avigdor ARIKHA Orange Sweater on a Chair (pastel),1991 - 67 x 51.5 cm

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Avigdor ARIKHA Self-Portrait in a Blue Jacket (pastel), 1993 - 88 x 65 cm

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Avigdor ARIKHA Two Roses (pastel), 1995 - 32.5 x 25.3 cm

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Avigdor ARIKHA Spoon (aguarela), 1975 - 15.8 x 9.5 cm 85


MARIKO MORI

Agora representada na América do Norte pela Sean Kelly.

O seu trabalho desde então expandiu-se para além da sua expressão inicial, apresentando uma hiper-realidade colorida para incluir um recente fascínio pelas culturas antigas, como é o caso da cultura Jomon; cultura pré-histórica do Japão e as tradições Celtas da Europa. Simultaneamente investigando mais o minimalismo abstracto e celebrando as qualidades esclarecedoras e expansivas da inovação tecnológica e a sua interacção com o ambiente.

A Sean Kelly anunciou em Nova Iorque, no dia 12 de Setembro do corrente, que é a partir de agora a representante de Mariko Mori. Artista que é tida como uma das mais importantes do Japão nos cinquenta anos. A sua prática fundamenta-se na crença na crença da intersecção do cosmos, vida, morte, espiritualidade e tecnologia. Os seus primeiros trabalhos encontraram as raízes na expressão Manga e na Cyber Culture, muitas vezes se auto retractando como uma heroína cyborg. Aparentemente vinda de uma realidade alternativa PopFuturista, movendo-se na Tóquio contemporânea. 86


Fotografia: Christophe Kutner

Empregando uma diversificada gama de Mídias, incluindo instalação, escultura, performance e obras sobre papel, a sua prática confunde as fronteiras entre a reverência sagrada e a estética da cultura popular, visando referências de iconografias visuais diferentes para criar obras que fundem o passado e o futuro, bem como a atitude científica e espiritual.

Renew, no espaço Louis Vuitton, em Tóquio (abertura a 27 de Setembro) e Rebirth: trabalhos recentes da artista a serem apresentados na The Japan Society em Nova Iorque (a inaugurar a 11 de Outubro).

SEAN KELLY GALLERY 475 Tenth Avenue New York NY 10018 NEW YORK info@skny.com

No Outono de 2013, Mariko Mori vai ser objecto de duas grandes exposições individuais; Infinite 87


Neo Rauch Fantasmas

Gallery EIGEN + ART Leipzig 21 Setembro - 7 Dezembro 2013

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Cada uma das novas pinturas de grande formato na exposição Gespenster (Fantasmas), abre o olhar do espectador para uma cena viva, onde vários “shapshots” simultâneos se condensam numa imagem. Um tom mudo, vermelho-marrom inunda as imagens, das quais poucas cores brilhantes das roupas dos protagonistas se destacam ainda mais. O céu azul de primavera que ainda dominava o fundo dos últimos quadros de Rauch de 2012 , foi substituído por um pôr do sol-vermelho ou nuvens cinza-azuladas, o remanescente de uma tempestade, o sol só agora espreita atrás deles.

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NEO RAUCH

Das Treffen, (A Reunião) 2013

Óleo sobre tela, 300 x 250 cm Cortesia Galerie EIGEN + ART Leipzig/Berlin © Foto: Uwe, Walter, Berlin; VG Bild Kunst, Bonn 2013

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Em Das Treffen (A Reunião), conseguimos ver isso, por detrás de uma janela debaixo da qual cinco figuras se reuniram, sem comunicarem entre eles. Uma das figuras lembra os santos de Giovanni Bellini na Sacra Conversazione, com vestes verdeazul, mas o ponto central da cena não é a Virgem Maria, mas uma mesa sobre a qual um besouro vermelho e azul lutam. Mais abaixo, o drama repete-se em dois ramos entrelaçados e, novamente, em primeiro plano se desenrola o encontro entre dois carros de brinquedo futuristas. Bonés estranhos com orelhas de coelho substituem uma auréola, roupas à moda antiga e fora de moda substituem as vestes dos santos. Cada figura parece fazer parte da sua própria estória, apenas as cores semelhantes das roupas e a sua composição coerente, as unem numa imagem. Em quase todas as suas pinturas, Neo Rauch confronta o espectador com uma única imagem, com cenas diversas e simultaneas que, em parte de forma espacial e de forma narrativa, sobrepõe-se umas às outras, levando-o a penetrar cada vez mais nas cenas, numa tentativa de compreender o cordão indivídual. Como se, através de um poder superior ou nas mãos de uma sequência de extrator externo, os personagens fosse colocados nos seus planos e, geralmente, durante o processo de pintura tomam primeiro a sua posição final no quadro.

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NEO RAUCH

Das Bannende, (O Lançador de Feitiços) 2013

Óleo sobre tela, 300 x 250 cm Cortesia Galerie EIGEN + ART Leipzig/Berlin © Foto: Uwe, Walter, Berlin; VG Bild Kunst, Bonn 2013

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Em Das Bannende (Lançador de Feitiços), vemos o artista ajoelhado no lado esquerdo, rodeado de latas, a pintar uma escultura ,observado por um espectador silencioso no abrigo e, no fundo, um outro artista cuja pose e vestes remontam ao século XIX, criando e dando os toques finais, a uma monumental criatura mítica em verde-turquesa, com crescimentos estranhos no queixo que poderiam ser igualmente dentes ou uma barba. Ao lado dele, um cavalheiro elegante mostra à sua companheira um objecto amorfo e concluído que, claramente, poderia ter vindo das mãos do escultor ao seu lado esquerdo. O olhar arrsastanos,inevitavelmente, circulando de novo, de uma área de cor verde para o próximo; essas áreas são colocadas no cenário de ocre-vermelho-marrom, como pontos de fixação ao longo dos quais os olhos movem-se,seguindo a rotina do trabalho assíduo dos artistas Neo Rauch (nasce em 1960,Leipzg) estudou na Hochschule für Grafik und Buchkunst Leipzig (Academia de Artes Visuais de Leipzig). Desde 2009, que é professor honorário na Hochschule für Grafik e Buchkunst Leipzig. Desde 1993, as obras de Neo Rauch tem sido vistas em numerosas exposições.

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Exposições Individuais, incluindo na Haus der Kunst, em Munique (2001), Kunsthalle Zürich (2001), Albertina, Viena (2004), Kunstmuseum Wolfsburg (2006), Metropolitan Museum of Art, New York (2007), e Museu Frieder Burda (2011). Em 2010, a Pinakothek der Moderne em Munique e o Museu de Belas Artes de Leipzig organizaram uma exposição retrospectiva, na qual, em duas exposições individuais paralelas, cerca de 120 obras do artista foram expostas.

Galerie EIGEN + ART Leipzig/Berlin Auguststraße 26 D - 10117 Berlin berlin@eigen-art.com 94


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DESTAQUES D Oxford, UK

London, UK

Francis Bacon / Henry Moore: Flesh and Bone September 12, 2013 – January 19, 2014 Ashmolean Museum Beaumant Street, Oxford OX1 2PH, UK

Mira Schendel September 25, 2013 – January 19, 2014 Tate Modern Tate Modern, Banside, London SE1 9TG

London, UK

London, UK

Richard Serra: Drawings for the Courtauld September 19, 2013 – January 12, 2014 The Courtauld Gallery, Courtauld Institute of Art, Somerset House, Strand, London WC2R

Van Gogh in Paris September 26, 2013 – November 29, 2014 Eykyn Maclean 30 St. George Street, London W1S 2FH

London, UK

London, UK

Philip-Lorca diGorcia: East of Eden September 25 – November 16, 2013 David Zwirner, London 24 Grafton Street (Mayfair), London W15 4EZ

Avigdor Arikha; Works from 1966 – 2010 October 9 – November 2, 2013 Marlborough Fine Art London 6 Albemarie Street London W1S 4B

London, UK

London, UK

Elizabeth I & Her People October 10, 2013 – January 5, 2014 National Portrait Gallery, Wolfson Gallery St Martin Place WC2

Beyond El Dorado: Power and Gold in Ancient Colombia. October 17, 2013 – March 23, 2014 Great Russel Street, London WC1B 3DG

London, UK

Surrey, UK

The EY Exhibition: Paul Klee October 16, 2013 – March 9, 2014 Tate Modern Tate Modern, Banside, London SE1 9TG

Lawrence Watson, Pop Portraits September 21 - December 1, 2013 The Lightbox Chobham Road, Woking, Surrey GU2 4AA 96


DE OUTUBRO Edinburgh, Scotland

New York, USA

Peter Doig: No Foreign Lands August 3 – November 3, 2013 Scottish National Gallery The Mound, Edinburgh

Kandinsky in Paris, 1934 - 1944 June 28, 2013 – April 23, 2014 Guggenheim, New York 1071 5th Avenue, New York.

New York, USA

New York, USA

Raymond Pettibon: To Wit September 12 – October 26, 2013 David Zwirner, 519 west 15th Street, New York New York 10011

Magritte: The Mystery of the Ordinary September 28, 2013 – January 12, 2014 The Museum of Modern Art (MoMa) 11 West 53 Street, New York

New York, USA

New York, USA

Balthus; Cats and Girls – Paintings and Provocations September 25, 2013 – January 12, 2014 The Metropolitan Museum of Art 1000 Fifth Avenue, New York, New York 10028-0198

Rebirth: Recent Work by Mariko Mori October 11, 2013 – January 12, 2014 The Japan Society, Gallery 333 East 47th Street, New York, NY 10017

New York, USA

New York, USA

New York, USA

Brooklyn, New York, USA

Balthus: The Last Studies September 26, 2013 – December 21, 2014 Gagosian Gallery New York (Madison Avenue). Gagosian 980 Madison Avenue, New York

Gugliemo Achille Cavellini (1914 – 1990) September 18 – October 27, 2013 Lynch Tham 172 Rivington Street New York, NY 10 0002 The Fashion World of Jean Paul Gaultier: From the Sidewalk to Catwalk. October 25, 2013 – February 23, 2014 Brooklyn Museum Morris A. and Meyer Shapiro Wings and Gerald Cantor Gallery, 5Th Floor 200 Eastern Parkway Brooklyn, New York, 11238-4052

Robert Indiana: Beyond Love September 16, 2013 – January 5, 2014 Whitney Museum of American Art 945 Madison Avenue at 75th street, New York 97


DESTAQUES D Santa Fe, NM, USA

Leon de los Aldamas, México

Kent Williams / Ophthalm: New Drawings + Paintings October 4, to October 31, 2013 Evoke Contemporary 130 Lincoln Avenue, Suite F, Santa Fe, NM, USA.

Bertha Rodriguez: Reflexiones September 20 – November 1, 2013 Museo de la Ciudad de Leon Hermanos Aldamas 136 col. Zona Centro, Leon de los Aldamas, México

Santa Fe, NM, USA

México City, México.

Studio Incamminati; A Group Exhibition SR Brennen Fine Art October 4 to December 4, 2013 124 West Palace Avenue, Santa Fe, NM, USA

Danh Vo; Log Dog September 27 – November 2, 2013 At Karimanzutto San Miguel Chapultepec 11850 México City

Chicago, Illinois, USA

Moscow, Russia

MCD DNA: Warhol and Marisol September 21, 2013 – June 15, 2014 Museum of Contemporary Art 220 East Chicago Avenue, Chicago, Illinois, USA

Igor Vulokh October 16 – November 24, 2013 Petrovka 25 Moscow Museum of Modern Art

Los Angeles, CA, USA

Moscow, Russia

Tim Biskup: Charge September 28, 2013 – November 2, 2013 Martha Otero 820 North Fairfax Avenue, Los Angeles, CA, USA

Pieter Cornelis “Piet” Mondrian (1872 – 1944); The Road to Abstraction October 14 – November 24, 2013 State Tretyakn Gallery on Krymsky Val Ul. Moscow, 10 Krymky Val Ul. Array

London, UK

Lisbon, Portugal

Under the Sign of Amadeo A Century of Art July 26, 2013 – January 19, 2014 CAM, Fundação Calouste Gulbenkian, Lisbon. Rua Dr. Nicolau Bettencourt, Lisboa, Portugal.

The EY Exhibition: Paul Klee October 16, 2013 – March 9, 2014 Tate Modern Tate Modern, Banside, London SE1 9TG 98


DE OUTUBRO Hamburg, Germany

Rotterdam, Netherlands

Denmasrk’s Breakthrough to Modernism The Hirschsprung Collection from Eckersberg to Hammer Shoi September 20, 2013 – January 12, 2014 Hamburguer Kunsthalle, Gallery of Contemporary Art

Oscar Kokoschka: Portrait of People and Animals September 21, 2013 – January 19, 2014 Museum Boijmans van Beuningen Rotterdam, Netherlands

Leipzig, Germany

Amsterdam, Netherlands

Neo Rauch: Ghosts September 21 – December 7, 2013 Galerie Eigen + Art, Leipzig Spinnereistrasse 7, Halle 5 D – 04179 Leipzig

Paulina Olowska: Au Bonheur des Dames September 21, 2013 – January 27, 2014 Stedelij Museum Amsterdam Museumplein 10, 1071 DJ Amsterdam

Paris, France

Rome, Italy

George Braque (Retrospective) September 18, 2013 – January 6, 2014 Grand Palais, Galeries Nationales 3 Avenue du Général Eisenhower, 75008 Paris

Urs Fischer September 18 – October 26, 2013 At Gagosian Gallery, Rome I Via Francesco Crispi 16, Rome

Paris, France

Milan, Italy

Paris, France

Venice, Italy

Masculin / Masculin September 24, 2013 – January 5, 2014 Musée D’OrsayMusée D’Orsay 62, Rue de Lille, Paris

Jackson Pollock e Gli Irascibili La Scuola di New York September 24, 2013 – February 16, 2014 Pallazo Reale Piazza Duomo 12, Milano.

The Avant-Gardes of Fin-de-Siécle Paris (Schulhof Collection) September 28, 2013 – January 6, 2014 Peggy Guggenheim Collection Dorsoduro, 701 – 704 Venezia, Itália

Allegro Barbaro, Béla Bartók Et la Modernité Hongroise 1905 – 1920 October 15, 2013 – January 5, 2014 Musée D’Orsay Musée D’Orsay 62, Rue de Lille, Paris 99


DESTAQUES DE OUTUBRO Malaga, Spain

Jonathan Monk: Colors, Shapes, Words (Pink, Blue, Square, Circle, etc.) September 13 – December 8. 2013 El Centro de Arte Contemporáneo de Málaga C/ Alemania, s/n 290001 Malaga, Spain

Hong Kong, China Eye to Ear: Nathan Slate Joseph & Taylor Kufner September 26 – November 2, 2013 Sundaram Gallery 57 – 59 Hollywood Road Central Hong Kong.

Tokyo, Japan Infinite Renew by Mariko Mori September 28, 2013 – January 5, 2014 Espace Loius Vuitton Tokyo Omotesando Bldg. 75 5-7-5 Jingume, Shibuya-Ku, Tokyo 150-0001

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Outubro, 2013

www.lineandstylish.com 101


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