Cartilha informativa sobre Sexualidade Lésbica

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Você já conhece os nossos podcasts? Venha nos ouvir! Nossos podcasts são uma forma de divulgar informação para as mulheres. São uma conversa descontraída e divertida, feita para você poder ouvir mesmo se estiver no ônibus, andando na rua, fazendo seus afazeres domésticos. Basta acessar o nosso site https://luannaluchesi.wixsite.com/prazervulva. Seja bem-vinda!

O que significa o termo Lésbica? O conceito é bastante simples, lésbicas são mulheres que sentem atração física e romântica por outra mulher. Mas e se a mulher sentir atração por homens também? Nesse caso, tratase de bissexualidade e não pretendemos entrar nesse assunto nesta cartilha.


Sexualidade Lésbica

Nessa cartilha, iremos falar sobre a sexualidade lésbica, e os efeitos do machismo estrutural da sociedade nos estudos sobre a sexualidade da mulher lésbica, que são raros e pouco divulgados. Nessa cartilha, explicaremos o assunto mostrando como os estudos são afetados pelo machismo e as consequências disso na sexualidade das mulheres lésbicas. Primeiro, precisa ficar claro que sexo entre mulheres é sexo e “não, não falta nada”. Mulheres estão habituadas a escutarem que a relação sexual para ser completa precisa do pênis, mas isso não é verdade. Sexo é mais do que penetração. Mulheres tem muitas zonas erógenas, o prazer de uma mulher não necessariamente envolve penetração, o que não significa que ela não ocorra no sexo lésbico.


É possível transmissão de DSTs no sexo entre mulheres? Devo me proteger? Como dito, sexo entre mulheres é sexo, logo é possível a transmissão de doenças, a visão do sexo lésbico como “sexo menor”, prejudica os estudos nessa área. Para lésbicas, consultas ao ginecologista podem carregar certo desconforto, ao serem perguntadas se são ativas sexualmente, a simples resposta “com homem não”, exclui as outras opções e essas mulheres passam a ser consideradas virgens. Como se o sexo lésbico não fosse um ato sexual completo por si só. Os (poucos) estudos nessa área mostram que a transmissão de doenças como sífilis, herpes genital, HPV, ou mesmo tricomoníase, gonorreia e clamídia são perfeitamente possíveis. Quanto ao HIV, sua transmissão é consideravelmente menor, quase inexistente, mas não há estudos ainda em grande escala que comprovem taxas de infecção. Por isso, é importante que a mulher lésbica se atente à higiene das mãos, unhas, boca e órgão genital para que não transmita doenças, além de realizar exames com regularidade.


A higiene é importante já que não existem métodos preventivos específicos para mulheres lésbicas, os métodos preventivos existentes foram inventados para relações heterossexuais ou são adaptados de outras áreas. Como é o caso das dedeiras (dispositivo muitas vezes usado em fonoaudiologia, como um preservativo de dedo, de látex) ou luvas, para as práticas manuais, camisinha em práticas que utilizem dildos ou vibradores, e, no caso do sexo oral, há a possibilidade de uso de plástico filme, ou preservativos masculinos e femininos cortados em forma de barreira ou mesmo dental dam (uma barreira usada em tratamentos odontológicos) na vagina para sexo oral ou práticas ou que envolvam o contato entre duas vaginas. Essas adaptações são pouco divulgadas no meio lésbico e muito desconfortáveis, dificultando muito sua adesão.


A importância de falar sobre a sexualidade lésbica aumenta nesse contexto, já que não existe no mercado nenhum método preventivo específico para o ato sexual entre mulheres. A invisibilidade lésbica afeta os estudos sobre as DSTs e consequentemente as indústrias não se preocupam em criar um produto específico para essas mulheres. Somente a partir do século XX a mulher passou a ser vista como ser sexual, ou seja, somente a partir daí começaram os estudos sobre o prazer da mulher, sua fisiologia e saúde sexual, e consequentemente, houve a criação dos métodos preventivos e contraceptivos. A maior parte dos profissionais da área da saúde ginecológica atualmente não está preparada para lidar com a homossexualidade feminina, por isso, muitas lésbicas acabam evitando realizar consultas e exames regulares, fato que pode prejudicar muito a saúde de mulheres sexualmente ativas.


Aceitação e individualidade Para mulheres lésbicas, o processo de aceitação é diário e é preciso muita força, a comodidade de ser heterosexual em nossa sociedade é muito grande, para ser lésbica é preciso ser resistência. A resistência se aprende em etapas, a cada dia que resistimos estamos mais fortes e mais visíveis. Se casais de mulheres fossem comuns e naturalizados nas ruas, famílias, novelas e filmes, como casais héteros, evitaríamos assim o desconforto e o sofrimento de muitas mulheres que, ao se descobrirem lésbicas, se consideram inaceitáveis ou anormais. Cada mulher tem um processo e individualidade única. E não é diferente com mulheres lésbicas, não nos coloque (ou se coloque), em uma caixa de padrões restritos, ser mulher é mais do que ser feminina ou não, mais do que nossos trabalhos, cor da pele, classe social ou aparência!


Ei, sapatão! Se você está se sentindo inadequada e deslocada, procure na sua cidade os ambientes frequentados pela comunidade Queer, ou seja, a comunidade LGBT+. Faça amizades, tenha amigas lésbicas, ande sempre em grupo. Juntas, andamos melhor! Nós, do Prazer Vulva, podemos te ajudar, mande uma mensagem para nosso e-mail: prazervulva@gmail.com, podemos dar dicas, conselhos, tirar dúvidas ou apenas conversar! Baixe nossas cartilhas e acesse nossos podcasts no site: https://luannaluchesi.wixsite.com/prazervulva.


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