Revista Lubes em Foco - Edição 68

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Ago/Set 18 Ano XI • nº 68 Publicação Bimestral

EM FOCO

9 771984 144004

00068

A revista do negócio de lubrificantes

Tendências da indústria de graxas

Mudanças tecnológicas indicam grandes impactos nas futuras formulações de graxas lubrificantes.

Rota 2030

As empresas devem se estruturar para os incentivos que fomentam um setor vital para o PIB brasileiro.


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Apoio Institucional

Apoio de Mídia


Editorial As grandes empresas e os programas de governo que estão focados em eficiência energética buscam, cada vez mais, aperfeiçoar os hardwares de equipamentos e a limpeza dos combustíveis, visando à redução das emissões de CO2. Essa tendência tem também colocado os lubrificantes como um importante protagonista no processo, uma vez que a redução do atrito interno das máquinas favorece diretamente a redução do consumo de combustível. Daí, a tendência à formulação de óleos menos viscosos, como os 5W e até 0W, levando necessariamente à utilização de óleos básicos de qualidade superior, como os de grupos II e III, e até mesmo a utilização de PAO, em alguns casos. Também o aumento do percentual de biodiesel no óleo Diesel é uma tendência inevitável, fazendo com que os óleos lubrificante dos motores pesados sejam mais severamente exigidos quanto à resistência à oxidação, além de também atenderem à tendência ao uso de baixas viscosidades. Tudo isso faz com que os óleos básicos do grupo I não tenham mais condições de uso nas formulações para óleos de motores modernos. A Mercedes Benz, um dos maiores fabricantes de motores a diesel, já sinalizou que não quer mais óleos formulados com básicos de grupo I em seus equipamentos. Voltamos nosso olhar para a realidade brasileira e nos deparamos com a situação de incapacidade produtiva para esses óleos básicos de melhor qualidade nas refinarias e também com a falta de um planejamento, ou uma estratégia, para que se venha a fazer essa produção em futuro próximo. Por enquanto, só a Lwart tem colocado alguma coisa de grupo II no mercado, e o grande volume chega pela via de importação. Sabemos que uma refinaria pode levar em torno de cinco anos para começar a ficar produtiva e, por isso mesmo, não podemos ver nenhuma perspectiva de produção local a curto prazo. A grande oportunidade que poderia ainda ocorrer seriam as possíveis parcerias com empresas internacionais, que poderiam investir no país para a produção desses óleos; porém, para isso, seriam necessárias algumas mudanças importantes no cenário brasileiro que permitissem uma segurança jurídica e econômica, com perspectiva de que pudesse estimular o investimento externo. No momento, só nos resta esperar e ficar atentos ao desenrolar do processo de mudanças do país, para lembrar, sempre que possível, ao mercado que os óleos lubrificantes também têm um papel importante na eficiência energética e que deve ser considerado em projetos futuros de produção no país. Os Editores

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Sumário 6 10

Rota 2030 As empresas devem se estruturar para os incentivos que fomentam um setor vital para o PIB brasileiro.

Filtração de óleo diesel Filtração de óleo diesel em granel para uso em equipamentos móveis off-road e de uso agrícola (parte I).

15

Tendências na Indústria de Graxas Mudanças tecnológicas indicam grandes impactos nas futuras formulações de graxas lubrificantes.

20

O impacto da tecnologia no emprego Os avanços tecnologicos que transformam o mundo e sua contribuição para o mercado de trabalho atual.

26

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INDÚSTRIA

Rota 2030 Perspectivas do Programa Rota 2030 para o setor automotivo

Por: Bruna Soly

O setor automotivo tem sido beneficiário de incentivos

peças, uma vez que não foram direcionados créditos e benefí-

governamentais desde 2011, quando foram implementadas

cios a eles. O que se esperava era um aumento na compra de

medidas de redução da alíquota de IPI. Na sequência, foi pu-

insumos estratégicos e ferramentaria de fornecedores locais,

blicado o “Programa de Incentivo à Inovação Tecnológica e

mas se estima que esse aumento não ocorreu de forma sig-

Adensamento da Cadeia Produtiva de Veículos Automotores

nificativa, uma vez que o setor automotivo se enfraqueceu, e

– Inovar-Auto”, que entrou em vigor em janeiro de 2013, com

a produção de veículos reduziu durante a vigência da política

validade até 2017.

devido à crise econômica.

Dentre os principais objetivos iniciais do Inovar-Auto, po-

Além disto, os fornecedores enfrentaram uma série de

demos citar o estímulo ao aumento do conteúdo regional na

obrigatoriedades referentes ao controle de seus conteúdos,

produção, medido pelo volume de aquisições de peças e insu-

repassando a cada mês para as montadoras as informações

mos estratégicos; a necessidade do investimento em pesquisa

de procedência dos produtos comercializados para inclusão

e desenvolvimento - P&D; o aumento do volume de gastos

no Sistema de Rastreabilidade.

em Engenharia, Tecnologia Industrial Básica e Capacitação de

Com os aprendizados obtidos pelo programa Inovar-

Fornecedores; e o aumento da eficiência energética dos veí-

Auto e o questionamento do seu formato pela Organização

culos, através da etiquetagem veicular e redução da emissão

Mundial do Comércio (OMC), o Governo Federal publicou,

de CO², definindo níveis aceitáveis.

em julho deste ano, a Medida Provisória n.º 843, que trouxe

O programa proporcionou a vinda de novas montadoras para o país, o aumento da capacidade produtiva, incremento da eficiência energética de veículos leves desenvolvidos local-

um conjunto de novas medidas para o setor: I. Estabeleceu requisitos obrigatórios para a comercialização de veículos no Brasil;

mente, principalmente devido ao aumento no investimento

II. Instituiu o Programa Rota 2030 – Mobilidade e Logística;

em P&D em tecnologias de motores, com significativa redu-

III. Dispôs sobre o regime tributário de autopeças não

ção de emissões e consumo de combustíveis. Estima-se que os

produzidas.

carros vendidos no Brasil em 2017 tiveram redução de 15,9%

Especificamente sobre o novo programa, seu objetivo é

no consumo de combustível na comparação com a frota em-

apoiar o desenvolvimento tecnológico, a competitividade, a

placada em 2012.

inovação, a segurança veicular, a proteção ao meio ambien-

Entretanto, o programa não beneficiou diretamente os fornecedores da cadeia automotiva, tais como o setor de auto6

te, a eficiência energética e a qualidade de automóveis, caminhões, ônibus, chassis com motor e autopeças.


tiva anual de até 35 mil unidades e com investimento específico de, no

mínimo,

R$ 23.300,00 por veículo; •

Empresas

que tenham projeto de investimento reQuadro 1 - conceitos técnicos

A empresa habilitada ao Programa Rota 2030, tributada pelo Lucro Real, terá direito a incentivo fiscal que poderá variar

lativo à instalação, no país, de linha de produção de veículos com tecnologias de propulsão alternativas à combustão.

de 10,2% a 12,5% do total investido em pesquisa e desenvol-

Destaca-se, como novidade, a inclusão das empresas de

vimento e poderá ser utilizado no abatimento do Imposto de

autopeças ou sistemas estratégicos, ou soluções estratégicas

Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ) e da Contribuição Social sobre

para mobilidade e logística, que, para se qualificar à utilização

Lucro Líquido (CSLL) a pagar.

dos benefícios, deverão ser tributadas pelo regime de lucro real e possuir centro de custo de P&D. Para a utilização efetiva

Empresas beneficiárias

dos incentivos, é imprescindível que as empresas tenham controles sobre os dispêndios e projetos, uma vez que é necessá-

Poderão se habilitar ao Programa:

rio prestar contas ao governo federal.

• Fabricantes e importadoras (veículos leves e pesados); • Empresas que produzam veículos no país, ou as autopeças

Requisitos para habilitação

ou sistemas estratégicos para a produção dos veículos, conforme regulamento do Poder Executivo federal; • Empresas que não produzam, mas comercializem veículos no país; • Empresas que tenham projeto de desenvolvimento e pro-

Para fins de habilitação no Rota 2030, as empresas deverão observar os requisitos a serem detalhados no Decreto sobre: • Rotulagem veicular;

dução tecnológica aprovado para a produção, no país, de no-

• Eficiência energética veicular;

vos produtos ou novos modelos de produtos já existentes, ou

• Desempenho estrutural associado a tecnologias as-

de novas soluções estratégicas para a mobilidade e logística, conforme regulamento do Poder Executivo federal;

sistivas à direção; • Dispêndios com pesquisa e desenvolvimento tecnológico.

• Empresas que tenham em execução projeto de desenvol-

A empresa interessada em habilitar-se ao Programa

vimento e produção tecnológica para a instalação de novas

Rota 2030 deverá estar em situação regular em relação

plantas ou de projetos industriais;

aos tributos federais e comprovar estar formalmente au-

• Empresas que tenham projeto de investimento conforme Inovar-Auto, com a finalidade de instalação, no país, de fábrica

torizada a: I.

Realizar, no território nacional, as atividades de

de veículos leves, com capacidade produtiva anual de até 35

prestação de serviços de assistência técnica e de organi-

mil unidades e com investimento específico de, no mínimo, R$

zação de rede de distribuição;

17.000,00 por veículo; • Empresas que tenham projeto de investimento relativo à instalação de fábrica de veículos leves, com capacidade produ-

II. Utilizar as marcas do fabricante em relação aos veículos objeto de importação, mediante documento válido no Brasil. 7


tecnologias de propulsão ou autonomia veicular e suas autopeças, desenvolvimento de ferramental, moldes e modelos, nanotecnologia, pesquisadores exclusivos, big data, sistemas analíticos e preditivos (data analytics) e inteligência artificial, conforme regulamento do Poder Executivo federal. Conforme se verifica no quadro 1, há uma diferença de conceitos entre as legislações Lei do Bem (incentivos fiscais à inovação tecnológica para todos os setores), Inovar-Auto (antiga política para o setor automotivo) e Rota 2030 (nova política para o setor automotivo). Quadro 2 - conceitos técnicos

Utilização conjunta com a Lei do Bem

Benefício fiscal: A Lei do Bem (Lei n.º 11.196/2005) é um marco no ceO incentivo concedido no Programa Rota 2030 con-

nário nacional por consolidar incentivos fiscais que estimulam

siste na dedução do IRPJ e da CSLL devidos, o valor cor-

os investimentos privados em inovação tecnológica por em-

respondente à aplicação da alíquota e adicional do IRPJ e

presas de todos os setores, por meio das atividades acima re-

da alíquota da CSLL (34%) sobre até 30% dos dispêndios

lacionadas. No ano-base de 2017, 1.476 empresas utilizaram

realizados, no país, em pesquisa e desenvolvimento, classi-

os incentivos fiscais, e o valor total dos projetos apresentados

ficáveis como despesas operacionais. Nessa hipótese, o be-

foi de R$ 9,8 bilhões.

nefício efetivo seria 10,2% de redução nos tributos a pagar.

Como a Lei do Bem e o Rota 2030 podem ser utilizados

A empresa pode ainda realizar dispêndios com pes-

de forma conjunta, é importante compreender as diferenças

quisa e desenvolvimento tecnológico considerados estra-

conceituais entre as legislações, já que interferem diretamente

tégicos; nesse caso, além da dedução normal explicada

na classificação dos projetos/atividades. Com base na nossa

acima, teria uma dedução adicional de até 15% incidente

experiência, percebemos que a estruturação de controles con-

sobre esses dispêndios, limitados a 45% dos dispêndios,

tábeis e de projetos é imprescindível para uma utilização mais

representando um percentual a maior de 2,3%, possibili-

segura dos benefícios.

tando um benefício máximo de 12,5% de redução efetiva dos tributos a pagar.

O exemplo do quadro 2 demonstra os valores a serem reduzidos da base de cálculo, quando a empresa utiliza as duas legislações.

M

Atividades beneficiadas Conclusões Importante aqui entendermos os conceitos das atividades beneficiadas para o Programa Rota 2030: • Pesquisa: Pesquisa básica dirigida, Pesquisa aplicada, Desenvolvimento experimental e Projetos estruturantes;

Y

CM

MY

A previsão é que o programa Rota 2030 tenha três ciclos

CY

de 5 anos, sendo que as normas apresentadas no momento

CMY

podem ser usufruídas até o ano de 2023.

• Desenvolvimento: Desenvolvimento, Capacitação de for-

Importante destacar, ainda, que, com a edição da Medida

necedores, Manufatura básica, Tecnologia industrial básica e

Provisória n.º 843/2018, as empresas que comercializarem ve-

Serviços de apoio técnico;

ículos no Brasil, nacionais ou importados, terão que assumir

• Dispêndios estratégicos com P&D, aqueles que sejam rela-

compromisso de atender a novas metas de eficiência energé-

tivos à manufatura avançada, conectividade, sistemas estratégi-

tica, rotulagem veicular e desempenho estrutural associado a

cos, soluções estratégicas para a mobilidade e logística, novas

tecnologias assertivas à direção. Há previsão de redução das

8

C

K


alíquotas de IPI de até 2%, caso a empresa atenda aos requisitos que serão previstos no Decreto. Outro importante ponto previsto é o Regime de

Dessa forma, na prática, não há incidência de imposto de importação, mas 2% do valor do bem deve ser destinado a projetos em parceria de PD&I.

Autopeças não produzidas no Brasil. A MP garante isenção do

O que se espera com esses incentivos governamentais é

imposto de importação. Esse benefício será para importação

fomentar um setor que, segundo dados do próprio MDIC, re-

das partes, peças, componentes, conjuntos e subconjuntos,

presenta cerca de 22% do PIB industrial. O impacto não será so-

acabados e semiacabados, e pneumáticos, sem capacidade

mente para as montadoras, toda a cadeia de fornecedores de

de produção nacional.

autopeças será beneficiada. Com as medidas, os veículos ofere-

Contudo, o direito à isenção fica condicionado à realização, pela empresa, de dispêndios no país correspondentes

cidos aos consumidores devem ficar mais modernos, seguros, econômicos e tecnológicos, e, dessa forma mais competitivos.

ao montante equivalente à aplicação da alíquota de 2% do

Por fim, acreditamos que as empresas devam se estruturar

valor aduaneiro em projetos de PD&I e em programas priori-

para a operacionalização segura do novo Programa: por meio

tários de apoio ao desenvolvimento industrial e tecnológico

de compreensão assertiva dos conceitos técnicos, controles es-

para o setor automotivo e sua cadeia, conforme regulamen-

pecíficos e rastreáveis dos dispêndios.

to do Poder Executivo federal, em parceria com (i) instituições de ciência e tecnologia, (ii) entidades brasileiras de ensino, (iii) empresas públicas dotadas de personalidade jurídica de direito privado que mantenham fundos de investimento que se destinem a empresas de base tecnológica, com foco

Bruna Soly é formada em Direito pela Faculdade de Direito Milton Campos, atua como Innovation Manager na ABGI e na

no desenvolvimento e na sustentabilidade industrial e tecno-

construção de políticas públicas para inovação

1 e 21/11/17 10:47 lógica para a mobilidade e logística (iv) organizações sociais

e acompanha de perto todos os assuntos

ou serviços sociais autônomos que promovam o PD&I para o

relacionados ao Rota 2030

Anuncio_sol-lubrificantes_saida.pdf

setor automotivo e sua cadeia.

9


TECNOLOGIA

Filtração de óleo diesel Filtração de óleo diesel em granel para uso em equipamentos móveis off-road e de uso agrícola (parte I)

Por: Marcos Thadeu Giacomini Lobo

O Nível Geral de Limpeza do Óleo Diesel Rodoviário (S500/S10) é fator de fundamental impor-

interna Ciclo Diesel 4T que acionam os modernos equipamentos móveis off-road e de uso agrícola.

tância na confiabilidade e durabilidade de motores de combustão interna Ciclo Diesel 4T. A CATERPILLAR menciona, nos manuais de operação de seus equipamentos móveis, que 90% das falhas em sistemas de injeção têm como origem sujidades e água presentes no combustível.

Figuras 3/4 - Equipamentos móveis off-road e de uso agrícola

A melhoria do Nível Geral de Limpeza do Óleo Diesel Rodoviário (S500/S10) tem sido crescentemente demandada por vários fatores, entre os quais citamos: »» padrões de emissão de gases de exaustão mais Figuras 1/2 - Falha em bicos injetores por formação de depósitos

Ao longo do tempo, tem-se verificado que a den-

severos; »» sistemas de injeção complexos e sofisticados que demandam maior Nível Geral de Limpeza do combustível;

sidade de potência dos motores de combustão interna

»» custos de paralisação e perda de produtividade

Ciclo Diesel 4T e as resultantes pressões de injeção nos

causados por deficiente Nível Geral de Limpeza no com-

sistemas de combustível têm se elevado significativamen-

bustível se tornam inaceitáveis visto haver eficiente tec-

te. Recentes e cada vez mais rígidos padrões de emissões

nologia de filtração disponível;

de exaustão têm obrigado a significativas mudanças de

»» carência de técnicos especializados em reparos dos

projeto e aumento de custos nos motores de combustão

modernos, complexos e sofisticados sistemas de injeção

10


eletrônicos, sistemas de injeção common-rail e sistemas

bustível se degradam, as emissões dos gases de exaus-

de pós-tratamento do gás do escapamento (EGR/SCR).

tão se elevam.

Figuras 5/6 - Custos de paralisação e perda de produtividade em face de falhas nos sistemas de injeção são elevados

Padrões de emissão de gases de exaustão tier 3 (proconve mar-i) e tier 4 para motores de combustão interna Ciclo Diesel 4T em equipamentos móveis off-road e de uso agrícola Os padrões de emissão de gases de exaustão TIER 3 ou PROCONVE MAR-I (S500/S10)) e TIER 4 (S10) demandam, obrigatoriamente, melhor Nível Geral de Limpeza do Óleo Diesel Rodoviário (S500/S10) pelos seguintes motivos: » » sensíveis reduções nas emissões dos gases de exaustão permissíveis; » » aumento significativo nos custos dos sistemas de pós-tratamento do gás de escapamento, sistemas

Figuras 7/8 - Sistemas de pós-tratamento do gás do escapamento e sistemas de injeção common-rail demandam combustível com excelente Nível Geral de Limpeza

de injeção de combustível common-rail e sistemas de filtração de combustível on-board. Em face do anteriormente exposto, os novos sistemas de injeção de combustível de alta pressão não terão

Escassez de técnicos em reparos de sistemas de injeção e sistemas de pós-tratamento do gás do escapamento

desempenho e vida útil satisfatórios sem o uso de Óleo Diesel Rodoviário (S500/S10) de excelente Nível Geral de

Fato é que as profissões que envolvem a

Limpeza, e, à medida que os sistemas de injeção de com-

Tecnologia da Informação (TI), design de games,

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11


transmissão de dados por wireless etc. têm atraído

lente Nível Geral de Limpeza, para que possam ter con-

crescente número de jovens, o que tem reduzido

fiabilidade aceitável e atingir a vida em serviço prevista

sensivelmente a mão-de-obra interessada nos árdu-

pelo OEM.

os trabalhos manuais de campo e oficina envolvidos em reparos de equipamentos móveis off-road e de uso agrícola. Em adição ao fato anterior, os motores de combustão interna Ciclo Diesel 4T e os sistemas de injeção de combustível estão se tornando cada vez mais

Figuras 13/14 - Sistemas de injeção common-rail operam com folgas diminutas

complexos, com custos de reparo mais elevados, e demandam técnicos em manutenção cada vez mais bem preparados e treinados. Não podemos nos dar ao luxo de pagar dispen-

A título de ilustração, podemos citar os novos sistemas de injeção de combustível Caterpillar que empregam sistema de filtração em três estágios:

diosa hora técnica com frequentes e perfeitamente

»» primário: 10 microns;

evitáveis problemas relacionados a danos em sis-

»» secundário: 4 microns;

temas de injeção de combustível de equipamen-

»» terciário: 4 microns.

tos móveis em função de excessiva quantidade de água e material particulado sólido no Óleo Diesel

Qual seria o Nível Geral De Limpeza adequado

Rodoviário (S500/S10).

para o óleo diesel rodoviário (S500/b s 10) ? Ao sair das bases e terminais das distribuidoras de combustível, o Óleo Diesel Rodoviário (S500/ S10) deve satisfazer, segundo a Resolução ANP n° 50 de 23/12/2012013 alterada pela Resolução ANP n° 69 de 23/12/2014, os se-

Figuras 9/10 - Falhas em sistema de injeção de combustível são causas de grandes transtornos operacionais

guintes níveis típicos de limpeza, segundo a tabela 1

O custo do óleo diesel rodoviário (S500/S10) com Nível Geral de Limpeza impróprio para uso Fatores que contribuem para desgaste e falha catastrófica em sistemas de injeção de combustível são as elevadas pressões de injeção de combustível e a contaminação do Óleo Diesel Rodoviário (S500/S10) por material particulado sólido e por água.

Tabela 1

* o Óleo Diesel Rodoviário (S500/S10) fornecido pelas companhias distribuidoras a seus clientes deve ser LÍMPIDO E ISENTO DE IMPUREZAS. Porém, a Resolução ANP n° 13 de 06/03/2015 alterou a Resolução ANP n° 50 de 23/12/2013 normatizando a questão referente a ASPECTO LÍMPIDO E ISENTO

Figuras 11/12 - Sistemas de injeção common-rail demandam cuidados rígidos com o Óleo Diesel Rodoviário (B S500/B S10)

DE IMPUREZAS, somente sendo o produto considerado não conforme, de acordo com a tabela 2.

Modernos sistemas de injeção de combustível de-

Torna-se, então, responsabilidade do usuário de

mandam Óleo Diesel Rodoviário (S500/S10) com exce-

equipamentos móveis a instalação de sistemas de fil-

12


common-rail e outros tipos de sistema de injeção. A forma mais costumeira e prática de se avaliar o Nível Geral de Limpeza do Óleo Diesel Rodoviário (S500/ S10) é por meio do Código de Contaminação Sólida ISO 4406:1999, e o produto presente nos tanques de combustível dos equipamentos móveis Tabela 2

é o que deve ser avaliado.

tração de combustível em granel de forma que o Óleo

A título de exemplo, podemos mencionar a Caterpillar

Diesel Rodoviário (S500/S10) possa atingir o Nível Geral

que recomenda os seguintes parâmetros de contaminação

de Limpeza adequado às especificações dos OEMs para

por material particulado sólido e água para o Óleo Diesel

uso nos modernos sistemas de injeção de combustível

Rodoviário (S500/S10) presente no tanque de combustível de seus equipamentos móveis:

Fotos 15/16 - Sistema de filtração de combustível em granel

Unidades de injeção eletrônica (EUI); ISO 18/16/13 bombas injetoras em linha e rotativas ou melhor ISO 16/13/11/ Sistemas de alta pressão common-rail ou melhor 500 ppm Água livre ou menos

13


Figuras 17/18 - O Nível Geral de Limpeza do Óleo Diesel Rodoviário (B S500/B S10) deve ser avaliado no tanque de combustível do equipamento móvel

Figuras 23/24 - Vale a pena investir em eficientes sistemas de filtração de Óleo Diesel Rodoviário (B S500/B S10) em granel

Fato é que, operacional e economicamente, torna-se

Podemos dizer o seguinte a respeito dessa questão:

inviável que as distribuidoras de derivados de petróleo en-

»» os resultados da amostragem podem conter des-

treguem a seus clientes Óleo Diesel Rodoviário (S500/S10)

vios significativos se forem realizados através de coleta

nos postos de abastecimento de combustível com o Nível

com frascos plásticos ou de vidro;

Geral de Limpeza recomendado pelos OEMs.

»» o método mais confiável e utilizar Contador de Partículas a Laser em fluxo dinâmico de combustível. Com bastante segurança, pode-se afirmar que falhas em sistemas de injeção de combustível podem ser substancialmente reduzidas por meio do uso de eficiente sistema de filtração de Óleo Diesel Rodoviário (S500/

Fotos 19/20 - Distribuidoras de petróleo entregam Óleo Diesel Rodoviário com o Nível Geral de Limpeza especificado nas Resoluções ANP 50 e ANP 13

S10) em granel.

Outro ponto a ser considerado é referente à forma de se amostrar o Óleo Diesel Rodoviário (S500/S10) para a avaliação do Nível Geral de Limpeza segundo o Código de Contaminação Sólida ISO 4406:1999. Marcos Thadeu Giacomini Lobo é Engenheiro Mecânico e Consultor Técnico em Lubrificação da Petrobras Distribuidora S.A.

Figuras 21/22 - O método de coleta influi no resultado da Contagem de Partículas

14


LUBRIFICANTES

Tendências na Indústria de Graxas Hora da mudança para Graxas de Sulfonato de Cálcio

Por: Roberto Saruls

O mundo está passando por um período de

Henry Ford de conceitos revolucionários na época,

grandes transformações em nossa vida cotidiana

como a Linha de Montagem e a Produção em Massa

e em nosso trabalho. Na Indústria não é diferente:

que ficou célebre com a frase: “O cliente pode ter o

Indústria 4.0, Impressoras 3D, Eletrificação dos auto-

carro da cor que quiser, contanto que seja preto”.

móveis, desenvolvimento de novos materiais como

Essas inovações permitiram baratear os custos do

o Grafeno, IoT (Internet das Coisas), Customização

Ford T e torná-lo acessível à população, ao mesmo

de Massa e muitos outros temas que apontam para

tempo em que praticamente exterminou uma das

diversas direções. Por isso, a única certeza que te-

profissões mais antigas na época: a de ferreiro de

mos é que o mundo, muito em breve, será bem di-

cavalos. Alguns desses profissionais que estavam

ferente do que é hoje.

mais atentos a essas transformações conseguiram

No entanto, essas transformações que hoje esta-

adaptar suas oficinas para pequenas funilarias, que

mos vivendo não são exclusividades do nosso tem-

passaram a realizar manutenção para os automóveis

po. Elas ocorrem de forma cíclica na história e preci-

que surgiam. No entanto, muitos ficaram presos ao

samos ficar atentos a estes sinais de mudança para

passado e simplesmente se tornaram obsoletos!

não nos tornarmos “obsoletos”.

Outros exemplos de transformação e rápida

Como exemplo, sabemos que, no início de 1900,

mudança de hábitos podem ser vistos mais recente-

o meio principal de transporte na cidade de Nova

mente na criação dos tablets e na constante inova-

York eram as carruagens a cavalo, e havia apenas

ção tecnológica dos telefones celulares. Há apenas

um ou outro carro movido a combustão. Apenas 13

alguns anos, havia uma tendência da indústria de

anos depois, a situação era completamente oposta,

produzir celulares de tamanho cada vez menores,

e fotos antigas mostram a paisagem da cidade total-

quando então Steve Jobs teve a visão de criar o ta-

mente dominada por automóveis nessa época. Esta

blet com sua tela de tamanho intermediário entre

transformação foi possível graças à introdução por

o celular e o computador caseiro, trazendo maior 15


Aplicações do Lítio

Consumo de Lítio (gramas)

Brasil dispõe de apenas 0,5% da reserva global de Lítio. Atualmente, para pro-

Celulares

1-3

duzirmos todas as Graxas de Lítio do

Smartphones

2-6

Brasil, são empregadas cerca de 500 to-

Tablets

20 - 30

Laptops

30 - 40

neladas/ano de metal de Lítio. A título de comparação, para a produção dos Smartphones no Brasil o consumo atual

Carros Elétricos Híbridos (HEVs)

800 - 3,600

Carros "Plug-in" Híbridos (PHEVs)

1,000 - 10,000

No entanto, o consumo de Lítio deve

Carros 100% Elétricos (Evs)

8,000 - 63,000

aumentar ainda mais significativamente

já é de cerca de 2.500 toneladas/ano.

nos próximos anos devido à eletrificação

Tabela 1 - Fonte: www.dakotaminerals.com.au

dos automóveis. A Tabela 1 compara o

mobilidade e capacidade de conectividade entre as

consumo do metal Lítio em equipamen-

pessoas. Essa inovação revolucionou a indústria de

tos comuns, como smartphones e tablets, e o con-

celulares, fazendo com que os Smartphones moder-

sumo em carros elétricos e híbridos. Projeções da

nos tenham telas maiores e recursos (os chamados

indústria produtora de Lítio indicam que o consumo

“aplicativos”) que antes eram restritos aos progra-

global deve saltar de cerca de 20 mil toneladas/ano

mas de computador, o que tornou o Smartphone

para mais de 50 mil toneladas/ano até 2025. Este

uma ferramenta de comunicação muito mais ampla

aumento de demanda certamente trará reflexos nos

do que no passado.

custos das graxas de Lítio. Mesmo que surjam novas tecnologias na manufatura das baterias dos carros

As transformações na utilização do Lítio

elétricos que reduzam a necessidade do Lítio, é pouco provável que esse impacto de demanda global

Podemos traçar um paralelo entre essas trans-

não tenha reflexos no preço das graxas de Lítio.

formações do mundo e o mercado de graxas industriais. De acordo com NLGI, hoje as graxas de

Outros impactos no custo das graxas de

Lítio e Complexo de Lítio respondem por mais de

Complexo de Lítio

75% do consumo. Segundo dados do CETEM, o Além do impacto nos preços Estabilidade ao Cisalhamento

Lavagem por Água

Estabilidade a Temperatura (Ponto de Gota)

do Lítio pelo maior uso na ele-

Cálcio

B

B

M (140)

cativo no custo das graxas de

Lítio

B

M

M (190)

Complexo de Lítio é a redução

Sódio

M-B

P

M (175)

na produção do ácido Sebácico,

Complexo de Cálcio

M-B

B

B (>260)

utilizado no processo de reação

Sulfonato de Cálcio

B

M-B

B (>260)

Complexo de Lítio

B

M-B

B (>260)

Poliuréia

M-B

B

B (>240)

Bentonita

M

M

B (Não tem)

Tipo Espessante

B = Bom, M = Médio, P = Pobre ( ): Ponto de Gota ºC Tabela 2 - Fonte: Treinamento interno Lubrizol

16

trificação dos automóveis, outro fator que pode ter peso signifi-

de complexação do espessante de Lítio durante a fabricação das graxas de Complexo de Lítio. O ácido Sebácico é extraído de sementes de plantas como a mamona e os maiores produtores são Índia, Brasil e China, sendo que este último detém 90%


NÃO existe uma graxa perfeita, e

Propriedade

Método de Teste

Valores Típicos

a Tabela 2 ilustra os aspectos po-

Viscosidade do Óleo Base a 40ºC (mm²/s)

D445

120

sitivos e negativos de cada tipo

Ponto de Queda (ºc)

D2265

>316

Four-Ball desgaste (mm)

D2266

<0.4

Timken OK load (pounds)

D2509

>60

A Tabela 3 ilustra os resul-

Four-Ball EP Carga de Solda (kg)

D2596

400

tados de uma graxa básica de

Corrosão por Água (rating)

D1743

Passa

Sulfonato de Cálcio (ou seja, sem

Lavagem por Água - Water Wash out (%)

D1264

<2.0

Jato de Água - Water Spray off (%)

D4049

15

de espessante em função de três fatores essenciais ao bom funcionário prático das graxas.

adição de aditivos de desempenho). Comprova-se o elevado Ponto de Gota, que lhe permite

Tabela 3 - Fonte: Treinamento interno Lubrizol

trabalhar em aplicações com ele-

da produção global. Em novembro de 2016, o go-

vadas temperaturas, e um excepcional desempenho

verno chinês decidiu reduzir a produção industrial

antidesgaste nos ensaios de Four-Ball e Timken.

em algumas áreas devido à intensa poluição. Duas

Como dissemos antes, “não existe uma graxa per-

das empresas produtoras de ácido Sebácico, que

feita”, e as graxas de Sulfonato de Cálcio podem apre-

respondem por 45% da produção, estão localizadas

sentar dificuldade de bombeamento ou apresentar

nessa área restrita. Isso certamente irá ocasionar uma

variações na sua resistência à lavagem por água. Por

redução na disponibilidade do ácido Sebácico, que

esse motivo, é essencial que o fabricante da graxa de

irá pressionar o aumento do preço desse insumo e

Sulfonato de Cálcio busque, por meio de aditivos e

a busca por alternativas na produção das Graxas de

qualidade na sua manufatura, aprimorar as caracterís-

Complexo de Lítio.

ticas de sua graxa, como ilustramos a seguir: • Bombeabilidade – Em função das característi-

Quais as opções para as Graxas de Lítio?

cas do espessante e formação das fibras do sabão durante manufatura, três graxas de Sulfonato de

Como vimos, os indicadores apontam para um au-

Cálcio de mesmo NLGI podem apresentar resultados

mento no custo das graxas de Lítio devido ao uso mais

de bombeabilidade diferentes. O ensaio DIN5185

frequente deste metal na eletrificação dos automóveis

permite avaliar esta propriedade e assim traçar uma

e por problemas de suprimento do ácido Sebácico por

comparação entre produtos aparentemente seme-

fatores ambientais na China. Existem diversos tipos de

lhantes, como ilustrado na Tabela 4.

graxa em função do tipo de espessantes (“sabão”), e a

• Lavagem por água – Em função de diferenças

escolha de qual utilizar depende de diversos fatores,

de metodologia, graxas de Sulfonato de Cálcio podem

como temperatura, carga, velocidade, estabilidade ao

apresentar bons resultados de lavagem por água pelo

cisalhamento, presença de água etc. Sabemos que

método ASTM D1264 (Wash-out) e ruins pelo método

Teste

Método

Espessante

Graxa 01

Graxa 02

Graxa 03

Sulfonato de Cálcio, sem aditivos

Sulfonato de Cálcio, sem aditivos

Sulfonato de Cálcio, sem aditivos

NLGI

ASTM D1403

2

2

2

Jato de Água (Spray off)

ASTM D4049

24%

41%

54%

Bombeabilidade a -20 ºC

DIN 51805

550 mBar

800 mBar

1125 mBar

Bombeabilidade a -30 ºC

DIN 51805

1500 mBar

2225 mBar

2225 mBar

Tabela 4 – Fonte: Treinamento interno Lubrizol

17


vos de performance

Propriedade

Método de Teste

Requisito / Típico

Graxa Totalmente Formulada

Viscosidade do óleo base @40 ºC (mm²/s)

ASTM D445

ISO VG 460 (430-490)

444

Óleo base VI

ASTM D2270

mínimo 95

136

Penetração Trabalhada & Não trabalhada

ASTM D217

265 -295

268 & 268

Estabilidade ao Cisalhamento

ASTM D217

Δ W100k nenhuma alteração significativa

7

Timken ok Load (libras)

ASTM D2509

mínimo 60

65

Four-Ball EP (kg)

ASTM D2596

carga de solda > 500

620

Four-Ball desgaste (mm)

ASTM D2266

diâmetro scar < 0.45

0.34

Adicionalmente, como

Corrosão por Água

ASTM D1743

passa

passa

era esperado, a graxa

Lavagem de Água (%)

ASTM D1264

máximo 2.75

1.4

apresenta elevado de-

Spray de Água Desligado (%)

ASTM D4049

máximo 25

10

sempenho EP confor-

Estabilidade a Oxidação (psi)

ASTM D942

ΔP 100 horas < 5

4.7

me e de Estabilidade

desenvolvida para indústria

siderúrgica,

que permitem obter excelentes resultados de lavagem por água tanto

em

método

ASTM D1264 (Washout) D

Tabela 5 – Fonte: Treinamento interno Lubrizol.

quanto 4049

ASTM

(Spray-off).

ao Cisalhamento.

ASTM D 4049 (Spray-off). A Tabela 4 ilustra variações

A norma GC-LB é uma das mais reconhecidas

significativas entre graxas base (sem aditivos), mas que

para o segmento automotivo. A Tabela 6 ilustra

podem ter seu Spray-off reduzido para cerca de 10%

um exemplo de formulação completa de graxa de

com uso de aditivos de performance.

Sulfonato de Cálcio + aditivos de performance de-

A Tabela 5 ilustra um exemplo de formulação

senvolvida para indústria automobilística que atende

completa de graxa de Sulfonato de Cálcio + aditi-

GC-LB. Destacamos em azul alguns resultados bastante relevantes obtidos

Unidade

Método

Requerimento

Resultado

Penetração Trabalhada

NLGI Grade 2

ASTM D217

220-340

281

Ponto de Gota

(ºC)

ASTM D2265

>220

>316

Four-Ball desgaste

Diâmetro wear scar (mm)

ASTM D2266

<0.60

0.48

>30

107.2

>200

620

comparada conforme a

0 para +40

30

Tabela 7. Com o uso de

-15 para 0

-10

-5 para +30

21

-15 para +2

-9

LWI (kgf) Four-Ball EP

ASTM D2596 Carga da Solda (kgf) CR, (% mudança de vol.) CR, mudança de dureza (Shore A) NBR-L (% mudança de vol.) NBR-L, mudança de dureza (Shore A)

ASTM D4289

Separação do Óleo

(%)

ASTM D1742

<6.0

0

Corrosão

max. Rating

ASTM D1743

Passa

Passa

Proteção contra Fretting

Perda Peso (mg)

ASTM D4170

< 10,0

2.1 & 1.5

Torque de Baixa Temperatura

@ -40ºC (Nm)

ASTM D4693

< 15.5

5.24

Lavagem por Água (Wash out)

@ -80ºC (%)

ASTM D1264

<15

9.6

Resistência em Alta Temperatura

horas

ASTM D3527

>80

80

Vazamento em Alta Temperatura

gramas

ASTM D4290

<10

0.5

Compatibilidade de Elastômero

Tabela 6 - Fonte: Treinamento interno Lubrizol.

18

durante avaliação dessa

Propriedade

formulação. A versatilidade das graxas de Sulfonato de Cálcio, em comparação com as Graxas de Lítio, pode ser

formulações

e

aditivos

adequados, ela pode ser utilizada com bom ou ótimo desempenho em praticamente todos os segmentos da indústria, inclusive no alimentício, em que a de Lítio é inadequada. Conclusão O mundo está passando

por

transfor-


Indústria

Graxa Lítio Multiuso

Graxa Complexo Lítio

Graxa Sulfonato Cálcio

Sulfonato de Cálcio é a que reúne as melhores características pela sua

Transporte

✔✔

✔✔✔

✔ ✔ ✔✔ ✔

versatilidade em vários segmentos

Mineração

✔✔

✔✔✔

✔ ✔ ✔✔ ✔

Marinha

da indústria, alto desempenho an-

✔✔

✔✔✔

✔ ✔ ✔✔ ✔

Aço

✔✔

✔✔

✔ ✔ ✔✔

tidesgaste e anticorrosivo. Conduzir

Energia

✔✔

✔✔✔

✔ ✔ ✔✔

Agricultura

✔✔

✔✔✔

✔ ✔ ✔✔

nada, enquanto ainda não existe

Alimentícia

NA

NA

✔ ✔ ✔✔

uma obrigatoriedade de mudança

Perfuração

✔✔

✔✔✔

✔ ✔ ✔✔ ✔

em função de aumento de custo do

✔ = Ruim

✔ ✔✔ ✔✔ = Ótimo

Tabela - 7

o usuário a uma transição coorde-

Lítio, permitirá a venda de valor da graxa de Sulfonato de Cálcio, a partir de todos os benefícios acima expostos.

mações cada dia mais rápidas e precisamos estar preparados para nos adaptar a essas mudanças, a fim de não termos um final trágico semelhante ao dos ferreiros, como relatado no início deste artigo.

Roberto Saruls é Engenheiro Químico (UERJ),

A eletrificação dos automóveis é uma realidade sem

MBA Marketing (PUC-RJ), Mestrado em

volta. Com ela, o consumo de Lítio sem dúvida irá

Processos Industriais (IPT-SP) e é Gerente de

crescer de forma significativa, pressionando o custo

Negócios - Segmento Industrial da Lubrizol

de produção das graxas de Lítio e forçando os usu-

para América Latina

ários a buscar alternativas tecnológicas. A graxa de

19


TECNOLOGIA

Futuro O impacto da tecnologia no emprego

Por: Gustavo Eduardo Zamboni

À medida que a tecnologia avança e transforma o mundo em que vivemos, fica claro que aos

fornecedor para outro que possa atender melhor às suas necessidades.

poucos ela substituirá muitos dos trabalhos que fa-

Isso também faz com que nós, consumidores,

zemos, não somente os manuais ou os que requei-

nos tornemos muito mais exigentes e, assim, me-

ram pouca qualificação, mas também o trabalho

nos dispostos a nos conformarmos com produtos

intelectual. Grande parte das análises de compor-

padronizados do mercado de massa, passando a

tamento de compra estão sendo hoje realizadas

procurar produtos de nicho que se ajustem melhor

por algoritmos de Inteligência Artificial.

a nossos desejos e necessidades.

Porém, simultaneamente, estão acontecendo

Aumentando esse desafio, o mundo está mi-

outras mudanças que podem levar a “dimensão

grando do conceito de propriedade para o de

humana do trabalho” a um novo patamar, já que

precificação baseada no uso, pagando-se somente

a tecnologia está reformulando as tendências de

pela utilização real do produto ou serviço que pre-

oferta e demanda que impulsionam os mercados.

cisamos. Em muitas cidades brasileiras, você pode

Mas como?

desfrutar de uma bicicleta pagando somente pelo tempo em que realmente a utilizou. Não é mais

A demanda No que se refere à demanda, a tecnologia está entregando aos clientes um poder enorme, oferecendo a eles a possibilidade de acesso a um infindável volume de informações para poderem avaliar as opções disponíveis no mercado, e, assim, dar-lhes a possibilidade de trocar facilmente de um 20

necessário “ter” uma bicicleta.


A oferta Com relação à oferta, a tecnologia aumenta o leque de opções e, ao mesmo tempo, reduz o ciclo de vida de diversos produtos. Recentemente a introdução de novos processos de manufatura revolucionou o mercado produtivo. Hoje, usando técnicas de manufatura aditiva, você pode fabricar qualquer objeto usando uma combinação de software, hardware e impressão 3D. Dessa forma, o uso de manufatura aditiva facilita a produção de

serviços especializados, criativos e personalizados

produtos altamente personalizados, de forma indivi-

em diversos mercados.

dual ou em pequena escala. Assim, o acesso a novas

Fica claro que esses novos fornecedores, ao invés

opções de produtos e a diversas informações faze

de nos ver como simples consumidores, nos percebem

com que novos produtos entrem mais rapidamente

como uma pessoa singular, com necessidades específi-

no mercado, desafiando os já estabelecidos e bem

cas, e sabem que seu sucesso dependerá da sua capa-

sucedidos e reduzindo, assim, seus ciclos de vida.

cidade de compreender e atender a essas necessidades.

Como consequência disso, produtos e serviços

Como resultado dessa transformação, a nature-

de massa estão perdendo espaço para produtos e

za do trabalho sofrerá uma profunda alteração. Nos

21


mercados de massa, as máquinas assumirão de for-

Na segunda categoria, podemos incluir as pessoas

ma crescente todas as tarefas rotineiras, afetando

que compreendem profundamente as aspirações e ne-

diretamente o trabalho. Já no mercado de produtos

cessidades de pequenos nichos de clientes e que po-

personalizados, o trabalho sofrerá também altera-

dem compor experiências envolventes e recompensa-

ção, pois a única forma de criar valor para o consu-

doras para elas. Essas experiências podem variar de pas-

midor dependerá da capacidade de cada fornece-

seios por regiões históricas de uma cidade ou bairro, até

dor de mexer com as capacidades humanas como

experiências interativas que nos ajudam a nos conectar

curiosidade, imaginação, criatividade, inteligência

com os outros de maneiras mais ricas e profundas.

emocional ou social.

Por fim, veremos uma terceira categoria para

coachs que ajudarão seus clientes a alcançar um 3 categorias diferentes de trabalho

maior potencial dentro de um tema ou domínio específico. Como um exemplo inicial, podemos citar

Observaremos três categorias diferentes de tra-

um “Personal trainer” que ajuda individualmente uma

balho se tornarem cada vez mais importantes em

pessoa para melhorar o seu desempenho físico. Mas,

uma economia em rápida mudança.

à medida que percebamos a diversidade de coisas em

Na primeira categoria, veremos aumentar o vo-

que poderemos melhorar o nosso potencial, veremos

lume de negócios para “criadores de conteúdo”,

um número crescente de coachs em áreas tão diversas

pessoas que podem antecipar as necessidades, em

quanto relacionamentos, viagens, entretenimento,

evolução, dos clientes individuais e, baseados nisso,

assuntos financeiros ou aprendizado.

projetar e fornecer produtos e serviços criativos altamente personalizados. Como resultado, haverá então

O avanço da tecnologia e o ser humano

um crescente aumento do número de empresas artesanais, o que já pode ser observado em setores como cervejas e chocolates 22

Com o avanço da tecnologia, o ser humano desempenhará cada vez menos tarefas rotineiras,


porque as máquinas serão capazes de realizar esse

o fato é que a tecnologia está mexendo com forças

trabalho muito melhor do que nós, seres humanos.

do mercado que podem recompensar aqueles que

Mas, talvez mais importante do que isso, seja o fato

enfrentam os desafios e marginalizar aqueles que

de que esse trabalho será cada vez menos relevan-

os ignoram.

te para as empresas, pois elas precisam focar na

A tecnologia, enfim, pode nos proporcionar a

criação de valor para esse novo consumidor, cada

oportunidade de nos concentrarmos no trabalho e

vez mais exigente e em continua evolução. Dessa

nas atividades que nos possibilitarão desenvolver

forma, o foco do trabalho será deslocado para ati-

cada vez mais o nosso potencial.

vidades mais humanas e que as máquinas terão dificuldade de reproduzir. Essa evolução do trabalho gerará inúmeras oportunidades, e essas novas oportunidades poderão “não exigir” diplomas universitários, mas exigi-

Gustavo Zamboni é Engenheiro

rão, com certeza, paixão e desejo de se conectar

Industrial formado pela Universidade de

com os outros de formas mais ricas e significativas. Essa transição do trabalho será um desafio e nos obrigará a questionar algumas de nossas supo-

Buenos Aires com Pós-graduação em Marketing e Sistemas de Informação pela PUC-RJ, é Consultor Empresarial e Diretor da Editora ONZE.

sições mais básicas sobre trabalho e negócios. Mas QT_Anuncio_LF_Ed_Mai.pdf

1

14/05/18

10:45

23


O mercado em foco agora no Portal Lubes Durante muitos anos, a revista LUBES EM FOCO publicou suas pesquisas sobre os números do mercado brasileiro de lubrificantes e tornou-se uma referência para o segmento. Utilizando uma metodologia específica e compatível com as dificuldades inerentes a um mercado com elevado fator de imprecisão, e com controles oficiais ainda não bem definidos, nossos pesquisadores fortaleceram a credibilidade dos números apresentados, por meio de um esforço contínuo e minucioso de cruzamento de informações obtidas de fontes confiáveis de diversas procedências. O dinamismo e a velocidade do mundo atual, aliados a um importante movimento feito pelo órgão regulador, a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), que foi o desenvolvimento do Sistema de Informações de Movimentação de Produtos (SIMP) aplicado ao mercado de lubrificantes, trouxeram ao mercado uma facilidade de acesso a dados confiáveis, com uma frequência mensal. O SIMP consolida as informações obrigatórias prestadas por todas as empresas registradas como produtores, importadores, coletores e rerrefinadores, além das plantas e bases de armazenamento. Com o aperfeiçoamento do sistema e maior controle da adimplência das empresas, o mercado tem a seu dispor hoje uma ferramenta bastante eficiente na coleta de números e dados produtivos. Pensando em atender cada vez mais às necessidades de nossos leitores, com a velocidade que a mídia digital oferece, passaremos a publicar os principais números de mercado, compilados pela ANP, em nosso portal na internet, em www.portallubes.com.br, na aba mercado, em que teremos também uma análise de comportamento buscando elaborar e disponibilizar o máximo de informações sobre a realidade e as tendências do mercado.

Evolução do mercado brasileiro de óleos lubrificantes - 1º Semestre Volume (m 3 )

120000 100000

117.056,52 116.512,75 100.140,83

101.213,49

94.048,17 93.024,12

115.083,92 113.400,90

93.615,56

84.796,15

109.726,60

96.289,24

80000 60000 40000 20000 0

Janeiro

Fevereiro

Março

Abril

Mês/Ano

Obs: As alterações dos dados passados foram realizadas pela ANP em seu último boletim.

24

Maio

Junho

2018 2017


Participação de Mercado de óleos Ano de 2017

17,6%

22,5%

1,5% 1,5% 1,8% 8,2%

14,9%

9% 9,0%

Participação de Mercado de óleos Ano de 2018 - primeiro semestre

14%

BR Ipiranga Cosan/Mobil Chevron Petronas Shell Total Lubrif. Castrol YPF outros

20,5%

19,9% 1,5% 1,8% 1,8%

15%

8,5%

9% 9%

13%

BR Cosan/Mobil Ipiranga Petronas Shell Chevron Total Lubrif. YPF Castrol outros

NOTA: Os dados de mercado correspondentes a anos anteriores podem ainda ser encontrados no PORTAL LUBES, em www.portallubes.com.br, na aba MERCADO.

25


Programação de Eventos Internacionais Data

Evento

2018 Setembro, 19 a 20

The 3rd. North American Industrial Lubricants Congress - Chicago - Estados Unidos - https://eu.eventscloud.com

Setembro, 24 a 27

Rio Oil & Gas - Rio Centro - Rio de Janeiro - RJ - www.riooilgas2018.com.br

Outubro, 30 a 1/11

7th. ICIS African Base Oil & Lubricants Conference - Cape Town - África do Sul - https://www.icisevents.com/

Novembro, 28 a 30

14th. Pan Amercian Base Oil & Lubricants Conference - New Jersey - Estados Unidos - https://www.icisevents.com/

Nacionais Data

Evento

2018 Setembro, 26

Fórum de Downstream da Rio Oil & Gas 2018 - Rio Centro - Rio de Janeiro - https://www.ibp.org.br/

Outubro, 3

XI Simpósio Internacional de Lubrificantes, Aditivos e Fluidos Milenium - São Paulo - http://aea.org.br

Outubro, 15 a 19

33° Congresso Brasileiro de Manutenção e Gestão de Ativos - Actuall Convention Hotel - Belo Horizonte - MG http://www.abraman.org.br/congresso/certificacao-cama

Outubro, 23 a 26

Forind Nordeste 2018 - Centro de Convenções de Pernambuco - Olinda - PE - www.mecanicane.com.br/

Se você tem algum evento relevante na área de lubrificantes para registrar neste espaço, favor enviar detalhes para comercial@lubes.com.br, e, dentro do possível, ele será veiculado na próxima edição.

26


27


A TECNOLOGIA DA FÓRMULA 1 TAMBÉM CORRE NO SEU CARRO. — FAÇA COMO A MCLAREN: ESCOLHA LUBRAX.

br.com.br/lubrax | SAC: 4090 1337 (capitais) 0800 770 1337 (demais regiões) O óleo lubrificante usado é um resíduo perigoso que, descartado no meio ambiente, provoca impactos negativos, com consequentes danos à saúde da população. Para descarte do óleo usado e sua embalagem, use os serviços de coleta autorizados, conforme Resolução CONAMA nº 362/05.

28


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