Matéria Iron Maiden - O Tempo

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Séries. Quarto ano de “House of Cards” estreia nesta sexta-feira, na Netflix. Página 5 JASON MERRITT/AFP

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Lupa

ROLLING STONES Banda fará apresentação gratuita em Cuba. Página 12 O TEMPO BELO HORIZONTE QUARTA-FEIRA, 2 DE MARÇO DE 2016

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Longevidade. Dave Murray e o líder Steve Harris são os únicos que seguem no Maiden desde o início

¬ LUCAS BUZATTI ¬ É difícil achar

um roqueiro que não tenha sido influenciado pelo Iron Maiden. Um camisapreta que nunca tenha batido cabeça e tocado air guitar ao som de “The Trooper” ou de “Fear of the Dark”, que não tenha tido uma camiseta com o mascote Eddie estampado ou desenhado a marca da banda num caderno de escola. Ao longo de seus 40 anos de atividade, a Donzela de Ferro influenciou e segue influenciando diferentes gerações. Por isso, quando o assessor avisa que Dave Murray está na linha, o coração acelera. “Antes de tudo, Dave, é uma honra conversar com um dos maiores guitarristas da história. Sou um grande fã do Iron Maiden. Foi a primeira banda pela qual me apaixonei e me fez conhecer todo o universo do rock e do metal. Sou muito grato por toda a influência”, diz o repórter-fã, quebrando uma regra do jornalismo de não tietar entrevistados. O nervosismo, porém, se esvai junto à primeira risada simpática do músico britânico de 59 anos. “É muito legal ouvir isso”, agradece o guitarrista do Iron Maiden – que volta a Belo Horizonte neste ano, depois do show histórico no Mineirinho, em 2009. Dessa vez, a banda passa

As elegantes cordas da besta pela capital mineira com a turnê do álbum “The Book of Souls” (2015), no dia 19 de março, na esplanada do Mineirão. A introdução do papo com Murray não é sem motivo. Junto ao baixista Steve Harris, fundador e líder da banda, Dave Murray é o único integrante que se manteve no Iron Maiden desde o primeiro disco, homônimo, de 1980. “A longevidade da banda tem a ver com a paixão pelo que fazemos. Gostar tanto desse tipo particular de música nos tornou aptos a criar, a tocar e a viver esses grandes anos”, afirma Murray. “Acho que as histórias dos discos, as artes das capas e o Eddie também ajudaram muito. Por algum motivo, nossa música atingiu muita gente ao redor do mundo”, completa o guitarrista, antes de emocionar o repórter-fã. “E,

claro. Só é possível manter uma banda por tanto tempo por causa dos fãs. Fãs como você, que nos acompanham ao longo dos anos. Vocês tornam possível que sigamos em frente. Esse é o ponto-chave. Nós não conseguiríamos sem você, caras”, declara, entre risos, o gentil entrevistado. Responsável por grande parte dos icônicos solos do Iron Maiden, Dave Murray afirma que o grupo está em sua melhor forma. “A energia entre nós e entre o público é cada vez mais intensa. Não é a mesma que há 40 anos. Estamos maiores e mais fortes”, defende. “Tem sido uma jornada fantástica, desde 1976. Viajamos pelo mundo, passamos por diferentes fases, álbuns e turnês. Quando você chega nesse ponto, começa a apreciar mais o que fez no passado. Pode sentar-se e refle-

tir sobre o que passou, com muita leveza”, completa. Segundo Murray, a mistura entre o passado e o presente dá o tom do repertório dos shows da turnê. “Estamos tocando algumas músicas novas, mas continuamos fazendo o material antigo. Os fãs sempre esperam pelas músicas que marcaram nossa história”, afirma, comentando “The Book of Souls” – o 16º álbum do Iron Maiden. “É um disco épico, bem trabalhado, cheio de músicas longas. O primeiro disco de estúdio duplo da nossa carreira. Ou triplo, se você comprar o vinil. Três álbuns em um”, diverte-se. O guitarrista conta que o novo álbum foi gravado no mesmo estúdio que deu vida a “Brave New World” (2000). “Nós o gravamos em Paris, com o produtor

Kevin ‘Caveman’ Shirley, que é especialista em escolher as melhores performances, os melhores takes”, diz. “Gravamos de forma muito espontânea, sabe. Foi no estúdio que ensaiamos a maioria das músicas pela primeira vez e já começamos a gravar logo em seguida. Temos visto que essas músicas crescem de forma mágica, quando tocadas ao vivo. Estamos muito confiantes no poder que elas possuem”, sublinha Murray. Pergunto ao guitarrista sobre as expectativas de voltar ao Brasil – país pelo qual a banda já se declarou apaixonada “Nosso primeiro show no Brasil foi em 1985, no Rock in Rio, com o Queen. Desde então, sempre voltamos. E dessa vez não será em festival. Serão shows mais intimistas, próximos da plateia”, diz Murray, que rasga elogios ao público brasuca. “O públicobrasileiro é o mais apaixonado. É um tipo especial de fã. O clima do país é ótimo, as paisagens são lindas, e isso reflete no povo”, afirma o instrumentista britânico. “Também é legalver que o Brasil estácada vez melhor. Sempre que voltamos ficamos surpresos,deforma positiva.Não vemos a hora de chegar aí”, conclui. CONTINUA NA PÁGINA 2

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