DMB - Edição #03

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Lucas Fernandes

Atua com design desde 2010. Seu foco é direção de projetos, mas também domina outras áreas do design.

Editorial Criar significados e funções, mesclar identidades, combinar elementos, unir ideias, transformar o complexo em simples e ver o que os outros não veem. Esse é o trabalho de um designer. E nem sempre essas são tarefas fáceis. Na verdade, na maior parte das vezes, são bem complicadas. O trabalho do designer é um constante desafio. Independentemente do nível de dificuldade do trabalho em si, ele precisa estar sempre atento a fatores externos, para que o resultado final de seu “produto” se comunique bem com o mundo e com o contexto onde ele se insere, sem gerar conflitos e ruídos acidentais. Não importa se é design gráfico, web, de produto, ou até mesmo arquitetura, o profissional deve

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estar sempre atento a tudo ao seu redor. Absorver informações serve não só para inspiração futura, mas também para saber o que não fazer (tanto por ser algo ruim, quanto para evitar semelhanças em excesso com trabalhos alheios). Enfim, que essa edição da Design Magazine Brasil, assim como as outras, possa servir a vocês como boa fonte de informação e inspiração.


Design Magazine Brasil

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Sumรกrio 8

Embalagens Comemorativas

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Universidade de OCAD

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Nova marca dos Correios

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Impressรฃo Offset

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Portfรณlio: Thiago Christo

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Créditos Edição 03 • Junho/2014 Diretor Lucas Fernandes Designers / Diagramadores Douglas Lopes Leandro Siqueira Lucas Fernandes Ilustrações Douglas Lopes Gilberto Ferreira Wendel Fragoso

Redatores Eliezer Santos Hebert Tomazine João Marcelo Samuel Otaviano Capa Wendel Fragoso Portfólio da edição Thiago Christo

Revisão Lucas Fernandes

Site designmagazinebrasil.com.br Redes Sociais facebook.com/revistadesignmagazine.br twitter.com/DMBr_Oficial Essa revista é parceira da Design Magazine de Portugal. O logotipo da Design Magazine Brasil foi desenvolvido pela Elementos À Solta.

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Design Magazine Brasil

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Hebert Tomazine

Apaixonado por minimalismo e editoração. Trabalha na área desde 2008. Atua como designer gráfico e editorial na Diocese de Duque de Caxias.

Embalagens Comemorativas Ilustração de título por Gilberto Ferreira

A oportunidade de criar um design para uma embalagem comemorativa, seja para uma data festiva ou para um evento especifico, é o desejo da maioria dos designers de embalagem. Mas a dificuldade de mesclar e harmonizar a identidade visual do produto com a temática do referido evento às vezes chega a assustar até mesmo profissionais experientes, por acharem que seu processo criativo ficará limitado pela identidade visual do produto. O lançamento de versões especiais de produtos é comum para prestigiar ou “entrar na onda” de consumo do evento. Grandes empresas do ramo alimentício costumam criar embalagens comemorativas para datas especiais ou para grandes eventos, seja como patrocinadores ou parceria para produtos oficiais. No ano de 2013, empresas como Club Social, Bacardi, Heineken e Coca-Cola lançaram edições especiais de seus

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produtos em comemoração ao evento Rock in Rio 2013; Club Social lançou dois novos sabores “Chili Pepper” e “Chili & Cheddar”; Bacardi fez uma edição especial de um de seus produtos mais consumidos no Brasil, o “Bacardi Big Apple Rock in Rio”; Heineken e Coca-Cola lançaram latas especiais e limitadas de seus produtos, a Coca-Cola com a embalagem de “Coca-Cola Zero”, que com o auxílio do aplicativo lançado em conjunto, ao fotografar a lata poderia ouvir uma música do referido tema. A Coca-Cola na verdade parece ser especialista em lançar edições especiais de seu produto, em quase todo grande evento ela está presente com uma versão especial comemorativa, como agora na Copa do Mundo de 2014, e em datas comemorativas, como suas clássicas e ainda assim inovadoras embalagens natalinas.

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Embalagens Comemorativas

Mas como criar uma embalagem comemorativa de um produto? O objetivo é desenvolver um design novo e criativo, que transmita a ideia do evento ou data comemorativa, preservando ainda a identidade visual da marca, ou das marcas no caso de eventos específicos. É importante notar que o conceito a ser adotado precisa levar em consideração a visão do consumidor sobre a marca e com o referido evento, é necessário buscar uma correlação entre marca, evento, produto e consumidor. A arte não necessariamente precisa seguir o padrão da identidade visual da referida marca, mas mesmo assim é necessário manter a harmonia, para que não haja uma briga por espaço e atenção do consumidor, é preciso criar uma unidade entre os dois.

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Pode se utilizar equilíbrio de cores, usando o princípio de figura e fundo, utilizando o logotipo em monocromático em conjunto com um background colorido, ou definindo o espaço da identidade visual da marca por uma área de respiro, adicionando um elemento gráfico monocromático sob o logotipo colorido, dando destaque à marca e mesmo assim harmônico com o restante da arte. Demarcando e dividindo as identidades visuais por um elemento gráfico, como a Coca-Cola utiliza com sua faixa curvilínea. Há uma separação entre as identidades visuais, mas no contexto elas se harmonizam e nota-se que fazem parte de um mesmo conjunto. Mesmo a Coca-Cola utilizando a cor azul em sua embalagem, você a identifica sendo o mesmo produto. Por quê? Porque os elementos gráficos que definem a marca se mantêm e estão destacados. A visão do consumidor sobre a marca é a prioridade. A embalagem pode ter um design incrível, mas se o consumidor não identificar o produto não há sentido. Após isso, deve passar o conceito da identidade do evento e sua correlação com a marca.

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João Marcelo

Estudante de arquitetura e urbanismo na Unigranrio, formado em técnico de design de interiores no Senac, apreciador de vinho e artista plástico de fim de semana.

Universidade de OCAD Ilustração de título por Wendel Fragoso

O edifício canadense do Sharp Centre for Design, fundado como Ontario College of Art and Design, inaugurado em 2004, é uma das maiores universidades de design e arte da América do Norte e faz parte de uma das obras do arquiteto modernista inglês William Allen Alsop, conhecido pelas suas obras controversas de cores vibrantes e volumetria exagerada. Will Alsop tinha como objetivo neste projeto adicionar um ar de modernidade ao Sharp Centre for design, fazendo algo inovador e que não deixasse de lado a sua relevância tradicional de mais de um século dedicado ao ensino das artes visuais. A ideia de Alsop era construir uma sede contemporânea, mas que dialogasse com seu entorno respeitando os antigos prédios da universidade.

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Créditos: Ethan.K

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Composição A estrutura possui 9 metros de altura, 31 de largura e 84 de comprimento. O edifício está a 26 metros acima do solo, apoiado em uma torre central e com 12 colunas de aço reforçado que sustentam a estrutura, revestidas com várias camadas de tinta intumescente coloridas, ótimas para proteger o aço em caso de incêndio, deixando a mesma em um aspecto de “Top table’’, como o próprio Will batizou. A estrutura principal em formato de paralelepípedo é dividida em dois andares que se comunicam com o antigo prédio da OCAD através de uma escada central e um elevador. Sua fachada foi coberta por um revestimento

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Universidade de OCAD

“pixelado” que se destaca de todo seu entorno tradicional. Durante o dia é bem difícil distinguir as janelas, que são distribuídas de forma assimétrica, dos pixelados pretos. Essas mesmas janelas, entretanto, durante o período da noite, apresentam uma iluminação com cores diferentes. A estrutura também utiliza um sistema composto de 16 luzes de iodeto metálico na cor azul de baixo consumo de energia que ilumina a estrutura por baixo. A ideia de uma estrutura elevada deu a Sharp Centre uma área ao ar livre, onde a mesma é utilizada como praça. Apesar do aspecto surrealista, seu interior é bastante convencional. O mesmo se utiliza bem dos seus espaços internos que estão divididos entre salas de aula e estúdios, o princípio estimula a interação dos alunos e as salas possuem paredes removíveis e portas corrediças.

Créditos: UnTapping The World

Créditos: Archidose

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Repercução

Créditos: John Vetterlo

O Sharp Centre for Design, descrito como “corajoso, ousado e um pouco insano”, foi um dos 6 edifícios honrados com o prêmio Royal Institute of British Architects (RIBA) em 2004. Um ano mais tarde recebeu o prêmio de excelência do Toronto Architecture and Urban Design Awards na categoria de building context, que distingue projetos que atingem a excelência no desenho urbano por meio da relação com o espaço público e a contribuição para a melhora da qualidade de vida da comunidade. O projeto vem sendo celebrado pois foi o ponto de partida para a revitalização de uma área negligenciada de Toronto no Canadá.

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Samuel Otaviano

Passagens por agências do RJ e SP. Tec. em design gráfico pelo SENAI-RJ, grad. em design (UNESA), MBA em Design Estratégico (ESPM-RJ), mestrando em design (PUC-RJ).

Nova marca dos Correios Ilustração de título por Douglas Silva

No início de maio foi apresentada uma nova identidade visual para os correios. De um modo geral, a recepção entre designers não foi muito boa, o que gerou diversas críticas ao que foi apresentado. Os Correios já não têm uma reputação muito boa por ser uma empresa pública e pelo seu principal serviço, a entrega de correspondências (carta, telegrama e correspondência agrupada), estar cada vez mais em desuso. Segundo o documento de apresentação disponível no site da agência criadora da nova marca, a CDA Branding & Design, esse redesenho faz parte de uma das ações do Plano Estratégico 2020 da estatal. Esperase que assim a empresa possa se modernizar e realinhar seu posicionamento, melhorando sua reputação junto ao público e fortalecendo sua marca.

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Nova marca dos correios.

O mesmo documento ainda afirma que essa mudança “sinaliza um momento autêntico de renovação de posicionamento da empresa frente às novas realidades do mercado consumidor”. Nessa apresentação são reforçados os atributos e diretrizes da marca que são proximidade, inovação, flexibilidade, dinamismo e comprometimento. Embora mesmo após percorrer todo o documento esses atributos ainda fiquem parecendo um pouco vagos, fica evidente que um dos requisitos estabelecidos foi o de que se mantivessem referências a marca anterior. Talvez isso seja devido ao modo como a antiga marca dos correios seja tão presente para o povo brasileiro, afinal, trata-se de um símbolo que existe desde 1970 e passou por uma única, e sutil, modificação nos anos 1990. Casos de redesenho de uma marca tradicional levantam sempre discussões sobre até que ponto a mudança deve ir e o quanto das características atuais ser mantido, e é por esse prisma que Tereza Bettinardi aborda a nova marca dos Correios em seu post disponível aqui. Por esse fator de equilíbrio entre a tradição e a novidade, o novo símbolo faz uma referência direta ao anterior mantendo-se as duas setas que remetem “a capacidade de ir e vir, de circular, de conectar”. A grande novidade é que essas setas, antes monocromáticas, agora assumem cada qual uma das cores da identidade visual (o amarelo e o azul). A modernidade fica por conta das pontas arredondadas e o efeito de volume e brilho através do degradê, além de um pequeno detalhe que simula uma espécie de dobra ou virada em uma das abas da seta, sem ficar muito claro, através dos esquemas que indicam o processo construtivo, qual forma geométrica aberta resultaria em tal figura.

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Nova marca dos Correios

Para o novo logotipo são atribuídas as mesmas qualidades de contemporaneidade e fidelidade ao desenho anterior, embora nesse caso esses aspectos fiquem menos evidentes por não haver a presença de um grid de construção no apresentado. De qualquer forma, a maior diferença está nas letras R, E e S e o uso de caixa alta na primeira letra, o que, segundo os seus criadores, atribui um ar mais pessoal que aproxima e torna a marca mais amigável. Ainda sobre o logotipo, vários aspectos inconsistentes foram apontados pela Marina Chaccur em sua análise entitulada “Tipo um problema dos Correios”, disponível aqui. Além desses elementos, o sistema de identidade visual conta com grafismos amarelos que se sobrepõem e formam ângulos entre si e são aplicados nas mais diversas situações, desde embalagens até crachás. Vale frisar que na apresentação do case algumas aplicações são acompanhadas da advertência “imagens meramente ilustrativos” o que denota que estas podem ser diferentes quando forem de fato implementadas. Embora não tenha sido explicitado o motivo dos grafismos, é latente a ligação dos mesmos com as ideias de dinamismo e movimento, além de resultarem em formas diagonais que também remetem as setas. A opção pela cor amarela parece ser uma maneira de se alcançar um equilíbrio entre as duas principais cores institucionais, já que, no conjunto do símbolo com o logotipo, prevalece a cor azul.

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As únicas aplicações pertencentes ao universo digital são a tela inicial de uma simulação do que seria o site e um ícone para um aplicativo mobile. Acontece que, no caso do site, o que de fato foi implementado não condiz com o que está na apresentação. A simulação da páginal inicial do site é bastante coerente com o restante do sistema de identidade visual. Prevalece a cor amarela e, na parte de baixo como elemento de fundo, estão os grafismos. A marca é aplicada sobre fundo branco, conforme é sinalizada a prioridade para essa forma de aplicação na apresentação do case. No topo da tela fica o menu principal com bastante destaque e uma pequena faixa amarela com o que parecem ser os controles de acessibilidade. O restante é composto pelas funcionalidades mais importantes (busca por CEP e rastreamento de encomendas), os links (com foto e texto) para as áreas voltadas para pessoa física, empresas e responsabilidade social e uma chamada com maior destaque. Tudo com texto simulado em “Lorem ipsum”. Aplicações da marca dos correios no meio digital.

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Nova marca dos Correios

Essa pequena amostragem, apenas a página inicial, não demonstra nada muito inovador ou moderno em se tratando de um site para uma empresa estatal ou para empresas com esse tipo de serviço, onde geralmente prevalece para o público impressões de complicação e burocracia. Um exemplo de mudança nesse sentido é a página inicial que integra os portais da prefeitura do Rio de Janeiro. Porém o que de fato foi feito na reformulação do portal dos correios em função da nova marca está muito distante do que foi apresentado como simulação na apresentação do case dos Correios. Para uma empresa que tem como oferta central do negócio “soluções que aproximam” (segundo o site dos Correios), onde logística e comunicação são pilares centrais, a presença no ambiente digital é um aspecto fundamental. Os números do site chamam a atenção. São pouco mais de 40 milhões de acessos mensais e quase 20 mil usuários consecutivos por segundo. É o 25º site mais acessado do Brasil e fica em primeiro lugar no mundo em acessos a sites com a mesma área de atuação (Fonte: http://blog. correios.com.br/correios/?p=9424). O plano estratégico mencionado anteriormente prevê serviços como telefonia móvel virtual, financeiros e do segmento postal eletrônico, ou seja, ao que parece, gradativamente a presença da marca no ambiente digital será cada vez maior. Analisemos então o novo site dos correios.

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Tela inicial que agrupa os portais da prefeitura do Rio de Janeiro.


Design Magazine Brasil

Em primeiro lugar, a marca está aplicada no canto superior esquerdo sobre fundo branco, conforme sugere a apresentação da agência. Todos os outros recursos “fixos” como idioma do site, busca rápida e atalhos para comunicação direta com a empresa ficam do lado esquerdo. Até aí nada muito novo, o que destoa é a cor de fundo (bege claro) presente no menu principal e na barra com os recursos de acessibilidade. Essa cor não faz parte do sistema de identidade visual e confunde a barra com o menu como se os dois formassem um único bloco. O que piora a situação são os ícones associados a acessibilidade (meramente ilustrativos nesse caso) que ficam mais próximos da marca do que dos botões de contraste e redimensionamento do texto. O último botão dessa barra, “pular para conteúdo”, não tem praticamente nenhuma utilidade pois apenas “rola” a tela até que o conteúdo da página fique posicionado no topo do navegador.

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Nova marca dos Correios

Os ícones do site dos correios.

O destaque para os principais serviços, “busca CEP ou Endereço”, “Rastreamento de objetos” e “Preços e prazos” é um ponto positivo, embora pudesse ter sido melhor trabalhado visualmente. Estes, por sua vez, são os serviços disponíveis na atual versão do aplicativo para dispositivos móveis dos Correios. Apesar de serem recursos úteis, esta plataforma poderia ser muito melhor aproveitada com a utilização de tecnologias como GPS e leitor de códigos de barra ou QR code. Voltando a análise do site, duas demostrações da pouca atenção que foi dada a organização do conteúdo e a nomenclatura dos links são o caso dos links “Notícias” e “Avisos” e o item do menu “Correios Online”. No primeiro caso, tratam-se de dois nomes parecidos para conteúdos diferentes, e no segundo, o item de menu corresponde a loja virtual dos correios, por onde se pode adquirir produtos e serviços diversos (selos, mascotes dos Correios, telegramas on line, camisas, caixas para encomendas etc). Um link chamado “Correios Online” no site dos correios é no mínimo redundante. Todas as páginas do portal têm uma disposição bem tradicional, para não dizer antiga, em que as opções de menu ficam do lado esquerdo da página, com submenus que quando acionados ficam dispostos como em um gerenciador de arquivos ao invés de serem acionados apenas quando o mouse está sobre o item de menu principal. Outros elementos presentes, porém sem nada muito inovador, são os links para a página do Facebook, para o blog, os links

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externos em destaque, os links mais gerais no rodapé e o mapa do site. Este último, por sua vez, é apresentado de um modo totalmente ultrapassado tornando-o pouco útil. Pouco desse site parece ter sido criado conforme o sistema de identidade visual apresentado no case pela agência. Exceção disso é o sistema de ícones. Porém, considerando a opção por um logotipo com degradês e volumes que lhe conferem um aspecto 3D, o fato de nem nos ícones e nem no restante do site haver a utilização desses recursos visuais resulta em um layout com pouca consistência. Redesign do processo de reservas on line da Virgin America. Inovação através uma interface simples e com um clima descontraído.

Por essa análise bem geral conclui-se que, além de terem sido negligenciados aspectos fundamentais de

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Nova marca dos Correios

usabilidade, quase nada há de inovador no novo site dos correios e este não está consistente com o novo sistema de identidade visual da empresa. Perdeu-se uma excelente oportunidade. Os serviços dos Correios, por sua própria natureza, demandam um nível alto de familiarização por parte do usuário, seja em lojas físicas ou on line. Por exemplo, decidir entre a melhor forma de envio em função do melhor custo x benefício de acordo com o destino, o prazo de entrega, o tamanho e peso de uma encomenda requer, em muitos casos, uma boa dose de paciência. Em um ambiente digital, um serviço em que o usuário precisa dominar informações muitas vezes complexas e com as quais não está familiarizado, o melhor caminho para a eficácia é a construção interfaces simples e que se apresentem de forma amigável, adaptada à diversidade de dispositivos disponíveis atualmente. Essa opção seria uma excelente maneira de reforçar os atributos desejados para a marca dos Correios. Lembrando: proximidade, inovação, flexibilidade, dinamismo e comprometimento. Acrescentando que a adoção de mais empatia nas comunicações e processos do site dos Correios ajudaria muito a melhorar a imagem da marca. O serviço de SEDEX, por exemplo, embora seja alvo de muitas reclamações ainda, é associado às qualidades de facilidade, velocidade e praticidade, através do slogan “Mandou, Chegou” amplamente utilizado em campanhas publicitárias. Essa escolha é muito acertada. São diversas as marcas

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que trabalham esses atributos de forma muito original e inovadora no meio digital. Um exemplo é a versão beta do site de reservas de vôos da companhia americana Virgin America. Além de descomplicar todo o processo com uma interface simples e com destaque para o que é realmente importante, a empresa optou por um clima muito descontraído, seguindo na direção oposta ao padrão deste setor. Não que o site dos Correios tivesse que fazer o mesmo e usar um mascote, mas a tal modernidade tão desejada pode ser alcançada investindo-se de maneira criativa e realmente inovadora no meio digital.

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Eliezer Santos

Atua como freelancer desde 2012 com criação de logotipos, peças publicitárias, etc. Atualmente, tem se dedicado a edição de vídeos e motion design.

Impressão Offset Ilustrações por Gilberto Ferreira

Imaginemos o seguinte cenário: você acorda, toma um banho, sai para comprar pão e se depara com uma banca de jornal. Então você olha a capa da Design Magazine Brasil, se interessa, compra um exemplar e leva pra casa. Lá, você senta em um canto sossegado do seu lar, abre a revista e se deleita com o conteúdo impresso nela. Talvez você nem pare para pensar em como aquele simples gesto, que já faz parte do nosso cotidiano há tanto tempo, evoluiu desde a criação do papel, passando pela criação da imprensa até chegar às suas mãos em forma de revista ou jornal diário. Foi pensando nisso que decidi contar um pouco da história riquíssima que se esconde além das páginas de uma revista ou jornal impresso. Se você gosta de história, então se ajeite na poltrona, e façamos uma breve viagem no tempo...

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Alemanha, 1789. Um ator e artista de Teatro chamado Alois Senefelder buscava uma maneira mais econômica de reproduzir textos e peças teatrais impressas no papel. Então, resolveu fazer um experimento: pegou uma pedra chamada pedra de Solnhofen (uma pedra calcária, de superfície lisa) e “desenhou” nela com um lápis á base de graxa, de forma invertida. Em seguida, umedeceu a pedra, e notou que as partes “desenhadas”, ou seja, cobertas com a graxa, repeliam a água por serem gordurosas. Então, ele aplicou uma tinta sobre a “imagem” na pedra, e notou que os pigmentos de tinta tinham afinidade com as partes gordurosas e se concentravam, formando assim, na pedra, a “imagem”, que pressionada contra o papel, resultava numa impressão muito mais rápida e de qualidade superior que as obtidas nas prensas, criadas séculos antes por Gutemberg. Nascia ali a Litografia, que é considerada a “mãe” da impressão Off Set. Anteriormente, o processo para impressão no papel criado por Gutemberg era totalmente manual. Somente depois da Litografia foi possível a construção de máquinas que passaram a agilizar consideravelmente o processo de impressão. Em 1803, um tipógrafo alemão chamado Friedrich Koenig Inventou a primeira prensa mecânica, que ele batizou de Gutemberg em homenagem ao inventor da prensa. Ela era feita totalmente em madeira, e tinha o seu processo quase

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Impressão Offset

totalmente automatizado. Porém, seu invento fracassou de início. Ele então levou sua ideia para a Inglaterra, onde naquela época a Revolução Industrial já estava, literalmente, a “todo vapor”, e só então obteve sucesso. Em 1810 Koenig patenteia seu invento e, um ano depois, sua máquina, agora composta com cilindros de Aço começa a funcionar, agilizando em 10 vezes o processo de impressão.

desenvolvidas matrizes flexíveis em Zinco, e o processo de impressão se inverteu: antes, a pedra/matriz ficava plana, e o papel era anexado ao cilindro, que rolava sobre a matriz, fazendo assim a impressão. Com as matrizes de Zinco, o papel passou para a superfície plana, enquanto a matriz passou a ser anexada ao cilindro. Surgia, então, a impressão no sistema Off Set.

Com o passar dos anos, a Litografia foi perdendo sua eficiência em relação à demanda que surgia, pois o processo de preparação da pedra/matriz de impressão era ainda manual, ou seja, muito lento e pouco preciso. Então, foram

O termo Off Set significa “fora do lugar”, e este método de impressão foi batizado desta forma porque a impressão é indireta, ou seja, é feita através de cilindros que deslizam sobre o papel. Este termo foi criado pelo americano Ira Washington Rubel, que observou uma “falha” no processo

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de impressão por cilindro. Ele observou que, adicionando uma blanqueta de borracha ao cilindro, obtinha uma impressão com muito mais qualidade e durabilidade, pois a superfície emborrachada da blanqueta distribuía a tinta para o papel de forma mais uniforme. Muitas evoluções nas técnicas de impressão surgiram desde então. Por volta de 1900, também nos EUA, começam a surgir as primeiras placas de alumínio, que são usadas pelas gráficas até hoje. Em 1920 surgem as primeiras impressões a cores, e no final da década de 1960, com o avanço de novas tintas e compostos químicos, as impressões coloridas ganham força com o surgimento do padrão CMYK. CMYK são as iniciais das tintas primárias, que neste processo, são utilizadas de forma a serem sobrepostas umas as outras para formar toda uma gama de cores. São elas: Cyan (Ciano), Magenta (Magenta, original do Vermelho), Yellow (Amarelo) e Key (chave, que neste caso, representa o Preto). As três cores primárias mais a adição do Preto revolucionaram a impressão Off Set e tornou possível vermos no papel uma vasta gama de cores, que antes só conseguíamos ver na natureza. O CMYK surgiu a partir de estudos sobre o RGB, da qual Sir Isaac Newton foi um dos precursores. A grande diferença entre CMYK e RGB é que, no primeiro, adicionam-se cores para formar outras cores. Já no modo RGB acontece o inverso. Porém, isso é um papo para outro dia... Voltemos, então, aos dias atuais, onde temos várias novas opções de leitura, como a que você está fazendo neste exato momento: lendo esta matéria numa revista online, que se resume a milhões de pixels em cores RGB, etc. Mas ainda não inventaram nenhum método de leitura mais prazeroso do que ler, seja lá o que for, numa mídia impressa. Se você é Designer e trabalha com mídias impressas, agora que você conhece um pouco da história, procure acompanhar um pouco mais de perto o processo de impressão das suas artes. Se possível, visite um parque gráfico. Tenho certeza que será uma experiência incrível, que vai acrescentar muito em sua experiência profissional.

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Thiago Christo

Designer Gráfico, arte-finalista e é especialista em tratamento e manipulação de imagens 2D e 3D para publicidade.

Portfólio: Thiago Christo Designer Gráfico, arte-finalista e é especialista em tratamento e manipulação de imagens 2D e 3D para publicidade. Ocupou a função de designer gráfico, artefinalista e diagramador nas principais empresas de design e comunicação do Espírito Santo, entre elas Indesign Comunicações, C3 Comunicação, Rede Gazeta e Fire Marketing & Comunicação. Hoje trabalha em parceria com as agências de comunicação, fotógrafos e empresas criando imagens híbridas para publicidade e decoração. Ministra treinamentos de fluxo digital em empresas e ajuda as pessoas a chegar nos objetivos com o coaching. É técnico em Marketing & Design pela CONTEC – Espírito Santo – 2000. Atua na área: desde 2000. Formado em Coaching pela Academia Brasileira de Coaching.

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Contato thiagochristo.com.br facebook.com/estudiothiagochristo


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Inspirado na 2ª Guerra Mundial, este cenário é composto por 17 imagens.

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The End of Runner Totalmente criado do zero, este cenรกrio conta com 8 imagens.

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