DESIGN, TRANSMテ好IA E LITERATURA DE CORDEL: COMO NOVAS Mテ好IAS PODEM INFLUENCIAR E RESGATAR MODELOS ANTIGOS
Sテグ PAULO 2015
FACULDADES METROPOLITANAS UNIDAS
DESIGN, TRANSMテ好IA E LITERATURA DE CORDEL: COMO NOVAS Mテ好IAS PODEM INFLUENCIAR E RESGATAR MODELOS ANTIGOS ALEXANDRE FREITAS DUQUE GULHERME DOMINGOS LUCAS PERINE RICKI SAHARA Sテグ PAULO 2015
Esta monografia foi julgada para obtenção do Bacharelado, no curso de Design Gráfico, das Faculdades Metropolitanas Unidas. São Paulo, 12 de junho de 2015 Profª. Coordenadora do Curso Virgínia Pereira Cegato Bertomeu Professores Orientadores Wagner Ortega Maria Luiza Vallim Pereira Luis Carlos Pereira Porto BANCA EXAMINADORA
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Trabalho de graduação interdisciplinar apresentado ao curso de Design do centro universitário das Faculdades Metropolitanas Unidas, como requisito parcial para a obtenção do título de bacharel em Design Gráfico.
Agradecemos a todos que nos ajudaram no processo de elaboração deste projeto. Especialmente a nossos professores orientadores, Wagner Ortega, Maria Luiza Vallim Pereira e Luis Carlos Pereira Porto por todo conhecimento nos passado. Agradecemos também aos amigos e familiares pelo apoio e ao dono, funcionários e hóspedes do Hostel Praça da Árvore, pelo espaço e tempo cedidos.
RESUMO
Este trabalho se propõe a abordar o design, a transmídia e a literatura de cordel, a fim de transpor conceitos dos dois primeiros para o terceiro de forma que conquiste novos públicos e desperte novos hábitos e interesses nos jovens paulistanos. Por meio de pesquisas empíricas e quantitativas e com base nos ensinamentos nos campos de design e da transmídia, concedemos uma proposta de projeto que procura resgatar mídias antigas e revitaliza-las para pessoas que foram criadas com outros costumes. Palavras-chave: design; transmídia; literatura de cordel.
ABSTRACT
The objective of this paper is to approach design, transmedia, and literatura de cordel (cordel literature), in order to incorporate concepts of the first two to the third so it can conquer new audiences and awake new habits and interests in the residents of S達o Paulo. Through empirical and quantitative research and based on the teachings in the design and transmedia , we provide a project proposal that seeks to rescue old media and revitalizes them to people that were created with other type of culture and habits. Keywords: design; transmedia; literatura de cordel.
SUMÁRIO 1.INTRODUÇÃO.......................................................................................... 14 2.DEFINIÇÃO DE LITERATURA DE CORDEL..................................18
2.1 ESTRUTURA..............................................................................20
2.1.1 Estrutura poética...................................................20
2.1.2 CAPAS........................................................................22
2.1.3 RELAÇÃO COM A XILOGRAVURA...............23
2.2 PRINCIPAIS CORDELISTAS...............................................24
2.2.1 Leandro Gomes de Barros.................................24
2.2.2 João Martins de Athayde...................................26
2.2.3 Cuíca de Santo Amaro.........................................27
2.2.4 Rodolfo Coelho Cavalcante .............................28
2.2.5 Raimundo Santa Helena.....................................29
2.3 CULTURA E LITERATURA DE CORDEL........................30
2.4 A ORALIDADE E TRADIÇÃO.............................................32
2.5 O CORDEL NA ESCOLA.......................................................33
3. O DESIGN....................................................................................................36
3.1 A AMPLITUDE DO DESIGN...............................................37
3.1.1 Design de produtos...............................................37
3.1.2 Design de moda....................................................38
3.1.3 Design de games....................................................38
3.1.4 Design de interiores.............................................38
3.1.5 Design gráfico.........................................................39
3.2 O DESIGN NA LITERATURA DE CORDEL...................40
4. TRANSMÍDIA.............................................................................................42
4.1 TRANSMÍDIA E STORYTELLING.....................................47
5. DESIGN, TRANSMÍDIA E LITERATURA DE CORDEL.............52 6. ANÁLISE DEMOGRÁFICA...................................................................54 7. CONCLUSÃO DA PESQUISA ............................................................56 8. CONCEITO DO PROJETO....................................................................58
8.1 ACORDEL...................................................................................59
8.2 DESCRIÇÃO..............................................................................59
8.3 DESENVOLVIMENTO...........................................................60
8.3.1 Estudos......................................................................60
8.3.2 Representação visual do projeto....................61
8.3.3 Cores..........................................................................65
8.3.4 Tipografia.................................................................66
8.3.5 Mecânicas e Interatividades............................68
8.4 PEÇAS.........................................................................................80
8.5 O DEPOIS..................................................................................90
9.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS....................................................92
LISTA DE FIGURAS 1.Fotografia de Leandro Gomes de Barros (início do século XX)......24 2. João Martins de Athayde............................................................................26 3. Foto de Cuíca de Santo Amaro.................................................................27 4. Foto de Rodolfo Coelho Cavalcante......................................................28 5. Foto de Raimundo Santa Helena.............................................................28 6. Rascunhos do Logotipo Acordel..............................................................60 7.Logotipo Acordel............................................................................................60 8. Exposições frequentadas pelo publico pesquisado.........................61 9. Ícones utilizados no projeto......................................................................61 10. Ilustração para demosntração da tipografia usada.......................62 11. Ilustração digital simulando xilogravura de um carcará..............62 12. Padrões utilizados (simulando xilogravura).......................................63 13. Desenho da Mão, símbolo do Memorial da America Latina.....63 14. Padrão utilizado para apoio de materiais da exposição..............64 15. Mapa de atrações.......................................................................................69 16. Mapa de eventos.........................................................................................70
17. Visão aérea da Praça Cívica demonstrando a feira gastronômica e a feira de cordel ........................................................................................................................71 18. Barraca para venda de cordéis ............................................................................71 19. Barracas da feira gastrônomica ...........................................................................72 20. Exemplo de barraca para venda de cordel com a escala humana...72 21. Exemplo de barraca da feira gastrônomica com escala humana.........73 22. Entrada da galeria Marta Traba............................................................................73 23. Painel expondo a história de Leandro Gomes de Barros dentro da galeria Marta Traba ....................................................................................74 24. Entrada do salão de Atos, com um painel de um lado e o mapa informativo do local do outro .......................................................................74 25. Painel expondo a musicalidade do cordel com interatividade de se ouvir o repente cantado ao mesmo tempo em que se lê o poema.....75 26. Tenda onde serão realizados os workshops ....................................76 27. Mockup do Booktruck .............................................................................80 28. Visão lateral do mockup do Booktruck ............................................81 29. Visão de trás do Booktruck ....................................................................81 30. Página Inicial do site .................................................................................82 31. Página Acordel do site .............................................................................83 32. Página Exposição do site .........................................................................83
33. Página Booktruck do site ........................................................................84 34. Página Workshops/Palestras do site .................................................84 35. Página Como Chegar do site ..................................................................85 36. Página Contato do site .............................................................................85 37. Publicidade da Exposição na entrada do Memorial da América Latina .....................................................................................................................86 38. Publicidade no metrô ...............................................................................87 39. Site do Acordel ............................................................................................87 40. Facebook do Acordel ................................................................................88 41. Facebook do Acordel ...............................................................................88 42. Instagram do Acordel ...............................................................................89
1. INTRODUÇÃO 14
A cultura nordestina é vasta e rica. A literatura de cordel é um marco na cultura brasileira, que com sua simplicidade consegue ultrapassar gerações, contar histórias e marcar uma época do Brasil. Com linguagem coloquial e impressa em papel simples, capas muitas vezes feitas pela técnica da xilogravura e vendidas em feiras populares ela se tornou um símbolo na literatura brasileira. O Design é uma ferramenta para a propagação de uma ideia ou marca, por meio dele pode-se divulgar, fidelizar e aumentar o conhecimento geral do público em relação a marca. Está sempre em movimento e evoluindo para diversas mídias. Complementando o Design com a Transmídia pode-se propagar uma mensagem de diversas formas em variadas mídias, mediante ao cenário atual, onde informações são constantes no dia a dia, a diferenciação e a busca pelo interesse do público de diversas formas é essencial. Percebe-se hoje a carência de conhecimento da cultura brasileira por parte do jovem paulistano, que tem pouco contato com os costumes de diferentes áreas de seu próprio País e prefere consumir cultura estrangeira. O hábito de ler é pouco praticado, criando uma geração de pessoas com pouco conhecimento de sua própria história e costumes. Trabalhando o Design com a Transmídia, pretende-se mostrar a literatura de cordel em novas e variadas mídias para o público jovem paulistano, aprimorando assim a visão dele em relação à imagem do próprio País e aumentando o conhecimento cultural desses jovens. Gerando mais interesse para a leitura e para a poesia na juventude. Este trabalho foi desenvolvido parcialmente com base de estudos empíricos e com métodos de procedimentos estatísticos 15
e também comparativos. Procura-se extrair ao máximo as informações coletadas por meio de pesquisas já previamente feitas, porém também foi elaborado um questionário, próprio para a pesquisa quantitativa. A amostra selecionada no projeto a foi população brasileira, mais especificamente, a população paulistana e jovem. A pesquisa tem caráter exploratório, com elementos de pesquisa para uso de justificativas e bases para o projeto.
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2. DEFINIÇÃO DE LITERATURA DE CORDEL 18
A literatura de cordel é, em suma, a poesia popular. Feita com materiais baratos. tem a tradição de rimar. A literatura de cordel é feita pelo povo, para o povo. Seu conteúdo é de, na maioria das vezes, “causos” vividos ou ouvidos pelos escritores, que compartilhavam suas histórias para as pessoas de sua região, de forma oral e depois impressa. (DE OLIVEIRA, 2012) A literatura de cordel tem suas raízes nos trovadores da idade média que posteriormente escreviam em pequenos folhetos suas histórias e jornadas épicas. Os penduravam em cordões por seu corpo, tendo suas mãos livres para tocar a viola, e assim, trovar, louvar e galantear o povo. Esta tradição continuou até a época colonizadora de Portugal, trazendo esse hábito de decorar e recitar odes e epopéias para os países onde dominou, como o Brasil. Este tipo de literatura, no país, iniciou aproximadamente um pouco depois metade do século XIX. A questão da oralidade foi muito importante para a evolução e sucesso desse tipo de leitura no Brasil, pois não por acaso, a região que tinha a maior atividade de escritores e consumidores da literatura de cordel foi no Nordeste, onde a maioria da população era analfabeta. No começo, quando ainda era uma novidade, as pessoas que não sabiam ler faziam rodas em volta dos contadores, e ouviam com encanto os poetas a falar sobre o próprio povo. A literatura de cordel era a sua fonte de notícias, mas ao mesmo tempo de entretenimento, e sobretudo, de interação social e preservação da própria cultura. (DE OLIVEIRA, 2012) Após o sucesso desse novo tipo de leitura, poetas viram a sua chance de sustentar-se e sustentar sua própria família apenas vendendo suas poesias e contos em folhetos. Tornaram-se assim, 19
seus próprios editores, e vendiam suas obras por preços módicos em feiras cheias de folhetos, pendurados por cordas. Daí o termo, “literatura de cordel”. (OLIVEIRA, 2012)
2.1 ESTRUTURA Com um leque grande variado de temas, como: romances; histórias mágicas e de fantasia; histórias ligadas ao imaginário nordestino e ao cangaço; pelejas; histórias pornográficas; histórias de temas humorísticos; histórias com lição de moral, entre muitos outros, a literatura de cordel se mantem sempre atualizada, apesar de sua estrutura física ser praticamente a mesma sempre: um folheto de 11 x 15,5 cm (formato padronizado e popularizado por Leandro de Gomes Barros e João Martins de Athayde) que é um papel ofício dobrado em 4 partes, dando no total 8 páginas. Folhetos com mais páginas seguem os múltiplos de 8, como folhetos de 16, 24, 32, 40 ou mais páginas.
2.1.1 Estrutura poética A estrutura poética da literatura de cordel, apesar de ter sofrido preconceito por muito tempo, a maior parte por conta de críticos literários que não toleravam as palavras simples utilizadas, não é de tão fácil aprendizado, pois além de se basear em rimas perfeitas e quase-perfeitas, a estrofe e a métrica são bem variadas e contam com vários tipos e estilos de escrita. Os mais populares são: Quadras (estrofes de quatro versos de sete sílabas) O sabonete cheiroso, Bonitinho e perfumado; Ele ouviu alguns rumores 20
Que o deixou encabulado. (A briga do sabão com o sabonete, Izaías Gomes de Assis) Sextilhas (estrofes de seis versos de sete sílabas) A sujeira aqui em baixo Já está fazendo mal E o Homem achando pouco Lá no Espaço Sideral Contamina nossa órbita Com o lixo espacial. (A Terra pede socorro, Izaías Gomes de Assis) Septilhas (estrofes de sete versos de sete sílabas) Bin Laden conectado Com Nete ficou teclando Passando noites no Messenger Por ela se declarando. Bom! Gosto não se discute, Mas não é que pelo Orkut Um romance foi rolando. (Férias que Bin Laden passou em Natal, Izaías Gomes de Assis) Décimas (estrofes de dez versos de sete sílabas) Se eu morrer neste lugar Cessando aqui minha lida Lá do outro lado da vida Do Sertão hei de lembrar E se Deus me castigar Será branda a punição Pois ele dirá então: Pior castigo foi ser Um sertanejo e viver Distante lá do Sertão. (Saudades do meu sertão, Izaías Gomes de Assis) 21
2.1.2 Capas As capas dos folhetos de cordel inicialmente eram feitas com um sistema de impressão tipográficas, não haviam ilustrações, ou, eram utilizados clichês de zinco ou de cobre, e apenas posteriormente foi adotada a xilogravura como técnica para a impressão. Os primeiros folhetos continham diversas informações na capa, como o título da obra, autor, e diversas vezes a forma tipográfica de onde foram impressos. A diagramação e todo aspecto visual da capa da obra era feita pelo tipógrafo responsável pela impressão, que utilizava orlas, vinhetas e diversos tipos diferentes para atrair atenção para o folheto, impressos em papel “manilha” colorido. Este tipo de folheto era chamado pelos poetas populares de “sem capa”, pois não continha o clichê de zinco ou de madeira. A partir de 1914 diversos poetas começaram a utilizar as ilustrações em clichês, algumas vezes utilizados em apenas uma capa específica e em outras usados em diversas capas, com um significado diferente dependendo da história na obra. As ilustrações ficaram cada vez mais comuns nas capas devido ao aumento do público consumidor dos folhetos, principalmente para o público rural, que era menos familiarizado com a escrita, conseguia identificar o tema da história observando as ilustrações. Haviam três fontes para os desenhos de capa, a primeira era por meio de desenhistas populares que, em troca de pagamento, desenhavam com carvão paisagens, personagens famosos da cultura, cenas e personagens extraídos do cinema. A segunda era por meio de imagens decalcadas de cartões-postais, que eram 22
colecionados pela burguesia recifense no inicio do século XX. A última fonte era por meio de fotografias de artistas de cinema, que eram adquiridas pelos poetas em jornais locais depois de usadas para divulgar o filme pela semana. As capas foram feitas de diversas formas, sendo a xilogravura uma das técnicas aplicadas para a confecção, a mais conhecida hoje na literatura de cordel.(DE OLIVEIRA, 2012)
2.1.3 A relação com a xilogravura Como era comum as gráficas padecerem de longos período de ociosidade, pois os jornais eram poucos, os cantadores, com pequeno gasto, passaram a empeitar a impressão de seus versos, vendendo-os depois aos ouvintes de suas cantilenas. É por volta de 1890 que tem início o processo. Joseph Luyten (2005) o confirma: “Temos notícia de literatura de cordel impressa no Brasil desde a época da Abolição”. (p. 73) No século XX a xilogravura brasileira dos grandes centros passou a integrar o mundo das artes plásticas. No entanto, ainda uma vez, se abordará a xilogravura no campo utilitário, e no mesmo século XX. Paralelamente ao seu itinerário artístico no Brasil, ela prestou-se à ilustração dos folhetos de cordel do nordeste, fazendo seu mercado se consolidar de vez. A partir dos trabalhos de Leandro Gomes de Barros (1865 - 1918), o primeiro grande poeta de cordel, as publicações se difundiram por toda a região tradicional dos cantadores, isto é, os sertões da Paraíba, Rio Grande do Norte, Pernambuco e Ceará. Esses impressos de feição gráfica rudimentar procuraram ornar23
se, ao menos na capa, de algum adorno que os tornassem mais atraentes. Partindo de vinhetas tipográficas, passaram desde a década de 1920, a contar com xilogravuras. Produzidas com matrizes de cajazeira, de imburana ou qualquer outra madeira ao fio; entalhadas muitas vezes com prego ou vareta de guarda-chuva, à falta de formão e goiva, essas humildes gravuras alavancaram o sucesso da literatura de cordel e, como um grande aliado dos poetas e editores, serviu de imagem-símbolo de divulgações de suas histórias, e até hoje a presença das marcas e cores fortes da xilogravura vêm à mente no imaginário popular, ao pensarmos em poesias de cordel.
2.2 PRINCIPAIS CORDELISTAS Átila de Almeida (um dos maiores pesquisadores da área) chegou a catalogar cerca de 3.500 folhetos de cordel. (MEYER, 1980) Além disso, vão surgindo novos nomes em todos os cantos do País. Neste trabalho, serão citados cinco, pois eles representam algumas épocas importantes, além de tendências significativas da literatura de cordel brasileira.
2.2.1 Leandro Gomes de Barros (POMBAL, PB, 19.11.1865 - RECIFE, PE, 4.3.1918)
Wikicomuns
Fotografia de Leandro Gomes de Barros (início do século XX)
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Leandro foi um dos primeiros poetas a imprimir seus versos no Brasil. Também foi o mais famoso. Nascido em Pombal, Sertão da Paraíba, morou até 1880 no Teixeira. De lá mudou -se com a famíila para Vitórria de Santo Antão, Pernambuco, para onde levou o fermento da poesia, iniciando a produção que o tornaria célebre. Começou a escrever folhetos em 1889 e seus primeiros impressos datam de 1893. Mas, em 1909, já residindo em Recife, não tinha outra atividade senão a de fazer versos e vendê-los. Foi assim que conseguiu sustentar a sua grande família: no Mercado de São José, nos botequins perto do largo da estação, nos trens, ou em sua própria casa, vendia os folhetos que ele mesmo imprimia. (LUYTEN, 1983) Algumas de suas obras continuam sendo vendidas até hoje. Não se sabe exatamente quantos poemas ele escreveu, mas há cerca de 200 catalogadas. Aos poucos, os pesquisadores estão descobrindo mais folhetos deste autor. Antigamente não se cuidava dos direitos autorais como hoje e, quando Leandro morreu, sua viúva vendeu os folhetos do marido para um outro grande poeta, João Martins de Athayde, que continuou a publicá-los com seu próprio nome. Na época, o que mais importava era o nome do editor, responsável pela distribuição e venda dos folhetos. O nome do autor, geralmente, vinha no fim em forma de acróstico. Há mais de uma dezena de livros escritos exclusivamente a respeito de Leandro Gomes de Barros, e não há dúvidas de que, até hoje, nenhum outro poeta da literatura de cordel conseguiu igualar-se quer em qualidade de versos quer em penetração popular. (MEYER, 1980)
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2.2.2 João Martins de Athayde (INGÁ, PB, 1880 - RECIFE, PE, 1959)
www.memoriasdocordel.com.brs
João Martins de Athayde
Athayde foi o maior editor de literatura de cordel de todos os tempos. Em 1921, ele comprou da viúva de Leandro Gomes de Barros os direitos autorais do grande poeta. A partir daí, ele passou a editar também oas poemas de Leandro. O que atrapalhou muitos pesquisadores foi o fato de ele omitir o nome original e colocar apenas o seu. Na época, porém, isso não era considerado motivo de censura, pois os poemas de Leandro eram conhecidos por todo mundo. Além disso, Athayde se declarava sempre “editor proprietário”. Em 1950, vendeu todos seus direitos (inclusive os que tinha adquirido) para José Bernardo da Silva, que se estabelecera em Juazeiro do Norte, com a Tipografia São Francisco. Desta maneira, deslocou-se para o Estado do Ceará o maior conjunto publicável de literatura de cordel. 26
João foi também um grande poeta. Escreveu centenas de poemas, como História de Joãozinho e Mariquinha, História do Valente Viela e História de Roberto do Diabo. Foi na época de João Martins de Athayde que a literatura de cordel conheceu seu apogeu. Milhares de folhetos saíam semanalmente da folheteria de Athayde e cobriam todo o Nordeste, o Norte e algumas comunidades do Rio de Janeiro. Ele próprio se orgulhava de que nunca tivera de vender seus próprios folhetos. Tinha muitos agentes à sua disposição e era uma das pessoas mais conhecidas do povo nordestino. Com sua doença e falecimento, a literatura popular perdeu um de seus maiores esteios. (MEYER, 1980)
2.2.3 Cuíca de Santo Amaro (SALVADOR, JAN, 1910 - SALVADOR, 1965) www.memoriasdocordel.com.br
Foto de Cuíca de Santo Amaro
Seu nome verdadeiro era José Gomes, mas ele assinava todas as suas obras como D`Ele o Tal Cuíca de Santo Amaro. Cuíca foi um dos mais terríveis poetas populares que já existiram. Era um 27
verdadeiro libelo contra corruptos e poderosos de sua época. Andava pelas ruas de Salvador impecavelmente vestido de fraque, chapéu coco e um cravo vermelho à lapela. Tinha sempre à mão um de seus folhetos que apregoava em locais como Elevador Lacerda, a Baixa dos Sapateiros e feiras populares. Ele chegava a anunciar futuras obras sobre este ou aquele crime ou notícia de corrupção. Frequentemente acontecia que a personalidade envolvida o procurava e comprava toda a edição. Mas ele sempre guardava alguns números para alguns colecionadores amigos, entre os quais o própprio Jorge Amado. Este escreveu sobre ele em várias de suas obras. Sua linguagem era direta e ferina. Não poupava ninguém. Escreveu centenas de obras, mas poucas existem hoje em dia. Talvez por volta de 150. Elas estão entre as preciosidades bibliográficas da literatura de cordel. (MEYER, 1980)
2.2.4 Rodolfo Coelho Cavalcante (ALAGOAS, 12.3.1919) www.marisadelucia.com.br
Foto de Rodolfo Coelho Cavalcante
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Rodolfo mora há muitos anos em Salvador e é considerado o maior poeta vivo da literatura de cordel. Escreveu mais de 1.500 poemas e um deles vendeu acima de um milhão de exemplares. Foi a obra A moça que bateu na mãe e virou cachorra. Com a venda de somente este folheto, ele conseguiu adquirir a casa onde mora hoje. Além de poeta muito ativo, Rodolfo Coelho Cavalcante é um dos maiores líderes de sua classe. Já organizou vários congressos de poetas populares, sendo o primeiro ainda em 1955. Ele também fundou vários jornais que promovem a poesia popular. É presidente da Ordem Nacional dos Cantadores e Poetas de Cordel. Como se vê, é um homem muito ativo, além de bom repentista. Viaja muito e aparece em todos os lugares defendendo a literatura de cordel. Não tem receio de falar com altas autoridades e, há poucos anos, conseguiu transformar a cidade de Salvador em um dos maiores centros de produção e venda de folhetos. Se depender dele, a literatura de cordel não morrerá nunca. (MEYER, 1980)
2.2.5 Raimundo Santa Helena
curtadoc.tv
Foto de Raimundo Santa Helena
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Segundo seu próprio relato, ele nasceu a 6.4.1926, entre a Paraíba e o Ceará. Teve uma infância muito tumultuada. Seu pai foi uma das muitas pessoas assassinadas por Lampião. Raimundo, quando jovem, alistou-se na marinha e chegou a lutar na Europa por ocasião da II Guerra Mundial. Há muitos anos mora no Rio de Janeiro, onde é um dos líderes dos poetas de cordel. Foi o fundador da CORDELBRAS, uma das organizações mais atuantes de cantorias e literatura de cordel do País. Raimundo é de espírito muito combativo e defende com unhas e dentes o direito de expressão do poeta popular. Autor de muitos folhetos, ele é um verdadeiro repórter a nível popular. Ficaram famosos seus livretos sobre Guerra das Malvinas e expedição à Antártida. Há quase dois anos, no próprio dia em que o criminoso “Doca Street” foi condenado, ele escreveu e lançou um folheto a respeito, antecipando os próprios jornais.(MEYER, 1980)
2.3 CULTURA E LITERATURA DE CORDEL Cultura é uma palavra que teve o seu significado alterado conforme o tempo, possuindo mais de uma concepção. Ela possui a sua origem no latim colere, que significa “cultivar” ou “habitar”, nos estudos de Thompson podemos verificar que o termo cultura significava atividade, até o século XVIII, cuidar de algo como plantações e animais; O que nos leva ao seu significado clássico, definido por Thompson, que dizia que a cultura é “conhecimento”, e deve ser buscada, e só é alcançada com esforço assim como o alimento provido pelo “bom cultivo”. Thompson afirma que a 30
concepção clássica de cultura era: “desenvolvimento e enobrecimento das faculdades humanas, um processo facilitado pela assimilação de trabalhos acadêmicos e artísticos e ligado ao caráter progressista da era moderna.” Thompson (1995, p.170) Daí vem a ideia de que uma pessoa ou um povo é mais culto do que outro, esta ideia foi utilizada até para colonizar, palavra que possui a mesma origem conforme Alfredo Bosi em Dialética da Colonização, o que dava o direito de um povo mais culto, “cultivar” suas ideias e costumes em um povo que pode-se chamar de “terreno mal utilizado” ao ver do colonizador. Hoje dentre as cinco definições estipuladas pelo pesquisador, a Descritiva é a mais utilizada pelos antropólogos: “A concepção descritiva da cultura refere-se a um variado conjunto de valores, crenças, costumes, convenções, hábitos e práticas características de uma sociedade específica ou de um período histórico. Nessa concepção o conceito de cultura foi despojado da conotação etnocêntrica. Estava menos ligado ao enobrecimento da mente e do espírito e mais ligado às práticas e costumes de outras sociedades que não as europeias.” (RODRIGUES, 2011, p.27)
Sendo a definição criada por Edward B. Tylor “todo aquele complexo que inclui o conhecimento, as crenças, a arte, a moral, a lei, os costumes e todos os outros hábitos e capacidades adquiridos pelo homem como membro da sociedade”. Esta definição acaba com a ideia de que uma cultura é melhor que outra, tornando-as apenas diferentes. É claro que esta definição de cultura não eximiu o etnocentrismo ou preconceitos culturais e relação a outro grupo social (cultura). 31
Dentro deste panorama tem-se a literatura de cordel e a xilogravura, que é um dos aspectos da cultura popular nordestina brasileira, mas que também se vale para reafirmá-la, atuando como meio de orgulho aos membros desta sociedade e sendo um meio de mostrar a sua cultura, contar os causos, contos e o folclore, divulgando-a. Tornando-se um símbolo reconhecido não apenas nacionalmente. Cultura popular entende-se por aspectos adotados por várias gerações, sendo geralmente passada oralmente dos membros mais velhos aos mais novos de uma sociedade. Sendo diferenciada por alguns autores da Cultura de Massa, de acordo com estes pensadores a segunda é representada por um fenômeno que não se torna perene a determinada sociedade, tornando-se uma moda seguida por uma grande “massa”, o produto desta é muitas vezes apoiado, já por sua vez a popular se integra aos membros desta sociedade.
2.4 ORALIDADE DE TRADIÇÃO O Cordel era transmitido de diversas formas, uma delas é por meio da poesia oral, onde se declamavam os poemas em rodas de amigos, em praças e em feiras, criando assim um maior acesso para a população, onde boa parte dos pobres não era alfabetizado. “No Brasil, a performance do poeta popular em uma situação de oralidade nas feiras e mercados do Nordeste é a mesma que encontramos em um recital poético regado à vinho e petiscos sofisticados. A única diferença reside na posição social dos recitadores e dos ouvintes, pois os
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folhetos eram cantados e comprados nas feiras por pessoas analfabetas, após tê-los escutado e gostado da história, para serem lidos por parentes e amigos, posteriormente. “( DE OLIVEIRA ,2012, p.107)
Quem não sabia ler e escrever na época transmitia os poemas que ouvia de memória, dessa forma eram criadas diversas vertentes da mesma história e muitas vezes se perdia o autor, passando a se tornar um conto popular. A mesma história repetida diversas vezes para amigos e familiares, onde, o pai contava pro filho, que mais tarde em sua vida recontava para seu filho criava uma tradição de histórias, fortalecendo a cultura e o folclore da região.
2.5 O CORDEL NA ESCOLA O primeiro contato com a literatura de cordel com o Jovem paulistano acontece na escola, usado como incentivo para as crianças se interessarem por ler e escrever. Por ter linguagem fácil e ser toda rimada em versos, ela cria o prazer em ler na infância. “Rasgar as amarras do preconceito faz parte da construção da educação, e é rompendo com o óbvio modelo de ensino de leitura que surge a “figura” da Literatura de Cordel na sala de aula como incentivo à leitura, em um mundo cada vez menor e alunos cercados de tecnologia, faz-se necessário lançar mão de artifícios para atrair a atenção dos alunos para a leitura, visando a necessidade de promover o desenvolvimento pelo prazer de ler, incitando-os a ter uma aproximação maior com os livros, usando o Cordel como ponto de partida para causar interesse pela busca de novos tipos literários.” (NOGUEIRA, 2009, pg.8)
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Tendo o prazer de ler os livretos a criança é incentivada a escrever o próprio folheto, que por ter histórias que tratam da realidade com humor e rimas, instiga a criatividade de uma forma menos formal e mais prazerosa de se fazer. Quando o prazer em escrever e ler é despertado pela criança, ela se torna mais interessada em novos textos, assim criando uma facilidade maior para a interpretação, escrita e a facilidade de expressar-se oralmente. O interesse pela leitura é peça chave no aprendizado, não só da Língua Portuguesa, mas de diversas disciplinas lecionadas no ensino fundamental. (SLOGNO, 2013) “Toda criança que tem acesso à leitura, tem maior clareza de aprender e enfrentar os desafios propostos no seu dia-a-dia, pois reconhecemos que para qualquer ser, na profissão ou em qualquer área que dela for necessária; ele compreenderá melhor o mundo.” (SLOGNO, 2013, pg.8)
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3. O DESIGN 36
3.1 A AMPLITUDE DO DESIGN O design devido ao seu caráter projetista e solucionador toma forma em vários tipos de meios e mídias, sejam eles visuais ou produtos que utilizamos no dia-a-dia. (FRATIN, 2014) Pode ser dividido em múltiplas categorias e subcategorias, porém as mais famosas e procuradas atualmente são o Design Gráfico, Design de Produtos, Design de Moda, Design de Games e Design de Interiores. Devido à abrangência do termo na cultura popular, foram incluídas muitas outras profissões de forma errônea, como o “Hair Designer” (para cabelereiros), “Cake Designer” (para confeiteiros), “Body Designer” (para tatuadores), que são meramente estéticas. (FRATIN, 2014) Chama-se de designer de produtos o sujeito que projeta e cria objetos físicos, chamados de ‘produtos’, como embalagens de alimento ou produtos de higiene, móveis, automóveis, eletroeletrônicos e etc. (FRATIN, 2014) O designer de produtos tem que levar em consideração qual a função, e o contexto em que o produto vai ser utilizado, para assim criar a forma mais adequada de fazê-lo. (FRATIN, 2014)
3.1.1 Design de Produtos Chama-se de designer de produtos o profissional que projeta e cria objetos físicos, chamados de ‘produtos’, como embalagens de alimento ou produtos de higiene, móveis, automóveis, eletroeletrônicos etc. (FRATIN, 2014) O designer de produtos tem que levar em consideração qual 37
a função, e o contexto em que o produto vai ser utilizado, para assim criar a forma mais adequada de fazê-lo. (FRATIN, 2014)
3.1.2 Design de Moda Design de moda é a área que cuida do desenvolvimento de coleções, estampas, acessórios de moda para os mais diversos segmentos, observando as necessidades do mercado, com o seu olhar estético e seu vasto repertório cultural. (FRATIN, 2014)
3.1.3 Design de Games A área de design de games é um mercado muito promissor atualmente, e se encontra em expansão no Brasil, com poucos recursos, mas crescendo bastante. (O designer de games tem por objetivo criar um jogo para entretenimento de terceiros, seja em plataformas eletrônicas como os videogames ou mesmo fisicamente, como os jogos de tabuleiro. Ele aprende desde os conceitos de criação de roteiro, personagens e marketing até modelagem e animação. Pesquisas mostram que a indústria de games é a que mais fatura no mundo, inclusive acima da musical e da cinematográfica. (BNDES, 2014)
3.1.4 Design de Interiores O designer de interiores é o profissional que participa na criação e execução de projetos de interiores de espaços comerciais, residenciais, institucionais ou até em vendas especializadas. Pode 38
trabalhar em empresas de eventos, imobiliárias, lojas de móveis, de decoração, de iluminação etc. (FRATIN, 2014)
3.1.5 Design Gráfico O design gráfico trabalha com a comunicação visual que seus projetos podem alcançar, por meio das ciências humanas (a profissão utiliza muito da parte de publicidade e propaganda), e da tecnologia (softwares de criação e edição, como o Illustrator e o Photoshop, respectivamente) e pode criar desde panfletos a banners, de simples logos, a reestruturar um sistema gráfico de uma empresa, animações, criação de um sistema tipográfico (palavra que vem do grego, e significa ‘forma da escrita’) inteiro, projetar layouts (o formato estrutural e visual da página) de sites e etc. Segundo Alexandre Wollner, um dos principais e pioneiros designers do Brasil, design gráfico é: “É dimensionar uma estrutura onde todos os elementos visuais nos vários meios de comunicação visual. Não é só fazer uma marquinha sem se preocupar com o comportamento que essa marca vai ter em todo o contexto, não só da indústria, mas também da comunicação visual. Ela precisa estar baseada em toda uma estruturação e prever aplicações bastante coerentes. Essa é a proposta do design, que não está preocupado com a estética, mas com a função, com materiais, com a ergonomia visual, com aplicações planas e não planas. ” (Wollner, 2010, pg.91)
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O Web Design, profissão que cresce enormemente no Brasil, é uma das ramificações do Design Gráfico, a arte de pensar em um layout, tipografias e conteúdo surge basicamente do design gráfico, que agora está criando um novo mercado.
3.2 O DESIGN NA LITERATURA DE CORDEL O cordel é um livrinho normalmente impresso em papel-jornal, com número variado de páginas, sempre múltiplas de quatro. O número de páginas pode variar entre 8, 16, 32, 48 páginas. Através dos revendedores e editores espalhados em pontos estratégicos, os folhetos de cordel foram acompanhados as andaças dos seus autores, os migrantes nordestinos. Os vendedores perceberam a dificuldade da compreensão das informações obtidas no cordel para os compradores pois a grande maioria eram analfabetos. Então tiveram a brilhante ideia de citar, em forma de tons declamado e era interrompida nos momentos mais emocionantes, para dar tempo ao público de manifestar seus sentimentos, sua curiosidade, sua indignação. Assim, o camelô faz seu público rir ou chorar, retomando a leitura em tom sempre crescente, até o momento de maior suspense, quando a interrompe novamente: “O valente vai conseguir vencer o fazendeiro?” “O mocinho vai conquistar a princesa?” “Quem quiser saber é só comprar o folheto…” Começa então a vender. E, mais tarde, volta a se formar a roda em torno do vendedor, que começa a ler outro folheto... e assim por diante. Podemos perceber que o vendedor percebeu um problema de alfabetização. Para solucionar esse problema, ele transformou a comunicação 40
visual que era a leitura em comunicação auditiva. Associa-se o folheto à ilustração em xilografia que aparece em sua capa. Mas estas ilustrações são moderadamente recentes. No começo, o cordel apresentava na capa apenas a indicação da autoria, o título e um outro ornamento tipográfico. Na contracapa havia o endereço do autor, que quase sempre era também o vendedor de seus folhetos. João Martins de Athayde percebeu a similarização das capas dos cordéis e surgiu uma ideia. Utilizou as ilustrações como um diferencial, algo inovador na época, para chamar a atenção do público. Athayde foi o grande responsável pela introdução das ilustrações no cordel. Por esse motivo, surgiram os clichês de artistas de cinema ou de cartões postais, poses de namorados para histórias de amor, ilustrações de filmes de mocinho para folhetos que narrassem valentia. Depois, a xilografia passou a constituir-se em uma gravura, feita num taco de madeira (imburana), que podia ilustrar diversos folhetos de temas semelhantes. Entre os xilógrafos atuais, destacam-se os seguintes nomes: J.Borges (Bezerros, Pernambuco); Dila (Caruaru, Pernambuco); Stênio (Juazeiro); J. Barros (atualmente em São Paulo); Jerônimo, etc. As capas preferidas do público que compra os folhetos são as coloridas. Não podemos esquecer da importância das contracapas no cordel, pois constituem uma fonte útil de informações. Elas trazem nome, endereço e até fotos do autor e também conselhos patrióticos, avisos diversos, propagandas de horóscopos e almanaques.
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4. A TRANSMテ好IA 42
Com o avanço da tecnologia, dos meios de comunicação e da internet a população passou a se comunicar de maneira mais integrada, utilizando vários meios para manter o contato e se informar, a muito se foi o tempo onde um meio de comunicação precisava se preocupar apenas com o conteúdo próprio, os canais televisivos por exemplo criaram sites, blogs, rádios, aplicativos entre outras plataformas surgindo assim a Crossmedia um precursor da Transmidia, onde o conteúdo é adaptado para outro meio de comunicação, transmitindo assim a mesma mensagem em diversos meios. Um exemplo muito utilizado é a narração de um jogo de futebol, seja no rádio, na TV ou na internet a informação transmitida é a mesma, o usuário que tiver acesso a uma destas terá o mesmo conhecimento do que acompanhou em outro meio. “Houve uma época em que empresas publicavam jornais, revistas e livros e não faziam muito mais do que isso; seu envolvimento com outros meios de comunicação era insignificante” (JENKINS, 2009, p. 35) “Alimentar essa convergência tecnológica significa uma mudança nos padrões de propriedade dos meios de comunicação. Enquanto o foco da velha Hollywood era o cinema, os novos conglomerados têm interesse em controlar toda uma indústria de entretenimento. A Warner Bros. produz filmes, televisão, música popular, games , websites, brinquedos, parques de diversão , livros, jornais, revistas e quadrinhos.” (JENKINS, 2008, p. 44)
Na transmídia, o comunicador além de fazer um projeto para mais de um meio de comunicação, procura transmitir uma men43
sagem que respeite as particularidades de cada meio e que em cada um deles seja contada parte da história, transmitindo por cada plataforma um ponto de vista ou uma parte da mensagem, e mesmo que o receptor tenha acesso apenas a uma parte desta informação deve compreender a ideia da comunicação, seja ela uma publicidade, filme ou identidade de marca. Conforme o grupo de estudos Era Transmídia para um projeto ser considerado transmídiatico ele precisa: “Segundo o entendimento de nosso Grupo de Estudos, para algo (ou um projeto) ser considerado transmídia, deverão ser utilizadas no mínimo três plataformas de mídia diferentes. Porém quanto mais plataformas forem utilizadas, mais transmidiático será o projeto.” (GRUPO ERA TRANSMÍDIA, 2012, p.269)
Este modelo também permite que o receptor se torne interlocutor, com o advento tecnológico citado acima tornou muitas das atividades que antes eram realizadas em pequenos grupos como conversas durante o almoço ou conversas de bar em eventos sociais, após assistir uma novela o telespectador posta a sua visão do episódio nas redes sociais, rapidamente são vinculados memes aquele episódio e calorosas discussões são formadas em fóruns e fanpages. Esta nova relação entre o emissor e o receptor onde podem trocar os papeis empenhados, permite que o público interaja e influencie o resultado do seu programa, esta possibilidade gera maior engajamento do público tornando-os mais interessados pois sabem que a sua opinião é importante, além de permitir que 44
personagens se tornem reais e pessoas se tornem personagens, um exemplo é o filme Antônia (2006) onde um grupo de rap fictício procura se tornar conhecido no mundo da música, o filme posteriormente virou minissérie e depois as atrizes formaram um grupo homônimo, com apresentações por todo Brasil. Outro exemplo foi a novela Cheias de Charme que além de atingir média de 30 pontos percentuais no IBOPE, chegando a 39 pontos na segunda-feira de 23/06/2012 – um ponto percentual corresponde a 60,2 mil domicílios. A novela se apoiou na web, um dos clipes do grupo foi publicado no sábado e foi apresentada na novela na segunda-feira seguinte. “Nós queríamos que quando o personagem dissesse na novela que o clipe já estava na internet, aquilo realmente já estivesse na web da vida real e os espectadores pudessem ver” Filipe Miguez – Autor da Novela Cheias de Charme em entrevista ao Estadão (2012)
Posteriormente foi criado um hotsite onde os telespectadores enviavam paródias do clip, vídeos e fotos, atingindo a marca de 1.300 vídeos em menos de um mês. A comprovação do sucesso dessa estratégia é que a atual novela da Globo “Geração Brasil” utiliza o mesmo processo, conforme diz o autor: “Começamos essa relação transmídia em ‘Cheias de Charme’. Digamos que foi o começo do caminho que estamos trilhando. Estamos começando mais um trabalho diferente, especial, que eu acho que vai dar o que falar. Vamos falar de tecnologia e de como ela está afetando e modificando as relações pessoais hoje em dia. Você vão ver muitas
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brincadeiras de linguagem e apostamos muito na coisa da segunda tela. Vamos usar a internet como aliada para assistir TV. É uma aposta alta, mas que a gente acha que vai dar certo. A gente não levanta a bandeira da tecnologia, a gente discute a tecnologia por esse viés. Estudos comprovam que os brasileiros são muito ligados à tecnologia e aceitam inovações tecnológicas” Miguez, Filipe. “Geração Brasil” repete fórmula de “Cheias de Charme” e aposta na interatividade: depoimento. [5 de abril, 2014]. São Paulo: IG Gente. Entrevista concedida a Nina Ramos.) em entrevista para GenteIG – 15/04/2014
Mas esta relação também representa riscos pois muitas vezes o público pode reagir “negativamente”, conforme comenta Jenkins (2008) “Quando as pessoas assumem o controle das mídias, os resultados podem ser maravilhosamente criativos; podem ser também uma má notícia para todos os envolvidos”. Foi o caso do episodio “Breaker of Chains” de Game of Thrones, após uma cena que chocou os fãs, estes se revoltam, postando sua indignação nas redes antes mesmo do episódio acabar, na cena do seriado o personagem Jaime Lannister estupra a rainha Cersei Lannister, em frente ao túmulo do filho Jofrey Lannister, por sua vez o livro que originou a série apresenta a mesma cena de forma mais leve, onde a relação é consensual, embora inicialmente a rainha não estivesse disposta. A discussão focou-se na mudança de uma cena de sexo para um estupro. Levando grupos feministas que apontarem a série e sua direção como machista se apoiando nesta e em outras cenas da série, e a mesma chegou a perder alguns fãs. A repercussão forçou o escritor e os produtores a se explicarem, conforme disse George R.R. Martin a cena foi criada para ser 46
perturbadora, mas incomodou as pessoas pelos motivos errados. Explicando que a série sofre do Efeito Borboleta onde uma pequena alteração em um evento tem consequências catastróficas a frente. “... Eu acho que o “Efeito Borboleta” que falei tantas vezes estava trabalhando aqui ... Eu escrevi essa cena sob o ponto de vista de Jaime, então o leitor está dentro da cabeça dele, ouvindo seus pensamentos. Na série, a câmera é necessariamente impessoal. Você não sabe o que ele está pensando ou sentindo, apenas o que estão dizendo e fazendo ... Se a série tivesse mantido algo do diálogo de Cersei nos livros, teria passado uma impressão diferente ... A cena sempre foi pensada para ser perturbadora... mas me arrependo se ela incomodou as pessoas pelos motivos errados” (Tradução Livre)
4.1 TRANSMÍDIA E STORYTELLING A transmídia muitas vezes é trabalhada em conjunto com o Storytelling, técnica que usamos desde tempos imemoriáveis, a arte de contar histórias. Ao contar uma história podemos envolver um público gerar empatia e emocionar. São usadas técnicas de narrativa, uma das técnicas mostradas por Joseph Campbell é a Jornada do Herói utilizada em várias histórias mundialmente conhecidas como a de Jesus, Robin Hood, Luke Skywalker, Bilbo Bolseiro entre outros, a narrativa é dividida em 12 atos, sendo os principais: apresentação do personagem, que é um homem comum, este é chamado para uma aventura, passa por provações e testes e alcança superação e vitória. 47
Esta narrativa pode ser vista nos comerciais da Johnnie Walker, no curta “The Man Who Walked Around The World”, que começa com a seguinte frase “Eis uma história verdadeira sobre um jovem rapaz chamado Jhon”, com esta primeira frase o telespectador já é cativado pelo cena pois é instigado pela curiosidade sobre esta história verdadeira, ele continua descrevendo o rapaz como “apenas um menino de fazenda”, mostrando-o como uma pessoa comum, o narrador continua contando que um dia saiu para uma caminha após a morte de seu pai (Provação), a fazenda da família é vendida e com o dinheiro abriu uma loja de departamentos (aventura), onde passou a misturar os maltes para criar novas e melhores bebidas, que logo cresceu e se tornou uma grande indústria, os filhos e netos com o tempo assumiram a empresa e se juntaram a caminhada do pai e expandindo a empresa por todo o mundo, finalizando com a frase “Duzentos anos se passaram, e Johnnie Walker ainda esta caminhando e ele não mostra nenhum sinal de que vai parar.” Durante o curta, narrado em tom épico, o narrador conta a história enquanto caminha, fazendo uma alusão ao nome da marca e sua Tagline (Keep Walking), são usadas palavras como “prosperou”, “ambicioso”, “inconfundível” , “irredutível”, neste comercial eles mostram os seus valores e o diferencial da marca, mostra também que assim como o garoto Jhon podemos “caminhar” que ao utilizar o produto já somos “prósperos, ambiciosos, inconfundíveis e irredutíveis”, assim o receptor é cativado pelo garoto e levado a desejar ser como ele, assim como quando assiste um filme com seu personagem preferido. Nas outras comunicações este modelo é mantido, muitas vezes nos apresentando como 48
os heróis da história como no comercial “Keep Walking, Brazil”, onde o Pão de Açúcar se levanta, virando um gigante de pedra e começa a caminhar em direção ao mar, emocionando todos os que estavam em volta e acompanhando a cena, gerando patriotismo e curiosidade nos presentes, o vídeo fecha com a frase “O gigante não está mais adormecido. Keep Walking, Brazil”. Lançado em 2011, faz alusão ao hino “gigante pela própria natureza” e a história de que “o gigante está adormecido”, a marca nos mostra uma história com nossos ícones e frases. Um experimento mostrou que ao contar uma história o ouvinte se torna mais compreensivo e pronto a fazer o que lhe é solicitado, inicialmente um ator furou determinada fila sem falar nada, as pessoas que também estavam na fila reclamaram e pediram que este fosse ao final da fila, posteriormente foi enviado outra pessoa para furar fila, mas o segundo explicava o porque precisava tomar a frente dos demais, dando um bom motivo: “estou atrasado para uma entrevista e posso perder o emprego” as pessoas cediam o lugar sem reclamar porque foi-lhes apresentado um “porque” elas “conheciam a história” do ator, foi feito um terceiro teste onde a justificativa para furar a fila não era tão consistente “preciso furar fila porque preciso terminar isto rápido”, mas isto não gerou uma grande diferença nas reclamações dos grupos e na reação permitindo que o ator passasse a sua frente. A empatia é uma capacidade interessante onde passa-se a sentir o que o outro sente, os responsáveis por isso são os “Neurônios Espelho”, que nos emociona quando assistimos um filme ou lemos um livro. Descoberto em 1994 quando cientistas ao analisarem macacos, perceberam que ao realizar algumas ações especificas 49
um conjunto de células nervosas eram ativadas, estas se localizam na região do córtex motor, estes concluirão que se tratava de uma região responsável por alguns movimentos mas logo perceberam que as mesmas células também eram ativadas quando os macacos viam um dos pesquisadores fazendo a mesma ação, o que demonstrou que fazer algo ou assistir alguém fazendo tinha o mesmo significado, não tendo diferença na reação das células independente de quem executava a ação. Após novos testes perceberam que em seres humanos também acontecia a mesma coisa, utilizamos a observação e imitação para aprender. Ler a frase “Ele está chupando um limão”, faz com que salivemos mesmo não vendo a cena e não sabendo quem é “ele”, o cérebro faz uso de nossas experiências vividas anteriormente para “simular”, fazendo com que revivamos certa experiência, sem estarmos de fato tendo a experiência. Martha Gabriel, escritora, palestrante nas áreas Marketing Digital e Coordenadora coordenadora e professora do curso de MBA em Marketing da HSM Educação, apresenta o fenômeno de Tempo Real e Sobrecarga Informacional, para explicar a relação de Transmidia e Storytelling. Como as pessoas não tem tempo para prestar atenção em tudo que está a sua volta, precisamos chamar a atenção delas usando o que elas gostam, uma coisa que todos adoram são histórias. “Fenômeno onde as pessoas não tem tempo para prestar atenção em tudo então uma das maneiras que agente tem no marketing e também em outras áreas de atrair a atenção das pessoas é por meio das coisas que elas gostam e uma das coisas que as pessoas adoram são as
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histórias, história e jogos, então as técnicas de transmidia e storytelling basicamente elas tratam de qual história é interessante uma marca contar e em quais plataformas isso vai acontecer, de maneira que cada plataforma contribuía com um pedacinho da história e que seja um pedaço onde a plataforma contribua com as suas forças, por exemplo quando você faz uma parte que é no mobile ele não vai repetir a mesma coisa que está cinema ou que está na revista, na realidade ele vai fazer uma peça que é especifica para o mobile e que tenha as características do mobile e que continua para a história como um todo. É como se fosse uma orquestra você tem uma sinfônica maior mas cada instrumento toca uma parte uma estrutura diferente.” Gabriel, Martha Transmídia e Storytelling. HSM Educação. 2012
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5. DESIGN, TRANSMテ好IA E LITERATURA DE CORDEL 52
Três pilares essenciais deste trabalho, o design, a transmídia, e a literatura de cordel, têm algumas coisas em comum. São utilidades para um novo fim: uma nova história, uma nova ideia, um novo jeito de ver as coisas ao nosso redor. Por isso escolheu se estes três conceitos, possuem características que podem ser complementares uns aos outros. Poderá por exemplo, fundamentar-se em conceitos já reconhecidos e bastante estudados no design para se aplicar na literatura de cordel. As diretrizes de necessidade industrial e cultural da escola de Frankfurt, em que se estuda até que ponto a cultura pode ser industrializada sem perder seu caráter ou impor o seu caráter para o grande público, pode ser aplicada ao contexto do cordel e em como ele pode ser aplicado e divulgado ao grande público. Ariano Suassuna também pensava acerca desse problema e foi além, criou o Movimento Armorial, que propunha transmutar a imagem popular e frequentemente desvalorizada e caçoada da cultura nordestina em arte erudita e rica, importante e influenciadora. (RAMOS, 2008) Poderá também utilizar-se dos conceitos de transmídia e storytelling para compor novos métodos de apresentar e divulgar a literatura de cordel, seja na mídia que for. Assim, usando de conceitos estudados nas duas áreas pode-se aplicar à essência do cordel, alcançando novos públicos e influenciar novos meios de interação para essa mídia.
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6. ANÁLISE DEMOGRÁFICA 54
De acordo com pesquisas quantitativas desenvolvidas pelos idealizadores do projeto via formulário online que obteve 92 respostas. Quando perguntados sobre o nível de leitura, o jovem paulistano está mais interessado pela leitura, 32% afirmam que costumam ler com frequência, 22% que sempre carregam um livro ou revista e apenas 1% que não possui o costume de ler e 5% lêem raramente. Romances e ficção são os mais lidos. Em novembro de 2014 dos 10 livros mais comprados 7 são voltados para o público jovem, segundo o site da Veja1 . Porem boa parte da leitura são itens da cultura pop, principalmente escritos por norte-americanos ou europeus, e estes passam a não dar valor ao produto nacional, tornando o jovem insensível as histórias e nossos heróis brasileiros. Isso fica claro pois 53% dos entrevistados quando perguntados se conheciam a literatura de cordel responderam que não conhecem e apenas 20% responderam conhecer algum cordelista, os que conhecem aprenderam na escola sendo este, em geral, o seu único contato com o cordel. Este grupo não apenas possui o costume de ler mas também escreve 22% costuma escrever poemas e poesias, e 19% escreve para blogs e sites. Embora hoje os smartphones e tablets sejam muito utilizados por este público 53% afirma que não utilizam este meio para leitura. Deste grupo, 58% está cursando o ensino superior e possui renda média de R$ 1.000,00 a R$ 1.500,00, com idade de 20 a 25 anos, mostrando parcialmente a face de nosso público-alvo. 1
http://veja.abril.com.br/livros_mais_vendidos/
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7. CONCLUSテグ DA PESQUISA 56
A literatura de cordel é um bem cultural brasileiro que deve ser valorizado e passado para novas gerações, o conhecimento sobre o cordel na juventude paulistana é muito raso, tendo pouco contato com ela na escola na maioria dos casos. Segundo a pesquisa quantitativa realizada o interesse na leitura para os jovens é médio, com foco em leitura via internet e muitas vezes apenas sobre cultura estrangeira. Pretende-se criar um produto que por meio do design e da transmídia acabe com essa escassez de informação sobre a literatura de cordel para o jovem. Modernizando o Cordel e aproximando o estilo visual de um meio antigo para as novas mídias irá gerar um interesse maior sobre a literatura brasileira no jovem, melhorando seu conhecimento sobre a cultura de seu país diminuindo a distância cultural entre estados. A literatura que era passada via folhetos irá ser adaptada para plataformas modernas, como mídias digitais e diferentes formas de impresso, criando-se alterações no estilo de apresentação do conto, mas sem perder a sua essência. A Fundação Casa de Rui Barbosa deixa seu acervo aberto para se ler os folhetos on-line, porém com um site de difícil navegação. Com uma ideia semelhante porém melhor aplicada o projeto irá dar melhores resultados com o público selecionado. Ler e consumir cultura de seu próprio País é uma forma de se manter e fortalecer uma identidade. O projeto irá fortalecer o interesse em leitura e criar uma vontade maior em se adquirir cultura brasileira.
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8.CONCEITO DO PROJETO 58
8.1 ACORDEL O projeto se chama ‘Acordel’. O nome dá sugestão a diferentes visões de entendimento, assim como a transmídia, por exemplo. Há o acorde, elemento musical, remetendo à musicalidade sempre presente nas feiras e praças de cordel. Há também, na parte visual do nome, no logo do projeto, um pequeno ponto abaixo da letra ‘l’, que ajuda a criar também a palavra “Acorde!”, criando uma conexão objetivo final do projeto, despertar a atenção do grande público para a literatura de cordel e para cultura.
8.2 DESCRIÇÃO A principal meta do projeto é propagar a literatura de cordel de uma forma poética e revitalizada, para um público que não têm em sua totalidade interesse por cultura brasileira e suas raízes. Para isso, criamos com o auxílio dos conceitos de transmídia e do design uma exposição que conta a história de toda a cultura da literatura de cordel e seus expoentes, contrapondo com o cordel contemporâneo, evidenciando as possibilidades que esse tipo de arte pode oferecer. Assim, com a alta interatividade e possibilidades, cria-se uma conexão maior com nosso público e gera um interesse maior em consumir e produzir cultura. O local escolhido para a exposição foi o Memorial da América Latina, pois este museu tem em seu ideal a missão de “Lembrar quem somos a nós mesmos”. Com a acessibilidade fácil ao metrô e entrada gratuita, pretende-se que o público seja atraído até o museu. 59
8.3 DESENVOLVIMENTO 8.3.1 Estudos Abaixo alguns estudos para o logotipo, com o carcará como um símbolo sugerindo a cultura nordestina. Formas flat, principalmente o triângulo e círculo são sinais de conteporaniedade, dessa forma sendo aplicado de forma que revitalize a cultura nordestina e da literatura de codel.
Rascunhos do Logotipo Acordel
Abaixo o logotipo finalizado.
Logotipo Acordel
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Abaixo, representação de exposições recentes que serviram como influência na elaboração do projeto, tanto pela ousadia de interação obra x público como também no alto número de frequência de cada uma delas.
Ron Mueck
Obsessão Infinita
O Mundo Segundo Mafalda
Castelo Rá-tim-bum
Exposições frequentadas pelo publico pesquisado
8.3.2 Representação visual do projeto Abaixo estão elementos que compõe a identidade visual deste projeto, como ícones, desenhos e ilustrações.
Ícones utilizados no projeto
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Ilustração para demosntração da tipografia usada
Ilustração digital simulando xilogravura de um carcará
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PadrĂľes utilizados (simulando xilogravura)
Desenho da MĂŁo, sĂmbolo do Memorial da America Latina
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Padrão utilizado para apoio de materiais da exposição
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8.3.3 Cores As cores usadas no projeto remetem diretamente as cores que eram predominantemente usadas na impressão de cordéis, porém, as usamos de forma mais vibrante, mais próxima da realidade em que o mundo gráfico se encontra atualmente C=0 M=45 Y=0 K=02 R=243 G=164 B=20
C=60 M=80 Y=60 K=0 R=38 G=9 B=21
C=25 M=0 Y=60 K=0 R=198 G=222 B=137
C=10 M=5 Y=100 K=0 R=236 G=221 B=19
C=45 M=0 Y=5 K=0 5 R=129 G=211 B=23
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8.3.4 Tipografia As famílias tipográficas utilizadas no projeto são fortes e com personalidade. A Xilosa, criada em 2011 por Atila Milanio, é usada no logo e para ênfase em alguns lugares. É uma fonte que remete à crueza da xilogravura.
Xilosa: ABCDEFGHIJKLMNOPQRSTUVWXYZ abcdefghijklmnopqrstuvwxyz 0123456789 A Bizon, criada em 2014 por Axel Bizon, é usada para títulos e chamadas, também sendo uma fonte forte com características irregulares de contorno como na xilogravura.
Bizon: ABCDEFGHIJKLMNOPQRSTUVWXYZ A família lato, criada por Łukasz Dziedzic em 2010 é uma fonte sem serifa, leve e usada para os textos corridos.
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Lato: ABCDEFGHIJKLMNOPQRSTUVWXYZ abcdefghijklmnopqrstuvwxyz 0123456789 Lato Bold: ABCDEFGHIJKLMNOPQRSTUVWXYZ abcdefghijklmnopqrstuvwxyz 0123456789 Lato Black: ABCDEFGHIJKLMNOPQRSTUVWXYZ abcdefghijklmnopqrstuvwxyz 0123456789 Lato Black Italic: ABCDEFGHIJKLMNOPQRSTUVWXYZ abcdefghijklmnopqrstuvwxyz 0123456789 Lato Hairline Italic: ABCDEFGHIJKLMNOPQRSTUVWXYZ abcdefghijklmnopqrstuvwxyz 0123456789 67
8.3.5 - Mecânicas e Interatividades A exposição será dividida em seções, as quais estão ilustradas abaixo. Será usado apenas uma parte do Memorial da América Latina, onde o tamanho é adequado ao projeto, e onde se encontra a Galeria Marta Traba, o Salão de Atos, a biblioteca e a escultura da Mão, locais que oferecem grandes possibilidades de interação espaço-público. Em caso de chuva, os declamadores vão para dentro da Galeria Marta traba, a feira gastronômica continua aberta porém em ritmo menor, e as barracas de cordel fecham pois há itens frágeis que contém papel. Estabeleceu-se uma ordem de preferência de fluxo, que facilitará o público a entender o conceito da exposição, e chegando mais próximo de nosso objetivo. Esta ordem porém não é obrigatória, deixando o público livre para explorar como quiser o local. Segue as atrações e locais a serem frequentados, na mesma ordem da preferência de fluxo: Depois da entrada da exposição, tanto do lado do túnel quanto da ponte, os visitantes se deparam com declamadores de poesia, entoando poemas de cordel com força e simpatia. Quando acabam, também atuam como orientadores, podendo indicar o fluxo sugerido e contando também sobre a exposição e sobre o que é ser um poeta e declamador.
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Tenda de Workshops
Entrada
Biblioteca Latino-Americana
Galeria Marta Traba
Praça Cívica
Entrada
Salão de Atos
Workshops
Barraquinhas de comida
Barraquinhas de venda de cordelde cordéis
Declamadores de poesia
Palestras
Renovando o mundo do cordel
Conhecendo o mundo do cordel
Entradas e Saídas Sanitários Ambulatório Bombeiros
Seguranças Bilheteria Metrô Palmeiras Barra-Funda
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Depois, o visitante encontra uma grande praça aberta, onde se encontra a feira gastronômica com comidas típicas da cultura nordestina e a venda de livretos de cordel.
Visão aérea da Praça Cívica demonstrando a feira gastronômica e a feira de cordel
Barraca para venda de cordéis
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Barracas da feira gastr么nomica
Exemplo de barraca para venda de cordel com a escala humana
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Exemplo de barraca dda feira gastrônomica escala humana
A próxima atração é a galeria Marta Traba, que é sede da mostra ‘Conhecendo o mundo do cordel’, que apresenta ao público a história da literatura de cordel, desde as origens a contemporaneidade, mostrando também os cordelistas mais famosos assim como seus poemas de maior prestígio.
Entrada da galeria Marta Traba
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Painel expondo a história de Leandro Gomes de Barros dentro da galeria Marta Traba
Após a galeria, vem o Salão de Atos, que sedia a mostra ‘Renovando o mundo do cordel’, que, como o próprio nome sugere, surge como um contraponto à mostra da galeria.
Entrada do salão de Atos, com um painel de um lado e o mapa informativo do local do outro
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Aqui apresenta-se a literatura de cordel de novas formas, que se apoia em outras mídias, a maioria de caráter interativa.
Painel expondo a musicalidade do cordel com interatividade de se ouvir o repente cantado ao mesmo tempo em que se lê o poema.
As demais atrações da exposição não são parte de um contexto de fluxo, por possuírem horários específicos. Na biblioteca serão concentrados as palestras de pessoas de diversas áreas, como cordelistas ainda vivos, novos cordelistas, com lotação máxima de 30 pessoas
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A tenda de workshops será paga, (ingresso retirado na bilheteria) e ensinará aos participantes a fazer xilogravuras e a estrutura básica de cordéis. Ocorrerá as Sextas, Sábados e Domingos, duas vezes por dia. Lotação máxima de 15 pessoas.
Tenda onde serão realizados os workshops
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A exposição contará com: • Painéis de apresentação do projeto • Painel para contextualização do cordel da 1ª geração, 2ª geração e o cordel que continua sendo feito hoje; • Declamadores na exposição para apresentar a vivência de como o cordel era vendido e declamado antigamente; • Palestras com coletivos e cordelistas que ainda estão ativos divulgando a cultura do cordel; • Feira gastronômica de comidas típicas da cultura nordestina.
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Painel de Acoes
Ação 1
Ação 2
Ação 3
Booktruck circulando nas ruas de São Paulo
Exposição
Divulgação
Declamador
Feira
Site
Oficina
Workshop
Redes Sociais
Xilogravura
Palestras
Publicidade - Cartaz; banners; panfletos
BookTruck Exposição Divulgação
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TV e Rádio
Painel de Ideacao Booktruck
Feira
f Exposição
Mini Exposição Cordel
1º Geração de Cordelistas
Comida Nordestina
Mini Exposição Xilogravura
2º Geração de Cordelistas
Venda de Cordeis
Declamador
Cordel Contemporâneo
Cordelista / Declamador
Workshop - 30 min
Xilogravura
Painéis Digitais
Workshop e Palestras
Site
Palestrantes convidados
Informações Exposição
Oficina de Cordel
Informações e localização do booktruck
Workshop de Xilogravura
Curtiosidades
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8.4 PEÇAS O booktruck fará uma espécie de “exposição itinerante”, que servirá como complemento da exposição. Transitando por praças e espaços públicos de São Paulo para dar workshop de xilogravura, carregar uma pequena exposição sobre o cordel, sobre xilogravura e também levar um declamador para cantar os contos da literatura de cordel.
Mockup do Booktruck
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Visão lateral do mockup do Booktruck
Visão de trás do Booktruck
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O site, a interação é dada ao o mesmo se conectar diretamente com o booktruck, dando a localização exata de onde está, seja andando na rua ou em alguma praça ou feira de foodtruck, por exemplo. Terá também conteúdo inédito, como curiosidades, e utilidades. O site será distribuido por 7 páginas, que são: • Página inicial: que da acesso as outras páginas
O ACORDEL
EXPOSIÇÃO
BOOKTRUCK
WORKSHOP / PALESTRANTES
Página Inicial do site
82
COMO CHEGAR
CONTATO
• O Acordel: que explicará o porque do projeto existir, seu nome e seu ideal
O ACORDEL
EXPOSIÇÃO
BOOKTRUCK
WORKSHOP / PALESTRANTES
COMO CHEGAR
CONTATO
O ACORDEL O projeto se chama ‘Acordel’. O nome dá sugestão a diferentes visões de entendimento, assim como a transmídia, por exemplo. Há o acorde, elemento musical, remetendo à musicalidade sempre presente nas feiras e praças de cordel. Há também, na parte visual do nome, no logo do projeto, um pequeno ponto abaixo da letra ‘l’, que ajuda a criar também a palavra “Acorde!”, criando uma pertar a atenção do grande público para a literatura de cordel e para cultura. A principal meta do projeto é propagar a literatura de cordel de uma forma poética e revitalizada, para um público que não têm em sua totalidade interesse por cultura brasileira e suas raízes. Para isso, criamos com o auxílio dos conceitos de EXPOSIÇÃO O ACORDEL BOOKTRUCK transmídia e do design uma exposição que conta a história de toda a cultura da literatura de cordel e seus expoentes,
Página Acordel do site
• Exposição: que mostrará quais artistas serão expostos e explicará o fluxo e onde as obras estão, além de falar sobre a feira de cordéis e a feira gastronômica
WORKSHOP / PALESTRANTES
COMO CHEGAR
CONTATO
contrapondo com o cordel contemporâneo, evidenciando as possibilidades que esse tipo de arte pode oferecer. Assim, com a alta interatividade e possibilidades, cria-se uma conexão maior com nosso público e gera um interesse maior em consumir e produzir cultura. O local escolhido para a exposição foi o A exposição será dividida empois seções, Memorial da América Latina, esteas
A EXPOSIÇÃO
quais estão ilustradas Será museu tem em seu idealabaixo. a missão deusado apenas uma parte do Memorial da . “Lembrar quem somos a nós mesmos” América Latina, ondefácil o tamanho Com a acessibilidade ao metrôé e enadequado ao projeto, e onde trada gratuita, pretende-se queseoencontra público a Galeria seja atraídoMarta até o Traba, museu.o Salão de Atos, a biblioteca e a escultura da Mão, locais que oferecem grandes possibilidades de interação espaço-público.
Página Exposição do site
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• Booktruck: Essa aba mostrará os horarios e locais em que o booktruck irá se encontrar
O ACORDEL
EXPOSIÇÃO
BOOKTRUCK
WORKSHOP / PALESTRANTES
COMO CHEGAR
CONTATO
BOOKTRUCK O booktruck fará uma espécie de “exposição itinerante”, que servirá como complemento da exposição. Transitando por praças e espaços públicos de São Paulo para dar workshop de xilogravura, carregar uma pequena exposição sobre o cordel, sobre xilogravura e também levar um declamador para cantar os
Página Booktruck do site
contos da literatura de cordel.
• Workshop/Palestrantes: Essa página tera as informações de todos os palestrantes e dos realizadores das oficinas e workshops
O ACORDEL
EXPOSIÇÃO
BOOKTRUCK
WORKSHOP / PALESTRANTES
COMO CHEGAR
WORKSHOPS / PALESTRAS O Acordel contará com especilaistas em cordéis, alguns cordelistas em atividade para dar palestras e ilustradores e xilogravuristas para ensinar algumas técnicas da xilogravura.
Página Workshops/Palestras do site
84
CONTATO
• Como chegar: Essa página mostrará o mapa do local e como chegar ao memorial da américa latina via transporte público.
O ACORDEL
EXPOSIÇÃO
BOOKTRUCK
WORKSHOP / PALESTRANTES
COMO CHEGAR
CONTATO
COMO CHEGAR
Página Como Chegar do site
• Contato: Página que dará as informações de contato do Acordel, como e-mail, telefone e redes sociais.
O ACORDEL
EXPOSIÇÃO
BOOKTRUCK
WORKSHOP / PALESTRANTES
COMO CHEGAR
CONTATO
CONTATO Nome: Email:
Assunto:
Página Contato do site
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A publicidade do projeto será focada em banners no transporte público, pois grande parte de nossos consumidores se utiliza desse meio para se transportar. Via redes sociais, site e banners no local.
Publicidade da Exposição na entrada do Memorial da América Latina
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Publicidade no metr么
Site do Acordel
87
Facebook do Acordel
Facebook do Acordel
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Instagram do Acordel
89
Preços para execução do projeto: Quantidade
Valor unitário
Valor
Bombeiros
8
R$ 1.500
R$ 12.000
Parmedicos
8
R$ 2.500
R$ 40.000
Seguraças
12
R$ 1.000
R$ 24.000
Equipe montagem Staffs
20
R$ 1.000
R$ 40.000
Staffs Booktruck
4
R$ 1.000
R$ 8.000
Motorista booktruck
1
R$ 1.000
R$ 2.000
Performistas
3
R$ 2.000
R$ 8.000
Professores
2
R$ 2.500
R$ 10.000
Palestrante Hotel + Aliment. Palest Transp. Taxi - Palest. Transp. Aviao Palest. Booktruck
8
R$ 3.000
R$ 24.000
8
R$ 250
R$ 6.000
16
R$ 30
R$ 1.400
16
R$ 1,000
R$ 16.000
1
R$ 35.000
R$ 35.000
Material Workshops Assesoria de Imprenssa Site
1
R$ 4.950
R$ 5.000
1
R$ 7.000
R$ 21.000
1
R$ 1.000
R$ 1,000
Social Media
1
R$ 7.000
R$ 7.000
Publicidade
1
R$ 6.000
R$ 6.000
Design Impressos(flyers e banners) Alugel de barracas e mesas Adesivagem e montagem dos painéis
1
R$6.500
R$6.500
1
R$ 7.000
R$ 7.000
1
R$ 5.000
R$ 5.000
1
R$ 25.000
R$ 25.000
Valor total
90
R$ 20.000
R$ 329.900
8.5 O DEPOIS O Acordel é uma iniciativa que usa de conhecimentos da transmídia e do design para passar cultura pra frente. O acesso e interesse à cultura é parte importante do desenvolvimento humano, e conhecer suas raízes é essencial para isso. Por isso o principal objetivo do Acordel, além de fazer uma exposição e um evento de sucesso, é também fazer com que os visitantes, por mais diversos que sejam em classe social, classe econômica, idade, gênero, possam criar interesse pela cultura que nossos passados tiveram, e a cultura que podemos desenvolver, com o nosso próprio poder, pois é isso que a literatura de cordel sempre foi: o poder do povo sobre a arte, informação, etretenimento. O depois depende apenas de nós mesmos.
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9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 92
ALZAMORA, Geane; TÁRCIA, Lorena. Convergência e Transmídia, Galaxías Semânticas e Narrativas emergentes em jornalismo. Dossiê [2012] SBPjor/ Associação Brasileira de Pesquisadores em Jornalismo. BACON, F. Novum Organum. Prefácio, p.29-30. COSTELLA, Antonio. Introdução à Gravura e História da Xilografia. Campos do Jordão: Mantiqueira,1984. p. 35 - 103 DE OLIVEIRA, Carlos J. D. A FORMAÇÃO DA LITERATURA DE CORDEL BRASILEIRA. USC. São Paulo, 2012 GRUPO ERA TRANSMÍDIA. #Era Transmídia. Editorial. Revista GEMInIS, ano 2, ed. 2, pág 259 - 275, 2012. HERSKOVIS, Anico. Xilogravura Arte e Técnica. Porto Alegre. 1986. Editora Tchê!. p.89-149 JENKINS, Henry. Cultura da Convergencia. 2ª Edição. São Paulo: Aleph, 2009 LUYTEN. M, JOSEPH. O que é literatura popular. 2ªedição. Editora Brasiliense. 1983.p. 73. MEYER, MARLYSE. Autores do Cordel. Abril Educação. 1980. p. 108.
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NOGUEIRA, Angela M. ORIGEM E CARACTERÍSTICAS DA LITERATURA DE CORDEL. FIAR. Ariquemes, 2009 OLIVEIRA, Jorge M. O que é literatura de cordel. São Paulo, 2012 RODRIGUES, Anderson Luiz C.Monografia. A seleção conceitual na organização de domínios de conhecimento nas ciências humanas e sociais: o caso da cultura. Rio de Janeiro. junho. 2011. SLONGO, Cleci G. A literatura de cordel como suporte da leitura e produção textual na escola. UFPB. Paraíba, 2013 WOLLNER, A. Textos Recentes e Escritos Históricos: São Paulo: Cosac Naify. 2010. p.91 RAMOS, Roberta. Deslocamentos Armoriais: da afirmação épica do popular na “Nação Castanha” de Ariano Suassuna ao corpo-história do Grupo Grial. UFPE. Recife, 2008 Referências de internet ASSIS, Izaías G. de. Aprenda a Fazer um Cordel. [201-] Disponível em: <http://cordeldobrasil.com.br/v1/aprenda-fazerum-cordel/> Acesso em: em 16 de Setembro de 2014 FRATIN, ROGÉRIO.2010. Função do design X função do 94
designer. Disponível em: <http://designices.com/funcao-dodesign-versus-funcao-do-designer/> Acesso em: 16 de Outubro de 2011. FUNDAÇÃO CASA DE RUI BARBOSA. CORDEL: Literatura popular em verso. [201-] Disponível em: http://www. casaruibarbosa.gov.br/cordel/apresentacao.html> Acesso em: em 16 de Setembro de 2014 GABRIEL, Martha. Transmídia e Storytelling. Palestra [12 de novembo, 2012 ] Canal do youtube HSM Educação; Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=7wdZLU7bgDk> Acesso em: 3 de Novembro de 2014 GEDIGames, BNDES. 2014. Mapeamento da Indústria Brasileira e Global de Jogos Digitais Disponível em: <http://www. bndes.gov.br/SiteBNDES/bndes/bndes_pt/Galerias/Arquivos/ conhecimento/seminario/seminario_mapeamento_industria_ games042014_Relatorio_Final.pdf> Acesso em 16 de Outubro de 2014. HAURÉLIO, Marco. A trajetória do cordel no Brasil. [201-] Disponível em: <http://cordeldobrasil.com.br/v1/a-trajetoria-docordel-no-brasil/#more-43> Acesso em: em 16 de Setembro de 2014 MARTIN, George R. R. Author, Author! [21 de abril, 2014]. Disponível em: <http://grrm.livejournal.com/367116.html>. 95
Resposta ao comentário de LudivineDa [Jaime’s changes in Breaker of Chains] Acesso em: 3 de Novembro MIGUEZ, Felipe. ‘Cheias de Charme’ promove a aproximação entre internet e televisão: depoimento.: Entrevista concedida a Cristina Padiglione. [2012]. Rio de Janeiro. Disponível em: <http://cultura.estadao.com.br/noticias/geral,cheias-decharme-promove-a-aproximacao-entre-internet-e-televisaoimp-,931287>. Acesso em: 2 de Novembro de 2014 MIGUEZ, Filipe. “Geração Brasil” repete fórmula de “Cheias de Charme” e aposta na interatividade: depoimento: Entrevista concedida a Nina Ramos. [5 de abril, 2014]. São Paulo: IG Gente. Disponível em: <http://gente.ig.com.br/tvenovela/2014-04-15/ geracao-brasil-repete-formula-de-cheias-de-charme-e-apostana-interatividade.html>. Acesso em 2 de Novembro de 2014 VIANA, Arievaldo. Leandro de gomes barros, grande mestre da poesia popular brasileira [201-] Disponível em: <http:// cordeldobrasil.com.br/v1/leandro-gomes-de-barros-grandemestre-da-poesia-popular-brasileira/#more-82> Acesso em: em 16 de Setembro de 2014
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