ATELIER DE PROJETO VIII - ESTUDO PRELIMINAR

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ATELIER DE PROJETO VIII ESTUDO PRELIMINAR



APRESENTAÇÃO Trabalho acadêmico apresentado ao Curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Católica de Pernambuco, como requisito para a avaliação parcial da disciplina de Atelier de Projeto VIII realizado pelos dicentes Bruna Cerqueira, Jessica Rangel e Lucas Tavares, orientados pelos professores José Nilson de Andrade e Maria de Lourdes Nóbrega.


01

INTRODUÇÃO

02

SUMÁRIO

SÍTIO DE ESTUDO


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ESTUDO PRELIMINAR - COSSONÂNCIA x DISSONÂNCIA - IMPLANTAÇÃO - ESCALA - VOLUMETRIA - RITMO - DENSIDADE E MASSA

04

ANTEPROJETO - MEMORIAL DESCRITIVO - PLANTAS BAIXAS - CORTES ESQUEMÁTICOS - PERSPECTIVAS

05

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


01


INTRODUÇÃO O presente documento consiste no Anteprojeto de uma edificação harmônica com o seu entorno histórico. Localizada na Rua Ulhôa Cintra no bairro de Santo Antônio, na zona central da cidade do Recife. O referente trabalho tem por objetivo apresentar o projeto e seu entorno atráves de croquis, textos, perspectivas, plantas e imagens. Com base na leitura territorial, tem-se como diretrizes a metodologia presente na dissertação de mestrado Nivaldo Andrade Júnior (2006) com ênfase nas definições de conssonância e dessonância. O resultado almejado por tais estudos é uma proposta que dialogo com suas adjacências respeitando os valores históricos e culturais.


SÍTIO DE ESTUDO

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Foto 01. Mapa área de estudo. Fonte Google Maps.

A área a ser estudada é um trecho pertencente ao bairro de Santo Antônio que está localizada na cidade do Recife, na Ilha de Santo Antônio também conhecida como Ilha Antônio de Vaz. O bairro apresenta área territorial de 81,00 hectares e sua densidade demográfica é de 3,53 hab./h, e está inserida na RPA 1 (Região Político Administrativo). Segundo o Censo de 2010, a taxa de alfabetização do bairro é 99,3% e a Taxa de Crescimento Anual da População é de -6,17%, que o coloca como um bairro mais comercial que um residencial. O bairro limita-se apenas diretamente com o bairro de São José e sua conexão com a vizinhança é feita através das pontes Boa Vista, Santa

Isabel e Maurício de Nassau e em sua área pode-se encontrar diversas edificações históricas como o Palácio Campo das Princesas, a Igreja de Santo Antônio e o Teatro de Santa Isabel. O terreno que será feito a intervenção está localizado na Rua Ulhôa Cintra entre os lotes de número 58 e 40, com uso atual de estacionamento de veículos particulares. Segunda o Plano Diretor 2020, o terreno está inserido numa ZEPH ( Zona Especial de Preservação Histórica), nomeada Santo Antônio / São José SPA-6.


Foto 02. Rua Ulhôa Cintra. Fonte autoral.

Foto 03. Rua Ulhôa Cintra. Fonte autoral.

Foto 04. Rua Ulhôa Cintra. Fonte autoral.

Foto 05. Rua Ulhôa Cintra. Fonte autoral.

Foto 06. Rua Ulhôa Cintra. Fonte autoral.

Foto 07. Rua Ulhôa Cintra. Fonte autoral.


COSSONÂNCIA x DISSONÂNCIA

Os conceitos e estudos utilizados como diretrizes para elaboração do projeto, tão quanto para a análise de cada aspecto da edificação a ser projetada com o seu entorno foram baseados na tese de mestrado de Nilvado Andrade Júnior: “Metamorfose arquitetônica. Intervenções projetuais contemporâneas sobre o patrimônio edificado.” O arquiteto fala em seu estudo sobre a forma arquitetônica e seus elementos, diz que a obra deve ser desenvolvida em conjunto com o meio que circunda, ocorrendo as vezes, a forma do edifício seguir a sua função. Sua análise desconsidera o interior do edifício. O diagnóstico da forma do objeto arquitetônico em seu contexto urbano é feita sem a análise do espaço interno, a partir disso são identificados alguns aspectos principais (que serão analisados junto com a área de estudo) como a implantação, escala, volumetria, ritmo, densidade e massa e cores e texturas.

Foto 08. Centro Cultural Carré d'Art. Fonte: foster + partners.

Foto 10. Centro Cultural Carré d'Art. Fonte: foster + partners.

A partir desses aspectos as relações entre as intervenções arquitetônicas e as preexistências edificadas podem ser consideradas: consoantes (quando há harmonia entre as edificações em certos aspectos) e dissonantes (quando não há concordância entre as edificações em algum circunstância). Há, como primeiro exemplo a seguir, o Centro Cultural Carré d’Art do arquiteto Norman Foster que mostra consonância no aspecto de escala, uma vez que a edificação respeita a escala do monumento existente. Como segundo exemplo, é o Museu Judaico de Berlim do arquiteto Daniel Libenskind, que apesar do edifício ser projetado pensando na história do lugar e dos homenageados, sua arquitetura é dissonante em diversos aspectos com a edificação existente.

Foto 09. Centro Cultural Carré d'Art. Fonte: foster + partners.

Foto 11. Centro Cultural Carré d'Art. Fonte: foster + partners.


03

ESTUDO PRELIMINAR


IMPLANTAÇÃO

A implantação tem relação com a localização do novo objeto arquitetônico, sua análise é importante para o reconhecimento de um padrão da inserção de edificações em uma área, para estar em cossonância, é necessário respeitar a lógica do traçado urbano da região, como os recuos e afastamentos existentes, assim como também o formado da quadra. O projeto de implantação elaborado pela equipe constitui-se a partir de um gride 3x5m para delimitir o cheio e o vazio da edificação. Portante, primeiramente, foi evitado qualquer recuo frontal, seguindo o distanciamento da calçada das edificações existentes. Em seguida foi utilizados o recuo lateral e o uso de pátios internos com a intenção de aumentar a permeabilidade, ventilação e iluminação natural em todos os ambientes,

Foto 12. Rua Ulhôa Cintra. Fonte autoral.


- pátio SOLO NATURAL SOLO NATURAL

- recuo lateral - implantação sugerida

EDIFICAÇÃO

EDIFICAÇÃO

PÁTIO

SOLO NATURAL

Foto 13. Rua Ulhôa Cintra. Fonte autoral.

EDIFICAÇÃO


ESCALA A importância do estudo da escala está na compreensão dos gabaritos das edificações que podem ser encontrados em uma área, podendo ter dimensões próximas ou completamente dissonantes. Na área de estudo, foi perceptível uma pequena variação dessa escala, indo de edificações com apenas pavimento térreo até edificações com até 10 pavimentos. Após elaborar o skyline da rua em que está inserido o terreno do projeto, a equipe pode perceber uma baixíssima variação entre os edifícios existentes, sendo o lado da rua onde o projeto será inserido majoritariamente com edifícios baixos de até

três pavimentos (térreo + dois). Devido a isso, a equipe optou pela edificação mais alta, sendo essa de três pavimentos, para assim, ser possível explorar mais usos na edificação ao longo dos andares. A altura dos gabaritos varias conforme seus usos, logo no térreo o pé direito é de 4,50m, e os dois pavimentos tipos são de 3,5m. A partir disso foi reconhecido que a escala do edifício possui uma consonâncias com a maioria dos volumes presentes na área.

Foto 14. Rua Ulhôa Cintra. Fonte autoral.

Foto 15. Rua Ulhôa Cintra. Fonte autoral.

3,0m 3,0m 4,5m

SKYLINE 1 ESCALA 1:600

SKYLINE 1 ESCALA 1:650

uso comercial

uso residencial


VOLUMETRIA O estudo da volumetria é essencial para identificar as diferentes tipologias existentes na área de estudo. Após visitar a área e identificar as tipologias, a equipe percebeu edificações do estilo protomodernista, sendo essas densas, com poucos recuos ou quase nenhum e algumas com pátios internos, também foi identificado edificações de um ou dois pavimentos, datadas de 1939, segundo dados das Informações Geográficas do Recife (ESIG), que também apresentam serem densas, sem recuos e telhados de duas águas que podem ser disfarçadas por platibandas, independente da tipologia das edificações, e muitas apresentaram marquises ou toldos nas entradas princi-

Casa de porta e janela

Edifício caixão

A Forma que a equipe explorou a volumetria foi através do estudo de implantação, sendo realizado com recuos laterais e a formação de pátios internos. Logo foi feito um volume com altura do térreo + 2 pavimentos e as suas aberturas de porta e janela, além de uma marquise para gerar sombra para os pedestre. Respectivamente as características acima são cossonantes com a região trabalhada.

Casa sem recuo

Esquema da volumetria inserida no entorno.

Esquema da volumetria inserida no entorno.

Edifício galerial


RITMO

RITMO SUGERIDO

Em ritmo será analisado os parcelamentos dos solos e como as aberturas dos imóveis se comportam no contexto estudado, entendendo seus cheios e vazios. Para entender como o ritmo funciona na área de estudo, foram elaborados dois sklyline’s da rua em que está inserido o projeto e é perceptível de primeira, um ritmo com as janelas das edificações de estilo protomodernistas e que essas mesmas edificações ocupam grandes terrenos sem recuos frontais e apresentando em alguns casos, pátios internos. Uma especificamente apresentou cobogó e janela em fita. As edificações menores e sem uma data especifica de construção têm características como terrenos compridos e estreitos por não apresentarem recuos, as edificações só tem aberturas em sua fachada frontal, sendo essas só uma grande abertura ou uma janela e porta. Para o projeto, a equipe utilizou o ritmo das janelas nos pavimentos superiores para o uso residencial e no térreo, utilizou a janela em fita, uma vez que esse pavimento será dedicado para comércio e serviço.

Esquema do ritmo da edificação.


DENSIDADE E MASSA

SKYLINE 1 ESCALA 1:600

DENSIDADE E MASSA SUGERIDO

SKYLINE 1 ESCALA 1:650

A massa ou densidade estava vinculada ao volume e corresponde ao peso aparente do objeto arquitetônico, podendo possuir uma arquitetura um pouco maciça. A análise é feita também pelo perfil do skyline no qual tem a intenção de identificar o massa através da materialidade e aberturas. A partir desse material pode-se observar os vazios e cheios nas edificações com as hachuras pintadas em preto e branco. Logo foi concluído que a área possui densidade equilibrada pois dispõe de um certo equilíbrio nas aberturas dos edifícios. Seguindo, essa lógica a proposta inserida foi apresentar uma constância entre o cheio e o vazio através das esquadrias do estudo do ritmo.

CHEIO

CHEIO

VAZIO


CORES E TEXTURAS As cores e texturas são referentes as características do materiais utilizados na nova arquitetura em relação aos usados na preexistência. A cor é utilizada para dar ênfase ao caráter do edifício, enquantoa textura é usada para destacar suas divisões e movimentos. A análise das cores e texturas utiliza as fotografias como método de estudo. Portanto, foi diagnosticado baseado nas edificações, cores com tons mais terrosos e claros. Há como exemplo a cor marrom, cinza, azul, bege, roxo, laranja, entre outros. Em relação as texturas, foi observado a presença da alvenaria com pintura, tijolo aparente, concreto, vidro nas esquadrias, gradis de ferro e metal. Contudo, no projeto foi escolhido cores terrosas, como citado a cima e em relação ao material foi inserido tijolo aparente nos pavimentos residenciais e no pavimento comercial, esquadrias de virdro formando uma janela em fita.

Esquema das cores e texturas.

Foto 16. Sítio de Estudo. Fonte docente UNICAP.


Foto 17. Rua Ulhôa Cintra. Fonte autoral.

Foto 18. Rua Ulhôa Cintra. Fonte docente UNICAP.

Foto 19. Rua Ulhôa Cintra. Fonte docente UNICAP.

Foto 20. Rua Ulhôa Cintra. Fonte docente UNICAP.


ANTEPROJETO

04

Para a elaboração do zoneamento do projeto foram utilizados todos os princípios anteriormente discutidos (implantação, escala, volumetria, ritmo, densidade e massa e cores e texturas) de forma consonante com o entorno, bem como os limites de projetar em um terreno estreito e pequeno. Visando uma maior permeabilidade, com ventilação e iluminação natural. O projeto foi distribuído em três blocos, sendo o primeiro bloco (mais próximo à rua) com uso comercial e habitacional, o segundo bloco, o mais central, abriga a circulação vertical que dá acesso aos pavimentos superiores dos outros blocos através de passarelas, também acolhe o lixo gerado pelas edificações, uma área de lazer mais íntimo e uma lavanderia para os moradores, no seu último pavimento. Por último, o bloco mais afastado da rua abriga em seu térreo, banheiros públicos e uma cafeteria, já no primeiro pavimento, encontra-se a área residencial e no último pavimento, está uma área de lazer mais geral para os moradores. O programa foi definido a partir da premissa de consonância com o entorno, devido a isso, os usos comerciais se concentram no térreo e nos pavimentos superiores, áreas residenciais.


0.00

B

3.50

0.00

QUARTO 02

BWC

N QUARTO 01

PLANTA DE COBERTA ESC: 1:100

A


Café 00.20

wc

wc

00.00

00.20

Lixo

B

CORRER

Medidores 00.20

Gás

CORRER

00.00

00.10

00.00

00.20

Loja

Loja

00.20

00.10

PLANTA BAIXA TÉRREO ESC: 1:100

N CORRER

CORRER

A

00.10


SALA DE ESTAR

SUÍTE

SALA DE ESTAR

4.50

4.50

COZINHA

COZINHA

BWC

SUÍTE

BWC

0.00

4.50 0.00

0.00

B

ÁREA DE LAZER 4.50

3.50

0.00

4.50

0.00

QUARTO 02

COZINHA

COZINHA

QUARTO 02

4.50

BWC SALA DE JANTAR

QUARTO 01

SALA DE ESTAR

PLANTA BAIXA DO 1ºPAVIMENTO ESC: 1:100

SALA DE JANTAR

SALA DE ESTAR

A

BWC

QUARTO 01

N


ÁREA DE LAZER 0.00

7.50

7.50

0.00

0.00

B

LAVANDERIA

7.50

3.50

0.00 0.00

7.50

COZINHA

QUARTO 02

BWC

QUARTO 02

7.50

7.50

SALA DE JANTAR

QUARTO 01

COZINHA

SALA DE ESTAR

PLANTA BAIXA DO 2ºPAVIMENTO ESC: 1:100

SALA DE JANTAR

SALA DE ESTAR

A

BWC

QUARTO 01

N


CORTE ESQUEMÁTICO AA´ LONGITUDINAL

CORTE ESQUEMÁTICO BB´ TRANSVERSAL

ISOMÉTRICA


Foto 21. Perspectiva da proposta com o entorno.

Foto 22. Perspectiva da proposta com o entorno.


Foto 22. Perspectiva da proposta com o entorno.

Foto 23. Perspectiva vôo de pássaro.


Foto 24. Perspectiva pátio da cafeteria.

Foto 25. Perspectiva pátio interno.


Foto 26. Perspectiva cafeteria.

Foto 27. Perspectiva Pátio interno.


Foto 28. Perspectiva cafeteria.

Foto 29. Perspectiva cafeteria.


Foto 30 . Perspectiva lateral esquerda.

Foto 31. Perspectiva área de estar residencial.


Foto 32. Perspectiva passarela residencial.

Foto 33. Perspectiva passarela residencial.


Foto 34. Perspectiva entrada área de estar residencial.

Foto 35. Perspectiva área de estar residencial.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

05

CENSO Demográfico, 2010. Resultados do universo: características da população e domicílios. Disponível em <http://www.ibge.gov.br>. Acesso em 16 de setembro de 2021. VAINSENCHER, Semira Adler. Santo Antônio (bairro, Recife). In: Pesquisa Escolar. Recife: Fundação Joaquim Nabuco, 2006. Disponível em: https://pesquisaescolar.fundaj.gov.br/pt-br/artigo/santo-antonio-bairro-recife/. Acesso em: 15 de setembro de 2021. BARBOSA, Marcos. Brasil de Fato. Marcos Barbosa, 2018. Disponível em: https://www.brasildefatope.com.br/2018/12/03/bairro-de-santo-antonio-e-suas-pontes-nos-ligam-ao-passado-recifense Biblioteca IBG. Disponível go?id=440608&view=detalhes

em:

https://biblioteca.ibge.gov.br/index.php/biblioteca-catalo-

Prefeitura do Recife. http://www2.recife.pe.gov.br/pagina/historia SANTANA, Andresa; CAROLINA, Nadja. IV Colóquio de História. DE PATRIMÔNIO EDIFICADO A PATRIMÔNIO SILENCIADO: “MODERNIZAÇÕES” NO CENTRO URBANO DO RECIFE. 2010. Disponível em: http://www.unicap.br/coloquiodehistoria/wp-content/uploads/2013/11/4Col-p.514.pdf DANTAS, Rafael. Revista Algo Mais. 2018. Disponível em: https://revista.algomais.com/cultura/sao-jose-e-santo-antonio-regiao-de-historia Pesquisa Escolar. Semira Adler Vainsencher. 2021. Disponível em: https://pesquisaescolar.fundaj.gov.br/pt-br/artigo/santo-antonio-bairro-recife/ Plano de Preservação do Patrimônio Cultural do Recife. 2020. Disponível em: https://conselhodacid a d e . r e c i f e . p e . g o v . b r / s i t e s / d e f a u l t / f i les/2020-12/VOL%201_Diagn%C3%B3stico%20ZEPH-10%20e%2014_FINAL%20R1.pdf. Andrade, Nivaldo Júnior. Metamorfose arquitetônica. Intervenções projetuais contemporâneas sobre o patrimônio edificado, 2006.


APVIII


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