Jornal Laboratório do curso de Comunicação Social Jornalismo FCSAC/Univap São José dos Campos Ano 15, Edição 2 Maio e Junho 2014
hoje tem espetáculo... FOTO: EMELINE DOMINGUES
páginas 6 e 7
página 4
Leia sobre os desafios do intercâmbio
página 5
A kombi vai nos deixar. Saiba mais..
página 12
Ilustradora de S. José “ganha” o mundo
CRÔNICA
O futuro é doce Por Vanessa Alves
escorregadio. Por quê? Nós movimen-
mos projetamos o futuro dos novos
tamos o presente com a nossa estima
ganhos. Vivemos e cultivamos um
pelo futuro. O futuro é sempre mais
intelecto geral de perdas e ganhos
avisto um homem amassando latinhas
intenso, colorido, revigorante, o futuro
incessantes. Se não for isso o homem
sar o café só para me inebriar com o
metodicamente, carros apressados,
ainda é matéria dos nossos sonhos.
adoece.
perfume: forte, vivo. Algumas coisas
uma senhora olhando firme e seguran-
Estar completo exige calma e sa-
Tudo parece ficar mais bonito e in-
costumam ser assim, não precisam nos
do com destreza suas sacolas. Objetos,
bedoria – a juventude que se acuda!
teressante ao longe. Perto dos olhos,
tocar pelo paladar e tão pouco pelo
pessoas, almas, tudo passa como mira-
Quantos veículos como os jornais,
cansa. Eu prefiro amar o que está lon-
tato: a presença basta e ilumina.
gem, nada vê, nada per-
os rádios, as TVs e as
ge e o que me mantém a inspiração da
redes sociais amanhe-
fuga, do deslocamento, da mutação.
manece.
Mais vale sonharmos a nossa vida do que vivê-la, embora vivê-la seja também sonhar
pirava estrelas. Era uma manhã de ou-
No trabalho, a mes-
tono, com aquelas cores que deixam
mice e os desabafos.
tudo mais bonito. Havia bilhetes na
Todos à frente de suas
geladeira – esse tipo de coisa que flo-
máquinas, uns pensan-
resce a ausência. Passei batom e resol-
do no próximo final de
vi guardar os beijos no papel.
semana, outros nas férias, no amanhã,
Para frente e avante, penso eu. De-
o hoje parece insuportável demais.
cem em coro pelo tem-
Será preciso mais calmaria? Não
po ainda não vivido?
sei, meu caro leitor. Sonhar é bom. O
São
que
grande escritor francês, Marcel Proust,
flexionam o verbo no
já anunciou: “Mais vale sonharmos a
futuro: será, amará, re-
nossa vida do que vivê-la, embora vi-
expressões
alizará e por aí vai.
vê-la seja também sonhar”.
E aquela antiga expressão “Só da-
Inclusive, esqueci de lhe perguntar:
pois do banho matinal, mais um dia
Há tempos venho matutando sobre
mos valor quando perdemos”? Quan-
e aquele nosso café com doces sonhos
de trabalho. Da janela do ônibus, eu
o presente. Tenho pensado o quão ele
do poderemos, enfim, usá-la? Como
mais tarde, ainda está de pé?
EDITORIAL
ARTIGO
Temos uma tendência, quase
enfrenta dificuldades intelectu-
que natural, a enxergar o lado ruim
ais, a questão do transplante de
Viva-voz para o que acontece de bom
das situações que nos cercam. E,
medula óssea, como é o trabalho
Por Jader Arantes
mesmo quando vivemos algo bom,
da fisioterapia preventiva, o Tori
Contrariando a máxima de que
noticiar os fatos negativos de sempre
se não tomamos cuidado, logo
(monumento em alusão à imi-
só notícia ruim vende, sites como
e tratar os positivos como algo mais
começamos a “virar” nossa visão
gração japonesa no Brasil), como
“As Boas Novas” e “Só Notícias Boas”
leve, distante do hardnews e ocupar
para o que há de ruim, mesmo
reaproveitar restos de comida, a
vêm reportando o que acontece de
apenas o último bloco do jornal, para
quando “o ruim” não existe.
solidariedade da Sociedade São
positivo em todos os cantos do mun-
terminar mais leve. Mesmo reclaman-
Nesta edição do jornal Foca
Vicente de Paulo, a arte de de-
do. Ao ler tantas coisas interessantes
do de tantas notícias ruins, somos ca-
em Foco, os “alunos repórteres”
senhar histórias em quadrinhos,
e relevantes, que às vezes acontecem
pazes de aumentar a audiência de um
do 5º período de Jornalismo to-
importância do Museu do Folclore
logo ali ou onde nem imaginamos, é
importante telejornal para “saber mais
param um desafio bastante posi-
de São José, além de uma reporta-
que se percebe o quanto nos faltam
informações” sobre a tragédia da vez e
tivo: levantar assuntos e escrever
gem que fala da vida no circo.
boas notícias.
viciar mais este ciclo.
Bom ponto de vista Por Prof.º Fredy Cunha
jornal laboratório fcsac/univap Ano 15, Edição 2 2014
conseguiremos? Sempre que perde-
Hoje seria bom. Então, resolvi pas-
Comecei lendo Withman e já res-
2
me parece extremamente fugidio e
matérias que mostram o lado
Tantos assuntos e todos tra-
Com este olhar noticioso diferen-
Estar neste turbilhão de informa-
bom dos temas que eles escolhe-
zendo um lado que, infelizmen-
ciado sobre o que acontece no mundo,
ção é deixar de perceber o quanto há
ram. Ou seja, neste jornal, você
te, deixamos de notar e de apre-
fatos sobre ações sustentáveis, resul-
de bom no mundo. É fechar os olhos e
vai ler assuntos diversos, mas to-
ciar com o curso cada vez mais
tado de pesquisas científicas, ativi-
ouvidos para tantas histórias, conquis-
dos com algo positivo a tratar.
frenético de nossas vidas.
dades culturais e tecnologias viram
tas ou realizações e se indignar cada
Dessa forma, você, amigo lei-
Quem sabe, a partir desta
notícia em sites. Enquanto, na grande
vez mais com o que de mal acontece
tor, vai “passear” por assuntos
iniciativa, você (leitor) e nós
mídia, continuam quase sem destaque.
todos os dias até perder o que sempre
como moda, desafios de se fazer
(jornalistas) não consigamos
Mas qual a causa disso tudo? A
tivemos de mais valioso: a crença de
um intercâmbio, boas histórias
nos dedicar um pouco mais a
publicação de mais notícias negati-
do veículo modelo Kombi, cursos
enxergar o lado positivo de nos-
vas do que positivas guarda muitas
Do lado de fora da caixinha, muitas
profissionalizantes
sas trajetórias?!
razões, ligadas ao comportamento
iniciativas do bem crescem a cada dia,
humano e à estrutura que seleciona e
na capital ou no interior, no centro ou
reporta as notícias mais “relevantes”
na periferia, tudo está mais próximo e
do momento.
simultâneo. Mas para que esta moda
para
quem
JORNAL LABORATÓRIO DO CURSO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL – JORNALISMO (FCSAC) – TURMA 2014 Reitor Prof. Dr. Jair Cândido de Melo Diretor da FCSAC Prof. Dr. Manoel Otelino da C. Peixoto Coord. de Comunicação Social – Jornalismo Prof. Msc. Vânia Braz de Oliveira Editor-chefe Prof. Esp. Fredy Cunha (Mtb 47292) Projeto Gráfico Prof. Esp. Lucaz Mathias e Alunos do 5º período de Jornalismo Conselho Editorial Prof. Msc. Vânia Braz de Oliveira, Prof. Esp. Fredy Cunha e Prof. Esp. Lucaz Mathias Universidade do Vale do Paraíba – UNIVAP Av. Shishima Hifumi, 2.911, Urbanova, São José dos Campos – SP 12.244-000 / Tel.: (12) 3947-1083, www.univap.br Dúvidas e sugestões pelo e-mail: focaemfoco@univap.br
um tempo melhor.
No comportamento, se enxerga
pegue e perpetue para outros cantos,
o interesse por conteúdos com certa
é preciso ganhar voz nos alto-falantes
dose de violência ou suspense, veja-
da mídia. Assim, se distanciará daquilo
mos o recorde de público no filme do
que corrói nossas opiniões e verdades
Capitão Nascimento como uma prova.
para fazer acontecer, pois, quem sabe,
Na máquina Grande Imprensa,
notícia positiva gere notícias positivas
dentre outros, está o interesse em
e até gentilezas?
BOA APARÊNCIA
A alegria criada pela moda
Alunos da Universidade do Vale do Paraíba realizam desfile de moda, inspirados no clipe “Circus”, da cantora Britney Spears Por Açucena Morais e Jéssica Emboava nharam desde o inicio do ano para
do evento. “A nossa primeira difi-
onde tudo ou quase tudo é aparên-
a organização de um evento de su-
culdade foi casar todos os contextos
cia. É difícil uma pessoa que não gos-
cesso e o resultado não poderia ser
do tema circus, pois é um tema que
ta de se cuidar, ou dar aquele “up” no
diferente. As pessoas admiraram o
traz alegria, mas também pode cau-
visual. A moda, as cores, os detalhes
trabalho dos universitários e o tema
sar tristeza. Porém, acho que o maior
são pequenas escolhas que trazem
“circus”, pela primeira vez apresen-
problema foi a falta de tempo, pois
benefícios e uma felicidade que as
tado por estudantes de moda, pro-
demoramos um pouco para come-
pessoas nem imaginam.
porcionou alegria e encantamento
çar”, afirmou a aluna. O mais impor-
ao público.
tante é que a turma superou os desa-
os estudantes de moda da Univap
O resultado positivo foi um prê-
prepararam um desfile, com o tema
mio pela dedicação dos alunos, como
“Respeitável Luxo” (baseado no clipe
Carolina Marcondes, que é estudante
PROFISSÃO EXIGE
“Circus”, da cantora Britney Spears),
de moda e participou da produção do
AMOR E DEDICAÇÃO
fios e realizou um ótimo desfile.
A moda pode ser a vida
recheado de novidades para todos os gos-
A moda não só transmite sentimento, como transmite opinião e ideologia. Rachel Cordeiro, coordenadora do curso de moda da Univap.
tos. Mas o lado alegre e marcante dessa produção, os desafios de como podem tocar e mudar a vida de uma pessoa foi o que chamou a atenção. A
coordenadora
do curso de moda da
Thiago Lima, dono da Thl Models, agência de modelos de São Paulo, contou como é viver da moda des-
A MODA E A PSICOLOGIA
de criança e de como foi sua
A relação da moda com a alegria
carreira nesse meio.
foi marcante na produção do desfile
“Eu trabalho com moda
na Univap, por isso a psicóloga Môni-
desde meus 11 anos, fiz
ca Blasques analisou essa relação da
muitos desfiles, colaborei
moda com os sentimentos e afirmou
Univap, Rachel Cordeiro, foi a organi-
evento. Para ela, a moda pode ter vá-
com revistas e programas de TV,
que o visual é um modo da pessoa
zadora do desfile e enfatizou a capa-
rios significados.
depois fui dar aulas de passarela e
se expressar, mas não é que a roupa
cidade de seus alunos transmitirem
“Eu decidi fazer este curso por-
cheguei a trabalhar no SPFW (São
determine quem você é. Na verdade,
opinião. “O objetivo do desfile é in-
que a moda diz muito sobre o que
Paulo Fashion Week). Estou até hoje
quem você é determina as escolhas
tegrar os cursos da Univap e levar a
eu sou, pois tenho a possibilidade de
na moda e acredito que ela pode
que você faz sobre moda.
FCSAC (Faculdade de Ciências Sociais
me expressar. Eu gosto muito de rou-
influenciar tanto na vestimenta,
Para a psicóloga, todos podem
Aplicadas e Comunicação) para a co-
pa, não por poder comprar e gastar,
quanto no comportamento de al-
ter uma relação saudável com a
munidade. A moda não só transmite
mas pela construção da roupa, pelo
guém. Para quem se interessa pela
moda, desde que isso não se torne
sentimento, como transmite opinião
o quê a roupa passa, por tudo que ela
área, deve estudar muito, ter muita
uma obsessão. “A moda interfere no
e ideologia. A moda é comunicação,
pode transmitir. A roupa e o visual de
coragem e amor pela profissão, pois
estado de espírito da pessoa, é algo
é isso que pretendemos passar para
alguém podem dizer muita coisa so-
moda não é apenas glamour e, sim,
diverso, cada um transmite seu esti-
os alunos e para todos que nos assis-
bre a pessoa”, disse Carolina.
muito trabalho e honestidade em
lo e suas escolhas. Não costumo falar
tudo que se faz”, afirmou o profis-
sobre mudanças de visual com meus
sional.
pacientes, mas, sim, como o mun-
tiram”, comentou a coordenadora. ENCANTO – Os alunos se empeFOTO: DIVULGAÇÃO
de uma pessoa, por isso
A estudante também comentou sobre as dificuldades da produção
do pode interpretá-los por meio de
Desfile com o tema “Respeitável Luxo”, que aconteceu no início de junho, na Univap
suas vestimentas”, explicou Mônica. ALEGRIA – A moda, as cores e o estilo são fatores determinantes para alegrar o dia de alguém. Os alunos de moda da Univap se empenharam para mostrar isso da melhor maneira possível, realizando um desfile alegre e um belo espetáculo. “Sempre questiono os meus pacientes sobre o que os fazem felizes. Se por algum motivo for a questão do belo e do estético, temos a necessidade de alimentar esse lado que nos proporciona tal contentamento”, afirmou a psicóloga.
3 jornal laboratório fcsac/univap Ano 15, Edição 2 2014
Pensando nesse mundo fashion,
Aluno e professora na produção do desfile.
FOTO: AÇUCENA MORAIS
O mundo está em um patamar
VIDA LÁ FORA
Os desafios do intercâmbio Conheça as histórias daqueles que deixaram família e país de origem em busca de novas experiências e aventuras no exterior Por Paula Vinhas e Rafaela Garcia Muitas pessoas já ouviram falar
ter uma experiência única com tra-
mei-me financeiramente para ficar
1940, esta “modalidade de viagem”
de intercâmbio. Mas o que signifi-
balho voluntário, por isso escolheu
apenas três meses, mas consegui
tem sido erroneamente vista ape-
ca isso? Por mais abrangente que
o Lion Park, na África. “Eu gostaria
ficar outros nove meses, trabalhan-
nas como uma viagem para estudos.
seja essa palavra, o seu significado
de treinar meu inglês e ter uma ex-
do e ganhando um salário como
Contudo, o intercâmbio nada mais é
é bem simples: troca. Troca de co-
periência diferente. Durante o inter-
qualquer outro cidadão argentino”,
do que uma troca de experiências.
nhecimento, de experiências, de
câmbio, eu passei por várias experi-
conta.
cultura.
ências divertidas, desde quando eu
Entre as aventuras vividas no
também pode se tornar uma troca
Enfim, são vários os benefícios
ia jogar carne de cavalo para os le-
país estrangeiro, Lucci destaca uma
cultural. Beatriz Kozilek, designer,
para quem deseja expandir suas
ões mais velhos ou quando um dos
de suas experiências de trabalho.
conta que após uma viagem por
fronteiras e ampliar seus horizontes.
leões de sete meses pulou em mim
“Fiz um estágio de dois meses em
Amsterdã, Londres, Paris e Zurich,
e ficou puxando meu
uma empresa de Marketing Social
pôde perceber como nestes locais
cabelo”, conta a estu-
e uma grande dificuldade que tive
há mais segurança, cuidado com a
dante.
foi explicar minhas ideias para meus
natureza e preservação da história.
relacionado a viagens de estudo ao exterior, mas também se refere a viagens profissionais, comerciais e até de entretenimento. Por agência ou por conta própria?
A pessoa pode realizar o intercâmbio mesmo que não fale nada da língua que quer estudar e, então, fazer um curso para iniciantes
Quem mais pro-
4
Mesmo com as van-
superiores. Porque é fácil conver-
A população dá mais valor a es-
tagens dos serviços de
sar com amigos em espanhol, mas
tes detalhes. Desde então, quando
uma agência, há aque-
muito difícil explicar uma ideia ou
voltou ao Brasil, tem mudado sua
les que se arriscam a
projeto. Porém, no final das contas,
mentalidade. “Tenho procurado an-
ir por conta própria.
a dificuldade se tornava risadas com
dar mais a pé, observar mais a na-
Este é o caso de Lucci
meus colegas de trabalho”.
tureza, respeitar as leis de trânsito,
Antunes, produtor na
dirigir com mais calma”. Pequenas ações que ela trouxe dos dias vivi-
cura uma agência de intercâmbio
TV Aparecida, que após de se formar
De acordo com o dicionário, in-
são os estudantes recém-formados,
na faculdade foi estudar roteiro na
tercâmbios são relações (comer-
procurando uma experiência no ex-
Argentina. “Um dos motivos para eu
ciais, culturais, educacionais, etc),
terior antes de entrar no mercado
escolher a Argentina foi, primeira-
que são desenvolvidas de modo
de trabalho. E é o que conta Larissa
mente, o custo de vida, que para nós
recíproco entre nações (ou institui-
Escobar, que trabalha em agência de
brasileiros é muito barato. Progra-
ções). Desde sua popularização em
viagens auxiliando os futuros inter-
dos na Europa.
Tipos de Intercâmbio
cambistas. “A pessoa deve definir o país que quer ir, a cidade, por quanjornal laboratório fcsac/univap Ano 15, Edição 2 2014
Uma outra visão
ILUSTRAÇÃO: PAULA VINHAS
Hoje, o termo é mais
Um passeio turístico pela Europa
to tempo quer ficar e o que quer fazer: estudar, trabalhar, apenas passear. Definido isso, nós conseguimos orientar o intercambista e indicar o melhor programa”. E não pense que este público é restrito apenas aos fluentes em ou-
Idioma e negócios - além do idioma, o aluno estuda o vocabulário específico de estatística, finanças, marketing e transações comerciais
Programas para a terceira idade - cursos variados que unem diversão e aprendizado em turismo, cultura local, culinária, arte, além do convívio com pessoas de todo o mundo
tras línguas. “Se for apenas um programa de estudo da língua estrangeira no exterior, basta estar com as documentações em dia, como passaporte e visto, quando necessário. A pessoa pode realizar o intercâmbio mesmo que não fale nada da língua que quer estudar e, então, fazer um curso para iniciantes”, explica Laris-
Programa de férias indicado para adultos e adolescentes acima de 14 anos, o curso mescla esporte, aprendizado de um novo idioma e atividades de lazer
Idiomas - variando de uma semana até um ano e são oferecidos por instituições de ensino, faculdades, universidades ou cursos especializados de línguas
sa. Além da segurança, as agências auxiliam o intercambista na hora de escolher o país e a “modalidade do intercâmbio”. SONHO – A estudante Lis Lima procurou uma agência para realizar esse sonho, mas de uma maneira diferente. Lis sempre desejou conhecer outro país e, ao mesmo tempo,
Idioma combinado com interesses específicos - neste modelo, é possível aproveitar a viagem para realizar atividades como mergulho, aulas de culinária, dança, literatura, história etc.
Cursos colegiais voltados para jovens entre 15 e 18 anos
CHEIRINHO DE NOSTALGIA
Kombi deixa saudades Após 56 anos de muitas histórias na vida de bastante gente, o famoso veículo para de ser fabricado em 2014 Por Larissa Escobar
HISTÓRIAS
bem e a Kombi marcou a minha vida.
jeito que subimos alguns metros, des-
fabricada, no Brasil, a última Kombi.
Conheça histórias de personagens
Não foi culpa dela, mas sim minha”.
cemos. Estava frio. A família ficou toda
Colecionando 56 anos de história e
da vida real, que têm ou alguma vez já
Gabriel Fernandes: “Minha Kombi
ali por algumas horas, enrolada em
de afinidade com as famílias brasi-
tiveram uma Kombi, e que guardam
guarda grandes histórias. Já alimentei
cobertores, batendo papo e se diver-
leiras, o veículo teve que deixar de
histórias de sobra para nos contar. Va-
pessoas carentes, já fui resgatar ami-
tindo, esperando pelo guincho”.
ser produzido no Brasil. O motivo é a
mos nos despedir desse simpático car-
gos perdidos, já fiz muita bagunça e já
nova norma de segurança brasileira,
ro relembrando os bons momentos.
ajudei muita gente com a minha Kom-
No dia 19 de janeiro de 2014 é
HOMENAGEM
que determina que, a partir de 2014,
Deide Neves: “Sempre levava mi-
bi. Ela resume quase a minha vida.
Como homenagem de des-
todos os veículos devem sair da fábri-
nha afilhada para passear na minha
Certa vez, fui para o centro da cidade
pedida, a Volkswagen publicou
ca contendo airbags e sistemas anti-
Kombi branca. Larissa era uma criança
com muitos litros de sorvete dentro
um livro com muitas outras his-
bloqueio de travagem, e a montadora
de apenas 5 anos e sempre que me via
da Kombi. Escrevi na porta “Sorvete
tórias. Além disso, a montadora
alemã, Volkswagen, diz que não pode
chegando, logo queria entrar e pas-
grátis” e, ali, eu vi a alegria de muitas
realizou os “últimos desejos da
mudar a linha.
sear. Íamos ao mercado, ao shopping
crianças, moradores de rua e cidadãos
Kombi” como ação publicitária
Após 56 anos de muita história
ou às vezes só ali, na esquina. Ela di-
que passavam por perto”.
de despedida. Entre os últimos
pra contar, a Kombi, famosa por per-
zia que os bancos eram melhores que
Edio Pereira: “Tenho três filhos, es-
pedidos, a Volks enviou o último
tencer a grandes famílias da classe
sua cama e que viajar ali era o melhor
posa e uma grande família, somando
“Manual do proprietário” para
média, deixa de ser fabricada. Como
passeio do mundo. As memórias são
cunhados, irmãos, sobrinhos e neto.
seu Manuel, que transformou sua
forma de homenagem a esse carro
incontáveis e impagáveis”.
Moro em São José dos Campos e, cer-
Kombi em um Sebo. Deu também
tão tradicional na cultura brasileira,
Heliete Oliveira: “Já cai de uma
ta vez, fomos todos visitar um paren-
uma réplica do primeiro esboço
esta reportagem faz um convite a
Kombi em movimento. Eu estava sem
te em Cotia (SP). A Kombi, que estava
do modelo para Mirian Maia, que
você, caro leitor, para mergulhar em
cinto de segurança e a porta abriu
muito pesada, viajou bem até chegar
nasceu dentro de uma Kombi.
histórias engraçadas, emocionantes,
sozinha na curva. Distraída, apoiei na
à cidade. Quando chegamos à última
Deixou uma calota autografada
com grandes personagens que, certa-
porta e foi como uma cena de filme.
subida que dava acesso à casa de meu
por “Pelé” e presenteou muitos
mente, sentirão saudades da Kombi.
Quando eu olhei, estava toda ralada
cunhado, nossa Kombi, muito guer-
outros fãs do carro.
no chão e a Kombi lá na frente. Fiquei
reira, não conseguiu subir. Do mesmo
5
ENTENDA A primeira Kombi foi fabricada em 1950, na Alemanha. O nome “Kombi” jornal laboratório fcsac/univap Ano 15, Edição 2 2014
é uma abreviação do termo “Kombinationsfahrzeug”, que significa “van de carga e de passageiros”. No México, penúltimo país a manter a montagem do modelo, a produção acabou
em
1995.
Na Alemanha, a fabricação foi somente até 1979, quando foi interrompida por não atender a requisitos de segurança. O Brasil era, até o início deste ano, o único país a fabricar o modelo. A parada na fabricação do modelo se deu por conta
ga que todos os carros que saem de fábrica devem ser equipados com freios ABS
FOTO: DIVULGAÇÃO
de uma nova lei que obri-
e sistema de airbag. O modelo e estrutura da Kombi são incompatíveis com essas restrições, por isso, estamos nos despedindo do modelo.
Confira o site em homenagem a Kombi kombi.vw.com.br
as vidas Por Emeline Domingues e Poliana Lorena
6
“Eu nasci dentro do circo”, essa é
a liberdade de serem itinerantes.
a resposta da maior parte dos cerca
Nathália Sepuveda tem 14 anos,
de 150 funcionários do Stankowich.
nasceu no circo e não pretende sair.
A lona da família, que carrega sete
Diferente da maioria das meninas
gerações de artistas circenses, já
da idade dela, seu sonho é se for-
passou por várias cidades do país.
mar na arte do trapézio, uma tradi-
Eles mal sabem onde nasceram,
ção em sua família. “Se perguntar
mas conhecem seu
para mim o que é a
legado: são filhos do
vida fora do circo, eu
de circo e essa é sua herança. Não é
não sei. Essa é a mi-
diferente com o palhaço Chumbre-
nha casa, desconheço
ga, de 71 anos, todos eles dedicados
outra forma de vida.
aos sorrisos. Ele criou cinco filhos cir-
Seria o mesmo que
censes. Athos, como é registrado em
perguntar para um
cartório, argumenta que, ao contrário
de vocês como seria
dos olhares preconceituosos, o pi-
aqui dentro”.
cadeiro é um bom lugar para educar
jornal laboratório fcsac/univap Ano 15, Edição 2 2014
circo. Palhaços, malabaristas e trapezistas encantam a plateia que os conhece apenas pelas fantasias. Nos
pequenos
trailers,
acontecem
“O que é a vida fora do circo? Eu não sei. É o mesmo que perguntar pra você o que é a vida fora da cidade” Nathália Sepuveda, trapezista, 14 anos
os bastidores de uma
Apesar da vida ci-
crianças. “Aqui não tem droga, aqui
vida que poucos conhecemos, um
gana, a trapezista tem uma rotina não
não tem contato com a violência. Eles
espetáculo dentro e fora do pica-
muito diferente dos jovens de sua
são artistas desde pequenos, uma
deiro. Na língua do circo, nós somos
idade. Vai à escola, faz os deveres e
arte que se torna profissão”.
de cidade; já eles experimentam
tem amigos. Seus pais sempre foram
TRADIÇÃO – O palhaço carregou consigo uma tradição, como muitas famílias. Seu filho, Marlon Antônio, de 27 anos, também vive da comédia. Durante o espetáculo, ele se transforma no palhaço Panqueca e tem orgulho do legado que o pai deixou. “Entrar no picadeiro e encontrar a sinceridade do sorriso de uma criança não tem preço. Eu espero ensinar ao meu filho e que ele ensine aos seus filhos, e que isso se prolongue”, diz.
FOTOS: EMELINE DOMINGUES E POLIANA LORENA
do A alegria de Marlon não contagia
uma passagem por sua cidade, no
circo repousa. Já à noi-
apenas o público. Sua esposa, Julia-
interior de Minas Gerais, decidiu
te, quando as engrena-
na Cipullo, de 27 anos, o conheceu
que iria embora junto aos trailers
gens param, outras gi-
em uma parada do Stankowich em
e caminhões. A decisão de largar a
ram no picadeiro. Após
Curitiba, onde vivia. Além da alegria
família não foi fácil, mas foi muito
o espetáculo, os circen-
de se apresentar, o circo lhes trouxe
gratificante: “Eu me sinto à vontade
ses aproveitam o calor
o maior presente: o pequeno Gusta-
aqui, essa é a minha casa. Não pre-
dos corpos e o frescor
vo, hoje com pouco mais de um ano
tendo deixar de ser palhaço”.
da noite para ensaiar.
de idade. Marlon e Juliana contam
Isso se estende por toda a madruga-
com carinho nos olhos sobre o nas-
ATRÁS DAS CORTINAS
da, levando-os a dormir quando o sol
cimento do filho, durante um espe-
O circo tem suas próprias regras
aponta no céu estrelado.
táculo. “Meu filho é minha motiva-
e peculiaridades. Nele, todos os artis-
DOCE LAR – Sala, cozinha, banhei-
tas são plurais. Além
ro e quartos. Os pequenos trailers aco-
dos
que
modam as grandes almas de artista.
prendem os olhares
No quintal, as lembranças das inúme-
do público, há o com-
ras cidades por onde passaram: ca-
prometimento com o
chorros de rua são acolhidos com ca-
funcionamento. Esta-
rinho como todos que chegam por lá.
ção”, conta Marlon, emocionado. Juliana deixou em sua cidade um filho de outro casamento, os pais e a casa para
Nos pequenos trailers, os bastidores de uma vida que poucos conhecemos, um espetáculo dentro e fora do picadeiro
números
cas, ferros, lona: os ca-
Em volta da lona, uma vila de la-
los nas mãos e o suor
res sobre rodas. Após a temporada, o
faz parte da grande família que é
que escorre pelo corpo vão muito
Stankowich irá juntar as estacas que
o espetáculo. O mesmo aconteceu
além do que vemos no espetáculo.
os prendem e seguir com seu espetá-
viver a vida circense. Ela foi aceita e hoje
com Bruno Victor, o palhaço de 23
A rotina é muito bem organizada.
anos que vive lá desde os 14. Em
Enquanto a cidade se movimenta, o
culo, levando suas histórias para outras terras.
jornal laboratório fcsac/univap Ano 15, Edição 2 2014
7
PORTAS ABERTAS
Desafiando o destino
Criado em Paris - França, este é um dos símbolos que representam a deficiência intelectual
Projeto Trampolim, desenvolvido pelo Senac de Guará, é aposta para a preparação e inclusão de deficientes intelectuais Por Ana Paula Cunha e Mariane Ribeiro guetá, acaba de formar a sua primei-
vezes, fico cansada, mas gosto do
O COMEÇO A ideia de poder
ra turma: uma sala de 20 alunos, que
meu trabalho e de fazer novas ami-
ajudar essas pessoas partiu de
já estão prontos para assumir um
zades”, disse Fran.
Rose Scatambulo, coordenado-
cargo no mercado de trabalho.
Durante o curso, os alunos traba-
ra do Senac na cidade de Bebe-
lharam a comuni-
douro (SP). O projeto surgiu há
cação, integração,
cinco anos e já ajudou muitas
atendimento
ao
pessoas. “Estou desde o início e
cliente, desenvol-
é muito bonito ver as melhorias
vimento pessoal e
que esse nosso trabalho faz na
humano, além de
vida dos alunos. Aqui, esses alu-
visitas
técnicas
nos especiais aprendem a fazer
a empresas, para
tarefas que podem ajudá-los no
Depois de nove meses contínuos de atividades em sala de aula, está na hora destes
alunos
es-
peciais
aprenderem
com o dia a dia de
Prefiro minha vida agora. Às vezes, fico cansada, mas gosto do meu trabalho e de fazer novas amizades Fran Silva, estudante do projeto Trampolim
uma empresa. Tem
Um grande salto para o merca-
Alunos do Projeto Trampolim têm aulas de informática e outras atividades que os auxiliam no mercado de trabalho
8
até aluno que, antes mesmo de re-
conhecerem a rotina de um estabe-
ceber o diploma, já conseguiu um
lecimento.
mercado de trabalho”, afirmou. O nome original do curso é
espaço no mercado de trabalho. É o
A expectativa é que, ao final do
Programa de Educação para o
caso de Fran Silva, que trabalha em
curso, a pessoa esteja capacitada
Trabalho e acontece graças a
um supermercado em Guará.
para gerir os seus próprios recur-
uma parceria com a APAE (Asso-
do de trabalho. Esse é o objetivo do
Ela conta que sua rotina mudou
sos e tomar decisões de forma mais
ciação de Pais e Amigos dos Ex-
Projeto Trampolim, curso voltado
bastante, para melhor. Apesar de
segura, além de adquirir confiança,
cepcionais), que indica jovens e
para a formação profissional de de-
cansativa, agora ela se sente res-
agir com autonomia, ampliar a rede
adultos a partir de 16 anos, que
ficientes intelectuais. O curso, que é
ponsável por algo e tem mais ami-
de relacionamentos e reconhecer
possuem autonomia para lidar
oferecido pelo Senac de Guaratin-
gos. “Prefiro minha vida agora. Às
seus direitos e deveres.
com suas necessidades básicas.
TRANSPLANTE
A esperança de uma nova vida jornal laboratório fcsac/univap Ano 15, Edição 2 2014
Por Larissa Nato e Letícia Ramos Ajudar pessoas doentes que você
O transplante de medula óssea é
“No Brasil, em função da mistura
nem conhece e encarar o medo das
indicado principalmente para o tra-
de raças, não é fácil encontrar com-
agulhas e da dor. Atualmente, esses
tamento de doenças que comprome-
patibilidade. Hoje, calcula-se que
são os dois pensamentos mais co-
tem o funcionamento da medula. Em
tem que ter cem mil doações para
SOLIDÁRIO
muns para pessoas que pensam em
alguns casos, ele é a única chance de
poder achar uma compatível”, expli-
Adriano Moraes da Silva, de 38
se tornar doadoras de medula óssea.
cura de pacientes doentes.
cou o doutor Fernando Callera.
Para muitos, é uma alegria poder aju-
Atualmente, o Brasil conta com
dar sem receber nada em troca. Já
cerca de três milhões de doadores,
que desmistifica o
para outros, o fantasma do medo é
ficando em 3º lugar no banco de do-
fantasma do medo.
quem fala mais alto.
adores de medula do mundo.
“Há
um
método
que
foi
implan-
O médico fala de um método
tado no Vale em 2000, em que uma máquina aspira o sangue através de cateteres e detecta
FOTO: ANTÔNIO BASÍLIO/PMSJC
a região que possa
sos se o médico ver que é a melhor captação.
anos, fez seu cadastro no banco em 2010 e em 2011 foi convidado para doar suas células,
No Brasil, em função da mistura de raças, não é fácil encontrar compatibilidade. Hoje, calcula-se que tem que ter cem mil doações para poder achar uma compatível. Fernando Callera, médico.
no Hospital Pio XII. “Foi importante ter ajudado uma pessoa
sem
receber
algo em troca. O procedimento
foi
normal e fiz as atividades do dia a dia após a doação”.
estar a célula tronco. Ela capta esta
No Vale do Paraíba, as doações
céluhla para o receptor e devolve o
são feitas pelo Hemonúcleo de
restante do sangue para o doador”,
Taubaté. Os interessados em se tor-
explicou Callera, que completou di-
nar doadores devem fazer um cadas-
zendo que neste procedimento o
tro e coletar uma pequena amostra
doador não precisa tomar anestesia,
de sangue. Em seguida, é só aguardar
mas que só é realizado em alguns ca-
e esperar a compatibilidade chegar.
CORPO SÃO, MENTE SÃ
Fisioterapia na prevenção Você sabia que a ginástica laboral é um tipo de exercício que pode garantir bem-estar e trazer benefícios ao ambiente de trabalho? Por Daniela Smith, Ismael Branquinho e Kelly Della Torre Mais conhecida por sua função
LABORAL – O fisioterapeuta ain-
corretiva, a fisioterapia também é
da aponta que a ginástica laboral
responsável por outra vertente que
tem o papel fundamental na adap-
envolve tanto exercícios físicos
tação do trabalhador ao seu local
quanto respiratórios. Trata-se da
de trabalho. Essa adequação pode
fisioterapia preventiva, que é um
ser realizada por meio de palestras
conjunto de atividades que ajuda a
de conscientização, capacitação e
controlar sintomas como insônia e
treinamento preventivo de doenças
ansiedade.
ocupacionais.
Entre as aplicações mais conhe-
Nesse treinamento, é necessário
cidas da fisioterapia preventiva, a
entender e conhecer o funcionário
que mais ganha destaque é a ginás-
e, principalmente, as suas limita-
tica laboral, na qual os participantes
ções. Além dos riscos de tais ativi-
realizam, no ambiente de trabalho,
dades de trabalho, os exercícios de
uma série de exercícios leves e de
fisioterapia conseguem reduzir a
curta duração.
incidência de di-
jetivos dessa atividade são: a redução do risco de doenças ocupacionais
os-
teomusculares e o combate
a
outras
doenças
ocupacio-
nais relacionadas a ruído, temperatura,
A ginástica laboral, quando executada no trabalho, combate um crescente problema que vem surgindo em todo mundo: a dor nas costas” Marcus de Barbosa Almeida, fisioterapeuta, especialista em ergonomia
iluminação e fatores psicossociais.
ocupacional
versas
doenças
ocupacionais. TRANSTORNOS – Uma situação
alarmante,
que ainda é desconhecida
pela
população, aponta que os problemas de origem estão
diretamente
De acordo com Marcus de Bar-
ligados a doenças do grupo de dis-
bosa Almeida, fisioterapeuta espe-
túrbio osteomusculares, como DORT
cialista em ergonomia, a ginástica
(Doença Operacional Relacionada
laboral, quando executada no tra-
ao Trabalho) e até transtornos psi-
balho, combate um crescente pro-
cossociais, como estresse, depres-
blema que vem surgindo em todo
são, bipolaridade, ansiedade, entre
mundo: a dor nas costas.
outros. Essas adversidades podem
Segundo dados do IBGE, essa é a
ser reduzidas e eliminadas com a
terceira causa de aposentadoria e a
implantação de atividades laborais.
segunda de licença do trabalho, no
As principais doenças que tem
Brasil, contabilizando mais de 5,3 mi-
origem no ambiente de trabalho
lhões de pessoas com hérnia de disco.
estão relacionadas aos esforços re-
petitivos e a uma má postura, como
ser realizada no mínimo três vezes
tendinites e lombalgias mecânicas.
durante a semana, com duração de
Em resposta a isso, as empresas
30 minutos. Sua execução costuma
apostam na ginástica laboral como
ser feita no início, no meio ou no tér-
uma forma de alcançar bons resul-
mino da jornada de trabalho, sendo
tados e ao mesmo tempo garantir o
essa última a mais indicada para o
bem-estar dos funcionários.
relaxamento dos profissionais. Du-
Todas as atividades são conduzidas
rante as atividades de prevenção,
por profissionais capacitados da área
é função dos fisioterapeutas incen-
de fisioterapia ou educação física.
tivar os participantes a adquirirem
A prática dessa ginástica é reco-
novos hábitos de vida e uma consci-
mendada a todo e qualquer tipo de
ência corporal, gerando uma melho-
empresa, que vai desde trabalhos
ria física e emocional no ambiente
em linhas de produção de fábrica
de trabalho.
até locais onde a pessoa permaneça
Segundo Taciana Regina Santa-
durante muito tempo em uma mes-
na, fisioterapeuta com especializa-
ma postura.
ção em Fisioterapia do Trabalho e Ergonomia, a fisio preventiva pode
NOVA CONSCIÊNCIA CORPORAL Profissionais
da
fisioterapia
aconselham que a ginástica deva
ser atribuída em diversas situações, além da ginástica laboral. Trata-se de avaliação cinético-funcional, na qual é realizada uma avaliação fisioterápica dos colaboradores da empresa, a fim de observar as condições de postura, dores e até a movimentação do corpo. A análise ergonômica é outra aplicação da fisioterapia preventiva que visa à avaliação do posto de trabalho e as tarefas realizadas nele, diagnosticando os riscos ergonômicos e sugerindo as melhorias com o objetivo de minimizar ou eliminar
FOTOS: ISMAEL BRANQUINHO
os riscos.
Ginástica laboral sendo acompanhada por profissional de educação física
Funcionários realizando atividades de fisioterapia em ambiente de trabalho
9 jornal laboratório fcsac/univap Ano 15, Edição 2 2014
Os principais ob-
TORI EM S. JOSÉ
Gigante em gratidão Monumento, inaugurado no ano do centenário da Imigração Japonesa, no Brasil, visa demonstrar o reconhecimento pela comunidade nikkei no Vale do Paraíba Por Jader Arantes, Ivan Carlos e Georges Kirsteller a força de resgatar a cultura de um povo que fortaleceu diversos setoFOTOS: GEORGES K. RYOKI INOUE
res, como a agricultura na região, lembrando que aproximadamente 75% dos imigrantes japoneses, na década de 30, vieram para o Estado de São Paulo, que tinha grande necessidade de mão de obra para trabalhar nos cafezais. Com a abertura de novas frentes de trabalho, os imigrantes japoneses iam trabalhar também no cultivo de morango, chá e arroz. Segundo a MOFA (em português, Ministério das Relações Estrangeiras do Japão),
Para os japoneses, o Tori é a passagem para o mundo espiritual
atualmente, mais de 1,5 milhão de pessoas de origem japonesa vivem Depois que as máquinas co-
jornal laboratório fcsac/univap Ano 15, Edição 2 2014
10
junho de 2008.
em nosso país, a maioria delas no
meçaram a trabalhar mais rápido
Constituído por duas colunas
do que os homens, a agilidade dos
que representam os alicerces que
“JOSEENSES” – Os últimos da-
processos rotineiros e o desenvol-
sustentam o céu, enquanto que ou-
dos, revelados pela prefeitura de
vimento tecnológico influenciaram
tras duas vigas simbolizam a terra,
São José dos Campos, apontam que
diretamente no ritmo acelerado em
o Tori é um dos mais conhecidos
mais de 15 mil nikkeis (imigrantes e
que vivemos.
ícones da cultura japonesa. De ori-
descendentes de japoneses) vivem
Se para os ocidentais, o tempo é
gem e tradição xintoísta, o portal
na cidade. Um número impressio-
linear e nunca volta, talvez por isso
representa a ligação entre o mundo
nante, levando-se em conta que re-
tenhamos a sensação de que esta-
humano e o kami, que seriam os pro-
presenta a metade do número total
mos tirando o máximo dele. Para os
tetores ancestrais, espíritos da na-
de todo o Vale do Paraíba.
orientais, não adianta enganar os
tureza e deuses. Portanto, a entrada
ponteiros do relógio. O que impor-
pra o mundo espiritual e a passagem
IMIGRAÇÃO
ta não é apenas a quantidade, mas
para o Tori (infinito).
JAPONESA NO BRASIL
a qualidade que o tempo é aprovei-
Estado de São Paulo.
Membro-fundadora do Espaço
A imigração começou no iní-
Engenheiro Riugi Kojima, a verea-
cio do século XX, em função de
Para quem visita pela primeira
dora Amélia Naomi, presidente da
um acordo entre os governos
vez a Praça Engenheiro Riugi Ko-
Câmara de São José, tem seu nome
japonês e brasileiro. O Japão
jima, no Jardim Aquarius, em São
estampado na placa do monumento,
tinha um problema de superpo-
José dos Campos, é impossível
em homenagem à Família Esaku Iha-
pulação e o Brasil necessitava
deixar de notar o tamanho do mo-
ra – pioneira na imigração japonesa
de mão de obra para os cafezais.
numento que compõe o cenário de
em solo joseense –, e deu detalhes
O Kasatu Maru foi o primei-
um jardim repleto de vida e cores,
da obra inaugurada em 2008.
tado.
ro navio a chegar ao Brasil (em
onde o tempo passa, mas você fica.
“Esse Tori é o maior e o mais alto
Santos), com imigrantes japone-
Feita de aço, a construção, que
do mundo. Teve todo um estudo de
ses. Chegou no dia 18 de Junho
tem o formato de um portal,
arquitetura antes de ser construí-
de 1908, trazendo novos imi-
rouba a cena onde os
do”, afirma a presidente Amélia, que
grantes a bordo.
prédios dominam a
também comentou sobre a primei-
A maioria dos japoneses tra-
maior
parte
ra visita do Cônsul japonês ao Tori.
balhou em plantações de café
da paisagem. Com seus 17 metros
“Quando ele chegou à cidade, gos-
no interior de São Paulo.
de altura e 21 metros de largura, o
tou muito desse projeto”.
Dentre as diversas marcas
projeto da Associação Pró-Come-
RESGATE CULTURAL – Para os
que a cultura nikkei deixou no
moração do Centenário da Imigra-
descendentes da imigração japone-
Brasil, podemos citar uma culi-
ção Japonesa no Brasil, em parceria
sa que desenvolveram a cultura de
nária muito rica e saudável, a
com a prefeitura, empresas, enti-
arroz nas zonas alagadiças do Vale
tecnologia agrícola e os espor-
dades e a comunidade nipo-brasi-
do Paraíba, a representação simbó-
tes como karatê, judô e kendo,
leira, foi inaugurado no dia 28 de
lica de uma tradição oriental, tem
além dos mangás.
BOA MESA
Nutrição é qualidade de vida Programa “Alimente-se Bem” do Sesi de São José dos Campos estimula a dizer não ao desperdício e sim ao aproveitamento integral dos alimentos Jéssica Cabral FOTOS: JÉSSICA CABRAL
A falta de conhecimento da população sobre as propriedades nutricionais dos alimentos é um dos principais fatores que levam ao desperdício. Além disso, também é importante saber que aproveitar todo o alimento acaba ajudando no lado econômico e ecológico, com isso, contribuindo para a diminuição de resíduos orgânicos. A educação nutricional começa em casa, nos pequenos hábitos. Antes de jogar as sobras, cascas, talos e folhas dos alimentos no lixo, é preciso pensar que tudo isso pode ser reaproveitado e pode acabar vi-
O Sesi (Serviço Social da Indús-
ceitos sobre alimentação, higiene
Receita Junina: Docinhos de Pipoca
tria) oferece o programa “Alimente-
dos alimentos e o planejamento de
Ingredientes
-se Bem” em uma cozinha didática,
compras”, afirma a nutricionista do
- 1 xíc (chá) de milho para pipoca
Modo de Preparo
onde a proposta é mostrar que é
Sesi, Veronica Duboc.
- 4 colheres (sopa) de óleo
Estoure a pipoca no óleo e, em
- 1 xíc (chá) de açúcar
seguida, leve ao liquidificador
rando um prato delicioso, saudável, nutritivo e saboroso.
possível comer bem, de forma sau-
O curso é gratuito e, ao final, os
dável, sem desperdício e com satis-
alunos recebem um certificado de
- 1 xíc (chá) de leite em pó
e triture bem até formar uma
fação. “Nossa ideia é ensinar os con-
conclusão.
- 1 xíc (chá) de água
farinha. Em uma panela, coloque
11
metade da farinha de pipoca, o Rendimento:
açúcar, o leite em pó e a água,
25 porções
mexa até desprender do fundo
Tempo de preparo
passe no restante da farinha de
45 minutos
pipoca. Coloque em forminhas.
RELIGIÃO E SOLIDARIEDADE
“Há um crescimento pessoal e espi-
Ajudar o próximo faz bem Luiz Kleber de Paiva A SSVP (Sociedade São Vicente
FOTO: DIVULGAÇÃO
de Paulo) é uma entidade da igreja
ritual, além do desenvolvimento em certas habilidades que se adquirem ao passo que a gente vai se envolvendo na SSVP, principalmente no
alimento e guiando cada um pela Pa-
têm uma principal ação que eles rea-
tocante à liderança e soluções de
lavra de Deus.
lizam semanalmente. Eles se juntam
problemas”, diz Ernane.
católica, criada no ano de 1833, com
As ações da SSVP são realiza-
para orar e, depois, preparam as ces-
Os vicentinos lidam com duas si-
a função de ajudar as pessoas mais
das em lugares administrados pela
tas básicas para distribuir às famílias
tuações: pessoas que são dependen-
necessitadas. Seu fundador foi Fre-
entidade, como asilos, orfanatos e
necessitadas.
tes de políticas assistencialistas e
derico Ozanam, que começou a ver
promoção de famílias necessitadas
Este grupo também ajuda com
que não aceitam a promoção, pois se
as pessoas necessitadas ao seu redor
e assistidas pelos agentes da SSVP.
frases e pensamentos ensinados
acomodam com as ajudas, e famílias
e, assim, passou a ajudá-las, dando
Os vicentinos, como são conhecidos,
pelo seu fundador. A principal frase
ou pessoas que precisam por um pe-
é: “ajudar o próximo faz bem!”. O vi-
ríodo e, depois daquilo, promovem-
centino Ernane Marcondes é agente
-se e recomeçam uma nova vida.
da sociedade há 25 anos e, para ele,
Em ambos as casos, os vicentinos
ser vicentino é aprender a respeitar e
trabalham com muito amor, mas a se-
a se colocar no lugar daquela pessoa
gunda opção é a mais satisfatória por-
mais necessitada e sentir sua fome,
que se sabe que realmente o trabalho
dor, frio, medo e constrangimento.
foi útil ao ser humano e sua família.
jornal laboratório fcsac/univap Ano 15, Edição 2 2014
da panela. Modele os docinhos e
HISTÓRIAS EM QUADRINHOS
Desenhar sem limites! Apaixonada pela profissão, a ilustradora Elisabete Rodrigues conta tudo sobre o seu trabalho na americana Marvel
Elisabete é muito conhecida pelos editores americanos.
Trabalhar para a Marvel parece
nhos, viu os meus trabalhos e gos-
nhecida pelos editores americanos
um sonho impossível. Mas não é! A
tou das ilustrações. Ele me convidou
do que aqui, porque só fiz trabalhos
ilustradora Elisabete Rodrigues, 50,
para trabalhar para algumas editoras
para os Estados Unidos.
de São José dos Campos, já desenvol-
americanas. A aceitação de meus tra-
- Além de você, outra pessoa co-
veu diversos trabalhos de HQs (his-
balhos pelos editores americanos foi
nhecida também desenvolve este
tórias em quadrinhos) para a editora estadunidense, que é considerada uma das grandes empresas especializadas em quadrinhos no mundo: a Marvel Entertainment.
Elisabete
Meu marido Edilson Bilas foi um
a proposta de ilus-
dos primeiros brasileiros a ilustrar
trar
HQs para o mercado americano. Atu-
quadrinhos
para a Marvel?
almente, meu marido e eu prestamos
Houve um pro-
serviços para agências de publicida-
blema com o ilus-
de fazendo storyboards, layouts, ar-
trador da Marvel
tes finais, entre outros trabalhos. - Para quem quer seguir a mesma
que não estava conseguindo cumprir
personagens famosos como o Ho-
o prazo de entrega do trabalho. Eles
mem Aranha, Super Homem, Os In-
precisavam de alguém para finalizar
Estudar muito e nunca achar que
críveis, entre outros. Atualmente, ela
o processo. Com isso, fiz um teste e
você chegou ao seu limite de conhe-
trabalha para agências publicitárias.
fui aprovada.
cimento, pois sempre temos algo a
tradora para o jornal Foca em Foco. - Por que você quis seguir essa carreira de ilustradora?
mais para aprendermos. O merca-
nhecida também desenvolve este
do profissional é muito competitivo
trabalho? Se sim, quem?
e quanto mais você se diferenciar,
Meu marido, Edilson Bilas, foi um dos primeiros brasileiros a ilustrar
desenhar e pintar. Na minha adoles-
HQs para o mercado americano. Atu-
cência decidi que ia seguir carreira
almente, ele e eu prestamos serviços
nas Artes Plásticas e acabei aden-
para agências de publicidade fazen-
trando esta área.
do storyboards, layouts, artes finais,
nesta área? O Klebs Junior, amigo de meu
carreira, qual o seu conselho?
- Além de você, outra pessoa co-
Desde criança, sempre gostei de
- Como começou a sua carreira jornal laboratório fcsac/univap Ano 15, Edição 2 2014
- Como surgiu
ilustrou
Confira a entrevista exclusiva da ilus-
12
trabalho? Se sim, quem?
ótima.
Desde criança, sempre gostei de desenhar e pintar. Na minha adolescência decidi que ia seguir carreira nas Artes Plásticas .
FOTOS: ARQUIVO PESSOAL
Por Alana Castilho e Ana Beatriz Tamura
maiores chances terá de se destacar.
entre outros trabalhos. Fazemos ilustrações também para editoras de livros didáticos e paradidáticos.
marido, que agencia artistas para
- Você é reconhecida nesta área?
trabalharem para o Impacto Quadri-
Na área de HQs, sou mais reco-
“CULTURANDO”
Passeio entre lazer e conhecimento
Por Gabriela Leite e Isabella Damião Criado em 1997, o Museu do Fol-
espaço demonstra que o folclore esta
fico para cada tipo de público. “Não
nal e de inclusão social. “Ele é um
clore de São José é uma opção para
ali, presente. Para alcançar seu objeti-
atendemos apenas escolas ou estu-
instrumento para ajudar na busca
aprender e se divertir. O espaço pro-
vo, o museu organiza programas diri-
diosos. Estamos aqui para mostrar a
do desenvolvimento da cidade, por
cura difundir a cultura da RMVale
gidos para estudantes, professores e
nossa cultura para a sociedade”.
isso a exposição do acervo para o
para seus próprios habitantes. Atu-
estudiosos do assunto.
O Museu possui três programas.
público”, finaliza Ângela.
almente, o Museu é administrado
Os alunos que visitam o museu
Um destinado para alunos, outro
pela parceria entre Centro de Estu-
acham o espaço interessante. João
para professores e estudiosos, e
SERVIÇO
dos da Cultura Popular e Prefeitura
Victor Magalhães mostrou surpresa:
um específico para o público que
MUSEU DO FOLCLORE
Municipal, por meio da FCCR (Fun-
“De tudo o que eu vi, o que mais me
frequenta o Parque da Cidade. “O
Onde: Parque da Cidade
dação Cultural Cassiano Ricardo).
impressionou foi a cozinha de pau a
Museu gosta de trabalhar a cultura
Roberto Burle Marx, Av. Olivo
pique. É muito diferente do que eu es-
espontânea, ou seja, aquela cultu-
Gomes, 100, Santana, São José
tou acostumado a ver todos os dias”.
ra que a pessoa adquiriu durante a
dos Campos (SP)
vida”, diz Ângela.
Informações:
Criado para apoiar, estimular e ajudar agentes culturais do folclore, o Museu é o ponto de partida das
Segundo a responsável pelos
manifestações regionais. Utilizando
projetos do Museu, Ângela Savasta-
O local enxerga o patrimônio
o conhecimento de quem o visita, o
no, o local tem um programa especí-
cultural como um recurso educacio-
(12) 3924-7318 / 7354