foto: www.matthoyle.com
BookCrossing O conceito de BookCrossing que surgiu nos EUA, pode ser resumido como a prática de deixar um livro num local público, para que outros o encontrem, o voltem a libertar depois de o lerem e assim sucessivamente. Durante a SeCom – Semana de Comunicação da Anhanguera Jacareí, libertaremos alguns livros como este. É um livro escrito por dois alunos da faculdade, que se dispuseram a libertar parte de sua obra pela faculdade durante o evento. Leia-o e continue o BookCrossing: indique para um amigo, ‘esqueça-o’ em algum lugar da faculdade. No dia 15 de Maio, último dia do evento, se você estiver com esse livro, devolva-o na Biblioteca. Queremos saber quantas pessoas leram e por quais cursos este livro passeou. E nós também gostaríamos de saber a sua opinião sobre a ação de BookCrossing na faculdade e sobre o livro. Basta enviar um e-mail para book.px@gmail.com .
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HELOREN Narciso liláceo
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Sete cabeças
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Asfixia mental
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Só por curiosidade...
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Sem título
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SENHOR Z Má digestão
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Pixealizando o impixealizável
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Desalento
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Prática
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Sob minha cegueira
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Má digestão Sigo devorando o mundo Mesmo já quase sem dentes Digerindo sapos e serpentes Defecando sobras Em seu banquete latente Vou ingerindo grandes nacos Dessa carne putrefata Da qual é feita essa sociedade Canalha como lamina de navalha Vomitando líricos versos Meu sonho versus seus ganhos
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Narciso liláceo Não sangro sangue em vermelho meu sangue é negro, que ferve em demência de parecer ser o que meu corpo não quer.
Não sangro em vermelho Sangro água De todas as lágrimas guardadas que não saíram De todas as mágoas.
Que meu irmão me tenha como sangue e não como apenas de carne porque sei que temos os mesmo vícios.
E se não acredita, rasgo meu peito para que você possa ver pulsar o sangue forte que corre em mim e meu par de asas... Que não me deixa aceitar as coisas como parecem ser que não me descansa enquanto não alcanço a verdadeira tortura de ser.
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pixealizando o impixealizável Preciso de um aditivo Na verdade Quero mais adjetivos Fomentar a massa inerte Gelada e sem vida Que ocupa a lacuna Entre olhos e cabelos Aquilo que já chamei de cérebro Hoje um HD estéril Informação é o que não falta Mas falta combustível Um verbo como aditivo Pensar em novos adjetivos Um HD sem memória O que já foi cérebro Hoje é apenas a quebra de um link Sem conectividade Nem objetividade Um sinal ocupado Para mim mesmo
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Sete cabeças Cada cabeça presa
Nem eu e nem minhas sete cabeças.
Por um pescoço limitante
Estou a mercê do que irá
Cada mente presa
fazer á mim.
Por um crânio que dói. [pensamentos machucam quando
Ajuda? Você me ofereceu ajuda?
querem demais...]
Quando lhe pedi, tinha cabeças demais.
Como acalmar?
Hoje a cabeça não pensa,
Sete mentes, sete cabeças,
o crânio não dói
Muitos pensamentos e dores
e meus pensamentos não querem
Pouco entendimento
demais.
e nada de amores... Choques, nas têmporas
Conclusão? Morri.
Queimando tudo... ontem: alguém.
Quero um caixão para cada cabeça.
Hoje? ... hã? ... quem? ...
Tudo se foi Mentes limpas e presas. Cabeças vazias e presas. Pensamentos não machucam mais. Não oferecemos mais perigo algum.
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Desalento O desalento é volátil elemento
O desalento até é frescor
Horas inflado, deveras inflamado
Reflexão para quem pensa, oração
É pretexto em qualquer contexto
para alma tensa
Manha em cada manhã
É pausa às vezes constante Indicio de ânimo em cérebro inconformado
O desalento é preguiça majestosa Em segundos expansível, sempre consumível
O desalento, em toda certeza
É placebo em inexistente doença
importante
Birra em meio à intriga
Ciclo quase incitante, volta errante É necessário em tom revolucionário Único e relevante
O desalento é do ego cafuné Instante do antes, pedante do depois É mentira em vigília Desculpa na falta de muleta
O desalento é mesmo rancor Terror em memória, pavor em busca de glória É reticências na prosa Interrogação em meus versos
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Asfixia mental um saco plástico na cabeça e duas mãos tampando boca e nariz mãos e pés fortemente amarrados olhos devidamente vendados e corpo preso á uma mesa com cordas por todo o corpo. psicologicamente asfixiada. o desespero urra pela ação amarrada.
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Prática De noite Comer os restos de mim mesmo A fim de ter só para mim O que durante o dia sempre foi só meu Pela manhã Regurgitar os restos embolados Na esperança de encontrar o eu Que já não é mais meu, nem eu De novo o dia Digerindo como vermes no esterco O bagaço disforme Que outrora teve um nome Nome este que chamaram a mim
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Só por curiosidade... O que você deixaria para trás? Quando simplesmente a vontade de não ser mais aparecesse? Quando nada mais fizer sentido? Pra onde você iria? O que faria quando um vazio maior que a tremenda fome de vida tomasse conta de sua mente? Se sentiria demente? Insano? Pra onde correria? Ou simplesmente ficaria? O que te inspiraria depois da ilusão? Deixaria tudo de lado e correria nu pelas ruas, desesperado? Ou um simples suspiro profundo lhe bastaria para ganhar tempo e fôlego pra continuar?
O que você teria coragem de deixar pra trás se precisasse? O que você arriscaria para voltar a viver? Ou esperaria sentado a morte chegar para lhe ceifar o que você nem viu passar? Tem coisas que nem o mais sábio saberia explicar: o que segura ou move uma pessoa de lugar.
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Sob minha cegueira O que diriam as rosas Por trás de tantos espinhos O quem sonham entre os dentes Os homens descontentes Qual o cheiro presente No sexo latente Do que sente vontade o santo espírito Todo esse tempo onipresente Espirros e soluços nunca trarão respostas Nem tão pouco o deixará livre Submerso nessa busca insólita O que almeja sua mente sem pudor Do fracasso Qual será o odor Porque respirar Se sempre o que lhe vem É a falta de ar Despertar Só se for para enfrentar
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“(...)No final das contas, vou pendurar uma melancia no pescoço e cantar gritando pelas ruas movimentadas da cidade... Serei vista, criticada, odiada e amada pelo menos terão algum sentimento por mim pegarei a corda que passam pelo pescoço e me divertirei com brincadeiras sádicas...
Durma com os anjos amanhã, ao lado de sua cama vc terá um corda forte e uma melancia bem grande... Ai decida, o que fará... Será a corda ou a melancia???”
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Sobre guerreiros espartanos e bestas no limbo Em meio ao trabalho medíocre, amizades falidas, afetos inertes e pensamentos inférteis o que me resta é limbo. Cobram-me forças, exigem coisas, esperam que seja um contra os trezentos. Honrado como um espartano, humilhado como um cão sarnento. Associamme pensamentos, conceitos e preceitos. As palavras que dizem minhas nada mais são que ecos de energia, a energia alegre de um dia, que já padeceu sob uma tarde de elegia. Nem mais guerreiro, nem esfinge do limbo. Vagueio com alma cálida pelo ventre perene do mundo disforme, alternando momentos de glória e pura moléstia.
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Nome / Nick / Apelido
Curso
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Data
bookcrossingbrazil.blogspot.com
www.livrolivre.art.br
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