•v Parece até brincadeira, ninguém pode acreditar: mas de tudo ele se esquece, esquece até... de lembrar.
Quando estรก dentro do carro, a caminho da escola, tem de voltar, apressado, pois se esqueceu da sacola
Dos cadernos nunca sabe. Curte o mundo lรก do alto. Quem tem cabeรงa nas nuvens nรฃo pisa firme no asfalto.
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Acha a vida esquisita, Cheia de gente agitada. Sua vida? – ele vai levando... E não se esquenta por nada.
De vez em quando ele avisa: -Comigo, tudo é mais lento. -Afinal, vocês compreendem: -Sou um cabeça-de-vento
-Onde é que está a pasta? -Cabeça-de-Vento esqueceu. -E a blusa do uniforme? -Cabeça-de Vento perdeu.
-O dinheiro da Teresa: -Ficou em cima da mesa. -E o boletim do colégio? -Lá na garagem do prédio.
-O presente de aniversรกrio? -Ficou lรก dentro do armรกrio. -E o dever de Geografia? -Estรก em cima da pia.
A mãe dele até entende, e o trata com respeito: a final, ser esquecido é coisa dele, é seu jeito.
Mas há coisas bem guardadas - essas ele não esquece. Aí só fica a cabeça: O vento desaparece.
O sorriso, jeito meigo, o “obrigado!” e o talento: são coisas sempre lembradas por esse cabeça-de-vento...