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ARTIGO: PLAY GAME COM GUGU .................................. PÁG
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A HISTÓRIA DE UM DOS MELHORES PROGRAMAS DE GAMES DA TV
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Por Michael
Se vc tem menos de 30 anos, não deve se lembrar, mas o "PlayGame" foi uma atração tida como muito a frente de sua época.
Efeitos especiais desenvolvidos de forma quase que mecânica, cujo resultado impressionava os mais experientes roteiristas de televisão da época. A ideia do "PlayGame" surgiu de forma bastante natural.
Em 1993, games eram febre em todo o mundo. No Brasil, TecToy e Gradiente, dentre outras, estavam alimentando os lares de todo o pais com muitos jogos eletrônicos que superavam a televisão como a sua principal forma de entretenimento para uma parcela importante da população. Sempre muito antenado, Gugu percebeu a oportunidade de atrair a grande audiência jovem ao explorar esse filão.
Contatou, então, a TecToy, que era líder no segmento. Pois a empresa adorou a ideia e assim mergulhou de cabeça no projeto. Para vocês terem uma ideia da complexidade do programa, eram três dias de gravações para produção de 50 minutos de arte. “Eu e o Homero Salles, que era o diretor dos meus programas na época, gostávamos muito de jogar videogame”, explicou Gugu em entrevista. “Certo dia, imaginamos como seria entrar dentro de um deles. A partir daí surgiu a ideia.”
“Foi uma iniciativa da produção do Gugu que procurou a Tectoy com o formato do programa e com toda a viabilidade técnica”, diz Alexandre Pagano, que na época trabalhava como coordenador de projetos. “E além disso todos os prêmios eram patrocinados pela Tectoy.” Muitos efeitos de sobreposição dificultavam bastante a vida dos produtores em uma época onde o CGI não fazia nem sombra no horizonte.
Outro grande desafio veio a partir de uma ideia de Gugu em retirar o personagem central do jogo Alex Kidd in Miracle World, para assim adicionar o próprio jogador, como se estivesse fisicamente dentro do game. E isso era um pesadelo. Os Produtores iam aprendendo mais e mais durante as edições do programa,
Como era feito esse processo? Alexandre Pagano explica, o bom e velho efeito do Chroma Key - a tela verde. “Chroma key é um processo eletrônico para se elaborar efeitos especiais para a TV e para cinema.
Trata-se de sobrepor as imagens obtidas separadamente e em determinadas partes desta imagem captada, retirar uma cor específica substituindo por outra imagem gerando desta forma um efeito visual”, disse. “Tudo que não fosse verde aparecia na tela e tudo que fosse verde poderia ser substituído pela cena do game que foi trabalhada pelo pessoal da engenharia da Tectoy.” Hoje parece até simples, mas se lembrem que isso foi em 1993...
Assim os Efeitos do CromaKey se entrelaçavam com a habilidade de um técnico, que ficava lá nos bastidores, acionando os comandos sempre de acordo com todos os movimentos da criança.
O resultado era incrível, mas era bem extremamente desgastante. Com uma audiência na casa dos 17 pontos, a empreitada valia muito a pena para quase todos. Já que o departamento comercial do SBT não estava muito satisfeito de videogames aparecendo no dia mais valorizado do canal, sem que a fabricante TecToy pagasse por essa divulgação. A empresa só cedia os prêmios e também organizava toda a estrutura para realização das provas.
Quando a criança “entrava no jogo”, eram três provas: a primeira consistia em passar de um lado para o outro antes de ser “afogado”. E o segundo nível era chutar 15 inimigos, entre os sapos e escorpiões e o terceiro nível consistia em despistar um fantasma e pegar a coroa.
O prêmio para quem conseguisse passar pelo primeiro nível era um Game Gear. E passando pelo segundo nível, o prêmio era um Master System. E para quem conseguisse vencer o último nível, a criança levava para a casa um Mega Drive. Só sonho de consumo da galera da época.
Mas não vão pensando vocês que era fácil. Nó último nível para se ganhar o tão sonhado Mega Drive, eram os dois jogadores participando juntos.
O objetivo era o seguinte: o menino tinha que chegar ao final do cenário, só que pulando de botão em botão. Mas não é só isso: enquanto ele ia pulando um fantasma ficava vagando na tela.
O jogador, além de ter que pular todos os botões, também tinha que pular o fantasma. Se ele conseguisse fazer isso, cabia a menina pegar a coroa e assim, receber o prêmio máximo do programa.
Ainda que sob os narizes tortos por parte da direção do SBT, o Play Game foi seguindo no ar, até ele esbarrar em um pedido da TecToy: Eles queriam a atração sendo quinzenal, não semanal.
Segundo a empresa, tornou-se inviável manter toda aquela estrutura em tão curto espaço de tempo. Gugu, imediatamente, recusou. Seus programas eram semanais e não poderia ter exceção para o "PlayGame" que, aliás, era o patinho feio de suas atrações aos olhos da direção do SBT.Chegava ao fim, 4 meses após a estréia, o único programa que era dedicado ao universo gamer com abrangência nacional.
Isso porque a Tectoy não tinha recursos para criar novas fases a tempo para a produção do programa, o que acabou selando o fim do “Play Game”.
“Cada game tinha uma programação diferente e com códigos complexos. Fora isto, tínhamos o problema de direitos autorais em utilizar cenas de alguns jogos”, explicou Alexandre Pagano. “A produção do Gugu precisava de mais agilidade, e naquela época por mais que quiséssemos, era impossível atingir essa demanda. Acho que foi isto que impossibilitou e descontinuou o programa.” Uma pena realmente... Agora, eu peço licença a você, leitor para fazer um desabafo: Há quase dois anos, perdi um amigo, um "irmão", um "pai", um mentor. E a dor dessa perda é indescritível e a revolta acaba sendo natural. É difícil seguir, mas o show tem que continuar. Gugu, sei que vc está ao lado de Deus e, por alguma razão, acho que pode me ouvir... Receba o meu carinho, os meus sinceros agradecimentos, minhas desculpas por qualquer coisa que possa tê-lo desagradado.