Jornal Chapa 1 - Ainda Há Tempo - Eleições DCE UFSC 2017

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Apresentação

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omos a Chapa 1 - “Ainda há Tempo” e estamos concorrendo ao Diretório Central dos Estudantes (DCE), a entidade máxima de representação dos/as alunos/as da UFSC. Estamos presentes em diversos Centros da Universidade dispostos a lutar contra a retirada de direitos, os cortes na educação e por uma universidade pública, estatal, gratuita e de qualidade. Não nos sentimos representadas/os pelas últimas gestões do DCE, que nos últimos quatro anos não fizeram nada contra os ataques do Governo Federal às universidades públicas. A imparcialidade deles diante

de políticas que nos prejudicam como estudantes e como trabalhadores/as, principalmente num momento de crise, não é compatível com uma entidade estudantil. Queremos um DCE que nos represente e que retome o papel histórico dos estudantes na política brasileira. Só assim o Diretório Central de Estudantes pode recuperar sua legitimidade e importância na vida dos/das alunos/as, sendo uma entidade aberta e presente, sem medo de agir frente aos problemas reais que afetam a universidade.

Quem Somos CCA • Agronomia Leonardo Campos Filipe Bezerra dos Santos CCB • Ciências Biológicas Rafhaella F. Marinoski CCE • Animação Joana Buyo Siqueira • Cinema Carolina Barbosa Morgan Cleo Machado Rosa Gabriel Rodrigues Borges Rômulo Furtado Belthano Victória dos Santos • Design Alicia de Costa Francielle Louise R. Silva Luciano Teixeira • Jornalismo Carolina Maingué Eduarda Pereira Gabriel Volinger Isabele Reusing James Ratiere Maria Helena de Pinho Victor Orlando Milezzi • Letras Espanhol Esteban Gabriel Zapata Julia Pozzetti Leticia Seixas Samuel Girardi Rebecca Neto Pereira Victória Borges • Letras Francês Bruno Foppa dos Santos • Letras Inglês M aickel de Alemeida Vinicyus Melo • Letras Português Ana Clara da Veiga Pereira Cecília Cruz Yasmim Furtado • Secretariado Executivo Luis Antonio

CCJ • Direito Aline Amábile Zimmermann Antonella Perri G. Fernandez Carlos Emanuel Fraga Leandro Coelho Leonardo Moretto Rafael Celeste CDS • Educação Física Andreza Gazzana Carolina Morcelles Gomes Gabriel Nicolodelli da Silva Juliana Silva Santiago Kevin Rafael Vez Bernal Marina Neves Felippe Pedro Henrique M. da Luz CFH • Antropologia Andressa Martins • Ciências Sociais André Kornin Bárbara Schuster Diego Trindade Dieison Lins Alessi Eron Nascimento Fernando Machado da Silva Francieli Zimmermann Ferreira Isabella Álvarez Crippa Kedma Freire Maria Cavalheiro Paula Engels Sarah Arnold Rachel Santos Abrão • Filosofia Caroline Iagher Dildey Elisa Basi Julio Machado Correia Messias Silva Manarim Pedro Gabriel Fontes Samuel Heidermann Victória Vivian Vinicius Marinheiro • Geografia Bárbara C. de C. Eberhardt

Clara Niehues Rivas Gabriel Bernhardt Guilherme Feliberto Batista Hugo Freitas João Vitor Coelho Joana Paraiso Tambke Luca Pilotto Marina Duncan Mateus Alves Garcia Natália Jurkowitsch Renata Brückmann Victor Daltoé dos Anjos Vinicius Aquino Yuri Carneiro Lorscheider • Geologia Antônio Marcon Borges • História Aline Cavanus Ana Clara Cardoso de Freitas Antônio Xavier Spengler Amanda Koschnik Artur Favaretto Elisa Borges Fanny Spina França Isabela Tosta Kerolyn Ribeiro Lucas de Anhaia Marco Antônio P. Machado Murilo Custodio Dos Passos Murilo Kurz Nicole Kirchner da Silva Sofia Andrade Victor Wollinger da Cunha Vitor Santos Yuri dos Santos • Psicologia André Luís Lahorgue Lopes Beatris Cristina Badia Luana Trevisan Luíza da Silva Fernandes Pupella Machado Cardoso CFM • Física Denilson Almeida Gabriele de Carvalho Henrique Amador Martins Jhonathan Facin de Moura

Pedro Pinho Corrêa Victor Rocha Grecco • Matemática Mateus Spezia • Química Lucas André Machado CED • Museologia Melissa Haubert Mirian Carvalho • Pedagogia Camila Arasaki Casarotto Nina de A. Botelho Van Ham Marino Mondek Thamires Fernandes Feijoo CCS • Enfermagem Pattrícia Damiani Tiago Bissigo Boff • Medicina Bruno Kröeff Bergesch Laís Cristine Krasniak Colégio de Aplicação Ana Carolina Costa Artur Andrade Caue Vilela Fernandez Gabrielly Cabral Monsani Hans Buss Heidemann Joao Gabriel Moraes dos Santos João Gabriel Weimer Ninna Adamec CSE • Administração Bruno Jucoski • Economia Arthur Dejean Bruna Espíndola Eduardo Coelho Lopes Gabriela Florêncio Henrique Kiyoshi Ishihara Isadora Decker Leyes João Victor Targino Larissa Badlhuk Nava Leonardo Regis

Luan Pires Fischer Nathalia Haynes Vinicius Horstmann Willyan Harys Godoi • Relações Internacionais Alejandro Añez Eliezer Batista Evandro Oliveira Moura Gabriel Shinji Lucas Pottmaier Ávila Maria Júlia Castro Vanessa Canei Victor Klauck Beirith • Serviço social Christiane dos Santos Giulia Valentina Júlia Isotton Kevin Becker Leonardo Godim Mariana Ramos Tavares Maurício Marques CTC • Arquitetura e Urbanismo Gustavo Rodrigo de Souza Julia Milan da Silva Matheus Alano de Bem • Engenharia Elétrica Leonardo Guzi Matheus Diniz Gonçalves Leite Pedro Drago Reichow • Engenharia de Produção Luiz Fernando Fernandes Marcus Paulo Pessôa Vítor Schefer • Sistemas de Informação Paula Cristina Filisbina Joinville • Engenharia Naval Pablo Henrique Lopes • Engenharia de Transporte e Logística Vitor Joenk


O DCE, a UFSC e o Brasil

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ivemos um período de duros ataques aos estudantes e trabalhadores, resultado das políticas de austeridade de Dilma e Temer. As universidades públicas de nosso país vêm sendo duramente precarizadas: A suspensão de gastos (43,3%) do Ministério da Educação para este ano resultou em cortes de até 60% das verbas nas universidades. No Rio de Janeiro, a UERJ encerrou suas atividades este ano por falta de recursos. O CNPq anunciou um corte de 44% do seu orçamento e prevê o não pagamento das bolsas até o fim do ano. Na UFSC, o risco de não ser executado o orçamento previsto por falta de recursos é grande. E nosso reitor, Cancelier, já demonstrou apoio à cobrança de mensalidades na especialização e de taxas em toda universidade, anunciando seu projeto de privatização. A resistência aos ataques do governo golpista impulsionou uma onda de atos de rua durante o ano passado, assim como a ocupação de escolas e universidades em todo país. O movimento estudantil esteve à frente de vários desses atos de resistência, demonstrando sua importância nessa conjuntura de retrocessos. As duas greves gerais realizadas neste ano foram históricas, colocando os trabalhadores novamente à frente das lutas.

Democracia Universitária

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DCE é a entidade máxima de representação estudantil, criada pelos estudantes para defender e representar seus interesses. Sendo assim, deve aglutinar nossas forças para lutar por melhores condições de estudo e de vida dentro e fora da universidade, ao lado dos trabalhadores. Seu caráter é essencialmente político, tanto por representar nossas vontades junto da instituição quanto pela sua alta capacidade de mobilização - ou de manter os estudantes imóveis, como vimos nos últimos quatro anos. Entendemos que é preciso reorganizar o Movimento Estudantil desde suas bases para alcançar patamares mais avançados de democracia universitária e questionar quais rumos nossa produção de conhecimento está tomando. Acreditamos também que é preciso ir além de nosso horizonte local, reivindicando, por exemplo, a construção da União Nacional dos Estudantes, da União Catarinense dos Estudantes e das executivas de curso como importantes entidades superiores ca-

Em meio a tantos ataques, o DCE não pode ficar parado, como ficou nos últimos quatro anos. A necessidade de um DCE que se posicione e que mobilize os estudantes é cada vez maior! Como chapa, nos posicionamos contra a retirada de direitos, não aceitamos que destruam a universidade pública, acabem com a qualidade de vida de quem trabalha e precarizem nossa saúde como saída para crise. Acreditamos que a saída para barrar os retrocessos é a organização dos estudantes e trabalhadores através de uma greve geral. Lutamos pela derrubada do governo golpista de Temer e, caso isso se concretize, que ocorram eleições diretas para presidência. Queremos um DCE que esteja presente no cotidiano dos alunos, entendendo que esses ataques resultam em problemas concretos na universidade, como a falta de materiais, diminuição de professores e a precarização do RU. Assim, propomos um DCE presente na vida dos estudantes, que se posicione de forma crítica e que faça os debates necessários. Um DCE sem medo de intervir nos problemas reais. Acreditamos que ainda há tempo de reverter os retrocessos.

pazes de articular nossas lutas: fazendo, é claro, a justa crítica ao distanciamento sistemático destas entidades com suas bases e à sua atual burocratização. Nos órgãos da UFSC, como os colegiados de curso, conselhos de unidade, câmaras de ensino e até mesmo no Conselho Universitário, há uma sistemática exclusão da participação dos estudantes e técnicos, baseada na noção paternalista de que só os professores têm a capacidade de discutir e tomar as decisões na universidade. A democratização da gestão universitária é uma de nossas pautas mais importantes. Todos os conselhos devem ser compostos de maneira igual por professores, técnicos e estudantes. Além disso, não podemos admitir que os votos para os cargos diretivos pesem diferente para cada uma dessas três categorias. Queremos votar para nossos diretores em pé de igualdade com técnicos e professores, todos nós temos a mesma capacidade de escolher os rumos da vida universitária.

Defendemos • Voto universal em todas os processos de consulta e eleição para cargos diretores na UFSC. • Paridade entre as categorias na composição dos órgãos colegiados na UFSC.

• Fim da lista tríplice, pela eleição direta de todos os cargos diretores nas universidades. • Ampliação da representação discente dentro do Conselho Universitário.

• Lutar pelo fim da impossibilidade de dupla representação estudantil nos órgãos colegiados. • Defesa de nossas entidades históricas, para que retornem à luta.

Ensino, Pesquisa e Extensão

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nfrentamos uma forte precarização da educação, com currículos desatualizados - que não correspondem às demandas da realidade brasileira e não trabalham com a interdisciplinaridade -, falta de apoio aos projetos de extensão desenvolvidos pelos estudantes e falta de professores. Temos também as ameaças de cortes de verba, a exemplo do CNPq que não garante o cumprimento de seus compromissos firmados até o fim do ano, das já escassas bolsas de pesquisa, iniciação à docência e tecnologia. No ensino superior público, a ampliação do acesso sem oferecer boas condições de permanência, além das pesquisas, da tecnologia e da ciência desenvolvidas nos marcos do desmonte dos serviços públicos realizam com sucesso a tarefa de legitimar os interesses privados como se fossem universais. Não podemos ser passivos quanto à mercantilização do ensino. O ensino, a pesquisa e a extensão universitária são pilares do ensino superior brasileiro e devem se originar nas necessidades sociais e responder à altura. Na prática, vemos em nossa universidade inúmeras pesquisas voltadas principalmente às demandas do capital empresarial, com cursos e currículos orientados diretamente por e para grandes empresas. Acreditamos que a educação não pode ser uma mera transmissão de conhecimento. Educação é estimular o pensamento crítico contextualizado, pensar questões a nível local e nacional, incentivan-

do a construção das entidades estudantis e discutindo seus currículos, além de participar ativamente das movimentações políticas em geral dentro da universidade. É discutir sobre a privatização de serviços, falar sobre os cortes nos investimentos na universidade pública, sobre a reforma do Ensino Médio e as consequências desse ataque à sociedade. Falar sobre a reforma trabalhista e da previdência, rompendo com essa bolha em que muitas vezes a universidade se isola. No ensino, precisamos pautar qualidade no currículo dos cursos, que fujam dessa lógica de mercado em que se embasam hoje, mirando uma educação humanizada e emancipadora. Na pesquisa, precisamos lutar pelo reconhecimento da função social do conhecimento, refletindo os problemas cotidianos e reais da classe trabalhadora, nos posicionando e lutando contra a apropriação privada do conhecimento desenvolvido com recursos públicos. Na extensão, é preciso que valorizemos as alternativas que buscam desenvolver para e com os trabalhadores dentro e fora da universidade, dialogando com movimentos sindicais, movimentos políticos locais, articulando com a comunidade a produção de ciência e tecnologia de acordo com suas reais demandas. É preciso lutar para que as iniciativas que servem aos interesses da classe trabalhadora sejam incentivados (tais como os Serviços Modelos, que na UFSC hoje são apenas seis).

Defendemos • Que o DCE se mobilize contra a utilização do espaço público para interesses privados; • Defesa intransigente do caráter gratuito do ensino público, rechaçando qualquer possibilidade de cobrança de taxas na vida acadêmica; • Contratação e ampliação do corpo docente; • Retomada da discussão sobre a resolução normativa dos Serviços Modelo. Entendendo que Empresas Juniores não são o melhor modelo de extensão, mas

respeitando decisões tomadas democraticamente entre as bases • Equiparação de bolsistas na universidade a pesquisadores; • Fiscalizar a implementação da EBSERH no HU, cobrando o cumprimento do contrato; • Distribuição de verbas entre os cursos, diferença de infraestrutura entre os centros (CFM e cursos oriundos do REUni); • Pela manutenção e defesa das bolsas de pesquisa;

• Por currículos que vão para além do tecnicismo, que vise a formação dos estudantes no sentido mais amplo da sociedade; • Por uma produção de conhecimento voltada para as demandas da classe trabalhadora; • Por uma extensão que articule a produção científica com a comunidade, incentivando iniciativas que servem aos interesses da classe trabalhadora.


Acesso e Permanência

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entimos todos os dias os problemas causados pela falta de políticas efetivas para nossa permanência. Temos uma moradia estudantil com apenas 166 vagas para 27 mil estudantes, e um auxílio moradia de 250 reais. Onde em florianópolis conseguimos alugar um quarto por 250 reais? Pais e mães não têm suas demandas ouvidas e temos muitos outros setores precarizados em que falta estrutura. Um exemplo disso é o nosso RU, um espaço com apenas 1300 lugares que precisa atender, diariamente, 8000 alunos. Necessitamos de uma ampliação urgente nas dependências da moradia estudantil e do RU. A partir de 2008, com o programa REUNI e o sistema de cotas, houve um grande crescimento de vagas e relativa democratização do

acesso às universidades públicas. No entanto, essa expansão não foi acompanhada de políticas de permanência e estrutura. Mesmo com um maior ingresso no ensino superior a verba do Plano Nacional de Assistência Estudantil (PNAE) vem crescendo drasticamente menos, desde 2015. Na UFSC foram abertas quase 20 mil vagas e 40 novos cursos, mas apenas 1400 novas bolsas, aproximadamente, o que resulta em cursos desestruturados e estudantes desamparados. Numa situação em que alunas\os são expulsos\as da universidade por falta de políticas de permanência, necessitamos de uma entidade ativa que pressione governos e reitorias por condições dignas de estudo.

Defendemos Acesso: • Ampliação das cotas, contra a redução das cotas para pretos pardos e indígenas; • Aplicação das políticas de permanência na mesma medida que se amplie o acesso. Permanência: • Café da manhã e janta em todos os campi; • Atendimento de psicologia clínica oferecido pela PRAE aos estudantes, principalmente aos que possuírem o cadastro socioeconômico; • Material obrigatório dos cursos custeados pela universidade. Não aceitaremos que estudantes sejam prejudicados em seu curso

por não poderem pagar seu material; • Ampliação do auxílio moradia anual acima da inflação; • Ampliação das vagas na moradia estudantil; • Ampliação do RU, pelo fim das filas intermináveis; • Contra o aumento do passe do RU e contra cobrança de taxas na universidade; • Volta dos critérios agravantes no cadastro socioeconômico; • Lutar pela implantação do projeto desenvolvido por estudantes e professores da Arquitetura para construção e revitalização de espaços de moradia e convivência; • Mudança no estatuto para pais e mães

na moradia estudantil, que nega aos estudantes ainda mais necessitados o direito de permanecer. Estrutura interna: • Auditoria das vagas disponíveis na Moradia Estudantil; • Participação estudantil deliberativa na PRAE; • NDI e Colégio de Aplicação com entrada por cotas, para que as mães e pais universitários e a comunidade exterior consigam se beneficiar; • Revogação do decreto 977/1993 que proíbe criação de creches universitárias.

Segurança, ambiente e convívio

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ão temos como dissociar a UFSC da cidade na qual está inserida. A insegurança é um reflexo dos diversos problemas enfrentados na sociedade e solucioná-los requer um amplo debate sobre estes variados fatores. Nesse sentido, pensar a UFSC isolada só contribui para a perpetuação de ações violentas que poderiam ser evitadas com o aumento da convivência e circulação de pessoas no campus. As velhas demandas por iluminação, melhor infraestrutura, mobilidade, segurança e espaço de convivência nunca deixam de ser pautadas, já que é crucial pensarmos em uma universidade que esteja a serviço das demandas sociais e não apenas das do capital, como agora acontece. Para que estas demandas

sejam de fato atendidas devemos defender a volta do Plano Diretor Participativo da UFSC, com o qual é possível pensar uma universidade que contemple as reivindicações estudantis e da comunidade, para muito além do caráter administrativo. Ações como maior policiamento, viligância permanente e rondas armadas muitas vezes servem apenas para reforçar a violência institucional sofrida por grupos oprimidos socialmente. É com mais movimentação e convivência dentro do campus que poderemos construir um ambiente mais seguro. Queremos uma UFSC cuja vida cultural e social não cesse um só minuto, o que por consequência resultará numa universidade mais segura para todas/os.

Defendemos • A luta pela rearticulação do Plano Diretor Participativo (PDP) da UFSC para que as demandas estudantis sejam atendidas; • Cobrar que se concretize o projeto de iluminação do campus; • Constante movimento e circulação de estudantes durante o contraturno; • Ampliação do horário de atendimento dos departamentos para 12h ininterruptamente; • A construção de uma resolução de

festas com participação estudantil que contemple a volta dos HHs; • Revitalização do Centro de Convivência, a partir do projeto do AMA (Ateliê Modelo de Arquitetura); • Ampliação da moradia estudantil, levando em conta as propostas já existentes, como a do LabProj - Laboratório de Projetos da arquitetura; • Exigir que os padrões legais de acessibilidade sejam aplicados dentro da universidade;

• Reivindicar a reativação do cargo de segurança com contratação através de concurso público; • Segurança humanizada, consciente de questões de gênero, etnia, identidade e orientação sexual; • A criação de um órgão institucional especializado para lidar com casos de violência contra a mulher, trabalhando desde a prevenção até o apoio em caso de crimes.

Cultura e Integração

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ultura vai além da produção e consumo artístico existente na grande mídia: é a vivência do povo expressa das mais diversas formas. É necessário debater o conteúdo e o caráter da arte em nossa sociedade, sendo fundamental vê-la não como uma mercadoria ou algo somente “usado”, mas como parte integrante do desenvolvimento dos sujeitos. Portanto, o DCE deve pensar a arte e a cultura em toda a sua complexidade, comprometido a trazer a pluralidade da cultura brasileira para o campus. Na UFSC, era costume fazer happy hours semanalmente, gratuitos e com valores condizentes à realidade do/da estudante. Acreditamos ser possível dar continuidade às festas dentro do campus de forma acessível para toda a comunidade e, ao mesmo tempo, arrecadar fundos para as ações do movimento estudantil. Um debate crucial neste assunto é a burocracia universitária: o regimento para eventos no campus necessita de uma revisão e reestruturação, ambas realizadas com participação estudantil nas comissões compostas para as atividades.

Para trazermos o máximo possível de cultura para dentro da universidade, precisamos de uma estrutura física que a comporte. Já existem vários espaços de integração para a comunidade dentro do campus Trindade, porém há um descaso por parte do DCE e da reitoria com estas áreas, que necessitam de revitalização urgente. Além disso, alguns centros e outros campi não possuem estruturas solidificadas para integração. Nossa chapa acredita na necessidade de expansão destes espaços, de forma a estimular a difusão de cultura na UFSC. Ainda, defendemos o conceito, a oferta e a luta pela ampliação do acesso às práticas corporais para além das noções de esporte, por compreendermos que tais práticas dão visibilidade e envolvem muitas formas de linguagem do corpo que costumam ser secundarizadas. Desta maneira, assumimos a tarefa de ser um DCE ativo, comprometido com a integração, com o cotidiano e com demandas estudantis variadas.


Defendemos • Promover uma política de integração que busque a nossa formação em espaços livre de opressões e que tenha caráter pedagógico; • Defender que a UFSC proporcione atividades culturais e de práticas corporais não apenas para a comunidade estudantil, mas também para a que existe no entorno da universidade, viabilizando na cidade um caráter de integração; • Defender atividades de extensão que estejam disponíveis para todos os estudantes, sem a cobrança de taxas; • Organizar e promover oficinas envolvendo as variadas práticas culturais e corporais de forma

constante (esportes, danças, teatro, pilates, yoga, lutas, capoeira, atividades circenses etc); • Organizar um Inter CA, proporcionando campeonatos em que os cursos interajam e que o máximo de pessoas possa participar, envolvendo não só os esportes, mas as danças, a capoeira, lutas, gincanas, jogos etc; • Construir a CALOURADA: semana de integração e recepção aos calouros e calouras que envolva arte, cultura e práticas corporais, articulando os Centros Acadêmicos e Associações Atléticas; • Lutar pela revitalização, conservação e expansão dos espaços de convivência e integra-

ção dentro da Universidade, como a Concha Acústica, o Bosque do CFH e o Centro de Convivência; • Tratar de maneira democrática e acessível os eventos culturais realizados na UFSC por meio do DCE, como shows, festivais, saraus e exposições artísticas; • Lutar pela reestruturação do regimento de festas na Universidade, assim como pela devida segurança desses eventos; • Retomar eventos como o OCUPARTE, o UFSCTOCK e a SAPo - Semana de Arte Popular, bem como expandir e democratizar os já existentes, como o Projeto 12:30 e o Música No Lago.

Combate às Opressões

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m meio a uma sociedade racista, LGBTfóbica e racista, a universidade reproduz as opressões contra mulheres, populações negras e indigenas, colocando barreiras em sua trajetória. As dificuldades se colocam desde o acesso e continuam depois, na permanência dentro da universidade. Se a política de ações afirmativas na UFSC já era falha ao garantir apenas 32% das vagas para PPI (pretos, pardos e indígenas), agora o reitor sancionou uma lei que define 22% desses 32% para pessoas com deficiência, o que diminui o número de vagas para as cotas raciais. Compreendemos a importância da inserção de cotas para as pessoas com deficiência, porém nos posicionamos contrários à diminuição de cotas para PPI. Se já colocam dificuldades no ingresso na universidade, a precarização das políticas de permanência faz com que a taxa de evasão de estudantes seja enorme. Não basta só entrar, queremos permanecer.

Defendemos • Construir Grupos de Discussão (GD) buscando aprofundar a reflexão estudantil acerca da necessidade do combate às opressões no espaço universitário, assim como em todos os lugares nos quais elas se manifestam; • Construir calouradas que integrem os estudantes, sem opressões; • Buscar meios de impedir a segregação de turmas entre estudantes cotistas e não cotistas através do constante debate das ações afirmativas e levantamento de dados sobre esses estudantes e a situação dos mesmos em relação a permanência e tudo que a tange, principalmente o racismo;

Acessibilidade

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Os problemas na permanência também atingem as mães e pais estudantes, tendo em vista que estes não podem ter acesso à moradia estudantil com seus filhos, e as mulheres são expulsas quando engravidam. Além disso, os estudantes possuem pouquíssimo acesso aos espaços para educação infantil e básica na UFSC, como o NDI e o Colégio de Aplicação. Logo, lutamos por um DCE que entenda as peculiaridades das/os estudantes negras/os, mães e pais, e esteja em luta pela garantia e melhoria das condições de estudo e permanência, que combata a LGBTTfobia, a xenofobia e o machismo, se posicionando contra qualquer tipo de violência física e psicológica contra os estudantes. O DCE deve estar atento também às denúncias de assédio e medidas urgentes devem ser tomadas a respeito do abuso sexual dentro da UFSC. A conscientização e a não tolerância aos crimes cometidos são essenciais para a construção de uma universidade segura.

• Oficinas abertas sobre as culturas afro e indígena; • Intervenções artísticas sobre combate às opressões, como cartazes; • Criação de uma ouvidoria do DCE como meio de denúncia; • Maior atenção do DCE às demandas dos estudantes indígenas e quilombolas (questões estruturais, de acesso e permanência); • Fortalecer a permanência de mães, pais e responsáveis legais estudantes, lutando pela inclusão de cotas para filhos de estudantes no NDI, além da maior divulgação da abertura de vagas e aprofundamento da discussão de formas de acesso neste;

permanência na universidade é muito precária, ainda mais para estudantes deficientes. O apoio psicológico é insuficiente e a vivência no espaço da UFSC é complicada, especialmente quando a locomoção de pessoas com deficiência gera a dependência de outros e de meios de transporte motorizados devido às más condições das calçadas, algo tão básico. A reitoria “abre suas portas” para os estudantes sem antes garantir que estes possam ter uma qualidade de vida durante sua vida acadêmica. De que adianta a abertura de vagas sem que exista a infraestrutura necessária? Existem poucas placas de sinalização para cegos, muitas barreiras para as/os cadeirantes e não existem intérpretes de LIBRAS para grande parte das atividades. Essas e muitas outras dificuldades impedem que estudan-

• Criação de comitês de autodefesa nas universidades; • Estar em luta contra a redução das cotas para estudantes PPI (pretos, pardos e indígenas); • DCE articulado para combater assédio moral e físico entre professores e estudantes; • Promover espaços de integração e debates sobre a realidade de estudantes imigrantes da UFSC; • Combate à segregação de pessoas neuroatípicas; • Lutar para incluir disciplinas sobre corpo, gênero, sexualidade e etnia, principalmente nos cursos de licenciatura.

tes com algum tipo de deficiência transitem pela universidade e tenham autonomia, não podendo assim usufruir com qualidade de espaços, serviços, atividades e tudo aquilo que corresponde ao universo da UFSC. No que tange ao sistema de cotas, não concordamos com a maneira como foram implementadas, em que o acesso de estudantes autodeclarados pretos, partos e indígenas (PPI) foi reduzido de forma significante sob a justificativa de aumentar a entrada de pessoas com deficiência. Esta chapa acredita que a lei deveria ter aumentado o número de vagas e não posto dentro daquilo que já existe. Foi pensando nisso que a chapa “Ainda há tempo” se propõe a estabelecer um diálogo horizontal com todos os estudantes, sem exclusões ou negligências.

Defendemos • Pressionar a reitoria para que coloque em prática os estudos feitos pelo plano diretor participativo realizado entre os anos de 2010/2012 com relação à Acessibilidade. • Promover encontros regulares para que possam ser ouvidas reivindicações para que sejam levadas a maiores instâncias.

• Incentivar atividades de conscientização dos professores, como cursos de LIBRAS e de capacitação para aulas adaptadas a determinadas demandas. • Garantir que as novas cotas que serão implementadas venham acompanhadas de melhorias no mobiliário da faculdade e na capacitação do

DEBATES: 14.09 ÀS 18H30 - AUDITÓRIO DA REITORIA 25.09 AO 12H00 - AUDITÓRIO DO CCA FESTA DA CHAPA: 22.09 ÀS 20H

corpo docente, assim como a contratação de intérpretes. • Eliminar as barreiras entre os estudantes promovendo cursos de LIBRAS pelo DCE. • Comprometer-se com a fiscalização dos espaços para que mantenham-se funcionando e em boas condições de uso.


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