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Aterrissagem

Depois disso, retornamos ao dormitório. Acorc falou: - Bem, agora terá que fazer seu último sono nesta viagem e quando acordar já estaremos na Terra. - Vão reto ao ponto em que vão me desembarcar? - Não, antes faremos um pouso em outro ponto da Terra. - Onde fica isto? - Talvez o mostre quando chegarmos lá. - A que horas do dia ou da noite vamos chegar aonde vou ficar? - Pousaremos onde vai ficar, umas 3 horas antes de romper do dia. - O senhor não sabe se me deixará nos arredores da cidade em que moro ou distante dela? - Pelo que fui informado, ficará uns cinco quilômetros da cidade, por que este exercício que fará a pé, lhe é necessário. - Mas apesar de ser assim tarde da noite, se eu achar uma carona até a cidade?

Acontece que, além das instruções que já lhe dei, vou lhe dar mais esta: - Não deve chegar a parte alguma antes de seu lar e nem falar com ninguém, muito menos o que você se referiu. - Mas será que não vou me sentir mal ao desembarcar? - Não, o que vai sentir não chega ao ponto de impedi-lo de caminhar, porque ao desembarcar já estará há horas respirando oxigênio da Terra, pois é por este motivo que vamos pousar em outro ponto antes. - Algum dos senhores vai descer ao solo junto comigo? - Não, nenhum de nós, será acompanhado somente até a porta da saída.

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Nisto, advertido por ele, aproveitei para dormir. Agora já sabedor da influência do círculo de luz em meu cérebro, prestei o máximo

de atenção para ver como funcionava aquilo. Como um autômato me deitei de costas, olhei para o teto, mas ainda não estava lá a luz. Olhei interrogativo para Acorc. Então ele tocou na parede aparentemente lisa e a luz surgiu.

Até aquele momento na minha vida eu nunca tomara anestesia, mas pelo que tenho ouvido falar pelos que já tomaram aquilo agiu em meu organismo da mesma maneira. Não sei se olhos abertos ou fechados, dormi quase instantaneamente um sono tão profundo que mesmo que tivesse sonhado, ao acordar não me recordaria de nada. Ao acordar tive o cúmulo das surpresas, pensei que tinha acontecido algo de anormal, pois frente a meu leito, se encontrava Acorc e mais um outro senhor, mas o que me assustava neles eram os trajes que vestiam, em vez daqueles trajes espalhafatosos, vestiam uma espécie de macacão e sobre a cabeça tinham um capuz transparente que cobria até os seus pescoços com um troço quadradinho parecido com um lápis com borracha na ponta, bem em cima da cabeça e um quadradinho parecido com um alto-falante bem em frente à boca. Até as mãos eles as tinham cobertas.

Já sentado no leito perguntei: - Mas para que os senhores estão com estas vestes assim diferentes?

Então, como que falando dentro de uma lata, ele respondeu: - É porque neste momento já estamos deixando penetrar gradativamente o oxigênio da Terra nesta repartição –então dei uma olhada e vi que o dormitório estava realmente fechado em todos os lados –, e para que não tenhamos de nos submeter também a este período de adaptação, no caso por duas vezes, vestimos estes trajes.

Eu então desci do leito, mas assim que fiquei em pé senti algo muito estranho em mim, em vez daquele volume enorme que já tinha quase me acostumado a sentir, passei a me sentir fininho. Parecia que meus membros do corpo eram ferro, finos, porém tão duros e pesados que tinha até dificuldade em mover um pé.

Acorc certamente sabendo que ia me sentir assim, sorrindo trouxe minhas vestes terrícolas e me mandou vesti-las. Então troquei de

roupa, apalpei os bolsos, todos os meus pertences neles se encontravam. Quando calcei os sapatos, tive a impressão de que eram duas barras de ferro amassando os meus pés.

Quando Acorc viu que eu já começava a me movimentar, aproximou-se de uma parede e abriu uma espécie de vigia e perguntou rindo: - Quer ver onde estamos?

Aproximei-me com bastante dificuldade até ele e olhei num tipo de binóculo esperando ver os campos e matas de meu município, mas qual nada, o que vi foi gelo em grande quantidade até se perder de vista no horizonte. - Que lugar é este? - Bem, é um ponto qualquer da terra.

Mas, não adiantou ele querer me tapear, porque vi logo tratar-se de um dos polos da Terra, porém não sei se o Sul ou o Norte, mas forçosamente o Sul, porque não iriam pousar no norte, para depois me deixarem no sul.

Depois Acorc fechou a vigia e mandou que eu me sentasse, sentei-me permanecendo eles de pé. Então notei que a nave estava em movimento e perguntei: - A nave está sendo dirigida para onde vão me deixar? Demorase muito para chegar lá? - Não, dentro de instantes pousaremos onde vai ficar.

Dentro em pouco notei que havia diminuído aquele ruído facilmente distinguido quando a nave estava em movimento.

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