INSTITUTO ESTADUAL DO PATRIMÔNIO HISTÓRICO E ARTÍSTICO DE MINAS GERAIS
GUIA DE BENS TOMBADOS IEPHA/MG
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PIRAPORA E BURITIZEIRO Acervo IEPHA/MG
Ponte Marechal Hermes
Fig. 1 – Ponte Marechal Hermes entre Pirapora e Buritizeiro
Ponte Marechal Marechal Hermes Hermes foi foi tombada tombada pelo Decreto nº. 24.327,de de22-3-1985, 22 de março deo1985, com texto: o seguinte texto: Ficao provado o tombamento AAPonte nº 24327, com seguinte Fica aprovado tombamento realizado realizado pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais – IEPHA/MG da Ponte Marechal Hermes, que liga os pelo Instituto Patrimônio Artístico IEPHA/MG liga os Municípios Pirapora e municípios de Estadual Pirapora edo Buritizeiro, paraHistórico inscriçãoeno Livro de-Tombo nº. III,da doPonte TomboMarechal Histórico,Hermes, das obrasque de Arte Históricas e dosde Documentos Paleográficos ou inscrição Bibliográfino cos.Livro nº III, do Tombo Histórico. Buritizeiro, para
A
construção da Ponte Marechal Hermes sobre o rio São Francisco estava inserida no ambicioso projeto de expansão da Ferrovia Central do Brasil que pretendia interligar a então capital do Brasil, Rio de Janeiro, a Belém do Pará, no norte do País. A integração do litoral com o interior do Brasil sempre foi vontade das administrações luso-brasileiras e foi planejada, de diferentes formas, em outros momentos da história. No caso das ferrovias, desde o período imperial, mais especificamente em 1855, traçou-se um projeto de integração do território, tendo como eixo principal a então Ferrovia Dom Pedro II, que pretendia cruzar o País de sul a norte, passando pelo Brasil Central. Após a proclamação da República em 1889, o projeto teve continuidade, agora transformado na Estrada de Ferro Central do Brasil – EFCB. É importante destacar que naquele período, fim do século XIX e início do XX, as ferrovias resumiam o que havia de mais moderno em termos de desenvolvimento e eram utilizadas em vários países do mundo. O transporte ferroviário reduzia distâncias, interligava lugares e, geralmente, desenvolvia as regiões por onde passava. Nelson Senna, autor do famoso compêndio Anuário de Minas Gerais, esboçou todo o otimismo de uma época e celebrou o projeto da ferrovia Rio de Janeiro – Belém, dizendo que o “desbravamento, por meio de linhas de ramificações, de todo o norte e nordeste do Estado de Minas, dos sertões da Bahia, de Goiás, de Piauí, Maranhão e Pará, daria como resultado o florescimento de nossa vida industrial, comercial e econômica do esquecido Brasil Central 1.” Assim, sob o signo da modernidade e sob a expectativa do progresso advindo com as locomotivas, é que os trilhos da Ferrovia Central do Brasil chegaram a Pirapora/MG, em 1910, vindo da estação de Lassance/MG. Contudo, para prosseguir com o projeto de ligação até Belém do Pará era preciso superar o rio São Francisco. A solução para tal impasse seria a construção de uma ponte que interligasse as margens do rio. 1
SENNA, Nelson de. Anuário de Minas Gerais. Belo Horizonte: Imprensa Oficial. 1918. T. II, p. 1142.
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