DOSSIER HABITAÇÃO – VENDA E ARRENDAMENTO CAPITAIS DE DISTRITO Janeiro 2021
AVEIRO E BRAGA LIDERAM QUEDA NAS VENDAS, SETÚBAL E FARO NOS PREÇOS Entre as capitais de distrito¹ com maior representatividade nas vendas², Aveiro e Braga registam a perda mais acentuada de atividade em 2020. Braga, que tem a maior dinâmica de vendas a seguir a Lisboa e Porto (quota de 3% das unidades vendidas no país), regista uma queda de 29%, passando de cerca de 6.100 fogos transacionados em 2019 para 4.350 em 2020, de acordo com as projeções do SIR-Sistema de Informação Residencial. Em Aveiro (1% das vendas nacionais) a queda foi ainda mais acentuada, com as cerca de 1.060 unidades transacionados em 2020 a ficarem 41% abaixo das 1.780 unidades contabilizadas no ano anterior. A nota geral é de perda de dinâmica entre os dois anos, ficando a queda menos acentuada em torno dos -7%, observada em Leiria, uma cidade com uma capacidade de absorção semelhante a Évora, Setúbal e Coimbra (quotas em torno dos 2%). Évora, por seu turno, apresenta uma queda bem mais acentuada, de 18%, semelhante à observada em Faro (-16%). Já Coimbra e Setúbal inscrevem-se nas exceções à perda de dinâmica de vendas, registando ambas uma variação positiva de 5% face à atividade projetada para 2019. PREÇOS Entre início e final de 2020, observaram-se algumas mexidas nas capitais mais valorizadas, com Faro a perder a liderança para Coimbra. Aliás, a cidade dos estudantes passou também Évora, apresentando no final do ano um preço médio de venda de 1.621 €/m². Em Faro, a média das vendas atingiu os 1.581 €/ m² no 4º trimestre, enquanto que em Évora se fixou em 1.440 €/m², um valor aproximado ao verificado em Aveiro (1.426€/m²). No mercado com maior quota da procura, Braga, o SIR registou um preço médio de
ÍNDICE DE PREÇOS RESIDENCIAIS VARIAÇÃO TRIMESTRAL – 4º TRIM. 2020
3,2%
2,2% 1,7%
1,7%
Aveiro
Évora
-0,5%
-1,8%
Setúbal
-1,6%
Faro
Leiria
Braga
Coimbra FONTE CONFIDENCIAL IMOBILIÁRIO
venda da habitação de 1.127€/m², um patamar idêntico ao de Leiria, em 1.111 €/m². De destacar ainda Setúbal, com vendas a 1.330 €/m². As restantes capitais de distrito transacionam abaixo dos 1.000 €/m², posicionando os preços entre os 975€/m² de Viseu e os 745€/m² de Castelo Branco. VALORIZAÇÃO Os Índices de Preços Residenciais apurados para os diferentes concelhos do país, mostram que, num cenário onde predomina uma evolução trimestral positiva dos preços, Setúbal e Faro registam as quebras mais acentuadas, com descidas trimestrais de 1,6% e 1,8% no 4º trimestre, apenas superada pelos 1,9% observados em Beja. Além destes, apenas Leiria tem uma evolução negativa dos preços negativas, embora residual, de -0,5%. Entre as restantes cidades, destaca-se Coimbra, com uma subida trimestral de preços na ordem dos 3,2% e Braga com 2,2%. Évora e Aveiro sobem 1,7%. Em termos homólogos, a nota dominante é também de subida, exceções de Viseu e Beja. Pese embora a maioria das subidas neste referencial temporal não ir além dos 4,0%, ali-
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nhando com a tendência nacional e refletindo uma perda de fôlego face à dinâmica de início do ano em praticamente todos os mercados. PIPELINE Em termos de pipeline, Braga continua a ser o principal destino do investimento em nova promoção residencial, concentrando uma carteira de 1.265 fogos em 2020, apesar de apresentar um decréscimo de 12% face à atividade de 2019. Leiria mantém a sua dinâmica em torno dos 850 fogos (-5%), enquanto Aveiro e Faro apresentam reforços significativos do pipeline, com, respetivamente, novos 716 e 644 fogos em carteira (em ambos os casos, mais de 50% face a 2019). Setúbal e Viseu concentram também pipelines na ordem dos 600 fogos, enquanto Coimbra contabiliza a entrada em licenciamento de 470 fogos, numa queda de 25%. Évora, com pouco mais de 100 fogos em carteira em 2020, retraiu o pipeline em mais de 30%. 1 A presente análise exclui Lisboa e Porto, abordados em artigos autónomos. 2 Considerando a quota no total das vendas residenciais registados no país nos últimos dois anos