Celebração da Esperança

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Ilustração: © Marcos Brescovici

Celebração da Esperança Jundiaí, 25 de setembro de 2011

LITURGIA DA ESPERA ♫ Prelúdio

Intróito: Romanos 8.18-25

♫ Antes de haver Manhã: [SSPOART, Criação Coletiva]

(Silêncio e oração) [No local da celebração há “lixo” espalhado por toda parte] Porque para mim tenho por certo que os sofrimentos do tempo presente não podem ser comparados com a glória a ser revelada em nós. A ardente expectativa da criação aguarda a revelação dos filhos de Deus. Pois a criação está sujeita à vaidade, não voluntariamente, mas por causa daquele que a sujeitou, na esperança de que a própria criação será redimida do cativeiro da corrupção, para a liberdade da glória dos filhos de Deus. Porque sabemos que toda a criação, a um só tempo, geme e suporta angústias até agora. E não somente ela, mas também nós, que temos as primícias do Espírito, igualmente gememos em nosso íntimo, aguardando a adoção de filhos, a redenção do nosso corpo. Porque, na esperança, fomos salvos. Ora, esperança que se vê não é esperança; pois o que alguém vê, como o espera? Mas, se esperamos o que não vemos, com paciência o aguardamos. 1.

Antes de haver manhã, Ou noite estrela e luar O amor de Deus, o próprio Deus Pensando na gente passou a criar. Homem, mulher criou E liberdade lhes deu Pra construir, pra semear Na terra a verdade e o amor espalhar

2.

Ao enfrentar a dor Da privação do ideal De liberdade, de comunhão O povo achou sua força em Deus Cristo veio aclarar Toda vontade de Deus De nos reunir num corpo só, Pra isto é preciso de novo nascer

No amor de Deus A vida encontra O seu sentido e o seu final Acolhida:

(Saudação aos presentes e apresentação dos visitantes; apresentação do tema da “Esperança”)


♫ Jesus Cristo, esperança para o mundo (1ª e 2ª estrs.):

1.

[Silvio Meincke / Edmundo Reinhardt / João Carlos Gottinari]

Um pouco além do presente Alegre o futuro anuncia A fuga das sombras da noite A luz de um bem novo dia.

2.

Botão de esperança se abre Prenúncio da flor que se faz Promessa de tua presença Que vida abundante nos traz.

Venha o Teu reino, Senhor A festa da vida recria A nossa espera e ardor Transforma em plena alegria A nossa espera e a dor Transforma em plena alegria. Leitura do Livro dos Princípios: Gênesis 2

Esta é a gênese dos céus e da terra quando foram criados, quando o SENHOR Deus os criou. Não havia ainda nenhuma planta do campo na terra, pois ainda nenhuma erva do campo havia brotado; porque o SENHOR Deus não fizera chover sobre a terra, e também não havia homem para lavrar o solo. Mas uma neblina subia da terra e regava toda a superfície do solo. Então, formou o SENHOR Deus ao homem do pó da terra e lhe soprou nas narinas o fôlego de vida, e o homem passou a ser alma vivente. E plantou o SENHOR Deus um jardim no Éden, na direção do Oriente, e pôs nele o homem que havia formado. Do solo fez o SENHOR Deus brotar toda sorte de árvores agradáveis à vista e boas para alimento; e também a árvore da vida no meio do jardim e a árvore do conhecimento do bem e do mal. E saía um rio do Éden para regar o jardim e dali se dividia, repartindo-se em quatro braços. […] Tomou, pois, o SENHOR Deus ao homem e o colocou no jardim do Éden para o cultivar e o guardar.

♫ Jesus Cristo, esperança para o mundo (3ª, 4ª e 5ª estrs.): [Silvio Meincke / Edmundo Reinhardt / João Carlos Gottinari]

3.

Saudade da terra sem males Do Éden de plumas e flores Da paz e justiça irmanadas Num mundo sem ódio nem dores.

4.

Saudade de um mundo sem guerras Anelos de paz e inocência Derrota de todos os sistemas Que criam palácios barracos.

5.

Já temos preciosa semente Penhor do teu reino agora Futuro ilumina o presente Tu vens e virás sem demora.

Venha o Teu reino, Senhor A festa da vida recria A nossa espera e ardor Transforma em plena alegria A nossa espera e a dor Transforma em plena alegria. O jardim: [Luiz Carlos Ramos]

Chama a atenção o fato de que Deus tenha plantado a “árvore da vida no meio do jardim e a árvore do conhecimento do bem e do mal” e que esta não deveria ser tocada. Trata-se de uma reserva ecológica, uma área restrita que a humanidade jamais deveria violar, localizada bem no centro do Éden. Com isso, Deus dava a entender que há regiões que devem permanecer virgens, livres do contato humano, tais como os resquícios de mata atlântica, as nascentes de água nas serras, os lugares dos quais nossa existência depende, nos dias de hoje. O equilíbrio ecológico depende desse respeito que lhe devemos. Violar essa ordem divina é cometer pecado grave. Os seres humanos violaram essa regra a tal ponto que já não há jardim para que dele sejamos expulsos. Nós é que expulsamos de nós o jardim que Deus nos deu. Todavia(!), talvez ainda haja tempo. Pois, ainda temos essa memória “genética”, esta bela história dos princípios. Talvez ainda possamos honrar a nossa vocação de sermos “almas viventes”, se nos tornarmos (conversão!) de fato a consciência da terra, se abraçarmos a nossa vocação primeira na promo2


ção e na proteção desse jardim. Oxalá entendamos de uma vez por todas que o respeito e a preservação não são questões marginais, mas têm que estar no centro da nossa vida. As reservas ecológicas não devem ficar restritas às longínquas, descuidadas e amazônicas florestas, mas no centro da nossa casa, do nosso bairro, da nossa cidade. Que Deus torne a soprar sobre nós o fôlego da vida de modo que possamos continuar a ser almas viventes, para a sua honra e a sua glória. O lixo:

♫ Cantos pra viver (Ofertório): [Simei Monteiro, Flávio Irala e Tércio Junker]

[A comunidade deve recolher o lixo de maneira seletiva, preparando assim a mesa da comunhão – dentro de algumas sacolas plásticas, devidamente embaladas, há frutas maduras] Cantos pra viver, / forças pra luta Espalhar sementes / sobre nosso chão Amparar [n]a dor, / não cortar a flor Crer que a primavera / sempre voltará Vendo essa gente que dança e ri Que não desiste, mas vai lutar Renascemos pra esperança Renascemos pra viver Vendo a Jesus que sofreu por nós Que fez da morte ressurreição Renascemos pra esperança Renascemos pra viver.

LITURGIA DA ESPERANÇA A mesa da eucaristia: [Mateus 9.10-13]

♫ Bênção da Mesa:

E sucedeu que, estando ele em casa, à mesa, muitos publicanos e pecadores vieram e tomaram lugares com Jesus e seus discípulos. Ora, vendo isto, os fariseus perguntavam aos discípulos: Por que come o vosso Mestre com os publicanos e pecadores? Mas Jesus, ouvindo, disse: Os sãos não precisam de médico, e sim os doentes. Ide, porém, e aprendei o que significa: Misericórdia quero e não holocaustos; pois não vim chamar justos, e sim pecadores [ao arrependimento]. 1.

Senhor, te damos graças Porque em volta desta mesa Renova-nos a força De lutar contra a pobreza.

3.

Senhor, que os nossos pratos, Numa terra dividida, Um dia se dividam Numa terra reunida.

2.

Transforma nossa gula, A nossa sede de abastança, Num novo sentimento De justiça e de esperança.

4.

Perdoa-nos, agora, Nesta injusta refeição, Até que a terra inteira Se alimente do teu pão.

[Jaci Maraschin]

Partilha eucarística: Oração: [Luiz Carlos Ramos]

[Todos se servem das frutas recolhidas do meio do lixo, bem como do pão e do vinho] Ó Deus Eterno, Ensina-nos a com(+)viver com a natureza: A amar sua beleza, A respeitar sua força, A resistir à sua fúria. Ajuda-nos A proteger os seus brotos A desfrutar de suas sombras, A partilhar os seus frutos. Envia teu Espírito e renova a face da terra! Envia teu Espírito e renova a face da fé! 3


Envia teu Espírito e renova a face da esperança! Envia teu Espírito e renova a face da do amor! Envia teu Espírito e renova a face da vida! ♫ Confiança no futuro: [L: Federico J. Pagura; Trad.: Jaci Maraschin; M: Homero R. Perera]

Porque ele entrou no mundo e em nossa história; porque quebrou o silêncio e a agonia; / porque mostrou na terra a sua glória; porque foi luz em nossa noite fria; / porque nasceu em pobre estrebaria; porque viveu semeando amor e vida; / porque partiu os corações mais duros; e levantou os tristes e abatidos. Por isso é que hoje temos esperança, / Por isso é que lutamos destemidos, Por isso olhamos hoje com confiança, / Para o porvir dos povos oprimidos. Por isso é que hoje temos esperança, / Por isso é que lutamos destemidos, Por isso olhamos hoje com confiança, / Para o porvir. Porque atacou corruptos mercadores; e denunciou maldade e hipocrisia; / porque exaltou crianças e mulheres; e condenou aos que de orgulho ardiam; / porque levou a cruz de nossas penas; e saboreou o fel de nossos males; / porque aceitou sofrer a nossa culpa; e assim morrer por todos os humanos. Porque uma aurora viu sua vitória / Sobre as mentiras, sobre a morte e o medo; já nada pode interromper sua história. / Nem a chegada de seu Reino eterno.

Bênção: [Do livro Em tua graça, CMI-Porto Alegre, 2006]

Que Deus te abençoe com o inconformismo diante de respostas fáceis, meias-verdades, e relações superficiais, para que tu possas viver na intimidade de teu coração. Que Deus te abençoe com a indignação diante da injustiça, da opressão e abuso das pessoas, para que tu possas trabalhar a favor da justiça, da igualdade e da paz. Que Deus te abençoe com lágrimas pelas pessoas que sofrem, vítimas da dor, da rejeição, da fome e da guerra, para que tu possas estender tua mão para consolar e transformar sua dor em alegria. E que Deus te abençoe com a insensatez para pensar que tu podes fazer diferença neste mundo, para que faças algo que outras pessoas dizem não ser possível.

♫ Poslúdio

(Abraço da paz)

Creative Commons, Non Commercial License

Liturgia preparada pelo Rev. Luiz Carlos Ramos (Teólogo e Clérigo da Igreja Metodista) ● Regente: Elenise Ramos ● Pianista: Liséte Espíndola Para ter acesso a outras liturgias da Capela da Serra e para ver fotos das celebrações, acesse: http://www.luizcarlosramos.net

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