Ilustração: © Juliana Mesquita (usado com permissão)
Celebração da Palavra e do Pão
(Tempo Comum, 9º Domingo após Pentecostes) Jundiaí, 29 de julho de 2012
O DEUS ETERNO ESTÁ PERTO DE TODOS OS QUE O INVOCAM Prelúdio: Intróito: Salmo 145.5
♫ Doxologia: [Lowell Mason (1792-1872); Adap. João Gomes da Rocha (1861-1947) — HE 90]
Saudação e acolhida:
[A comunidade permanece em oração] O teu reino, SENHOR, é o de todos os séculos, e o teu domínio subsiste por todas as gerações. O SENHOR é fiel em todas as suas palavras e santo em todas as suas obras. O SENHOR sustém os que vacilam e apruma todos os prostrados. Em ti esperam os olhos de todos, e tu, a seu tempo, lhes dás o alimento. Abres a mão e satisfazes de benevolência a todo vivente. Justo é o SENHOR em todos os seus caminhos, benigno em todas as suas obras. Perto está o SENHOR de todos os que o invocam, de todos os que o invocam em verdade. Ele acode à vontade dos que o temem; atende-lhes o clamor e os salva. Justo és, Senhor, em teus altos caminhos, Grandiosas tuas obras todas! Mui perto estás, Senhor, de todos que te invocam, De todos que te adoram em verdade. Aleluia! [Boas-vindas às/aos presentes e apresentação do tema da celebração]
PALAVRA QUE ALIMENTA Primeira leitura: 2 Reis 4.42-44 (NTLH adap. por Luiz C. Ramos)
Certa vez, um homem chegou de Baal-Salisa, trazendo para Eliseu [o profeta] vinte pães feitos com a primeira cevada que havia sido colhida naquele ano e também algumas espigas de cevada ainda verdes. Eliseu mandou que o seu empregado desse aquela comida ao grupo de profetas. Mas o empregado perguntou: — O senhor acha que isto dá para cem homens? Eliseu respondeu: — Entregue a eles, e eles comerão, pois o Deus ETERNO diz que eles vão comer e ainda vai sobrar. Aí o empregado lhes deu a comida, e, como o ETERNO tinha dito, todos comeram, e ainda sobrou.
♫ Hino: Oração (1ª e 2ª estrs.)
[Philip Paul Blias; Trad.: Antonio Ferreira de Campos; Met.: Rev. Jerônimo Gueiros – HE 271]
Salmódia: Salmo 14 [Versão de L. C. Ramos, a partir da ERAB]
♫ Hino: Oração (3ª estr.)
[Philip Paul Blias; Trad.: Antonio Ferreira de Campos; Met.: Rev. Jerônimo Gueiros – HE 271]
Leitura do Evangelho: João 6.1-14 [Versão adap. da NTLH]
♫ Porque o Senhor é bom: [Liséte Espíndola]
Mais pureza dá-me, Mais horror ao mal, Mais calma em pesares, Mais alto ideal; Mais fé em meu Mestre, Mais consagração, Mais gozo em servir-te, Mais inspiração.
Mais prudência dá-me, Mais paz, ó Senhor, Mais firmeza em Cristo, Mais força na dor; Mais leal me torna, Mais triste ao pecar, Mais humilde filho, Mais grato e exemplar.
[Ao mestre de canto. Salmo de Davi] Diz o tolo no seu coração: Não há Deus. Todos são corruptos e praticam suborno; já não há quem faça o bem. Do céu olha o ETERNO para os filhos dos homens, para ver se há quem entenda, se há quem busque a Deus. Todos se extraviaram e juntamente se corromperam; não há quem faça o bem, não há nem um sequer. Acaso, não entendem todos os operários da perversidade, que devoram o meu povo, como quem come pão, que não invocam o ETERNO? Tomar-se-ão de grande pavor, porque Deus está com a linhagem do justo. Ridicularizam a esperança dos humildes, mas o ETERNO é o seu refúgio. Tomara de Sião viesse já a salvação de Israel! Quando o ETERNO restaurar a sorte do seu povo, então, exultará Jacó, e Israel se alegrará. Mais confiança dá-me, Mais vida, em Jesus, Mais do seu domínio, Mais da sua luz;
Mais rica esperança, Mais obras aqui, Mais ânsias da Glória, Mais ânsias de ti! Amém.
Depois disso, Jesus atravessou o lago da Galileia, que também é chamado de Tiberíades. Uma grande multidão o seguia porque eles tinham visto os milagres que Jesus tinha feito, curando os doentes. Ele subiu um monte e sentou-se ali com os seus discípulos. A Páscoa, a festa principal dos judeus, estava perto. Jesus olhou em volta de si e viu que uma grande multidão estava chegando perto dele. Então disse a Filipe: — Onde vamos comprar comida para toda esta gente? Ele sabia muito bem o que ia fazer, mas disse isso para ver qual seria a resposta de Filipe. Filipe respondeu assim: — Para cada pessoa poder receber um pouco de pão, nós precisaríamos gastar mais de duzentas moedas de prata. Então um dos discípulos, André, irmão de Simão Pedro, disse: — Está aqui uma criancinha que tem cinco pães de cevada e dois peixinhos. Mas o que é isso para tanta gente? Jesus disse: — Digam a todos que se sentem no chão. Então todos se sentaram. (Havia muita grama naquele lugar.) Estavam ali quase cinco mil homens. Em seguida Jesus pegou os pães, deu graças a Deus e os repartiu com todos; e fez o mesmo com os peixes. E todos comeram à vontade. Quando já estavam satisfeitos, ele disse aos discípulos: — Recolham os pedaços que sobraram a fim de que não se perca nada. Eles ajuntaram os pedaços e encheram doze cestos com o que sobrou dos cinco pães. Os que viram esse milagre de Jesus disseram: — De fato, este é o Profeta que devia vir ao mundo! Ele ampara os pobres e a cada dia sobre a mesa dá o pão Porque o Senhor é bom...
E aos que sofrem dores Traz esperança e com ternura dá a paz Porque o Senhor é bom...
Oh! Aleluia, oh! Aleluia, oh! Aleluia Porque o Senhor é bom! Reflexão: “Pão da Vida” [Luiz Carlos Ramos (cf. João 6.1-14)]
Fiquei muito surpreso quando descobri que não existe a palavra “multiplicação” na história da “multiplicação dos pães”. Eu não contava mais do que 18 ou 19 anos quando ouvi o saudoso Rev. Elias Abrão pregar sobre esta passagem bíblica e dizer que os verbos que apareciam ali eram “partir” e “distribuir”, e que “multiplicar” devia ser colocado na conta da fantasia do editor moderno responsável pela inserção dos intertítulos (que, obviamente, não constam dos originais). Outra descoberta que fiz, essa, sim, já por minhas próprias investigações exegéticas, foi a de que o tal “rapaz”, mencionado na tradicional tradução do João Ferreira de Almeida, na verdade não era um rapaz, mas uma “pequenina criança” (no original grego: paidarion). Mais curioso ainda é o fato de que essa é uma palavra neutra, ou seja, pode indicar tanto uma criança do sexo masculino, como uma do feminino. Resumindo, quem ofereceu os cinco pães e os dois peixes pode ter sido um menininho ou uma menininha. Também me chama a atenção o fato de que, aqui, os papéis dos adultos e das crianças se invertem. Normalmente, quem tende a ser egocentrado e a não gostar de repartir são as crianças. Podemos notar o trabalho danado que dá, para muitos pais, convencer os filhos a serem solidários e a repartirem suas coisas, seus brinquedos, sua comida, com os coleguinhas. Geralmente isso só se dá de maneira mais espontânea na medida em que vamos crescendo e amadurecendo. Mas, neste caso,
os adultos é que se mostram egoístas, escondendo a comida que haviam trazido consigo; e quem age altruistamente é a criancinha. A Bíblia é cheia dessas inversões inusitadas, mas parece que nunca nos acostumamos com elas. Volta-e-meia nos vemos surpreendidos. Como alimentar a multidão faminta? Continua a ser uma das perguntas cruciais dos líderes políticos, das organizações não governamentais, das associações filantrópicas e de algumas igrejas... A resposta do Evangelho pra essa difícil, intrincada, complexa e aparentemente insolúvel questão é a seguinte: Cinco pães, dois peixes e o coração gentil de uma criancinha solidária… não é preciso muito mais para saciar a multidão que tem fome de pão e sede de justiça. E a pergunta que fica é: “Quem é essa criancinha, onde ela está agora, para que venha e sacie nossa fome?” E a resposta é uma só: “Eu sou essa criança! Você é essa criança! Nós somos essa criança!” Portanto, repartamos nosso pão, rendamos graças a Deus, e distribuamos entre todos o Pão da Vida! E preparemo-nos para recolher os cestos com o que haverá de sobejar.
E TODOS COMERAM À VONTADE
♫ A Ceia do Senhor: [Jaci Marashin]
Sursum corda:
Partilhar o pão, distribuir o vinho, estender a mão a qualquer vizinho, Alargar o chão, retirar o espinho, abraçar o irmão, não ficar sozinho 1.
O pão da Eucaristia é mais que pura massa, É feito de alegria e dado a nós de graça.
2.
O vinho consagrado é mais do que bebida. É sangue derramado que dá sustento à vida.
3.
Jesus, em qualquer parte, é mais que forma e rito. É pão que se reparte no mundo injusto, aflito.
4.
Permite que este trigo na terra amadureça e a fome do mendigo enfim desapareça.
5.
Que o vinho nos anime a celebrar a vida, e a todos aproxime na terra agradecida.
O Senhor seja com vocês. | E com você também. Elevemos os nossos corações. | Ao Senhor os elevamos. Rendamos graças ao Senhor. | Sim, é justo e bom render graças a Deus. Nós te rendemos graças, ó Deus, porque em Cristo tu te sentas conosco sobre a relva e repartes entre nós o Pão da Vida. Por isso te saudamos, cantando:
♫ Sanctus: [Texto litúrgico tradicional, Música: Liséte Espíndola]
Memorial: Anamnese
Santo, Santo, Santo, Senhor Deus onipotente, Terra e céus estão cheios da tua glória, Glória a ti Senhor! E, enquanto comiam, Jesus tomou um pão e, tendo dado graças, o partiu e deu aos discípulos, e disse: Isto é o meu corpo dado por vós: fazei isto em memória de mim. ♫ Bendito sejas para sempre! Depois de cear, tomou um cálice e, tendo dado graças, o deu aos discípulos e disse: Isto é o meu sangue, o sangue da nova aliança, derramado por vós; fazei isto em memória de mim. ♫ Bendito sejas para sempre!
Consagração: Epiclese
Eterno Deus, nosso materno Pai, nós humildemente te suplicamos que envies sobre nós e sobre estes alimentos o teu Espírito Santo e cumpras a tua Palavra, a fim de que o pão que vamos comer seja para nós a comunhão no corpo de Cristo, e o vinho que vamos beber seja a comunhão na vida de Cristo; é o que te pedimos em ação de graças; por Cristo, com Cristo, e em Cristo. Amém!
♫ Mysterium fidei:
Cristo morreu e ressuscitou,
[Texto litúrgico tradicional, Música: Liséte Espíndola]
Partilha eucarística:
♫ Pão da Vida: [L: Rev. Ricardo Holden; M: Hans Leo Hassler; Harm.: Johann Sebastian Bach]
breve voltará! O pão pelo qual damos graças é a comunhão no corpo de Cristo; O cálice pelo qual damos graças é a comunhão na vida de Cristo. Ó Cristo, Pão da Vida, Descido lá do céu, O pão de nossas almas Que o Pai de amor nos deu! Em ti nos alegramos, Gozando, mesmo aqui, Do alento e da doçura, Que achamos sempre em ti.
Da eterna e santa vida, Da qual tu és o Autor, Sustento e fortaleza És tu, também, Senhor. Sem ti não nos assistem Nem forças nem poder; De ti, nosso Alimento, Queremos nós viver.
AMOR DE CRISTO, EM TODA A SUA LARGURA, COMPRIMENTO , ALTURA E PROFUNDIDADE
Envio: Efésios 3.14-21 (NTLH)
♫ Bênção: [L: do Livro de Oração Comum (LOC) da Igreja Anglicana; M: Liséte Espíndola]
Despedida:
Por esse motivo, eu me ajoelho diante do Pai, de quem todas as famílias no céu e na terra recebem o seu verdadeiro nome. E peço a Deus que, da riqueza da sua glória, ele, por meio do seu Espírito, dê a vocês poder para que sejam espiritualmente fortes. Peço também que, por meio da fé, Cristo viva no coração de vocês. E oro para que vocês tenham raízes e alicerces no amor, para que assim, junto com todo o povo de Deus, vocês possam compreender o amor de Cristo em toda a sua largura, comprimento, altura e profundidade. Sim, embora seja impossível conhecê-lo perfeitamente, peço que vocês venham a conhecê-lo, para que assim Deus encha completamente o ser de vocês com a sua natureza. E agora, que a glória seja dada a Deus, o qual, por meio do seu poder que age em nós, pode fazer muito mais do que nós pedimos ou até pensamos! Glória a Deus por meio da Igreja e por meio de Cristo Jesus, por todos os tempos e para todo o sempre! Amém! Que o amor de Deus no uma Que a alegria de Deus nos inspire A paz de Deus nos envolva E a coragem de Deus nos sustente. Amém. Abraço da paz
(Creative Commons, Non Commercial License) Liturgia preparada pelo Rev. Luiz Carlos Ramos Pianista: Liséte Espíndola; Regente: Elenise Ramos; Ambientação: Vastí Ferrari Marques; Ilustração: © Juliana Mesquita (usado com permissão) Arte do convite: Juliana Mesquita; Fotografia: Carlos Nagumo