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Celebração da Palavra e da Mesa Jundiaí, 28 de julho de 2013

LITURGIA DE ENTRADA ♫ Prelúdio

(Silêncio e oração)

♫ Intróito:

A paz seja contigo e em teu espírito.

[Homero Perera]

Salmo 85.7-13:

Acolhida:

Apresentação dos motivos de Oração:

A paz seja contigo e em teu espírito. Mostra-nos, SENHOR, a tua misericórdia e concede-nos a tua salvação. Escutarei o que Deus, o SENHOR, disser, pois falará de paz ao seu povo e aos seus santos; e que jamais caiam em insensatez. Próxima está a sua salvação dos que o temem, para que a glória assista em nossa terra. Encontraram-se a graça e a verdade, a justiça e a paz se beijaram. Da terra brota a verdade, dos céus a justiça baixa o seu olhar. Também o SENHOR dará o que é bom, e a nossa terra produzirá o seu fruto. A justiça irá adiante dele, cujas pegadas ela transforma em caminhos. (Saudação aos presentes e apresentação dos visitantes; referência ao 12º Domingo após Pentecostes ou 17º do Tempo Comum, que evoca o tema da oração. Apresentação dos motivos de intercessão) Orar não é falar, orar não é calar; orar é estar constantemente na presença do Eterno para poder viver intensamente o efêmero. (L. C. Ramos) (Motivos pessoais e comunitários de oração...)

Invocação: [Agostinho de Hipona (354-430)]

Quem me dera descansar em ti! Quem me dera que viesses ao meu coração e o inebriásseis com a tua presença, para me esquecer de meus males e me abraçar contigo, meu único bem!


♫ Oração cantada (Tu és meu tudo) [Texto: John Wesley; Trad..: Luiz Carlos Ramos; M: Liséte Espíndola]

Ó, Deus, meu Deus, tu és meu tudo! Antes d’alva que desperta tua soberana luz ilumina o meu coração e me inunda o teu poder que a tudo vivifica.

Por ti suspira e clama minh’alma sedenta, porquanto deva morar nesta terra deserta. Faminto como estou, Só teu amor alento pode dar!

Por ti suspira e clama minh’alma sedenta, porquanto deva morar nesta terra deserta. Faminto como estou, Só teu amor alento pode dar!

Mais preciosa é a vida e teu amor há de ocupar meu tempo e meu coração; e meus lábios hão de te adorar! Em proclamar o teu louvor hei de empenhar a minha paz, minha glória e minha alegria.

Em terra seca me contemplas. Todo anelo, meu desejo, deposito só em ti, mais e mais em tua graça. Me regozijo só em ti, tesouro maior deste mundo! Serviço do Amor: [Michel Quoist (1921-1997)]

♫ Kyrie: [Rodolfo Gaede Neto]

Nesta manhã, eu te peço que me ajudes a amar. Faz que, por mim e por teus filhos e filhas, penetre no mundo o amor verdadeiro. Um pouco, em todos os meios, em todas as sociedades, em todos os sistemas econômicos, em todos os sistemas políticos, em todas as leis, em todos os contratos, em todos os regulamentos. Que ele penetre nos escritórios, nas fábricas, nos bairros, nas casas, nas escolas, nos cinemas, nas festas. Que ele penetre no coração dos homens e das mulheres para que não esqueçam que a luta por um mundo melhor é uma luta de amor, a serviço do amor. Pelas dores deste mundo, ó Senhor, imploramos piedade. A um só tempo geme a criação. Teus ouvidos se inclinem ao clamor desta gente oprimida. Apressa-te com tua salvação. A tua paz, bendita e irmanada co’a justiça Abrace o mundo inteiro. Tem compaixão! O teu poder sustente o testemunho do teu povo. Teu reino venha a nós! Kyrie eleison!

Confissão: [Martinho Lutero (1483-1546)]

Olha, Senhor, sou como um vaso vazio. Enche-o. Sou fraco na fé. Fortalece-a. Sou frio no amor. Permite que meu coração queime. Deixa que meu amor jorre sobre o meu próximo. Às vezes, duvido e não consigo confiar completamente em ti. Senhor, ajuda-me. Aumenta a minha fé, permite que eu confie em ti. sou pobre, tu és rico. 2


No entanto, tu vieste para ter compaixão dos pobres. Eu sou um pecador, tu és justo. Sofro por causa do pecado. Em ti está toda a justiça. Fico contigo, pois de ti posso receber e não preciso dar. (Silêncio) ♫ Ouve, Senhor: [Autoria não identificada]

Absolvição: [Agostinho de Hipona (354-430)]

♫ Novo nascer: [SSPOART, Criação coletiva]

Oração pelos enfermos: [Luiz Carlos Ramos (1961-)]

♫ Bendito Seja Deus: [Asaph Borba]

Ouve Senhor, eu estou clamando. Tem piedade de mim e me responde. Confesso que tudo me foi perdoado: o mal que de livre vontade cometi e o que não pratiquei graças à tua ajuda. O Espírito de Deus Abre as portas para um novo caminho Que Ele tem nos proposto a seguir. Se o seu povo que andar e fiel permanecer Deve estar atento à voz e sensível para ver. Muita gente que ainda não percebeu O milagre de um novo nascer.

O Espírito de Deus Nos permite perceber como vive a nossa gente E onde vai chegar. Nos convoca pra apontar a injustiça, o erro, o mal E anunciar a vida nova que vem para ficar. E assim muita gente enfim verá Que é chegado o reino de amor.

Senhor Deus Eterno, queremos interceder nesta hora por estas nossas irmãs e irmãos que, de seu leito de enfermidade, compartilham conosco sua esperança e seus anelos por saúde e bem-estar. Da mesma forma, nós, suas irmãs e irmãos, depositamos nosso coração em seu coração e, compadecidos, padecemos suas dores e fazemos subir à tua presença a mesma esperança e anelo de saúde e paz. Olha com misericórdia para estas tuas filhas e filhos, conforta-os, fortalece-os, e por tua graça restabelece-os para a tua honra e tua glória. Isso te pedimos pela mediação do teu Filho, servo sofredor, homem de dores, que sabe o que é padecer, que tomou sobre si as nossas enfermidades e hoje nos dá a paz. Amém. Bendito seja Deus que não me rejeita a oração, Nem afasta de mim a sua graça. Pois me tem ouvido e tem me atendido!

LITURGIA DA PALAVRA Oração por iluminação: [Tomás de Aquino (1225-1274)]

Quando o silêncio cobre o nome:

Concede-me, Senhor meu Deus, uma inteligência que te conheça, uma angústia que te procure, Uma sabedoria que te encontre, uma vida que te agrade, uma perseverança que te espere com confiança e uma confiança que te possua, enfim! Ou o homem que falava com Deus

[Rubem Alves (1933-); Ilustrações: Marcos Brescovici]

Leitura do Evangelho: [Lucas 11.1-13]

De uma feita, estava Jesus orando em certo lugar; quando terminou, um dos seus discípulos lhe pediu: Senhor, ensina-nos a orar como também João ensinou aos seus discípulos. Então, ele os ensinou: Quando orardes, dizei: Pai, santificado seja o teu nome; venha o teu reino; o pão nosso cotidiano dá-nos de dia em dia; perdoa-nos os nossos pecados, pois também nós perdoamos a todo o que 3


nos deve; e não nos deixes cair em tentação. Disse-lhes ainda Jesus: Qual dentre vós, tendo um amigo, e este for procurá-lo à meia-noite e lhe disser: Amigo, empresta-me três pães, pois um meu amigo, chegando de viagem, procuroume, e eu nada tenho que lhe oferecer. E o outro lhe responda lá de dentro, dizendo: Não me importunes; a porta já está fechada, e os meus filhos comigo também já estão deitados. Não posso levantar-me para tos dar; digo-vos que, se não se levantar para dar-lhos por ser seu amigo, todavia, o fará por causa da importunação e lhe dará tudo o de que tiver necessidade. Por isso, vos digo: Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e achareis; batei, e abrir-se-vos-á. Pois todo o que pede recebe; o que busca encontra; e a quem bate, abrir-se-lhe-á. Qual dentre vós é o pai que, se o filho lhe pedir [pão, lhe dará uma pedra? Ou se pedir] um peixe, lhe dará em lugar de peixe uma cobra? Ou, se lhe pedir um ovo lhe dará um escorpião? Ora, se vós, que sois maus, sabeis dar boas dádivas aos vossos filhos, quanto mais o Pai celestial dará o Espírito Santo àqueles que lho pedirem? Ensina-nos a orar: [Martinho Lutero (1483-1546)]

Prédica: [Rev. Luciano José de Lima]

Senhor Jesus Cristo, ensina-nos a orar. Ajuda-nos para que nossa oração se faça poder, que o poder se faça alegria e que a alegria venha a ser a riqueza de nossa vida. Dá que, ao gastarmos tal riqueza, vençamos todas as contrariedades. O silêncio que fecunda a palavra: a propósito da oração Mahatma Gandhi dizia que a oração é a respiração da alma, por isso, para ele, valia mais um coração sem palavras do que palavras sem um coração. Com o que concordam os antigos cristãos, para os quais a oração era mergulhar no Silêncio do qual emerge a Palavra que dá sentido à existência. Na escola da espiritualidade dos monges do Monte Athos, na Grécia, a finalidade era aprender a se calar diante do mistério divino, cuja revelação mais sublime é o amor. Por isso mesmo, nós ocidentais, podemos dizer como Agostinho que um coração que ama jamais para de orar, mesmo que não balbucie nenhuma palavra. A oração está para além do discurso: é calar-se silencioso como as montanhas e respirar no ritmo do oceano de compaixão. Eis o sentido possível da raiz grega “euchestai”, de onde vem o termo “proseuchestai”, escrito no Evangelho que hoje lemos. É claro que, na raiz latina, oração vem de algo relacionado à boca/fala (oral), assim como rezar tem a mesma raiz de recitar, como quem balbucia um poema de amor, uma litania de esperança, uma ladainha de paz. Mas é o Silêncio que fecunda tais palavras, é na experiência do deserto que reconhecemos nossa fragilidade precária e dela nasce a prece, é também dele que fascinadas e fascinados oferecemos nossa adoração (aliás é bom lembrar que a palavra adoração, em grego, também pode ser traduzida por beijo). Assim florescem as boas palavras, nascidas do amor que escuta o ritmo do divino palpitando dentro de nós. Sejam palavras de louvor, de adoração ou de intercessão. Essa escola de oração é também a escola da gentileza, como lembra Leloup. A Oração do Pai-Nosso, mais sintética no Evangelho de Lucas (suprime até o pronome nosso, talvez por ser pressuposto), se insere no resumo orante do projeto do Reino de Deus. Era comum um mestre sintetizar numa oração o seu ensinamento. Essa prece-projeto nascia de uma práxis, fermentada no silêncio da meditação e recitada como poema e compromisso. Através dela, Jesus nos convida a descobrir nessa realidade infinita, que chamamos Deus, o Abba (Materno Pai), cujo Reino desejado se traduz na partilha do pão e do perdão (que oferecemos e recebemos). E por fim, há uma súplica para não abandonar o projeto, a grande tentação que as comunidades viviam quando esmagadas pela pobreza e tirania dos que as geravam. No coração das comunidades de ontem e de hoje, essas palavras ainda ressoam na insistência, perseverança e resistência, daquelas e daqueles que, como o amigo importuno, insistem na busca, mas que encontram nessa figura amorosa a realidade que recolore o horizonte da caminhada. Parafraseando nosso amigo Luiz Ramos, que sempre possamos nos descobrir abertos para o Pai Nosso, no desejo de partilhar o Pão Nosso e vivenciar o Perdão Nosso...

♫ Bendito Seja Deus: [Asaph Borba]

Bendito seja Deus que não me rejeita a oração, Nem afasta de mim a sua graça. Pois me tem ouvido e tem me atendido!

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Ofertório: [Daniel Rops (1901-1965)]

Se nada tens a oferecer ao Senhor, apresenta tuas dores, tua fadiga apenas. Quanto custou a tanta gente este pedaço de pão, colocado na patena! Se tens as mãos vazias, e a boca amarga e seca, oferece o coração machucado, meu amigo. Para que o vinho espumasse neste cálice foi preciso —não foi?— pisar a uva e moer o grão de trigo. [...] E se nem forças tens para ofertar e implorar, se em ti tudo é abandono e solidão tremenda, silenciosamente aceita —e é só— que um outro te receba, vele por ti e sejam um só dom.

♫ Ofertório: [Luiz C. Ramos/Liséte Espíndola]

Abraça, Senhor, os nossos corações, Que ofertamos com fé, esperança e amor.

LITURGIA DA MESA Oração pré-comunhão: [Walter Rauschenbusch (1861-1918)]

Grande Ação de Graças:

Nosso Pai, alegramo-nos pelos visitantes que se sentam conosco para esta refeição. Nosso alimento fica mais abençoado porque nós o repartimos com eles, e nossa casa, ainda mais querida porque os abriga. Permite que na troca feliz de pensamentos e de afeição possamos entender de novo que toda a nossa alegria vem da amizade simples e que seremos ricos enquanto formos amados. O Senhor seja com vocês. E com você também. Elevem seus corações. Ao Senhor os elevamos. Demos graças ao Senhor nosso Deus. É digno e justo dar-lhe graças e adorá-lo. É verdadeiramente digno e justo dar-te graças em todo tempo e em todo lugar. Graças te damos, Senhor, porque tu sempre nos ouves. Assim, na esperança da comunhão plena de todo o mundo habitado, pela qual tanto temos suplicamos, louvamos teu nome unidos no hino eterno:

♫ Sanctus: [Texto litúrgico tradicional, Música: Liséte Espíndola]

Oração eucarística: [Bbaseada no registro da Didaqué, catecismo dos primeiros cristãos, séc. I]

Santo, Santo, Santo, Senhor Deus onipotente, Terra e céus estão cheios da tua glória, Glória a ti Senhor! Sobre o cálice: Nós te damos graças, ó Pai nosso, pela santa vinha de Davi, teu servo; tu no-la fizeste conhecer por Jesus, teu filho. Glória a ti pelos séculos! ♫ Bendito sejas para sempre! Sobre o pão partido: Nós te damos graças, ó Pai nosso, pela vida e pelo conhecimento que nos concedeste por Jesus, teu filho. Glória a ti pelos séculos! ♫ Bendito sejas para sempre! Como esse pão partido, antes disseminado sobre as montanhas, foi reunido para ser apenas um, reúne do mesmo modo tua igreja das extremidades terra em teu reino. Sim, a ti são a glória e o poder por Jesus Cristo, pelos séculos! 5


♫ Bendito sejas para sempre! Pai Nosso: [Mateus 6.9-13]

♫ Doxologia: [Mt 6.13; Mel.: Pablo Sosa]

Pai nosso, que estás nos céus, santificado seja o teu nome; venha o teu reino; faça-se a tua vontade, assim na terra como no céu; o pão nosso de cada dia dá-nos hoje; e perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós temos perdoado aos nossos devedores; e não nos deixes cair em tentação; mas livra-nos do mal; pois teu é o reino, o poder e a glória para sempre. Amém! Teu é o reino, teu é o poder, tua é a glória e sempre há de ser! Sempre há de ser! Sempre há de ser! Sempre há de ser! Teu é o reino, o poder e a glória e sempre há de ser! Amém!

Partir do pão:

Porque há um só pão, assim nós, sendo muitos, somos um corpo em Cristo e todos membros uns dos outros, pois todos participamos desse mesmo pão.

♫ Agnus Dei:

Cordeiro de Deus, que tiras o pecado do mundo, tem piedade de nós. Cordeiro de Deus, que tiras o pecado do mundo, tem piedade de nós. Cordeiro de Deus, que tiras o pecado do mundo, dá-nos a paz. Amém.

[Texto litúrgico trad.; M: Betty Pulkingham]

Distribuição:

♫ Divino Autor da Vida: [L: Charles Wesley, 1740; Trad. Luiz C. Ramos; M: Liséte Espíndola]

O pão que partimos e repartimos é a comunhão do corpo de Cristo. O cálice pelo qual damos graças é a comunhão no sangue de Cristo. Com teu auxílio e amor, oh, vem nos assistir. A vida plena, enfim, queremos desfrutar; Fortalecidos por tua graça, a tua face contemplar.

Divino autor da vida, a mesa pronta está Com vinho santo e o pão da vida eterna. O alimento lá do céu, sustente a vida que nos dás.

LITURGIA DE ENVIO Oração pós-comunhão: [Walter Rauschenbusch (1861-1918]

♫ Domine Deus: [Jacques Berthier, Taizé, França]

Envio: [Charles de Foucauld (1858-1916]

Ó Deus, ao partirmos o pão mais uma vez antes de nos separarmos, nos voltamos para ti com o fardo de nossos desejos. Vai com este que está nos deixando e protege-o. Que ele sinta que nós não o esqueceremos e que seu lugar nunca será preenchido até que volte. Faze desta refeição um sacramento de amor par todos nós, e que nossos corações adivinhem aqueles pensamentos que são ternos demais para serem falados. Domine Deus, Filius Patris, dona nobis pacem. [Senhor Deus, Filho do Pai, dá-nos a paz] Senhor, para onde irei? Para onde Jesus iria: para a ovelha mais tresmalhada, para o irmão ou irmã mais doente, para os mais abandonados, para os que têm menos pastores, para os mais cativos do demônio, para os mais cegos, para os mais perdidos...

♫ Poslúdio [Liséte Espíndola]

“Celebração da Palavra e da Mesa, Capela da Serra, Jundiaí, 28 de julho de 2013” de Luiz Carlos Ramos é licenciado sob uma Licença Creative Commons AtribuiçãoNãoComercial-CompartilhaIgual 3.0 Não Adaptada. Permissões além do escopo dessa licença podem estar disponíveis em http://www.luizcarlosramos.net. Liturgia preparada pelo Rev. Luiz Carlos Ramos; Pianista: Liséte Espíndola; Regente: Neusa Cezar e Elenise Ramos; Ambientação: Vastí Ferrari Marques; Fotografia: Carlos Nagumo; Diagramação: Luiz Carlos Ramos; Arte do convite: Juliana Mesquita. _______________________________________________________________________________________________________________ Para ter acesso a outras liturgias da Capela da Serra e para ver fotos das celebrações anteriores, acesse: http://www.luizcarlosramos.net

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